OESP-2015-09-14

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7/17/2019 OESP-2015-09-14 http://slidepdf.com/reader/full/oesp-2015-09-14 1/42 Caderno2 Desafiode inovar Em Zoom,Pedro Morellimistura filmeedesenho FUNDADOEM 1875 Bogotá acusa Caracas deviolarespaçoaéreo A Alemanha fechoua fronteiracoma Áustria, reduzindo o fluxo deentradadeimigrantesnopaís, após receber mais de 450 mil pessoas no ano. Berlim diz que mais de 60 mil chegaram ao país em duas semanas. Em naufrágiona ilhagregade Lesbos( foto),imigrantesíriocarrega bebê.Outroacidentedeixou 34 mortos, entre eles 15 crianças. INTERNACIONAL / PÁG.A8 Refugiados, drama no mar ALKIS KONSTANTINIDIS/REUTERS l‘Pauta-bomba’ deR$ 283bi Formadapor 19 projetos em tramita- ção no Congresso,a “pauta-bomba” pode impactar as contaspúblicas em ao menosR$ 283,8 bilhões em cinco anos.O númeroincluiaumentode despesas e perda de receitas. PÁG.A5 Cadernetade poupança perdedainflação INTERNACIONAL/ PÁG.A9 Emnovarodadadereuniões,apresiden- teDilmaRousseffdecidiuontemelevar deR$15bilhõesparaatéR$20bilhõesa metade reduçãode gastos.Maisadian- te,o planoé aumentaralíquotasdeim- postosjáexistentes parazerar o déficit deR$30,5bilhõesprevistonoOrçamen- tode2016.Essearranjoabririacaminho noCongressoparanegociaracriaçãode tributose atingir superávit primáriode 0,7% do PIB. Durante as discussões no fimdesemana,aequipeeconômicache- goua sugeriro congelamentodos salá- riosdosservidores.Porora,aideianão será levada adiante. Programas sociais, porém, serão afetados. Na reunião de ontem, com Joaquim Levy (Fazenda), NelsonBarbosa(Planejamento)eAloi- zioMercadante(CasaCivil),Dilmades- cartouaideiade“zerar”odéficitsócom os cortes de gastos porque “pararia a máquina pública”. Por isso, o governo insistirá na elevação de alíquotas e na recriaçãode impostos. POLÍTICA/ PÁG.A4 DIRETODA FONTE NELSONANTOINE/FRAME Dilma amplia corte, mas só  vai zerar déficit com imposto MetadereduçãodegastosobedeR$15bilhõesparaR$20bilhões;ideiadecongelarsaláriodeservidorédescartada ‘Éobrigatório enfrentara incerteza’, afirma Levy Tempoem SP O caminhoda redenção Nada podeapagar oshorrores da2.ª Guerrae doHolocausto.Masa Ale- manha moderna é o exemplo mais poderosodequese podemudar. VISÃOGLOBAL/ PÁG.A10 22°Máx. 13°Mín. 0H30 ‘NÃOTEM ESPAÇOPARA AUMENTAR TRIBUTO’ Entrevista João Carlos Brega PRESIDENTEDA WHIRLPOOLAMÉRICALATINA Emartigoparao Estado,oministroda Fazenda,JoaquimLevy,dizqueépreci- soenfrentaraincertezaqueafetaadis- posiçãodas empresas eminvestir.Pa- raLevy,oPaísprecisadereformasque asseguremasustentabilidadedascon- tas públicas a longo prazo, a começar peladiscussãodo Orçamentode2016. “Sabemos para onde queremos ir”, diz.“Essecaminhosóserealizarácom segurançafiscal.” ECONOMIA/ PÁG.B14 JULIOMESQUITA (1862 - 1927)       I        S       A        C       L       U       Z LÚCIA GUIMARÃES MORREATRIZEMODELO EdiçãodeEsportes lMorreuontemnoRio,aos60anos, a ex-modelo e atriz Betty Lago. Conhecidapelohumorde seus personagens, ela lutava havia três anoscontraum câncernavesícula. ECONOMIA / PÁG.B8  A reformapolítica aprovadana Câma- ra prevê que todo financiamento em- presarial de campanha seja feito por meiodedoaçõesocultas.Pelanovare- gra, é impossível estabelecer vínculo entre empresas que doam e políticos financiados por elas. POLÍTICA/PÁG.A7 Leioficializa doaçãoocultade campanha política Para executivo, Brasil vive crise de credibilidade e saída não é aumen- tar imposto. “Como qualquer em- presa,oajustetemdeserpeladespe- sa. Não tem milagre, a equação de impostoschegouaolimite.”Elelem-  braque a cargafiscalé dequase 40% doPIBe,se o tributosubir,areceita cairá. Em vez de imposto provisó- rio, defende “redução de despesa provisória”. ECONOMIA/PÁGS.B1e B3 Corinthians dispara Betty Lago H1955 = 2015 NOTAS& INFORMAÇÕES Opreço dadoaçãoeleitoral Empresa não vota e, portanto, não deve influenciar quem de- tém o direito ao voto.  PÁG.A3 Patrulhaegípcia mata12turistas ‘por engano’  A Corregedoria da Polícia Militar prendeuontemdezpoliciaissuspei- tosdeparticipardaexecuçãodeFer- nandoHenriquedaSilva,háumase- mana,emSão Paulo.Elefoi atirado dotelhadoporumPMebaleado.Na sexta-feira,outroscincopoliciaisfo- rampresosporoutraexecução,tam-  bémfilmada. METRÓPOLE/ PÁG.A11 Dilma, pedaladae eleição Técnicosdo TCUlevaramao Senado palavrase númerosquedesnudamo usode recursos públicos. PÁG.A3 Perdendoa voz Sei que falode um mal-estar da minhageração.Continuo anão abrir mão da voz, sabedora de que posso me esconder atrás do texto. CADERNO2/ PÁG.C8  Esta publicação é impressa em papel certificado FSC® garantia de manejo florestal responsável, pela S. A. O Estado de S. Paulo Iron Maiden. Novo disco já estáno topodas paradas . PÁG.C8 TADEUBRUNELLI Corinthians vence Joinville por3 a 0 (foto) e dispara naliderançadoBrasileiro,após empatedoAtlético- MGevitóriadoSãoPaulosobreo Grêmio. PÁGS.D1A D3 HenriqueFogaça. Chefdesmistifica a mania de gourmetização. PÁG.C2 FAREED ZAKARIA Uma patrulha do Egito matou “por engano” pelo menos 12 turistas de nacionalidades mexicana e egípcia aoconfundirgrupocomterroristas. Oscarroscirculavamemáreadetrá- fegoproibido.INTERNACIONAL/PÁG.A8  Vídeo de nova execução leva mais dez PMs para a prisão l Ummês da chacina deOsasco Dezenove cruzes pretas foram colo- cadas no vão livre do Masppara lem- brarum mêsda chacina. PÁG.A11 Solà tarde. Pág.A12 Segunda-feira  14DE SETEMBRODE 2015  R$ 4,00 ANO136 Nº44526 EDIÇÃODE  estadão.com.br

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Diário brasileiro do mês de Setembro

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  • Caderno2Desafio de inovarEmZoom, PedroMorelli misturafilme e desenho

    FUNDADO EM1875

    BogotacusaCaracasdeviolar espaoareo

    AAlemanha fechou a fronteira com austria, reduzindo o fluxo de entrada de imigrantes no pas, aps receber mais de 450mil pessoas no ano. Berlim diz que mais de 60 mil chegaram ao pas em duas semanas. Emnaufrgio na ilha grega deLesbos (foto), imigrante srio carrega beb. Outro acidente deixou 34 mortos, entre eles 15 crianas. INTERNACIONAL / PG. A8

    Refugiados,dramanomar

    ALKIS KONSTANTINIDIS/REUTERS

    l Pauta-bomba deR$283biFormada por 19 projetos em tramita-o no Congresso, a pauta-bombapode impactar as contas pblicas emaomenos R$ 283,8 bilhes em cincoanos. O nmero inclui aumento dedespesas e perda de receitas. PG. A5

    Cadernetadepoupanaperdeda inflao

    INTERNACIONAL/ PG. A9

    Emnovarodadadereunies,apresiden-teDilmaRousseffdecidiuontemelevardeR$15bilhesparaatR$20bilhesameta de reduo de gastos.Mais adian-te, o plano aumentar alquotas de im-postos j existentes para zerar o dficitdeR$30,5bilhesprevistonoOramen-tode2016.Essearranjoabririacaminho

    noCongressoparanegociaracriaodetributos e atingir supervit primrio de0,7% do PIB. Durante as discusses nofimdesemana,aequipeeconmicache-gou a sugerir o congelamento dos sal-rios dos servidores. Por ora, a ideia noser levada adiante. Programas sociais,porm, sero afetados. Na reunio de

    ontem, com Joaquim Levy (Fazenda),NelsonBarbosa (Planejamento) eAloi-zioMercadante(CasaCivil),Dilmades-cartouaideiadezerarodficitscomos cortes de gastos porque pararia amquina pblica. Por isso, o governoinsistir na elevao de alquotas e narecriaode impostos. POLTICA/PG.A4

    DIRETODA FONTE

    NELSON ANTOINE/FRAME

    Dilmaampliacorte,massvaizerardficit comimpostoMetadereduodegastosobedeR$15bilhesparaR$20bilhes; ideiadecongelarsalriodeservidordescartada

    obrigatrioenfrentar aincerteza,afirmaLevy

    TempoemSP

    Ocaminho da redenoNada pode apagar os horrores da 2.Guerra e doHolocausto. Mas a Ale-manhamoderna o exemplomaispoderoso de que se podemudar.VISOGLOBAL / PG. A10

    22Mx. 13Mn.

    0H30

    NOTEMESPAOPARAAUMENTARTRIBUTO

    EntrevistaJoo Carlos BregaPRESIDENTEDAWHIRLPOOL AMRICA LATINA

    EmartigoparaoEstado, oministrodaFazenda,JoaquimLevy,dizquepreci-soenfrentaraincertezaqueafetaadis-posio das empresas em investir. Pa-raLevy, oPasprecisade reformasqueasseguremasustentabilidadedascon-tas pblicas a longo prazo, a comearpela discusso doOramento de 2016.Sabemos para onde queremos ir,diz. Esse caminho s se realizar comsegurana fiscal. ECONOMIA / PG.B14

    JULIO MESQUITA(1862 - 1927)

    ISACLU

    Z

    LCIAGUIMARES

    MORREATRIZEMODELO

    EdiodeEsportes

    lMorreuontemnoRio, aos60anos,a ex-modelo e atriz Betty Lago.Conhecida pelo humor de seuspersonagens, ela lutava havia trsanos contra um cncer na vescula.

    ECONOMIA / PG. B8

    A reforma poltica aprovada naCma-ra prev que todo financiamento em-presarial de campanha seja feito pormeiodedoaesocultas. Pela nova re-gra, impossvel estabelecer vnculoentre empresas que doam e polticosfinanciados por elas. POLTICA / PG.A7

    Lei oficializadoaoocultadecampanhapoltica

    Para executivo, Brasil vive crise decredibilidade e sada no aumen-tar imposto. Como qualquer em-presa,oajustetemdeserpeladespe-sa. No tem milagre, a equao deimpostoschegouaolimite.Elelem-braqueacarga fiscal dequase40%doPIBe, seo tributo subir, a receitacair. Em vez de imposto provis-rio, defende reduo de despesaprovisria. ECONOMIA / PGS.B1 eB3

    Corinthiansdispara

    Betty Lago H 1955 = 2015

    NOTAS& INFORMAES

    Opreo da doao eleitoralEmpresa no vota e, portanto,no deve influenciar quem de-tm o direito ao voto. PG.A3

    Patrulha egpciamata 12 turistaspor engano

    A Corregedoria da Polcia Militarprendeuontemdezpoliciaissuspei-tosdeparticipardaexecuodeFer-nandoHenriquedaSilva,humase-mana, emSo Paulo. Ele foi atiradodotelhadoporumPMebaleado.Nasexta-feira,outroscincopoliciaisfo-rampresosporoutraexecuo,tam-bm filmada.METRPOLE / PG.A11

    Dilma, pedalada e eleioTcnicos do TCU levaram ao Senadopalavras e nmeros que desnudamouso de recursos pblicos.PG.A3

    Perdendoa vozSei que falo de ummal-estar daminha gerao. Continuo a noabrir mo da voz, sabedora de quepossome esconder atrs do texto.CADERNO2 / PG. C8

    Esta publicao impressa em papel certificado FSC garantiade manejo florestal responsvel, pela S. A. O Estado de S. Paulo

    IronMaiden.Novo disco jest no topo dasparadas.PG. C8

    TADEU BRUNELLI

    Corinthians vence Joinville por 3 a 0 (foto) e disparana liderana do Brasileiro, aps empate do Atltico-MG e vitria do So Paulo sobre o Grmio. PGS. D1 AD3

    Henrique Fogaa.Chef desmistifica amania de gourmetizao.PG. C2

    FAREEDZAKARIA

    Uma patrulha do Egito matou porengano pelo menos 12 turistas denacionalidades mexicana e egpciaaoconfundirgrupocomterroristas.Oscarroscirculavamemreadetr-fegoproibido. INTERNACIONAL/PG.A8

    Vdeo de novaexecuo levamais dez PMspara a priso

    lUmmsdachacinadeOsascoDezenove cruzes pretas foram colo-cadas no vo livre do Masp para lem-brar ummsda chacina. PG. A11

    Soltarde.Pg. A12

    %HermesFileInfo:A-1:20150914:

    Segunda-feira 14 DE SETEMBRO DE 2015 R$ 4,00 ANO 136 N 44526 EDIO DE estado.com.br

  • %HermesFileInfo:A-2:20150914:

    A2 Espao aberto SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

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    OLIVEIROS S.FERREIRA

    QuepretendeMichelTemer, afinal?

