Olhar(ES) 35

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Março de 2012 Publicação trimestral N.º 35 Coordenação: Isabel Vaz Ana Ribeiro Nesta edição Semana da Leitura Direitos Humanos Momentos poéticos A Voz dos Ex-Alunos Kony 2012 Amistad Reflexões 2 3 2,3 4,5 6 6,7 8 ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ Olhar(es) digital : www.aelourinha.pt Entre 19 e 23 de março, o Agrupamento de Escolas da Lourinhã come- morou mais uma Semana da Leitura, com actividades para todos os alu- nos, desde o Pré-escolar ao secundário. SEMANA DA LEITURA 2012 Nos dias 20 a 25 de Fevereiro, 15 alunos da disciplina de EMRC da Escola Secun- dária da Lourinhã, acompanhados pelo professor que lecciona a disciplina, Paulo Santos, e pelo Encarregado de Educação de um aluno partiram numa visita de estudo `cidade de Roma. Neste local, foram guiados pelo padre Rui Pedro. No dia seguinte, tiveram uma audiência com o Papa Bento XVI na Praça de S. Pedro, no Vaticano, e à tarde, assistiram, na Basílica de Santa Sabina, à missa da Quarta-feira de Cinzas com o Papa de no- vo. Os restantes dias foram ocupados com a visita a vários monumen- tos como o Coliseu, o Circo Máximo, o Museu do Vaticano, de entre muitos outros. Na quarta-feira, quando se encontravam de partida para Santa Sa- bina, a carteira do Encarregado de Educação que os acompanhava foi roubada. Foi apresentada queixa na polícia no terminal de comboios e, na sexta-feira, foi necessário ir-se à Embaixada de Portugal, para que o lesado pudesse ir também no mesmo avião de volta para Portu- gal. No fim, correu tudo muito bem! Samuel Fonseca, 11º D Visita à Cidade Santa

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Jornal da Escola Secundária da Lourinhã, nº35 de Março de 2012

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Março de 2012 Publicação trimestral

N.º 35

Coordenação: Isabel Vaz Ana Ribeiro

Nesta edição Semana da Leitura Direitos Humanos Momentos poéticos A Voz dos Ex-Alunos Kony 2012 Amistad Reflexões

2 3

2,3

4,5 6

6,7 8

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

Olhar(es) digital : www.aelourinha.pt

Entre 19 e 23 de março, o Agrupamento de Escolas da Lourinhã come-morou mais uma Semana da Leitura, com actividades para todos os alu-nos, desde o Pré-escolar ao secundário.

SEMANA DA LEITURA 2012

Nos dias 20 a 25 de Fevereiro, 15 alunos da disciplina de EMRC da Escola Secun-dária da Lourinhã, acompanhados pelo

professor que lecciona a disciplina, Paulo Santos, e pelo Encarregado de Educação de um aluno partiram numa visita de estudo `cidade de Roma. Neste local, foram guiados pelo padre Rui Pedro. No dia seguinte, tiveram uma audiência com o Papa Bento XVI na Praça de S. Pedro, no Vaticano, e à tarde, assistiram, na Basílica de Santa Sabina, à missa da Quarta-feira de Cinzas com o Papa de no-vo. Os restantes dias foram ocupados com a visita a vários monumen-tos como o Coliseu, o Circo Máximo, o Museu do Vaticano, de entre muitos outros. Na quarta-feira, quando se encontravam de partida para Santa Sa-bina, a carteira do Encarregado de Educação que os acompanhava foi roubada. Foi apresentada queixa na polícia no terminal de comboios e, na sexta-feira, foi necessário ir-se à Embaixada de Portugal, para que o lesado pudesse ir também no mesmo avião de volta para Portu-gal. No fim, correu tudo muito bem! Samuel Fonseca, 11º D

Visita à Cidade Santa

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Entre 19 e 23 de março, o nosso Agrupamento, através das suas bibliote-cas, celebrou a Semana da Leitura, pro-movendo diversas actividades junto dos alunos de todos os ciclos e de todas as escolas. Pelos Jardins de Infância e Es-colas Básicas de 1º Ciclo, foram intensi-ficados os momentos de leitura e de con-versa em torno mesma, através de Pi-queniques de Leitura, de visitas de escri-tores, de momentos como 5Dias a Ler+ 5 minutos, de ateliers de escrita, horas do conto, estafetas de leitura, leituras ani-madas e de divulgação da poesia atra-vés de P’las Ruas da Poesia. Na Secundária, no Dia Mundial da Poesia, alunos do 10ºD foram pelas ruas da vila, entraram em espaços comerci-ais/públicos onde disseram e ofereceram poesia a quem encontraram, procurando agradar aos que já apreciam a leitura e cativar os mais avessos. Também neste dia, decorreu no Auditório a 1ª Eliminatória do concurso Palavras Sentidas. Ponteados por agra-dáveis e surpreendentes momentos mu-sicais de talentos do nosso Agrupamen-to—a Bárbara Bento, a Bruna Fonseca e o Simão—os concorrentes do 2º e do 3º ciclos e do secundário—apresentaram os textos escolhidos, a maior parte com grande empenho e entusiasmo. Foram apurados os alunos que nos representa-rão na final do concurso, que decorrerá em Torres Vedras, no Teatro Cine, e em que enfrentaremos as participações das outras escolas desse concelho. Ainda, ao longo desta semana, pôde (e poderá ainda) ser apreciada a Exposi-ção Lo Real Magico, uma leitura de im-pressionantes imagens, produzida nas aulas de Espanhol. Simultaneamente, está patente ao público uma mostra de Literatura Espanhola, obras recente-mente adquiridas pela Biblioteca, que poderão ser requisitadas para leitura domiciliária. No último dia letivo deste perío-do, momento em que é publicado este boletim, a escola disponibilizará mais periódicos do que as habituais na es-

tante do Corredor das Artes: El País, Record, A Record, Jornal I, para além do Público, da Fórum Estudante, entre ou-tros… A terminar, recomendamos que se faça amigo da Biblioteca no Facebook para ter acesso às novidades que vamos disponibilizando e a outras partilhas inte-ressantes. Com as férias da Páscoa a come-çar, não se esqueça de levar um bom livro para ler. Procure-o na nossa Biblio-teca.

