Ocupação Nelson Leirner

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NELSON LEIRNER

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Fôlder da Ocupação Nelson Leirner, exposição realizada no Itaú Cultural de maio a junho de 2009.

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NELSON LEIRNER

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O Itaú Cultural apresenta o projeto Ocupação, criado para fomentar o diálogo da nova geração de artistas com os criadores que os influenciaram. O evento integra o trabalho perene do instituto com programas como o Rumos, que há 12 anos incentiva a produção contemporânea colaborando para o aprimoramento de criadores, a difusão de suas obras e a reflexão sobre a arte atual. A preservação da memória artística também faz parte dessa atuação, com as enciclopédias abrigadas no site itaucultural.org.br, que disponibilizam dados biográficos, imagens, vídeos e textos analíticos sobre profissionais das artes visuais, do teatro, do cinema, da literatura e das artes tecnológicas.

O que faz um artista ser referência? No caso de Nelson Leirner, que ocupa a primeira edição do projeto, destacam-se, entre outros aspectos, a atuação acadêmica. Por mais de 20 anos, Leirner participou do processo de formação de toda uma geração criativa, que, semelhante ao mestre, tem representatividade nacional e internacional. Atualmente, permanece como farol para sua classe ao continuar criando e explorando as fronteiras entre a representação popular e a arte consagrada.

A exposição é uma oportunidade para que vários perfis de público tomem contato com o artista, por meio da remontagem de obras históricas, exibidas ao lado de trabalhos recentes. É também um espaço para que a instituição direcione sua ação educativa para o aprofundamento e a compreensão do papel de artistas como Leirner, que “formam opinião” sobre a arte, seus movimentos e períodos.

Além das artes visuais, Ocupação vai apresentar, neste ano, referências em outras áreas de expressão. A próxima edição será protagonizada por Zé Celso Martinez Corrêa, um dos encenadores mais abertos a ideias ousadas e renovadoras da linguagem teatral.

Itaú Cultural

abertura quarta 27 maio 2009

20h

visitaçãoquinta 28 maio a domingo 28 junho

terça a sexta 10h às 21h

sábado domingo feriado 10h às 19h

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Ao contrário das xícaras, das cadeiras, dos postes, dos tratores e dos porta-aviões que as indústrias nos entregam prontos e em séries iguais, as grandes obras de arte são, de certo modo, inacabadas. E isso acontece porque elas nunca cessam de nos surpreender, de puxar pela nossa inteligência, chamando-nos a atenção para aspectos novos, delas e, feitas as contas, de nós mesmos. Cada obra de arte é uma aventura que só se completa com a leitura de quem entra em contato com ela.

Há também o fato de que aqueles que a produzem, os artistas, sejam perpetuamente insatisfeitos: terminada uma obra, eles, mesmo sem o pedido de ninguém, indiferentes ao mercado, partem para o trabalho seguinte, o que é um modo de tratar da sua insatisfação, dilatando infinitamente sua pesquisa. Por isso é que cada obra dialoga com as anteriores, mesmo que seja bem diferente delas.

É isso que leva Nelson Leirner a trazer obras realizadas nos anos 1960 – O Porco, Tronco com Cadeira, Homenagem a Fontana II e Stripencores – para colocá-las ao lado de outras produzidas agora. O leitor deve considerar que as produções de 40 anos atrás têm história própria e foram igualmente responsáveis pela amplitude crítica do seu trabalho, da sua procura em alargar o território da arte, saindo dos museus e galerias para as ruas e as páginas dos jornais, passando por lojas de armarinhos, praças e ruas. E que as criações recentes, dialogam perfeitamente com as antigas. Dialogam porque compartilham o idioma, isto é, são iguais e, ao mesmo tempo, diferentes. Como nós.

Agnaldo Fariascurador

Veja conteúdo exclusivo sobre o artista em www.itaucultural.org.br/ocupacao.

Nelson Leirner é artista intermídia. Paulistano nascido em 1932, morou nos Estados Unidos entre

1947 e 1952, onde estudou engenharia têxtil, curso que não concluiu. Ao voltar ao Brasil, estudou

pintura com o artista espanhol Joan Ponç, em 1956. Com Wesley Duke Lee e Geraldo de Barros

fundou, em 1966, o Grupo Rex, importante cooperativa artística que realizava intervenções e

exposições na capital paulista. Em 1967, enviou ao 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um de

seus trabalhos mais polêmicos e famosos: o porco empalhado. Leirner, por meio do Jornal da Tarde,

chegou a questionar os critérios que levaram o júri a aceitar a obra. Ainda na década de 1960,

começou a produzir seus primeiros múltiplos (trabalhos artísticos concebidos para ser reproduzidos

em escala industrial). Por motivos políticos, fechou sua sala especial na 10ª Bienal Internacional

de São Paulo de 1969 e recusou convite para outra, em 1971. Nos anos 1970, criou alegorias da

situação política e, em 1974, expôs a série A Rebelião dos Animais, que criticava o regime militar. Por

essa série, recebeu da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) o prêmio de melhor proposta

do ano. A mesma associação encomendou ao artista, em 1975, um trabalho para entregar aos

premiados, mas o recusou por ser feito de xerox. Em sinal de protesto, os artistas se negaram a

comparecer ao evento naquele ano. De 1977 a 1997, foi professor da Fundação Armando Alvares

Penteado. Em 1997, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje.

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