    FrumdosLeitores

    Observadoresatentospergun-tam-se, comcerta angstia,quantos dias ovice-presiden-te da Repblica deixar que seescoem at que defina o papelquepretendedesempenhar nodramaemqueseconsomemasenergiasdoPas. Elenopode-ralegar ignornciaouquenoestpreparadoparaoqueaHis-tria parece ter-lhe destinado.Enquanto continuar desem-

    penhando o papel de analistacrtico, dando a entender queapenas espera subir ao trono,ele se esquecedequeessecom-portamentopermiteincrimin-lo como incentivadorda crise.O desarranjo do sistema po-

    ltico j era de bom tamanho enoserianecessrioqueTemerdeixasse claro que apenas al-gum capaz de reunir os esfor-os dos brasileiros todos seriacapazderesolv-lo.Assimpen-sou, porm, e assimdisse. Ime-diatamente,oscorporativosre-presentantes do poder econ-mico assinaram manifesto deprimeira pgina na imprensadosmaioresEstadosdaFedera-o endossando sua fala e dei-xando, por sua vez, tambmmuitoclaroqueotinhamcomosalvador daPtria.OmanifestodaFiespedaFir-

    janapenas revelouqueopodereconmicotinhaoseucandida-to, formandocomovice-presi-dentenahiptese de impeach-ment da presidente e pondoSkaf de escanteio. Mas a con-cluso a que chegaram as enti-dades corporativas da inds-tria parece ter apanhado Te-mer de surpresa. Como quepretendendodeixarmais claroainda que no um polticoqualquer procura de empre-go, ele tem feito declaraesque ora garantem seu apoio aDilmaatofinaldeseumanda-to, ora mais o colocam comosucessor, no caso de impeach-mentdecretadopeloCongres-so,oucomocandidato,nocasode anulao das eleies, seconsideradas fraudadas talcomo o PSDB ainda faz ques-to de insistir em afirmar queforam por deciso doTSE.Uma das ltimas de suas de-

    claraes, porm a divulgadana quarta-feira 2 de setembro,apenasveiocomplicaraequa-o. Antes de Temer afirmarqueDilmateriadificuldadespa-rachegar ao fimdoseumanda-

    to, dava-se por assentado que,talqualItamarFrancosucedeua Collor, ele lhe sucederia co-mo ocupante domais alto car-go da Repblica. Depois, o queera tranquilo se conturbou. Etodospuderamseperguntar seele no estaria mais preocupa-docomademoranadecisoso-breoimpeachment,demoraes-sa que poderia permitir que asforas econmicas e polticasanunciassem outro candidato e a paz.Essa declarao poderia ser

    tomadacomooreconhecimen-todas dificuldades a seremen-frentadas to logo o processode afastamento de Dilma seconclua.Oproblema, porm, que o mundo poltico parecenoestardispostoaficarexpos-to ao sol, dependendo de queTemer feche a porta da direita

    commuito cuidado epergunteao fregusdo ladoqual foi o re-sultado do futebol. Enquantoele continua insistindona pos-turaemqueest,nosesabeaocerto quem o sr. prof. dr. Mi-chel Temer. Ser ele umLordeMacbeth? Ou ser o candidatodealgunspoetinhasquecansa-ram de fazer oposio em ver-sosevotosedesermerocontra-peso na poltica e aspiram aexercer diretamente o podercom todas as suas prebendas eprerrogativas?Uma questo bastante sria

    parece no estar perturbandoTemer: ele no se preocupouat agora em dizer a que tervindo.Ofereceaomundopolti-coasgarantiasdequeseugover-no,sevieraserpresidente,serum governo sem grandes tu-multos, emboraprecisevenceras inmeras dificuldades que arecuperaodaeconomiatrarconsigo. Enfrentar tambm,no entanto, a agitao do PT edeoutrospartidosmenores,es-teja ou no esteja seguindo ocaminhomais correto.No basta a quem quer que

    seja candidato ou aspire a s-lodizercomtodasasletrasousim-plesmentedeixarclaroquepro-curar pr a economia em or-dem. A experincia de TemernaVice-Presidnciaenaarticu-laopolticadeve ser bastantepara convenc-lo de que oBra-

    sil espera, na crise emque vive-mos, que cada um cumpra oseudever isto,quecadaumcorra o risco de ser criticadopor propor solues pouco ouexcessivamente ortodoxas pa-ra o que ningum sabe comoexatamentesecaracterizaenin-gumprojetacomosedesenro-lar, embora todos tenhamconscincia das dificuldadesque qualquer soluo trar, in-clusive no campo das relaespessoaismuitoprximas,inclu-sivenocampodasrelaespes-soais internacionais.Esse um dos aspectos que

    Temer deve encarar corajosa-mente ao escolher opapel ade-sempenhar, se que pretendeassumirqualquerpapel de rele-vncia maior no processo. PoisseriapossveltambmimaginarqueTemer tentamanterDilmacomo rainha e o PMDB gover-nando,numnovosistemahbri-do que bem poderia chamar-sedepresidenlamentarismo...Quando acompanhamos

    com todo o interesse as opi-niesexpressasnosdebatesso-bre a crise brasileira, o que nosespanta no encontrar ne-nhumenunciadoarticuladoen-treopassado,opresenteeo fu-turocomummnimodecoern-cia. Todos ns sabemos que osproblemasprecisamserresolvi-dos, que as solues propostasnos faro trilhar caminhos r-duose levaroaumfimquede-verseraceitoportodos,embo-ra no seja o resultado da con-vergnciadeinteressesimedia-tos. Tudo nos leva a crer queso muito poucos os que sepreocupam com bem colocarnocenrioonossopas, noHe-misfrio Ocidental, que estsendo aberto sem nenhumaprecauo ou cuidados ao in-certo capital chins, a ideiasexgenaseavaloresquenuncalhe pertenceram.Seria interessante que nos

    lembrssemos de 1964. Os quedesejavam a substituio deGoulart tinham ideias muitoclaras sobre o processo polti-co e econmico que enfrenta-riam tendo em vista, especial-mente,as relaescomosEUAecomospases vizinhos.Hoje,aideiadeBrasilseperdeemna-damais que demagogia.

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    PROFESSOR DA USP E DA PUC-SP.

    MEMBRO DO GABINETE E OFICINA

    DE LIVRE PENSAMENTO ESTRATGI-

    CO. WWW.OLIVEIROS.COM.BR

    O vice-presiden-te Michel Te-mer, sempreprudente e cal-culista, lanouum mssil con-tra o governo Dilma Rousseff.Emencontrocomempresriosemovimentosdeoposio,Te-mer comportou-se como umanalista poltico, e no como ocompanheiro de chapa de Dil-ma, ao dizer que a presidentedificilmentechegaraofinaldeseumandato semantiver a po-pularidade de apenas um dgi-to: Hoje o ndice (de aprova-o) realmente muito baixo.Ningum vai resistir trs anose meio com esse ndice baixo.Se continuar assim, 7% de po-pularidade, de fato fica difcilpassar de trs anos.Temer uma raposa expe-

    riente. Suas declaraes refle-tem a percepo do mdicodiante de um paciente termi-nal. O governoDilma Rousseffapresenta umquadro de faln-cia administrativa irreversvel.Notemvolta.Arennciaseriaa sada mais nobre, inteligentee menos traumtica. O impea-chment,semelhanadasdolo-rosas agonias, pode ter um de-senlace demorado e sofrido.Aopiniopblicaestcansa-

    dadoautoritarismo ideolgicoe da incompetncia lulopetis-ta. A mquina do governo estparada, o desemprego aumen-ta,o investimentosumiu.Acri-se econmica no tem prece-dentes. O pessimismo, comsuafortecargapsicolgica,am-plia a gravidade do quadro. Asociedadequervirarapgina.por a mesmo.Mas preciso irdevagar com o andor. A sadade Dilma Rousseff dar umaoxigenada momentnea. Masnosignificar,necessariamen-te, umamudana substancial.Omodelodegovernodecoa-

    lizao e os personagens quecompem o cenrio polticobrasileiro no so nada anima-dores.Semumareformapolti-ca profunda, no cosmtica oupara acomodar interesses su-balternos, tudo terminar emrevolta, decepo e, talvez, emperigosa porta de entrada paraaventureiros, oportunistas eautoritrios.HugoChveznofoifrutodoacaso.Foioresulta-dodiretodacorruposistmi-ca,da injustiasocialedoesgo-tamentodomodelopolticove-nezuelano. Deu no que deu.Em princpio, Dilma ser su-

    cedida por Temer. Trata-se deum bom constitucionalista epolticoexperiente.Temavan-tagemdeestarnumafasedavi-daemqueapreocupaocomabiografia costuma superar des-vioseimediatismos.Seusupor-te,noentanto,ovelhoPMDB,partidodegrandeforaecapila-ridade, mas com fragilidadesticas importantes.Armado de uma sinceridade

    cortante e de boa dose de desi-luso, o deputado Jarbas Vas-concelos (PMDB-PE), um po-ltico tarimbado e combativo,traou certa vez um quadrosombrio do seu partido e daprpria poltica brasileira. Se-gundo ele, o PMDB hoje umpartido sem bandeiras, sempropostas, semnorte, noqualboa parte quer mesmo cor-rupo. Para o ex-governadordePernambuco, oPMDBatualno passa de uma confedera-o de lderes regionais, cadaum com seu interesse, sendoque mais de 90% deles prati-cam o clientelismo, de olhoprincipalmentenoscargospa-ra fazer negcios, ganhar co-misses. E mais: Alguns ain-da buscamoprestgio poltico.Masamaioriadospeemedebis-tas se especializou nessas coi-saspelasquais os governos sodenunciados: manipulao delicitaes, contrataes dirigi-das, corrupo emgeral.Impressionanteodepoimen-

    to de Jarbas Vasconcelos! Te-mosrazes, inmeras,parade-sabar no mais profundo pessi-mismo. Mas no devemos. OBrasil maior que os seus pro-blemas. Assistimos ao avanode um Judicirio independen-teetecnicamentecompetente,de umMinistrio Pblico des-temido,deumaPolciaFederalrepublicanaedeumaimprensacomprometida com a verdadee coma sociedade. Percebe-se,sobretudo, um fantstico des-pertar da classemdia, que de-cidiuassumirumlegtimopro-tagonismona vida nacional.Acorrupo, de longe, uma

    das piores chagas que maltra-tam a vida brasileira. Polticoscorruptosecorruptores,apoia-dos na fora de um marketingdesviado,vendemiluseselan-

    ammigalhasdeassistencialis-mo.Masnegamaopovoaquiloa que ele tem direito: sade,educaoeseguranacompat-veiscomosimpostosquepaga. preciso dar umbasta ao ci-

    nismoeladroagem!Odeputa-do Jarbas Vasconcelos falouem pblico o que a imprensadenuncia regularmente. Cabe-nos o dever irrenuncivel daperseverana investigativa. Osbrasileiros merecem um Pasdecente.Chegouahoradaverdadepa-

    raospolticose governantes.Asociedade est farta da empu-lhao.Osculpadospelaesbr-niacomdinheiropblico,inde-pendentementedos partidos eda posio que ocupem na ca-deia corruptora, devem serexemplarmente punidos. E is-so no significa, nem de longe,rupturadoprocessodemocrti-co, golpismo ou incitamento radicalizao.A imprensa tem funo rele-

    vante no momento que vive-mos.Umcondenadodomensa-lo referiu-se imprensa quedesencadeia a presso popularcontra homens pblicos ati-cos e governantes corruptoscomparando-a, comcinismo, ditaduramilitar.Taisdeclara-es, caractersticas de polti-cos apanhados com a boca nabotija, no devem preocupar.Afinal, todos, independente-mentedeseucoloridoideolgi-co,procuramumbodeexpiat-rio para justificar seus crimes,deslizes emalfeitos.Aculpa da imprensa!Ogri-

    to umamanifestao de des-prezo verdade.O Brasil est passando por

    profunda mudana cultural.Transparncianosnegciosp-blicos, tica e competncia soas principais demandas da so-ciedade.Eaimprensaestsinto-nizada comessas aspiraes.Mas a sociedade no se pode

    limitar ao clamor pela sada dapresidente Dilma Rousseff. precisocriarumaagendadere-construo nacional: reformapolticaprofunda(comrevisodo modelo de governana decoalizo), corte efetivo de gas-tos pblicos, enxugamento doEstado,Ministriodealtonveltcnico e tico. O governoDil-ma acabou. preciso pensar efocar no dia seguinte.

