OLIVEIRA Junior Wellington Integracao corpo

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COMO OLIVE corpo/ Lowen CONG Centro A INTEGRAÇÃ DO CONCE RESUMO Este trabalho tem como ob Bioenergética, passando p Para isso, iniciou-se pela como hipótese que o carát instâncias. Como Metodo utilizado foi Análise de Con seus precursores, e tamb elaboradas para se analisa conceito de energia; a rela Com a Análise da bibliogra como elemento fundament importância do conceito e a Palavras-chave: Integraçã A complexa relaçã primeiros registros escritos este tema, as quais mar originaram uma série de lin demanda de um conhecim origina das enfermidades q surge toda uma teoria psic suas interações. A partir da psicanál Wilhelm Reich, a qual rep Análise Bioenergética de A integração entre corpo e compreender como se dá quais se originam os princ 1 Vàzquez (mimeografado). O REFERENCIAR ESSE ARTIGO EIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Dom /psiquismo e o desenvolvimento do conceito d n. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sand GRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS o Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. A 1 | www.centroreichiano.com.br ÃO CORPO/PSIQUISMO E O DESENVO EITO DE CARÁTER EM FREUD, REICH Wellington R bjetivo discutir o desenvolvimento do conce por Freud, Reich e finalmente na concepçã discussão sobre a integração corpo/psiqui ter se mostra como um ponto de articulação ologia, foi utilizada pesquisa bibliográfica, nteúdo Categorial 1 das obras de Alexander bém de artigos atuais sobre a temática. ar a relação corpo/psiquismo na Análise Bioe ação entre o ego e o corpo; e a etiologia e afia e através das três categorias, conclui-se tal e resultante na relação entre corpo e psiq a necessidade de mais estudos sobre a temá ão corpo/psiquismo. Caráter. Freud. Reich. L ão entre corpo e psique é uma discussão s da civilização ocidental. As diferentes form rcaram a filosofia clássica e a medicina nhas teóricas na Psicologia. A Psicanálise, mento que abarcasse a complexidade do p que se apresentavam no corpo das paciente codinâmica na tentativa de abarcar a comple lise, surgem diferentes tendências teóricas, c presenta uma ruptura da análise verbal pur Alexander Lowen. Essa última teoria é marc psiquismo e está situada entre as psicot essa integração nessa teoria, é importante cipais conceitos. Apesar de ter se originado menico Uhng. A integração de caráter em Freud, Reich e dra Mara (Org.). Anais. 20º S CORPORAIS. Curitiba/PR. Acesso em: ____/____/____. OLVIMENTO E LOWEN Roriz de Oliveira Júnior Domenico Uhng Hur eito de caráter na Análise ão de Alexander Lowen. ismo, já que se assumiu o importante dessas duas qualitativa, e o método Lowen, assim como dos . Três categorias foram energética, sendo elas: o desenvolvimento infantil. e que o caráter se mostra quismo, ressaltando-se a ática. Lowen. o que consta desde os mas de pensamento sobre ao longo dos séculos, por exemplo, surge pela psiquismo humano, e se es histéricas. A partir daí, exidade do indivíduo e de como a Vegetoterapia de ra, e, posteriormente, a cada por uma ênfase na terapias corporais. Para e relembrar as bases das o da teoria psicanalítica,

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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

A INTEGRAÇÃO CORPO/PSIQUISMO E O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CARÁTER EM FREUD, REICH E LOWEN

RESUMO Este trabalho tem como objetivo discutir o desenvolvimento do conceito de caráter na Análise Bioenergética, passando por Freud, Reich e finalmente na concepção de Alexander Lowen. Para isso, iniciou-se pela discussão sobre a integração corpo/psiquismo, já que se assumiu como hipótese que o caráter se mostra como um ponto de articulação importante dessas duas instâncias. Como Metodologia, foi utilizada pesquisa bibliográfica, qualitativa, e o método utilizado foi Análise de Conteúdo Categorialseus precursores, e também de artigos atuais sobre a temática. Três categorias foram elaboradas para se analisar a relação corpo/psiquismo na Análise Bioenergética, sendo elas: o conceito de energia; a relação entre o ego e o corpo; e a etiologiaCom a Análise da bibliografia e através das três categorias, concluicomo elemento fundamental e resultante na relação entre corpo e psiquismo, ressaltandoimportância do conceito e a necessidade Palavras-chave: Integração corpo/psiquismo. Caráter. Freud. Reich. Lowen.

A complexa relação entre corpo e psique é uma discussão que consta desde os

primeiros registros escritos da civilização ocidental. As

este tema, as quais marcaram a filosofia clássica e a medicina ao longo dos séculos,

originaram uma série de linhas teóricas na Psicologia. A Psicanálise, por exemplo, surge pela

demanda de um conhecimento que abarcass

origina das enfermidades que se apresentavam no corpo das pacientes histéricas. A partir daí,

surge toda uma teoria psicodinâmica na tentativa de abarcar a complexidade do indivíduo e de

suas interações.

A partir da psicanálise, surgem diferentes tendências teóricas, como a Vegetoterapia de

Wilhelm Reich, a qual representa uma ruptura da análise verbal pura,

Análise Bioenergética de Alexander Lowen. Essa última teoria é marcada por uma ênfase n

integração entre corpo e psiquismo e está situada entre as psicoterapias corporais. Para

compreender como se dá essa integração nessa teoria, é importante relembrar as bases das

quais se originam os principais conceitos. Apesar de ter se originado da teo

1 Vàzquez (mimeografado).

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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A INTEGRAÇÃO CORPO/PSIQUISMO E O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CARÁTER EM FREUD, REICH E LOWEN

Wellington Roriz de Oliveira Júnior

objetivo discutir o desenvolvimento do conceito de caráter na Análise Bioenergética, passando por Freud, Reich e finalmente na concepção de Alexander Lowen.

se pela discussão sobre a integração corpo/psiquismo, já que se assumiu ótese que o caráter se mostra como um ponto de articulação importante dessas duas

instâncias. Como Metodologia, foi utilizada pesquisa bibliográfica, qualitativa, e o método utilizado foi Análise de Conteúdo Categorial1 das obras de Alexander Lowen, assimseus precursores, e também de artigos atuais sobre a temática. Três categorias foram elaboradas para se analisar a relação corpo/psiquismo na Análise Bioenergética, sendo elas: o conceito de energia; a relação entre o ego e o corpo; e a etiologia e desenvolvimento infantil. Com a Análise da bibliografia e através das três categorias, conclui-se que o caráter se mostra como elemento fundamental e resultante na relação entre corpo e psiquismo, ressaltandoimportância do conceito e a necessidade de mais estudos sobre a temática.

Integração corpo/psiquismo. Caráter. Freud. Reich. Lowen.

A complexa relação entre corpo e psique é uma discussão que consta desde os

primeiros registros escritos da civilização ocidental. As diferentes formas de pensamento sobre

este tema, as quais marcaram a filosofia clássica e a medicina ao longo dos séculos,

originaram uma série de linhas teóricas na Psicologia. A Psicanálise, por exemplo, surge pela

demanda de um conhecimento que abarcasse a complexidade do psiquismo humano, e se

origina das enfermidades que se apresentavam no corpo das pacientes histéricas. A partir daí,

surge toda uma teoria psicodinâmica na tentativa de abarcar a complexidade do indivíduo e de

da psicanálise, surgem diferentes tendências teóricas, como a Vegetoterapia de

Wilhelm Reich, a qual representa uma ruptura da análise verbal pura,

Análise Bioenergética de Alexander Lowen. Essa última teoria é marcada por uma ênfase n

integração entre corpo e psiquismo e está situada entre as psicoterapias corporais. Para

compreender como se dá essa integração nessa teoria, é importante relembrar as bases das

quais se originam os principais conceitos. Apesar de ter se originado da teo

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

A INTEGRAÇÃO CORPO/PSIQUISMO E O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CARÁTER EM FREUD, REICH E LOWEN

Wellington Roriz de Oliveira Júnior Domenico Uhng Hur

objetivo discutir o desenvolvimento do conceito de caráter na Análise Bioenergética, passando por Freud, Reich e finalmente na concepção de Alexander Lowen.

se pela discussão sobre a integração corpo/psiquismo, já que se assumiu ótese que o caráter se mostra como um ponto de articulação importante dessas duas

instâncias. Como Metodologia, foi utilizada pesquisa bibliográfica, qualitativa, e o método das obras de Alexander Lowen, assim como dos

seus precursores, e também de artigos atuais sobre a temática. Três categorias foram elaboradas para se analisar a relação corpo/psiquismo na Análise Bioenergética, sendo elas: o

e desenvolvimento infantil. se que o caráter se mostra

como elemento fundamental e resultante na relação entre corpo e psiquismo, ressaltando-se a temática.

Integração corpo/psiquismo. Caráter. Freud. Reich. Lowen.

A complexa relação entre corpo e psique é uma discussão que consta desde os

diferentes formas de pensamento sobre

este tema, as quais marcaram a filosofia clássica e a medicina ao longo dos séculos,

originaram uma série de linhas teóricas na Psicologia. A Psicanálise, por exemplo, surge pela

e a complexidade do psiquismo humano, e se

origina das enfermidades que se apresentavam no corpo das pacientes histéricas. A partir daí,

surge toda uma teoria psicodinâmica na tentativa de abarcar a complexidade do indivíduo e de

da psicanálise, surgem diferentes tendências teóricas, como a Vegetoterapia de

Wilhelm Reich, a qual representa uma ruptura da análise verbal pura, e, posteriormente, a

Análise Bioenergética de Alexander Lowen. Essa última teoria é marcada por uma ênfase na

integração entre corpo e psiquismo e está situada entre as psicoterapias corporais. Para

compreender como se dá essa integração nessa teoria, é importante relembrar as bases das

quais se originam os principais conceitos. Apesar de ter se originado da teoria psicanalítica,

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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

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são em alguns conceitos Freudianos e outros Reichianos que essa teoria vai se sustentar e se

fundamentar. Na teoria de Lowen, o caráter ganha ênfase, da mesma forma que a sua

inscrição no corpo. Apesar de ser um conceito desenvolvido por

retomar os estudos e desenvolver a leitura corporal e os exercícios de

Apesar de Freud não trabalhar exatamente com o conceito de caráter, é com base em

sua teoria sobre o desenvolvimento infantil (FREUD, 1905/1987b)

se pensar a formação do caráter. Além disso, o conceito de energia, essencial à compreensão

da bioenergética, deriva da teoria energética pulsional de Freud (LOWEN, 1977). Fulgencio

(2002, p.105), sintetiza bem a ideia de pulsão

empurra o organismo para descarregar uma pressão dada numa determinada região ou órgão,

ela é uma excitação que precisa de descarga”. Essa concepção mantém relação com a teoria

energética desenvolvida por Reich

serão apresentados no presente

Os estudos de Freud (1905/1987b) sobre a sexualidade infantil e as definições do autor

em relação às fases do desenvolvimento, oral, anal e fálica

Reich e, posteriormente, Lowen, possam ter compreendido a etiologia e o processo de

formação das estruturas de caráter. Apesar de não trabalhar diretamente com o caráter,

podemos encontrar, em Freud e em alguns de seus

trabalham com este conceito. Além disso, em seus estudos sobre a histeria (FREUD,

1895/1987a), essa integração entre mente e corpo ganha importância, mas suas inúmeras

contribuições não entraram no campo do estudo corporal propriamen

desconsiderar a sua importância, mas sim por não se estender a estes

Segundo Rodrigues (2008), apesar da construção da psicanálise sofrer inúmeras

contribuições de diversos teóricos, Freud representa uma mudança paradigmática no

concerne ao estudo do psiquismo e do corpo. Para este autor, a relação mente/corpo é uma

tensão que é substituída pela complexidade do inconsciente, ou seja, a mente e o corpo são

influenciadas a todo o momento pelo inconsciente e como este se apresent

portanto, um papel que, apesar de fundamental, não influencia o que ocorre no psiquismo.

