Olha quem veio apreciar

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AN exo variedades . cultura . lazer JOINVILLE J aneiro desenha um novo cenário nos museus, em Joinville. Por causa das férias escolares, há uma diminuição nas visitas do público joinvilense. Uma das causas apontadas é o fato de a po- pulação se deslocar para o litoral e não frequentar as opções culturais da cidade. Em contrapartida, aumenta o número de turistas. Ao todo, são sete museus, distribuídos em quatro bairros da cidade. Juntos, reúnem mais de 35 mil peças. Apesar disso, há moradores que nun- ca visitaram algum dos museus joinvi- lenses. Este é o caso da vendedora Maria Roseli Castro, 53 anos. Ela mora próxima ao Museu Arqueológico Sambaqui e tra- balha na rua do Museu Nacional de Imi- gração e Colonização, mas nunca visitou nenhum desses locais ou as outras op- ções. “Nunca tive curiosidade. Trabalho o dia inteiro e quando chego em casa não tenho vontade de sair”, explicou. Com 20 visitas diárias, o público joinvilense ainda é maioria no Museu Arqueológico Sambaqui. Porém, a museóloga Adria- na Pereira Santos, 44 anos, verificou um crescimento no número de visitantes de outros Estados. Na maioria, paulistas. Entre eles, a família Costa, de Cotia, em São Paulo. O Museu Nacional de Imi- gração e Colonização foi a primeira esco- lha dos turistas. “Acho bem interessante, porque retrata bem a época da coloni- zação, para termos uma noção de como foi a história”, explica o metalúrgico Israel Emílio Costa, de 37 anos. Ele e a família se hospedaram em São Francisco do Sul e aproveitaram para conhecer pontos tu- rísticos da região. “No Museu Nacional, a origem dos turistas é bem plural e diver- sificada”, constata a diretora, Sonia Regi- na Lourenço. Hoje, são registradas de 80 a 90 visitas diárias. Até maio de 2009, era cobrado ingresso. Hoje, a entrada é gra- tuita, a fim de democratizar o acesso. Para incentivar o joinvilense a co- nhecer estes espaços, o Museu de Arte de Joinville (MAJ) realiza projetos de in- tegração com a comunidade. Um deles é “O Acervo Vai à Escola”, onde uma equi- pe de colaboradores leva peças do acervo até instituições de ensino e faz ativida- des educativas. Depois, são convidados a conhecer o MAJ. Além disso, a direção também divulga as exposições para todo o País. “Caso venham para cá, eles po- dem saber o que vai ter na cidade”, ex- plica Carlos Alberto Franzoi, diretor do MAJ. A ação gerou resultados. Neste mês, o museu recebeu visitantes de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além de americanos, argentinos e italianos. Se comparado aos outros museus, o Museu Fritz Alt é um dos menos visita- dos. A direção indica que é por causa da localização. Instalado no Morro do Boa Vista, o local tem uma visitação média de sete pessoas, por dia. Entre eles, José Pedro da Silva, 30 anos, coordenador pedagógico da Colégio Osvaldo Aranha. Depois de seis anos morando em Join- ville, conheceu as 30 esculturas expostas nas salas da casa. “Há obras que as pes- soas nem sabem que são dele, como a da Praça da Bandeira. E ele é uma pessoa tão importante para Joinville”, avaliou. Com o objetivo de atrair o público, a direção do museu fundou a Associação de Amigos do Fritz, composta pela socie- dade, funcionários e membros da famí- lia do artista. “Não achamos justo criar a associação sem a comunidade. Assim, estamos fazendo o museu ser mais parte da vida da população de Joinville”, anali- sou a monitora, Rosana de Borba. No Museu da Bicicleta (Mubi), o di- retor, Valter Fernandes Bustos, indica o atual clima de janeiro como motivo de aumento de visitas. Segundo ele, é co- mum que famílias visitem o local nos dias chuvosos. Em janeiro, houve au- mento no público. E no livro de registros constam, principalmente, assinaturas de brasilienses, fluminenses e paulistas. O piano já é um clássico nas tardes do Femusc TERÇA-FEIRA, 26 DE JANEIRO DE 2010 Olha quem veio APRECIAR LUGARES Museu Casa Fritz Alt recebe, em média, sete visitantes por dia; José Pedro da Silva (acima) foi um deles; varanda do Museu de Arte de Joinville (MAJ), que realiza atividades para estreitar laços com a comunidade PÁGINA 2 ANOTICIA JANEIRO PODE SIGNIFICAR, PARA MUITOS, MUSEUS VAZIOS, MAS CURADORES IDENTIFICAM O AUMENTO DE PÚBLICO, PRINCIPALMENTE DE TURISTAS FOTOS ROGERIO DA SILVA Visitas ao museus (DADOS ATÉ 20 DE JANEIRO) Estação da Memória: 350 visitas. Museu de Arte de Joinville: 116 visitas. Museu Arqueológico de Sambaqui: 355 visitas. Museu Nacional de Imigração e Colonização: aproximadamente 1.162 visitas. Museu da Bicicleta: 392 visitas. Museu Casa Fritz Alt: aprox. 110 visitas. Museu da Fundição: Fechado neste período.