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    JORNALISTA. E-MAIL: DIFRAN-

    [email protected]

    Publicado desde 1875Amrico de Campos (1875-1884)Francisco Rangel Pestana (1875-1890)

    Julio Mesquita (1885-1927)Julio de Mesquita Filho (1915-1969)Francisco Mesquita (1915-1969)Luiz Carlos Mesquita (1952-1970)

    Jos Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1988)Julio de Mesquita Neto (1948-1996)Luiz Vieira de Carvalho Mesquita (1947-1997)Ruy Mesquita (1947-2013)

    Ele no pode alegarque no est preparadopara o que a Histriaparece ter-lhe destinado

    Odiaseguinte

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    CARLOS ALBERTODI FRANCO

    O governo Dilmaacabou. preciso criaruma agenda dereconstruo nacional

    LULOPETISMOO tempo urge

    O impeachment mostra-se co-mo uma faca afiada de dois gu-mes ao atingir a direita em 1992e agora a esquerda, em 2015. OPas prepara-se para uma transi-o de trs anos e deve decidirse quer continuar com o presi-dencialismo de coalizo (articu-lao poltica por fora do Con-gresso Nacional) ou ter chefe degoverno (articulao polticapor dentro doCongressoNacio-nal). No h mais tempo paraevitar o naufrgio da presidente,mas devem-se encontrar meiospolticos e econmicos de evitaro afundamento social do Pas.LUIZ ROBERTO DA COSTA [email protected]

    Impeachment inevitvel

    Osenador RonaldoCaiado alegaque existe um movimento su-

    prapartidrio no Congressocom proposta para sada da cri-se. Tenhodvidas razoveis. Ine-gavelmente, o Brasil apresentaum cenrio pssimo, de falta decredibilidade, capacidade, hones-tidade, etc. Pergunto: como oCongresso, cujos principais par-lamentares esto envolvidos eminvestigaes de corrupo e ou-tros episdios imorais, incluin-do os presidentes da Cmarados Deputados e do Senado, po-der ajudar-nos na soluo dacrise? E os cortes de gastos co-brados do Executivo, j estosendoprovidenciadosnoLegisla-tivo e no Judicirio? Ser que es-sesPoderesno tmrecursoshu-manos, e outros, excedentes?CARLOS GONALVES DE [email protected] Paulo

    Perdido por perdido...

    O governo enviou ao Congressoa proposta de Oramento para2016 com rombo de R$ 30,5 bi-

    lhes, reveliadoministrodaFa-zenda, Joaquim Levy, pois comcerteza ele sabia que essa confis-so explcita de incapacidade dogoverno decretaria o rebaixa-mentodanotade crditodoBra-sil. E no deu outra. A Standard& Poors tirou o grau de investi-mento do Pas e hoje os ttulosbrasileiros valemmenosqueapa-ras de papel para reciclagem. Oselo de bompagador foi retiradoe aos olhos do mundo somosagora potenciais caloteiros. Masisso no quer dizer nada, segun-do o bravateiro Lula. Como essegoverno vive custa dementirasedissimulaes, essa transparn-cia repentinapode ter sidode ca-so pensado. A gente d umadetransparente, manda a propostacom o buraco oramentrio, va-mos ser punidos por agncias derisco, a, passamosabatataquen-te para o Congresso, que con-tra o aumento da carga tribut-ria. Seno aprovar o aumento deimpostos, a culpa ser toda delepela falncia total na Nao. Eagora, excelncias, defendero o

    povo ou o governo chantagista?QueDillema!SRGIO [email protected]

    Entulho

    Todo brasileiro bem informadoconhece as causas deste descala-bro econmico: roubalheira de-senfreada e gastos exorbitantes(do governo), que qualquer donade casa atenta ao oramento do-mstico jamais faria. Tambmconhece a motivao de tal des-calabro: manter-se no poder aqualquer preo, cumprindo oprograma do Foro de So Paulo,e ter temposuficientepara, sufo-cando a imprensa livre e os crti-cos doPT, apagar todos os vest-gios dos tais malfeitos. Comonecessrio complemento, conti-nuar cooptando polticos venaise aparelhando o Judicirio e amquina do governo. Ora, comtodo esse envolvimento no temcondies de cortar na prpria

    carne, s lhe restando impor aoesfolado cidado o aumento daj absurda carga tributria, cujaconsequncia ser a continuida-de do dficit arrecadador por terexaurido opagador de impostos.Qualquer cidado cujo rendi-mento advenha do comrcio co-nhece essa realidade. Portanto,s nos resta remover esse entu-lho do [email protected] Paulo

    Semmedo de ser feliz

    A esperana venceu o medo e olullopetismo realizou o sonho: oBrasil opera no vermelho!A. [email protected] Paulo

    Gestores semmoral

    Muito pior que aumento da dvi-da, inflao, elevao de juros,

    baixo PIB, etc., consequncia deanos de incompetncia e impro-bidade administrativa, a baixaestima dos gestores pblicos.Pessoas que conduzem projetosdo governo, analisam polticaspblicas e teoricamente deviamter vontade de inovar perderamo moral. O esprito de luta, dequerer mudana, de trabalharforte por um projeto eficiente,eficaz e efetivo est se esvaindodos que so pagos para gerir acoisa pblica. Isso, sim, grave!CRISTIANO [email protected]

    Justia feita

    Felizmente, o Tribunal Regionaldo Trabalho fez justia ex-fun-cionria do banco Santanderque, com competncia e profis-sionalismo, alertouaos correntis-tas sobre os riscos da reeleioda presidente Dilma. Lamenta-velmente, o banco, tomandoumamedida absurda, atendeu s

  • %HermesFileInfo:A-3:20150914:

    O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 Notas e Informaes A3

    A Cmara dos De-putados no per-deu tempo. Na pri-meira oportunida-de que teve, rever-teu a deciso do Se-nado e liberou adoao de empre-

    sas para campanhas polticas. Porironia, no mesmo dia da deciso,os deputados ofereceram um ti-mo exemplo de um dos males oca-sionados por esse tipo de doao uma atuao parlamentar cheia dededos com as empresas doadoras.A CPI do BNDES rejeitou o requeri-mento para a convocao de doisempresrios, donos da empresaJBS, que segundo dados do Tribu-nal Superior Eleitoral doou R$366,8 milhes para campanhas po-lticas em 2014.De acordo com o requerimento

    do deputado Arnaldo Jordy (PPS-BA), o BNDES investiu mais de R$

    8 bilhes na empresa JBS e, portan-to, seria muito conveniente ouviros donos do grupo empresarial naCPI que investiga os contratos definanciamento do banco estatal.Mas os deputados preferiram nocausar esse tipo de constrangimen-to a to generosos doadores. Acha-ram mais oportuno aproveitar aocasio para enaltecer o grupo em-presarial. O deputado Carlos Zarat-tini (PT-SP) fez questo de regis-trar que a JBS uma empresa desucesso. Para Zarattini, temosque convocar quem tem proble-ma. A mensagem foi cristalina:quem est no azul e pode doar no tem o que temer. A Casa nolhe causar aborrecimentos.A atuao da CPI do BNDES dei-

    xa claro, mais uma vez, que empre-sa no doa. Ao repassar dinheiroaos partidos, ela faz um investimen-to, que depois devidamente co-brado dos candidatos eleitos. No

    mnimo, o preo uma atuao par-lamentar que no cause grandesproblemas ao doador. A doao em-presarial inverte a lgica demo-crtica, como se o eleito represen-tasse no as pessoas que nele vota-ram, mas as empresas que com elecolaboraram.Alm disso, cada real doado pe-

    las empresas entra no valor das lici-taes, dos contratos, dos preosao consumidor, etc. Dessa forma,as altas cifras das doaes empresa-riais vo diretamente para a contade cada brasileiro e aumentam dire-tamente o custo Brasil. A rigor, oempresrio deveria colocar em suaplanilha de despesas o valor dadoao eleitoral.A Cmara, no entanto, no se

    deu ao trabalho de fazer esse sim-ples clculo a respeito do custo pa-ra o Pas das doaes empresariais.Os deputados optaram simples-mente por manter o atual sistema

    de doao, com o qual os partidostm grande intimidade e no qual sa-bem se mover com fina desenvoltu-ra. Mostraram assim que estomais preocupados em manter in-tacta a fonte de receitas dos parti-dos do que em melhorar o sistemapoltico.Se a melhora do sistema fosse

    prioritria, teriam no mnimo me-nos pressa em reverter a decisodo Senado, aproveitando a ocasiopara voltar a ponderar sobre um te-ma de tamanha gravidade. Semmuito esforo, teriam percebido,por exemplo, que a proibio dasdoaes de empresas pode ajudar aacabar com a estranha inversoque se viu na CPI do BNDES de-putados representando os interes-ses dos doadores, e no os dos seuseleitores.A doao de pessoas jurdicas aos

    partidos polticos confere s em-presas um protagonismo eleitoral a

    que elas no tm direito. Empresano vota e, portanto, no deve in-fluenciar quem detm o direito aovoto o cidado.Na aritmtica da doao empresa-

    rial, deve-se colocar tambm o cus-to que representa a brecha para acorrupo que se abre com a possi-bilidade da doao das empresasaos partidos polticos. uma cifraenorme, que a cada dia aumentamais. Que o diga a Petrobrs.Doao eleitoral um tema s-

    rio, com inmeras consequnciaspara o Pas. Infelizmente, os depu-tados no pensam assim e prefe-rem manter tudo do jeito como es-t. Afinal, o atual sistema facilitatanto a vida dos polticos. No pre-cisam se dar ao trabalho de se apro-ximar dos eleitores. Basta cuidarbem do relacionamento com as em-presas doadoras. E, como se viu naCPI do BNDES, eles tm muito jei-to para a coisa.

    H2.176DIAS

    Av. Engenheiro Caetano lvares, 55 -CEP 02598-900 So Paulo - SPTel.: (11) 3856-2122

    Redao: 6 andarFax: (11) 3856-2940E-mail: [email protected]

    O Estado reserva-se o direito de selecionare resumir as cartas. Correspondncia semidentificao (nome, RG, endereo e telefo-ne) ser desconsiderada.

