Obstetrícia: diabetes gestacional, imunização, hepatites virais, HIV e hemorragias da segunda...
-
Upload
isadora-ribeiro -
Category
Health & Medicine
-
view
95 -
download
3
Transcript of Obstetrícia: diabetes gestacional, imunização, hepatites virais, HIV e hemorragias da segunda...
Diabetes mellitus:
› Doença metabólica crônica, caracterizada por
hiperglicemia;
› Responsável por índices elevados de
morbimortalidade perinatal, especialmente
macrossomia fetal e malformações fetais.¹
29/09/2017 3UNIVERSIDADE DE FRANCA
Diabetes mellitus associado à gravidez pode
ser classificado como:
1. Diabetes gestacional: diagnosticado durante
a gravidez;
2. Diabetes pré-gestacional: diabetes prévio à
gravidez (tipo 1, tipo 2 ou outros);
10% das gestantes com diabetes.¹
29/09/2017 4UNIVERSIDADE DE FRANCA
É importante engravidem com níveis glicêmicos adequados;
Prevenir as malformações fetais associadas à hiperglicemia periconcepcional;
Quanto descompensado o controle glicêmico no momento da concepção o risco de abortamento e de malformações do concepto.¹
29/09/2017 5UNIVERSIDADE DE FRANCA
“Intolerância aoscarboidratos, degraus variados deintensidade,diagnosticada pelaprimeira vezdurante agestação,podendo ou nãopersistir após oparto.”
29/09/2017 6UNIVERSIDADE DE FRANCA
Rastreamento: anamnese e identificação dosfatores de risco:› Idade > 35 anos;
› IMC >25kg/m² (sobrepeso e obesidade);
› Antecedente pessoal de diabetes gestacional;
› Antecedente familiar de diabetes mellitus (parentes deprimeiro grau);
› Macrossomia ou polihidrâmnio em gestação anterior;
› Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior;
› Malformação fetal em gestação anterior;
› Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, diuréticostiazídicos);
› SOP;
› Hipertensão arterial crônica.
29/09/2017 7UNIVERSIDADE DE FRANCA
Na gravidez atual:
› Ganho excessivo de
peso;
› Suspeita clínica ou
ultrassonográfica de
crescimento fetal
excessivo ou
polihidrâmnio.
29/09/2017 8UNIVERSIDADE DE FRANCA
Todas as gestantes dosagem de glicemia noinício da gravidez, antes de 20 semanas;
O rastreamento gestantes com nível de glicoseplasmática de jejum igual ou superior a 85mg/dL;
Glicemia de jejum ≤ 85mg/dL (variações com aliteratura) considera-se rastreamento deve-serepetir a glicemia entre a 24ª e 28ª semana degestação;
Duas glicemias plasmáticas de jejum ≥ 126mg/dL =DG , não fazer TTGO.¹
29/09/2017 9UNIVERSIDADE DE FRANCA
Pacientes com glicose entre 85-125mg/dL =
TTGO com 75g de glicose anidra¹
29/09/2017 10UNIVERSIDADE DE FRANCA
Rastreamento
Positivo: glicose > 85mg/dL
Entre 85-125mg/dL
TTGO
Duas dosagens maiores que 126mg/dL
DG
Negativo: glicose menor que 85mg/dL
Repetir glicose em 24 e 28 semanas
29/09/2017 11UNIVERSIDADE DE FRANCA
Controle glicêmico:
› deve ser feito com glicemias de jejum e pós-
prandiais semanais. O controle também pode ser
realizado com avaliações de ponta de dedo.¹
Hipoglicemiantes orais:
› os mesmos ainda não devem ser utilizados na
prática clínica
› As mulheres que estiverem em uso dos mesmos
devem interrompê-los ao engravidar.¹
29/09/2017 13UNIVERSIDADE DE FRANCA
Insulinoterapia:
› Falha na redução da glicemia
mesmo com dieta;
› Glicemia de jejum maior ou
igual a a 95mg/dL e 1 hora
pós-prandial maior ou igual a
140mg/dL.¹
29/09/2017 14UNIVERSIDADE DE FRANCA
Vacina Conduta
Tétano (Dupla adulto)
• Não vacinada 3 doses (2ª até no mínimo 20 dias
antes da DPP;
• Já recebeu 3 doses dose de reforço (se não foi
