Oficina Imagem Complexa e Analise de Imagem na Contemporaneidade na Semana de Comunicação da FIAM
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IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE
IMAGEM COMPLEXA [ Josep Català ]
• A imagem complexa é um conceito que nos permite repensar as imagens.
• Vivemos uma época de uma grande proliferação de imagens e de uma grande poluição da imagem.
• Filme ensaio e interface são aspectos da imagem complexa
IMAGEM COMPLEXA [ Uma cidade palimpsesta]
O OLHAR
Primeira ilustração de uma câmara escura - 1544 Teatro Grego
O OLHAR
No teatro grego o espectador contempla uma representação cercado pelos outros espectadores, mas com o surgimento da câmara obscura o “espetáculo se privatizou e agora é um espectador individualizado quem observa (CATALÀ, 2005: 537). • Essa comparação revelar a mudança e a forma
como observamos uma vez que a câmara obscura fundamentou a distinção entre o olhar artístico e a visão cientifica: “uma regida pela emoção e outra pela razão”(CATALÀ, 2005: 538).
• No teatro se organiza as vários imaginações e representações construindo uma arquitetura. Organiza realidade e ficção.
• O Teatro grego organiza o pensamento grego.
• No melodrama teatral não é possível captar toda a realidade, diferentemente do cinema.
• O cinema vem do melodrama teatral. • Os primeiros filmes são parados, sem
movimentos, como se fosse um grande palco.
O PENSAMENTO
A chegada do trem na estação [ Irmãos Lumière -1895]
• A pintura renascentista deseja a janela e usa a janela.
• É preciso criar a ideia de janela para que o visitante possa olhar pela janela.
• As imagens ao entrar nos olhos e são guardados.
• Segue a ideia de câmera escura.
The Virgin of Chancellor Rolin - 1433-34 - Jan van Eyck Musee du Louvre, Paris
A visão, em sentido geral, não está só relacionada com os olhos. Na verdade, podemos dizer que vemos também com o corpo, já que o campo de visão e as experiências que dele derivam estão conectados à posição do corpo em relação à realidade que o rodeia, assim como toda experiência visual tem que ver com os estímulos que são recebidos do entorno por meio do corpo em sua totalidade. [...] A nossa visão não é outra coisa que não a propriedade de um corpo. Mas tudo isso só pode ter sentido para nós se o considerarmos a partir do momento em que já temos uma ideia clara do que significa a visão e das relações que ela mantém com o que chamamos de imagem ( CATALÀ: 2011: 19)
A VISÃO
A VISÃO Fora da imagem, o espectador ( ou ator, nos processos de interatividade contemporâneos) situa-se diante dela de uma maneira que determina a percepção que se tem dela, ao mesmo tempo que a própria imagem, ou fenômeno visual, o coloca em uma posição social que articula sua identidade dentro desse marco. Perceber, ser receptor ou usuário de uma imagem, significa em primeiro lugar iniciar um jogo entre a identidade social e a identidade individual ( CATALÀ: 2011: 19).
selfiecity — são paulo [A video montage of 640 selfies from São Paulo]
Albert Eckhout - Índia Tupi Kessel, Jan van the Elder - America complete (1966)
IMAGEM COMPLEXA [ Josep Català ]
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
• Uma produção pictórica do hermetismo medieval onde 15 gravuras que descreve o método da grande obra da alquímica.
• Não é um livro sem palavras. Na lâmina 14, existe uma expressão latina conhecida dos alquimistas: “Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies” (“Reza, lê, lê, lê, relê, trabalha e encontrarás”).
• A ideia de livro mudo vem a ser à total incompreensão dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia, já que só os entendidos compreendiam as revelações das gravuras.
• Uma complexa composição de imagens em que nada está representado por acaso. Mutus Liber – Editado por
Eugene Canseliet 1958.
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
• A verdade da imagem se encontra através da técnica, por ser um instrumento profundamente ligado a cultura visual contemporânea.
• A tecnologia fez com que as imagens contemporâneas tornassem imagens complexas.
• Todas as imagens podem ser complexas uma vez que a nossa “mirada” é complexa.
El poeta y el pinto - Chirico
IMAGEM COMPLEXA [ Josep Català ]
A FORMA DAS IDEIAS
A perspectiva representa a tendência no sentido da globalidade da imagem época renascentista e pós-renascentista. A técnica implica uma vontade integradora muito forte que constitui o embasamento de seu realismo essencial (CATALÀ,2011: 123).
