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CAMILA COUTINHO DA CUNHA TAYLANE HERINGER PARADELA ANDRADE ODONTOLOGIA NO ESPORTE: RELAÇÃO MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA E DOPING NOVA FRIBURGO 2015

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CAMILA COUTINHO DA CUNHA

TAYLANE HERINGER PARADELA ANDRADE

ODONTOLOGIA NO ESPORTE: RELAÇÃO MEDICAMENTOS

UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA E DOPING

NOVA FRIBURGO

2015

CAMILA COUTINHO DA CUNHA

TAYLANE HERINGER PARADELA ANDRADE

ODONTOLOGIA NO ESPORTE: RELAÇÃO MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA E DOPING

ORIENTADORA: PROFª. DRª. LIVIA AZEREDO ALVES ANTUNES

CO-ORIENTADOR: PROF. DR. LEONARDO DOS SANTOS ANTUNES

Nova Friburgo

2015

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de graduação em Odontologia.

C972o Cunha, Camila Coutinho da.

Odontologia no esporte: relação de medicamentos utilizados na odontologia

e doping. / Camila Coutinho da Cunha ; Taylane Heringer Paradela Andrade;

Profª. Drª Livia Azeredo Alves Antunes, orientadora ; Prof. Dr Leonardo dos

Santos Antunes, co-orientador. -- Nova Friburgo, RJ: [s.n.], 2015.

43f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) –

Universidade Federal Fluminense, Campus Nova Friburgo, 2015.

1. Odontologia. 2. Odontologia no esporte. 3. Medicamentos . 4.

Doping. I. Andrade, Taylane Heringer Paradela. II. Antunes, Livia Azeredo Alves,

Orientadora. III. Antunes, Leonardo dos Santos, Co-orientador. IV. Título

CDD M617.6

CAMILA COUTINHO DA CUNHA

TAYLANE HERINGER PARADELA ANDRADE

ODONTOLOGIA NO ESPORTE: RELAÇÃO MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA E DOPING

Aprovada em: 24 / 09 / 2015

BANCA EXAMINADORA

Prof. Drª. Livia Azeredo Alves Antunes

Instituição: Universidade Federal Fluminense – Campus Nova Friburgo

Prof. Dr. Marlus Roberto Rodrigues Cajazeira

Instituição: Universidade Federal Fluminense – Campus Nova Friburgo

Prof. Drª. Angêla Martins

Instituição: Universidade Federal Fluminense – Campus Nova Friburgo

Nova Friburgo

2015

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia

RESUMO

O doping é definido pelo uso de um expediente (substância ou método)

potencialmente prejudicial à saúde dos atletas, capaz de incrementar o seu

desempenho e resultar na presença de uma substância proibida, bem como na

evidência do uso de um método proibido no corpo do atleta. Alterações na cavidade

bucal podem prejudicar o desempenho físico do atleta. A odontologia é ciência que

promove a manutenção da saúde de todo sistema estomatognático e, para executá-

la, o cirurgião-dentista é responsável pela administração de drogas que podem ser

detectadas em exames antidoping. Baseado no exposto, o presente trabalho tem o

objetivo de realizar uma revisão sistemática de literatura para avaliar a relação de

medicamentos utilizados na odontologia e doping, elucidando a importância do

profissional de odontologia ter conhecimento e domínio sobre as drogas que ele

prescreve. Conclui-se que, até o momento, não existem evidências que tenham

investigado o uso de medicamentos em odontologia com o doping. As medicações

que podem ser administradas pelo cirurgião dentista e que podem implicar no doping

seriam basicamente os corticosteroides e os anestésicos que não são consideradas

substâncias proibidas, mas também devem ser citadas uma vez que a sua utilização

deve ser notificada.

Palavras-Chave: odontologia, esporte, doping, fármacos.

ABSTRACT

Dopping is defined by the use of an expedient (substance or method) potentially

harmful to the health of athletes, able to increase its performance and result in the

presence of a prohibited substance, as well as evidence of the use of a prohibited

method in the athlete's body. Changes in the oral cavity may impair the physical

performance of the athlete. Dentistry is science that promotes the maintenance of

health of the whole stomatognathic system and to execute it, the dentist is

responsible for the administration of drugs that can be detected in dopping tests.

Based on the above, this study aims to perform a systematic literature review to

assess the drug lists used in dentistry and doping, elucidating the importance of

dental professional have knowledge and control over the drugs he prescribes. It

concludes that, to date, there is no evidence that have investigated the use of

medications in dentistry with dopping. The medications that can be administered by a

dentist and that may involve dopping would basically corticosteroids and anesthetics

that banned substances are not considered, but should also be cited since their use

should be notified.

Keywords: dentistry, sport, dopping, drugs.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMA-WADA – Associação Mundial Antidoping

COI – Comitê Olímpico Internacional

EAA – Esteroide Anabólico Androgênico

EPO – Eritropoietina

FPF – Federação Paulista de Futebol

HC – Hormônio do Crescimento

HCG – Hormônio Gonadotrófico Coriônico

HL – Hormônio Luteinizante

IAAF – Associação Internacional das Federações de Atletismo

IUT – Isenção de Uso Terapêutico

SNC – Sistema Nervoso Central

STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 9

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................ 11

2.1 ODONTOLOGIA NO ESPORTE ........................................................................................... 11

2.2 DOPING NO ESPORTE ......................................................................................................... 12

2.2.1. Histórico ............................................................................................................................ 12

2.2.2. Detecção do doping ........................................................................................................ 15

2.2.3 Como atuar caso seja necessário medicar um atleta? ............................................... 16

2.2.4 Substâncias utilizadas no esporte e suas implicações ............................................... 17

2.2.4.1 Anabolizantes ........................................................................................................ 17

2.2.4.2 Diuréticos ................................................................................................................ 19

2.2.4.3 Hormônios e outras substâncias relacionadas ................................................. 19

2.2.4.4 Estimulantes ........................................................................................................... 20

2.2.4.5 Beta-agonistas ....................................................................................................... 21

2.2.5 Exemplo de casos ............................................................................................................ 21

2.3 ODONTOLOGIA E DOPING .................................................................................................. 24

2.3.1 Fármacos utilizados na odontologia relacionados ao doping .............................. 25

2.3.1.1 Corticosteroides .................................................................................................. 25

2.3.1.2 Anestesias locais ................................................................................................ 26

2.3.2 Uso de substâncias e implicações nas condições odontológicas ............................ 27

3 DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 28

4 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 32

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 33

ANEXOS .............................................................................................................................................. 39

1 INTRODUÇÃO

O esporte foi incorporado na vida das pessoas, pelos gregos, em igualdade

com as atividades culturais e religiosas. A partir de 400 a.C., práticas de pagamento

e benefícios aos vencedores provocaram o início da profissionalização do esporte.

