OLongoCurso - Edições Tinta da China · Um livro com estas características dificilmente poderia...

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O­Longo­CursoEstudos em Homenagem a

José Medeiros Ferreira

Coordenação:Pedro Aires Oliveira

e Maria Inácia Rezola

© 2010, Instituto de História Contemporâneae Edições tinta ‑da ‑china, Lda.

Rua João de Freitas Branco, 35A,1500 ‑627 Lisboa

Tels: 21 726 90 28/9 | Fax: 21 726 90 30E ‑mail: [email protected]

www.tintadachina.pt

Título: O Longo Curso. Estudos em Homenagem a José Medeiros Ferreira

Coordenadores: Pedro Aires Oliveira e Maria Inácia Rezola

Autores: AAVVRevisão: Paula Almeida

Composição e capa: Tinta‑da‑china

1.ª edição: Dezembro de 2010

isbn­978‑989‑671‑061‑3Depósito Legal n.º 321099/10

Índice

9 Introdução Pedro Aires Oliveira21 Carta a um amigo António Reis25 José Medeiros Ferreira: história dos militares e da descolonização Pedro Pezarat Correia37 Os militares nos Açores durante o cerco do Porto José Guilherme Reis Leite47 Hintze Ribeiro e a sua época Valentim Alexandre61 A aliança luso ‑britânica nas vésperas da guerra anglo ‑bóer (1899 ‑1902): a declaração secreta de Windsor de 14 de Outubro de 1899 Fernando Costa75 Dos Açores a Belém: percurso biográfico de Manuel de Arriaga e Teófilo Braga Elsa Santos Alípio87 Tancos: a génese de um milagre Helena Pinto Janeiro107 Afonso Costa e as consequências políticas do Tratado de Versalhes Filipe Ribeiro de Meneses129 A Nova República (1919 ‑26) Fernando Rosas145 A defesa da raia: a estratégia militar e a política militar do Exército português entre as guerras mundiais António Paulo Duarte159 Une vision folklorique et morbide de l’URss dans l’entre deux guerres François Garçon 175 Corporatisme au Portugal, 1933 ‑74 Manuel de Lucena227 L’ administration portugaise au contact de l’indígena angolais (1960) René Pélissier243 1945 — As eleições «para inglês ver» David Castaño

261 O cidadão Borges Coutinho nas malhas da PIDE Carlos Enes279 A PIDE/DGs, polícia política e internacional. O relacionamento com serviços secretos da Europa e dos EUA Irene Pimentel305 O exílio português na suíça (1962 ‑74) Victor Pereira331 Medeiros Ferreira e o III­Congresso da Oposição Deocrática (1973): teses com futuro Luís Farinha345 Le « concordat » Bidault (1953 ‑54): une victoire occulte Luís Salgado de Matos387 Uma relação conturbada: os americanos nos Açores e a questão colonial portuguesa nos anos 50 Daniel Marcos411 E pur si muove. Oliveira salazar e a questão da autodeterminação das Províncias Ultramarinas (1962 ‑63) Fernando Martins461 The salazar regime and European integration, 1947 ‑72 Nicolau Andresen Leitão491 O Comité de Descolonização da Organização das Nações Unidas e os movimentos de libertação das colónias portuguesas: 1961 ‑76 Aurora Almada e Santos507 A transição portuguesa e a institucionalização de um regime democrático numa perspectiva comparada Lawrence S. Graham517 Melo Antunes e a descolonização: uma história de paixões Maria Inácia Rezola539 O Partido Comunista e a revolução portuguesa Carlos Gaspar575 António de spínola e o contexto internacional da descolonização Luís Nuno Rodrigues603 O apoio internacional durante a transição portuguesa para a democracia: o caso da RFA Ana Mónica Fonseca 625 Estratégia e circunstância: opção europeia e competição político ‑partidária Francisco Castro647 From “soft” power to “hard” power? The transformation of the common foreign and security policy, 1970 ‑2009 José Magone669 Ensaio histórico sobre a política externa portuguesa Nuno Severiano Teixeira679 Bibliografia­de­José­Medeiros­Ferreira

Agradecimentos

Um livro com estas características dificilmente poderia ter sido dado à estampa sem o contributo muito generoso de várias pessoas e insti‑tuições, que os coordenadores gostariam de destacar.

Fernando Rosas acarinhou este projecto desde a primeira hora e, através do Instituto de História Contemporânea (IHC), garantiu‑‑nos o indispensável apoio institucional e facilidades de secretariado. Outro amigo e colega, Carlos Gaspar, foi, também ele, uma impor‑tante fonte de encorajamento e conselhos oportunos.

A Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Direcção Regional da Cultura do Governo Regional dos Açores e a Direcção‑Geral do Livro e das Bibliotecas foram deci‑sivas para a viabilização da obra. Uma palavra de agradecimento nes‑te domínio é também devida ao Prof. Doutor João sàágua, Director da FCsH, que não quis deixar de associar a este livro a instituição à qual José Medeiros Ferreira esteve ligado durante quase três décadas.

Bárbara Bulhosa e Inês Hugon apostaram na edição deste livro e, como sempre, foram inexcedíveis no acompanhamento de todas as fases da sua produção.

No IHC, Cristina sizifredo e Natália Manso responderam sem‑pre com eficiência e prontidão às inúmeras solicitações inerentes a um projecto deste tipo.

Para além do contributo dos vários autores, gostaríamos ainda de deixar uma nota de apreço às várias pessoas do meio universitário que fizeram questão de se associar em homenagem. Foram elas:

Adriano Duarte Rodrigues (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Alberto Arons de Carvalho (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Alexandra Pelúcia (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Alice Cunha (Instituto de História Contemporânea)Alice samara (Instituto de História Contemporânea)

Introdução José Medeiros Ferreira:

um percurso cívico e académico

Pedro Aires Oliveira

Em­Novembro­de­2008, ao fim de vinte e sete anos de ensino uni‑versitário em Portugal, José Medeiros Ferreira aposentou ‑se como professor associado na Universidade Nova de Lisboa. Agora que uma distinta geração de académicos portugueses vira essa página das suas vidas, é bom que se recupere a tradição dos volumes de homenagem que na língua alemã, e no mundo académico anglo ‑saxónico, são co‑nhecidos como Festschrifts, literalmente, «celebrações pela escrita». Foi nesse espírito que os coordenadores deste volume, em finais de 2008, resolveram lançar um desafio a um conjunto de historiadores e cientistas sociais cujos percursos, de uma forma ou outra, se cruzaram com o do nosso homenageado. Com a sua ajuda, identificámos uma série de nomes que poderiam manifestar interesse em se associarem a esta iniciativa, a partir de um elenco de tópicos previamente definido. Esses nomes correspondiam, grosso modo, a três gerações: a do pró‑prio Medeiros Ferreira, a que se formou entre finais dos anos 80 e iní‑cios de 90 (e na sua maioria completou já o doutoramento), e aqueles que têm hoje aproximadamente 30 anos e estão em vias de iniciar um projecto de doutoramento. Apesar da especificidade dos seus domí‑nios de especialização, esses autores apresentam um interesse comum pela contemporaneidade portuguesa, e pela história política em par‑ticular. Uns optaram por contribuir com testemunhos de ordem mais pessoal, outros por artigos eruditos versando temas trabalhados por José Medeiros Ferreira. A dimensão que o volume apresenta superou, em larga medida, as nossas expectativas iniciais, o que constituiu um sinal inequívoco de amizade e admiração pelo nosso homenageado. A todos eles, os pontuais e os mais indisciplinados nos prazos, o nosso sentido agradecimento.