    Conselho de AdministraoPresidenteWalter Fontana Filho

    MembrosFernando C. Mesquita,Ferno Lara Mesquita,Francisco Mesquita Neto,Getulio Luiz de Alencar eJlio Csar Mesquita

    Diretor Presidente: Francisco Mesquita NetoDiretor de Mercado Leitor e Operaes: Christiano NygaardDiretor deMercado Anunciante: Flavio PestanaDiretor Financeiro: Jorge CasmeridesDiretor de Recursos Humanos: Fbio de BiazziDiretora Jurdica:Mariana Uemura SampaioDiretor de Tecnologia:Nelson Garzeri

    PUBLICAODAS.A.OESTADODES.PAULO

    Opreodadoaoeleitoral

    A s restries feitaspelo Tribunal deContas do Muni-cpio (TCM) a v-rios e importan-tes projetos doatual governo municipal epor culpa exclusiva deste de-vem ser particularmente inc-modas para o prefeito Fernan-do Haddad, porque o impe-dem de usar o argumento fcile enganador de que se trata dem-f da oposio. As objeesso de ordem puramente tcni-ca e, para piorar ainda mais ascoisas para Haddad, muitas de-las partem de conselheiros in-suspeitos de ter m vontadecom ele, entre os quais um queocupou importante Secretariaem seu governo.O mais recente caso de uma

    lista que no para de crescer a suspenso pelo TCM do pro-jeto de Parceria Pblico-Priva-da (PPP) para a reforma do sis-tema de iluminao pblica dacidade, com a troca das atuaislmpadas por outras do tipoLED. A mudana proposta correta, pois vai acarretar eco-nomia de 50% no consumo deenergia. O problema a quali-dade tcnica do projeto, muitomal elaborado, a julgar pelasrestries feitas a ele pelo con-selheiro encarregado de seuexame. Ele ningum menosque Joo Antnio, ex-vereadorpelo PT e ex-secretrio de Rela-es Institucionais de Haddad.A importncia do projeto

    contestado em vrios pontos indiscutvel, no s pela sua na-tureza como pelo seu custo R$ 7,2 bilhes ao longo de 20

    anos. A empresa vencedora dalicitao, a ser realizada quan-do forem corrigidas as falhasapontadas, far a troca das lm-padas com base nos recursosprovenientes de taxa j cobra-da nas contas de luz a Contri-buio para Custeio da Ilumi-nao Pblica (Cosip) , atual-mente em torno de R$ 5. O lu-cro da empresa, que tambmter a obrigao de ampliar arede de iluminao, vir da di-ferena entre o valor da Cosipe os custos de operao.Joo Antnio levantou nada

    menos que 12 questes sobreas quais pede precises e es-clarecimentos, entre elas a exi-gncia de um patrimnio lqui-do de R$ 420 milhes das em-presas interessadas o queobriga as menores a participarapenas em associao com ou-tras e a deciso de no divi-dir o servio em lotes diferen-tes. Outro ponto que desequi-libraria a concorrncia a par-ticipao da AES Eletropaulo.Como concessionria do servi-o de fornecimento de ener-gia para a cidade, ela conhecemelhor a real situao do par-que eltrico e, por isso, levariavantagem.Em nota, a Prefeitura defen-

    de seu projeto, afirma que jprestou os esclarecimentos so-licitados sobre cada uma dasquestes levantadas e que con-tinua disposio do TCM. Oproblema no to simples co-mo o governo Haddad sugere,bastando para resolv-lo o en-caminhamento de informa-es sobre os pontos contesta-dos, porque este no um ca-

    so isolado. Ao contrrio, ele in-tegra uma longa srie queaponta para um padro decomportamento marcado porgraves falhas tcnicas, inaceit-veis principalmente em proje-tos de grande importncia.Com a PPP da iluminao, j

    so 13 os projetos contestadose suspensos pelo TCM nosdois anos e meio do governoHaddad, comomostra reporta-gem do Estado. Eles tratamumpoucodetudo,masosrefe-rentes construo de corre-dores de nibus so osmelho-res exemplos dessamistura dedesleixo e improvisao. Ain-da recentemente, o TCM sus-pendeu pela terceira vez issomesmo duas licitaes paraessas obras, estimadas em R$1,2 bilho, porque foi detecta-doporumaauditoriasobrepre-o de R$ 47 milhes. Alm deerros primrios como falta dedocumentosedivergnciasso-bre data-base para a coleta depreos de referncia.Emdezembro do ano passa-

    do, j havia sido suspensa aconstruodecorredores comcusto estimado em R$ 2,4 bi-lhes.Comoessasviassegrega-dassoumdosrarssimospro-jetos da atual administraorealmente importantes para amelhoriado serviodenibus,fica claro queHaddad no cui-da bem das coisas srias, mes-mo as que em princpio deve-riam interessar-lhe, preferin-do as faixas exclusivas e as ci-clovias a maior parte destassempre smoscas , semgran-de valor,mas de efeito imedia-to e brilho enganador.

    N a Comisso deAssuntos Econ-micos (CAE) doSenado, o procu-rador doMinist-rio Pblico noTribunal de Contas da Unio(TCU), Julio Marcelo de Oli-veira, relatou que a presidenteDilma Rousseff usou pedala-das fiscais para ter vantagemna reeleio de 2014. Ele e ou-tros tcnicos foram ao Senadojustificar a deciso do TCU deno aprovar as contas e pedirexplicaes ao governo poratos que, no perodo eleitoral,violaram a Lei de Responsabili-dade Fiscal, que estabelecenormas de finanas pblicasvoltadas para a responsabilida-de na gesto fiscal.O procurador observou que

    a lei probe gastos pblicos fei-tos em ano de eleies sem asua correspondente coberturaoramentria, porque um deseus objetivos acabar com afarra do uso do errio, que,antes de sua vigncia, ocorriano perodo causando grandesdanos sociedade.Na anlise das contas do go-

    verno federal no ano da reelei-o de Dilma, os tcnicos cons-tataram dolo, conforme o pro-curador. Para ele, a culpa dapresidente grita nos autosante a constatao de que atagosto de 2014 seu governo au-mentou despesas e garantiuque faria um supervit fiscalde R$ 80 bilhes. Somente de-pois das eleies, com os votoscontados e a vitria assegura-da, o eleitor foi informado deque, na verdade, havia um dfi-

    cit previsto de R$ 20 bilhes.Essa mudana de panoramade agosto para outubro, na opi-nio do Ministrio Pblico, ca-racteriza um dolo evidente demanifestar uma situao fiscalirreal no perodo pr-eleitorale s trazer a realidade aps operodo eleitoral, ele afirmou.Oliveira disse, ainda, que o

    governo deixou livres para exe-cuo despesas no obrigat-rias, que teria de cortar (devido queda na arrecadao). O queocorre em 2014 que o gover-no federal aumenta programasno obrigatrios que tm forteimpacto eleitoral. A essa infor-mao, o procurador do TCUacrescentou fatos comprova-dos por nmeros. Ele contouque foi aumentado demais ocusto do programa chamadoFundo de Investimento Estu-dantil (Fies), por meio do qualo governo financia estudantesregularmente matriculadosem cursos superiores presen-ciais no gratuitos e com ava-liao positiva nos processosconduzidos pelo Ministrio daEducao (MEC).O desembolso que anterior-

    mente era de R$ 5 bilhes porano passou a ser de R$ 12 bi-lhes no ano em que a elei-o foi disputada. De acordocom tcnicos do TCU, isso sfoi possvel com o recurso spedaladas, truque que con-siste em no cobrir recursossacados de bancos oficiais pa-ra pagar despesas no previs-tas. E isso tambm proibidopela Lei de ResponsabilidadeFiscal.Em nome de seus colegas

    tcnicos, o procurador tam-bm relatou aos senadores pre-sentes sesso da CAE que ogoverno sabia desde o comeodo ano que no teria recursossuficientes para financiar seusprogramas e deixou para fazeros cortes necessrios das des-pesas depois das eleies. Atagosto, o governo no se com-portou de maneira coerentecom a realidade. Viveu umafantasia. Aps a eleio, veio arealidade, disse ele.Na sesso, o procurador con-

    testou a argumentao gover-nista, apresentada pelo sena-dor Fernando Bezerra (PSB-PE), de que o uso de bancos p-blicos para pagar despesas prtica antiga. Segundo Olivei-ra, nunca antes governo algumdeixou de cobrir diariamentesaldos com bancos pblicospor um ano inteiro, como acon-teceu em 2014. E o lder do go-verno na Casa, Jos Pimentel(PT-CE), alegou que irregulari-dades idnticas cometidas em2012 e 2013 foram referenda-das pelo TCU. O procuradorlhe respondeu que o fato deno ter contestado ilcitos an-teriores no exime o TCU defiscalizar as contas de 2014.Se para bom entendedor

    meia palavra basta, os tcnicosdo TCU levaram ao Senado pa-lavras e nmeros que desnu-dam o uso de recursos pbli-cos, obtidos de forma irregu-lar, para dar vantagem candi-data reeleio durante o plei-to. Se isso for aceito pelosmembros do TCU e pelos con-gressistas, o impeachment deDilma deixa de ser impossvel.

    Dilma,pedaladaeeleioDesleixoe improvisao

    POR DECISOJUDICIAL, O ESTADOEST SOB CENSURA.ENTENDA O CASO:WWW.ESTADAO.COM.BR/CENSURA

    crticas e aos reclamos da presi-dentee de seu antecessor, optan-do por demitir a funcionria. Doepisdio ficamduas lies: a ana-lista Sinara Polycarpo Figueire-do estava absolutamente certaem suas anlises e o banco San-tander, ao atender s absurdasordens superiores, demons-trouumasubservincia desprovi-da de qualquer sentido comer-cial e financeiro, pondo em riscoa suacredibilidade como institui-o financeira.LUIZ ANTNIO ALVES DE [email protected] Paulo

    Bem que Dilma poderia corrigirum de seus inmeros erros, oque prejudicou e levou demis-soda ex-funcionria doSantan-der. Como Sinara est dispon-vel, convid-la para ministra daFazenda. Afinal, ela antecipoucom preciso a situao econ-micaemque estariaoPas seDil-ma vencesse a eleio, enquanto

    Levy no sabe at agora.LAERT PINTO [email protected] Paulo

    Um dia...

    Um dia vamos deixar a melhorideia prosperar, a economia demercado funcionar; vamospriva-tizar todas as empresas e acabarcom a corrupo; vamos pre-miar pormrito; vamos dar edu-cao de excelncia, e no casas;vamos ter uma Justia clere eigual para todos; vamos ter me-nos representantes,mas comca-pacidade e esprito pblico; va-mos ter sindicatos que lutempe-los trabalhadores, protegendo asempresas e os negcios que ge-ramempregos; vamos ter umgo-verno como os grandes pases,aqueles que nos enchem osolhos quando podemos visitar Alemanha, EUA, Inglaterra...RICARDO [email protected] Paulo

    estado.com.br

    4.304

    l O fato de criticarem certas medidas no pressupe o abando-no, significa apenas que esto atentos. S isso.VERA ELISA DE CARVALHO PONCHIO

    l Quem mais prejudicou o governo, alm do Lula e do PT? Osmovimentos sociais! Quem tem esses aliados dispensa a oposi-o! Que alis muito fraca e comprometida!ELIAS HORANI

    l Boa parte do Pas est descontente com a gesto como umtodo.DOUG LUKAS

    Para um pas que um diateve o Plano deMetas de JKde progredir 50 anos em 5, desesperador regredir 50anos em 5 com um governosem planos e semmetas

    VERA XAVIER / VOTUPORANGA,SOBRE O [email protected]

    A presidente Dilma disseque devemos repudiarquem quer a catstrofe. Porisso que ela est comaprovao de 7%! Ou achaque isso no repdio?

    PANAYOTIS POULIS / RIO DEJANEIRO, [email protected]

    MovimentossociaisameaamofensivaEntidadesesto descontentes compossibilidadedeogoverno fazercortes emsuasreas

    Central de atendimento ao assinanteCapital e Regies Metropolitanas: 4003-5323Demais localidades: 0800-014-77-20www.assinante.estadao.com.br/faleconoscoCentral de atendimento ao leitor:Fale com a redao: [email protected] por telefone: 3855-2001Vendas de assinaturas: Capital: 3950-9000Demais localidades: 0800-014-9000Vendas Corporativas: 3856-2917Central de atendimento s agncias depublicidade: 3856-2531 [email protected] venda avulsa: SP: R$ 4,00 (segun-da a sbado) e R$ 6,00 (domingo). RJ, MG,PR, SC e DF: R$ 4,50 (segunda a sbado) eR$ 7,00 (domingo). ES, RS, GO, MT e MS: R$6,50 (segunda a sbado) e R$ 8,50 (domingo).BA, SE, PE, TO e AL: R$ 7,50 (segunda asbado) e R$ 9,50 (domingo). AM, RR, CE,MA, PI, RN, PA, PB, AC e RO: R$ 8,00 (se-gunda a sbado) e R$ 10,00 (domingo)Preos assinaturas: De segunda a domingo SP e Grande So Paulo R$ 86,90/ms.Demais localidades e condies sob consulta.

    Carga tributria federal: 3,65%.

