Odonto 10 - Setembro 1996

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HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA Conheça causas e tratamento para a dor aguda e súbita que pode tirar o prazer de saborear pequenas delícias

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Odonto 10 - Setembro 1996

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H I P E R S E N S I B I L I D A D E DENTINÁRIA

Conheça causas e tratamento para a dor aguda e súbita que pode

tirar o prazer de saborear pequenas delícias

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Editorial &om& dôib faã&âWUM, ctounadoú pauâadte, ao

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eu hzfcfam o meâmo confio-. 0 fctámevio- útyene

04- factor doceú, e azedos dn ãnwne da vida; o

éeyuetdo- tudo- vê em &eu cUUawUammto-. Mundaka Upanishad

Caras cumadres e caros cumpadres. Tamos aqui traveis.

O nosso presidente disse que o povo brasileiro é caipira. Não se dando por satisfeito, e extravasando erudição, FHC disse que o paulista é provinciano. Ora.í Ele está na política há três décadas. Antes dele e dos demais políticos da atualidade, os problemas sociais e educacionais eram menores. Se eles fossem capacitados e eficientes, não haveria esse comentário pejorativo sobre o comportamento do brasileiro; não haveriam professores ganhando menos que faxineiros analfabetos; não haveriam obras superfaturadas e o dinheiro do contribuinte não seria mal administrado. E, quem sabe, hoje teríamos mais condições de intercâmbios educacionais, recebendo alunos de outros países e mandando nossos bons alunos de todas as raças, brancos, negros e amarelos, para estudarem em outras universidades tais como Oxford, Harvard. E, porque não, mandarmos mais um mulato para Sorbone?

Nesta edição, vamos falar de uma sensibilidade que aparece em quase toda população adulta: a hipersensibilidade dentinária. Falaremos, também, do curso de especialização em estética que dentistas brasileiros estão fazendo na New York University.

Enquanto escrevo este editorial, está passando na TV o malfadado, insípido e intoxicante programa eleitoral gratuito. Um político com cara de "santo" promete tirar as crianças da rua em 7 80 dias. O outro promete fazer o paulistano

feliz (por decreto?) . A outra promete alimentos e teto para todos os carentes .

Bahl Eta fuminho forte cumpadrel

ENTREVISTA N o dia 16 de abri l, o Dr. Admir Belmonte Gavira foi convi­

d a d o a dar uma entrevista a o programa Hipermídia comandado por Celso Freitas d a G N T ( G l o b o NewsTelevision). A matéria foi a o ar na primeira semana de maio pelo canal 5 3 d o sistema Mult ica-nal, mostrando no­vidades em softwa­re que auxiliam no dia-a-dia de um consultório odontológico moderno.

O BRASIL N Ã O É MAIS O CAMPEÃO MUNDIAL

A organização mundial de saúde relatou em seu anuário de 1 9 9 5 , que o Brasil já não se encontra entre os maiores d o mundo em índice de cárie .

Este índice é medido pela quant idade de dentes cariados, perdidos e obturados em crianças de 1 2 anos . O índice de 4 , 9 ainda é alto, mas a tendência é diminuir c a d a vez mais . Já melhoramos em relação à Polónia, Costa Rica, Nicarágua, República Dominicana, Honduras, Jamaica e Peru.

Fonte: ABOPREV março/abri! de 1996.

HIGIENE BUCAL O Brasil está tomando consciência da prevenção de doenças

dentagengivais. Nos últimos cinco anos, o crescimento de consu­

mo de escovas dentais foi de 8,5 % no Brasil e 4 , 9 % nos EUA.

Quanto aos cremes dentais, o crescimento no Brasil foi de 6 ,0

% enquanto que nos EUA foi de 2 ,4 %.

Fonte: Clinics - News Letter - Agosto/96.

PÓS-GRADUAÇÃO EM NEW Y O R K Num compromisso constante com a última palavra em ciência

e tecnologia, um grupo de 4 0 dentistas brasileiros, entre eles o Dr. Admir Belmonte Gavi ra, está part icipando de um curso de pós-graduação em estética na N e w York University (NYU). O grupo foi formado pela iniciativa da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP) da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas tendo como responsáveis pela formação deste grupo, os Drs. Antônio S. Fonseca e Dra. Alicia Maru jo , em conjunto com o Dr. Newton Cardoso, representante da " N Y U " no Brasil.

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EspeciaL

SENSIBILIDADE DO COLO DENTAL

jantar es tava t r a n s c o r r e n d o c o m o

m m num s o n h o . Luz d e ve las , v io l inos

e a m b i e n t e f lo r ido q u a n d o fo i ser­

v i d o a s o b r e m e s a . U m a suave m o r d i d a ,

um g e m i d o .

Dor n o dente? C o m o ? Dentes perfe i tos ,

b e m h i g i e n i z a d o s e e x a m i n a d o s c o m regu­

l a r i d a d e , d u a s vezes po r a n o .

O q u e a c o n t e c e u n a q u e l e m o m e n t o

q u e p o d e ter e s t r a g a d o t o d o um agradável

e romântico janta r? Foi a s e n s i b i l i d a d e

dentinária .