“Com Freud, o psiquismo assume a determinação e impõe ao corpo a efemeridade de ser

apenas um lócus privilegiado da vida, mas sem poder algum sobre

2 As fases são descritas na obra de FREUD, Volume VII (1901sexualidade.

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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são em alguns conceitos Freudianos e outros Reichianos que essa teoria vai se sustentar e se

fundamentar. Na teoria de Lowen, o caráter ganha ênfase, da mesma forma que a sua

inscrição no corpo. Apesar de ser um conceito desenvolvido por Reich, é Lowen que vai

retomar os estudos e desenvolver a leitura corporal e os exercícios de

Apesar de Freud não trabalhar exatamente com o conceito de caráter, é com base em

sua teoria sobre o desenvolvimento infantil (FREUD, 1905/1987b) que se situam as bases para

se pensar a formação do caráter. Além disso, o conceito de energia, essencial à compreensão

da bioenergética, deriva da teoria energética pulsional de Freud (LOWEN, 1977). Fulgencio

(2002, p.105), sintetiza bem a ideia de pulsão em Freud como sendo “uma força psíquica que

empurra o organismo para descarregar uma pressão dada numa determinada região ou órgão,

ela é uma excitação que precisa de descarga”. Essa concepção mantém relação com a teoria

energética desenvolvida por Reich (1995, 1998) e apropriada por Lowen posteriormente, como

serão apresentados no presente trabalho.

Os estudos de Freud (1905/1987b) sobre a sexualidade infantil e as definições do autor

em relação às fases do desenvolvimento, oral, anal e fálica2, fornecem

Reich e, posteriormente, Lowen, possam ter compreendido a etiologia e o processo de

formação das estruturas de caráter. Apesar de não trabalhar diretamente com o caráter,

podemos encontrar, em Freud e em alguns de seus coment

trabalham com este conceito. Além disso, em seus estudos sobre a histeria (FREUD,

1895/1987a), essa integração entre mente e corpo ganha importância, mas suas inúmeras

contribuições não entraram no campo do estudo corporal propriamen

desconsiderar a sua importância, mas sim por não se estender a estes

Segundo Rodrigues (2008), apesar da construção da psicanálise sofrer inúmeras

contribuições de diversos teóricos, Freud representa uma mudança paradigmática no

concerne ao estudo do psiquismo e do corpo. Para este autor, a relação mente/corpo é uma

tensão que é substituída pela complexidade do inconsciente, ou seja, a mente e o corpo são

influenciadas a todo o momento pelo inconsciente e como este se apresent

portanto, um papel que, apesar de fundamental, não influencia o que ocorre no psiquismo.

“Com Freud, o psiquismo assume a determinação e impõe ao corpo a efemeridade de ser

apenas um lócus privilegiado da vida, mas sem poder algum sobre ela, já que quem o possui é

As fases são descritas na obra de FREUD, Volume VII (1901-1905) – Três ensaios sobre a teoria da

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

são em alguns conceitos Freudianos e outros Reichianos que essa teoria vai se sustentar e se

fundamentar. Na teoria de Lowen, o caráter ganha ênfase, da mesma forma que a sua

Reich, é Lowen que vai

bioenergética.

Apesar de Freud não trabalhar exatamente com o conceito de caráter, é com base em

que se situam as bases para

se pensar a formação do caráter. Além disso, o conceito de energia, essencial à compreensão

da bioenergética, deriva da teoria energética pulsional de Freud (LOWEN, 1977). Fulgencio

em Freud como sendo “uma força psíquica que

empurra o organismo para descarregar uma pressão dada numa determinada região ou órgão,

ela é uma excitação que precisa de descarga”. Essa concepção mantém relação com a teoria

(1995, 1998) e apropriada por Lowen posteriormente, como

Os estudos de Freud (1905/1987b) sobre a sexualidade infantil e as definições do autor

, fornecem as bases para que

Reich e, posteriormente, Lowen, possam ter compreendido a etiologia e o processo de

formação das estruturas de caráter. Apesar de não trabalhar diretamente com o caráter,

comentadores, fragmentos que

trabalham com este conceito. Além disso, em seus estudos sobre a histeria (FREUD,

1895/1987a), essa integração entre mente e corpo ganha importância, mas suas inúmeras

contribuições não entraram no campo do estudo corporal propriamente dito, não por

desconsiderar a sua importância, mas sim por não se estender a estes aspectos.

Segundo Rodrigues (2008), apesar da construção da psicanálise sofrer inúmeras

contribuições de diversos teóricos, Freud representa uma mudança paradigmática no que

concerne ao estudo do psiquismo e do corpo. Para este autor, a relação mente/corpo é uma

tensão que é substituída pela complexidade do inconsciente, ou seja, a mente e o corpo são

influenciadas a todo o momento pelo inconsciente e como este se apresenta, tendo o corpo,

portanto, um papel que, apesar de fundamental, não influencia o que ocorre no psiquismo.

“Com Freud, o psiquismo assume a determinação e impõe ao corpo a efemeridade de ser

ela, já que quem o possui é

Três ensaios sobre a teoria da

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o domínio psíquico, o não corporal, a psyché.” (RODRIGUES, 2008,

Freud, em 1908, em seu artigo sobre “Caráter e Erotismo Anal”, enfatiza a formação do

caráter e sua relação com a pulsão e com o corpo em determinada medida

Wilhelm Reich, em 1933, que trabalhou mais especificamente o conceito, em sua obra “Análise

do Caráter”. Nesta obra, apesar de se considerar Psicanalista, se diferencia de Freud no que

se refere principalmente à ênfase no corpo e aos proc

teoria das tensões e “couraças musculares” (REICH,

Reich (1998) já falava em anéis de couraça muscular, que são bloqueios de tensão que

impedem o livre fluxo de energia pelo corpo. Para ele, esses bloqueios são

as experiências adquiridas ao longo do desenvolvimento infantil e correspondem às fases de

desenvolvimento da estrutura corporal. Dividiu

céfalo-caudal (ocular, oral, cervical, torácico, diafra

respeito ao fato dos fetos desenvolverem primeiramente a cabeça e este desenvolvimento

seguir no sentido que vai até a pelve. O mesmo desenvolvimento acontece ao longo do

crescimento do bebê. Dessa forma, os traumas v

acordo com a zona que está em desenvolvimento naquele momento da vida do indivíduo. Os

estudos de Reich sobre as defesas (ou couraças) constitutivas do caráter, já associavam os

traumas vivenciados ao longo

caráter assumidos pelo indivíduo, tanto em sua expressão de personalidade quanto em sua

constituição corporal (REICH, 1995, 1998).

Segundo Rodrigues (2008), comparando a visão da relação mente/corpo em

a visão dos psicanalistas, acredita que este autor assume uma visão menos dicotomizada,

apresentando uma unidade funcional Soma

constante integração. O conceito de caráter e a relação com as couraças

1998) demonstra essa integração, já que o caráter se forma tanto no nível psíquico quanto no

nível corporal.

Posteriormente, Reich, com a substituição da Vegetoterapia pela Orgonoterapia

desvia um pouco do estudo do Caráter, mom

3 A Orgonoterapia foi caracterizada pela “ênfase maior na aplicação da energia orgônica através do uso do acumulador” (LOWEN, 1982, p.32). Nessfocou seus estudos nos processos energéticos e na carga bioelétrica que a energia apresentava, buscando uma maior validação de sua teoria em termos fisiológicos. Foi nessa época que Reich se aventurou a estudar o câncer e criou o acumulador, sendo este um instrumento de medição da energia orgone.

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o domínio psíquico, o não corporal, a psyché.” (RODRIGUES, 2008, p.128)

Freud, em 1908, em seu artigo sobre “Caráter e Erotismo Anal”, enfatiza a formação do

caráter e sua relação com a pulsão e com o corpo em determinada medida

Wilhelm Reich, em 1933, que trabalhou mais especificamente o conceito, em sua obra “Análise

do Caráter”. Nesta obra, apesar de se considerar Psicanalista, se diferencia de Freud no que

se refere principalmente à ênfase no corpo e aos procedimentos bioenergéticos, assim como à

teoria das tensões e “couraças musculares” (REICH, 1998).

Reich (1998) já falava em anéis de couraça muscular, que são bloqueios de tensão que

impedem o livre fluxo de energia pelo corpo. Para ele, esses bloqueios são

as experiências adquiridas ao longo do desenvolvimento infantil e correspondem às fases de

desenvolvimento da estrutura corporal. Dividiu-os em sete, de acordo com o desenvolvimento

caudal (ocular, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal e pélvico), que diz

respeito ao fato dos fetos desenvolverem primeiramente a cabeça e este desenvolvimento

seguir no sentido que vai até a pelve. O mesmo desenvolvimento acontece ao longo do

crescimento do bebê. Dessa forma, os traumas vivenciados na infância serão marcados de

acordo com a zona que está em desenvolvimento naquele momento da vida do indivíduo. Os

estudos de Reich sobre as defesas (ou couraças) constitutivas do caráter, já associavam os

traumas vivenciados ao longo do desenvolvimento infantil, em cada etapa,

assumidos pelo indivíduo, tanto em sua expressão de personalidade quanto em sua

constituição corporal (REICH, 1995, 1998).

Segundo Rodrigues (2008), comparando a visão da relação mente/corpo em

a visão dos psicanalistas, acredita que este autor assume uma visão menos dicotomizada,

apresentando uma unidade funcional Soma-Psyche, em que o corpo e o psiquismo estão em

constante integração. O conceito de caráter e a relação com as couraças

1998) demonstra essa integração, já que o caráter se forma tanto no nível psíquico quanto no

Posteriormente, Reich, com a substituição da Vegetoterapia pela Orgonoterapia

desvia um pouco do estudo do Caráter, momento no qual Alexander Lowen se apropria

A Orgonoterapia foi caracterizada pela “ênfase maior na aplicação da energia orgônica através do uso

do acumulador” (LOWEN, 1982, p.32). Nesse momento, Reich se distanciou do estudo do caráter e focou seus estudos nos processos energéticos e na carga bioelétrica que a energia apresentava, buscando uma maior validação de sua teoria em termos fisiológicos. Foi nessa época que Reich se

estudar o câncer e criou o acumulador, sendo este um instrumento de medição da energia

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VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

p.128)

Freud, em 1908, em seu artigo sobre “Caráter e Erotismo Anal”, enfatiza a formação do

caráter e sua relação com a pulsão e com o corpo em determinada medida. Entretanto, foi

Wilhelm Reich, em 1933, que trabalhou mais especificamente o conceito, em sua obra “Análise

do Caráter”. Nesta obra, apesar de se considerar Psicanalista, se diferencia de Freud no que

edimentos bioenergéticos, assim como à

Reich (1998) já falava em anéis de couraça muscular, que são bloqueios de tensão que

impedem o livre fluxo de energia pelo corpo. Para ele, esses bloqueios são desenvolvidos com

as experiências adquiridas ao longo do desenvolvimento infantil e correspondem às fases de

os em sete, de acordo com o desenvolvimento

gmático, abdominal e pélvico), que diz

respeito ao fato dos fetos desenvolverem primeiramente a cabeça e este desenvolvimento

seguir no sentido que vai até a pelve. O mesmo desenvolvimento acontece ao longo do

ivenciados na infância serão marcados de

acordo com a zona que está em desenvolvimento naquele momento da vida do indivíduo. Os

estudos de Reich sobre as defesas (ou couraças) constitutivas do caráter, já associavam os

etapa, com os traços de

assumidos pelo indivíduo, tanto em sua expressão de personalidade quanto em sua

Segundo Rodrigues (2008), comparando a visão da relação mente/corpo em Reich com

a visão dos psicanalistas, acredita que este autor assume uma visão menos dicotomizada,

Psyche, em que o corpo e o psiquismo estão em

constante integração. O conceito de caráter e a relação com as couraças musculares (REICH,

1998) demonstra essa integração, já que o caráter se forma tanto no nível psíquico quanto no

Posteriormente, Reich, com a substituição da Vegetoterapia pela Orgonoterapia3, se

ento no qual Alexander Lowen se apropria dos

A Orgonoterapia foi caracterizada pela “ênfase maior na aplicação da energia orgônica através do uso e momento, Reich se distanciou do estudo do caráter e

focou seus estudos nos processos energéticos e na carga bioelétrica que a energia apresentava, buscando uma maior validação de sua teoria em termos fisiológicos. Foi nessa época que Reich se

estudar o câncer e criou o acumulador, sendo este um instrumento de medição da energia

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estudos sobre esse tema

Bioenergética (LOWEN, 2007), com ênfase nos aspectos corporais relacionados às defesas de

caráter, incluindo a técnica de leitura

clínico em geral quanto para as especificidades de cada estrutura de caráter.