(PEREIRA et al., 2010).

Com o aumento da popularidade esportiva em todas as camadas sociais, o

início das competições amadoras e profissionais, os atletas passaram a fazer uso de

fármacos com o objetivo de elevar o desempenho físico nas mesmas. Tais artifícios

representam graves riscos aos atletas, seus companheiros de equipes e

adversários. O abuso na ingestão destas substâncias pode ocasionar fadiga crônica

com queda de rendimento, infecções locais e generalizadas, cardiopatias, insônia,

aumento da agressividade dentre outros problemas que podem vir a se desenvolver.

(NETO, 2010).

O doping é definido pelo Código da AMA (Associação Mundial Antidoping) da

seguinte maneira: “a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar

artificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à

saúde do atleta ou de seus adversários, ou contrário ao espírito do jogo” (WADA,

2003). Na Conferência Internacional, em fevereiro de 1999 na cidade de Lausanne,

Suíça sobre doping, ficou ainda estabelecida mais uma definição para a

nomenclatura: “uso de um expediente (substância ou método) potencialmente

prejudicial à saúde dos atletas, capaz de incrementar o seu desempenho e resultar

na presença de uma substância proibida, bem como na evidência do uso de um

método proibido no corpo do atleta” (OLIVEIRA, 2000).

10

A lista de atletas flagrados pelo COI, utilizando substâncias proibidas é

grande. Tem-se como exemplo, o canadense Ben Johnson, que bateu o recorde

mundial dos cem metros na Olimpíada de Seul, em 1988, desclassificado por ter

usado esteroides anabolizantes. No mundo do futebol, tem-se o exemplo do

argentino Maradona, usuário de cocaína evidenciado desde a Copa Mundial de

Futebol de 1994. (BECKER JUNIOR, 2008).

A atenção de uma equipe multiprofissional deve estar sempre voltada ao

atleta, para que não ocorram espaços para formas ilícitas que objetivem a vitória, o

suborno ou o uso de substâncias que aumentem o desempenho (RUBIO, 2007).

Desta forma, considerando a importância da prevenção de casos de doping no

âmbito esportivo, surge a necessidade do trabalho de equipes multiprofissionais,

para que atletas não tenham suas carreiras prejudicadas devido à ingestão de

substâncias ilícitas (MELO E FLÓRIO, 2010).

Nesta linha de raciocínio, a Odontologia tem importância relevante na

prevenção do doping, já que é necessário a prescrição de medicamentos para o

atleta sob tratamento odontológico (DOMENIQUINI, 2007). Baseado nisso, se

houver uma maior preocupação do cirurgião-dentista no tratamento de um atleta

com a escolha segura das medicações prescritas permitir-se-á desta forma que

durante um exame antidoping o atleta não seja penalizado em função da prescrição

do cirurgião dentista.

Baseado no exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a relação de

medicamentos utilizados na odontologia e doping elucidando a importância do

profissional de odontologia ter conhecimento e domínio sobre as drogas que ele

prescreve.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ODONTOLOGIA NO ESPORTE

Os esportistas exigem muito do seu físico e por isto devem ter maiores

cuidados com sua saúde, e, com a saúde bucal, não pode ser diferente. A

Odontologia, ciência que promove a manutenção de todo sistema estomatognático,

começa a desenvolver uma nova área do conhecimento com grandes crescimento e

expansão: a Odontologia no esporte. É uma área de atuação da Odontologia ligada

à Educação Física que se propõe a oferecer aos atletas, profissionais ou não, uma

visão de como a saúde odontológica pode melhorar os seus rendimentos através da

prevenção e/ou tratamento de possíveis lesões decorrentes das atividades

esportivas. Sua atuação se dá em clubes, academias, federações e confederações

esportivas, trabalhando em conjunto com a medicina esportiva, fisioterapia,

educação física, nutrição, fonoaudiologia, psicologia esportiva e outras áreas ligadas

ao esporte. Quem pratica esportes deve ter condições físicas adequadas para

competir sem riscos ou diminuição do rendimento físico. (SIQUEIRA, 2005).

Entre os vários objetivos da Odontologia no esporte está garantir uma

excelente saúde bucal ao desportista, detectando fatores prejudiciais a ele, como:

respiração bucal, posicionamento dos dentes inadequados e administração de

medicamentos com substâncias que possam causar doping positivo (SIQUEIRA,

2005).

O tratamento odontológico do atleta deve ser diferenciado e seguir alguns

protocolos específicos. Problemas de saúde na cavidade oral podem interferir no

12

desempenho e na eficiência das atividades (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

ODONTOLOGIA, 2012).

Atletas precisam deste tratamento diferenciado, com um profissional

preparado, não somente durante o tratamento, mas na prevenção e tratamento de

traumas. Além de ter o atendimento local e encaminhamento ao tratamento

ambulatorial ou hospitalar quando necessário. Estes profissionais buscam prevenir

as fraturas dos ossos da face e dos dentes, bem como lesões de língua, lábios e

bochechas e avulsões. (SIQUEIRA, 2005).