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JOINVILLE

Janeiro desenha um novo cenário nos museus, em Joinville. Por causa das férias escolares, há uma diminuição

nas visitas do público joinvilense. Uma das causas apontadas é o fato de a po-pulação se deslocar para o litoral e não frequentar as opções culturais da cidade. Em contrapartida, aumenta o número de turistas. Ao todo, são sete museus, distribuídos em quatro bairros da cidade. Juntos, reúnem mais de 35 mil peças.

Apesar disso, há moradores que nun-ca visitaram algum dos museus joinvi-lenses. Este é o caso da vendedora Maria Roseli Castro, 53 anos. Ela mora próxima ao Museu Arqueológico Sambaqui e tra-balha na rua do Museu Nacional de Imi-gração e Colonização, mas nunca visitou nenhum desses locais ou as outras op-ções. “Nunca tive curiosidade. Trabalho o dia inteiro e quando chego em casa não tenho vontade de sair”, explicou. Com 20 visitas diárias, o público joinvilense ainda é maioria no Museu Arqueológico Sambaqui. Porém, a museóloga Adria-na Pereira Santos, 44 anos, verifi cou um crescimento no número de visitantes de outros Estados. Na maioria, paulistas.

Entre eles, a família Costa, de Cotia, em São Paulo. O Museu Nacional de Imi-

gração e Colonização foi a primeira esco-lha dos turistas. “Acho bem interessante, porque retrata bem a época da coloni-zação, para termos uma noção de como foi a história”, explica o metalúrgico Israel Emílio Costa, de 37 anos. Ele e a família se hospedaram em São Francisco do Sul e aproveitaram para conhecer pontos tu-rísticos da região. “No Museu Nacional, a origem dos turistas é bem plural e diver-sifi cada”, constata a diretora, Sonia Regi-na Lourenço. Hoje, são registradas de 80 a 90 visitas diárias. Até maio de 2009, era cobrado ingresso. Hoje, a entrada é gra-tuita, a fi m de democratizar o acesso.

Para incentivar o joinvilense a co-nhecer estes espaços, o Museu de Arte de Joinville (MAJ) realiza projetos de in-tegração com a comunidade. Um deles é “O Acervo Vai à Escola”, onde uma equi-pe de colaboradores leva peças do acervo até instituições de ensino e faz ativida-des educativas. Depois, são convidados a conhecer o MAJ. Além disso, a direção também divulga as exposições para todo o País. “Caso venham para cá, eles po-dem saber o que vai ter na cidade”, ex-plica Carlos Alberto Franzoi, diretor do MAJ. A ação gerou resultados. Neste mês, o museu recebeu visitantes de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além de americanos, argentinos e italianos.

Se comparado aos outros museus, o Museu Fritz Alt é um dos menos visita-dos. A direção indica que é por causa da localização. Instalado no Morro do Boa Vista, o local tem uma visitação média de sete pessoas, por dia. Entre eles, José Pedro da Silva, 30 anos, coordenador pedagógico da Colégio Osvaldo Aranha. Depois de seis anos morando em Join-ville, conheceu as 30 esculturas expostas nas salas da casa. “Há obras que as pes-soas nem sabem que são dele, como a da Praça da Bandeira. E ele é uma pessoa tão importante para Joinville”, avaliou.

Com o objetivo de atrair o público, a direção do museu fundou a Associação de Amigos do Fritz, composta pela socie-dade, funcionários e membros da famí-lia do artista. “Não achamos justo criar a associação sem a comunidade. Assim, estamos fazendo o museu ser mais parte da vida da população de Joinville”, anali-sou a monitora, Rosana de Borba.

No Museu da Bicicleta (Mubi), o di-retor, Valter Fernandes Bustos, indica o atual clima de janeiro como motivo de aumento de visitas. Segundo ele, é co-mum que famílias visitem o local nos dias chuvosos. Em janeiro, houve au-mento no público. E no livro de registros constam, principalmente, assinaturas de brasilienses, fl uminenses e paulistas.

O piano já é um clássico nas

tardes do Femusc

TERÇA-FEIRA, 26 DE JANEIRO DE 2010

Olha quem veio

APRECIARLUGARESMuseu Casa Fritz Alt recebe, em média, sete visitantes por dia; José Pedro da Silva (acima) foi um deles; varanda do Museu de Arte de Joinville (MAJ), que realiza atividades para estreitar laços com a comunidade

PÁGINA 2

ANOTICIA

JANEIRO PODE SIGNIFICAR, PARA MUITOS, MUSEUS VAZIOS, MAS CURADORES IDENTIFICAM

O AUMENTO DE PÚBLICO, PRINCIPALMENTE DE TURISTAS

FOTOS ROGERIO DA SILVA

Visitas ao museus(DADOS ATÉ 20 DE JANEIRO)

Estação da Memória: 350 visitas.Museu de Arte de Joinville: 116 visitas.Museu Arqueológico de Sambaqui: 355 visitas.Museu Nacional de Imigração e Colonização: aproximadamente 1.162 visitas.Museu da Bicicleta: 392 visitas. Museu Casa Fritz Alt: aprox. 110 visitas.Museu da Fundição: Fechado neste período.