Lowen (1977) assimilou as posturas de Reich quanto às pulsões, energia libidinal, fluxo energético, dando primazia ao traba sexualidade. Seus esforços foram na direção de complementar o estudo dos caráteres, a fim de melhor compreender a forma e o funcionamento das defesas, tanto no corpo como na dinâmica psíquica. (WEIGAND, 2005,

Lowen, assim como Freud e Reich, se formou em Medicina, e dedicou muito de seu

tempo a conhecer os mecanismos fisiológicos que atuavam nos corpos enfermos. Porém,

sempre demonstrou interesse pela integração entre corpo e psiquismo (LOWEN, 2007). Esse

interesse se deu de forma diferente da forma que ocorreu em Freud e Reich, fazendo com

que Lowen seguisse com seu trabalho independentemente de

olhar sobre o corpo e seu papel decisivo na estruturação da personalidade é visto como a

maior contribuição de Reich ao pensamento de Lowen e à construção da bioenergética.

(LOWEN, 1982).

Lowen (1977; 1982) acredita em uma integração entre corpo e psiquismo, e vê essa

integração como sendo mediada pelos processos energéticos. Nesse sentido, a

funcional entre o que acontece no nível psíquico e no nível do corpo é a chave para a

compreensão de sua teoria (VOLPI, 2003). Desse modo, para compreender como se

estabelece a relação entre corpo e psiquismo na perspectiva da Bioenergética, pe

através da revisão da literatura, que alguns conceitos são trabalhados com destaque nas obras

de Lowen, o que nos orientou para a definição das categorias de análise. Cada categoria será

discutida em um tópico no presente trabalho. Percebe

discutidos pelo autor, é importante introduzir o conceito de energia e grounding (tópico 1.1),

apresentar a relação entre ego e o corpo (tópico 1.2), assim como introduzir o conceito de

caráter e apresentar os tipos de caráte

1.3). Essas categorias foram construídas a partir de conceitos que demonstraram ser

fundamentais para que possamos entender como se dá a relação entre corpo e psiquismo

nessa teoria.

Além disso, considerando a importância das teorias de Freud e Reich, e dos seus

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tema e, na década de 50, começa a

Bioenergética (LOWEN, 2007), com ênfase nos aspectos corporais relacionados às defesas de

caráter, incluindo a técnica de leitura corporal e exercícios voltados tanto para

clínico em geral quanto para as especificidades de cada estrutura de caráter.

Lowen (1977) assimilou as posturas de Reich quanto às pulsões, energia libidinal, fluxo energético, dando primazia ao trabalho com os bloqueios contra a sexualidade. Seus esforços foram na direção de complementar o estudo dos caráteres, a fim de melhor compreender a forma e o funcionamento das defesas, tanto no corpo como na dinâmica psíquica. (WEIGAND, 2005,

assim como Freud e Reich, se formou em Medicina, e dedicou muito de seu

tempo a conhecer os mecanismos fisiológicos que atuavam nos corpos enfermos. Porém,

sempre demonstrou interesse pela integração entre corpo e psiquismo (LOWEN, 2007). Esse

se deu de forma diferente da forma que ocorreu em Freud e Reich, fazendo com

que Lowen seguisse com seu trabalho independentemente de

olhar sobre o corpo e seu papel decisivo na estruturação da personalidade é visto como a

maior contribuição de Reich ao pensamento de Lowen e à construção da bioenergética.

Lowen (1977; 1982) acredita em uma integração entre corpo e psiquismo, e vê essa

integração como sendo mediada pelos processos energéticos. Nesse sentido, a

funcional entre o que acontece no nível psíquico e no nível do corpo é a chave para a

compreensão de sua teoria (VOLPI, 2003). Desse modo, para compreender como se

estabelece a relação entre corpo e psiquismo na perspectiva da Bioenergética, pe

através da revisão da literatura, que alguns conceitos são trabalhados com destaque nas obras

de Lowen, o que nos orientou para a definição das categorias de análise. Cada categoria será

discutida em um tópico no presente trabalho. Percebe-se que, dentre os diversos conceitos

discutidos pelo autor, é importante introduzir o conceito de energia e grounding (tópico 1.1),

apresentar a relação entre ego e o corpo (tópico 1.2), assim como introduzir o conceito de

caráter e apresentar os tipos de caráter, em sua relação com o desenvolvimento infantil (tópico

1.3). Essas categorias foram construídas a partir de conceitos que demonstraram ser

fundamentais para que possamos entender como se dá a relação entre corpo e psiquismo

Além disso, considerando a importância das teorias de Freud e Reich, e dos seus

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

desenvolver a Análise

Bioenergética (LOWEN, 2007), com ênfase nos aspectos corporais relacionados às defesas de

corporal e exercícios voltados tanto para o tratamento

clínico em geral quanto para as especificidades de cada estrutura de caráter.

Lowen (1977) assimilou as posturas de Reich quanto às pulsões, energia alho com os bloqueios contra

a sexualidade. Seus esforços foram na direção de complementar o estudo dos caráteres, a fim de melhor compreender a forma e o funcionamento das defesas, tanto no corpo como na dinâmica psíquica. (WEIGAND, 2005, p.30)

assim como Freud e Reich, se formou em Medicina, e dedicou muito de seu

tempo a conhecer os mecanismos fisiológicos que atuavam nos corpos enfermos. Porém,

sempre demonstrou interesse pela integração entre corpo e psiquismo (LOWEN, 2007). Esse

se deu de forma diferente da forma que ocorreu em Freud e Reich, fazendo com

que Lowen seguisse com seu trabalho independentemente de seus precursores. O

olhar sobre o corpo e seu papel decisivo na estruturação da personalidade é visto como a

maior contribuição de Reich ao pensamento de Lowen e à construção da bioenergética.

Lowen (1977; 1982) acredita em uma integração entre corpo e psiquismo, e vê essa

integração como sendo mediada pelos processos energéticos. Nesse sentido, a identidade

funcional entre o que acontece no nível psíquico e no nível do corpo é a chave para a

compreensão de sua teoria (VOLPI, 2003). Desse modo, para compreender como se

estabelece a relação entre corpo e psiquismo na perspectiva da Bioenergética, percebemos,

através da revisão da literatura, que alguns conceitos são trabalhados com destaque nas obras

de Lowen, o que nos orientou para a definição das categorias de análise. Cada categoria será

, dentre os diversos conceitos

discutidos pelo autor, é importante introduzir o conceito de energia e grounding (tópico 1.1),

apresentar a relação entre ego e o corpo (tópico 1.2), assim como introduzir o conceito de

r, em sua relação com o desenvolvimento infantil (tópico

1.3). Essas categorias foram construídas a partir de conceitos que demonstraram ser

fundamentais para que possamos entender como se dá a relação entre corpo e psiquismo

Além disso, considerando a importância das teorias de Freud e Reich, e dos seus

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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

conceitos os quais Lowen se utiliza para a formulação da Análise Bioenergética, serão

apresentados o percurso de cada conceito através dos três autores, considerando suas

convergências e divergências de pensamento. Tendo em vista nossos objetivos, não

focaremos na discussão dos conceitos em seus precursores, mas sim no que foi apropriado

deles por Lowen para a construção de sua teoria.

1.1. O conceito de energia

Para compreendermos o conceito de caráter, é necessário antes compreender o

conceito de energia, o qual funciona como princípio básico ao processo analítico. “Se a

unidade funcional do caráter com o padrão de rigidez muscular é reconhecida, torna

então importante desc

conceito de processos de energia.” (LOWEN, 1977, p.32). Dessa forma, percebemos que este

conceito é essencial na compreensão do que vem a ser o caráter e para começarmos a

compreender de que forma o psiquismo se relaciona com o corpo.

O conceito de energia psíquica foi introduzido por Freud (1905/1987b, 1923/1987d), ao

falar de “libido” e de uma “energia deslocável” a qual foi amplamente discutida, em termos

econômicos, no nível psíquico. Foi e

os indivíduos no sentido da satisfação de suas necessidades, e que pode ser utilizada para

diferentes fins. O autor diferencia a excitação de ordem sexual, como sendo a libido, de outras

formas de energia psíquica consideradas por ele. (FREUD,

Reich, posteriormente, se utiliza dessas ideias e aplica o conceito de energia ao que

pode ser observado no nível do corpo, através de manifestações somáticas. O autor dá ênfase

ao caráter sexual da energia e desenvolve sua “fórmula” do orgasmo, em termos de carga e

descarga energética (Tensão mecânica

Relaxamento Mecânico), a qual demonstra a pulsação energética característica a todos os

seres vivos saudáveis (REICH,

Lowen (1982) se utiliza dessas ideias e entende a questão econômica da energia como

um equilíbrio entre carga e descarga, de acordo com a necessidade do indivíduo. “A

quantidade de energia que um indivíduo possui e como ele a usa irá

sua personalidade (...) o nível de energia coerente às suas necessidades e oportunidades”

(LOWEN, 1982, p. 41-43) Para este autor, de forma geral, a energia se carrega através de uma

combinação entre a respiração, o contato com a r

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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conceitos os quais Lowen se utiliza para a formulação da Análise Bioenergética, serão

apresentados o percurso de cada conceito através dos três autores, considerando suas

rgências e divergências de pensamento. Tendo em vista nossos objetivos, não

focaremos na discussão dos conceitos em seus precursores, mas sim no que foi apropriado

deles por Lowen para a construção de sua teoria.

1.1. O conceito de energia

rmos o conceito de caráter, é necessário antes compreender o

conceito de energia, o qual funciona como princípio básico ao processo analítico. “Se a

unidade funcional do caráter com o padrão de rigidez muscular é reconhecida, torna

então importante descobrir seu princípio básico comum. Este vem justamente a ser o

conceito de processos de energia.” (LOWEN, 1977, p.32). Dessa forma, percebemos que este

conceito é essencial na compreensão do que vem a ser o caráter e para começarmos a

rma o psiquismo se relaciona com o corpo.

O conceito de energia psíquica foi introduzido por Freud (1905/1987b, 1923/1987d), ao

falar de “libido” e de uma “energia deslocável” a qual foi amplamente discutida, em termos

econômicos, no nível psíquico. Foi entendida por este autor como uma energia que movimenta

os indivíduos no sentido da satisfação de suas necessidades, e que pode ser utilizada para

diferentes fins. O autor diferencia a excitação de ordem sexual, como sendo a libido, de outras

rgia psíquica consideradas por ele. (FREUD, 1905/1987b)

Reich, posteriormente, se utiliza dessas ideias e aplica o conceito de energia ao que

pode ser observado no nível do corpo, através de manifestações somáticas. O autor dá ênfase

nergia e desenvolve sua “fórmula” do orgasmo, em termos de carga e

descarga energética (Tensão mecânica → Carga Bioenergética → Descarga Bioenergética →

Relaxamento Mecânico), a qual demonstra a pulsação energética característica a todos os

dáveis (REICH, 1995).