realizada nos últimos 5 anos;
• Esquema incompleto completar as outras
doses;
• Intervalos entre cada dose: 30-60 dias.²
Hepatite B
• Não vacinada 3 doses (intervalo 0, 1 e 6
meses, de preferência após término do 1º trimestre);
• Esquema incompleto completar outras doses;
• Incerteza solicitar anti-HBs negativo 3
doses;
• Toda gestante, independente do estado vacinal
rastrear com HbsAg.²
29/09/2017 17UNIVERSIDADE DE FRANCA
Vacina Conduta
Influenza • Dose única durante a campanha qualquer IG.²
Vacinas contraindicadas
• Vírus vivo atenuado: sarampo, rubéola, caxumba e
febre amarela;
• Avaliar riscos e benefícios individualmente;
• Não tem imunização prévia para rubéola fazer no
puerpério. ²
29/09/2017 18UNIVERSIDADE DE FRANCA
Doenças causadas por vírus: A, B, C, D e E;
Ação hepatótrópica infecção sistêmica com lesão do hepatócito reação inflamatória;
B e C: risco de cirrose ou hepatocarcinoma;
Hepatite fulminante: qualquer agente viral insuficiência hepática aguda e morte.¹
29/09/2017 20UNIVERSIDADE DE FRANCA
Agente: HBV, vírus DNA;
Incubação: 60-180 dias;
Transmissão: parenteral, sexual e vertical› Vertical: cronificação no RN 90%.
› Parto normal e aleitamento materno não sãocontraindicados.
Quadro clínico:› Aguda: assintomático ou sintomas gerais;
› Crônica: sintomas gerais, desconforto no HD eaversão por alguns alimentos.¹
29/09/2017 21UNIVERSIDADE DE FRANCA
Imunoglobulina humana anti-hepatite B e
vacina são recomendadas para gestantes:
1. Presumidamente suscetíveis (não vacinadas)
expostas à portadores conhecidos ou potenciais do
VHB por agressão sexual, o mais precocemente
possível, no máximo até 2 semanas após
exposição;
2. Suscetíveis com exposição sexual a pessoa com
hepatite B aguda;
3. Expostas a material biológico.¹
29/09/2017 24UNIVERSIDADE DE FRANCA
Agente: HCV, RNA vírus;
Incubação: 30 a 120 dias;
Transmissão:› Transfusão sanguínea;
› Sexual: rara;
› Vertical: 5% dos RN de mãe com carga viral elevada(> 105 cópias/mL.
› Não contraindica aleitamento materno e partonormal.
Risco de cronificação: 50-70%.¹29/09/2017 25UNIVERSIDADE DE FRANCA
Quadro clínico:› Fase aguda: assintomático.
› Fase crônica: inespecífico.
Diagnóstico: medida do RNA viral;
Rastreamento: não faz parte da rotina do pré-natal› Pesquisar se alto risco ou suspeita.
Casos aguda: conduzir da mesma forma quehepatite B.¹
29/09/2017 26UNIVERSIDADE DE FRANCA
Brasil: estima-se que 0,4% das gestantes sejamsoropositivas para o HIV;
Transmissão vertical do HIV (cerca de 65%) ocorredurante o trabalho de parto e no partopropriamente dito;
35% restantes ocorrem intraútero, principalmentenas últimas semanas de gestação;
Risco adicional de transmissão pós-parto por meiodo aleitamento materno.¹
29/09/2017 28UNIVERSIDADE DE FRANCA
Patogênese da transmissão vertical:a. Fatores virais: carga viral, o genótipo e o fenótipo viral;
a. Fatores maternos: estado clínico e imunológico, coinfecções,estado nutricional e tempo de uso de antirretrovirais na gestação;
b. Fatores comportamentais: drogas e prática sexual desprotegida
c. Fatores obstétricos: duração da rotura das membranasamnióticas, a via de parto e a presença de hemorragia intraparto
d. Fatores inerentes ao recém-nascido: prematuridade e baixopeso ao nascer
e. Fatores relacionados ao aleitamento materno. ¹
29/09/2017 29UNIVERSIDADE DE FRANCA
Taxa de transmissão verticaldo HIV, sem qualquerintervenção, situa-se emtorno de 25,5%.