Num balanço de quase quatro décadas de vida universitária (com al‑gumas interrupções pelo meio), é impossível estabelecer uma separação

Amélia Andrade (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Ana Isabel Buescu (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Ana santos Pinto (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL e IPRI‑UNL)António Barreto (Instituto de Ciência sociais)António Costa Pinto (Instituto de Ciências sociais)Bernardo Vasconcelos e sousa (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Célia Reis (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Cláudia Castelo (Instituto de Investigação Científica e Tropical)Cláudia Ninhos (Instituto de História Contemporânea)Cristina Montalvão sarmento (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Cristina Ponte (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Daniel Alves (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Eduardo Paz Ferreira (Faculdade de Direito – UL)Fernando Ribeiro (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Filipa subtil (Escola superior de Comunicação social – IPL)Francisco Caramelo (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Helena Trindade Lopes (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Isabel Baltazar (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Iva Miranda Pires (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Jaime Reis (Instituto de Ciências sociais)João Alves Dias (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)João Paulo Oliveira e Costa (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Jorge Cabaço (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Jorge Crespo (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)José Augusto Mourão (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)José Bragança de Miranda (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)José Custódio Vieira da silva (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)José Neves (Faculdade de Ciências sociais Humanas – UNL)José Reis santos (Instituto de História Contemporânea)José subtil (Instituto de História Contemporânea)Luís Vieira de Andrade (Universidade dos Açores)Luísa Couto soares (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Madalena Resende (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL e IPRI‑UNL)Manuel Villaverde Cabral (Instituto de Ciências sociais)Manuela Franco (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL e IPRI ‑UNL)Maria Cândida Proença (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Maria do Carmo Vieira da silva (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Maria Fernanda Rollo (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Maria Francisca Xavier (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Maria Luísa Couto soares (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Mário Vieira de Carvalho (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Mário Mesquita (Escola superior de Comunicação social – IPL)Teresa Ferreira Rodrigues (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL)Tiago Brandão (Instituto de História Contemporânea)Tiago Moreira de sá (Faculdade de Ciências sociais e Humanas – UNL e IPRI‑UNL)

Pedro Aires Oliveira Maria Inácia Rezola

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rígida entre a dimensão cívica e o labor historiográfico de José Medei‑ros Ferreira. O interesse pela relação entre os militares e a política, o estudo das relações internacionais, o destino de Portugal num cená‑rio pós ‑imperial, tudo isso lhe terá sido em parte sugerido pelas vicissi‑tudes de um início de vida adulta marcado pelos combates contra um regime ditatorial e obscurantista.

O gosto pela história surgiu cedo, nos bancos do liceu de Ponta Delgada, graças à influência de um professor, João Bernardo de Oli‑veira Rodrigues, a quem, aliás, dedicará o oitavo volume da História de Portugal. Na biblioteca do liceu, uma outra instituição cultural de referência nos Açores daquela época, tomará contacto com alguns dos autores do «cânone» da sua juventude: entre os portugueses, Camilo, Eça, Antero; na literatura universal, shakespeare (nas tradu‑ções do rei D. Luís), Camus, Dostoiévski, Tolstoy, steinbeck, Hemin‑gway, mas também brasileiros contemporâneos, como José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Erico Veríssimo (Machado de Assis, hoje um dos seus autores de eleição, apenas conhecerá mais tarde, por recomendação do pintor, e companheiro de cela no Alju‑be, Nikias skapinakis). Na área da história, evoca como referências Herculano, Rebelo da silva, Oliveira Martins (O Príncipe Perfeito e o Portugal Contemporâneo, acima de todos), e alguns dos historiadores oitocentistas da Revolução Francesa, como Michelet e Edgar Qui‑net. A preferência pelo período contemporâneo, pós ‑revoluções liberais, impôs ‑se ‑lhe muito cedo — o Antigo Regime pareceu ‑lhe sempre um universo demasiado estrangeiro, muito embora a Anti‑guidade Clássica, nomeadamente a história de Roma, lhe tenha sem‑pre merecido particular interesse.

O gosto pelos jornais (hábito que ainda conserva, quer como lei‑tor quer como cronista) levou ‑o a encetar uma colaboração, na quali‑dade de crítico de cinema, com o Correio dos Açores, diário micaelense fundado pelo político autonomista José Bruno Carreiro, em 1920. Essa apetência pela intervenção na esfera pública através da impren‑sa será, de resto, um traço constante na sua vida, como adiante vol‑taremos a assinalar. O teatro foi outra das suas paixões de juventu‑de, tendo inclusivamente recebido uma Menção Honrosa dos Jogos Florais da Universidade do Porto, em 1961, com uma peça intitulada «Da Discussão Nasce a Luz», inspirada em Pirandello.

A mudança para Lisboa ocorre em 1960, quando se matricula no cur‑so de Filosofia da Faculdade de Letras. Do ponto de vista académico,

porém, a experiência foi simplesmente decepcionante — «um deser‑to», é a expressão que lhe ocorre para definir o tipo de ensino então ministrado em Letras. Tirando duas ou três figuras (o padre Manuel Antunes, Osvaldo Market e o professor de Lógica Matemática, Tiago Oliveira), é incapaz de citar alguém cujas aulas lhe tenham causado uma impressão mais favorável. Desse período, consegue apenas re‑ter como positivo, em termos de oferta universitária, a descoberta do Centro de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras, fundado por Vitorino Nemésio e Ruben Andresen Leitão. Num país onde a censura era férrea, aquele era um local onde se podiam ler jornais em língua portuguesa produzidos no contexto de liberdade e democracia do Brasil do início dos anos 60. De resto, Lisboa foram as tertúlias de café, o convívio com colegas e a fruição de uma vida cultural mais rica do que aquela que Ponta Delgada lhe podia proporcionar.

Bem mais memorável — para o bem e para o mal — foi o seu en‑volvimento associativo. Por indicação do seu colega e amigo Mário sottomayor Cardia (com quem havia fugido de uma carga policial, na Avenida da Liberdade, no decurso de uma cerimónia evocativa do Armistício da Primeira Guerra Mundial, em Novembro de 1961), é convidado para a direcção da Pró ‑Associação de Estudantes da Fa‑culdade de Letras, a qual, devido às restrições legais então vigentes, funcionava sem estatutos, em regime ad hoc. Vice ‑presidente numa direcção liderada pelo estudante de filosofia José Trindade dos san‑tos, foi ‑lhe confiado o pelouro das relações externas (uma incumbên‑cia premonitória).

