Olavo de carvalho - A esquerda e os mitos difamatórios

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    A esquerda e os mitos difamatrios

    Olavo de Carvalho

    Dirio do Comrcio, 10 de julho de 2013

    No show de ignorncia dado Folha de S. Paulo pelos lderes

    da FLIP (Festa Literria Internacional de Paraty), a estrela

    maior foi sem dvida o sr. Milton Hatoum, que, incapaz de

    lembrar o nome de um s escritor brasileiro importante que

    fosse de direita, ainda completou aperformance com esta

    maravilha: Diziam que Nelson Rodrigues era, mas discordo.

    Era provocador, irnico, e na ditadura lutou para libertar

    presos.

    De um lado, absolutamente impossvel, a quem quer

    que tenha lido o cronista carioca, ignorar seu anticomunismo

    intransigente, seu horror aos padres progressistas, seu apoio

    inflexvel ao governo militar e at o orgulho com que ele se

    qualificava publicamente de reacionrio.

    bvio que o sr. Hatoum s conheceu o pensamento de

    Nelson Rodrigues por ouvir falar, e ainda assim com muita cera

    nos ouvidos.

    Em segundo lugar, socorrer e proteger presos e

    perseguidos polticos durante a ditadura foi uma das ocupaes

    mais constantes dos intelectuais de direita, entre os quais

    Adonias Filho (um dos muitos omitidos, por falta de espao, no

    artigo anterior), Josu Montello, Antnio Olinto, Gilberto

    Freyre e Paulo Mercadante. Para cmulo de ironia, o mais

    clebre e aguerrido defensor de presos polticos naquela poca

    foi o advogado Herclito Sobral Pinto, um catlico

    ultraconservador que confessava e comungava todos os dias e,

    quando no estava tirando gente da cadeia, estava escrevendo

    furiosas diatribes contra o Conclio Vaticano II. Hoje seria

    chamado de fundamentalista e jogado no lixo com a multido

    dos outros ninguns.

    O que nunca se viu no mundo foi obeautiful

    people comunista correr em massa para estender a mo a

    perseguidos da ditadura sovitica, chinesa, hngara, polonesa,

    romena ou cubana.

    Ao contrrio, sempre que aparecia algum foragido

    revelando as torturas e padecimentos sem fim sofridos noscrceres comunistas, a gangue toda se reunia, no raro em

    escala mundial, para achincalh-lo como agente do

    imperialismo.

    Se o sr. Hatoum no conhece nem Nelson Rodrigues,

    seria loucura esperar que soubesse algo, por exemplo, do caso

    Kravchenco, em que toda a intelectualidade esquerdista se

    juntou para desmoralizar o ex-funcionrio sovitico que

    denunciava os horrores do Gulag. Kravchenco

    reuniu testemunhas, provou o que dizia e venceu um processo

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    judicial contra toda a pliade dos bem-pensantes.

    Soljentsin, quando esteve nos EUA, contou que os

    dissidentes soviticos nunca receberam a menor ajuda da elite

    esquerdista americana, e sim apenas de sindicatos de

    trabalhadores (na poca acentuadamente anticomunistas).

    Quando esteve no Brasil o pastor Richard Wurmbrand,homem que por dezesseis anos sofrera torturas e maus tratos

    numa priso romena (confirmados em pblico por uma

    comisso mdica da ONU), a mdia esquerdista o tratou como

    se fosse um demnio, um conspirador fascista.

    A mentalidade esquerdista intoxica-se de mitos

    difamatrios de maneira a no cair jamais na tentao de ver no

    adversrio um rosto humano. At hoje os quatrocentos

    guerrilheiros mortos na ditadura, muitos deles cados de armas

    na mo, merecem mais lgrimas do que os cem milhes de civisdesarmados que eles, como membros do movimento comunista

    internacional, ajudaram a matar. At hoje os que nadam em

    indenizaes milionrias como prmio da sua cumplicidade

    com os regimes mais brbaros e genocidas no consentem em

    dizer uma s palavra de conforto s vtimas da guerrilha

    brasileira, dando por pressuposto que a condio de ser

    humano monoplio da esquerda, que aqueles que a esquerda

    matou, mesmo transeuntes inocentes, no passam de cachorros

    loucos abatidos pelo bem da sade pblica.

