OFICINA DE USO DAS FERRAMENTAS DO...

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OFICINA DE USO DAS FERRAMENTAS DO LABORATÓRIO DE LÍNGUAS IR. ADELINO MARTINS DA FACULDADE DE LETRAS Cristina Perna 1 , Manoel Luz 2 , Patrícia Silva 3 , Rodrigo Carvalho 4 Nos últimos vinte anos, o acesso a recursos computacionais e à Internet tornou-se tão disseminado que passou a receber uma atenção constante entre pesquisadores, educadores e professores de línguas. A visão tradicional do ensino, na qual o professor é o centro das atenções e cujos recursos são apenas o quadro-negro e o giz, já deixou de ser realidade em grande parte das instituições de ensino do país (Perna et alii, 2010). A verdade é que, atualmente, os professores estão tentando ao máximo manter a atenção dos alunos via ferramentas que há apenas alguns anos não se concebia. Uma nova concepção no modo de ensinar, mais flexível e aberta, propicia um avanço nas potencialidades das relações dialógicas através das tecnologias: de nada adianta o acesso a computadores se estes forem utilizados apenas para apresentar material tradicional típico de livros didáticos. Utilizado dessa forma, o computador torna-se um mero recurso de eficácia duvidosa e de valor educacional discutível. Conforme Machado (2001, p. 9), “a evolução de softwares chega a ser maior que a nossa capacidade de absorvê-la, compreendê-la e dominá-la”. Além disso, cabe salientar que os softwares no ensino de línguas, o uso do e-board e da WEB em aula são apenas ferramentas de auxílio; contudo, se utilizadas com um aporte pedagógico consistente, podem se tornar recursos indispensáveis para maximizar a aprendizagem de uma língua, pois levarão em conta a educação em sua pluralidade conceitual e cultural. Tendo em mente essa preocupação, os funcionários e estagiários do Laboratório de Línguas, juntamente com sua coordenadora e duas acadêmicas da FALE - Aline Fay e Amanda Rosa de Bittencourt – apresentaram, durante a X Semana de Letras, ideias para 1 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil. 2 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil. 3 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil. 4 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.

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OFICINA DE USO DAS FERRAMENTAS DO LABORATÓRIO DE LÍNGUAS IR. ADELINO MARTINS DA FACULDADE DE LETRAS

Cristina Perna1, Manoel Luz2, Patrícia Silva3, Rodrigo Carvalho4

Nos últimos vinte anos, o acesso a recursos computacionais e à Internet tornou-se

tão disseminado que passou a receber uma atenção constante entre pesquisadores,

educadores e professores de línguas.

A visão tradicional do ensino, na qual o professor é o centro das atenções e cujos

recursos são apenas o quadro-negro e o giz, já deixou de ser realidade em grande parte das

instituições de ensino do país (Perna et alii, 2010). A verdade é que, atualmente, os

professores estão tentando ao máximo manter a atenção dos alunos via ferramentas que há

apenas alguns anos não se concebia. Uma nova concepção no modo de ensinar, mais

flexível e aberta, propicia um avanço nas potencialidades das relações dialógicas através

das tecnologias: de nada adianta o acesso a computadores se estes forem utilizados apenas

para apresentar material tradicional típico de livros didáticos. Utilizado dessa forma, o

computador torna-se um mero recurso de eficácia duvidosa e de valor educacional

discutível.

Conforme Machado (2001, p. 9), “a evolução de softwares chega a ser maior que a

nossa capacidade de absorvê-la, compreendê-la e dominá-la”. Além disso, cabe salientar

que os softwares no ensino de línguas, o uso do e-board e da WEB em aula são apenas

ferramentas de auxílio; contudo, se utilizadas com um aporte pedagógico consistente,

podem se tornar recursos indispensáveis para maximizar a aprendizagem de uma língua,

pois levarão em conta a educação em sua pluralidade conceitual e cultural.

Tendo em mente essa preocupação, os funcionários e estagiários do Laboratório de

Línguas, juntamente com sua coordenadora e duas acadêmicas da FALE - Aline Fay e

Amanda Rosa de Bittencourt – apresentaram, durante a X Semana de Letras, ideias para 1 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.2 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.3 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.4 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil.

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maximizar o ensino de línguas estrangeiras através das ferramentas que o laboratório de

línguas da FALE dispõe.