A h i p e r s e n s i b i l i d a d e dentinária p o d e

ocor re r c o m q u a l q u e r p e s s o a . E u m a d o r

or iginár ia d a d e n t i n a e x p o s t a q u a n d o pro­

v o c a d a po r estímulos mecânicos, térmicos

e osmóticos a p l i c a d o s d i r e t a o u ind i re ta-

mente nos co los d o s dentes q u a n d o estes

não têm outras p a t o l o g i a s tais c o m o cárie,

pu lp i tes , e tc .

Esta d e n t i n a d o c o l o fo i e x p o s t a a o

m e i o b u c a l d e v i d o a t r a u m a s , retração

g e n g i v a l f is iológica (normal c o m o avançar

d a i d a d e ) , abrasão c a u s a d a po r a g e n t e s

a b r a s i v o s , doenças g e n g i v a i s , técnica d e

higienização i n c o r r e t a , cárie, abfração,

etc .

Q u a n d o existe h i p e r s e n s i b i l i d a d e , a

d o r é a g u d a , súbita e d e curta duração,

p o d e n d o i m p e d i r a mastigação d a q u e l e

l a d o e até a escovação. O s imples t o q u e

d a s c e r d a s d a e s c o v a no loca l p o d e causar

dor.

Existem vár ias teo r ia s q u e e x p l i c a m

essa desagradáve l s e n s i b i l i d a d e . N o

entanto , a teor ia mais a c e i t a na a t u a l i d a d e

é a hidrodinâmica.

Q u a n d o a g e n g i v a retrai expõe u m a

p a r t e q u e já não é mais p r o t e g i d a p e l o

esma l te d e n t a l (o t e c i d o mais d u r o d o cor­

p o h u m a n o ) . Essa p a r t e d e s p r o t e g i d a é a

c h a m a d a d e n t i n a e é c o m p o s t a d e mais

o u menos 7 0 % d e minera i s e o restante d e

matéria orgânica e água. E u m a estrutura

mui to b e m f o r m a d a c o m um número d e

canalículos v a r i a n d o d e 1 0 mil a 7 0 mil

po r m m 2 . C a d a c a n a l i c u l o desses n a d a

m a i s é d o q u e um p r o l o n g a m e n t o d o c i ­

t o p l a s m a d a célula q u e se e n c o n t r a na

p o l p a d e n t a l ( o n d e se e n c o n t r a o ne rvo

d o dente) .

Q u a n d o o c o r r e o estímulo ex te rno (al i ­

mentos fr ios o u quentes , d o c e s o u e s c o v a ­

ção), há u m a rápida movimentação d o s

f lu idos d e n t r o destes túbulos, e s t i m u l a n d o

o ne rvo p u l p a r e p r o v o c a n d o a dor . Essa

s e n s i b i l i d a d e d o c o l o d e n t a l p o d e v a r i a r

d e d e n t e p a r a d e n t e numa mesma pes soa .

Essa variação d e s e n s i b i l i d a d e d e p e n d e

d o número d e túbulos n a q u e l a região d o

c o l o , d o c o m p r i m e n t o e d o ra io d o s túbu­

los e d a pressão a p l i c a d a s o b r e os mes­

mos.

C O M O EVITAR Pessoas q u e c o n s o m e m mais açúcares

o u re f r ige rantes (que g e r a l m e n t e l e v a m

ácidos e s t a b i l i z a d o r e s ) , sof rem mais deste

incómodo.

O i d e a l é evi tar frutas ácidas, d o c e s e

refr igerantes entre as refeições. Se isso não

for possível, escove os dentes i m e d i a t a m e n ­

te o u faça um b o c h e c h o c o m u m a co lhe r

d e chá d e b i c a r b o n a t o d e sódio e m m e i o

c o p o d a g u a l o g o após o c o n s u m o des­

ses ácidos.

Peça a o seu dent i s ta uma orientação

sobre a cor reta e atraumática higienização

d o s c o l o s d e n t a i s .

Q u a n d o o c a s o é s e v e r o , c o m p r o ­

m e t e n d o o p r a z e r d e u m a s a b o r o s a re­

fe ição, o t r a t a m e n t o d e v e ser f e i t o n o

consu l tór io .

D e p e n d e n d o d o c a s o , o p ro f i s s iona l

poderá o p t a r p o r um t r a t a m e n t o l o c a l

c o m p r o d u t o s qu ímicos q u e vão d i m i ­

nuir a luz d o s canal ícu los o u , e m c a s o

m a i s g r a v e , haverá a n e c e s s i d a d e d e

G 6

T R A T A M E N T O u m a p e q u e n a restauração c o m res ina d a

c o r d o d e n t e , a c a b a n d o d e v e z c o m o

d e s c o n f o r t o .

Em c a s o s b r a n d o s , o d e n t i s t a i rá o r i ­

entá-lo s o b r e a c o r r e t a e l im inação d a

p l a c a b a c t e r i a n a ( q u e g e r a á c i d o e

m u i t a s e n s i b i l i d a d e ) d o l o c a l e receitá-

lo um c r e m e d e n t a l q u e v a i ajudá- lo a

e v i t a r essa desagradável s i tuação.

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