    Para o sr. Hatoum, basta um sinal de bondade na pessoade Nlson Rodrigues, para produzir a concluso automtica e

    infalvel: No, ele no pode ter sido de direita.

    Nunca li os romances do sr. Hatoum, mas at admito,

    como hiptese extrema, que um idiota possa escrever um bom

    livro de fico. O que inadmissvel aceitar como

    intelectual, como formador de opinio, um sujeito que formou

    a sua na base do puro zunzum e sai por a arrotando

    julgamentos sobre o que desconhece.

    Hoje, esse tipo de gente domina no s a FLIP, como todo

    o mercado editorial, as universidades e a mdia cultural, mas

    um dia a juventude brasileira, cansada de ser ludibriada por

    esses farsantes, adquirir cultura por conta prpria (espero

    sinceramente ajud-la nisso) e no se curvar mais s opinies

    recebidas. Submeter seus gurus aos testes mais duros e

    chutar o traseiro daqueles que forem desmascarados como

    ignorantes palpiteiros a servio de interesses mafiosos e

    partidrios. Garanto que, entre meus alunos, h pelo menos

    cem que so incomparavelmente superiores, em inteligncia e

    conhecimentos, aos donos da FLIP e massa de seuspuxa-sacos. O renascimento cultural do Brasil vem-se

    preparando no silncio e na modstia do trabalho srio, do

    esforo genuno, na paciente aquisio dos instrumentos da

    vida intelectual superior. Quando esses jovens ocuparem o

    espao que merecem, no haver mais lugar para os picaretas

    de luxo, para os comedores insaciveis de verbas pblicas, para

    os apadrinhados de um governo que vive da mentira e da

    corrupo. Quando soar a hora, cada um destes ltimos,

    desprovido da interproteo mafiosa, ser julgado no tribunal

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    da competncia e da honradez intelectual e, muito

    previsivelmente, jogado s trevas do anonimato, de onde nunca

    deveria ter sado.

    .

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    Consultores iluminados

    Olavo de Carvalho

    Dirio do Comrcio, 15 de julho de 2013

    Pelo seu currculo de cientista poltico membro de no sei quantasassociaes e outras tantas comisses, o sr. Alberto Carlos Almeida um tpico representante da classe de consultores iluminados a que asnossas elites polticas e empresariais concedem ateno reverente eslida remunerao. To tpico que, em entrevista ao programaMarlia Gabriela, ele mostrou mais uma vez que o exerccio de toaltas funes, neste pas, independe de qualquer domnio das matriassobre as quais se opina.

    No digo que todos os seus pareceres sobre o que quer que sejailustrem esse fenmeno. No li, por exemplo, o seu livro A Cabea doBrasileiro, que juram que bom, coisa em que vou continuaracreditando sob palavra at que um exemplar dessa obra me caia nasmos e mostre se ela , ou no, capaz de se defender sem apoioexterno.Mas, quando um cidado investido de autoridade cientfica,consultado em pblico nessa qualidade, emite sobre matria graveuma opinio que ameaa lanar o descrdito sobre uma instituiomilenar e todas as pessoas que a representam, espera-se que o faa,

    pelo menos, com algum senso de responsabilidade e conhecimento decausa. Se ele falha a esse dever elementar em circunstncia toexigente, no demasiado supor que o far mais ainda em assuntos demenor consequncia, como, por exemplo, "a cabea do brasileiro".P erguntado pela entrevistadora sobre quais as causas do atraso

    brasileiro, e em especial do desprezo do nosso povo pela educao, odistinto no hesitou em lanar todas as culpas sobre um nicosuspeito: a Igreja Catlica. E fez isso no no tom de quem arriscasseum palpite informal, mas de quem transmitisse a plateia uma certezacientfica bem provada.Sua tese, em resumidas contas, foi esta: a Igreja Catlica, ao longo daHistria europeia, e tambm nas Amricas desde a descoberta, s se

    ocupou da educao da elite, da aristocracia, deixando o povo naignorncia. Foi a Reforma protestante que inaugurou a educao

    popular, datando da o progresso com que as naes assimbeneficiadas sobrepujaram as suas concorrentes catlicas. No Brasilem especial, os grandes malvados foram os jesutas, que apenasdavam instruo s elites e nada para o povo.O sr. Almeida, com toda a evidncia, jamais leu uma histria daeducao. Ento eis aqui algumas coisinhas que ele teria a obrigaode saber para poder opinar a respeito:1. Ao longo de toda a Histria medieval, a Igreja no educouaristocracia nenhuma. Os nobres, os bares, consideravam que s a