Vittore Carpaccio (1460-1526). O retorno do Embaixador.
• Durante o renascimento, ocorre uma recuperação do mundo clássico cuja tradição tinha sido supostamente, esquecida durante a longa Idade Média.
• Um movimento cultural faz renascer tradições perdidas e consideradas transcendentais.
A FORMA DAS IDEIAS
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
[ As imagens como ponte para o conhecimento]
A Entrega das Chaves a São Pedro, Capela Sistina [1481–82]
Reconstrução do templo de Jerusalém - Guillaume de Tyr. [Entre 1200 e1300].
As arestas paralelas dos objetos, ao se distanciarem do observador, fixo, deveriam convergir para um ponto (ponto de fuga),
porém, elas não o fazem.
• O interesse em recuperar o pensamento clássico é acompanhado de um interesse pela arte do passado e então há uma tomada de consciência de que esses restos tinham permanecidos até o momento sob o mesmo subsolo que sustentava as construções da sociedade atual.
• Materializava-se também a ideia moderna da temporalidade.
• Hans Holbein nasceu em Augsburgo em 1497 e morreu em Londres em 1543.
• Estudou com o pai (Holbein, o velho).
• Em 1515 se instala em Basileia, na Suíça, e ilustra O elogio da loucura, de Erasmo de Rotterdam.
• Torna-se amigo de Erasmo, que irá dar-lhe várias cartas de recomendação.
OS EMBAIXADORES - Hans Holbein, o Jovem [ roteiro a partir de leituras de John Berger, Arlindo Machado e Omar Calabrese] [ Carlos Roberto da costa]
• Em 1518 viaja para a Itália e entra em contato com a pintura de Leonardo da Vinci e de Andrea Mantegna.
• Esta viagem influenciará no acabamento de seus retratos, na composição e riqueza das cores, típicas do renascimento italiano.
• Acaba se tornando um grande retratista, embora fosse homem de muitas artes, como a astronomia e o desenho de projetos.
Hans Holbein
• Volta para a Suíça, mas retorna para a Inglaterra em 1532, e se torna pintor da corte, por indicação do embaixador Jean de Dinteville, seu amigo. Fez diversos retratos de Henrique VIII.
• Holbein foi um dos pintores mais intelectualizados de sua época.
• Amigo de cientistas (como Kratzer, Schöner, Erasmo de Rotterdam e More).
• Morreu numa epidemia de peste em 1543.
Hans Holbein
• Este retrato de Tomás More, pintado por Holbein em sua primeira estadia na Corte inglesa, dá uma boa amostra de seu estilo de pintura e de retratista amante dos detalhes. Holbein se apresentar com carta de recomendação de seu amigo Erasmo.
Hans Holbein [ Retratos ] Tomás More
Hans Holbein [ Retratos ] Kratzer e de Erasmo de Rotterdam
Gisze, um mercador alemão em Londres, e das rainhas Jane Seymour e Ana de Clèves (terceira e quarta esposa de Henrique VIII).
Hans Holbein [ Retratos]
LER UMA PINTURA
• A pintura é um texto aberto à leitura. • Há mensagens distintas e em diversas
camadas, como as de uma cebola. • Essa leitura demanda olhar atento, como
a leitura de qualquer imagem, na descoberta das intertextualidades.
Olhar Atento
• A intertextualidade define um conjunto de capacidades e pressupostos por parte do leitor e são evocadas mais ou menos explicitamente em um texto.
• Algumas são histórias ou narrativas já produzidas por outro autor. Como a clássica cena do carrinho de bebê na escadaria de Odessa, durante a repressão do czar, no filme O encouraçado Potenkin (1925), de Eisenstein. Essa cena foi citada por Brian de Palma no filme Os intocáveis (1987).
Encouraçado Potekim - Sergei Eisenstein -1925
A cena da escadaria de Odessa (acima), da obra de Eisenstein, é citada por Brian de Palma no filme Os Intocáveis (direita).
Os Intocáveis - Brian de Palma [1987 ]
• Os embaixadores [1533] – National Gallery, em Londres.
• A tela é considerada enigmática, misteriosa, filosófica
• Equipara-se As Meninas, de Velázquez (1656) em quantidade de estudos e de análises.