Quando a garra se esvai Quando a força nos foge Quando o interesse se vai Nada se cimenta Nada se constrói Nada se aguenta Mas quando na margem lodosa De um rio de morte Se encontra uma dor pe-nosa Aí, aí talvez esteja a sorte.

H.

Visita de Estudo ao Litoral Oeste

No dia 6 de Março, os alunos das turmas E e G do 11º ano e de uma turma do 12º ano participaram numa visita de estudo ao litoral oeste de Portugal, onde pude-ram visitar e apreciar o Mosteiro de Alcobaça, Nazaré, S. Martinho do Porto, a Foz do Arelho e a Lagoa de Óbidos. Esta visita teve vários objetivos, de entre os quais, destacamos: compreender a importância das áreas rurais e urbanas do litoral oeste, refletir sobre as potencialida-des do mar e da costa portuguesa, conhecer alguns dos principais destinos turísticos de Portugal e valorizar o património natural, histórico e cultural.

Nádia Pereira, 11ºE

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BIBLIOTECA ESCOLAR

ESTAREMOS CEGOS?

Para ler um ensaio temos

duas maneiras: como uma

pergunta ou como uma res-

posta. Esta é a maneira erra-

da. Perigoso não é que se

tome por nossa a verdade de

outro, mas que se caia na

ilusão de que a verdade se

aprende, quando na verdade

se conquista.

O Ensaio sobre a Ceguei-

ra, de José Saramago, é um

exemplo disto. A verdade

sobre especulações do que

poderia vir a acontecer ao

mundo em caso de uma ce-

gueira mundial é conquista-

da através de metáforas.

Este é um daqueles livros

que, mal a última página se

vira, fica na memória para

sempre ou, pelo menos, até

conseguirmos compreender

plenamente que cegueira é

esta que Saramago descre-

ve e se não estaremos já

sendo afetados por ela.

“Através da escrita, tentei

dizer que não somos bons e

que é preciso que tenhamos

coragem para reconhecer

isso.”- afirma o autor.

Patrícia Carvalho, 11ºD

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Nas aulas de Geografia C, foram abordados os Direitos Humanos e a constituição da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde sempre, o Homem está permanentemente em contato com a sociedade e, consequentemente, com todos os seus efeitos. Dada a evolução da História, surgem conflitos entre aque-las, causando distúrbios na vida de cada ser singular, limitando a sua liberdade e/ou o seu campo de acção. É neste contexto que se inserem os Direitos Humanos, que consistem num conjunto de normas que a socieda-de deve respeitar, de forma a proporcio-nar uma vida digna aos indivíduos, tendo em conta o princípio da igualdade: so-mos todos iguais, inde-pendentemente do se-xo, etnia, religião ou grupo social. Cada um deve ter na sua consciência a diferença entre o que é positivo ou negativo para os outros, não olhando unicamente para si, mas para o mundo envolvente. Chega em 1948, como reforço a isto mesmo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o intuito de construir um novo mundo, em que o ideal comum seja respeitado por todos os povos e nações. Embora este documento não seja de obrigatoriedade legal, serviu como base a várias medidas protetoras dos cidadãos, pois nos seus artigos estão delineados os direitos bási-cos para cada um. Ficou bem claro com estas pala-vras que, qualquer incumprimento dos direitos proclamados, origina atos de crueldade e injustiça perante o ser huma-no em questão. Hoje em dia, a realidade dos direi-tos individuais de cada um é respeitada na maior parte dos países do mundo. Contudo, continuam a existir incumpri-mentos destes direitos básicos por al-guns países, na sua maioria subdesen-volvidos, que vêem nesta declaração um objetivo comum, mas de pouca relevân-cia face ao seu estilo de vida. Particularizando o caso da aplica-ção ou não da pena de morte, entramos já numa das questões mais pertinentes no cumprimento dos direitos humanos. Atualmente, dos cerca de 192 países pertencentes à ONU, 96 aboliram com-pletamente a pena de morte. 96, apenas

96, representando assim menos de me-tade dos membros. E porquê? Se o Di-reito à vida, é universal, torna-se desu-mano a prática deste ato sobre uma pes-soa, ainda que esta tenha efetuado um delito grave, dado que todo o ser huma-no tem o direito à vida. A questão da discriminação é ou-tro tema intensamente abordado para a possível construção de um mundo me-lhor, mas que está longe de ser cumprido por todos os cidadãos, antes pelo contrá-rio. Está cientificamente provado que a constituição óssea de um homem branco é a mesma de um de cor, a de um ho-mossexual é igual à de um heterossexual e a de um afortunado equitativa à de um pobre, então, qual é a justificação para

as constantes manifesta-ções de racismo a que vamos sistematicamente assistindo? Pois, não existe! A par disto, está a prática da escravidão que, apesar de passar mais despercebida pre-sentemente, continua a existir. A imagem de es-cravos da colonização num passado histórico, de certa forma, desapare-ceu, é verdade. Contudo,

existem outros tipos de escravidão, por exemplo, mulheres e meninas captura-das para serem escravas domésticas, e ainda o tráfico de mulheres para a prosti-tuição forçada. É com estes comporta-mentos que estão a ser respeitados os direitos fundamentais do homem? Não, muito longe disso! Para além destes tópicos que aqui deixámos, a Declaração dos Direitos Uni-versais do Homem aborda muitos outros deveres das pessoas para com o próxi-mo e para com a sociedade, em geral. O cumprimento dos direitos do homem é, na nossa opinião, a base para um mundo civilizado e justo onde nós, enquanto indivíduos, queremos habitar. Chega de individualismos e de tentativas de ser superior, chega de incumprimentos e desrespeitos para com os direitos procla-mados para cada ser. Somos todos iguais, e é com esta verdade que temos de direccionar a nossa vida em comu-nhão com os outros. Carla Neto, Catarina Rolim, Jéssica Calçada, 12ºC