    guerra era atividade sua altura, o estudo sendo bom apenas para asmulheres, os futuros padres e alguns empregados subalternos.2. Desde o comeo da Idade Mdia at pocas bastante avanadas

    para dentro da modernidade, as escolas elementares fundadas pelaIgreja funcionavam ou nas catedrais, ou nos templos paroquiais, ounos monastrios. O sr. Almeida acredita realmente que os nobres,abandonando seus palcios, iam frequent-las, submetendo-se aovexame de nivelar-se aos padrecos e escreventes?3. Quanto s universidades, elas no formavam os nobres e simmdicos, advogados, professores, funcionrios: eram uma via de

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    ascenso social para quem vinha de baixo. A aristocracia reinante spassou a se interessar por elas quando se tornaram centros de umainfluncia poltica independente. Comeou ento, entre os governosmonrquicos e a Igreja, a disputa pelo domnio sobre a massauniversitria. Como a Igreja levou a melhor, o que se seguiu foi umdos fenmenos mais caractersticos da modernidade: a criao de umanova intelectualidade composta quase que inteiramente de nobres,

    alheia e no raro hostil s universidades. Os nomes de Descartes,Bacon, Montaigne e Newton representam-na exemplarmente, assimcomo a criao da Royal Society. A histria real exatamente inversa histria imaginria do sr. Almeida.4. Em meados do sculo 18, decorridos nada menos do que doissculos da Reforma protestante, a Frana catlica ainda era o pasmais prspero e culto da Europa, enquanto a Alemanha, bero deLutero, jazia no atraso econmico e cultural mais abjeto, ao ponto deque o alemo no tinha sequer se consolidado como lngua de altacultura (os intelectuais escreviam em francs ou latim). Ainda emmeados do sculo 19, foi em Paris que pela primeira vez umgovernante alemo, Otto von Bismarck, percebeu que era importante

    para cada nao ter uma classe mdia educada, modelo que ele entoprocurou implantar no seu pas, apenas com signo religioso invertido,perseguindo os catlicos e fomentando a educao protestante.5. Porm, o mais bonito na entrevista foi o que o sr. Almeida dissedos jesutas. Quem quer que tenha estudado um pouquinho a histriadeles sabe que seu principal esforo foi educar ndios, que estavam nofundo do poo social. Nas Misses, os nativos brasileiros receberameducao muito superior quela de que dispunha, nas capitais, umaclasse alta notabilizada pela mais acachapante indolncia intelectual eque, quando desejava educar seus filhos, os enviava Europa e noaos jesutas.

    6. Desde a Independncia at o advento da Repblica, a Igreja esteve

    proibida de abrir escolas, de modo que a populao urbana emexpanso se viu cada vez mais privada de uma instruo comparvel,

    pelo menos, quela que os ndios haviam recebido nas Misses. Aincultura popular no Brasil no resultou da educao catlica, mas doestrangulamento dela ao longo de quase um sculo.O sr. Almeida jura que o problema do Brasil a educao. sim. Acomear pela dele prprio. E pela dos consultores iluminados emgeral.

    .

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    Casal de coelhos

    Olavo de Carvalho

    Dirio do Comrcio, 18 de julho de 2013

    Ainda a propsito da entrevista do sr. Alberto Carlos Almeida,

    suspeito que uma pergunta continua zumbindo nas cabeas dos

    leitores: se a culpa da m educao brasileira no foi da Igreja

    Catlica, foi de quem?

    No sei, nem me considero presidente de um Tribunal de

    Crimes Educacionais, mas uma coisa certa: o desprezo pelo

    conhecimento, neste Pas, veio sempre junto com o culto dos

    signos exteriores que o representam e que, aparentemente com

    vantagem, o substituem: ttulos, diplomas, cargos, honrarias,

    espao na mdia, boas amizades nos altos crculos, etc. O

    fenmeno j foi to documentado e satirizado na nossa

    literatura (Lima Barreto e Graciliano Ramos, por exemplo), que

    no h necessidade de insistir nele. Mas o pior que entre

    esses dois vcios complementares se formou, h tempos, um

    crculo de reforo mtuo que parece impossvel de romper.