• O pintor está representado no próprio quadro e olha para fora da tela, na direção do espectador, o “nosso lugar” em relação à tela.
• Mas lugar do ponto de vista do observador se mostra ocupado: no reflexo do espelho, no fundo da sala, se veem as duas figuras reais que seriam o alvo do trabalho do pintor.
O casal real (Felipe IV e Mariana da Áustria) refletido no espelho. O lugar do espectador é o lugar o rei (Foucault em A palavra e as coisas).
Os Embaixadores [Hans Holbein ] Descrição do quadro
• É um retrato de ocasião: feito com hora marcada, encomendado ao artista em ocasião especial. A própria tapeçaria (usada em outros quadros de Holbein) realça a dignidade dos retratados.
• Numa sala solene, de piso marchetado e cortinas de seda verde com brocado ao fundo, dois cavalheiros são retratados em pé.
• Eles estão apoiados numa mesa com tampo duplo, repleta de objetos científicos, musicais e geográficos. A mesa está coberta por uma tapeçaria.
• Os dois personagens parecem figuras importantes na hierarquia da corte.
• Um está vestido com sinais de dignidade: a capa de arminho branco, o colar de ouro e um punhal.
• Veste ricas roupas e imponentes adereços. • Os dois olham para o pintor, ou (como quer John
Berger) têm um olhar distante, como alheios: na realidade não olhariam para nada.
Greta Garbo. Rainha Cristina. Rouben Mamoulian - 1933
• O homem pintado à direita é um eclesiástico, membro da elite da igreja (trajes e luvas).
• Há no quadro um efeito realista nos pormenores legíveis.
• O quadro está pintando com grande habilidade para criar no observador a ilusão de que “olha” objetos e materiais reais. No entanto tudo se dirige ao tato.
• Cada centímetro da superfície da tela, embora visual, apela ao tato: peles, sedas, metal, madeira, veludo, mármore.
• Os dois homens têm presença, mas a cena é tomada pelos “materiais” dos objetos e de suas roupas.
• Fora mãos e rostos, tudo fala da qualidade da fabricação e da arte dos artesãos que as produziram.
• Na mesma época em que Holbein pintou a tela estavam em moda os quadros de enigma, que tiveram no pintor Ehrard Schön sua expressão maior.
• Essas obras eram um tipo de jogo de adivinhação (a mentira e o segredo).
Martinho Lutero, por Ehrard Schön
“ O que se olha é aquilo que não se pode ver ”. • Neste sentido que se pode dizer
que, diante da tela de Holbein, o olhar cai sempre no furo, já que aí o olhar quer ver aquilo que não há. Toda pulsão é sempre a pulsão de morte.
• Arlindo Machado escreve que esse “segundo olho” introjetado na cena é um olho crítico, com a função de desmantelar as certezas do sistema renascentista.
• A tela de Hans Holbein, ensina Omar Calabrese, possui dois olhares distintos: um para o público em geral e outro para aqueles que possuem a “chave”.
• O quadro é teatral na apresentação na anamorfose (a morte) em contraste com a opulência do cenário e dos personagens.
• A força do poder político, das ciências contra o nada: a caveira.
• O quadro atrai e confunde e convida para o jogo. O que é aquela figura atravessada no primeiro plano?
• A tela celebra uma nova classe de riqueza. Mais dinâmica (não é a posse de uma casa) e cuja única porta de acesso é o supremo poder de compra que o dinheiro proporciona ( Jonh Berger).
• O desejo se baseia na tangibilidade, no poder de tocar, satisfazendo o tato e a mão do proprietário.
• Se o crânio (memento mori), colocado a pedido dos retratados, fosse pintado igual ao restante, teria perdido sua significação metafísica. Seria apenas parte do esqueleto de alguém que morreu.
Enigma 1: O segredo
A anamorfose (a caveira/crânio transfigurada) reposicionada numa rotação feita com o computador
Enigma 1: O segredo
A anamorfose (a caveira/crânio transfigurada) reposicionada numa rotação feita com o computador
• Georges de Salve, 24 anos, sagrado bispo aos 18. Embaixador papal, está em Londres também em missão de trabalho.
• Jean de Dinteville, embaixador do rei Francisco I da França na corte inglesa. Tinha 29 anos em 1533. No pescoço a medalha da Ordem de São Miguel, oferta do rei francês.