2.2 DOPING NO ESPORTE

De acordo com o Código da Agência Mundial Antidoping doping é

considerado a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar

artificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à

saúde do atleta ou a de seus adversários, ou contrário ao espírito do jogo. (NEVES e

NOMURA, 2010).

Segundo Oliveira (2000) existe uma nova definição para doping, que é

definida pelo uso de um expediente (substância ou método) potencialmente

prejudicial à saúde dos atletas, capaz de incrementar o seu desempenho e resultar

na presença de uma substância proibida, bem como na evidência do uso de um

método proibido no corpo do atleta.

2.2.1. Histórico

De acordo com relatos os primeiros casos de dopagem ocorreram com o uso

da estricnina (uma substância encontrada em plantas do gênero Strychnos) como

estimulante e de cogumelos alucinógenos, para reforçar o estado psicológico dos

atletas antes dos jogos. Os atletas acreditavam que, bebendo chá de ervas e

comendo cogumelos, poderiam aumentar sua eficiência durante as competições,

nos Jogos Olímpicos da Era Antiga. Em alguns casos, isto poderia ser alcançado,

13

visto que diversas plantas fabricam substâncias que afetam o nosso sistema

nervoso (PEREIRA et al., 2010).

Logo após a Segunda Guerra Mundial, estimulantes e drogas contra a fadiga,

desenvolvidos para o exército soviético, popularizaram-se entre os desportistas,

resultando em vários casos fatais. As anfetaminas e os esteroides anabolizantes

foram as substâncias mais usadas depois da Segunda Guerra. Os atletas soviéticos,

em 1954, começaram a fazer o uso de esteroides anabolizantes para aumentar a

massa e a força muscular. Depois dos fisiculturistas e dos levantadores de peso,

essa substância alcançou todas as modalidades do esporte (PEREIRA et al., 2010).

Os atletas foram testados pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, em 1968,

na cidade do México. Mesmo que o foco principal nesse primeiro teste tivesse sido

os estimulantes, a detecção de outros compostos também se fez necessária.

Durante as décadas de 50 e 60, em função do avanço da química orgânica, uma

grande variedade de compostos biologicamente ativos, conhecidos como fármacos,

foram descobertos e produzidos, incluindo diuréticos, betabloqueadores,

corticosteroides e esteroides anabólicos. Esses compostos foram extensivamente

utilizados por atletas durante os anos 70. No final dessa década e principalmente

nos anos 80, a biotecnologia avançou de modo significativo. Como o nome já

sugere, a biotecnologia é um conjunto de técnicas que usa organismos vivos, ou

partes destes, para produzir bens e serviços para o homem. Uma forma para tentar

burlar o exame de dopagem foi a utilização dos chamados esteroides projetados.

Essas substâncias são produzidas em laboratório, e constituem esteroides

quimicamente modificados. Ou seja, baseados nos esteroides normalmente

produzidos no organismo humano, são feitas alterações na estrutura química que

mantenham características muito semelhantes entre ambos, o que dificulta sua

detecção. A análise do controle de dopagem no esporte se tornou um campo

multidisciplinar de estudo, pois associa diversos conhecimentos que vão desde a

Química Analítica e a Química Orgânica até as áreas da Farmacologia, Bioquímica e

Fisiologia Humana (PEREIRA et al., 2010).

A luta antidoping teve início na década de 60. O Comitê Olímpico

Internacional (COI) aprovou a resolução contra a prática de doping em 1962. Assim,

14

começava a luta contra o uso de substâncias ou métodos proibidos capazes de

alterar o desempenho dos atletas no esporte. (PEREIRA et al., 2010).

Em 1967, o Comitê Olímpico Internacional (COI) condenou a prática do

doping, quando foi apresentada uma lista de substâncias consideradas proibidas e

iniciou o controle antidoping sob sua responsabilidade. (SILVA & YONAMINE, 2003).

O final da década de 1990, em decorrência da elevada prevalência de atletas que

utilizaram substâncias ilícitas na Volta Ciclística da França, em 1998, o COI, decidiu

organizar um congresso reunindo administradores de esportes, profissionais de

saúde, atletas e o público em geral para a discussão do problema. Uma organização

mundial independente foi criada em 1999, a WADA-AMA (Associação Mundial

Antidoping), que passou a controlar os exames de atletas em competições (LAURE

et al., 2003; WADA, 2006; CATLIN et al, 2008).

No Brasil, o controle do doping foi introduzido pela Federação Paulista de

Futebol (FPF), em 1974, através da realização dos exames no Laboratório de

Análises Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de

São Paulo (LAT/FCF/USP) (SILVA e YONAMINE, 2003).

Quadro 1: Histórico

ERA ANTIGA

FINAL DA 2ª

GUERRA MUNDIAL

1954 1962 1967 1968 1974 FINAL DA DÉCADA DE 70 E

ANOS 80

1999

Primeiros casos de dopagem com o uso

da estricnina

Estimulantes e

drogas contra a fadiga

populariza-ram-se entre os

desportistas

Os atletas soviéticos começara

m a fazer o uso de

esteroides anabolizan-

tes

Comitê Olímpico

Internacio-nal (COI) aprovou a resolução contra a

prática de doping

O COI apresenta uma lista

de substância

s considera-

das proibidas e

inicia o controle

antidopping sob sua

responsabili-dade

Os atletas foram

testados pela

primeira vez nos Jogos

Olímpicos

A Federação Paulista de

Futebol (FPF)

introduz no Brasil o

controle do doping

Uma forma para tentar

burlar o exame de dopagem

foi a utilização

do chamado esteróide projetado

Uma organização mundial independe

n-te é criada, a WADA-

AMA (Associação Mundial Antidoppin

g), que passou a controlar

os exames em

competi-ções

15

2.2.2. Detecção do doping

A ocorrência da dopagem foi demonstrada em vários segmentos da

sociedade: estudantes, artistas, intelectuais, militares, desportistas e trabalhadores.

Contudo, é no meio desportivo que ela sempre mereceu lugar de destaque. As

razões para isso são mais socioeconômicas do que esportivas. O desejo do ser

humano de superar-se continuamente, tentando ser mais forte e mais potente, sem

respeitar seus limites, é observado em todas as etapas da história da humanidade.