Não sendo esta a ocasião para evocar o relevante papel de José Medeiros Ferreira no movimento estudantil e na crise académica de 1962, assinalem ‑se contudo as duras consequências que viriam a resultar desse seu empenhamento: uma detenção de três meses no Aljube, sendo um deles em regime de solitária. Tendo ‑se distinguido como orador e estratego da Reunião Inter ‑Associações, despertou, naturalmente, a atenção das figuras anti ‑situacionistas mais atentas ao despontar de novos talentos políticos, como Mário soares e Fran‑cisco salgado Zenha, que em 1965 o convidarão para integrar as listas da oposição democrática às eleições legislativas. Data desse ano, aliás, o processo disciplinar que o ministério da Educação lhe instaura e que conduzirá à sua expulsão, por um período de três anos, de todas as universidades portuguesas (anátema que, mais tarde, viria a enca‑rar como uma espécie de bênção). Tinha então 23 anos.

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Graças à solidariedade de algumas figuras da oposição, consegue obter uma bolsa do Congresso para a Liberdade na Cultura, que du‑rante cerca de um ano lhe proporciona um meio de subsistência limi‑tado. Dedica ‑se também à publicidade, mas, ao fim de algum tempo, opta por regressar a são Miguel. Em 1967, é chamado a cumprir o serviço militar, não chegando contudo a ser mobilizado para uma das colónias em guerra visto ter tomado a decisão de abandonar o exérci‑to e exilar ‑se. Escolheu a suíça como destino, respondendo a um rep‑to do seu companheiro de lutas associativas, Eurico de Figueiredo, então estudante de Medicina em Genebra. Na cidade de Rousseau, irá encontrar ‑se com outros estudantes portugueses anti ‑fascistas, tais como Ana Benavente, António Barreto, Carlos Almeida, com os quais dinamizará a revista Polémica, um importante periódico de aná‑lise e reflexão de exilados portugueses no início da década de 70 (da redacção fazia também parte um outro antigo companheiro da crise académica de 1962, Manuel de Lucena).

Invocando a Convenção Internacional de 1951, relativa aos refugia‑dos, requer às autoridades suíças o estatuto de exilado político, o que lhe é concedido, para surpresa dos seus companheiros, a quem tal hi‑pótese nunca tinha ocorrido, aparentemente por acharem demasiado amistoso o relacionamento entre a República Helvética e o Portugal de salazar. Não se ficaria por aqui, aliás, a compreensão das autorida‑des suíças, já que em finais de 1968 ser ‑lhe ‑á concedida, através dos ser‑viços sociais da Universidade de Genebra, uma bolsa de estudos, que usufruirá até completar os seus estudos superiores naquele país.

Na Universidade fundada por Calvino, muito influenciada, como seria de esperar, pela cultura protestante, consegue o reconhecimento de uma parte das disciplinas que frequentara em Lisboa. Não obstan‑te, prefere matricular ‑se no primeiro ano da licenciatura em História (já com uma especialização no período moderno e contemporâneo), na Faculdade de Ciências Económicas e sociais, que completará ao fim de quatro anos. Alcança sempre classificações elevadas, motiva‑do não apenas por um natural sentido de brio, mas, também, pelas excelentes condições de estudo e pelo ambiente estimulante que foi encontrar nas aulas, seminários e conferências.

Entre os docentes da Faculdade, destaca os nomes de Fran‑çois Crouzet, Paul Bairoch, Jean François Bergier, mas, sobretudo, Jean ‑Claude Favez, um historiador sintonizado com o movimento de renovação da história das relações internacionais iniciado algum

tempo antes por figuras como Pierre Renouvin e Jean ‑Baptiste Du‑roselle. Mais tarde eleito reitor da Universidade de Genebra, Favez distinguiu ‑se, no plano historiográfico, como editor de várias compi‑lações de documentos diplomáticos suíços, e por estudos sobre a his‑tória da suíça, as relações franco ‑alemãs no período de entre as guer‑ras, ou o papel do Comité Internacional da Cruz Vermelha face ao Holocausto. Foi ele quem orientou a tese de licenciatura de Medei‑ros Ferreira, uma investigação original acerca dos jornais genebrinos na segunda metade do século xix, acabando também por desafiá ‑lo a apresentar as suas principais conclusões perante a muito selecta e prestigiada sociedade de História e Arqueologia de Genebra. O tra‑balho viria a ser galardoado com o prémio Gustave Ador da Univer‑sidade de Genebra, tendo sido escolhido para figurar na biblioteca da Association Universitaire pour la Diffusion Internationale de la Recherche, com sede em Paris.

Desta primeira experiência de investigação, Medeiros Ferreira vai retirar duas ilações importantes: em primeiro lugar, a percepção de que o estudo da história nacional poderia ser especialmente enrique‑cido com o contributo de um olhar «estrangeiro», algo que o levará sempre a valorizar os testemunhos exteriores à sociedade portugue‑sa, com especial destaque para a documentação produzida por agen‑tes diplomáticos; depois, a percepção da imprensa enquanto uma das fontes privilegiadas do historiador para compreender uma sociedade, os seus códigos e sistemas de valores. Mesmo com as limitações que decorriam do regime de censura prévia a que estava sujeito, o Diário de Notícias permaneceu uma fonte a que recorreu regularmente para seguir a evolução política e social em Portugal (à época, recorde ‑se, o jornal mantinha o hábito de reproduzir na íntegra os discursos e intervenções dos decisores políticos, o que o tornava um mostruário precioso do pensamento oficial).

Para além do seu cosmopolitismo (a que não era alheia a presen‑ça em território suíço de inúmeros organismos internacionais), uma cidade como Genebra oferecia ainda a um estudante de história con‑temporânea, com apetência pelas relações internacionais, uma outra oportunidade de pesquisa ímpar: os ricos arquivos da defunta socie‑dade das Nações. Foi aí que, em 1972, já na qualidade de assistente da Universidade de Genebra, Medeiros Ferreira iniciou as suas pes‑quisas para o que pensava poder vir a ser o seu tema de doutoramen‑to, a história da própria sDN. Por razões que se prenderam com a

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evolução política em Portugal, esse projecto teve de ser posto de lado, mas as muitas horas de estudo entre os papéis da Liga não fo‑ram tempo desperdiçado; proporcionaram ‑lhe uma série de perspec‑tivas sobre temas como a participação portuguesa na Conferência da Paz de Paris, ou as negociações relativas ao «grande empréstimo» que a ditadura militar tentou obter junto da sDN em 1926 ‑27, que mais tarde irá desenvolver em trabalhos académicos.

Ainda antes do seu regresso a Portugal após o 25 de Abril, teve ocasião de, num contexto não universitário, o terceiro Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro (onde não esteve presente fisica‑mente, por razões óbvias), formular um conjunto de reflexões sobre a evolução do país cujo carácter premonitório é justamente analisa‑do por Luís Farinha num dos contributos para este volume. Em «Da Necessidade de Um Plano para a Nação», esboça pela primeira vez o seu interesse pelo estudo das relações entre a instituição militar e o poder político, um tópico que lhe parecia ser muito mais complexo e sinuoso do que era habitualmente admitido na cultura oposicionista portuguesa, e que virá mais tarde a constituir um dos eixos funda‑mentais da sua pesquisa.