DIREITOS HUMANOS

Quando a garra se esvai Quando a força nos foge Quando o interesse se vai Nada se cimenta Nada se constrói Nada se aguenta Tudo se destrói Mas quando na margem [lodosa De um rio de morte Se encontra uma dor penosa Aí, aí talvez esteja a sorte.

Helena Garcia – 11º D

Penetro no negrume Caminho sem direção Sinto o teu perfume Ao seguir o coração

No nunca perdido Viajo pelo nada Sinto-me ferido

Mas rastejo pela estrada

E por fim vejo o paraíso, Por fim vejo a estabilidade, Por fim vejo o que preciso

Vejo aquela felicidade,

Vejo aquele sorriso E cheio de intensidade

“É de ti que preciso”

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

PORQUÊ - Porquê? Perguntas-me? Sentia-me atraído por aquela rapariga, às vezes, tinha a sensa-ção de que ela me olhava. - Eu? Não pode ser! - pensava para mim. Mas um olhar, por mais breve que fosse, despertava-me curiosidade. Já dava comigo a perder-me em pensamentos e fantasias de o que faria se pudes-se... até que tocava para a entra-da e voltava para a aula. Mais um dia. Escola maldita, edifício no fim do mundo, até as horas custam a passar. Até que ela passa, e para, mesmo à mi-nha frente, só lá estamos os dois. O meu coração para, mantenho a calma e penso no que vou dizer e só me sai: - Comé? A conversa é sobrevalorizada, a palavra não faz juz ao olhar. E vi nos olhos dela o que sentia por mim: curiosidade. Muitas vezes, o sol se pôs até que os nossos lá-bios se tocassem, mas, para mim, foi nesse manhã que a nossa união ficou traçada. A verdade é que, uma ligação foi criada e, sem saber ou perce-ber porquê, apaixonei-me por ela. - Porquê? Ainda perguntas? Já percebeste, não já? Aquele olhar… Flávia Bernardino, 11ºF

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PAULA GONÇALVES

Chamo-me Paula Gon-çalves, tenho 19 anos e, atualmente, estou a fre-quentar o 2º ano de Gestão Turística e Hoteleira no Instituto Politécnico de Lei-ria – Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar. O meu sonho de peque-nina, era de que, quando fosse “grande”, tivesse uma profissão relacionada com crianças, queria ser Pedia-tra. Até ao 9º ano, esse sempre foi o meu desejo, porém, quando chegou a altura de escolher o curso no ensino secundário, as minhas ideias começaram a alterar-se, pois comecei a perceber que talvez Ciên-cias e Tecnologias não fos-se bem aquilo que queria. Numa visita à Escola Se-cundária da Lourinhã, fiquei a saber que iriam abrir no-vos Cursos Profissionais, entre os quais o Curso Pro-fissional de Técnico de Tu-rismo. Fiquei com o curso no pensamento, pois na altura a área do Turismo era bastante “falada” e a oportunidade de emprego era relativamente elevada, comparando com outras áreas. Decidi, então, embarcar na aventura e inscrevi-me nesse curso. Inicialmente, adiei a ideia de seguir para o Ensino Superior e ficar apenas com o estatuto de Técnica de Turismo. Ao longo da experiência, co-mecei a ganhar gosto e interesse pela área, e a sentir que era aquilo que eu queria para o meu futu-ro. No 12º ano, realizei uma Formação em Contexto de Trabalho no Hotel Praia Norte, em Peniche. Foi das melhores experiências que poderia ter tido. Durante as 400 horas de estágio, aper-cebi-me e tive a certeza de que queria seguir a área do Turismo. Para finalizar o meu Curso Profissional, tive que realizar uma Prova de Apti-

dão Profissional, ou seja, tive que desen-volver um projeto final de curso. Foi a 14 de Julho de 2010 que a minha vida deu uma volta de 180

o. Tremia por tudo o

que era sítio, pois iria apresentar o meu projeto diante de um júri composto por um professor universitário, a diretora de um resort, a minha coordenadora de PAP e o meu diretor de curso. Estava segura do meu projeto e de tudo o que ia dizer para o defender, só não estava à espera de ser tão bem sucedi-da e de receber, por parte dos jurados, excelentes críticas construtivas. Após ouvir com toda a atenção diversas pala-vras, houve uma frase que me ficou no ouvido: “O Turismo em Portugal precisa de pessoas como você, vá para Gestão Turística e Hoteleira”. Não pen-sei duas vezes, e hoje aqui es-tou eu, num curso que há cinco anos atrás jamais imaginaria vir a tirar. Hoje estou feliz por estar a tirar uma licenciatura na área do Turismo, pois sei que é uma área com futuro e com saída profissional, porém, em que apenas os profissionais real-mente bons conseguem atingir o suces-so. Segundo a Forbes, "É mais fácil ob-ter o sucesso do que mantê-lo”, quero com isto dizer que não devemos ter na-da como garantido, não devemos desistir dos nossos sonhos nem de investir no nosso futuro, quer pessoal quer profis-sional. Neste momento, estou a viver um dos melhores momentos da minha vida, a vida académica! Quero aproveitar cada oportunidade para crescer pessoalmente e criar uma bagagem de conhecimentos infinita. Futuramente, tenho como objeti-vo terminar a minha licenciatura, ganhar experiência na área e só depois tirar um mestrado, e, quem sabe, o doutoramen-to. Se nós não sonharmos, ninguém irá sonhar por nós. Se nós não realizarmos os nossos sonhos, ninguém os irá reali-zar por nós!