(PEREIRA et al., 2010).

Existem, basicamente, dois tipos de controle antidoping (TIME BRASIL,

2011).

Controle em competição: realizado imediatamente após o término de uma

competição esportiva.

Controle fora de competição: pode ser efetuado a qualquer momento, durante

um treinamento, na residência do atleta, e até mesmo algum tempo antes ou

depois de uma competição esportiva.

Nesses tipos de controle o doping pode ser realizado com exames de sangue

ou urina. Enquanto o exame em competição inclui todo o universo de classes de

substâncias e de métodos proibidos, o exame fora de competição é mais específico,

incluindo apenas os agentes anabolizantes, os hormônios peptídicos, alguns beta-2

agonistas, os agentes com atividade antiestrogênica e os diuréticos, além de todos

os métodos proibidos. Estimulantes, narcóticos analgésicos e drogas sociais não

são analisados neste tipo de controle (TIME BRASIL, 2011)

Existe um terceiro tipo de teste, realizado momentos antes de uma

competição, que é característico do ciclismo e de alguns esportes de inverno, como

o esqui de fundo e a patinação de velocidade. Esse controle é designado como

controle de saúde, sendo realizado apenas com exame de sangue. O resultado pode

eventualmente excluir o atleta de uma prova sem que, no entanto, seja considerado

como um controle positivo de doping. (TIME BRASIL, 2011).

16

O cabelo também pode ser utilizado como confirmação do abuso e

identificação da natureza exata do fármaco-mãe. Análise em cabelo é bem

documentada na área de toxicologia forense e tem sido empregada para concluir se

o consumo de determinado fármaco é crônico ou aleatório (NETO, 2002).

Atualmente, urina e sangue são as únicas matrizes autorizadas para testes

antidopings da Agência Mundial Antidoping. Embora a utilidade de urina e sangue

seja comprovada, as questões permanecem para monitorar algumas classes de

drogas e de medicamentos proibidos somente em competição. A matriz de fluido

oral é uma alternativa que pode oferecer soluções para alguns desses problemas. A

coleta é fácil, não invasiva e neutra em relação ao sexo. Seria utilizada para

monitorar programas de consumo de drogas no local de trabalho, toxicologia clínica,

justiça criminal, e dirigir sob a influência de medicamentos e, potencialmente,

poderiam complementar urina e sangue para testes antidoping no esporte. (ANIZAN

e HUESTIS 2013).

2.2.3 Como atuar caso seja necessário medicar um atleta?

Um atleta poderá necessitar de um medicamento que possua na sua

formulação uma substância proibida ou restrita, por razões de saúde e por indicação

médica. Nesses casos, torna-se necessário solicitar uma permissão especial, que

poderá ser concedida após a análise do diagnóstico e da indicação apropriada de

um determinado medicamento. A declaração de uso de medicamentos, feita

rotineiramente durante um controle de doping, não atende aos requisitos de um

processo de autorização para uso de substâncias proibidas, sendo indispensável o

preenchimento do formulário de Isenção de Uso Terapêutico (IUT). (TIME BRASIL,

2011).

Conforme o formulário de Isenção de Uso Terapêutico em anexo.

17

2.2.4 Substâncias utilizadas no esporte e suas implicações

Existe uma diferença entre substâncias proibidas e substâncias restritas.

Substâncias proibidas são aquelas que o uso é controlado ou que tem sua

comercialização proibida dentro de um ou mais requisitos regulamentadores para

proteger a saúde humana e/ou o meio ambiente. São substâncias não aprovadas

para uso, retiradas (ou em processo de retirada) do mercado interno pela indústria

ou que passaram a ser desconsideradas em processos internacionais de aprovação;

Já as substâncias restritas são aquelas na qual o uso é limitado por

regulamentações ou para as quais há dúvida científica razoável sobre sua adoção e

riscos. Incluem-se também substâncias químicas perigosas que ainda não tiveram

seu uso vetado por falta de substitutos viáveis. Para essas substâncias, devem ser

aplicados controles que evitem danos à saúde humana e ao meio ambiente. Podem

também ser aplicadas restrições na composição dos produtos e incentiva-se ainda a

pesquisa de opções para substituição no curto prazo (COMITÊ OLÍMPICO E

PARAOLÍMPICO, 2013).

A Agência Mundial Antidoping e o Comitê Olímpico Internacional apresentam

uma listagem atualizada dos medicamentos e substâncias consideradas proibidas

para o consumo de atletas, e, portanto ilegais. Essas substâncias são divididas em

cinco classes principais que são os anabolizantes, os diuréticos, os hormônios, os

beta-agonistas e os estimulantes, todos eles atuam no organismo humano fazendo

com que o corpo tenha maior rendimento e produzindo mais testosterona, no

entanto causam consequências e efeitos colaterais graves para os atletas.

(TOXICOLOGIA ANALÍTICA. CURSO DE FARMÁCIA – UFSJ. 2011).

2.2.4.1 Anabolizantes

Os hormônios esteroides são produzidos pelo córtex da suprarrenal e pelas

gônadas (ovário e testículo). Os esteroides anabolizantes ou esteroides anabólicos

androgênicos (EAA) referem-se aos hormônios esteroides da classe dos hormônios

sexuais masculinos, promotores e mantenedores das características sexuais

18

associadas à masculinidade (incluindo o trato genital, as características sexuais

secundárias e a fertilidade). Os esteroides anabólicos incluem a testosterona e seus

derivados (GUYTON, 1992).

Os esteroides anabólicos utilizados pelos atletas são substâncias hormonais

produzidas em laboratório e que acarretam efeito masculinizante, principalmente

aumento na síntese de proteínas nas células.