Enigma 2: Os personagens
• Os objetos entre os embaixadores (globo celeste, alinômetro, goniômetro, relógio solar, mapa-múndi, alaúde, flautas.
• O livro entreaberto é o L’ Arithmétique des Marchands, de Petrus Apianus, de 1527.
• O outro é o Gesangbüchlein, de Johann Walter, de cantos corais (Wittenberg, 1524).
Enigma 2 – Os personagens
• Os personagens se apoiam e se rodeiam não de elementos celestes, mas de ícones da ciência.
• É um elogio da nova era da ciência e do saber moderno.
• Copérnico defende, naquele mesmo 1533, a teoria heliocêntrica perante o papa Clemente VII. Tempos de reforma religiosa e científica.
Enigma 3 : Cultura e ciência
• Os dois personagens do quadro são mensageiros da modernidade e pertencem a um círculo de sábios.
• Dinteville é amigo de Nicolau Kratzer, cientista e astrônomo, e alguns dos objetos presentes no quadro estão também no retrato de Kratzer feito por Holbein.
• Dinteville é amigo de Erasmo de Rotterdam, que o recomendou a Tomás More, chanceler inglês que neste 1533 está preso por não haver aceito o casamento de Henrique VIII com Ana Bolena. More está presente no quadro.
Enigma 4 : O segredo da amizade
Erasmo de Rotterdam por Holbein
Retrato do matemático Nicolau Kratzer, do círculo de Thomas More
• 1533 é uma data fatídica para a modernidade.
• Marca o final dos tempos medievais. • Dinteville e Georges de Salve foram
enviados a Londres (o piso da sala reproduz o chão da Abadia de Westminster) em missão diplomática secreta. Objetivo: tentar evitar a ruptura religiosa entre a Grã-Bretanha e Roma. Martinho Lutero já havia aberto um cisma na igreja (1521). Mas a missão é difícil, se não impossível. A ruptura é iminente, como veremos a seguir.
Enigma 5 : A política
O piso da sala em que os embaixadores se encontram reproduz o chão da Abadia de Westminster: os dois estão ali em missão diplomática secreta, para tentar evitar uma ruptura que se apresenta como iminente
• A ruptura já ocorreu com Lutero, em 1521. • O alaúde de 10 cordas tem uma delas
partida. • Georges de Salve tem o rosto com a pele
estranha, como uma pintura incompleta. Holbein poderia ter terminado depois, se quisesse. A pele é imperfeita como a própria missão do bispo Georges.
• O livro de cânticos mostra um hino luterano: o final da unidade da igreja. O alaúde, a grande lira do universo, foi rompido.
Enigma 6 : A ruptura
Uma das dez cordas do alaúde foi quebrada: a ruptura já ocorreu. A igreja una está dividida.
• A segunda caveira dentro da caveira. A caveira no alfinete de Dinteville. “Memento mori”. Holbein, em alemão, quer dizer “osso oco”.
• A morte como segredo. E o detalhe final: o crucifico escondido no lado esquerdo da pintura.
• É o último golpe teatral, o último dos segredos do quadro. Oculto na última prega à esquerda da cortina, um crucifixo de prata em perfil, com o braço curto da luz voltado para nós, é o simulacro do irrepresentável, de Deus. Ponte e passagem para o além da representação.
Enigma 7 : O linguístico
A caveira no alfinete do chapéu ou boina de Dinteville. “Memento mori”: lembre-se de que você irá morrer.
O golpe teatral final: o crucifixo escondido na dobra da cortina.
Mudança do imaginário
• O final do século XIX, é um momento transcendental.
• Há uma mudança radical na forma como se concebia a imagem.
• Muda o nosso imaginário sobre a forma de concepção da imagem.
• Continua a pensar na imagem criada pela renascimento [ imagem perspectivista] .
Construção geométrica de uma perspectiva. Gravura de Henricus
Hondius.
Método de Dürer que se utiliza de um vidro quadriculado como plano secante da pirâmide visual.
Cliff Evans, em “Citzen: the wolf and the Nany (2009)
• Há uma ruptura profunda que de alguma forma explica o que acontece hoje.
• O século XX foi uma preparação do que estamos vivendo hoje, ao mesmo tempo que manteve os equívocos de interpretração desse tipo de imagem.