DIOGO SANTOS

OS ANOS DO SECUNDÁRIO: UMA RETROSPETIVA

Chamo-me Diogo Franco Santos, tenho 19 anos e frequentei, com muito orgulho, a Escola Secundária da Louri-nhã, entre 2008 e 2010. Apesar de terem sido uns meros três anos no meu percur-so escolar, a verdade é que estes foram imprescindíveis no traçar da minha vida futura, tanto em termos pessoais como profissionais, mais do que alguma vez poderia ter pensado. Em primeiro lugar, é importante explicar o motivo pelo qual eu escolhi a área de Ciências e Tecnologias enquanto aluno do ensino secundário. Fi-lo, em

primeiro lugar, porque a mesma abrangia as principais disciplinas pelas quais tinha um especial interesse: Física e Química e Biologia. E digo "principais" porque sem-pre tive, e nunca deixarei de ter, uma afinidade muito forte com as línguas em geral. Em segundo lugar, e pensando já um pouco mais a longo prazo, escolhi esta área porque seria aquela que, indu-bitavelmente, poderia vir a abrir caminho a maiores e mais diversificadas oportuni-dades de emprego, dada a enorme quan-tidade de saídas profissionais que a ela estão associadas. E, por fim, porque a grande parte dos amigos que vinham comigo do Ensino Básico também havia escolhido Ciências e Tecnologias. Ter frequentado esta área foi, sem dúvida, um grande desafio. As discipli-nas, em particular as específicas, não eram propriamente fáceis de dominar, o que nos obrigou a um estudo regular e a uma atenção redobrada nas aulas, em comparação com a minha experiência do Ensino Básico, onde tudo parecia então ter sido "a piece of cake". A verdade é

A Voz dos Ex-Alunos

Numa sociedade profundamente marcada por aspetos materiais, há uma tendência crescente, um vento de mudança, que coloca na ordem do dia a necessidade de que fatores imateriais assumam ca-da vez maior destaque nas nossas vidas, assim co-mo na das organizações, nomeadamente, na vida das Escolas. Fatores imateriais como a confiança, as emo-ções positivas, as relações sociais positivas e o pra-zer em ajudar, aliados ao sucesso, são cada vez mais determinantes como acréscimo aos aspetos “tradicionais”. Nesta edição do Olhar(es), trazemos mais dois testemunhos de ex-alunos do Agrupamento de Esco-las que falam das suas experiências e percurso, exemplos de sucesso na procura da felicidade.

Prof. Ricardo Monteiro

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grupo, as músicas que não me saíam da cabeça, as atividades do fim-de-semana anterior, mas também os momentos de insegurança, de fragilidade, assim como os nada desejados períodos de "stress pré-testes". Recordo agora tudo isto com alguma melancolia, mas, acima de tudo, com muita alegria, porque, para ser sin-cero, andei sempre muito bem acompa-nhado e nunca me faltou o apoio quando mais precisava dele. É certo que tanto entraram pessoas novas no meu ciclo de amigos, como saíram outras, mas aque-les essenciais, aquele "núcleo" estável e indissociável de amigos, nunca deixou de o ser - com efeito, todos nós acabamos por fazer como que uma "triagem" no que diz respeito aos amigos, e só mesmo os melhores, aqueles com os quais pode-mos ficar horas e horas a conversar, aqueles que são dignos da nossa confi-ança e que merecem o nosso apoio e companheirismo, é que serão amigos para toda a vida. Como referi há pouco, acabei por triunfar no final do Secundário. E isto por-quê? Porque consegui ingressar no curso de Ensino Superior que queria: Medicina. O curioso é que apenas tomei esta deci-são no 3º Período do 12º ano (até lá, sempre que era questionado acerca do possível curso que iria escolher, diria que não fazia a mínima ideia, apesar de ter chegado a ponderar Ciências Farmacêu-ticas!) porque só então me apercebi de que este curso reunia todas as caracte-rísticas que eu procurava: estava integra-do na área da Saúde e dava ênfase à Biologia e à Química, ao mesmo tempo que me obrigava a ter um bom conheci-mento das línguas, inclusive das estran-geiras. Para além disso, iria poder ajudar diretamente as pessoas, o que me agra-dava (e ainda continua obviamente a agradar) bastante. Depois de ter feito os exames do 12º ano e de ter repetido os de 11º ano, chegou a altura das candida-turas ao Ensino Superior. Nem queria acreditar que ia escolher Medicina, o cur-so onde as médias são elevadíssimas, para o qual concorrem anualmente cen-tenas e centenas de alunos, muitos deles acabando por não entrar. Mas a verdade é que me sentia confiante de que iria conseguir - e consegui. Entrei na minha 1ª opção: Faculdade de Ciências Médi-cas da Universidade Nova de Lisboa! O dia em que soube a minha colocação foi um dos mais felizes da minha vida. Atualmente, encontro-me no 2º ano do curso. Depois dum 1º ano um pouco atribulado - habituação à faculda-de e a viver na capital, estabelecimento de novas amizades, assimilação de no-vas matérias e conceitos, adoção duma rotina completamente nova - sinto cada vez mais que estou no sítio certo. Conhe-ci pessoas espetaculares, com as quais