Os esteroides anabólicos androgênicos são substâncias químicas de derivação

sintética, similares à testosterona. Ao sintetizar essas substâncias, popularmente

chamadas de anabolizantes, os químicos potencializaram seus efeitos anabólicos e

reduziram os androgênicos. Ao usar uma substância cujas propriedades anabólicas

foram reforçadas, o indivíduo tem a massa muscular e a força física

significativamente aumentadas, com consequente aumento de rendimento esportivo

(LIMA, 1999).

O mecanismo de ação dos esteroides anabolizantes inclui os efeitos: placebo,

em nível psicológico; euforizante, diminuindo o cansaço; anticatabolizante,

diminuindo a perda de massa muscular e aumento da utilização e da síntese

proteica (RIBEIRO, 2000).

Os esteroides anabolizantes apresentam muitos problemas a nível físico e o seu

consumo prolongado pode provocar danos muito sérios no organismo, pois cada

homem está geneticamente “programado” para um certo nível de hormonas

androgênicas, como a testosterona, e ultrapassado esse limite, o organismo não terá

capacidade suficiente para responder, existindo diversos tipos de efeitos:

hipertensão arterial, hipertrofia da próstata e de outros órgãos (como o coração),

interrupção do crescimento (quando utilizados durante a puberdade), impotência

sexual, esterilidade, insônias, desregularão o nível do colesterol (os esteroides são

feitos à base de colesterol) com a diminuição dos níveis de bom colesterol e

aumento dos níveis de mau colesterol, complicações cardíacas, atrofia testicular,

redução na produção de espermatozoides, fragilidade nas articulações, mau hálito,

problemas hepáticos e tremores. Caso sejam consumidos por mulheres estas

podem começar a desenvolver caracteres secundários masculinos e também podem

sofrer de hipertrofia do clitóris. (FACULDADE ANHANGUERA, 2012).

19

2.2.4.2 Diuréticos

Os diuréticos são outro grande grupo de substâncias proibidas. Este tipo de

substâncias tem como função aumentar a quantidade de urina produzida, o que leva

a alterações no controle desta visto que a maior parte das substâncias é ilegal

quando detectada em concentrações elevadas. Ao aumentar a quantidade de urina,

as concentrações de substâncias dopantes vão diminuir, não podendo por isso

serem consideradas dopantes abaixo de certos níveis. Além desta função, os

diuréticos são também usados para perda de peso, nomeadamente em desportos

divididos por categorias de peso ou até mesmo de forma a que certas substâncias

(nomeadamente dopantes) sejam expulsas rapidamente do organismo. Os principais

diuréticos usados são o triantereno e a furosemida.

Como efeitos secundários prejudiciais, os diuréticos podem causar desidratação,

cãibras, doenças renais, perda de sais minerais, alterações no volume do sangue e

no ritmo cardíaco. Se os problemas cardíacos e renais tornarem-se muito graves,

podem mesmo levar à morte do atleta (FACULDADE ANHANGUERA, 2012).

2.2.4.3 Hormônios e outras substâncias relacionadas

Os hormônios peptídicos possuem diversas funções. Uma das suas principais

funções é a fixação peptídica, isto é, estes hormônios ajudam os músculos nas suas

reações anabólicas, ajudando a fixar os aminoácidos necessários para a construção

destes. Existem vários tipos de hormônios peptídicos, e com diversas funções, de

entre as quais se destacam:

- A eritropoietina, também denominada de EPO. Este hormônio, que existe no nosso

organismo, estimula a produção de glóbulos vermelhos, aumentando assim a

resistência do atleta (pois os músculos são fornecidos com uma maior quantidade de

oxigênio). A eritropoietina está assim associada a um tipo de doping especifico.

- A hCG, um hormônio produzido pelo feto durante a gravidez, é também usada

pelos homens para aumentar a produção de esteroides no organismo. Existem

20

também mulheres que engravidam, pois a hCG faz aumentar as concentrações de

hormônios femininos e com tais concentrações ditas “naturais” muitas outras drogas

dopantes que podem existir em certas concentrações são disfarçadas.

- HC, hormônio do crescimento, hormônio esse que tal como o nome indica é

produzida em grande quantidade durante a puberdade e permite o crescimento dos

indivíduos, é também usada na construção e recuperação de tecidos musculares.

- LH, hormônio que existe naturalmente no nosso organismo, é usada para estimular

a produção de testosterona nos testículos. (FACULDADE ANHANGUERA, 2012).

2.2.4.4 Estimulantes

Estimulantes são substâncias que estimulam e aceleram a atividade cerebral, o

que faz com que a resposta nervosa seja mais rápida, aumenta a atividade dos

atletas e diminuindo o seu cansaço.

O uso de estimulantes é muito frequente entre os atletas (é o mais frequente a

seguir ao consumo de esteroides) que tomam drogas como anfetaminas, estricnina,

cafeína ou até mesmo cocaína, para reduzirem o cansaço e aumentarem a sua

resposta cerebral. Os estimulantes podem ser tomados por via oral, em pó, através

da inspiração nasal, injeções e podem mesmo ser fumados.

Estas drogas são proibidas porque dão uma vantagem injusta aqueles que as usam

(pois o seu sistema nervoso está muito mais ativo) e, além disso, podem também ter

outras consequências para a saúde, pois estes aumentam a pressão arterial, podem

fazer com que o atleta emagreça, o uso contínuo pode destruir células nervosas (a

hiperatividade contínua provoca a sua destruição), pode provocar insônias, euforia,

alterações de comportamento, tremores, respiração acelerada, confusão cerebral, e

ainda há a possibilidade de ataques cardíacos e overdoses quando tomados em

excesso. O uso destas drogas pode provocar deformações ósseas, distúrbios

hormonais, miopia, hipertensão, coágulos sanguíneos, diabetes, doenças

articulares. (FACULDADE ANHANGUERA, 2012).