• Na contemporaneidade podemos regressar e reinterpretar a imagens do século XIX.
Panorama de Daguerre: Boulevard parisien - 1827
Nicéphore Niépce [ 1826]
Mudança do imaginário [ A fotografia]
Mudança do imaginário [ A fotografia]
Proto imagem cinematográfica
• A sensação da imagem em movimento.
• Um tipo de imagem anterior ao cinematógrafo [ não são considerado imagens já que as imagens seriam produtos de um movimento.
Proto imagem cinematográfica
A modernização do olhar/observador
• A suposição do olhar às novas formas racionalizadas de movimento.
• Essa mudança coincidiu com a crescente abstração da experiência óptica diante de um referente estável.
• Um desraizamemto visão diante do sistema representacional [câmara escura] .
Les affiches en goguettes [ Georges Méliès – 1907 ]
• Méliès tinha uma imaginação transbordante e fazia algo pode ser considerado moderno e contemporâneo.
• Há um dispositivo de representação que hoje a TV e o cinema estão utilizando: a tela dividida em diferentes ações.
• Uma imagem complexa por possuir movimento em potencial, um mecanismo interno, uma técnica e uma visualidade não visível.
• Esse mecanismo tipicamente modernista oculta a complexidade atrás da impressão de modernidade.
• Há um prolongamento do imaginário renascentista que pretendia a ilusão do realismo.
A modernização do olhar/observador
• Méliès faz uma colagem, não é uma vista direta do que está direta da camera
• Nos anos 30 isso se repete: compor uma imagem atraves de outra imagem.
• Quentin Tarantino faz isso hoje. • Essa forma faz esconder algo
para fazer uma anunciação visual escondendo a complexidade interna.
Taran.no // From Below [ Kogonada
IMAGEM COMPLEXA [ As imagens como ponte para o conhecimento]
O livro de cabeceira -‐ Peter Greenway [ 1996]
O livro de cabeceira -‐ Peter Greenway [ 1996]
IMAGEM COMPLEXA HQ como forma de exposição
Rodolphe Töpffer [ 1799 - 1846] A narração gráfica
IMAGEM COMPLEXA [ Split-screen ]
• Nascia uma outra forma de representação distinta do cinematógrafo.
• Uma representação em uma página e que produzem articulações dentro da página que parecem ser cinematograficas, mas com a virtude de estar presente na superfície.
• Nesse sentido a imagem de Méliès seria mais complexa.
IMAGEM COMPLEXA HQ como forma de exposição
Framed game
• Uma representação em uma página e que produzem articulações dentro da página que parecem ser cinematograficas, mas com a virtude de estar presente na superfície.
IMAGEM COMPLEXA HQ como forma de exposição
IMAGEM COMPLEXA [ Gabinetes das curiosidades ]
The Gallery of Cornelis van der Geest – 1628. Willem van Haecht
The Gallery of Cornelis van der Geest – 1628. Willem van Haecht
Jan van Eyck, Femme à sa toilette
IMAGEM COMPLEXA [ Gabinetes das curiosidades ]
Alice Madness Returns - De volta ao País das Maravilhas
Novas histórias de fantasmas . Didi-Huberman - 2014
A VIRGEM E O MENINO À FRENTE DE UM GUARDA-FOGO [ O mestre Flemalle - Robert Campin]
• A pintura holandesa mostrou a possibilidade de uma arte capaz de imitar a realidade.
• Símbolos cotidiano de um cenário doméstico em símbolos em símbolos de símbolos.
• O tema é a Mãe. Tudo gira em torno da Virgem.
• O pintor deixa pista no ambiente para saber a identidade dessa mulher.
• Maria vive em um mundo real. • Elevou uma mãe humana, em circunstâncias
comum, a uma posição sagrada ( A Mãe de Deus).
• Humaniza o divino.
O FILHO • Olha com olhar convincentes. • Segura uma flor invisível .
A MÃE • Olha para cima, oferecendo o mamilo direito
menos para o filho do que para o espectador.
• Cabelos ondulados. • Seios redondos- a metade inferior ausente
por baixo das dobras do vestido. • Maria é imaculada como o lírio.
AS VÁRIAS REPRESENTAÇOES DA VIRGEM Isis e Horus – Egito (primeiros registros após 2500 A.C.)