que a transição do 9º para o 10º ano é uma subida bastante íngreme na monta-nha da exigência. Não foram poucas as ocasiões em que não conseguia compre-ender parte da matéria lecionada, o que me obrigava a ter de ler várias vezes a mesma coisa, a resolver o mesmo exer-cício mais do que uma vez, ou mesmo a adotar repetidamente a mesma linha de pensamento até que, por fim, conseguis-se contornar as dificuldades. Felizmente, tive a sorte de ter tido professores com-petentes e, acima de tudo, justos para com os alunos, o que fez com que vales-se a pena o esforço e o tempo investidos em cada disciplina. Para além disso, o bom ambiente que se vivia na ESL ajuda-va a aligeirar um pouco a carga de traba-lho que, insistentemente, sentíamos so-bre os nossos ombros. É certo que os anos do secundário devem ser aproveita-dos ao máximo (já que estamos naquela fase da vida em que tudo parece possível e concretizável, entenda-se, adolescên-cia!), mas também temos de ser respon-sáveis o suficiente para saber equilibrar o nosso dia-a-dia no que diz respeito a mo-mentos de lazer e momentos de estudo. Muitas vezes, senti o dever moral de ter de recusar convites para saídas com amigos para investir no estudo, sempre com a consciência de que seria recom-pensado no fim. Mesmo quando parecia impossível saber a matéria toda para determinado teste ou exame, nunca dei-xei de acreditar nas minhas capacidades. "Estuda, Diogo! Só assim é que, mais tarde, irás saborear os frutos do teu tra-balho!" era o incentivo que, mentalmente, dava a mim mesmo - e, de facto, acabei por triunfar, mas isso explico mais à fren-te. É óbvio que nem tudo era estudo! Falar da minha passagem pelo Secundá-rio sem falar dos momentos passados com os meus amigos é quase o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa! Lembro- -me, como se tivesse sido ontem, do pri-meiro dia em que entrei na escola como aluno: as praxes feitas pelos mais velhos como forma de receção aos "caloiros", o reencontro com antigos colegas do 1º Ciclo, e, acima de tudo, as frequentes perguntas de "Como é o teu horário?", "Sabes onde fica..."? e "Onde é a sala onde vou ter...?", entre tantas outras coi-sas. Rapidamente me habituei à nova escola, à nova rotina, aos novos profes-sores, aos novos colegas, a toda esta nova vida. Como qualquer adolescente, fui formando o meu grupo de amigos mais chegados, com os quais partilhava as risadas, as conversas sérias e parvas, os momentos passados em trabalhos de

me identifico bastante, e sem as quais o meu dia-a-dia seria um tédio (sem nunca esquecer as velhas amizades do Secundário que, aliás, se mantêm!) Com elas, partilho o frene-sim dos trabalhos, exames, apresentações orais e aquele nervosismo miudi-nho que se apodera de nós minutos antes de vermos as nossas notas afixadas na parede. Muitas das minhas cadeiras são anuais, o faz com que o volume de maté-ria que, no fim do ano, te-mos de ser capazes de "enfiar na cabeça" seja tre-menda, mas não vou men-tir: essa mesma matéria é extremamente interessante e vai ser necessária na mi-nha vida futura. Com efeito, o curso tem todas as carac-terísticas que, habitualmen-te, lhe são atribuídas: é tra-balhoso, é difícil, exige mui-to esforço e dedicação, mui-tas horas sentado à secre-tária, várias horas de sono perdidas e muito sangue-frio. Não obstante, não o trocaria por nenhum outro, porque estou muito conten-te com o que consegui al-cançar até aqui, e estou também ciente da grande responsabilidade que vai ser tratar de doentes, mas há que pensar positivo, co-mo sempre! Frequentemen-te, me perguntam se já te-nho alguma ideia da especi-alidade que irei tirar, mas, quanto a isso, ainda não posso adiantar grande coi-sa, porque sinto que tenho de passar por várias experi-ências na 1ª pessoa para poder ter a capacidade de, futuramente, tomar tama-nha decisão. Para finalizar, diria que, tal como Fernan-do Pessoa nos ensinou no Secundário, "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena", por isso o segre-do é arriscar, não desistir, seguir as nossas convic-ções, mas, acima de tudo, ter a noção bem clara dos objetivos que pretendemos alcançar e saber que essa concretização pessoal é um contributo para a nossa feli-cidade.

A Voz dos Ex-Alunos

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

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Para mí, ser amigo de un amigo representa la amistad. Hacer algo por un amigo sin interés es lo mejor de la vida, es la misma cosa que saber que nosotros somos puros, que tenemos una gota de hu-manidad. La amistad es un valor que es invisible a nues-tros ojos- lo más importante es siempre invisible. Me gus-tan mucho mis amigos, siem-pre que tengo tiempo estoy con ellos. Pero ya he sido trai-cionado más que una vez, aunque dependa de la trai-ción. En mi opinión, la mentira es lo peor, es la misma cosa que clavarme un cuchillo en la espalda. Cuando me hacen eso me pongo enfadado, me quedo ciego y sin saber qué hacer, es mismo lo peor. Hace algún tiempo, pero nunca me lo he olvidado, que un amigo mío me ha traicionado. Para mí era una buena persona, un excelente amigo, hasta que se pusiera a flirtear con mi novia. Fue lo peor que podía hacer, es traicionar la confianza de un amigo. Nunca se lo he per-donado hasta hoy y siempre que pasa por mí le ignoro.

Josias Duarte,10ºB

Para mí, la amistad es un sentimiento muy importante, porque sin ella una persona no es feliz, porque tener ami-gos es esencial para vivir. Los amigos están conozco todos los días, por eso se tornan vitales para nuestro día a día. Un amigo es importante para hablar de todo, y es eso que es la amistad, la confianza, entre otros sentimientos. La amistad se va conociendo a lo largo del tiempo, hasta ganar confianza, y después conse-guimos distinguir amigos ver-daderos de simplemente co-nocidos. Para mí, la amistad es muy importante para mi vida, porque mis amigos son mi segunda familia.