    Funciona assim: como nossa elite empresarial e poltica no

    das mais cultas, as almas bem intencionadas que dela emergemcom o propsito louvvel de remediar os males nacionais no

    tm por si prprias a capacidade de avaliar, pelo exame direto

    das obras e ideias, quem, entre os intelectuais disponveis,

    competente ou um emrito medalho de cabea oca. Resultado:

    tm de julg-los pelos sinais exteriores, os ttulos e cargos, e

    acabam dando ouvidos a quem no tem nada de srio a lhes

    informar nem de til a lhes sugerir. A incultura gera incultura

    com a fecundidade de um casal de coelhos.

    Mais grave ainda quando o prestgio enganador vem de fora,

    desembarcando aqui com as pompas do "ultramoderno". No

    governo Vargas, um belo projeto de educao popular acabou

    tomando por modelo as ideias de John Dewey, ento celebrado

    na mdia dos Estados Unidos como um grande inovador. Hoje

    sabe-se que Dewey foi, de fato, o destruidor da educao

    americana, at ento a melhor do mundo. Dos anos 60 em

    diante sim, j em pleno governo militar veio a moda do

    socioconstrutivismo, adornado com os nomes de Jean Piaget,

    Emilia Ferrero, Vigotsky e no sei mais quantos.

    H meio sculo a aplicao dessa teoria insensata vemembrutecendo a inteligncia das nossas crianas, ao mesmo

    tempo que a expanso triunfal do nmero de escolas e o

    controle cada vez mais centralizado da educao nacional levam

    a democratizao da inpcia aos rinces mais afastados e s

    populaes mais pobres. Com muita coerncia alis, o sr.

    Almeida prefere culpar por isso os jesutas do tempo do Brasil-

    Colnia em vez de enxergar o que est ocorrendo bem diante do

    seu nariz.

    E por que acontecem essas coisas? Porque a elite inculta se

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    deixa levar pela mdia e pelos prestgios fosfricos do dia em

    lugar de examinar e testar, e assim acaba somando erros e

    desastres com uma persistncia obscena.

    Q uem nota esse fenmeno no pode deixar de concluir que o

    problema do Brasil o inverso daquele apontado pelo sr.

    Almeida: em vez de educar apenas a elite sem dar ateno aopovo, temos tentado dar educao a todo o povo antes de ter

    uma elite qualificada para educ-lo, ou at mesmo para

    examinar seriamente o problema da educao popular.

    Quem quer que tenha lecionado ao menos por um dia percebe

    que o processo educacional tem uma estrutura irradiante:

    primeiro voc educa dez, que educam cem, que educam mil, que

    educam um milho e assim por diante. Inverter essa ordem

    como querer que os filhos gerem os pais.

    Os governos deste pas prometem educao a milhes antes depoder reunir dez educadores srios para discutir como faz-lo.

    Por que no formar os dez primeiro? Os que objetem que isso

    elitismo direitista deveriam ler Lnin e perguntar por que ele

    organizou primeiro a elite do Partido e depois a massa. Lnin

    sabia que o rabo no abana o cachorro.

    Como quebrar o crculo vicioso de uma elite inculta, guiada por

    palpiteiros to ineptos quanto ela mesma? S h um jeito,

    no meu entender: criar, fora do sistema educacional, longe da

    grande mdia, longe dos prestgios consolidados, uma nova

    intelectualidade preparadssima, sincera e agressiva o bastantepara, no momento devido, cortar as cabeas ocas, expulsar as

    vacas sagradas e comear a tratar dos problemas com

    seriedade.

    ***

    No por coincidncia, por isso mesmo que, em geral, acho

    intil ficar "tomando posio", a cada momento, ante os

    descalabros do dia. Pois j no sabemos de onde, em ltima

    anlise, provm todos eles? No sabemos que, por trs de tudo

    de mau que acontece no Pas, est a ignorncia pomposa e

    irresponsvel de uma elite que s d ouvidos a medalhes ainda

    mais ignorantes, pomposos e irresponsveis? Para que ficar

    criticando polticos de alta rotatividade se sabemos que um s

    pseudo-intelectual basta para gerar milhares deles e

    substitu-los por outros piores a cada dez ou quinze anos?

    Para que ficar tentando matar baratas pelo mtodo de jogar

    uma naftalina na cabea de cada uma que aparece? O que

    preciso armar umas quantas centenas de jovens com um spray

    intelectual capaz de, amanh ou depois, sanear o ambiente.