    OpinioEditor Responsvel: Antonio Carlos Pereira Diretor de Contedo: Ricardo Gandour

    Editora-Chefe Responsvel:Maria Aparecida DamascoDiretor de Desenvolvimento Editorial: Roberto Gazzi A verso na Internet de

    O Estado de S. Paulo

    Notas & Informaes

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  • %HermesFileInfo:A-4:20150914:

    A4 SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    Rachel GamarskiAdriano CeolinSandraManfrini / BRASLIA

    Em nova rodada de reuniesnoPalciodaAlvorada,apresi-dente Dilma Rousseff decidiuontem elevar de R$ 15 bilhespara at R$ 20 bilhes ametadereduodegastospblicos.Mais adiante, em uma outraetapa do ajuste nas contas, oPlanalto pretende aumentaralquotas de impostos j exis-tentes para zerar o dficit deR$30,5bilhesprevistonoOr-amento para 2016. Esse ar-ranjoabririacaminhopolticono Congresso para a criaode novos tributos que teriamcomometaatingirosupervitprimriode0,7%doPIB.Duranteasdiscussesno fim

    desemana,a equipeeconmicachegouasugerirocongelamen-to de salrios do funcionalis-mo. Por ora, essa ideia no serlevada adiante porque tem altocustopoltico.Osprogramasso-ciais tambm sero sacrifica-dos,mas, segundo os auxiliaresda presidente, a ideia tentarpreserv-los aomximo.Dilmareuniu-secom12minis-

    trosnofimdesemana.Nosba-do, ela encontrou-se pela ma-nh com a junta oramentria,grupo integrado por Casa Civil,Planejamento e Fazenda. Nofim da tarde, ela convocou ou-tros noveministros um de ca-da partido da base no Congres-soparadardiretrizessobrecor-tes namquina administrativa.At anoitede sbado,o corte

    deveria ficar em R$ 15 bilhes,conforme antecipou o Estado.Ontem, Dilma voltou a se reu-

    nir com os ministros JoaquimLevy(Fazenda),NelsonBarbo-sa (Planejamento) e AloizioMercadante (Casa Civil) e am-pliou o tamanho dos cortes.Aideiaerazerarodficitde

    R$ 30,5 bilhes somente comcortes,masessametafoidescar-tada. No podemos parar amquina administrativa. im-possvel chegar aos R$ 30 bi-lhessemreceitasnovas,disseao Estado um auxiliar palacia-no.Dessemodo,aequipeecon-mica insistir na elevao de

    alquotas e na recriao de im-postos, como a volta daCPMF.Aps o rebaixamento da nota

    decrditodoBrasil pelaagnciade classificao de risco Stan-dard&Poors,Dilmadecidiuim-plementar os cortes. A princ-pio, queria forar oCongresso aaprovaro aumentode impostosimediatamente. A cpula do

    PMDB da Cmara e do Senadose negou a assumir o desgaste eexigiuqueogovernopromoves-se cortes. Inicialmente, a voltada CPMF no foi bem articula-da, mas o Congresso tem cons-cincia do momento do Pas eestardispostoadiscutiraumen-todetributosapsogovernoto-marmedidasestruturantes,dis-seo lderdogovernonoSenado,DelcdioAmaral (PT-MS).H uma expectativa de que

    os cortes comecem a ser divul-gadosa partir dehoje, quandoa

    presidente volta a se reunircom a equipe de coordenaode governo. A primeira leva demedidas gira em torno da revi-so de contratos, reavaliaodos investimentos, demissode funcionrios comissionadose at venda de imveis. Tam-bmestoemestudoaaglutina-o e o corte deministrios.

    Salrios. Correndo contra otempo para anunciar respostasdecisodaagnciaStandard&Poors de rebaixar a nota de

    crdito do Brasil, Dilma no semostra favorvel a acabar comoreajuste dos servidores pbli-cos.Segundoauxiliaresdapresi-dente, essa medida uma dasmais impopulareseaumentariao desgaste da presidente.No incio do ms, o Planeja-

    mento chegou a propor reajus-te de 10,8% escalonado entre2016 e 2017. Entre outrasmedi-das em estudo, est a regula-mentaodaMedidaProvisria691, que autoriza aUnio a ven-derimveisdesuapropriedade.

    Poltica Reforma polticaoficializa doaesocultas. Pg. A7

    Andrei NettoCORRESPONDENTE / PARIS

    A presidente Dilma RousseffqueresperaroretornoaoBrasildo vice Michel Temer e de seisministros que esto com ele noexterior para definir a reduodo nmeros de ministrios.Atualmente, a Esplanada contacom 39 pastas, e Dilma preten-decortar atdezdelas.Temerum dos principais lderes doPMDB, partido mais forte dacoalizaoquesustentaapetis-

    ta e temhoje seteministros.Temer chegou no incio da

    tarde de ontem a Moscou, naRssia, primeira etapa de umaviagemde cincodiaspelaEuro-pa. Na agenda, acordos de coo-perao econmica e comer-cial,deenergia,agriculturaede-fesa. A viagem j estava progra-mada,mascaiemummomentocrtico para os dois governos,membros do grupo Brics, querene grandes emergentes Brasil, Rssia, ndia, China, efricadoSul.Envolvidopelacri-

    se poltica e pela desaceleraoeconmica que resultaram norebaixamentodanotaderiscoenaperdadograudeinvestimen-to pela agncia de ratings Stan-dard&Poors,oBrasilbuscaam-pliar o comrcio exterior.EmMoscou, a delegao bra-

    sileira tem, alm de Temer queontemnofaloucomjorna-listas , o ministro da Defesa,Jaques Wagner, a ministra daAgricultura, Katia Abreu, o deMinas e Energia, Eduardo Bra-ga, o de Desenvolvimento, Ar-mando Monteiro, o de Turis-mo,Henrique Eduardo Alves, eodaPesca,HelderBarbalho.Detodososministros da comitiva,quatro integram o PMDB e umoPTBapenasWagnerdoPT.

    QuestionadopeloEstadoso-bre se a viagem no representapara Temer uma oportunidadepara se apresentar comunida-deinternacional,umdiplomatadisse no ver oportunismo.Entreoscompromissosdade-

    legao emMoscou esto o en-contro com Sergei Naryshkin,presidentedaCmaradeDepu-tadosdaRssia,hoje,ea7.Reu-nio daComisso de AltoNvelde Brasil e Rssia, quando Te-merterencontrocomoprimei-ro-ministroeex-presidenterus-soDmitriMedvedev,naquarta-feira. Amanh, o destaque oFrum Empresaria Brasil-Rs-sia.DepoisdeMoscou,adelega-obrasileira segueparaVars-via, na quarta-feira.

    PROPOSTASNAMESA

    Votao na Cmara

    l As propostas de cortes e demelhorias de receita feitas pelogoverno Dilma Rousseff para ten-tar conter o dficit de R$ 30,5bilhes do Oramento para 2016sero apresentadas aos presiden-tes da Cmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), e do Senado, RenanCalheiros (PMDB-AL), antes deserem divulgadas oficialmenteao pblico e imprensa.

    O vice-presidente da Repbli-

    ca, Michel Temer, presidente na-cional do PMDB, tambm serconsultado sobre as propostasdo governo quando retornar desua viagem Europa, onde cum-pre agenda de reunies para dis-cutir acordos de cooperao eco-nmica e comercial em vriossetores. Temer e uma delegaocomposta por vrios ministrosesto na Rssia.

    O governo assume a respon-sabilidade de formular uma pro-posta demelhoria de arrecada-o, mas essa construo serfeita junto com o Congresso,afirmou umministro da presiden-te Dilma Rousseff.

    ApresidenteDilmaRousseff precisardar uma resposta rpida deteriora-o poltica e econmica do seu go-verno.Como rebaixamento danota doBra-sil pela agncia de risco Standard&Poors,oposicionistas e at governistas apos-tamno aumento dasmovimentaes emfavor do impeachment. OPalcio do Planal-

    to est pressionado a recuperar o apoio noCongresso e no perder o que lhe resta desuporte do empresariado. Nos dois casos, acrisemaior de credibilidade.A deciso da S&Ppode fazer os empres-

    rios abandonaremDilma, aderindo teseda oposio. Principal partido da coalizogovernista, o PMDB sno embarcou intei-rona tese de afastamento da presidente por-que se sensibilizou comos argumentos doPIB empresarial.H umms, o presidente do Senado, Re-

    nanCalheiros (PMDB-AL), evitou a vota-o imediata das contas da presidente peloTCU o que daria elementos para o impea-

    chment , aps receber empresrios que,naquela oportunidade, defenderamDilma.Quandoasmanifestaes de rua pareciam

    empurrar o governopara oprecipcio, Dil-maganhouapoio do empresariado. RubensOmetto, presidente doConselhodeAdmi-nistraodaCosan, gigante dos setores deenergia e infraestrutura, foi umdos empre-srios que saramemdefesadela. Demodogeral, a avaliao foi de que o afastamentodapresidente peloCongresso seriamais da-noso economiadoPas. Tudo isso, porm,estmudandomuito rpido. Para pior.Buscar omnimode unidade e evitar a

    presso pelo impeachment so as princi-

    pais preocupaes da presidente agora. Pa-ra isso,manter o rigor fiscal, reduzir amquina administrativa e dar incio a umanegociao factvel para o aumento de recei-ta somedidas fundamentais.Mais do que a oposio ou o PMDB, a

    agncia Standard & Poors que vai acabarcausando o impeachment de Dilma, ava-lia David Fleischer, cientista poltico daUniversidade de Braslia (UnB). O gover-no est dividido. De um lado oministro daFazenda. Do outro, o chefe da Casa Civil,que j puxou o tapete do vice-presidenteMichel Temer na articulao poltica,concluiu Fleischer.

    ViagemdeTemer adiareduodaEsplanada

    lOramentoCorte de despesas previstasem oramento, tanto asdiscricionrias quanto asobrigatrias. Nesta ltimahiptese, seria necessriaautorizao do Congresso

    lMinistriosReforma administrativa, comreduo de aomenos 10ministrios. Pastas extintasseriam fundidas

    lCargosCorte de cargos e funescomissionados, que hojechegam a 23,1 mil. Ideiainicial reduzir ao menosmildesses postos

    lReajusteAumento zero para ofuncionalismo pblico em2016. A previso de umreajustemdio de 5,5%

    l ImveisRegulamentao demedidaque autoriza Unio a venderimveis de sua propriedade

    lCideAumento da Cide sobre agasolina, medida que poderiaser tomada sem autorizaolegislativa

    lCPMFCriao de tributo transitriosobre amovimentao finan-ceira, semelhante CPMF

    l Imposto de RendaMudanas no IR, comelevao de alquotas ou cria-o de nova faixa de alquota

    l IOFAlteraes na cobrana doImposto sobre OperaesFinanceiras, com aumentode alquota

    Dilmaamplia previsode cortes,mass cobrir rombocommais impostos

    Crise. Presidente decide elevar de R$ 15 bilhes para at R$ 20 bilhes a reduo de gastos e planeja incrementar a arrecadao detributos como forma de zerar dficit de R$ 30 bilhes; programas sociais sero sacrificados, mas congelamento de salrio est descartado

    Sob presso. Presidente Dilma Rousseff passou o fim de semana reunida comministros emBraslia discutindo solues para cobrir o dficit oramentrio

    l Oramento com dficitEm agosto o governo enviou aoLegislativo proposta orament-ria com rombo de R$ 30,5 bi. Pre-sidente do Congresso, Renan Ca-lheiros (foto) (PMDB-AL) reagiu.

    l CortesAnteontem, aps reunio de Dil-ma comministros, governo disseque plano , numa 1 fase de cor-tes, poupar R$ 15 bi para tentarconter rombo no Oramento.

    l Elevao dametaEm nova reunio ontem comJoaquim Levy (foto) e outrosministros, Dilma decidiu elevarde R$ 15 bi para em torno deR$ 20 bi a meta de reduo.