Transmissão vertical com ouso de antirretroviraiscombinados: em torno de 1 a2%› Cirurgia cesariana eletiva
› o uso de quimioprofilaxia com oAZT na parturiente e no recém-nascido
› Não amamentação.¹
29/09/2017 30UNIVERSIDADE DE FRANCA
Rastreamento:› Teste anti-HIV para todas as gestantes na primeira
consulta pré-natal, e a repetição da sorologia para HIV no início do 3° trimestre;
› Caso o teste rápido 1 seja não reagente, a amostra será considerada “Amostra Não Reagente para HIV”. Se o teste rápido 1 for reagente, realizar imediatamente o teste rápido 2 para a definição do diagnóstico positivo para HIV. Na ocorrência de resultado reagente do teste rápido 1 e não reagente no teste rápido 2, ou seja, resultados discordantes, uma nova amostra deverá ser colhida por punção venosa e submetida ao diagnóstico laboratorial.¹
29/09/2017 31UNIVERSIDADE DE FRANCA
Teste rapido1
Não Reagente
Amostra não reagente para HIV
Reagente
Teste rápido 2
Não reagente
Discordante: realizar teste
lab
Reagente
Soro +
29/09/2017 32UNIVERSIDADE DE FRANCA
Manejo: dois objetivos: profilaxia da transmissão vertical ou tratamento da infecção pelo HIV.
A) Profilaxia: início do esquema deve ser precoce, após o primeiro trimestre, entre a 14ª e a 28ª semana de gravidez.
B) Tratamento da infecção pelo HIV na gestação: gestantes sintomáticas ou assintomáticas com contagem de LT-CD4+ ≤ 350 céls./mm3 apresentam critérios de início de tratamento.¹
29/09/2017 37UNIVERSIDADE DE FRANCA
morbimortalidade materna e perinatal(prematuridade).¹,³
Causas:› Placenta prévia;
› Descolamento prematuro de placenta;
› Rotura uterina;
› Rotura de vasa prévia;
› Sangramento do colo no trabalho de parto;
› Cervicites;
› Pólipo endocervical;
› Ectrópio;
› Câncer de colo de útero;
› Trauma vaginal.¹,³
Causas mais
comuns,
com risco de
vida
29/09/2017 40UNIVERSIDADE DE FRANCA
Placenta que se implanta total ou parcialmente no
segmento inferior do útero após 28 semanas;³
Classificação:³
29/09/2017 41UNIVERSIDADE DE FRANCA
Fatores de risco:› Cesariana prévia Principal fator de risco;
› Intervenções uterinas anteriores (miomectomia, curetagem);
› Multiparidade/Intervalo interpartal curto;
› Tabagismo; Gemelaridade.¹,³
Quadro clínico: › Sangramento indolor;
› Autolimitado;
› Final do 2º e início do 3º trimestre;
› Presença de sangramento sentinela (26ª-28ª semanas).¹,³
29/09/2017 42UNIVERSIDADE DE FRANCA
Exame físico:› Sinais vitais da gestante;
› Palpação abdominal;
› Medida da altura uterina;
› Ausculta dos BCF;
› Exame especular: origem e quantidade do sangramento;
› NÃO realizar o toque até saber a localização exata da placenta.¹
Exames de imagem:› Ultrassonografia abdominal: localização placentária
e sua posição em relação ao orifício interno do colo.¹
29/09/2017 43UNIVERSIDADE DE FRANCA
Exames laboratoriais:› Hematócrito e hemoglobina;
› Tipagem sanguínea ABO Rh;
› Coagulograma: teste do coágulo, com coleta de 10ml de sangue em tubo seco – deve se formar coágulo firme após 7–10 minutos;
› Coagulopatia é condição rara na placenta prévia.¹
Conduta: encaminhar ao centro de referência.¹
29/09/2017 44UNIVERSIDADE DE FRANCA
Separação da placenta da parede uterina antes
do parto, parcial ou total.¹
29/09/2017 45UNIVERSIDADE DE FRANCA
Classificação de Sher¹:
Graus Achados
I • Sangramento discreto sem hipertonia uterina;
• Vitalidade fetal preservada;
• Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatia;
• Diagnosticado no pós-parto pela identicação do coágulo
retroplacentário.