O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter Paul Rubens. A Virgem Abençoada Castigando o
Menino Jesus Perante Três Testemunhas ( André Breton, Paul Éluard e o artista) – 1926. Max Ernst -‐ Metropolitan Museum of Art em Nova York.
AS VÁRIAS REPRESENTAÇOES DA VIRGEM
Isis e Horus – Egito (primeiros registros após 2500 A.C.)
O nascimento da Via Láctea, 1636. Peter Paul Rubens.
• O leite torna-se um dos aspectos da humanidade de Cristo.
• O leite é o dom da vida. • Com o leite crescerá e tornará
homem. • Vinho alemão Liebfraumilch ( Leite
de nossa senhora).
• Os sete atos de misericórdia. • Em representação do juízo final do
Séc XVII Maria despe diante do filho. • O Filho mostra as feridas no próprio.
Maria e Jesus perante ao Senhor. Mestre dos Encarnados de Zurique. 1503
• Maria como Mãe misericordiosa, alimenta com seu leite as almas do purgatório.
Filotesi dellÁmatrice. C.1508.
AURÉOLA • Guarda-fogo feito de palha. • Depois de Cristo todos os santos herdaram
esse traço singular de divindade. • A auréola também percorreu o oriente. • Coroava a cabeça de Deus Pai. • O Espírito Santo em forma de cisne e Deus
Filho. • O círculo é a mais perfeita forma geométrica.
Apolo Coroado com uma auréola, examinando inúmeros vasos contendo os atributos dos deuses.Vincenzo Catari . 1556.
Incomensurável Buda dos 48 desejos. Desenho chinês à tinta. Sec. X.
O quarto homem - Paul Verhoeven. 1983. A mãe coroa o seu filho uma casca de maçã.
A.I. – Inteligência Artificial [ Steven Spielberg – 2001]
• O protagonista está isolado. • Ele tem a perfeição de um santo e tem direito a uma auréola. • Mas a tarefa é executada também no conteúdo (lustre
adequado) e pelo estilo ( A câmera no local adequado para que funcione a ideia.
• Davi é preso dentro do seu desejo circular. Da mesma forma que o movimento de câmera em círculo.
A CHAMA • Presença no ambiente
(Espírito Santo). • A chama é uma convenção
iconografia medieval.
BANCO DE 3 Pés • Presença da Santíssima Trindade. • 3 círculos interligados • Animal de 3 cabeças como a íbis
ou salamandra.
TRÍPTICO DE JARDIM DAS DELÍCIAS - HIERONYMUS BOSCH .
MUNDO/IMAGEM NA JANELA • A cena pintada em detalhe meticuloso, como uma
miniatura retrata a cena de uma cidade. • A igreja no centro da cidade aponta padrão céu. • Pessoas • Uma mulher parada na porta da casa. • Dois cavalheiros passam com ar de ócio • Pedestres parados conversam na rua.
O LIVRO • A mãe interrompeu a leitura para
amamentar o filho. • Verba - assume a forma do mesmo. • Scripta – passa • O pintor acreditava na palavra escrita.
A ROUPA • A cor azul celeste se manteve como valor
simbólico • Ornada com bordados e pedras preciosas • Vestida com requinte celestial. • Usa anel de casamento. • Noiva de José e Deus. • Santo Agostinho dizia " a esposa do Filho”. O AMBIENTE • Não de forma aristocrática. • O guarda-louça gótico e o cálice foram
acrescentados no séc. XIX e oculto sua genitália do menino.
• No séc. xv era comum ver o Menino Jesus nu.
• Há pelo menos duas pinturas: 1. Uma cena doméstica comum e um interior
confortável. 2. Conta a história de um deus nascido de uma
mulher mortal, o qual assume na sua feição humana a sexualidade da carne e o conhecimento.
• Essa história ameaça ser infinita , uma vez que toda leitura nova acrescenta outras camadas ao seu enredo.
• Ao analisa-la hoje, emprestamos à pintura uma abundância de detalhes curiosos, dos quais o artista não fazia ideia.
Leonardo's Last Supper -‐ Peter Greenway
Cultura visual [ Novas configurações ]
• A imagem na cultura visual permite ver e explicar as novas configurações .
• Ao tentar explicar novas configurações temos que recorrrer as novas visualidades que tem em comum determinadas configurações.