    Propostas seroapresentadasaCunhaeRenan

    ]

    CENRIO: Adriano Ceolin

    Apsrebaixamento,Planaltocorreparanoperderempresariado

    UESLEI MARCELINO/REUTERS

    Dodficit noOramentometadecortes

    PONTOS-CHAVE

  • %HermesFileInfo:A-5:20150914:

    O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 Poltica A5

    Joo Villaverde / BRASLIA

    O governo Dilma Rousseffacompanha com apreenso atramitao de 19 projetos noCongresso que, juntos,compem a pauta-bombadas contas pblicas. No hclculode impactopara todosos projetos, mas para aquelesem que h, a estimativa degastos extras gigantesca:R$283,8bilhesentre aumen-todedespesaseperdaderecei-ta,distribudosemcincoanos.Essevolumederecursosequi-

    vale a cumprir a meta fiscal ofi-cial do ano que vem, de 0,7%doPIB,porseteanosconsecutivos.A lista de projetos acompa-

    nhadapelogoverno,segundole-vantamentodoEstado, temco-mo pea demaior impacto umaProposta de Emenda Consti-

    tuio (PEC) que eleva o pisofederalparaprofissionaisdoSis-tema nico de Sade (SUS),que custaria R$ 270 bilhes emcinco anos. Essa PEC eleva dosatuais15%sobreareceitacorren-te lquida para 18,7%.Emtrami-tao em comisso especial noCongresso, essa proposta supe-raasregrasdoOramentoimpo-sitivo,noqualogovernosecom-prometeu a aplicar at 15% dareceita corrente lquida de for-ma escalonada emcinco anos.Outros dois projetos da pau-

    ta-bomba criam carreiras deanalistase tcnicosnaDefenso-ria Pblica da Unio semelhan-tes s do Judicirio. Essas pro-postas,juntas,poderiamaumen-tar os gastos neste ano em R$112,9milhese,noanoquevem,emR$ 520milhes. Almdisso,nohprevisesoramentriaspara eles, o que exigiria esforolegalparaalterarosoramentosde cada ano. Esses projetos es-to em anlise na Comisso deTrabalho, Administrao e Ser-vio Pblico daCmara.Outro projeto, na mesma co-

    missodaCmara,criaumagra-tificaoaservidoresefetivosdaJustiaEleitoral.Casosejaapro-vado,elevai forargastosextrasdeR$ 550milhes em2015.Preocupa tambmogoverno

    o textoqueamplia os limites defaturamento de empresas paraseremincludasnoregimeespe-cial do Super Simples, aprova-donaCmaranasemanapassa-da. O projeto, ao longo de trsanos, vai forar uma perda daordemde R$ 11,4 bilhes.APEC443,quevinculaossub-

    sdios concedidos aos servido-res da Advocacia-Geral daUnio a 90,2% do obtido pelos

    ministros do Supremo Tribu-nal Federal, que aguarda vota-o em2. turno no plenrio daCmara, adicionariaR$ 1 bilhoemdespesa federal, por ano.Outro projeto concede um

    reajuste de 29% a 69,5% na re-muneraodecargosemcomis-so e de funes de confiananoTribunaldeContasdaUnio(TCU), porcentuais bem supe-riores aos concedidos pelo go-

    verno aos servidores do Execu-tivo. Na pauta de comisso daCmara,apropostaaumentariaem R$ 121,8 milhes os gastosfederais, somente em 2015.

    FGTS. Outros quatro projetosperigosos para as contas p-blicas esto em tramitao naComisso de Finanas e Tribu-tao da Cmara e envolvem oFundo de Garantia de Tempo

    de Servio (FGTS). No h im-pacto calculado desses proje-tos, mas o governo teme espe-cialmenteoProjetodeLeiParla-mentar 51, que extingue pro-gressivamente a multa adicio-nal de 10% sobre o saldo doFGTS paga pelas empresas nasdemisses sem justa causa. ACaixa arrecadou R$ 4,1 bilhescom esse adicional do FGTS aolongo do ano passado.

    Impactodapauta-bombaestimadoemR$284bi

    l Arrecadao menor

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    R$ 4,1 bilhesfoi o valor arrecadado pela Caixaem2014 com amulta adicional de10%sobre o saldo do FGTS pagapor empresas emdemisses semjusta causa; projeto em tramita-o no Congresso prev extinoprogressiva desse adicional

    Ao menos 19 projetos no Congresso elevamgastos e causam perda de receita do governo

    A tramitao de 19 projetos no Congresso que compem a chamada pauta-bomba preocupa o Planalto; propostas teriam impacto at os prximos cinco anos, estima governo

    CONTAS PBLICAS A pauta-bomba

    Impacto total

    R$ 283,8bilhes

    R$ 11,4bilhes*

    R$ 611,5milhes

    Cria um plano de carreira dos servidores da Defensoria Pblica da Unio

    Texto-base foi aprovado na Cmara e segue para o Senado

    Amplia os limites para incluso no regime tributrio do Supersimples

    Relatrio est na Comisso de Trabalho, Administrao e Servio Pblico da Cmara

    2015 e 2016**

    2015

    R$ 21,4milhesPrev a criao e provimento de

    cargos e funes comissionadas na Defensoria Pblica da Unio

    Relatrio est na Comisso de Trabalho, Administrao e Servio Pblico da Cmara

    2015

    R$ 550milhesCria Graticao para servidores efetivos da

    Justia Eleitoral

    Aguarda deliberao na Comisso de Trabalho, Administrao e Servio Pblico da Cmara

    2015

    R$ 121,8milhesReajusta de 29% a 69,5% a

    remunerao de cargos em comisso e de funes de conana do Tribunal de Contas da Unio

    Est na pauta da Comisso de Trabalho, Administrao e Servio Pblico da Cmara

    por ano

    R$ 1bilho

    Vincula os subsdios da Advocacia-Geral da Unio aos dos ministros do Supmore Tribunal Federal

    Aguarda votao em 2 turno no plenrio da Cmara

    PROJETO SITUAOIMPACTO

    *Valor ser diludo em 3 anos **Caso seja considerado o provimento de 100% dos cargos

    INFOGRFICO/ESTADO

    19 projetoselevam gastos do governo

    7 projetostm impacto estimado

    Tramita em comisso especial da Cmara

    Eleva o piso federal com aes e servios pblicos de sade dos atuais 15% sobre a receita corrente lquida para 18,7%

    R$ 270bilhesem 5 anos

  • %HermesFileInfo:A-6:20150914:

    A6 Poltica SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    acesse

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    Cunharejeitaanalisarpedidode impeachmentOposio pressiona presidente da Cmara parainiciar amanh trmite das aes contra Dilma

    Adriano CeolinSandraManfrini / BRASLIA

    As dificuldades econmicasaceleraramoprocessodedes-gaste da presidente DilmaRousseff,masaoposioese-toresrebeladosdoPMDBain-da no tm segurana se hvotos suficientes para abrir

    um processo de impeach-ment contra ela naCmara.Mesmo rompido com o Pla-

    nalto, o presidente da Cmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ),afastouontemahiptesedeava-liar, nesta semana, um pedidodeafastamentodeDilma.Deci-direi no tempo da tcnica e daresponsabilidade. No no tem-

    po da especulao, disse.CaberaCunha, comopresi-

    dente da Cmara, arquivar oudar continuidade aos requeri-mentos de impeachment quechegaram Casa, avaliando setm consistncia. Para que oprocesso siga adiante, sendoenviado ao Senado (que avaliaa cassao), necessria a

    aprovao de dois teros dosdeputados (342).Nosbastidores, governistas e

    oposicionistas aumentaramseus esforos para angariar vo-tos de um lado e de outro. Coma ajuda da bancada doPT, a Ca-sa Civil mapeia os setores maissensveisdabasealiadanoCon-gresso. Conferem os cargosofertados a cadadeputado e se-nador e cobram fidelidade.A oposio no definiu qual

    texto de pedido de impeach-ment adotar como principal.Desde o comeo do ano, j fo-ram apresentados 17 requeri-mentos para afastar Dilma. Se-gundoo lder daminoria naC-mara, Bruno Arajo (PSDB-PE),umadecisodevesertoma-da at quinta-feira.A tendncia, segundoArajo,

    utilizar o pedido de impeach-ment do jurista Hlio Bicudo,fundador do PT. uma peacarregada de uma simbologia,almdo fato deque as informa-

    es preliminares so de que uma pea politicamente muitobem elaborada, disse.Apesar de estar na linha de

    frente pelo impeachment, aoposio permanece na depen-dncia do aumento da adesodo PMDB. A ala rebelada doPMDBtambmavaliacomoim-provvel qualquer avano doimpeachment nesta semana, jque Temer e a maioria dos mi-nistros peemedebistas encon-tra-se em viagem ao exterior.

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    N o foi s anota debompaga-dor do Brasil que sofreudowngradenasemanapassa-da. O sistema eleitoral brasileirotambmfoi desvalorizado, tambmandou para trs s que ningumviu. Enquanto todos os olhares sevoltavamperdadograude investi-mento doPas, aCmara dosDepu-tados aprovava na correria de sem-pre,nomesmodiaenamesmahora,uma reforma eleitoral cujo texto eextenso s se conheceram depoisdeconsumadaavotao.Osdeputa-dos oficializaramo obscurantismo.Graas reportagem de Daniel

    Bramatti,sabe-seagoraqueaCma-ra, entreoutros retrocessos, tornou

    legal a lavagemdasdoaes ocultas decampanha. Transformou em lei o queera um truque, um jeitinho. A partirdas prximas eleies, no ser maispossvelsaber,porexemplo,queopre-sidente da Cmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), elegeu-se com dinheirodaAmbev,daRimaIndustrialedaTele-mont Engenharia. Ou que o relator dareforma, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foiapadrinhado pelo banco BMG.Anova legislaoprobeadoaodi-

    retadeempresasacandidatos.Apartirde agora, a pessoa jurdica que quiserinvestirnapolticaterde,obrigatoria-mente, pagar pedgio para o partido.Todo o dinheiro doado passar porseus comits financeiros. De l, segui-

    r lavadinho e annimo para os polti-cos. Na prestao de contas do candi-dato s aparecer que o dinheiro veiodo seu partido. E, na do partido, queele deu tanto para o candidato, semdeclarar o nome do doador original.

    Amudana est no 12. pargrafo doartigo28danovalei: Osvalorestrans-feridos pelos partidos polticos oriun-dos de doaes sero registrados naprestaodecontasdoscandidatosco-mo transferncia dos partidos e, na

    prestao de contas dos partidos, co-mo transferncia aos candidatos, semindividualizao dos doadores.O efeito prtico da reforma obscu-

    rantista aprovada com o voto de maisde 300 deputados que: 1) a empresasaberseaquantiaquedoou foiames-ma que o candidato que ela pretendiafinanciar recebeu, 2) o partido saberde quem recebeu o dinheiro e paraquem repassou essa grana, 3) o candi-datosaberquantorecebeudopartidoe poder conferir com o empresriodoadorseovalorbate.MasoeleitoreaJustiaeleitoral no saberomaisqualempresa financiou qual candidato. Asociedade ficar no escuro.Essamudanafundamentaldalegis-

    laopoupaospolticosdoconstrangi-mento de o pblico ficar sabendo queso financiados pela indstria de ar-mas,ouquefazempartedabancadadobife (financiada pelo frigorfico JBS),da cerveja, das mineradoras, das em-preiteiras, dos bancos, das segurado-ras e por a vai.Paraos financiadores, tambmcon-

    venienteporqueficamaisdifcildeesta-belecer uma ligao direta entre a em-presa e um ou mais polticos. Assim,quandoessepolticoassinarumcontra-

    to comaquela empresa, aprovarumaleiqueabeneficie,barrarumaconvo-caodeseudonoparadeporemumaCPI, ningum poder afirmar comcerteza que ele est retribuindo o fa-vorpelodinheiroquerecebeudaem-presadurantea campanhaeleitoral.Paraospartidoseburocrataspartid-

    rios,anovalegislaoumpresentedeNatalantecipado.Teroumpoderain-damaiorsobrequaiscandidatosseroeleitosouno.Bastarcontrolaro flu-xo financeirode suas campanhas. Aosamigos, repasses fartos e rpidos dasdoaes.Aosrebeldes,atrasosedescul-pasounemisso.Seroestranguladospelogarrotedocaixapartidrio.Ademocracia, tal qual o crdito,

    baseada na crena emmitos. Assimcomo credores creem na nota dadaporumaagnciaaumpas,asocieda-deprecisa crer queo sistema eleito-ral limpo. Sem essa crena, a elei-onotemlegitimidade.Semlegiti-midade, noh democracia. Ao aca-barcomatransparnciadosistema,a Cmara est exigindo muita f doeleitor. Talvez demais.

    CELIO MESSIAS

    l Tarso GenroOex-governador gacho TarsoGenro admitiu ontempreocupaocomeventual impeachment. Temprocessos legais que podemserlevados a isso. E esses processosdependemmais de poltica do quededireito, disse o petista.