Gonçalo Canoa

afligen, pero nunca me han traicionado, nunca he pasado por eso, e imagino que sea muy difícil, principalmente, cuando se trata de un amiga o amigo muy próxi-mo/a de nosotros. He pasado por otras situaciones en mis amistades, he conocido a personas que se tornaron a grandes amigas y después mostraron ser algo diferente, eran personas falsas, que me enseñaron a ni siempre creer en lo que las perso-nas nos digan, porque en el mundo hay personas crueles. La traición, para mí, es cuando una persona me miente y se pasa por mi amiga cuando no lo es, también cuando es cínica e insolente conmigo… Yo no suporto las mentiras, cuando una perso-na me miente, yo dejo de tener confian-za en ella y, dependiendo de la situa-ción, soy capaz de dejar de hablar con ella por un tiempo, porque cuando al-guien me aflige, se queda siempre un rastro en mi corazón y no sé si después soy capaz de volver a ser amiga de esa persona. Tengo una mejor amiga que nunca me ha hecho mal, nunca me ha traicionado, siempre me ha entendido y continua hacerlo, y yo hago lo mismo por ella; en 5 años de amistad nunca me ha dejado y creo que esto sí es una verdadera amistad, porque existe comprensión, cariño, apoyo y sobre todo sinceridad y nunca escondemos nada una de la otra… Soy una chica, que, si puede, da todo que lo tiene a sus amigos y nunca espe-ra nada, sólo su amistad que es muy importante para mí…

Andrea Ricardo, 10ºB

La amistad no es sólo llamar a uno de amigo o mejor amigo, la amistad tie-ne mucho más que eso, son sentimien-tos muy bonitos y que nos enseñan mu-cha cosa. De mis amigos, yo espero lo mismo que yo les doy, espero siempre com-prensión, compasión, cariño, apoyo, espero también nunca recibir nada en cambio (cosas materiales), porque la amistad es eso mismo. Nosotros da-mos, pero no precisamos que nos retri-buyen, sólo queremos que sean nues-tros amigos… “es mejor dar que reci-bir”, yo soy así con mis amigos… Para mí un amigo es como el oro, son preciosos y tenemos que tenerlos siempre conozco, si vemos bien es cuando más precisamos que nosotros recorremos a los amigos, porque sólo ellos nos consiguen poner una sonrisa en nuestra cara, es con ellos que conta-mos siempre. Yo hago todo por mis ami-gos, les ayudo en todo que yo pueda, no me gusta verlos tristes, a mí también me gusta que mis amigos hablen conmigo sobre sus problemas y sus preocupa-ciones, que compartan conmigo las co-sas buenas y malas, no importa lo que sea, yo estaré aquí para todo. Soy una persona muy preocupada por los demás, aunque no sean mis ami-gas, yo intento siempre de alguna mane-ra ayudarles, tengo un corazón blando en lo que toca a la amistad. He siempre dicho quedesde el momento que una persona sea mi amiga, ella no saldrá nunca más de mi corazón y tendrá siem-pre mi amistad y compresión cuando lo necesite. Claro que hay cosas que me

AMIS

TAD

La amistad es, en mi punto de vista un poco compleja y difícil, por más simple que parezca. Por lo tanto es, sin duda, indis-pensable para la supervivencia del hombre. EL hombre vive de sentimientos. Acude a los afectos para rellenar “un vacío” que siente, pero ¿cómo serían nuestras vidas sin amistad? Nosotros tendríamos que pa-sar nuestras vidas sólo socializando. Ha-blaríamos con las personas, podríamos no quedarnos con sus contactos, o conocería-mos aquí y allá, pero nada más que eso. Las personas simplemente nos conocerían. Conoceríamos a toda la gente sin realmen-te conocer a nadie, lo que sería extraño. ¿Si no tuviésemos a los amigos, qué ha-ríamos en los momentos de desespero? Más cierto era no aguantar y entrar en de-sesperación … En vez de eso, buscamos el conforto que nos falta en un hombro amigo. Por amis-tad, las personas se ayudan uno a otro cuando sea necesario y posible. Pero ¿ qué sucede cuando depositamos nuestra confianza en la persona incierta? Nos puede suceder en cualquier momento,

sin saberlo. Las intrigas a veces surgen. Sucesos inúmeros que pueden pasar sin que noso-tros lo esperemos. Así se rompen los lazos de confianza y amistad. Los mejores amigos se tornan los peo-res enemigos, el marido, y la mujer se se-paran, la madre ya no está con el padre, etc. Todo tiene un fin, es verdad, pero la llegada de ése depende de cada uno de nosotros. La amistad es óptima, pero puede en el exceso y sin la precaución “hacer mal a la salud”, como dice el dictado. Es necesario saber escoger las amista-des, saber lo que se puede hacer y decir y lo que no se puede. Colocar nuestros pro-pios límites. Sobre todo, es necesario saber aprove-char lo que la vida nos da, pues llegamos a un momento en el que ésta deja de darnos cosas y pasa a quitarlas, hasta que nos quedemos solos. La vida es corta y hay que aprovecharla.

Raquel Frutuoso, 10ºB

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REFLEXÕES Releio agora um texto

redigido há algum tempo…

Já aí o que nós tínhamos

acabara. Já não era tua, já

não eras meu. Mas será que

alguma vez fomos um do

outro? Aborreço-me por ain-

da dedicar o meu tempo a

pensar e a escrever sobre ti!