21

2.2.4.5 Beta-agonistas

Os beta-agonistas são drogas que se destinam a aumentar a massa muscular e

diminuir a massa gorda. Uma droga beta-agonista muito conhecida é a adrenalina,

que existe naturalmente no nosso organismo e que é libertada quando estamos

sujeitos a situações de grande tensão (é por isso que, quando ameaçados ou em

perigo, o homem consegue faz certas proezas ou utilizar certa força que

normalmente não conseguiria usar). Este grupo de drogas é conhecido pela sua

capacidade de controlar a distribuição de fibras musculares e de aumentar o ritmo

cardíaco, aumentando o fluxo de sangue para músculos e cérebro.

Como efeitos secundários prejudiciais temos o aparecimento de insônias,

agressividade, tremores e náuseas, falta de concentração, distúrbios psíquicos,

aumento da pressão arterial e problemas cardiovasculares.

Como substâncias proibidas nas competições internacionais ainda apresenta-se

o álcool, todo o tipo de narcóticos entorpecentes e ainda drogas antiestrogênicas,

drogas que se destinam a inibir a produção destas hormonas. Este tipo de drogas é

proibido, pois está geralmente associado ao consumo de esteroides anabolizantes

(FACULDADE ANHANGUERA, 2012).

2.2.5 Exemplo de casos

Figura 1: Tom Simpson. Fonte: readingrunningcycling.wordpress.com

Uma das vítimas mais conhecidas desse período foi o ciclista inglês Tom

Simpson, que morreu em 1967 em função do uso da combinação de anfetamina,

álcool e diurético. (GAZETA ESPORTIVA, 2013)

22

Figura 2: Ben Johson. Fonte: doping.wikia.com

O canadense Ben Johnson, por exemplo, bateu o recorde mundial dos cem

metros na Olimpíada de Seul, em 1988, e foi desclassificado por ter usado

esteroides anabolizantes (BECKER JUNIOR, 2008).

Figura 3: Diego Maradona. Fonte: newsfut.wordpress.com

O argentino Maradona, preso por porte de cocaína, foi detectado como

usuário desde a Copa Mundial de Futebol de 1994 (BRUSKI, 2009).

Figura 4: Jaqueline Carvalho. Fonte: subsolocultural.blogspot.com

Jaqueline, a ponteiro da seleção brasileira testou positivo para a substância

sibutramina em exame antidoping realizado quando jogava no Campeonato Italiano

de vôlei e não pode disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

A jogadora alegou que havia consumido um chá verde para combater celulite que

continha a substância proibida, mas não conseguiu a absolvição.

Figura 5: Romario. Fonte: espn.uol.com.br

23

O atacante Romário foi flagrado em exame antidoping realizado durante o

Campeonato Brasileiro de 2007 com resultado positivo para o uso de finasterida,

substância proibida encontrada em um tônico capilar, que o jogador utilizou para

combater a calvície. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) absolveu

Romário. Outro atleta flagrado pelo uso do tônico foi Marcão, defensor do Palmeiras.

(DOPING BLOGSPOT, 2007)

Figura 6: Shelly-Ann Fraser. Fonte: urbanislandz.com

No atletismo a jamaicana Shelly-Ann Fraser, 25 anos, sofreu um duro golpe

ao receber, em Outubro de 2010, o anúncio da IAAF (Associação Internacional das

Federações de Atletismo) de que havia sido flagrada no Exame Antidoping realizado

em Maio do mesmo ano. Em sua defesa, a competidora afirmou que a substância

encontrada no exame (oxicodona) foi utilizada apenas para combater dores de

dente, que a incomodavam antes da competição na China. (TERRA ESPORTE,

2012)

Figura 7: Thiago Neves. Fonte: www1.folha.uol.com.br

No ano de 2013 o jogador Thiago Neves admitiu ter ingerido, sem

consentimento do clube, um medicamento contendo a substância corticoide, proibida

para atletas por ser considerada doping e ficou fora do jogo contra o Caracas, na

estreia do Fluminense na Copa Libertadores da América. (FOX SPORTS, 2013)

24

Figura 8: Anderson Maisena. Fonte: www.sambafoot.com

Anderson Maisena, em 2012, ficou de fora no seu jogo da estreia, no Santa

Cruz de Recife, devido a uma dor nas costas e entrou em contato com a sogra dele,

que é da área de saúde e ela prescreveu uma medicação corticoide: Diprospan. O

jogador ficou de fora por mais 4 semanas até a substância saísse completamente de

seu organismo. (CORAL NET, 2012)

Figura 9: Anderson Silva. Fonte: www.ufc.com.br

Anderson Silva, o Spider, lutador de MMA foi pego no dia 31 de janeiro de

2015 no exame antidoping pelo uso de Drostanolona e Androstano. As substâncias

proibidas dão vantagem tanto física quanto psicológica ao atleta que as consumir.

(ESPN, 2015)

2.3 ODONTOLOGIA E DOPING

Dentre as diversas áreas de saúde, a literatura disponível sobre Odontologia

do Esporte ainda é escassa, e basicamente refere-se ao uso de protetores e

traumas bucais (RANALLI, 2002; ONYEASO & ADEGBESAN, 2003; FAKHRUDDIN

et al., 2007).

25

A Odontologia tem relevante importância na prevenção do doping, já que é

necessário que o atleta sob tratamento seja diferenciado em relação à prescrição de

medicamentos (DOMENIQUINI, 2007).

Os dentistas estão em posição privilegiada para questionar a seus

pacientes/atletas sobre o uso de alguma substância, fazendo este questionamento

de forma correta e com questões pertinentes. A literatura mostra a importância para

que estes profissionais, como prestadores de serviços de saúde, devam estar

preparados para enfrentar os desafios que cercam o tratamento de atletas

(RANALLI, 2007).

Em 2007, Ranalli publicou uma revisão da literatura alertando os dentistas

sobre a prescrição segura de medicamentos, entretanto, até o momento, não

existem evidências que tenham investigado o uso de medicamentos em odontologia

com o doping. As medicações que podem ser administradas pelo cirurgião dentista e

que podem implicar no doping seria basicamente os corticosteroides e os

anestésicos que não são consideradas substâncias proibidas mas também devem

ser citados uma vez que a sua utilização deve ser notificada.