Lowen (1982) se utiliza dessas ideias e entende a questão econômica da energia como

um equilíbrio entre carga e descarga, de acordo com a necessidade do indivíduo. “A

quantidade de energia que um indivíduo possui e como ele a usa irá

sua personalidade (...) o nível de energia coerente às suas necessidades e oportunidades”

43) Para este autor, de forma geral, a energia se carrega através de uma

combinação entre a respiração, o contato com a realidade, os sentimentos, o movimento

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

conceitos os quais Lowen se utiliza para a formulação da Análise Bioenergética, serão

apresentados o percurso de cada conceito através dos três autores, considerando suas

rgências e divergências de pensamento. Tendo em vista nossos objetivos, não

focaremos na discussão dos conceitos em seus precursores, mas sim no que foi apropriado

rmos o conceito de caráter, é necessário antes compreender o

conceito de energia, o qual funciona como princípio básico ao processo analítico. “Se a

unidade funcional do caráter com o padrão de rigidez muscular é reconhecida, torna-se

obrir seu princípio básico comum. Este vem justamente a ser o

conceito de processos de energia.” (LOWEN, 1977, p.32). Dessa forma, percebemos que este

conceito é essencial na compreensão do que vem a ser o caráter e para começarmos a

O conceito de energia psíquica foi introduzido por Freud (1905/1987b, 1923/1987d), ao

falar de “libido” e de uma “energia deslocável” a qual foi amplamente discutida, em termos

ntendida por este autor como uma energia que movimenta

os indivíduos no sentido da satisfação de suas necessidades, e que pode ser utilizada para

diferentes fins. O autor diferencia a excitação de ordem sexual, como sendo a libido, de outras

1905/1987b)

Reich, posteriormente, se utiliza dessas ideias e aplica o conceito de energia ao que

pode ser observado no nível do corpo, através de manifestações somáticas. O autor dá ênfase

nergia e desenvolve sua “fórmula” do orgasmo, em termos de carga e

→ Carga Bioenergética → Descarga Bioenergética →

Relaxamento Mecânico), a qual demonstra a pulsação energética característica a todos os

Lowen (1982) se utiliza dessas ideias e entende a questão econômica da energia como

um equilíbrio entre carga e descarga, de acordo com a necessidade do indivíduo. “A

quantidade de energia que um indivíduo possui e como ele a usa irá determinar e refletir em

sua personalidade (...) o nível de energia coerente às suas necessidades e oportunidades”

43) Para este autor, de forma geral, a energia se carrega através de uma

ealidade, os sentimentos, o movimento

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COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

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corporal e as interações que o indivíduo estabelece com o meio em que está inserido. Dessa

forma, introduz o conceito de “Grounding”, sendo um dos principais conceitos de sua teoria. “O

grounding é um processo energét

cabeça aos pés” (WEIGAND, 2005). Assim, refere

o qual está intimamente ligado

Dessa forma, segundo o autor, os seres vivos estão em constante interação energética com o

ambiente que os cercam.

Nessa perspectiva, o livre fluxo de energia no corpo, indica um bom contato com o

ambiente, a partir de suas próprias experiências, ou seja, um bom contato com a v

emoções. Quando há uma insensibilidade ou um bloqueio a esse livre fluxo energético, no nível

psíquico, é concomitante a uma tensão muscular crônica no nível do corpo, refletindo esse

impedimento da energia de fluir através do corpo, dando ori

doenças.

Na perspectiva de Lowen, portanto, essa energia se coloca tanto a nível psíquico

quanto do corpo. “Minha posição é que os processos energéticos do corpo determinam o que

acontece na mente, da mesma forma que

1982, p.39). Para ele, na relação mente

(LOWEN, 1977, p.33). Além disso, para este autor, a função unitária que liga o psíquico e o

somático é o caráter. (LOWE

nesse corpo, que é ao mesmo tempo físico e emocional e como se estrutura tanto

psiquicamente como corporalmente.

1.2 O ego e o corpo

O adulto atua simultaneamente em dois níveis: no mentafísico ou somático. (...) Trataque adotamos de Reich: todos os processos biológicos, sem exceção, são caracterizados pela antítese e pela unidade. A dualidade e a unidade integramse em conc

O autor se utiliza dessa afirmação para explicar sua concepção sobre a dialética

envolvida nos processos energéticos entre o ego e o corpo, demonstrando

seguir:

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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corporal e as interações que o indivíduo estabelece com o meio em que está inserido. Dessa

forma, introduz o conceito de “Grounding”, sendo um dos principais conceitos de sua teoria. “O

é um processo energético em que um fluxo de excitação percorre o corpo, da

cabeça aos pés” (WEIGAND, 2005). Assim, refere-se ao contato do indivíduo

ligado com a respiração e o contato com os próprios sentimentos.

autor, os seres vivos estão em constante interação energética com o

Nessa perspectiva, o livre fluxo de energia no corpo, indica um bom contato com o

ambiente, a partir de suas próprias experiências, ou seja, um bom contato com a v

emoções. Quando há uma insensibilidade ou um bloqueio a esse livre fluxo energético, no nível

psíquico, é concomitante a uma tensão muscular crônica no nível do corpo, refletindo esse

impedimento da energia de fluir através do corpo, dando origem aos estados patológicos e às

Na perspectiva de Lowen, portanto, essa energia se coloca tanto a nível psíquico

quanto do corpo. “Minha posição é que os processos energéticos do corpo determinam o que

acontece na mente, da mesma forma que determinam o que acontece no corpo” (LOWEN,

1982, p.39). Para ele, na relação mente-corpo, “cada esfera está atuando e reagindo à outra”

(LOWEN, 1977, p.33). Além disso, para este autor, a função unitária que liga o psíquico e o

somático é o caráter. (LOWEN, 1977). Dessa forma, o caráter reflete como essa energia circula

nesse corpo, que é ao mesmo tempo físico e emocional e como se estrutura tanto

corporalmente.

O adulto atua simultaneamente em dois níveis: no mentafísico ou somático. (...) Trata-se de uma tese fundamental à bioenergética a que adotamos de Reich: todos os processos biológicos, sem exceção, são caracterizados pela antítese e pela unidade. A dualidade e a unidade integramse em conceitos dialéticos. (LOWEN, 1982, p.124)

O autor se utiliza dessa afirmação para explicar sua concepção sobre a dialética

envolvida nos processos energéticos entre o ego e o corpo, demonstrando

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

corporal e as interações que o indivíduo estabelece com o meio em que está inserido. Dessa

forma, introduz o conceito de “Grounding”, sendo um dos principais conceitos de sua teoria. “O

ico em que um fluxo de excitação percorre o corpo, da

indivíduo com a realidade,

a respiração e o contato com os próprios sentimentos.

autor, os seres vivos estão em constante interação energética com o

Nessa perspectiva, o livre fluxo de energia no corpo, indica um bom contato com o

ambiente, a partir de suas próprias experiências, ou seja, um bom contato com a vida e com as

emoções. Quando há uma insensibilidade ou um bloqueio a esse livre fluxo energético, no nível

psíquico, é concomitante a uma tensão muscular crônica no nível do corpo, refletindo esse

gem aos estados patológicos e às

Na perspectiva de Lowen, portanto, essa energia se coloca tanto a nível psíquico

quanto do corpo. “Minha posição é que os processos energéticos do corpo determinam o que

determinam o que acontece no corpo” (LOWEN,

corpo, “cada esfera está atuando e reagindo à outra”

(LOWEN, 1977, p.33). Além disso, para este autor, a função unitária que liga o psíquico e o

N, 1977). Dessa forma, o caráter reflete como essa energia circula

nesse corpo, que é ao mesmo tempo físico e emocional e como se estrutura tanto

O adulto atua simultaneamente em dois níveis: no mental ou psíquico, e no se de uma tese fundamental à bioenergética a

que adotamos de Reich: todos os processos biológicos, sem exceção, são caracterizados pela antítese e pela unidade. A dualidade e a unidade integram-

O autor se utiliza dessa afirmação para explicar sua concepção sobre a dialética

envolvida nos processos energéticos entre o ego e o corpo, demonstrando-a com a figura a

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Figura 1. Diagrama dos processos ene

A imagem representa a dualidade e a unidade, integradas em conceitos dialéticos, entre

soma e psique, físico mental, ego e corpo, as quais são, segundo Lowen (1982), mediadas

pelos processos energéticos.

A compreensão da relação

analíticas, como uma instância psíquica, introduz a construção de uma “caracterologia”

enquanto um estudo sobre os padrões de defesas assumidos pelos indivíduos. “Para

podermos compreender a formação

dialético ativo envolvendo o ego e o corpo. A imagem egóica molda o corpo por meio do

controle exercido pelo ego, sobre os músculos voluntários.” (LOWEN, 1982, p.125). Nesse

sentido, a cultura ocidenta

possa assumir um controle sobre o corpo, evitando entrar em contato com sentimentos

negativos diante das situações.

Em sua teoria, Lowen (1977) se utiliza dos estudos de Freud (1923/1987d), q

o ego é “antes de tudo e principalmente um ego corporal (...) o ego deriva, em última instância,

de sensações corporais, principalmente daquelas originadas na superfície do corpo” (FREUD,

1923/1987d, p. 16). Com a retomada dessa afirmação de Fre

importância dos escritos dele para a construção do pensamento analítico, embora discorde de

seus pensamentos em muitos pontos. Inclusive, defende a lacuna teórica do autor, por

entender que o terreno inexplorado do psíquico nã

campo corporal propriamente dito.

Segundo Freud (1923/1987d, p.10), “Em cada pessoa existe uma organização coerente

de processos mentais, que denominamos ego. Este ego inclui a consciência a qual controla a

aproximação à mobilidade, isto é, à descarga das excitações no mundo exterior”. O ego, na

perspectiva de Lowen (1977), é tido como uma estrutura que se encontra na superfície, na

fronteira dos conflitos entre as demandas profundas do id e os ideais do superego,

na estrutura muscular e os quais estão além do controle consciente. O ego, portanto, funciona

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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Figura 1. Diagrama dos processos energéticos em dois níveis

A imagem representa a dualidade e a unidade, integradas em conceitos dialéticos, entre

soma e psique, físico mental, ego e corpo, as quais são, segundo Lowen (1982), mediadas

pelos processos energéticos.

A compreensão da relação entre o corpo e o ego, o qual é considerado nas teorias

analíticas, como uma instância psíquica, introduz a construção de uma “caracterologia”

enquanto um estudo sobre os padrões de defesas assumidos pelos indivíduos. “Para

podermos compreender a formação do caráter, devemos saber da existência de um processo

dialético ativo envolvendo o ego e o corpo. A imagem egóica molda o corpo por meio do

controle exercido pelo ego, sobre os músculos voluntários.” (LOWEN, 1982, p.125). Nesse

sentido, a cultura ocidental molda os indivíduos para desenvolverem o ego de forma que este

possa assumir um controle sobre o corpo, evitando entrar em contato com sentimentos

negativos diante das situações.

Em sua teoria, Lowen (1977) se utiliza dos estudos de Freud (1923/1987d), q

o ego é “antes de tudo e principalmente um ego corporal (...) o ego deriva, em última instância,

de sensações corporais, principalmente daquelas originadas na superfície do corpo” (FREUD,

1923/1987d, p. 16). Com a retomada dessa afirmação de Freud, Lowen (1977) relembra a

importância dos escritos dele para a construção do pensamento analítico, embora discorde de

seus pensamentos em muitos pontos. Inclusive, defende a lacuna teórica do autor, por

entender que o terreno inexplorado do psíquico não era sólido o suficiente para adentrar no

campo corporal propriamente dito.