    ***

    Mudando de assunto: a revista alem Der Spiegel est

    chamando os Estados Unidos de "United Stasi of America".

    Stasi era a polcia secreta da Alemanha Oriental, comunista.

    Depois de instituir o grampo universal que resultou no maior

    vazamento de informaes de todos os tempos, o sr. Barack

    Hussein Obama quer agora que todos os funcionrios pblicos

    se espionem obrigatoriamente uns aos outros. uma ideia que

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    j aparece em Maquiavel, no seu projeto da "Terceira Roma"

    a tirania indestrutvel.

    .

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    Eram longas aquelas tardes

    Gustavo Nogy

    28 de junho de 2013

    ERAM LONGAS aquelas tardes de sbado na Vila Mariana. Eramcurtas, aquelas tardes. Estudei com o professor e filsofo Olavo deCarvalho entre os anos de 2002 e 2005, pouco antes de sua partida creio que definitiva, feliz e infelizmente para os EUA.

    Reunamo-nos na sede de sua ento editora, e ali assistamos spalestras de quatro, cinco horas, com breve interrupo para o caf epara as conversas. A propsito: no eram palestras. Eram aulas. E osalunos no eram tratados como estpidos.

    Estvamos no primeiro mandato do apedeuta da silva e Olavo, entredigresses mais ou menos abruptas para comentar o descalabrointelectual a que nos metamos imprudentemente, ensinava a teoriadiscursiva de Aristteles, a fenomenologia de Edmund Husserl, afilosofia poltica de Eric Voegelin e Eric Weil, a ontologia de LouisLavelle e a metafsica de Bernard Lonergan. Vi nascer ali, como texto

    base para estudo, a traduo das Reflexes Autobiogrficas, deVoegelin, assinada pela Maria Ins, sua filha.

    Quatro, cinco horas de aula, quase sempre sem qualquer anotao deapoio, e sem perder a ordem na exposio nem por um nicomomento. Era impressionante. To impressionante quanto suahumildade para responder, a depender da pergunta que lhe fosse feita,com um simples No sei. No estudei o assunto. Prometo prestarateno nisso e voltamos ao tema em tempo oportuno.

    Enquanto todos, ou quase todos os intelectuais profissionais davamde ombros e comemoravam as benesses do sistema democrtico

    brasileiro, Olavo de Carvalho, sem peias e sem meias palavrasrespondia: o comeo do fim. E hoje sabemos quem estava certo equem estava errado.

    E o fato que nunca fui de fazer alarde acerca desses dois anos e meiode estudo e dessas generosas conversas com o Olavo. Que, por sua

    vez, nunca gostou muito de ser chamado de mestre, nem admitia servisto como guru ou guia de qualquer coisa. Eu digo por que eu sei,

    por que eu estive l. dos sujeitos mais generosos e engraados queconheci. Mas, sobretudo: de uma honestidade intelectual rara. Nadaali soa falso. Mesmo seus erros ou seus exageros eventuais no pecam

    por falsidade, coisa encontradia nos meios intelectuais hodiernos. Serfalso e cnico, na academia, certeza de longa e brilhante carreira.

    Nunca fiz em pblico o que j fiz em privado, mas fao-o, desta vez,aqui: muito obrigado, Olavo de Carvalho.

    Fiquem com a entrevista do timo cientista poltico e, se ele me

    permite, amigo Bruno Garschagen. Nem tudo est perdido nestapocilga.

    Eram longas aquelas tardes de sbado na Vila Mariana. Eram curtas,aquelas tardes.

    .

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    Olavo, o sobrevivente

    Paulo Briguet

    Gazeta do Povo, 17 de junho de 2013

    Daqui a 20 ou 30 anos, se a cultura brasileira conseguir

    sobreviver ao processo de esvaziamento espiritual que a vem

    degradando continuamente, o filsofo Olavo de Carvalho ser

    lembrado como o grande lder intelectual das ltimas geraes.

    Ainda que a mentalidade revolucionria espalhe o seu domnio

    absoluto sobre todos os campos do saber, sempre haver

    algum para afirmar talvez no em voz alta, por causa da

    patrulha que o clebre autor de O Imbecil Coletivo resistiucorajosamente marcha do nosso pas rumo ao brejo da

    barbrie ideolgica.