• O que há no fundo do conhecimento. • Hipertextual implica uma leitura distinta. • Qualquer imagem ou instrumento visual introduzidos
nesses textos permitem através de mapas e interface descontruir e também reconstruir o texto através dos instrumentos visuais.
• Qualquer Tecnologia aplicada a anterior, possibilita ver a complexidade da tecnologia.
• Imagem de vídeo é possível desconstruir o quadro.
The Survivor from Warsaw, Saskia Boddeke & Peter Greenaway
IMAGEM COMPLEXA [ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO] Photosynth
• Fotografias que vieram de variados bases de dados.
• Photosynth tem uma grande coleção de fotos de um lugar ou objeto, analisa-los por semelhanças e os exibe em um espaço dimensional reconstruído.
• Já não estamos fazendo montagem com imagem de apenas uma pessoa, mas com fotos tiradas de diferentes pessoas, que são colocadas na internet e que existem conexões entre elas.
• A tela aparece como diferentes tábulas que os planos podem ser colocadas de diferentes formas.
• É um passo adiante da linguagem cinematográfica. • Há a criação de espaços virtuais diferentes. • Uma imagem metafórica baseada em bancos de
dados.
Photosynth
IMAGEM COMPLEXA [ Interface ]
• Modelo mental é uma maneira de organizar o conhecimento.
• A interface é um novo modelo mental. • Organizamos através de imagens, pode ser
parecido com cinematográfica. • No videojogos a se que faz na tela cria uma nova
disposição visual que permite avançar um passo a mais.
• Videojogo pretende ser realista. • Não observamos como um avanço e sim como uma
imersão ao universo virtual realista com ações e gestões que são naturais.
• Mas essas ações não toma com base a imaginação como o espectador de um espetáculo.
• Toma a decisão também com a ação de uma corpo.
Immemory - [Chris Markers ] 1997
• Do universo que configuramos surgem uma série de “objetos” que constituem a materialização da fenomenologia virtual.
• Os objetos surgem de uma estrutura anteriormente delimitada, do seu funcionamento multi-estável.
• Ao considerar estes elementos como objetos, extraímos da arquitetura que fazem parte e do seu fluxo constante.
• Ao descrevê-los e determinar o seu significado levar em conta que são objetos complexos e por isso estão abertos tanto a constelação ( arquitetura) e à rede ( circulação) a que pertence.
• Imagem interface em um novo tipo de imagem [mutante, fluida].
• Todo esse elementos não estáveis, se articulam e daí a necessidade de de compreender o que significa.
• E onde esta organizado o nosso pensamento?
• Estamos na era da representação fluida e em movimento.
• Os meios anteriores não somem. • Assumem camadas, novas epidermes
e complicando a estrutura de imagem. • Os meios se transformam a medida
que assumem novos meios.
IMAGEM COMPLEXA [ Interface ]
The Left-behind Family - Liu jie
Camponês trabalhador Wang Daisheng trabalhador na cidade de Chengdu ao lado da imagem do filho deixado na na província de Sichuan.
The Left-behind Family - liu jie
Chen Man
IMAGEM COMPLEXA [ Modo de exposição ] Chen Man
IMAGEM COMPLEXA E ANÁLISE DE IMAGENS NA CONTEMPORANEIDADE
OBRIGADO José Geraldo de Oliveira [email protected]
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro, Martins Fontes, 1987. CALABRESE, Omar. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1987. CATALÀ, Josep M.. La Imagen Compleja. La Fenomenológia de las Imagenes en la Era de la Cultura Visual. Bellaterra: Servei de Publicacions, 2005. ________________. El Murmullo de la imágense. Imaginación, documental y silencio. Cantabria, Shangrila, 2012. ________________. A forma do real: introdução aos estudos visuais. São Paulo: Sumus: 2011. ________________. La imagen interfaz. Representación audiovisual y conocimiento en la era de la complejidad. Bilbao: Servicio Editorial D. L., 2010. DANCYGER, K. Técnicas de Edição para Cinema e Vídeo. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Campus, 2007. Laurent Jullier e Michel Marie. Lendo Imagens do cinema. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009. JOLY, Martine. La Imagen Fija. Buenos Aires: La Marca Editora,2012. MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Cia das Letras, 2001. OLIVEIRA, José Geraldo. Grafitecidade e visão travelar. Disponível em http://www.portalcomunicacion.com/monograficos_det.asp?id=226&lng=por