Segundo Freud (1923/1987d, p.10), “Em cada pessoa existe uma organização coerente

de processos mentais, que denominamos ego. Este ego inclui a consciência a qual controla a

mação à mobilidade, isto é, à descarga das excitações no mundo exterior”. O ego, na

perspectiva de Lowen (1977), é tido como uma estrutura que se encontra na superfície, na

fronteira dos conflitos entre as demandas profundas do id e os ideais do superego,

na estrutura muscular e os quais estão além do controle consciente. O ego, portanto, funciona

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

A imagem representa a dualidade e a unidade, integradas em conceitos dialéticos, entre

soma e psique, físico mental, ego e corpo, as quais são, segundo Lowen (1982), mediadas

entre o corpo e o ego, o qual é considerado nas teorias

analíticas, como uma instância psíquica, introduz a construção de uma “caracterologia”

enquanto um estudo sobre os padrões de defesas assumidos pelos indivíduos. “Para

do caráter, devemos saber da existência de um processo

dialético ativo envolvendo o ego e o corpo. A imagem egóica molda o corpo por meio do

controle exercido pelo ego, sobre os músculos voluntários.” (LOWEN, 1982, p.125). Nesse

l molda os indivíduos para desenvolverem o ego de forma que este

possa assumir um controle sobre o corpo, evitando entrar em contato com sentimentos

Em sua teoria, Lowen (1977) se utiliza dos estudos de Freud (1923/1987d), que diz que

o ego é “antes de tudo e principalmente um ego corporal (...) o ego deriva, em última instância,

de sensações corporais, principalmente daquelas originadas na superfície do corpo” (FREUD,

ud, Lowen (1977) relembra a

importância dos escritos dele para a construção do pensamento analítico, embora discorde de

seus pensamentos em muitos pontos. Inclusive, defende a lacuna teórica do autor, por

o era sólido o suficiente para adentrar no

Segundo Freud (1923/1987d, p.10), “Em cada pessoa existe uma organização coerente

de processos mentais, que denominamos ego. Este ego inclui a consciência a qual controla a

mação à mobilidade, isto é, à descarga das excitações no mundo exterior”. O ego, na

perspectiva de Lowen (1977), é tido como uma estrutura que se encontra na superfície, na

fronteira dos conflitos entre as demandas profundas do id e os ideais do superego, cristalizados

na estrutura muscular e os quais estão além do controle consciente. O ego, portanto, funciona

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como uma força que integra e organiza os conflitos entre as diferentes demandas que atuam

sobre o indivíduo.

Na concepção de Lowen (1982), portanto,

processo dialético envolvendo o mundo interior e o mundo externo, sendo o representante da

realidade, e possui seu correspondente, na esfera corporal, através do controle sobre a

musculatura voluntária. O princi

ocorrem na esfera psíquica, também ocorrem na esfera corporal.

O padrão de tensão muscular determina a expressão do indivíduo e esta expressão está relacionada à estrutura de seu caráter (...) mesendo dualisticamente considerados. Cada um é abordado como uma entidade separada que equivale e interage com a outra. Cada ação é vista como ocorrendo em dois níveis relacionar a organizaçãorganização dos processos corporais. Os conceitos de ego, id e superego têm seus perfeitos correspondentes na esfera somática (LOWEN, 1977, p.

A figura seguinte e a descrição resumem bem essa relação:

Figura 2. A personalidade em relação ao id, ego, superego, ego ideal, caráter e a

Nessa abordagem teórica, o id, ego e superego são vistos sob uma nova perspectiva,

em que existem como instâncias psíquicas, mas possuem seus correspondentes na

corporal. Os processos, nos dois níveis, acontecem mutuamente e, apesar de serem entidades

separadas, estão em constante integração.

E qual é a relação disso com o conceito de caráter? Uma vez que este é o nosso foco,

percebemos que o caráter é a r

atuam sobre o ego.

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como uma força que integra e organiza os conflitos entre as diferentes demandas que atuam

Na concepção de Lowen (1982), portanto, o ego atua como elemento sintetizador de um

processo dialético envolvendo o mundo interior e o mundo externo, sendo o representante da

realidade, e possui seu correspondente, na esfera corporal, através do controle sobre a

musculatura voluntária. O principal ponto a ser destacado é o de que todos os processos que

ocorrem na esfera psíquica, também ocorrem na esfera corporal.

O padrão de tensão muscular determina a expressão do indivíduo e esta expressão está relacionada à estrutura de seu caráter (...) mesendo dualisticamente considerados. Cada um é abordado como uma entidade separada que equivale e interage com a outra. Cada ação é vista como ocorrendo em dois níveis - somático e psíquico - ao mesmo tempo. Poderelacionar a organização dos processos mentais com a correspondente organização dos processos corporais. Os conceitos de ego, id e superego têm seus perfeitos correspondentes na esfera somática (LOWEN, 1977, p.

A figura seguinte e a descrição resumem bem essa relação:

Figura 2. A personalidade em relação ao id, ego, superego, ego ideal, caráter e a

musculatura.

Nessa abordagem teórica, o id, ego e superego são vistos sob uma nova perspectiva,

em que existem como instâncias psíquicas, mas possuem seus correspondentes na

corporal. Os processos, nos dois níveis, acontecem mutuamente e, apesar de serem entidades

separadas, estão em constante integração.

E qual é a relação disso com o conceito de caráter? Uma vez que este é o nosso foco,

percebemos que o caráter é a resultante desse conflito entre essas exigências opostas que

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

como uma força que integra e organiza os conflitos entre as diferentes demandas que atuam

o ego atua como elemento sintetizador de um

processo dialético envolvendo o mundo interior e o mundo externo, sendo o representante da

realidade, e possui seu correspondente, na esfera corporal, através do controle sobre a

pal ponto a ser destacado é o de que todos os processos que

O padrão de tensão muscular determina a expressão do indivíduo e esta expressão está relacionada à estrutura de seu caráter (...) mente e corpo estão sendo dualisticamente considerados. Cada um é abordado como uma entidade separada que equivale e interage com a outra. Cada ação é vista como

ao mesmo tempo. Pode-se o dos processos mentais com a correspondente

organização dos processos corporais. Os conceitos de ego, id e superego têm seus perfeitos correspondentes na esfera somática (LOWEN, 1977, p. 47).

Figura 2. A personalidade em relação ao id, ego, superego, ego ideal, caráter e a

Nessa abordagem teórica, o id, ego e superego são vistos sob uma nova perspectiva,

em que existem como instâncias psíquicas, mas possuem seus correspondentes na esfera

corporal. Os processos, nos dois níveis, acontecem mutuamente e, apesar de serem entidades

E qual é a relação disso com o conceito de caráter? Uma vez que este é o nosso foco,

esultante desse conflito entre essas exigências opostas que

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

Dessa forma, pode

expressão de duas forças opostas. “O caráter é uma resultante de forças opostas: o impulso do

ego e as defesas do ego que também utilizam as energias do ego.” (LOWEN, 1977, p.121). O

autor se apropria das ideias de Reich (1998, p.151), sobre a neurose enquanto um “conflito

entre exigências instintivas reprimidas e as forças repressoras do ego”. Dessa f

energia que é utilizada para expressar os impulsos rumo ao

utilizada para reprimir esses impulsos diante da realidade. Esse conflito é o cerne da formação

das defesas de caráter.

O caráter é, nessa perspectiva, uma

opostas que surgem como perigos internos (demandas profundas do id) e externos (ambiente).

“É em torno do ego que essa couraça se forma, em torno daquela parte da personalidade que

se situa na fronteira entre a vi

designamos como caráter do ego.” (REICH, 1998, p.152). Além disso, por ser parte de uma

defesa estruturada, o ego não reconhece o caráter como um problema, havendo uma

identificação do ego com o ca

sua inscrição corporal-couraça são uma construção defensiva a serviço do ego,

correspondendo ao falso self.” (WEIGAND, 2005, p.32). Reich (1998, p.168) explicita bem essa

ideia ao falar da relação entre caráter e recalque, no seguinte

a necessidade de recalcar exigências pulsionais origina a formação do caráter. Contudo, uma vez que o caráter foi moldado, poupa a necessidade de recalque, absorvendo energias pulsionais recalques habituais da formação do caráter estão inteiramente de acordo com as tendências do ego para unificar os empenhos do organismo

Nesse sentido, o conceit

indivíduo e de suas relações com os próprios desejos e com a realidade externa.

1.3. O Caráter em relação à Etiologia e ao Desenvolvimento Infantil

Na visão de Lowen o caráter recebe importância fundam

observado em diferentes estruturas de caráter, as quais demonstram

pelos indivíduos para reagirem às tensões e frustrações ocasionadas ao longo do

desenvolvimento infantil

destacamos este fragmento por acreditarmos que conceitue e sintetize bem a ideia que

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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Dessa forma, pode-se dizer que o caráter se configura enquanto um resultado da

expressão de duas forças opostas. “O caráter é uma resultante de forças opostas: o impulso do

e as defesas do ego que também utilizam as energias do ego.” (LOWEN, 1977, p.121). O

autor se apropria das ideias de Reich (1998, p.151), sobre a neurose enquanto um “conflito

entre exigências instintivas reprimidas e as forças repressoras do ego”. Dessa f

energia que é utilizada para expressar os impulsos rumo ao prazer, é também a energia

utilizada para reprimir esses impulsos diante da realidade. Esse conflito é o cerne da formação

O caráter é, nessa perspectiva, uma forma de proteger o ego dessas exigências

opostas que surgem como perigos internos (demandas profundas do id) e externos (ambiente).

“É em torno do ego que essa couraça se forma, em torno daquela parte da personalidade que

se situa na fronteira entre a vida pulsional biofisiológica e o mundo exterior. Por isso a

designamos como caráter do ego.” (REICH, 1998, p.152). Além disso, por ser parte de uma

defesa estruturada, o ego não reconhece o caráter como um problema, havendo uma

identificação do ego com o caráter, conflito no qual se configuram as neuroses. “O caráter e

couraça são uma construção defensiva a serviço do ego,

correspondendo ao falso self.” (WEIGAND, 2005, p.32). Reich (1998, p.168) explicita bem essa

lação entre caráter e recalque, no seguinte fragmento:

a necessidade de recalcar exigências pulsionais origina a formação do caráter. Contudo, uma vez que o caráter foi moldado, poupa a necessidade de recalque, absorvendo energias pulsionais - que flutuamrecalques habituais - na própria formação do caráter (...)da formação do caráter estão inteiramente de acordo com as tendências do ego para unificar os empenhos do organismo psíquico.

Nesse sentido, o conceito de caráter é muito importante para a compreensão do

indivíduo e de suas relações com os próprios desejos e com a realidade externa.

1.3. O Caráter em relação à Etiologia e ao Desenvolvimento Infantil

Na visão de Lowen o caráter recebe importância fundamental e esse elemento pode ser

observado em diferentes estruturas de caráter, as quais demonstram

pelos indivíduos para reagirem às tensões e frustrações ocasionadas ao longo do

(grifo nosso, 2013). Apesar de não ser

destacamos este fragmento por acreditarmos que conceitue e sintetize bem a ideia que

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

se dizer que o caráter se configura enquanto um resultado da

expressão de duas forças opostas. “O caráter é uma resultante de forças opostas: o impulso do

e as defesas do ego que também utilizam as energias do ego.” (LOWEN, 1977, p.121). O

autor se apropria das ideias de Reich (1998, p.151), sobre a neurose enquanto um “conflito

entre exigências instintivas reprimidas e as forças repressoras do ego”. Dessa forma, a mesma

prazer, é também a energia

utilizada para reprimir esses impulsos diante da realidade. Esse conflito é o cerne da formação

forma de proteger o ego dessas exigências

opostas que surgem como perigos internos (demandas profundas do id) e externos (ambiente).