Nesta edição da Semana de Letras as atenções voltaram-se para a Oficina de Uso

das Ferramentas do Laboratório de Línguas, localizado no quinto andar do prédio da

FALE. Mas um laboratório em especial não só chamou a atenção do público, docentes e

discentes, como também sediou a maioria das apresentações: o laboratório “A”, localizado

na sala 509-03 e popularmente chamado laboratório “SANAKO” em virtude do software

educacional que lhe confere seu “nome de batismo”. Nele, o sistema SANAKO (produzido

pela empresa SANAKO, com sede na Finlândia, http://www.sanako.com/Products.iw3),

software educacional de alta tecnologia e utilizado nos mais avançados laboratórios

destinados a fins didáticos ao redor do mundo, foi apresentado ao público através de uma

apresentação dinâmica e interativa.

O Software SANAKO traz uma interatividade entre aluno e professor, através dos

recursos de chat, voz, monitoramento visual da tela do aluno, discussões em grupos ou

individual e, caso o professor necessite, o bloqueio de acesso a sites e ao próprio

computador do aluno utilizando, desse modo, apenas o material fornecido em aula.

Não apenas os recursos do software SANAKO foram explorados, como também as

potencialidades de outra poderosa ferramenta encontrada neste laboratório, o SMART

Board, da SMART Technologies (http://smarttech.com/). Trata-se de um quadro interativo

que dispõe de quatro canetas virtuais de diferentes cores e um apagador virtual. A diferença

principal entre este quadro interativo e os demais quadros denominados de e-board,

(localizados nos laboratórios B, C e salas de aula do mesmo andar do prédio) é que suas

canetas virtuais não precisam ser alimentadas por pilhas, pois o SMART Board possui

sensores de toque na sua superfície de edição. Sendo assim, o usuário pode mover objetos,

acessar menus e ferramentas e até mesmo apagar o conteúdo do quadro utilizando as mãos.

Ao utilizarem não só os recursos do SMART Board como os do software SANAKO,

que permite a criação de uma sala de aula virtual e a divisão da mesma em grupos, a equipe

realizou uma pequena atividade lúdica que permitia aos participantes a interação com

ambas as tecnologias. Esta atividade constituiu uma apresentação simples utilizando essas

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duas ferramentas, envolvendo o público presente numa atividade de encontrar palavras

disponibilizadas em português, porém distribuídas em um caça-palavras em inglês. Ao

serem localizadas as palavras, um representante do grupo ia ao quadro, utilizando a caneta

ou o próprio dedo, desta forma indicando a localização das mesmas.

Como segunda etapa da atividade a Prof. Erica Schultz, da FALE, apresentou

diferentes possibilidades para se utilizar o freeware C-Map Tools, ferramenta que serve

para muitos fins, mas tem seu valor pedagógico na proposta de auxiliar o aluno a trabalhar

na síntese de textos.

Na terceira etapa da atividade, a acadêmica Amanda Rosa de Bittencourt5,

apresentou no mesmo laboratório A, os passos para a criação de uma wiki, coleção de

páginas da web, utilizada como recurso inovador e eficaz para a aprendizagem de

conteúdos de diversas disciplinas e para a pesquisa de diferentes temas. Logo após,

Amanda apresentou sobre O Livroclip e a Literatura: a mistura da tecnologia e da leitura,

com vistas a proporcionar novas possibilidades pedagógicas relacionadas ao ensino de

língua portuguesa e literatura e a tecnologia. O objetivo, nesta mini-oficina, foi propor a

criação de um livroclip na escola. O livroclip é o enredo de um livro adaptado a um

pequeno filme musical, que possui citações, imagens, animações, efeitos de vídeo e música.

Para tanto, duas tecnologias de criação de filmes foram utilizadas, o Windows Live Movie

Maker e o SlideShow, colocando suas facilidades e dificuldades e demonstrando exemplos

de edição e criação dessas tecnologias aplicadas ao livroclip.

A última atividade, desta feita apresentada no Laboratório B, foi apresentada pela

acadêmica Aline Fay. A atividade constou de sugestões para o ensino de inglês como

língua estrangeira através do uso do e-board. A acadêmica teve oportunidade de

demonstrar várias atividades que podem ser utilizadas não só no ensino de inglês, mas que

também podem ser aplicadas para o ensino de qualquer língua estrangeira.

Referências

5 A exposição foi realizada sob a orientação de Heloísa Orsi Koch Delgado, professora da Faculdade de Letras da PUCRS.

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LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva. São Paulo: Edições Loyola, 1998.

LIMA, V. A. Mídia: Teoria e Política. São Paulo: Perseu Abramo, 2001.

MACHADO, Felipe Nery Rodrigues. Análise Relacional de Sistemas. 1. ed. São Paulo: Editora Érica Ltda, 2001.

PERNA, C.; DELGADO, H. FAY, A.; BARBALHO, P. Linguagem e Tecnologias: integração essencial para a cooperação intelectual. Eutomia – Revista Online de Literatura e Linguística. Recife: UFP, 2010.