    JOSROBERTO DE TOLEDO ESCREVES SEGUNDAS E QUINTAS-FEIRAS

    l

    ] blogs.estadao.com.br/vox-publica / twitter.com/zerotoledo

    Jogo emRibeiroPreto temPixulecoMovimento Bra-sil Limpo levouo boneco queretrata Lula co-mo presidirioao estdio SantaCruz, em Ribei-ro Preto (SP)

    A Cmara, entre outrosretrocessos, tornou legal alavagem das doaes ocultas

    JOSROBERTODETOLEDO

    Lavam-sedoaes

  • %HermesFileInfo:A-7:20150914:

    O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 Poltica A7

    Daniel Bramatti

    Graas reforma polticaaprovada na Cmara dos De-putados, as prximas elei-es sero as primeiras emque 100% do financiamentoempresarialdecampanhasse-r feito por meio de doaesocultasaquelasemqueim-possvel detectar o vnculoentre empresas financiado-ras e polticos financiados.A reforma votada na ltima

    tera-feira pelos deputados se-pulta a transparncia nas rela-es entre doadores e candida-tos, que atingiu seu pice naseleies de 2014, quando o Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE)encontrouumabrechapara ba-nir as doaes ocultas.At o ano passado, uma em-

    presaquenoqueria ter seuno-mes vinculado a determinadocandidatofaziasdoaesnodi-retamenteaele,masaseuparti-do. Depois, o partido repassavaos recursos ao candidato. Este,aoprestarcontasdesuacampa-nha, registrava ter recebido re-cursos no da empresa, mas dopartido.Assim,ocultava a iden-tidade de seus financiadores.Em 2014, porm, o TSE edi-

    tou uma resoluo que obrigouoscandidatosaregistraremsuacontabilidade o doador origi-nrio do dinheiro que transi-tou pelo partido ou seja, mes-mo nos casos em que o partidoatuou como intermedirio, foipossvel detectar quais empre-sas doaram recursos para cadacampanha.A partir de 2016, as empresas

    estaroproibidasdedoardireta-mente aos candidatos, mesmose quiserem os recursos obri-gatoriamenteterodeirparaospartidos, que depois os distri-buiro entre as campanhas. E oTSE no poder mais determi-nar a identificao dos doado-resoriginrios,porqueissoesta-r vetado pela legislao. A re-forma poltica estabelece queas prestaes de contas sejamfeitas sem individualizaodos doadores.O fim da transparncia nas

    doaesimpediromapeamen-to dos interesses empresariaisnos governos e no Congresso.Tambm atrapalhar determi-nadas investigaes sobre cor-rupo. Se essa regra j estives-se valendo nas eleies passa-das,porexemplo,noseriapos-svel identificarospolticosquetiveram suas campanhas finan-ciadasporempreiteiras investi-gadas pelaOperao Lava Jato.AprovadatantonaCmaraco-

    mono Senado, a reforma seguiupara a sano da presidente Dil-ma Rousseff. Em tese, ela podevetar o artigo que trata das doa-es ocultas, mas improvvelque o faa, para evitar mais des-gastespolticos.OpresidentedaCmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), oprincipal articu-lador do acordo que resultou notextoaprovadopelosdeputados.

    Reao. A institucionalizaodas doaes ocultas foi apenasuma das dezenas de alteraespromovidas pelo relator da re-forma poltica na Cmara, Ro-drigoMaia(DEM-RJ),noproje-to aprovado na semana ante-rior pelos senadores. O textoque saiu do Senado, por exem-plo,nemsequeradmitiaaparti-cipao de empresas no finan-

    ciamento de campanhas.Os senadores aprovaram

    uma proposta de reforma comvrios dispositivos que ten-diam a reduzir a fragmentaopartidrianoCongressoea for-talecerosmaiorespartidos. Es-ses aspectos foramquase todoseliminados quando os deputa-

    dos votaram a reforma, na ter-a-feira passada.ACmaraimpediu,porexem-

    plo, que 23 partidos mdios epequenos perdessem acessoaosrecursospblicosdoFundoPartidrio. Somadas, essas le-gendas teriam deixado de rece-ber R$ 350 milhes por ano se

    os deputados no tivessem eli-minadoumaregra,aprovadape-los senadores, que reservava osrecursos do Fundo Partidrioapenasaospartidoscomdiret-rios permanentes em pelo me-nos 10% dos municpios brasi-leiros at 2016, e em 20% at2018.Atualmente, apenas 9 dos

    32 partidos atendem a essa exi-gncia (PT,PMDB,PSDB,PDT,PC do B, PP, PPS, DEMePSB).Osdeputados tambmreva-

    lidaram as coligaes em elei-es para a Cmara. Os sena-dores haviam tornado in-cuasessascoligaesaodeter-minar que as vagas de deputa-dos fossem distribudas deacordo como desempenho decada partido, independente-mente de sua participao emaliana ou no.Se no houvesse coligaes

    nas eleies de 2014, por exem-plo,apenas22partidosconquis-tariam cadeiras na Cmara, emvez dos 28 que hoje esto l re-presentados. Alm disso, have-riaampliaodopesodosmaio-res partidos: juntos, PT, PMDBe PSDB ganhariam 84 cadeiras.

    l Nas eleies municipais de2016, o horrio eleitoral na televi-so ter apenas dez minutos dedurao, em cada um dos blocosexibidos no incio da tarde e noite. Na campanha passada, em2012, os prefeitos tinham 30mi-nutos de exibio garantida emcada bloco do chamado palan-que eletrnico.

    Em compensao, havermul-tiplicao da propaganda polticanas chamadas inseres de 30segundos ou umminuto, que soexibidas nos intervalos comer-ciais da programao normaldas emissoras. O tempo reserva-do para as inseres de cada can-didato subir de 30 para 70minu-tos por dia. A reduo do horrioeleitoral e a ampliao das inser-es fazem parte da reforma po-ltica aprovada na semana passa-da pela Cmara dos Deputados.

    Tambm haver mudanasnas campanhas de candidatos a

    presidente, governador, senadore deputado, a partir de 2016. Otempo do horrio eleitoral serreduzido pela metade, de 50mi-nutos em cada bloco para 25mi-nutos. Mas o tempo das inser-es subir de 30minutos para70minutos por dia.

    Tero participao assegura-da em debates todos os integran-tes de partidos com pelo menosdez deputados na Cmara. Atual-mente, basta ocupar uma cadei-ra na Casa para que a legendatenha participao asseguradanos programas. / D.B.

    Para Jos Roberto de Toledo,medida lavagem de doaes

    Reformapolticaoficializadoaooculta

    Horrioeleitoralcairde30para 10minutosem2016

    Plenrio.Deputados durante a votao das propostas da reforma poltica na Cmara

    Pg. A6

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    NA CVC, MOMENTOS QUE VALEM MUITO CUSTAM POUCO.CEAR COM CVC

    SALVOS PELA CMARA

    INFOGRFICO/ESTADOFONTE: ESTADO DADOS

    PT

    PMDB

    PSDB

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    PC do B

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    PCB

    PRTB

    PCO

    PEN

    PRB

    PPL

    PROS

    65,056,638,323,922,219,618,913,912,1

    PORCENTAGEM SOBRE O TOTAL

    9,9

    9,7

    7,2

    6,2

    5,4

    4,8

    3,3

    3,2

    3,1

    2,6

    2,0

    1,7

    1,6

    1,3

    1,2

    0,6

    0,5

    0,5

    0,3

    0,2

    0,1

    0,1

    0,1

    Regra aprovada pelo Senado e eliminada pelos deputados distribuiria o Fundo Partidrio apenas aos partidos com diretrios permanentes em mais de 10% dos municpios do Pas. Com isso, 23 legendas poderiam perder acesso aos recursos pblicos do fundo

    MUNICPIOS COM DIRETRIOS

    PARTIDOS

    ANDR DUSEK-9/9/2015

    Nesse tipo de repasse, no possvel saberque empresas doaram para quais polticos

  • %HermesFileInfo:A-8:20150914:

    A8 SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    Internacional

    Vigor Grego. O mais vendido do Brasil, porque ele tambm tem a linha

    adio de acares colesterolde gorduras

    EstadosUnidosAssassinatos emmassaso a partemais visvelda violncia. Pg. A10

    As foras de seguranadoEgitomataram por engano pelo me-nos12turistasdenacionalidademexicanaeegpcia,eferiramou-tros dez, ao confundir os vecu-los nos quais viajavam com osde terroristas na tarde de on-tem noWahat, deserto ociden-tal, informouoMinistriodoIn-

    terior egpcio.Emcomunicadoemitidopou-

    co depois das 19h (horrio deBraslia), o Ministrio afirmouque uma patrulha conjunta daPolciaedoExrcitoestavaper-seguindo elementos terroris-tas na regio, onde a entrada proibida.OMinistrio no especificou

    quantoscidadosdecadanacio-nalidade esto entre as vtimasfatais,mas,atofechamentodaedio, havia a confirmao damorte de doismexicanos.Nanota, o rgo afirmouque

    iniciou uma investigao acer-

    cadoocorridoesobreapresen-a das vtimas em uma regiorestrita. Nessa regio do Egitoso realizadas viagens tursti-casparavisitarososis,emboranosltimosanosoitinerriote-nha sido limitado por motivosde segurana.Aproximidadecomafrontei-

    ra da Lbia facilitou o trfico dearmas e as autoridades egpciasno conseguiram controlar oterritrio desrtico, onde fo-ram registrados ataques contraas foras de segurana.Ogrupojihadista Wilayat Sina (Provn-ciadoSinai) reivindicouemde-

    zembro o assassinato de umamericano, trabalhador deumapetrolfera, sequestrado no de-serto ocidental. As forasegpciasenfrentamgruposradi-cais islmicos,presentessobre-tudo na Pennsula do Sinai emaisativosdesdeogolpedeEs-tado de julho de 2013.

    Dilogo. A chanceler do Mxi-co, Claudia Ruiz Massieu, exi-giu do embaixador do Egito nopasuma investigaoa fundoeexplicao do incidente, infor-mouontemaChancelariamexi-cana. / EFEeAFP

    l AUnio Europeia (UE) se reuni-r hoje para avaliar a propostada Comisso Europeia de dividir160mil refugiados pelo continen-te e obrigar os governos a rece-ber uma parcela da populao derefugiados. Esse um sinal pa-ra a Europa, alertou oministro

    alemo do Interior, Thomas deMaizire. Um controle tempor-rio no vai resolver, admitiu. Emnota, a UE afirmou que a deci-so de ontem da Alemanha, derestringir a entrada de refugia-dos, refora a urgncia de se che-gar a um acordo. O Leste Euro-peu, porm, j indicou que con-tra as cotas obrigatrias e o pre-mi checo, Bohuslav Sobotka,alertou que os pases da regiono cederiam presso da Ale-manha. / J. C.

    l O presidente do Egito, Abdul-Fatah al Sissi, encarregou o mi-nistro do Petrleo, Sherif Ismail,de formar um novo governo atsbado aps a renncia do gabi-nete, afirmou ontem comunica-do da presidncia. A medida se-ria decorrente do descontenta-mento do presidente com a atua-o do gabinete e com o envolvi-mento de alguns ministros emcasos de corrupo.

    Egitomata turistasmexicanos por engano

    Alemanha restringe fluxona fronteira;novonaufrgiomata34 imigrantes

    UEdiscutirhojecotasobrigatriasparaseusmembros

    Presidenteordenareformadegabinete

    XAVIER FONTDEGLORIA/EFE

    Explicaes.Chancelermexicana exigiu investigao

    Foras de seguranaconfundiram veculos deturistas com os usadospor jihadistas emperseguio

    Jamil ChadeCORRESPONDENTE / GENEBRA

    Depois de registrar a entradademaisde450mil refugiadosem 2015, a Alemanha voltouontem a fechar sua fronteirae barrar os trens que chegamda ustria. Alegando no termais como lidar com o fluxode refugiados, Berlim colo-cou presso para um acordona reunio de hoje emBruxe-lasquediscutiracrise.Oen-contro ocorrer aps maisum naufrgio na Grcia 34imigrantes se afogaram, en-tre eles 15 crianas e bebs.

    O anncio do bloqueio dasfronteiras foi feito pelo minis-troalemodo Interior,Thomasde Maizire, num ato que pas-sou a ser considerado como ofim provisrio das regras de li-vre circulao de pessoas pelaUnio Europeia (UE), um dospilares do bloco. Na prtica, aAlemanha abandonoumomen-taneamente o Tratado deSchengen, que estabeleceu ofim das fronteiras. Outros go-verno, como o da RepblicaCheca,tambmadotarammedi-das similares.O controle passou a ser ne-

    cessrio, disse o alemo. Paraele, os refugiados precisam en-tenderquenopodemescolheraqualpaspoderopedirprote-o.Hduassemanas,achance-ler da Alemanha, Angela

    Merkel, fechouumpactocomogoverno deViena para permitira entrada dos refugiados. Ape-nas neste perodo, 60 mil pes-soas chegaram Alemanha. Noentanto, a partir de ontem, to-dos os trens vindos da ustriapassaram a ser controlados.Apenas cidados europeus oucomvistospoderiamseguirvia-gem.

    Destino. A Alemanha se trans-formou no principal destinodos refugiados depois queMerkel disse que os srios se-riambem-vindosnopas.Noen-tanto, com as estaes de trensde Munique tomadas por refu-giados e pressionada por seusaliadosemBerlim,ogovernoad-mitiu que sua capacidade deacolher os estrangeiros haviachegado ao limite.Apenasnosbado, 13milpes-

    soas chegaram em trens vindosda ustria. Ontem, o nmerochegoua4mil pessoas at o fimda tarde, apenas em Munique.Muita gente foi obrigada a dor-mir nas estaes. Em apenasum ms, a Alemanha recebeu60mil pessoas.Observadores disseram ao

    Estado temer pelo destino demilhares de refugiados que noconseguiram chegar Alema-nha. Na Hungria, 4 mil pessoasaguardam partida para Muni-que. Ontem, na ustria, a pol-cia disse que o pas estava rece-

    bendo 500 pessoas por hora.No fim de semana, foram maisde 7mil.