“É em torno do ego que essa couraça se forma, em torno daquela parte da personalidade que

da pulsional biofisiológica e o mundo exterior. Por isso a

designamos como caráter do ego.” (REICH, 1998, p.152). Além disso, por ser parte de uma

defesa estruturada, o ego não reconhece o caráter como um problema, havendo uma

ráter, conflito no qual se configuram as neuroses. “O caráter e

couraça são uma construção defensiva a serviço do ego,

correspondendo ao falso self.” (WEIGAND, 2005, p.32). Reich (1998, p.168) explicita bem essa

fragmento:

a necessidade de recalcar exigências pulsionais origina a formação do caráter. Contudo, uma vez que o caráter foi moldado, poupa a necessidade de

que flutuam livremente no caso dos na própria formação do caráter (...) Assim, os processos

da formação do caráter estão inteiramente de acordo com as tendências do psíquico.

o de caráter é muito importante para a compreensão do

indivíduo e de suas relações com os próprios desejos e com a realidade externa.

1.3. O Caráter em relação à Etiologia e ao Desenvolvimento Infantil

ental e esse elemento pode ser

observado em diferentes estruturas de caráter, as quais demonstram as defesas utilizadas

pelos indivíduos para reagirem às tensões e frustrações ocasionadas ao longo do

ser um conceito simples,

destacamos este fragmento por acreditarmos que conceitue e sintetize bem a ideia que

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

encontramos de caráter. Porém, iremos analisar o percurso deste conceito, a fim de podermos

discutir detalhadamente. Em sua obra “O corpo em T

percurso do conceito de caráter, com base psicanalítica, aproximando e ao mesmo tempo

diferenciando suas próprias ideias das de Freud e Reich. Da mesma forma, enfatiza a

importância do corpo e de como o caráter se ins

A teoria do desenvolvimento infantil de Freud (1905/1987b) oferece conceitos

fundamentais para se pensar a formação do caráter. O autor desenvolve uma teoria acerca do

percurso de desenvolvimento sexual na infância, definindo fases do desenvolv

psicossexual infantil. A compreensão dessas fases é de fundamental importância para que

Reich e Lowen possam entender o momento em que se formam os diferentes tipos de caráter.

Freud (1905/1987b), quando fala da fase oral, aproximadamente do nascime

meses de vida, diz respeito a uma fase em que o indivíduo busca satisfazer suas necessidades

orais, expressas, por exemplo, com a amamentação, o que coincide com uma fase em que o

indivíduo vivencia suas relações de dependência e em que busc

cada fase, a energia sexual se concentra em uma determinada zona erógena, sendo nesta

primeira, a boca. Já na fase anal, a zona érogena é o ânus, e o desenvolvimento dos

esfíncteres e consequentemente a possibilidade de controle

possibilita ao indivíduo vivenciar uma autonomia que não tinha antes, o que atribui a essa fase

o desenvolvimento da autonomia. Da mesma forma, a fase fálica e sua ligação com o

Complexo de Édipo têm como zona erógena, os

vivenciar as escolhas objetais e as relações com o outro, que pode satisfazê

tempo frustrá-lo.

No mesmo sentido, Reich (1995; 1998) se apropria destas ideias, e faz referência à

importância do trabalho de Freud nesse campo. “A descoberta de Freud nesse campo foi

trabalho pioneiro. Ele demonstrou que certos traços de caráter podem ser explicados

historicamente como sendo as transmutações permanentes das moções pulsionais primitivas

provocadas por influências ambientais” (REICH, 1998, p.150). Entretanto, este autor se

diferencia principalmente por atribuir ao corpo, não só um papel de determinar as novas

possibilidades e direcionar o psiquismo a lidar com as mudanças corporais, como também de

estar em constante integração com este, influenciando e sendo influenciado por ele. Definiu as

couraças de caráter como sendo expressão dos conflitos psíquicos, expressos tanto na

estrutura emocional quanto física.

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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encontramos de caráter. Porém, iremos analisar o percurso deste conceito, a fim de podermos

discutir detalhadamente. Em sua obra “O corpo em Terapia”, Lowen (1977) apresenta todo o

percurso do conceito de caráter, com base psicanalítica, aproximando e ao mesmo tempo

diferenciando suas próprias ideias das de Freud e Reich. Da mesma forma, enfatiza a

importância do corpo e de como o caráter se inscreve nele.

A teoria do desenvolvimento infantil de Freud (1905/1987b) oferece conceitos

fundamentais para se pensar a formação do caráter. O autor desenvolve uma teoria acerca do

percurso de desenvolvimento sexual na infância, definindo fases do desenvolv

psicossexual infantil. A compreensão dessas fases é de fundamental importância para que

Reich e Lowen possam entender o momento em que se formam os diferentes tipos de caráter.

Freud (1905/1987b), quando fala da fase oral, aproximadamente do nascime

meses de vida, diz respeito a uma fase em que o indivíduo busca satisfazer suas necessidades

orais, expressas, por exemplo, com a amamentação, o que coincide com uma fase em que o

indivíduo vivencia suas relações de dependência e em que busca ser amparado pela mãe. Em

cada fase, a energia sexual se concentra em uma determinada zona erógena, sendo nesta

primeira, a boca. Já na fase anal, a zona érogena é o ânus, e o desenvolvimento dos

esfíncteres e consequentemente a possibilidade de controle (expulsão e retenção) das fezes,

possibilita ao indivíduo vivenciar uma autonomia que não tinha antes, o que atribui a essa fase

o desenvolvimento da autonomia. Da mesma forma, a fase fálica e sua ligação com o

Complexo de Édipo têm como zona erógena, os órgãos genitais, e possibilitam ao indivíduo

vivenciar as escolhas objetais e as relações com o outro, que pode satisfazê

No mesmo sentido, Reich (1995; 1998) se apropria destas ideias, e faz referência à

balho de Freud nesse campo. “A descoberta de Freud nesse campo foi

trabalho pioneiro. Ele demonstrou que certos traços de caráter podem ser explicados

historicamente como sendo as transmutações permanentes das moções pulsionais primitivas

fluências ambientais” (REICH, 1998, p.150). Entretanto, este autor se

diferencia principalmente por atribuir ao corpo, não só um papel de determinar as novas

possibilidades e direcionar o psiquismo a lidar com as mudanças corporais, como também de

em constante integração com este, influenciando e sendo influenciado por ele. Definiu as

couraças de caráter como sendo expressão dos conflitos psíquicos, expressos tanto na

estrutura emocional quanto física.

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

encontramos de caráter. Porém, iremos analisar o percurso deste conceito, a fim de podermos

erapia”, Lowen (1977) apresenta todo o

percurso do conceito de caráter, com base psicanalítica, aproximando e ao mesmo tempo

diferenciando suas próprias ideias das de Freud e Reich. Da mesma forma, enfatiza a

A teoria do desenvolvimento infantil de Freud (1905/1987b) oferece conceitos

fundamentais para se pensar a formação do caráter. O autor desenvolve uma teoria acerca do

percurso de desenvolvimento sexual na infância, definindo fases do desenvolvimento

psicossexual infantil. A compreensão dessas fases é de fundamental importância para que

Reich e Lowen possam entender o momento em que se formam os diferentes tipos de caráter.

Freud (1905/1987b), quando fala da fase oral, aproximadamente do nascimento até os 18

meses de vida, diz respeito a uma fase em que o indivíduo busca satisfazer suas necessidades

orais, expressas, por exemplo, com a amamentação, o que coincide com uma fase em que o

a ser amparado pela mãe. Em

cada fase, a energia sexual se concentra em uma determinada zona erógena, sendo nesta

primeira, a boca. Já na fase anal, a zona érogena é o ânus, e o desenvolvimento dos

(expulsão e retenção) das fezes,

possibilita ao indivíduo vivenciar uma autonomia que não tinha antes, o que atribui a essa fase

o desenvolvimento da autonomia. Da mesma forma, a fase fálica e sua ligação com o

órgãos genitais, e possibilitam ao indivíduo

vivenciar as escolhas objetais e as relações com o outro, que pode satisfazê-lo e ao mesmo

No mesmo sentido, Reich (1995; 1998) se apropria destas ideias, e faz referência à

balho de Freud nesse campo. “A descoberta de Freud nesse campo foi

trabalho pioneiro. Ele demonstrou que certos traços de caráter podem ser explicados

historicamente como sendo as transmutações permanentes das moções pulsionais primitivas

fluências ambientais” (REICH, 1998, p.150). Entretanto, este autor se

diferencia principalmente por atribuir ao corpo, não só um papel de determinar as novas

possibilidades e direcionar o psiquismo a lidar com as mudanças corporais, como também de

em constante integração com este, influenciando e sendo influenciado por ele. Definiu as

couraças de caráter como sendo expressão dos conflitos psíquicos, expressos tanto na

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“A couraça de caráter forma

pulsionais e um mundo externo que frustra essas exigências. Sua força e contínua razão de ser

provém dos conflitos existentes entre a pulsão e o mundo externo.” (REICH, 1998, p.152). Com

este fragmento, percebemos a aproxi

de caráter com o papel desempenhado pelo ego. O autor também define a formação do caráter

como uma forma de superação dos conflitos sexuais assumidos na infância, cumprindo “a

função econômica de aliviar a pressão do recalque e fortalecer o ego” (REICH, 1998, p.154).

Além disso, o autor esquematiza os fatores que influenciam a constituição do caráter,

sendo eles: “a fase na qual a pulsão é frustrada; a frequência e intensidade das frustrações; as

pulsões contra as quais a frustração é principalmente dirigida; a correlação entre indulgência e

frustração; o sexo do principal responsável pela frustração; as contradições nas próprias

frustrações” (REICH, 1998, p.156).

Como resultado no corpo, as couraças d

armaduras, as quais protegem os indivíduos, de alguma forma, dos conflitos vivenciados por

eles. As defesas utilizadas pelos indivíduos, ao mesmo tempo em que o possibilitam lidar com

situações de estresse insustentáveis,

a distribuição da energia em termos econômicos, e os acordos que são feitos para que o

indivíduo possa sobreviver. Na visão de Reich, essas defesas são literalmente armaduras, se

formando no corpo como couraças musculares, acompanhando o desenvolvimento psíquico e

se estruturando a partir das emoções, em uma relação

Influenciado por essas ideias, o desenvolvimento do caráter no corpo, segundo Lowen

(1977; 1982; 1992), ocorre através de tensões

determinado momento da história de vida do indivíduo, assim como pode sofrer modificações

ao longo de toda a vida. Essas tensões se tornam crônicas, fazendo com que a formação do

caráter se inscreva também no

psíquica do indivíduo, quanto física e corporal.

Lowen avança no diagnóstico de caráter tanto com a técnica da leitura corporal quanto

com técnicas de intervenção terapêutica sobre cada estrutura, des

instrumentos para tal (LOWEN, 1992). Lowen (1977) se diferencia de Reich ao não utilizar o

termo encouraçamento, por considerar o mesmo válido apenas para as estruturas genitais, que

são as estruturas formadas a partir do período edípico.

estruturas pré-genitais, o processo se diferencia, pois são estruturas marcadas pela falta e

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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“A couraça de caráter forma-se como resultado crônico de choque entre exigências

pulsionais e um mundo externo que frustra essas exigências. Sua força e contínua razão de ser

provém dos conflitos existentes entre a pulsão e o mundo externo.” (REICH, 1998, p.152). Com

este fragmento, percebemos a aproximação com a teoria de Lowen (1982), e a relação da ideia

de caráter com o papel desempenhado pelo ego. O autor também define a formação do caráter

como uma forma de superação dos conflitos sexuais assumidos na infância, cumprindo “a

viar a pressão do recalque e fortalecer o ego” (REICH, 1998, p.154).