2.3.1 Fármacos utilizados na odontologia relacionados ao doping

Na Odontologia basicamente duas substâncias são relacionadas ao doping: os

corticosteroides e os anestésicos. Essas substâncias não são proibidas e sim

consideradas restritivas.

2.3.1.1 Corticosteroides

Os corticosteroides são compostos sintéticos ou naturais relacionados com os

hormônios produzidos no córtex das glândulas suprarrenais. São usados com fins

terapêuticos para suprimir a inflamação, asma e dor. Devido aos seus efeitos

secundários, só devem ser administrados com vigilância médica. Devido ao seu uso

26

indiscriminado, foi restringido pelas instâncias competentes. Os atletas normalmente

os utilizam como anti-inflamatórios ou analgésicos, mas também por darem um certo

efeito de euforia. Está proibido o seu uso nos atletas exceto a sua aplicação tópica

(ocular, em otorrinolaringologia e dermatologia) e aerossóis (na asma e rinite

alérgica) e em injeções locais ou intra-articulares. O seu uso deve ser notificado às

instâncias competentes, referindo o porquê da sua utilização (ASSOCIAÇÃO DE

CICLISMO DO MINHO, 2010).

Em Odontologia, os corticosteroides estão indicados, geralmente, no controle

de processos inflamatórios, tais como traumas pós-cirúrgicos, ulcerações bucais

autoimunes, manifestações alérgicas graves (choque anafilático, edema de glote,

broncoespasmo, rinite alérgica, dermatoses alérgicas, reações a fármacos),

procedimentos endodônticos, artrite da articulação temporomandibular. (CARVALHO

et al, 2010).

2.3.1.2 Anestesias locais

São permitidos anestésicos como lidocaína, procaína, adrenalina entre outros,

com exceção da cocaína. Porém, a liberação só é permitida com a emissão de uma

receita médica especificando dosagem e os motivos da recomendação

(TORTAMANO e ARMONIA, 2001).

Os vasoconstritores são importantes componentes das soluções anestésicas. No

passado, atribuíam-se várias desvantagens a eles, porém muitas delas decorriam

em função do uso inadequado: injeções intravasculares, concentrações elevadas,

aplicações rápidas e grandes volumes, levando à intoxicação relativa. As

substâncias vasoconstritoras podem pertencer a dois grupos farmacológicos: aminas

simpatomiméticas e análogos da vasopressina. As mais comuns são a

adrenalina/epinefrina, a noradrenalina/noraepinefrina, a fenilefrina e o octapressina/

felipressina. A adrenalina é uma substância endógena, produzida pelas suprarrenais

quando o SNC é ativado. Essa substância tem a capacidade de se ligar aos

receptores e α e β dos órgãos inervados pelo simpático e de produzir a célebre

“reação de alarme”, descrita por Cânon, na década de 40, que prepara o animal para

a luta ou fuga (FARIA; MARZOLA, 2001; FERREIRA, 1999).

27

2.3.2 Uso de substâncias e implicações nas condições

odontológicas

Duas substâncias utilizadas para potencializar a capacidade física no esporte

podem ter relação com implicações das condições bucais: o esteroide anabólico

androgênico e hormônio de crescimento humano artificial.

Esteroide anabólico androgênico (EAA) é o nome familiar para os derivados

sintéticos do hormônio sexual masculino, a testosterona. Foi realizado um estudo

com o intuito de avaliar os efeitos do uso abusivo dessa substância sobre os tecidos

gengivais em um grupo de fisiculturistas e levantadores de peso. Todos os

indivíduos foram submetidos a exame clínico para os níveis de placa bacteriana

(índice de placa) e inflamação gengival (índice gengival). Os resultados dos estudos

revelaram que o uso prolongado de EAA está intimamente associado com níveis

significativos de hipertrofia gengival. Cirurgiões dentistas e periodontistas devem

estar familiarizados com os efeitos adversos desses derivados sintéticos da

testosterona sobre os tecidos gengivais (OZCELIK, 2006).

Um outro estudo foi realizado com intuito de examinar indícios de um suposto

elo entre a ingestão do hormônio de crescimento humano artificial e resultantes

espaços interdentais em atletas adultos. Citações originais a partir de 20 fontes

mostram que na mídia o uso de aparelhos ortodônticos multibracket entre os atletas

é amplamente atribuído às mudanças na posição dos dentes como uma

consequência da ingestão ilegal de HC. Entretanto, há poucas referências à

possibilidade de que o tratamento ortodôntico com aparelho fixo possa ser realizado

por razões não relacionadas com doping. A avaliação definitiva da questão não é

possível no momento, as relações devem ser investigadas com maior

aprofundamento (TÜRP, 2010).

3 DISCUSSÃO

A Odontologia no Esporte ainda é pouco conhecida e divulgada. Sua

atuação é feita junto às outras áreas ligadas ao esporte como a medicina, a

fisioterapia, a nutrição e a psicologia esportiva. O profissional que atua nesta área

está apto a prevenir e tratar lesões causadas nos esportes e a melhorar o

rendimento dos atletas através da manutenção da saúde bucal.

Atletas devem ter maiores cuidados com a saúde, tendo que prestar atenção

também na saúde bucal e por isso na Odontologia, a especialidade Odontologia no

Esporte, tem o intuito de melhorar os seus rendimentos através da manutenção da

saúde bucal e prevenindo e/ou tratando possíveis lesões decorrentes das atividades

esportivas. Entre os vários objetivos da Odontologia no esporte está garantir uma

excelente saúde bucal ao atleta, detectando fatores prejudiciais a ele, entre eles a

administração de medicamentos com substâncias que possam causar doping

positivo (SIQUEIRA, 2005). Segundo Domeniquini (2007), a Odontologia tem

relevante importância na prevenção do doping, já que é necessário que o atleta sob

tratamento seja diferenciado em relação à prescrição de medicamentos. Ranalli

(2007), mostra de acordo com a literatura, a importância destes profissionais

estarem preparados para enfrentar os desafios que cercam o tratamento de atletas.