A mudança de regime em Portugal e os combates políticos travados pelo Ps, partido em que se viria a filiar em 1975, para a instauração de uma democracia multipartidária, determinaram a interrupção da sua carreira académica. Depois de cumprir o tempo que lhe faltava do servi‑ço militar, na 5.a divisão do Estado ‑Maior do Exército, será eleito deputa‑do à Assembleia Constituinte, para de seguida desempenhar as funções de secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do sexto Governo Provisório (era então ministro Ernesto Melo Antunes), e, aos 33 anos de idade, as de ministro dos Negócios Estrangeiros do Primeiro Governo Constitucional. Desta sua passagem pelo governo, é de salientar o im‑pulso que deu à normalização das relações diplomáticas com os países africanos de expressão portuguesa, bem como o seu protagonismo no desenho e execução da manobra diplomática conducente à apresenta‑ção do pedido de adesão de Portugal às Comunidades Europeias, cená‑rio que havia já preconizado na sua tese ao Congresso de Aveiro (e que é examinado com algum pormenor neste volume por Francisco Castro).

O regresso às lides académicas dá ‑se em 1978, após uma saída algo extemporânea do executivo, motivada por um desentendimento com o primeiro ‑ministro, Mário soares. Com António Barreto, tam‑bém ele de saída do governo, e depois seu companheiro no projecto

político do Manifesto Reformador, aceita um convite de Mário Pinto para desenvolver, na Universidade Católica, um projecto de investi‑gação sobre o 25 de Abril, projecto esse que lhe permite recolher o material empírico que viria a servir de base a um dos primeiros es‑tudos históricos sobre a transição democrática publicados em Por‑tugal (Ensaio Histórico sobre a Revolução do 25 de Abril: O período pré­­constitucional, 1983) e, mais tarde, para o seu trabalho de maior fôlego acerca desse período.

Em Outubro de 1981, por iniciativa de A.H. de Oliveira Marques, en‑trará, como assistente convidado, na recém ‑criada Faculdade de Ciên ‑ cias sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Anos antes, logo após o seu regresso da suíça, havia sido convidado para leccionar em alguns institutos superiores (IsCsP, IsEG), e na Faculdade de Le‑tras (não pela direcção, ao contrário do que se poderia esperar, mas pelos estudantes, cuja influência nas contratações era então determi‑nante). O ambiente altamente ideologizado que então se vivia, contu‑do, não era de molde a entusiasmá ‑lo, sobretudo depois da atmosfera racionalista e exigente da Universidade de Genebra. Na Avenida de Berna, iniciará uma actividade docente que se prolongará por quase 30 anos, de forma praticamente ininterrupta (e por vezes graciosa), não obstante os mandatos de deputado que cumpriu em finais da década de 80, no parlamento europeu, e depois, entre 1995 e 2005, na Assem‑bleia da República. Admitido já com o ano lectivo em curso, toma a iniciativa de organizar um seminário livre sobre História das Relações Internacionais, verdadeira experiência ‑piloto que, de algum modo, antecipa o lançamento do mestrado em História Contemporânea da FCsH, ao qual se encontrará ligado desde a primeira hora.

A década de 80 será, de resto, um período fértil na sua carreira, tanto ao nível da investigação como da publicação e participação em colóquios e conferências. Os grandes eixos da sua pesquisa e refle‑xão analítica organizam ‑se em torno de temas como os militares e a política, a história da política externa, os estudos sobre segurança e estratégia, e a análise prospectiva. Datam deste período o seu já referido ensaio histórico sobre o 25 de Abril1, um livro de problema‑tização histórica das relações luso ‑espanholas nos séculos xix e xx2

1 Ensaio Histórico sobre a Revolução do 25 de Abril: O período pré ­constitucional, Lisboa, co ‑edição INCM ‑sREC da Região Autónoma dos Açores, 1983.2 Um Século de Problemas. As relações luso ­espanholas da União Ibérica à Comunidade Europeia, Lisboa, Livros Horizonte, 1989.

Bibliografia de José Medeiros Ferreira

História Institucional e Política

· «Da necessidade de um plano para a nação», in III Congresso Re­publicano da Oposição democrática, Tese, 8.ª secção, Lisboa, seara Nova, 1974, pp. 11 ‑22.

· «Kemal Atatürk: Um nacionalista anti ‑tradicional visto de Portu‑gal», in AAVV, Estudos de História de Portugal. Homenagem a A.H. de Oliveira Marques, Lisboa, Ed. Estampa, 1983, pp. 515 ‑22.

· «Mudanças de Regime Político e Forças Armadas em Portugal: O trânsito da monarquia para a república», in Nova História, n.º2, Dezembro de 1984, Lisboa, Ed. Estampa, 1984, pp. 3 ‑13.

· «A I Guerra Mundial e a Divisão da Península», in Diário de No­tícias, 28 de Abril de 1985, «Página de História», coordenada por Fernando Rosas.

· «O 25 de Abril de 1974: Uma revolução imperfeita», in Revista de História das Ideias, vol. vii, Coimbra, Faculdade de Letras da Uni‑versidade de Coimbra, 1985, pp. 391 ‑426.

· «Um Corpo perante o Estado: Militares e instituições políticas», in Portugal. O sistema político constitucional 1974 ­1987, Lisboa, Insti‑tuto de Ciências sociais, Universidade de Lisboa, 1989, pp. 427 ‑51.

· Prefácio ao livro de Maria da Graça Bretes, Timor entre Invasores 1941 ­1945, Lisboa, Livros Horizonte, 1989.

· «As Relações entre as Forças Armadas e o Regime (1933 ‑1950)», in Nova História de Portugal — Portugal e o Estado Novo (1930 ­1960), Joel serrão e A.H. de Oliveira Marques (dir.), Fernando Rosas (coord.), Lisboa, 1992, pp. 144 ‑200.

· «A História como saber do Futuro: Os corpos de Estado e a mu‑dança», in Finisterra, n.º15, Lisboa, 1994, pp. 99 ‑111.

· Prefácio ao livro de Max Wery, E assim Murcharam os Cravos, Lis‑boa, Ed. Fragmentos, 1994, pp. 5 ‑7.

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· Prefácio ao livro de José M. Barroso, Segredos de Abril, Lisboa, Ed. Notícias, 1995, pp. 9 ‑12.

· História e Liberdade no Portugal Democrático, Ed. da Câmara Muni‑cipal de Matosinhos, 1995.

· Prefácio à 2.ª edição das actas do I Congresso Açoriano, Ponta Del‑gada, Ed. Jornal de Cultura, 1995.

· «Uma Luta de Legitimidades», in O 25 de Abril nos Media Internacio­nais, Mário Mesquita e José Rebelo, Lisboa, Edições Afrontamen‑to, pp. 265 ‑68.

· «Índia — A questão de Goa», in Dicionário do Estado Novo, Fernan‑do Rosas e José Maria Brandão de Brito (coord.), vol. i, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996, pp. 457 ‑60.

· «Vinte e Cinco de Abril de 1974», in Dicionário do Estado Novo, Fer‑nando Rosas e José Maria Brandão de Brito (coord.), vol. ii, Lis‑boa, Círculo de Leitores, 1996, pp. 1014 ‑16.

· «Timor», in Dicionário do Estado Novo, Fernando Rosas e José Ma‑ria Brandão de Brito (coord.), vol. ii, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996, pp. 974 ‑76.

· «A Autonomia dos Açores e os Regimes Políticos em Portugal», in Revista Ler História, n.º 31, Lisboa, 1996, pp. 157 ‑67.

· «Os Espaços da Autonomia Futura», in Actas do Colóquio Pensar os Açores Hoje, Ponta Delgada, Forum Açoriano — Instituto Cultu‑ral de Ponta Delgada, 1997, pp. 287 ‑302.