Além disso, o autor esquematiza os fatores que influenciam a constituição do caráter,

sendo eles: “a fase na qual a pulsão é frustrada; a frequência e intensidade das frustrações; as

ões contra as quais a frustração é principalmente dirigida; a correlação entre indulgência e

frustração; o sexo do principal responsável pela frustração; as contradições nas próprias

frustrações” (REICH, 1998, p.156).

Como resultado no corpo, as couraças de caráter se formam como se fossem

armaduras, as quais protegem os indivíduos, de alguma forma, dos conflitos vivenciados por

eles. As defesas utilizadas pelos indivíduos, ao mesmo tempo em que o possibilitam lidar com

situações de estresse insustentáveis, também acabam “pesando” por outro lado, demonstrando

a distribuição da energia em termos econômicos, e os acordos que são feitos para que o

indivíduo possa sobreviver. Na visão de Reich, essas defesas são literalmente armaduras, se

couraças musculares, acompanhando o desenvolvimento psíquico e

se estruturando a partir das emoções, em uma relação dialética.

Influenciado por essas ideias, o desenvolvimento do caráter no corpo, segundo Lowen

(1977; 1982; 1992), ocorre através de tensões e bloqueios do fluxo natural de energia, em um

determinado momento da história de vida do indivíduo, assim como pode sofrer modificações

ao longo de toda a vida. Essas tensões se tornam crônicas, fazendo com que a formação do

caráter se inscreva também no corpo, sendo, portanto uma expressão tanto emocional e

psíquica do indivíduo, quanto física e corporal.

Lowen avança no diagnóstico de caráter tanto com a técnica da leitura corporal quanto

com técnicas de intervenção terapêutica sobre cada estrutura, des

instrumentos para tal (LOWEN, 1992). Lowen (1977) se diferencia de Reich ao não utilizar o

termo encouraçamento, por considerar o mesmo válido apenas para as estruturas genitais, que

são as estruturas formadas a partir do período edípico. O autor considera, portanto, que nas

genitais, o processo se diferencia, pois são estruturas marcadas pela falta e

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

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rônico de choque entre exigências

pulsionais e um mundo externo que frustra essas exigências. Sua força e contínua razão de ser

provém dos conflitos existentes entre a pulsão e o mundo externo.” (REICH, 1998, p.152). Com

mação com a teoria de Lowen (1982), e a relação da ideia

de caráter com o papel desempenhado pelo ego. O autor também define a formação do caráter

como uma forma de superação dos conflitos sexuais assumidos na infância, cumprindo “a

viar a pressão do recalque e fortalecer o ego” (REICH, 1998, p.154).

Além disso, o autor esquematiza os fatores que influenciam a constituição do caráter,

sendo eles: “a fase na qual a pulsão é frustrada; a frequência e intensidade das frustrações; as

ões contra as quais a frustração é principalmente dirigida; a correlação entre indulgência e

frustração; o sexo do principal responsável pela frustração; as contradições nas próprias

e caráter se formam como se fossem

armaduras, as quais protegem os indivíduos, de alguma forma, dos conflitos vivenciados por

eles. As defesas utilizadas pelos indivíduos, ao mesmo tempo em que o possibilitam lidar com

também acabam “pesando” por outro lado, demonstrando

a distribuição da energia em termos econômicos, e os acordos que são feitos para que o

indivíduo possa sobreviver. Na visão de Reich, essas defesas são literalmente armaduras, se

couraças musculares, acompanhando o desenvolvimento psíquico e

Influenciado por essas ideias, o desenvolvimento do caráter no corpo, segundo Lowen

e bloqueios do fluxo natural de energia, em um

determinado momento da história de vida do indivíduo, assim como pode sofrer modificações

ao longo de toda a vida. Essas tensões se tornam crônicas, fazendo com que a formação do

corpo, sendo, portanto uma expressão tanto emocional e

Lowen avança no diagnóstico de caráter tanto com a técnica da leitura corporal quanto

com técnicas de intervenção terapêutica sobre cada estrutura, desenvolvendo também

instrumentos para tal (LOWEN, 1992). Lowen (1977) se diferencia de Reich ao não utilizar o

termo encouraçamento, por considerar o mesmo válido apenas para as estruturas genitais, que

O autor considera, portanto, que nas

genitais, o processo se diferencia, pois são estruturas marcadas pela falta e

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privação, sendo defesas mais primitivas, e cuja organização do indivíduo ainda não adquiriu

uma solidez suficiente para que p

No momento inicial da construção de sua teoria, Lowen (1977) define três tipos de

caráter básicos (Oral, Masoquista e Rígido), tendo como base todo o percurso da teoria

analítica do desenvolvimento libidinal até então. Para

conceitos de caráter oral, anal e genital e sua relação com o ego, proposta por Abraham (

LOWEN, 1977). Dessa forma, fundamenta suas ideias e apresenta a construção inicial de sua

teoria do caráter. Na mesma

são tidos pelo autor como básicos, o caráter Esquizóide e Esquizofrênico, sendo considerados

como defesas desencadeadas por traumas em fases primárias da vida do indivíduo, inclusive a

fase em que é gerado no útero. Além disso, discute as formações de caráter que se configuram

como resultados do conflito edipiano, sendo o caráter Histérico, Fálico

feminino, de acordo com sua compreensão da dinâmica edípica naquele momento.

Posteriormente, Lowen traça uma diferenciação em sua tipologia acerca do caráter em

seu livro de base intitulado “Bioenergética” (1982), definindo cinco tipos básicos de caráter:

Esquizóide, Oral, Psicopata, Masoquista e Rígido. O autor os define em

hierarquia, em que as defesas se constituem enquanto traços os quais se estruturam, em maior

ou menor grau, ao longo de cada fase do desenvolvimento infantil.

A tipologia busca uma categorização a fins didáticos, mas isso não quer dizer que

leve em consideração a singularidade e a história de vida de cada indivíduo. Lowen (1982),

introduzindo a discussão de um dos tipos de caráter, ressalta que “como em qualquer outra

estrutura de caráter, a história da pessoa explica seu comportamento. A

generalização seguinte: não se pode compreender uma conduta a menos que se conheça a

história pregressa do organismo.” (LOWEN, 1982, p.141). Nesse fragmento, o autor

demonstra não limitar os indivíduos ao caráter que apresentam, uma ve

uma história de vida que deve ser sempre considerada.

Conclusões / Considerações Finais

A partir da análise da literatura realizada ao longo da elaboração deste trabalho e das

discussões apresentadas, é possível perceber como se dá a

para a Análise Bioenergética de Alexander Lowen. Percebemos que essa relação perpassa

primeiramente o conceito de energia, que pode ser sintetizado como uma força que percorre o

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privação, sendo defesas mais primitivas, e cuja organização do indivíduo ainda não adquiriu

uma solidez suficiente para que possam ser formadas as couraças.

No momento inicial da construção de sua teoria, Lowen (1977) define três tipos de

caráter básicos (Oral, Masoquista e Rígido), tendo como base todo o percurso da teoria

analítica do desenvolvimento libidinal até então. Para discuti-la, o autor, nesta obra, analisa os

conceitos de caráter oral, anal e genital e sua relação com o ego, proposta por Abraham (

LOWEN, 1977). Dessa forma, fundamenta suas ideias e apresenta a construção inicial de sua

teoria do caráter. Na mesma obra discute, além destes tipos de caráter, que neste momento

são tidos pelo autor como básicos, o caráter Esquizóide e Esquizofrênico, sendo considerados

como defesas desencadeadas por traumas em fases primárias da vida do indivíduo, inclusive a

ue é gerado no útero. Além disso, discute as formações de caráter que se configuram

como resultados do conflito edipiano, sendo o caráter Histérico, Fálico

feminino, de acordo com sua compreensão da dinâmica edípica naquele momento.

steriormente, Lowen traça uma diferenciação em sua tipologia acerca do caráter em

seu livro de base intitulado “Bioenergética” (1982), definindo cinco tipos básicos de caráter:

Esquizóide, Oral, Psicopata, Masoquista e Rígido. O autor os define em

hierarquia, em que as defesas se constituem enquanto traços os quais se estruturam, em maior

ou menor grau, ao longo de cada fase do desenvolvimento infantil.

A tipologia busca uma categorização a fins didáticos, mas isso não quer dizer que

leve em consideração a singularidade e a história de vida de cada indivíduo. Lowen (1982),

introduzindo a discussão de um dos tipos de caráter, ressalta que “como em qualquer outra

estrutura de caráter, a história da pessoa explica seu comportamento. A

generalização seguinte: não se pode compreender uma conduta a menos que se conheça a

história pregressa do organismo.” (LOWEN, 1982, p.141). Nesse fragmento, o autor

demonstra não limitar os indivíduos ao caráter que apresentam, uma ve

uma história de vida que deve ser sempre considerada.

Conclusões / Considerações Finais

A partir da análise da literatura realizada ao longo da elaboração deste trabalho e das

discussões apresentadas, é possível perceber como se dá a relação entre corpo e psiquismo

para a Análise Bioenergética de Alexander Lowen. Percebemos que essa relação perpassa

primeiramente o conceito de energia, que pode ser sintetizado como uma força que percorre o

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

privação, sendo defesas mais primitivas, e cuja organização do indivíduo ainda não adquiriu

No momento inicial da construção de sua teoria, Lowen (1977) define três tipos de

caráter básicos (Oral, Masoquista e Rígido), tendo como base todo o percurso da teoria

la, o autor, nesta obra, analisa os

conceitos de caráter oral, anal e genital e sua relação com o ego, proposta por Abraham (apud

LOWEN, 1977). Dessa forma, fundamenta suas ideias e apresenta a construção inicial de sua

obra discute, além destes tipos de caráter, que neste momento

são tidos pelo autor como básicos, o caráter Esquizóide e Esquizofrênico, sendo considerados

como defesas desencadeadas por traumas em fases primárias da vida do indivíduo, inclusive a

ue é gerado no útero. Além disso, discute as formações de caráter que se configuram

como resultados do conflito edipiano, sendo o caráter Histérico, Fálico-Narcisista e Passivo-

feminino, de acordo com sua compreensão da dinâmica edípica naquele momento.

steriormente, Lowen traça uma diferenciação em sua tipologia acerca do caráter em

seu livro de base intitulado “Bioenergética” (1982), definindo cinco tipos básicos de caráter:

Esquizóide, Oral, Psicopata, Masoquista e Rígido. O autor os define em uma relação de

hierarquia, em que as defesas se constituem enquanto traços os quais se estruturam, em maior

A tipologia busca uma categorização a fins didáticos, mas isso não quer dizer que não

leve em consideração a singularidade e a história de vida de cada indivíduo. Lowen (1982),

introduzindo a discussão de um dos tipos de caráter, ressalta que “como em qualquer outra

estrutura de caráter, a história da pessoa explica seu comportamento. Adianto inclusive a

generalização seguinte: não se pode compreender uma conduta a menos que se conheça a

história pregressa do organismo.” (LOWEN, 1982, p.141). Nesse fragmento, o autor

demonstra não limitar os indivíduos ao caráter que apresentam, uma vez que cada um possui

A partir da análise da literatura realizada ao longo da elaboração deste trabalho e das

relação entre corpo e psiquismo

para a Análise Bioenergética de Alexander Lowen. Percebemos que essa relação perpassa

primeiramente o conceito de energia, que pode ser sintetizado como uma força que percorre o

Page 13: OLIVEIRA Junior Wellington Integracao corpo

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

indivíduo, e que é advinda da combinação entre

sentimentos, movimento corporal, contato com a realidade (

estabelece com o meio em que vive. Percebe

somático e o psíquico, expres

A relação entre corpo e psiquismo também perpassa o conceito de ego, e de como

este, na esfera psíquica, possui seu correspondente na esfera corporal, representado pela

estrutura muscular. O ego funciona enquanto uma forç

essa instância quanto os músculos mediam o conflito entre as demandas internas do indivíduo

e as exigências do meio externo em que ele vive. O caráter seria a resultante desse conflito,

protegendo o ego dessas exigênc

caráter é formado ao longo do desenvolvimento infantil do indivíduo, desenvolvimento

que se dá tanto fisicamente quando psiquicamente apresentando elementos da história de vida

que representam a etiologia da estrutura.