Fazes parte do passado, e,

de forma alguma, irás fazer

parte do futuro. No entanto,

continua a existir algo que

me impele ao pensamento

da tua pessoa…

Esta noite sonhei. So-

nhei contigo. O toque dos

teus braços, a firmeza com

que me agarravas pela cintu-

ra... eram sensações indes-

critíveis e pareceram tão ver-

dadeiras… Quando acordei,

ainda não estava bem situa-

da, seria o sonho real? Bas-

taram-me poucos segundos

para perceber amargamente

que não. A sensação de

frustração invadiu-me duran-

te todo o dia, fiquei a pensar

em ti, a pensar em tudo o

que vivemos. Estes sonhos

perturbam-me, fazem com

que vagueie por caminhos já

percorridos, por situações já

vividas, por experiencias já

vivenciadas e por sensações

já sentidas. Com esta amál-

gama, vêm as perguntas e

os habituais “ e se”. Porém,

não me vou debater mais

sobre eles. As pessoas, as

experiências, as memórias

permanecerão para sempre

em mim, mas há uma altura

em que é preciso parar de

recordar, há uma altura em

que os sonhos e as esperan-

ças devem desvanecer, há

uma altura em que tem de

haver um fim. Essa altura é

agora.

Marta, 11º D

tro bien, o nues-tros hermanos que dan sin pedir nada, un abrazo cuando lo ne-cesitamos; esta es nuestra familia que nos ayuda y que nosotros respetamos. Luego tenemos otros amigos a los que podemos conocer en una fiesta en el verano o, simplemente, que sólo co-nocemos por una hora, que son capaces de sonreír aunque sea sólo por este mo-mento. Además hay siempre ellos que es-tán con nosotros en la escuela, a los que conocemos desde la infancia. Ellos, a ve-ces, dejan de ser nuestros amigos cuando se rompe la confianza, dejan de ser las personas más leales que podemos tener. ¿Si yo he tenido un amigo que me ha trai-cionado? Sí, era uno de mis mejores ami-gos, pero como ya he dicho traicionar la confianza de la amistad es algo irremonta-ble. Tuvimos una gran amistad, pero habla-ron mal de mí a mi espaldas, como se sue-le decir "es a costa de otros que nuestro ver," pero tenía a otros amigos que me hicieron creer que la amistad vale la pena. La única manera de tener un amigo es ser un amigo.

Tatiana A. Gomes , 10ºB

Para mí la amistad es la confianza que ponemos en las personas que están cerca, que tenemos, que siempre están a nuestro lado para ayudar y apoyarnos. Son ellos que nos damos cuenta que nos escuchan, que nos hacen sentir bien y con los cuales podemos pasar tiempo de calidad. Existen personas en nuestras vidas que nos hacen felices simplemente porque han cruzado en nuestro camino. Hay muchos tipos de ami-gos, como nuestros padres que nos ayu-dan a darnos cuenta de lo que la vida es, de lo que podemos aprovechar para nues-

REDIMIR

dadero amigo es mucho más que eso; es alguien que nos conoce muy bien, y claro nosotros a él, es alguien con quien no tene-mos ningún problema en hablar sobre cual-quier tópico y vice versa, es alguien con quien podemos contar cuando estamos tristes, es alguien que nos llena de buenas memorias que un día más tarde nos recor-daremos y pensaremos “que buenos anos fueran aquellos”. Por último, un verdadero amigo es aquel que no se importa de ale-jarse para que no nos haga daño, si eso significase ayudarnos de alguna forma. Si un amigo nos traiciona…, bueno es una buena cuestión. Para decir la verdad nunca he sido traicionada por un amigo, por eso no sé lo que haría. Pienso que nunca más le hablaría, porque si un amigo me hiciese daño con intención es porque no era mi amigo desde luego.

Inés Silva, 10º B

La amistad es algo muy importante, no es algo que se pueda substituir ni siquiera por dinero, pues este un día te acabará y no te quedara más nada. Con todo, un ver-dadero amigo no se va, es alguien que estará siempre contigo y cuando este as hecha en cacos él te ayudará, sin hesita-ción. Me ha sido pedido y a toda mi clase que explicásemos lo que es ser un verdadero amigo. Pensado bien en esto, me di cuenta lo cuanto difícil es explicarlo, bueno se al-guien pregunta lo que es ser un bueno ami-go, claro que nos respondemos sin hesita-ción: un bueno amigo es alguien que nos ayuda cuando estamos mal, es alguien que nos hace reír en situaciones molestas, es alguien que está siempre a nuestro lado para apoyarnos en cualquier situación que sea y que nunca nos traicionaría. Yo lo pienso así también, pero un ver-

Queria redimir-me por todo o mal que te fiz, por tudo o que disse “de cabeça quente” naquela manhã de solidão e sofri-mento, na manhã em que não conseguia fazer parar as lágrimas que tatuavam as tuas palavras vagas nos lados da minha face. Na manhã, em que descobri… Cada ato tem a sua consequência. O tempo vai passando, mas meu mundo ain-da te engloba, a minha estrela continua a ter o teu suposto nome, e o brilho dos meus olhos ao imaginar-te não desapare-ce; perdi-te, mas a culpa não é exclusiva-

mente minha. Gostava que o meu corpo não fosse tão fraco, que a força do meu orgulho não ca-lasse as perguntas que ainda tenho para fazer. Somos culpados e a dor infinita ain-da permanece dentro de mim e teima em ficar. Hoje não quero mais pensar no que fiz, vou tentar apagar-te do pensamento (por muito que custe), quero fechar-me no meu mundo desabado e talvez um dia já não te lembre… Flávia Bernardino, 11º F