II • Sangramento moderado e contrações tetânicas;
• Presença de taquicardia materna e alterações posturais da PA;
• Queda dos níveis de fibrinogênio;
• BCF presentes, mascom sinais de comprometimento de vitalidade.
III • Sangramento importante com hipertonia uterina;
• Hipotensão arterial materna e óbito fetal;
• A: sem coagulopatia
• B: com coagulopatia.
29/09/2017 46UNIVERSIDADE DE FRANCA
Fatores de risco:› Hipertensão (hipertensão gestacional, hipertensão
preexistente): 50% dos casos;
› Rotura prematura de membranas ovulares;
› Cesariana prévia;
› Tabagismo;
› Idade materna avançada;
› Uso de drogas (álcool, cocaína e crack);
› Condições que causem sobredistensão uterina (polihidrâmnio, gestação gemelar);
› Trauma (automobilístico, trauma abdominal direto);
› DPP em gestação anterior ;
› Amniocentese, cordocentese.¹
29/09/2017 47UNIVERSIDADE DE FRANCA
Quadro clínico:
› Dor abdominal;
› Persistência da dor entre as contrações no trabalho de parto;
› Sangramento genital de quantidade variável;
› História de hipertensão;
› Pesquisar presença de outros fatores de risco.¹
Exame físico:› ABC da reanimação;
› Sinais vitais: taquicardia e alterações posturais da pressão;
› Exame obstétrico: medida de altura uterina, BCF, hipertonia uterina;
› Monitoração fetal: padrão não tranquilizador;
› Palpação abdominal: contrações tetânicas.¹
29/09/2017 48UNIVERSIDADE DE FRANCA
Exames de imagem: não são necessários¹;
Exames laboratoriais:
› Hemograma com contagem de plaquetas;
› Tipagem sanguínea ABO Rh;
› Coagulograma;
› Exames de rotina para doença hipertensiva se
apropriado.¹
29/09/2017 49UNIVERSIDADE DE FRANCA
Complicação obstétrica muito grave
Importante causa de morbimortalidade materna¹
A rotura uterina é classificada em:› Completa: há a total rotura da parede uterina. É uma
urgência obstétrica, levando a risco de vida tanto da mãe quanto do feto.
› Incompleta: o peritôneo parietal permanece intacto. Geralmente não é complicada, podendo permanecer assintomática após um parto vaginal.¹
Fatores de risco:› cicatriz uterina
› curetagem uterina com perfuração
› Miomectomia
› acretismo placentário
› trauma abdominal
› anomalias uterinas
› hiperdistensão uterina
› uso inapropriado de ocitocina.
Conduta¹ : estabilidade hemodinâmica da gestante iniciando o ABC da reanimação:
Deve ser realizada laparotomia imediatamente com anestesia geral
Em casos de acretismo placentário, é frequente a observação do local da rotura junto à implantação placentária, mostrando uma relação entre o acretismo e a rotura uterina.
Realizar histerectomia para tratar a rotura uterina, pois ocorrem lesões vasculares, com dificuldade de conservação do útero.
“anomalia de inserção do funículo umbilical na placenta, na qual os vasos umbilicais cruzam o segmento inferior uterino, colocando-se à frente da apresentação” ³
Causa rara de hemorragia
Ocorre geralmente em gestantes com implantação baixa da placenta e inserção velamentosa de cordão¹
Inserção velamentosa: ocorre quando os vasos umbilicais, sem o suporte do cordão umbilical ou da geleia de Wharton, atravessam as membranas fetais entre o âmnio e o córion antes de sua inserção na placenta.³
O diagnóstico pré-parto é difícil - a mortalidade fetal pode chegar em 100% nos casos de ruptura
Toque vaginal e amnioscopia (com a visualização dos vasos sanguíneos atravessando as membranas pelo orifício interno do colo).
A USG com Doppler colorido pode detectar a vasa prévia no anteparto
Muitas vezes o diagnóstico intraparto também é muito difícil.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5ª ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2012.
2. Superintendência de Atenção Primária da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Guia de Referência Rápida – Atenção ao Pré-Natal: Rotinas para gestantes de baixo risco. 1ª ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 2013.
3. Zugaib M. Obstetrícia. 2ª ed. Barueri: Manole; 2012.
29/09/2017 62UNIVERSIDADE DE FRANCA