    Drama. Em mais uma trag-dia, autoridades gregas infor-maram ontem que pelo menos34 imigrantes, entre eles 15 be-bs e crianas, se afogaramaps um barco naufragar noMar Egeu. O naufrgio aconte-

    ceu prximo da ilha grega deFarmakonissi.Aembarcaole-vava131pessoas.AGuardaCos-teira da Grcia afirmou ter res-gatado 68 pessoas, enquantooutras29conseguiramchegarpraia a nado.Na ilhadeLesbos,um bote afundou a 100metrosda costa. Os 70 passageiros so-breviveram.Naustria, a polcia resgatou

    42 pessoas, incluindo 5 mulhe-res e 8 crianas, de um cami-nho refrigerado para o trans-portedefloresnaestradaA8,nacidade de Aistersheim, prxi-mo da fronteira alem.Emcomunicado,apolciaaus-

    traca afirmou que todos esta-vamemboas condies de sa-de e os contrabandistas doisiraquianos foram detidos. No

    ms passado, 71 pessoas foramencontradas sufocadas dentrode um caminho na ustria emcondies parecidas.Odramadosimigrantessufo-

    cadosnaustriaeafotodogaro-to srio Aylan Kurdi, encontra-do morto numa praia da Tur-quia, ajudaram a pressionar ospases europeus a dar uma res-postamais urgente para a crise.

    ALKIS KONSTANTINIDIS/REUTERS

    Crise migratria. Aps receber mais de 450 mil imigrantes este ano, Berlim diz que chegou ao limite e comea a controlar entradade estrangeiros vindos da ustria; segundo governo alemo, mais de 60 mil pessoas entraram no pas em apenas duas semanas

    Drama. Imigrantes tentam se salvar de naufrgio na Grcia

  • O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 Internacional A9

    M A I SP R O T E N A2x

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    Vig

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    BOGOT

    A Colmbia afirmou ontemque dois avies militares daVenezuela ingressaram emseu espao areo e disse quepedirexplicaes aCaracas,aumentandoastensesdiplo-mticas aps o fechamentoda fronteira ordenado pelopresidente venezuelano, Ni-colsMaduro.O Ministrio da Defesa co-

    lombiano afirmou, em um co-municado oficial, que as duasaeronaves militares ingressa-ram sbado tarde no espaoareo colombiano e sobrevoa-ram uma regio no Departa-mento de Guajira, incluindouma unidade do Exrcito.As autoridades venezuelanas

    no comentaram de imediato a

    denncia da Colmbia. Segun-do Bogot, inicialmente, asduas aeronaves militares vene-zuelanas ingressaram2,9quil-metros dentro do espao areocolombiano, sobrevoando a re-gio de Majayura, perdendo-serapidamente em direo a Cas-tilletes.MajayuraumaregiodeMai-

    cao, municpio colombiano deLa Guajira, na fronteira com aVenezuela, enquanto Castille-

    tes o pontomais ao norte queestabeleceoprimeiromarcodafronteiracomum.Apoucosqui-lmetros do permetro urbanodeMaicaoestapassagemfron-teiria de Paraguachn, fecha-da h uma semana por ordemdo presidenteMaduro.Oincidenteocorreemumpe-

    rodo de tenso na relao bila-teral que comeou no dia 19com a ordem de Maduro de fe-char passagens fronteiriascomaColmbiasoboargumen-to de combater o contrabando,o narcotrfico e supostos para-militares.Almdefecharafronteiraen-

    tre o Estado venezuelano deTchira e o Departamento co-lombiano de Norte de Santan-der, o governo venezuelanotambmfechouapassagemen-

    treZulia(Venezuela)eLaGuaji-ra (Colmbia), alm de expul-sar milhares de colombianosquemoravamnaregiofrontei-ria.Segundo o Ministrio da De-

    fesa colombiano, a informaosobre a violao do espao a-reo foi transmitida para a Dire-o de Soberania da Chancela-ria, a fimdequepeamVene-zuela as explicaes pertinen-tes por esses fatos, como afir-

    mouocomunicadooficialdogo-verno.

    Pesquisa.Uma pesquisa publi-cada ontem apontou que 61%dosvenezuelanossoafavordofechamento da fronteira dopas com a Colmbia. De acor-docomaenquete,36%nocon-cordam e 3% disseram no sa-berounoresponderam,segun-do aHinterlaces.Emumapesquisaanteriordi-

    vulgada pela mesma empresa,no ms passado, o apoio popu-lar ao fechamento era de 59%.Oestadodeexceopara res-

    tringir os direitos dos cidadose facilitar a identificao de pa-ramilitares e contrabandistas,como medida complementarao fechamento da fronteira,tambm tem o apoio majorit-rio, que passou de 55% para60%nas duas enquetes daHin-terlaces. / EFEeREUTERS

    BogotacusaCaracasdeinvadir seuespaoareo

    Pelomenos 110 pessoas fica-ram feridas em confrontos en-

    tre a polcia israelense epalestinos ontem, ho-ras antes do AnoNo-vo Judaico, na Es-planada dasMes-quitas, em Jerusa-lm.O local sagra-do paramuulma-nos e judeus. Os con-

    frontos se intensifica-ramdepois que grupos is-

    raelenses aumentaram a pres-so para que o governo de Is-rael permitisse que judeus ti-vessemmais acesso ao local.

    QUITO

    As chanceleres da Colmbia,Mara ngela Holgun, e da Ve-nezuela, Delcy Rodrguez, con-sultaro os presidentes de seuspasessobreosavanosquefize-ram na reunio de sbado parapreparar um encontro entre oslderes. Ao trmino da reunio,realizadaemQuito,ochancelerdoEquador,RicardoPatio, fezo anncio emumadeclarao imprensa sem dar detalhes so-bre tais avanos.As ministras se reuniram pa-

    ratentaraproximarposiesso-bre a crise surgida na fronteiracomumdeseuspasesnodia19,quandoopresidentevenezuela-no,NicolsMaduro,decretouofechamentoda principal passa-gemfronteiria, aoque seguiuadeportao de colombianos.Patio e o chanceler uru-

    guaio, Rodolfo Nin Novoa,acompanharam as chanceleresna reunio. Seus pases ocu-pam, respectivamente, a presi-dnciarotativadaComunidadede Estados Latino-Americanose Caribenhos (Celac) e daUnio de Naes Sul-America-nas (Unasul).

    O ministro equatoriano de-clarou que todos continuarotrabalhandonosprximosdias.Aps o encontro de mais de

    quatro horas, os quatro minis-tros falaram com a imprensa eleramabrevedeclarao.Emse-guida, o chefe da diplomaciaequatorianaexpressouodese-jo de todos eles que o inciodas conversas possa frutificar echegar realizao de umaprxima reunio presidencial.Estamos muito contentes

    que tenha acontecido esta reu-nioeesperamosqueosresulta-dos sejam promissores para ofuturo dos dois pases, con-cluiuPatio emseupronuncia-mento, sempermitir perguntasde jornalistas.

    Tentativas. O encontro foi osegundo entra as chanceleresdesde o incio da crise. Na pri-meirareunio,realizadanacida-de caribenha de Cartagena, nodia 26, as ministras no entra-ram em acordo sobre assuntossubstanciais para a reaberturada fronteira e, segundo revelouMara ngela, tal encontro foimarcado pela tenso.Desde o incio da crise, mais

    de21milcolombianosforamde-portados ou deixaram a Vene-zuela, revelou o Escritrio dasNaes Unidas para a Coorde-nao de Assuntos Humanit-rios. Caracas argumenta que amedidapara impediraaodecontrabandistas. / EFE

    Crise. Rodrguez (E) ao lado de Patio, Holguin e Novoa

    Opremi daGr-Bretanha, Da-vidCameron, fez ontemdurascrticas escolha de Je-remyCorbyn, um radi-cal de esquerda, co-mo seu novo lderda oposio, nosbado, com59,9%dos votos demili-tantes. OPartidoTrabalhista agoraumaameaa seguran-a nacional, nossa segu-rana econmica e seguranade suas famlias, escreveu oprimeiro-ministro conservadoremsua conta noTwitter.

    l Sondagem

    Colmbia diz que dois avies militares da Venezuela sobrevoaram o passem autorizao e afirma que pedir explicaes ao governo venezuelano

    Confrontosdeixam110feridos emJerusalm

    Ministras das RelaesExteriores da Venezuelae da Colmbia voconsultar presidentessobre crise na fronteira

    Chanceleres tentaroencontrode lderesapsreunioemQuito

    REINO UNIDOEUA

    Incndios levamgovernadordaCalifrniaadecretarestadodeemergnciaOgovernador daCalifrnia,Jerry Brown, decretou ontemestado de emergncia em ra-zo de um incndio de grandespropores no norte do Esta-do.O fogo fez comquemilha-res demoradores sassemdesuas casas e deixou quatrobombeiros feridos. O incndiocomeou no sbado noConda-do de Lake, amais de 100quil-metros da capital Sacramento,e se espalhou rapidamente pa-ra a regio de vizinha deNapa.As chamas queimaramumarea de 160 quilmetros qua-

    drados. A cada hora, o incn-dio dobra de tamanho, disseDaniel Berlant, porta-voz doDepartamento de Florestas eProteo a Incndio, que cul-pou o clima seco pela rapidezcomque o fogo se alastrou.

    Governo impe toquederecolheremreacurdaATurquia imps novamenteontemum toque de recolherna cidade curda de Cizre, ondepormais de uma semana hou-ve confrontos entre foras desegurana e rebeldes curdos.Amedida, que havia sido sus-pensa no sbado, voltou a seraplicada ontem, enquanto con-tinuam as operaes para cap-turar combatentes do Partidodos Trabalhadores doCurdis-to (PKK), disse Ali Ihsan Su,governador da regio de Sir-nak. O objetivo manter a se-gurana das pessoas e das pro-priedades.

    TURQUIA

    MIGUEL GUTIRREZ/EFE

    61%dos venezuelanos so a favor dofechamento da fronteira com aColmbia, segundo pesquisa doinstituto Hinterlaces

    Fechada.Militares da Venezuelamontamguarda emParaguachn, fronteira comaColmbia

    RODRIGOBUENDIA/AFP

    O lder da Al-Qaeda, Aymanal-Zawahri, pediu que os jo-vensmuulmanos nos EstadosUnidos e na Europa realizemataques em seus pases de ori-gem. Peo que todos osmu-ulmanos que possam prejudi-car os pases da coalizo parano hesitar. Precisamos focaremmover a guerra para o cora-o das casas e cidade doOci-dente, especificamente daAmrica disse Zawahri emgra-vao publicada ontemna in-ternet, referindo-se aos pasesque fazemparte da coalizoocidental no Iraque e na Sria.

    LderdaAl-QaedapedeataquescontraOcidente

    GUERRA AO TERRORISRAELCameroncriticanovo lderdaoposio

    14MORRERAM EMCOMBATES NO

    IMEN DURANTE OFIMDE SEMANA

  • %HermesFileInfo:A-10:20150914:

    A10 Internacional SEGUNDA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

    Nmero de tiroteios com mais de quatro vtimas foi recorde em 2012. Ano seguinte aos atentados terroristas do dia 11 de setembro de 2001 no houve massacres

    ASSASSINATOS EM MASSA NOS EUA

    INFOGRFICO/ESTADOFONTE: MOTHER JONES' INVESTIGATION: US MASS SHOOTINGS, 1982-2015*At julho de 2015

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015*

    222

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    333

    44

    11111

    0

    7

    Jssica Otoboni

    OsEUA tmumhistricomar-cante de assassinatos em mas-sa. Apesar de os crimes envol-vendo membros da mesma fa-mlia terem maior incidncia(53% dos casos ocorridos entre2007e2015), segundodadosdoFBI, so tragdias como omas-sacredeColumbine, em1999, ode Virginia Tech, em 2007 e ode Charleston, em junho, queganhammaior destaque.Mesmo com esses dados, a

    sensao adequeas chacinas,planejadas cuidadosamente ouno pelos atiradores, so cadavezmais recorrentes. Umestu-do do FBImostra que, de 2000a 2013, houve 160 incidentesnos quais morreram 486 pes-soas e 557 ficaram feridas. Des-ses, 40% foram assassinatoscom armas de fogo.Para o diretor e pesquisador

    doDepartamentodeCorreesde Minnesota, Grant Duwe,desde seus primeiros dias derepblica,