Concluímos que, apesar da extrema complexidade da relação entre corpo e psiquismo,

há um eixo que norteia a discussão. Esse eixo seria o caráter, a energia que o sustenta, a força

do ego e da musculatura diante das exigências in

psicológica, além dos fatores do desenvolvimento infantil que justificam a estruturação das

defesas.

Percebemos a importância do estudo do caráter para a compreensão da relação entre

corpo e psiquismo na perspecti

que estamos trabalhando, a relação entre corpo e psiquismo é uma temática que está longe de

ser esgotada, ressaltando a importância de perspectivas que abordem a integração

corpo/psiquismo na Psicologia.

REFERÊNCIAS FREUD, S. Estudos sobre a histeriacompletas de Sigmund Freud, vol. II, Rio de Janeiro: Imago, (1895) 1987a. . Três ensaios sobre a teoria da sexualidadedas Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. VII, Rio de Janeiro: Imago, (1905)1987b. . Caráter e Erotismo Anal. Psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. IX, Rio de . O Ego e o Id.

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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indivíduo, e que é advinda da combinação entre diversos elementos: respiração, alimentação,

sentimentos, movimento corporal, contato com a realidade (grounding

estabelece com o meio em que vive. Percebe- se que o caráter é a função unitária que liga o

somático e o psíquico, expressando como a energia se distribui.

A relação entre corpo e psiquismo também perpassa o conceito de ego, e de como

este, na esfera psíquica, possui seu correspondente na esfera corporal, representado pela

estrutura muscular. O ego funciona enquanto uma força integradora e organizadora, e tanto

essa instância quanto os músculos mediam o conflito entre as demandas internas do indivíduo

e as exigências do meio externo em que ele vive. O caráter seria a resultante desse conflito,

protegendo o ego dessas exigências opostas. Da mesma forma, encontramos que este

caráter é formado ao longo do desenvolvimento infantil do indivíduo, desenvolvimento

que se dá tanto fisicamente quando psiquicamente apresentando elementos da história de vida

m a etiologia da estrutura.

Concluímos que, apesar da extrema complexidade da relação entre corpo e psiquismo,

há um eixo que norteia a discussão. Esse eixo seria o caráter, a energia que o sustenta, a força

do ego e da musculatura diante das exigências internas e externas e sua expressão física e

psicológica, além dos fatores do desenvolvimento infantil que justificam a estruturação das

Percebemos a importância do estudo do caráter para a compreensão da relação entre

corpo e psiquismo na perspectiva da Análise Bioenergética. Para além da perspectiva teórica

que estamos trabalhando, a relação entre corpo e psiquismo é uma temática que está longe de

ser esgotada, ressaltando a importância de perspectivas que abordem a integração

icologia.

Estudos sobre a histeria. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. II, Rio de Janeiro: Imago, (1895) 1987a.

Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In Edição das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. VII, Rio de Janeiro: Imago, (1905)

Caráter e Erotismo Anal. In Edição Standard Brasileira Psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. IX, Rio de Janeiro: Imago, (1908)

O Ego e o Id. In Edição Standard Brasileira das

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.

diversos elementos: respiração, alimentação,

grounding) e as interações que

se que o caráter é a função unitária que liga o

A relação entre corpo e psiquismo também perpassa o conceito de ego, e de como

este, na esfera psíquica, possui seu correspondente na esfera corporal, representado pela

a integradora e organizadora, e tanto

essa instância quanto os músculos mediam o conflito entre as demandas internas do indivíduo

e as exigências do meio externo em que ele vive. O caráter seria a resultante desse conflito,

ias opostas. Da mesma forma, encontramos que este

caráter é formado ao longo do desenvolvimento infantil do indivíduo, desenvolvimento

que se dá tanto fisicamente quando psiquicamente apresentando elementos da história de vida

Concluímos que, apesar da extrema complexidade da relação entre corpo e psiquismo,

há um eixo que norteia a discussão. Esse eixo seria o caráter, a energia que o sustenta, a força

ternas e externas e sua expressão física e

psicológica, além dos fatores do desenvolvimento infantil que justificam a estruturação das

Percebemos a importância do estudo do caráter para a compreensão da relação entre

va da Análise Bioenergética. Para além da perspectiva teórica

que estamos trabalhando, a relação entre corpo e psiquismo é uma temática que está longe de

ser esgotada, ressaltando a importância de perspectivas que abordem a integração

. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. II, Rio de Janeiro: Imago, (1895) 1987a.

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In Edição Standard Brasileira das Obras Janeiro: Imago, (1908) 1987c.

In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

completas de Sigmund Freud, vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago, (1923)FULGENCIO, L. A Teoria da Libido em Freud como uma Hipótese Paulo: Ágora v. V n. 1 jan/jun 101http://www.scielo.br/pdf/agora/v5n1/v5n1a08.pdf em 26/08/2013 LOWEN, A. O Corpo em Terapia. . Bioenergética. . Exercicios de Bioenergética: o caminho para uma saúde Paulo, Ágora, 1992. . Uma vida para o corpo. REICH, W. Análise do Caráter. . A função do OrgasmoRODRIGUES, H.J.L.S. A Relação Entre o Corpo e a Mente Nos Escritos de Freud, Lacan e Reich: Do fenômeno psicossomático à unidade funcional soma(Mestrado em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia) do Rio de Janeiro, Instituto de Química,Acessado em http://www.ifpreich.com.br/publicacoes/henrique/A%20rela%E7%E3o%20entre%20o%20corpo%20e%2 0a%20mente%20nos%20escritos%20de%20Freud,%20Lacan%20e%20Reich.pdf25/06/2013. VÁSQUEZ, F. El dispositiu d’anàlisi de dades: (Investigació i Coneixement Psicosocial) WEIGAND, O. Grounding na Análise Bioenergética: Dissertação de mestrado. PUC

AUTOR e APRESENTADOR

Wellington Roriz de Oliveira Júnior / Goiânia / GO / Brasil Psicólogo (CRPpesquisas na área de corpo, adoecimento, integração corpo/psiquismo e Análise Bioenergética. Possui formação não concluída VIBRARE/UFG. Foi bolsista Erasmus Mundus, tendo realizado graduaçãosanduíche na Universidade de Leiden, Holanda. Tem experiências nas áreas de RH, Clínica e Hospitalar.E-mail: [email protected]

CO-AUTOR

Domenico Uhng Hur / Goiânia / GO / Brasil Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), com estágio doutoral na Universitat Autònoma de Barcelona/Catalunya.Professor adjunto da graduação e do Programa de PósUniversidade Federal de Goiás (UFG). Membro do CRISE: Núcleo de Estudos e Pesquisas

COMO REFERENCIAR ESSE ARTIGO

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e Lowen. In: VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN – 978-85-69218-00-5]. Acesso em: ____/____/____.

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completas de Sigmund Freud, vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago, (1923) 1987d.A Teoria da Libido em Freud como uma Hipótese

Paulo: Ágora v. V n. 1 jan/jun 101-111, 2002. Acessado em http://www.scielo.br/pdf/agora/v5n1/v5n1a08.pdf em 26/08/2013.

O Corpo em Terapia. São Paulo: Summus, 1977.

Bioenergética. São Paulo: Summus, 1982.

Exercicios de Bioenergética: o caminho para uma saúde

Uma vida para o corpo. São Paulo: Summus, 2007.

Análise do Caráter. 3ªed. - São Paulo: Martins Fontes, 1998.

A função do Orgasmo. 19ªed. - São Paulo: Editora Brasiliense, 1995. A Relação Entre o Corpo e a Mente Nos Escritos de Freud, Lacan e

Reich: Do fenômeno psicossomático à unidade funcional soma-psyché. (Mestrado em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia) –do Rio de Janeiro, Instituto de Química, Programa de História das Ciências

http://www.ifp-reich.com.br/publicacoes/henrique/A%20rela%E7%E3o%20entre%20o%20corpo%20e%2 0a%20mente%20nos%20escritos%20de%20Freud,%20Lacan%20e%20Reich.pdf

dispositiu d’anàlisi de dades: l’Anàlisi de contingut (Investigació i Coneixement Psicosocial). Mimeografado.

Grounding na Análise Bioenergética: Uma proposta de atualização. Dissertação de mestrado. PUC – São Paulo. São Paulo, 2005.

AUTOR e APRESENTADOR

Wellington Roriz de Oliveira Júnior / Goiânia / GO / Brasil (CRP-09/009250). Mestrando em Psicologia pela UFG. Desenvolve

pesquisas na área de corpo, adoecimento, integração corpo/psiquismo e Análise Bioenergética. Possui formação não concluída em Análise Bioenergética pelo VIBRARE/UFG. Foi bolsista Erasmus Mundus, tendo realizado graduaçãosanduíche na Universidade de Leiden, Holanda. Tem experiências nas áreas de RH, Clínica e Hospitalar.

[email protected]

Domenico Uhng Hur / Goiânia / GO / Brasil Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), com estágio doutoral na Universitat Autònoma de Barcelona/Catalunya.Professor adjunto da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Membro do CRISE: Núcleo de Estudos e Pesquisas

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

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1987d. A Teoria da Libido em Freud como uma Hipótese Especulativa. São

111, 2002. Acessado em

Exercicios de Bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. São

2007.

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Brasiliense, 1995. A Relação Entre o Corpo e a Mente Nos Escritos de Freud, Lacan e

psyché. Dissertação – Universidade Federal

Programa de História das Ciências e das

reich.com.br/publicacoes/henrique/A%20rela%E7%E3o%20entre%20o%20corpo%20e%2 0a%20mente%20nos%20escritos%20de%20Freud,%20Lacan%20e%20Reich.pdf em

contingut temàtic/categorial.

Uma proposta de atualização.

Wellington Roriz de Oliveira Júnior / Goiânia / GO / Brasil estrando em Psicologia pela UFG. Desenvolve

pesquisas na área de corpo, adoecimento, integração corpo/psiquismo e Análise em Análise Bioenergética pelo

VIBRARE/UFG. Foi bolsista Erasmus Mundus, tendo realizado graduação-sanduíche na Universidade de Leiden, Holanda. Tem experiências nas áreas de

Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), com estágio doutoral na Universitat Autònoma de Barcelona/Catalunya.

Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Membro do CRISE: Núcleo de Estudos e Pesquisas

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OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e LowenCONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PCentro Reichiano, 2015. [ISBN

(Crítica, Insurgência, Subjetividade e Emancipação).E-mail: [email protected]

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(Crítica, Insurgência, Subjetividade e Emancipação). [email protected]

OLIVEIRA JÚNIOR, Wellington Roriz; HUR, Domenico Uhng. A integração corpo/psiquismo e o desenvolvimento do conceito de caráter em Freud, Reich e

VOLPI, José Henrique; VOLPI, Sandra Mara (Org.). Anais. 20º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR.

]. Acesso em: ____/____/____.