· «As Autonomias Insulares na Evolução do Espaço Político Portu‑guês», in Poder Central, Poder Regional, Poder Local— Uma perspecti­va histórica, Luís Espinha da silveira (coord.), Lisboa, Ed. Cosmos, 1997, pp. 113 ‑23.

· «Relatório sobre o Comportamento Político dos Militares Portu‑gueses no século XX», in Los 98 ibéricos y el Mar, Actas, vol. iii, El Estado y la Política, 1998, pp. 391 ‑408.

· «As Forças Armadas no Contexto das Eleições de 1958», in Hum­berto Delgado. As eleições de 58, Lisboa, Ed. Vega, 1998, pp. 227 ‑37.

· «Introdução» à Mediateca do Século XX, Década de 1980 ­1989, Antó‑nio Reis (dir.), Lisboa, Lexicultural, 1998.

· «O Movimento Estudantil nos Anos sessenta», in Maio de 1968 — Movimentos estudantis em Portugal, Maria Cândida Proença (coord.), Lisboa, IHC, Ed. Colibri, 1999, pp. 185 ‑95.

· «Exílio: A pátria utópica», in Revista Camões, n.º 5, Lisboa, Institu‑to Camões, 1999, pp. 16 ‑21.

· «Da Autonomia separada à Autonomia Cooperativa», in Nova Atlântida, Revista do Instituto Açoriano de Cultura, Angra do Heroísmo, vol. xliv, 1999, pp. 165 ‑73.

· «O Mar dos Açores nas duas Guerras Mundiais», in Cultura, Re­vista de História e Teoria das Ideias, Lisboa, Centro de História da Cultura, vol. xi, ii série, 1999, pp. 119 ‑39.

· «Estado sobrevive ao Declínio da Nação», in Notícias do Milénio, Lisboa, Diário de Notícias, 7 de Julho de 1999, pp. 214 ‑18.

· «Dia do Estudante», in Dicionário de História de Portugal, António Barreto e Maria Filomena Mónica (coord.), vol. 7, Porto, Livraria Figueirinhas, 1999, pp. 520 ‑22.

· «Forças Armadas», in Dicionário de História de Portugal, António Barreto e Maria Filomena Mónica (coord.), vol. 8, Porto, Livraria Figueirinhas, 1999, pp. 53 ‑59.

· «Após o 25 de Abril», capítulo do livro História de Portugal, José Tengarrinha (org.), s. Paulo, Editora EDUsC e UNEsP, 2000, pp. 339 ‑68.

· «As Forças Armadas e o Regime Autoritário», in Revista Nação e Defesa, n.º 94, Lisboa, IDN, 2000, pp. 107 ‑22.

· «Instituição», in Fundação Calouste Gulbenkian. Cinquenta Anos (1956 ­2006), António Barreto (coord.), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2007, pp. 69 ‑163.

· «A Revolução Autonómica», in História dos Açores. Do descobrimen­to ao século xx, vol. ii, Angra do Heroísmo, Instituto de Cultura, 2008, pp. 323 ‑57.

· «José Bruno Carreiro, o Almirante Dunn, e o Presidente Wilson: O triângulo que nunca existiu?», in Franklin Roosevelt e os Açores nas duas Guerras Mundiais, Luís Nuno Rodrigues (coord.), Lisboa, Fundação Luso ‑Americana para o Desenvolvimento — IPRI, 2008, p. 61 ‑79.

História das Relações Internacionais

· «História da Política Externa Portuguesa entre as duas Guerras», in Diário de Notícias, 16 de Junho de 1983, «Página de História», coordenada por Fernando Rosas.

· «Revisão Histórica da Participação de Portugal na Primeira Guer‑ra Mundial: A dimensão ibérica e insular», in Boletim do Instituto

[682]­ o­longo­curso bibliografia­de­josé­medeiros­ferreira­ [683]

Histórico da Ilha Terceira, vol. xliii, tomo ii, Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira (IHIT), 1985.

· «As Ditaduras Ibéricas e a Fundação da Aliança Atlântica», in O Estado Novo — Das origens ao fim da autarcia (1926 ­1959), vol. i, Lisboa, Ed. Fragmentos, 1987, pp. 395 ‑401.

· «Aspectos Históricos, Políticos e Estratégicos das Relações Luso‑‑Espanholas», in AAVV, As Relações Luso ­Espanholas no Contexto da Adesão à C.E.E., Lisboa, Instituto de Estudos para o Desenvolvi‑mento, 1987, pp. 5 ‑74.

· Prefácio ao livro de Maria Cândida Proença, A Independência do Brasil, Relações Externas Portuguesas 1808 ­1825, Lisboa, Livros Hori‑zonte, 1987.

· «A Ratificação Portuguesa do Tratado do Atlântico Norte — Nota Introdutória», in Política Internacional, n.º 1, Lisboa, Janeiro de 1990, pp. 155 ‑57.

· «Portugal», artigo ‑entrada, in Dicionário de Política Internacional, versão francesa orientada por Charles Zorgbibe, tradução portu‑guesa do Prof. Henrique de Barros, Lisboa, Publicações D. Quixo‑te, 1990, pp. 438 ‑44.

· «Os regimes democráticos e o processo de integração na Europa», in Portugal, España y Europa. Cien Años de desafio (1890 ­1990), Hipó‑lito de La Torre (coord.), Mérida, UNED, 1991, pp. 147 ‑86.

· «sete Notas sobre a Guerra do Golfo», in Política Internacional, n.º4, Lisboa, 1991, pp. 183 ‑93.

· «Características Históricas da Política Externa Portuguesa entre 1890 e a Entrada na ONU», in revista Política Internacional, n.º6, Lisboa, Ed. CIDEC — JNICT (Centro Interdisciplinar de Es‑tudos Económicos e Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica), 1993, pp. 113 ‑56.

· «Relações Luso ‑Americanas no século XX: A descoberta do pla‑no bilateral», in Revista Ler História, n.º25, Lisboa, 1994, pp. 71 ‑87.

· «As Mudanças de Regime e as Reacções Internacionais», in Demo­cracia e Defesa — Sociedade política e Forças Armadas em Portugal, Maria Carrilho (coord.), Lisboa, Dom Quixote, 1994, pp. 69 ‑86.

· «Os Militares no Poder e as Reacções Internacionais», in Revista de História das Ideias n.º 16, Coimbra, Faculdade de Letras, 1994, pp. 487 ‑506.

· «O Estado Português e a Organização da Europa», Documento de Trabalho n.º2/95, editado pelo Centro de Estudos de Economia

Europeia e Internacional (CEDIN), Lisboa, IsEG, Universidade Técnica de Lisboa, 1995, 43 páginas.

· «Texto e Contexto das Relações Transatlânticas», in Revista Finis­tera, n.º 17, Lisboa, 1995, pp. 71 ‑80.

· «Os Regimes Políticos em Portugal e a Organização Internacional da Europa», in Revista Política Internacional, n.º22, Lisboa, 1995.

· «Aliança Luso ‑Britânica» in Dicionário do Estado Novo, Fernando Rosas e José Maria Brandão de Brito (coord.), vol. i, Lisboa, Cír‑culo de Leitores, 1996, pp. 33 ‑35.