A relevância deste trabalho é devido à falta de informação dos profissionais

de Odontologia sobre o tema. A pouca divulgação e escassez de artigos publicados

sobre estudos torna-se mais difícil adquirir conhecimento sobre a prescrição de

determinados fármacos para atletas após alguns procedimentos odontológicos.

Baseado nisso, é necessário uma maior preocupação do cirurgião-dentista no

tratamento de um atleta com a escolha segura das medicações prescritas. Dessa

29

forma, permitir-se-á que durante um exame antidoping o atleta não seja penalizado

em função da prescrição pelo cirurgião dentista.

De acordo com Neves e Nomura (2010) existem três características para o

doping, sendo necessário apresentar apenas duas delas para o mesmo ser

considerado: a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar

artificialmente o desempenho esportivos sejam eles potencialmente prejudiciais à

saúde do atleta ou a de seus adversários, ou contrário ao espírito do jogo.

O doping é um problema politico-social-econômica. As competições

esportivas têm sido marcadas por uma influência cada vez maior de interesses

políticos e econômicos, assim como pela crescente ênfase no individualismo e no

imediatismo que acompanham a instalação de uma sociedade de massa. E com isso

tem causado contradições no ensino da ética esportiva e um aumento na

transgressão das normas. Pode-se inferir que os valores mais nobres do esporte

moderno ficam obscurecidos quando a competição se transforma numa busca de

vitória a qualquer preço. De acordo com Proni, (2007) a violência, a fraude e o

doping, no ponto de vista do autor, não são elementos isolados ou ocasionais, mas

sim, uma decorrência da lógica que reproduz o sistema. Para Pereira et al. (2010) a

questão do doping é mais socioeconômica do que desportiva, para ele o ser humano

tem o desejo de superar-se continuamente, tentando ser mais forte e mais potente,

sem respeitar seus limites.

De acordo com a Revista Time Brasil (2011) existe duas formas para a

detecção do doping, sendo elas a urina e o sangue, podendo usá-las em dois

momentos, o controle feito em competição e fora da competição. Existe também

uma forma de detectar substâncias pelo cabelo, que tem sido empregada para

concluir se o consumo de determinado fármaco é crônico ou aleatório. (NETO,

2002). Mas como relatado por Anizan, Huestis, para a Agência Mundial Antidoping

(WADA) somente o sangue e a urina são matrizes autorizadas para teste antidoping.

Caso o atleta necessite do uso de algum medicamento com substância restrita ou

proibida ela deve relatar e solicitar uma permissão especial. (TIME BRASIL, 2011)

Para que não haja erro com relação a substâncias e medicamentos

acusados no exame antidoping a Agência Mundial Antidoping e o COI - Comitê

Olímpico Internacional divulgam uma lista atualizada em que as substâncias são

30

divididas em cinco classes principais com o que é considerado proibido para o

consumo de atletas, e, portanto ilegais. Todos eles atuam no organismo humano

fazendo com que o corpo tenha maior rendimento e produzindo mais testosterona,

no entanto causam consequências e efeitos colaterais graves para os atletas.

(TOXICOLOGIA ANALÍTICA. CURSO DE FARMÁCIA – UFSJ. 2011). É de extrema

importância que o cirurgião dentista como profissional de saúde tenha noção de

quais são essas substâncias proibidas e restritas. O cirurgião-dentista deve se

preocupar no tratamento de um atleta com a escolha segura das medicações

prescritas permitindo, desta forma, que durante um exame antidoping o atleta não

seja penalizado em função da prescrição ou do protocolo inadequado relacionado à

Isenção de Uso Terapêutico (IUT) preconizada pela AMA para ser utilizada por

profissionais de saúde.

.Apesar das substâncias relacionadas à odontologia serem apenas restritas o

cirurgião dentista deve ficar atento às substâncias proibidas como o esteroide

anabólico androgênico e hormônio de crescimento humano artificial que estão

relacionadas a alterações bucais (OZCELIK, 2006). Contudo, as substâncias

restritas também merecem ser destacadas pois a implementação de uma prescrição

medicamentosa segura para um atleta implica na sua utilização com notificação.

Em 2007, Ranalli publicou uma revisão da literatura alertando os dentistas

sobre a prescrição segura de medicamentos, entretanto, até o momento, não

existem evidências que tenham investigado o uso de medicamentos em odontologia

com o doping. As medicações que podem ser administradas pelo cirurgião dentista e

que podem implicar no doping seria basicamente os corticosteroides e os

anestésicos que não são consideradas substâncias proibidas mas também devem

ser citados uma vez que a sua utilização deve ser notificada.

Apesar de poucas publicações sobre o tema, percebe-se a importância dessa

área de conhecimento, tanto na prevenção, quanto no tratamento para o atleta, pois

geralmente o mesmo é tratado de forma convencional o que é um equívoco,

necessitando assim de um acompanhamento profissional diferenciado.

Portanto, os profissionais de odontologia devem estar cientes que ao

atenderem atletas eles necessitam de um cuidado maior devido as possibilidades

das substâncias utilizadas rotineiramente na clinica diária serem apontadas no

31

exame antidoping. Assim, o cirurgião dentista deve ter domínio das drogas que

prescreve sendo preciso lembrar que em casos de atletas a administração deve ser

realizada com notificação. Assim, nos casos dos anestésicos odontológicos, uso de

corticosteroides corriqueiramente utilizados com ação anti-inflamatória devem ser

utilizados de forma planejada e apenas se necessário. Caso sendo usado devem

constar no relatório enviado pelo médico à comissão antidoping do evento.

4 CONCLUSÃO

Até o momento, não existem evidências que tenham investigado o uso de

medicamentos em odontologia com o doping. As medicações que podem ser

administradas pelo cirurgião dentista e que podem implicar no doping seria

basicamente os corticosteroides e os anestésicos, que não são consideradas

substâncias proibidas, mas também devem ser citadas uma vez que a sua utilização

deve ser notificada.

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