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

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Estava eu a comer uma maçã, e a pensar no que ins-pira a vi-da... Lem-

brei-me das árvores, das folhas, do cheiro, e, particularmente, daquelas árvores que observo atentamente, quando vou na auto-estrada para Lisboa... São bonitas! Pensei, também, num pomar, num pomar pensei... Mas já não gostei, já não achei bonito. Então, cheguei há con-clusão que as coisas são mais bonitas separadas das outras, talvez porque a sua beleza, assim, fica mais visível... De-pois, pensei em pessoas, e que as pessoas, quando estão sozi-nhas, são diferentes. Mas nem todas são assim. Por isso, mu-dei, talvez não tenha a ver com a quantidade, talvez antes com o excesso... Os pobres, por exemplo, imploram por uma moeda, mas, se ficam ricos, não dão valor ao que têm. Quando vejo uma árvore sozinha, fotografo-a com os meus olhos, é ouro, é… É a vida!… Inês Félix , 11ºD

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Muito provavelmente antes de a organização não-governamental Invi-sible Children, nos EUA, lançar uma campanha na Internet sobre Joseph Kony, poucas eram as pessoas que já tinham ouvido falar neste nome.

O vídeo que foi lançado no Youtube já se tornou o mais viral de sempre, ou seja, já teve, num curto espaço de tem-po, um recorde de mais de 70 milhões de visualizações online.

No vídeo, ficamos a conhecer as injustiças que as crianças no/do Ugan-da sofrem. São sujeitas a raptos e a outras situações desumanas. São, por isso, obrigadas a fugir para não terem de matar, mas acabam por morrer.

O principal responsável por esta crueldade é Joseph Kony e o objectivo é torná-lo suficientemente conhecido para que a sua captura seja possível. O apelo é feito, através das redes sociais, para se afixarem cartazes com a sua cara em todas as cidades, de modo a que todos o reconheçam e, assim, Jo-seph Kony seja apanhado e entregue às autoridades.

Este tipo de propaganda é uma im-portante fonte de informação e também de poder. É impressionante como, num curto espaço de tempo, uma organiza-ção dos EUA conseguiu mobilizar qua-se de imediato todas as atenções do mundo para um assunto e uma causa.

O vídeo é de facto muito eficaz, não podia estar melhor realizado e editado. O protagonista do vídeo chega a usar o próprio filho, uma criança que é clara-mente privilegiada em contraste com outras crianças do Uganda, as vítimas. Apesar de eu achar um risco expor uma criança desta maneira num assunto tão sério, ele usa-a porque, desta forma, apela ainda mais aos sentimentos e ajuda a demonstrar que até uma crian-ça tem a perfeita noção da diferença entre o bem e o mal.

Mas este assunto é muito mais com-plexo do que à primeira vista pode pa-recer. Quem vê o vídeo, reage logo ao que vê, partilha e multiplica publicações

KONY 2012

Confissão

É preciso perder para dar valor, é

preciso errarmos para vermos os erros, é preciso destruirmos para querermos, é preciso pedir desculpa para sentir dor, é preciso arriscar para descobrir. Não me vou agarrar ao passado, vou viver o presente e agarrar o futuro. Lutar para amanhã ser melhor do que ontem e hoje. Vou lutar para que, no futuro, não haja mentiras e traições, para que no meu futuro, só encontre pessoas verda-deiras. Aquilo que tu não és. Já fechei

durante muito tempo os olhos, já perdi muito tempo. Agora retomei o meu ca-minho, “segui a procissão” e corri um risco, arrisquei. Talvez, assim, consiga sorrir. Sem arriscar, não vou saber, e baixar os braços, é algo que não consta no meu projecto de vida. «Mesmo que só sigas quando a procissão já foi bem longe, acredita que, um dia, vais atingir o mesmo que os outros, não na mesma hora, mas chegarás lá. »

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

no Facebook e nos blogues. Todos se sentem no dever de ajudar, graças ao apelo da campanha. Mas muitos outros defendem que esta acção vem tarde demais. A verdade é que, já há 20 anos atrás, isto acontecia, mas agora Joseph Kony já não está tão activo, e o Uganda tem outros problemas que também pre-cisam de atenção. Na minha opinião, esta questão das outras necessidades do país serem mais urgentes, nesta altura, considero também que é impor-tante, mas não invalida a necessidade de encontrar este criminoso que tem, indubitavelmente, de pagar pelo que fez.

Outra das críticas levantadas a esta campanha é o facto de mostrarem este vídeo tão perto das eleições nos EUA, e de Obama ter sido o único presidente a aceitar enviar militares para ajudar a procurar Kony. Acho que realmente pode ser um pouco tendencioso, uma vez que é uma mais-valia para o presi-dente ter aceitado apoiar esta causa que está a ganhar grandes proporções.

Questionam também o financiamen-to. Dizem os detratores que, em vez de actuarem no terreno, os organizadores gastaram quantias excessivas de di-nheiro na campanha, em viagens, na elaboração do vídeo, e só usaram uma pequena parte dos ganhos no terreno, em África. Mas acho que os fins justifi-cam os meios e, se o meio de divulga-ção desta campanha, é através do ví-deo e se o conseguirem assim capturá-lo, é dinheiro bem empregue. Em último caso, considero sempre que as pesso-as devem apoiar a mensagem, mesmo que não apoiem a organização.

Fátima Pereira, 11ºD

Dizem que o Amor trás [felicidade

Que aparece em qualquer [momento…

Não acho que seja [verdade

É um simples tormento

Que quando não é corres-[pondido

Faz-me ficar à deriva, [perdido

Faz-me ir abaixo em qual-[quer altura

Sem me prevenir nem [avisar

Por vezes, só peço um [coração de ferro

Não sou perfeito, admito [que é erro

Mas sempre fui sincero e [directo

Apesar de ter um enorme [orgulho Dou bastante valor porque [só

tenho isso desde miúdo.