· «Neutralidade», in Dicionário do Estado Novo, Fernando Rosas e José Maria Brandão de Brito (coord.), vol. ii, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996, pp. 666 ‑67.

· Prefácio ao livro de Helena Pinto Janeiro, Salazar e Pétain. Relações luso ­francesas durante a II Guerra Mundial (1940 ­1944), Lisboa, Edi‑ções Cosmos, 1998.

· «Cidadania Europeia, Liberdade e segurança», in Revista Nação e Defesa, n.º 85, Lisboa, Instituto de Defesa Nacional, 1998, pp. 71 ‑82.

· «O Futuro Constitucional da Europa — Democratização e igual‑dade na União Europeia», in Revista Política Internacional, n.º 17, Lisboa, 1998, pp. 21 ‑32.

· «As Democracias do Ocidente na Transição para o século XXI», in Portugal na Transição do Milénio, Lisboa, Ed. Fim de século— Margens, 1998, pp. 119 ‑31.

· Prefácio ao livro de Fernando Costa, Portugal e a Guerra Anglo­­Bóer. Política externa e opinião pública (1899 ­1902), Lisboa, Edições Cosmos, 1998, pp. xiii­‑xvi.

· «O Futuro Constitucional da Europa», in O Desafio Europeu, Passa­do, Presente, Futuro, João Carlos Espada (coord.), Fundação serral‑ves, Cascais, Ed. Principia, 1998, pp. 21 ‑30.

· «Introdução», in Adesão de Portugal às Comunidades Europeias. Histó­ria e Documentos, Lisboa, Parlamento Europeu/Assembleia da Re‑pública/Comissão Europeia, 2001, pp. 11 ‑32.

· «O 25 de Abril no Contexto Internacional», in Relações Internacio­nais, n.º 2, Lisboa, Junho 2004, pp. 143 ‑58.

· «Bons Alunos de Maus Mestres», in Relações Internacionais, n.º 7, Lisboa, setembro 2005, pp. 89 ‑96.

· «Portugal e os Estados Unidos nas duas Guerras Mundiais: a procura do plano bilateral», in Regimes e Império: as relações

[684]­ o­longo­curso bibliografia­de­josé­medeiros­ferreira­ [685]

luso ­americanas no século xx, Luís Nuno Rodrigues (coord.), Lisboa, Fundação Luso ‑Americana para o Desenvolvimento — IPRI, 2006, p. 15 ‑44.

· «As Negociações de Adesão», in Vinte Anos de Integração Europeia. O Testemunho Português, Nicolau Andresen Leitão (org.), Lisboa, Cosmos, 2007, pp. 11 ‑22.

· «Onde Fica Portugal nas Relações Luso ‑Americanas», in À Procu­ra da Grande Estratégia. De Roosevelt a Obama, Mário Mesquita et al. (coord.), Lisboa, Tinta ‑da ‑china/FLAD, 2010, pp. 65 ‑80.

· «Reflexões de Política Internacional», in Actas do Seminário. Rumos de Macau e das Relações Portugal ­China (1974 ­1999), Luís Filipe Barre‑to, Lisboa, Centro Científico e Cultural de Macau, 2010, pp. 79 ‑89.

· «A República no Mundo», in Viva a República. 1910 ­2010, Catálogo, Lisboa, IN/CM, 2010, pp. 173 ‑78.

Estratégia

· «Relações Externas e Defesa Nacional», in Nação e Defesa, n.º 1, Lisboa, Instituto de Defesa Nacional, 1976, pp. 17 ‑25.

· «A Importância Estratégica das Ilhas Atlânticas: sua permanência e evolução histórica», in Nação e Defesa, n.º 13, Lisboa, Instituto de Defesa Nacional (IDN), 1980, pp. 135 ‑44.

· «O Espaço Estratégico Ibérico», in Nação e Defesa, n.º 15, Lisboa, IDN, 1980.

· «O Futuro Político da Europa», in Nação e Defesa, n.º 23, Lisboa, IDN, 1982, pp. 25 ‑36.

· «Teoria e Prática do Binómio Estratégia e Relações Internacio‑nais», in Nação e Defesa, n.º 33, Lisboa, IDN, 1985.

· «Os Açores nas duas Guerras Mundiais», in Boletim do Instituto His­tórico da Ilha Terceira, vol. xlv, tomo i, Angra do Heroísmo, IHIT, 1988, pp. 73 ‑90.

· «Perspectivas de Evolução da Conjuntura Europeia. Reflexos so‑bre a defesa portuguesa», in Defesa Nacional — Anos 90, Nação e Defesa, Lisboa, IDN, Novembro de 1991, pp. 13 ‑24.

· «As Perspectivas de Mudança no sistema Internacional e na Euro‑pa», in Política Internacional, n.º 5, Lisboa, 1992, pp. 5 ‑13.

· «O Critério Militar na segurança Europeia», in Política Internacio­nal, n.º14, Lisboa, 1997, pp. 49 ‑56.

· «Uma Aliança Que É Uma Liga», in Portugal e os 50 anos da Aliança Atlântica 1949 ­1999, general Garcia Leandro (coord.), Ed. Minis‑tério da Defesa Nacional, 1999, pp. 353 ‑56.

· «Os Cinquenta Anos da Aliança Atlântica — Que mundo será o vosso?», in Política Internacional, n.º 19, Lisboa, 1999, pp. 53 ‑62.

· «O IDN e o Pensamento Estratégico», in Nação de Defesa, n.º 100, Inverno de 2001, pp. 17 ‑26.

· «Pensamento Estratégico Nacional: de 1961 à III República», in Pensamento Estratégico Nacional, José Manuel Freire Nogueira e José Vieira Borges (org.), Lisboa, IDN/Cosmos, 2006.

Publicações no Estrangeiro

· «Problemas de seguridad de Europa y Africa: Un punto de vista portugues», in Problemas de Seguridad de Europa y Africa, Madrid, Instituto Nacional de Prospectiva, 1979.

· The Strategic and Defensive Space of the Iberian Peninsule, Madrid, Ed. Instituto de Questiones Internacionales, 1980.

· «International Ramifications of the Portuguese Revolution», in In Search of Modern Portugal — The revolution and its consequences, La‑wrence s. Graham and Douglas L. Wheeler (eds.), The University of Wisconsin Press, 1983, pp. 287 ‑96.

· «Portugal y España en la Comunidad Europea: Oportunidades para América Latina», in Relaciones Economicas entre América Lati­na y La Comunidad Economica Europea, Madrid, Ed. Fundación F. Ebert, 1988, pp. 121 ‑27.

· «Les Préalables de l’ option européenne du Portugal: Un aperçu historique et des perspectives d’avenir», in Le Portugal et l’ Europe, Quel dialogue culturel?, Genebra, 1989, pp. 125 ‑42.

· «Os Regimes Democráticos e o Processo de Integração na Euro‑pa», in Portugal, España y Europa. Cien años de desafio (1890 ­1990), Hipólito de La Torre (coord.), Mérida, Universidad Nacional de Educacion a Distancia, 1991, pp. 147 ‑57.

· «Political Costs and Benefits for Portugal Arising from Mem‑bership of the European Community», in Portugal and E.C. Membership Evaluated, José da silva Lopes (coord.), Londres, Nova Iorque, Pinter Publishers and st. Martin’s Press, 1993, pp. 173 ‑81.