    Desde 1994/95, quando lanou os fundamentais A Nova Era e a

    Revoluo Cultural e O Jardim das Aflies, Olavo de Carvalho

    tem sido uma referncia para quem acredita na cultura como

    expresso dos mais altos valores espirituais de um povo. De 3 a

    7 de junho, o professor Olavo reuniu, na sua casa-biblioteca em

    Richmond (EUA), cinco escritores para discutir a degradao

    cultural brasileira e os rumos da literatura em lngua

    portuguesa.

    Para descobrir se h luz no fim do tnel, ou mesmo se existe um

    tnel, estiveram em Richmond o crtico literrio Rodrigo

    Gurgel, o cientista poltico e jornalista Bruno Garschagen, o

    poeta e ensasta ngelo Monteiro e o professor e filsofo

    portugus Miguel Bruno Duarte. Este cronista tambm teve a

    honra de ser convidado. L, ouvi muito mais do que falei;

    aprendi muito mais do que expressei; testemunhei muito mais

    do que contribu.

    De certa forma, o encontro em Richmond foi o pice de uma

    trajetria iniciada h 18 anos no tempo em que eu lia

    escondido os artigos de Olavo, sem ter coragem de confess-lo

    aos meus colegas de militncia poltica. Graas a ele, e aos

    autores que ele indicava, abandonei todos os resqucios da

    minha mentalidade revolucionria as escamas dos olhos e os

    tampes dos ouvidos.

    No Evangelho de Mateus, temos a preciosa imagem do gro de

    mostarda. a menor entre as sementes da terra, mas se torna a

    maior das hortalias, e cria grandes ramos, de tal maneira queas aves do cu podem aninhar-se debaixo de sua generosa

    sombra. A vida de Olavo plantar essa semente.

    Vivemos tempos difceis. Tempos profetizados por Gustavo

    Coro, nos quais a atividade impera sobre a contemplao, o

    apetite domina o juzo, a opinio substitui a verdade. Mas a

    existncia de um pensador como Olavo de Carvalho nos faz ter a

    certeza de que as portas do inferno no prevalecero. No por

    acaso que o nome Olavo quer dizer o sobrevivente. J

    achamos o tnel; procuremos a luz. E que no seja a luz de um

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    nibus ou um dentista em chamas.

    .

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    A influncia de Olavo de Carvalho

    Rafael Falcn

    Ask.fm, 2 de julho de 2013

    Rafael, qual foi a influncia do Olavo de Carvalho na sua formao?

    No foi, ainda . E no acho que vai parar de ser. Aprendi de

    muita gente, mas a importncia do que aprendi com Olavo

    incomparvel. Embora ele fale de muitos assuntos, e eu tenha

    aprendido fatos ou teorias especficas por meio de suas aulas,

    no isso o que faz mais diferena. A cada coisa que ensina, ele

    expressa um aspecto diferente, uma sutileza mais aguda de um

    conhecimento maior. No o conhecimento especfico de uma

    rea, mas um modo de abordar e organizar o conhecimento, e

    tambm de reagir-lhe. uma coerncia interna da alma. O

    contato com Olavo produz aos poucos uma imagem

    impressionante de sua harmonia interior. Contemplando essa

    harmonia, eu mesmo percebi muita desordem na minha

    prpria alma, e usando Olavo como guia pude restaurar peas

    fundamentais da minha conscincia. O processo continua.

    Olavo no pra de impressionar.

    claro que, visto de fora, isso parece deslumbramento sectrio. Hojeem dia parece que admirar uma pessoa pecado. Mas estouabsolutamente convencido de que as pessoas que tm pudor deadmirar quem lhes superior, ou que tm medo de ser "manipuladas",incapacitam-se automaticamente educao no sentido mais elevado.Educao integral subentende uma pessoa integral. Se voc sconsegue admirar um conhecimento determinado que o mestre tem,voc no pode aprender o que ele tem de mais valioso: ele mesmo. Nomais, estou seguro de que no sou "manipulado", pelo simples fato deque, a respeito de quase tudo que Olavo fala de mais tcnico (como

    poltica, por exemplo), eu no sei se concordo. Eu no concordo nem

    discordo: eu no sei. E quem me ensinou a diferenciar o que eu sei doque no sei, e a conviver com a conscincia de minha ignornciaquase total, foi ele mesmo, com sua atitude, simultaneamente honestae intensa, para com o conhecimento.

    .

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