[686]­ o­longo­curso bibliografia­de­josé­medeiros­ferreira­ [687]

· «La Réponse du gouvernement portugais au Plan Briand», in Mé­langes offerts à Jorge Campinos, Poitiers, PUF, 1996, pp. 373 ‑80.

· «The Democratic Transition in Portugal», in Transition et Perspec­tives — Actes de la conférence du 24 Avril 1995, Institut National d’Études de stratégie Globale, Argel, 1996, pp. 71 ‑77.

· «Das Ende der afrikanischen Frage», in Vorn Ständestaat Zur De­mokratie— Schriftenreiche der Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte, R. Oldenbourg Verlag, Munique, 1997, pp. 107 ‑21.

· «On the European Union and Its Members Foreign Policy», in Portuguese Studies Review, vol. vii, n.º 1, University of New Hamp‑shire, 1998, pp. 48 ‑54.

· Colaboração no livro Le Plan Briand d’Union Fédérale Européenne, no capítulo «Les Réponses des gouvernements au Plan Briand», Berna, Peter Lang Éditions scientifiques, 1998, pp. 543 ‑48.

· «La Portugál Matonapolitika Új Útjai», in Beszéló, Dezembro de 1999, pp. 45 ‑49.

· «La descolonización de Portugal», in La Gaceta del Fondo de Cul‑tura Económica, n.º 358, Octubre de 2000, México, pp. 26 ‑31.

· Portugal en Transición, Cidade do México, Fondo de Cultura Eco‑nómica, 2000 (tradução de Portugal en Transe, por Carlos Tirado Zavala).

· «Portugal e a Catalunha: do 25 de Abril à União Europeia» in Uns apartats germans Portugal i Catalunya, Víctor Martínez ‑Gil (ed.), Barcelona, Lleonard Muntaner, 2010, pp. 169 ‑77.

Livros publicados

· Elementos para Uma Política Externa do Portugal Democrático, Lis‑boa, MNE, 1976.

· Do Código Genético no Estado Democrático, Lisboa, Contexto, 1981.· Estudos de Estratégia e Relações Internacionais, Lisboa, Imprensa

Nacional ‑Casa da Moeda, 1981.· Ensaio Histórico sobre a Revolução do 25 de Abril — O período pré ­cons­

­titucional, Lisboa, co ‑edição INCM ‑sREC da Região Autónoma dos Açores, 1983.

· A Posição de Portugal no Mundo, Lisboa, Fundação Gulbenkian, 1988.

· Um Século de Problemas, Lisboa, Horizonte, 1989.

· Portugal na Conferência da Paz: Paris 1919, Lisboa, Quetzal, 1992.· O Comportamento Político dos Militares: Forças Armadas e regimes po­

líticos em Portugal durante o século xx, Lisboa, Ed. Estampa, 1992.· Portugal em Transe, in História de Portugal, José Mattoso (orient.),

vol. viii, Lisboa, Círculo de Leitores e Ed. Estampa, pp. 7 ‑285.· A Autonomia dos Açores na Percepção Espacial da Comunidade Portu­

guesa, Ponta Delgada, Ed. Jornal de Cultura, 1995.· A Nova Era Europeia— De Genebra a Amesterdão, Lisboa, Editorial

Notícias, 1999.· Cinco Regimes na Política Internacional, Lisboa, Editorial Presença,

2006. · Os Açores na Política Internacional, Lisboa, Tinta ‑da ‑china (no prelo).

Notas Biográficas

Ana­Mónica­Fonseca. Doutoranda em História Contemporânea no IsCTE‑IUL, onde prepara uma tese sobre os sociais‑democratas ale‑mães e a transição para a democracia em Portugal. É investigadora do IPRI‑UNL e do CEHC ‑IUL. Autora de A Força das Armas: O Apoio da República Federal da Alemanha ao Estado Novo, 1958­1968 (2007).

António­Paulo­Duarte. Investigador do IDN e do IHC, é autor de vários estudos de temas de estratégia e de história militar. Em 2010, publicou A Política de Defesa Nacional 1919­1958, que correspon‑de à sua tese de doutoramento em História Institucional e Política Contemporânea.

António­ Reis. Doutor em História Cultural e das Mentalidades Contemporâneas pela FCsH da Universidade Nova de Lisboa, onde leccionou de 1983 a 2008. Vice‑presidente do IHC. A par de numero‑sos artigos em revistas da especialidade, é autor de obras como Por­tugal Contemporâneo (coord., 1990‑1993) e de Raúl Proença, Biografia de um intelectual político republicano (2003).

Aurora­Almada­ e­ Santos. Licenciada em História pela FCsH, mestre em História Contemporânea pela mesma instituição, com uma tese sobre o Comité de Descolonização da ONU e os movi‑mentos de libertação da África portuguesa, orientada por J. Me‑deiros Ferreira. É actualmente bolseira de doutoramento da FCT, encontrando‑se a desenvolver uma investigação sobre a ONU e a questão colonial portuguesa.

Carlos­Enes. Mestre em História Contemporânea pela Universida‑de Nova de Lisboa (1993). Professor do ensino secundário, com dez anos de leccionação no ensino superior. Investigador de temas de História dos Açores.

Carlos­Gaspar. Politólogo, foi durante vários anos assessor da Casa Civil do Presidente da República. Director do IPRI‑UNL e professor

[690]­ o­longo­curso notas­biográficas­ [691]

Novo (1926­1974) (1994), Portugal Século xx (1890­1976). Pensamento e acção política: ensaio histórico (2004), Lisboa Revolucionária: Roteiro dos confrontos armados no século xx (2007) e História da Primeira República Portuguesa (co‑autor) (2009).

Filipe­Ribeiro­de­Meneses. Professor no Departamento de Histó‑ria da Universidade Nacional da Irlanda, em Maynooth. Especialista em História Portuguesa e Espanhola Contemporânea, é autor de vá‑rios livros, entre os quais União Sagrada e Sidonismo: Portugal em Guerra 1916­1918 (2000), Franco and the Spanish Civil War (2001), Afonso Costa (2010) e Salazar: Uma biografia política (2010).

Francisco­ Castro. Licenciado em Antropologia Cultural pela FCsH, tem várias pós‑graduações na área do marketing político e das relações internacionais. Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada. Autor de O Pedido de Adesão de Portugal às Co­munidades Europeias (2010), galardoado com o Prémio Jacques Delors.

François­ Garçon. Historiador franco‑suíço, especializado em História do Cinema. É docente da universidade de Paris 1 Panthéon‑‑sorbonne. Autor de uma vasta obra, destacam‑se De Blum à Pétain, Cinéma et société française 1936­1944 (1984), Gaumont : Un siècle de ciné­ma (1994), La Guerre du Pacifique (1997), La Distribution cinématogra­phique en France 1907­1957 (2006), Enquête sur le cauchemar de Darwin (2006), Le modèle suisse (2008) e Enquête internationale sur la fabrica­tion des élites (2011).

Helena­Pinto­Janeiro. Mestre em História Contemporânea, é in‑vestigadora do IHC. Prémio de História Contemporânea do Centro Cultural da Universidade do Minho (1996), é autora de Salazar e Pé­tain. Relações luso­francesas durante a II Guerra Mundial (1998) — a sua tese de mestrado orientada por J. Medeiros Ferreira — e Norton de Matos e as Eleições Presidenciais de 1949 (2010, co‑editora).

Irene­Pimentel. Doutorada em História Contemporânea e investi‑gadora do IHC. Em 2007, foi galardoada com o Prémio Pessoa. En‑tre as suas publicações mais recentes contam‑se Vítimas de Salazar: Estado Novo e violência política (co‑autoria) (2007), Mocidade Portugue­sa Feminina (2007), A História da PIDE (2007), Zeca Afonso (2009) e

convidado da FCsH, é autor de inúmeros estudos e artigos na área de ciência política, segurança e defesa, e relações internacionais.

Daniel­Marcos. Licenciado em História pelo IsCTE, mestre em História Contemporânea pela mesma instituição. Autor de Salazar e De Gaulle: A França e a Questão Colonial Portuguesa 1958­1968 (2007). É actualmente bolseiro de doutoramento da FCT, encontrando‑se a desenvolver uma investigação sobre as relações transatlânticas de Portugal no século xx.

David­Castaño. Mestre em História Contemporânea pelo IsCTE. Autor de Paternalismo e Cumplicidade. As relações luso­britânicas de 1943 a 1949 (2006). É actualmente bolseiro de doutoramento da FCT, en‑contrando‑se a desenvolver uma tese sobre Mário soares e a transi‑ção à democracia.

Elsa­Santos­Alípio. Licenciada em História e mestre em História Contemporânea pela FCsH/UNL, instituição à qual está ligada atra‑vés do Instituto de História Contemporânea. É técnica superior no Museu da Presidência da República, onde tem vindo a centrar o seu trabalho na história do presidencialismo português.

Fernando­Costa. Mestre em História Contemporânea, é investiga‑dor do Instituto de História Contemporânea da FCsH‑UNL e autor de Portugal e a Guerra Anglo­Boer. Política externa e opinião pública (1899­­1902) (1998), que corresponde à sua tese de mestrado orientada por J. Medeiros Ferreira, e de Os Descobrimentos no Imaginário Juvenil: 1850­­1950 (co‑autor) (2000).

Fernando­Martins. Professor Auxiliar no Departamento de Histó‑ria da Universidade de Évora. Obteve o seu mestrado em 1996 com uma tese sobre Portugal e as Nações Unidas (1945‑1968), orientada por J. Medeiros Ferreira. Autor de uma biografia de Pedro Theotónio Pe‑reira (no prelo), que corresponde à sua tese de doutoramento (2004).

Fernando­Rosas. Professor Catedrático da Faculdade de Ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Presidente do IHC. Especialista em História Contemporânea Portuguesa, é autor de vários livros entre os quais História de Portugal. vol. vii. O Estado

[692]­ o­longo­curso notas­biográficas­ [693]

Manuel­de­Lucena. Investigador principal do Instituto de Ciências sociais. Autor de vários livros, entre os quais A Evolução do Sistema Corporativo Português (1976), O Estado da Revolução (1978), Revolução e Instituições — A extinção dos grémios da lavoura alentejanos (1985) e Con­tradanças: Política e arredores (2006).

Maria­Inácia­Rezola. Docente da Escola superior de Comunica‑ção social e investigadora do IHC. Autora de Os Militares na Revolu­ção de Abril (2006) e 25 de Abril – Mitos de uma revolução (2007).

Nicolau­Andresen­ Leitão. Doutor em História pelo Instituto Universitário Europeu, é investigador associado do Instituo de Ciências sociais. Autor de vários artigos sobre história da integra‑ção europeia e do livro Estado Novo, Democracia e Europa, 1947­1986 (2007).

Nuno­Severiano­Teixeira. Professor Associado da FCsH‑UNL e pró‑reitor da Universidade Nova de Lisboa. Da sua obra mais recen‑te, destacam‑se a Nova História Militar de Portugal (2004), Europa do Sul e a Construção da União Europeia (co‑autor) (2005) e The Internatio­nal Politics of Democratization. Comparative perspectives (2008).

Pedro­ Aires­ Oliveira. Professor auxiliar no Departamento de História da FCsH, membro do IHC e do IPRI‑UNL. Autor de Os Despojos da Aliança. A Grã­Bretanha e a questão colonial portuguesa, 1945­­1975 (2007), a adaptação da sua tese de doutoramento, orientada por J. Medeiros Ferreira.

Pedro­Pezarat­Correia. General na reserva. Professor convidado do Curso de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. É autor de obras como Centuriões ou Pre­torianos? (1988), Descolonização de Angola – A Jóia da Coroa do Império Português (1991), Questionar Abril... (1994) e Angola – Do Alvor a Lusaka (1996).

René­Pélissier. Historiador especializado em questões ultramarinas portuguesas (séculos xix e xx). Autor de uma vasta bibliografia, publicou recentemente As Campanhas Coloniais de Portugal, 1844­1941 (Estampa, 2006) e Timor em Guerra. A conquista portuguesa (Estampa, 2007).

Tribunais Políticos: Tribunais militares especiais e tribunais plenários duran­te a ditadura e o Estado Novo (co‑autora) (2009).

José­Guilherme­Reis­Leite. Doutorado em História Moderna e Contemporânea, pela Universidade dos Açores. Tem‑se dedicado à História dos Açores e do Atlântico. Membro da Academia Portugue‑sa da História.

José­Magone. Doutor em Ciência Política, é actualmente professor na Berlin school of Economics and Law. Autor de vários estudos so‑bre política europeia, entre os quais The Developing Place of Portugal in the European Union (2004) e The New World Architecture. The role of the European Union in the making of global governance (2006).

Lawrence­S.­Graham. Professor emérito da Universidade do Texas (Austin). Autor de vários estudos sobre política burocrática e polí‑ticas públicas na América Latina e em Portugal, entre os quais The State and Policy Outcomes in Latin America (1990), The Political Economy of Brazil (1990) e The Portuguese Military and the State (1993).

Luís­Farinha. Doutorado em História Contemporânea e investigador do IHC. Recentemente publicou Vítimas de Salazar: Estado Novo e vio­lência política (co‑autoria) (2007), Francisco Pinto Cunha Leal, Biografia de um notável rebelde (2009) e Tribunais Políticos: tribunais militares especiais e tribunais plenários durante a ditadura e o Estado Novo (co‑autor) (2009).

Luís­Nuno­Rodrigues. Professor auxiliar com agregação no Depar‑tamento de História do IsCTE. Autor de vários livros sobre História Contemporânea de Portugal e dos EUA. A sua obra Kennedy­Salazar: A crise de uma aliança (2002) foi galardoada com os Prémios Fundação Mário soares e Aristides sousa Mendes. Mais recentemente publi‑cou Spínola, Biografia (2010).

Luís­Salgado­de­Matos. Politólogo. Investigador Principal do Ins‑tituto de Ciências sociais. Os seus temas de pesquisa são o Estado, a Igreja e as Forças Armadas. É autor de Tudo o Que sempre Quis Saber sobre a Primeira República (2010), Como Evitar Golpes Militares (2008) e Desenvolvimento Português, Integração Europeia e Espaços da Sua Convi­vência Histórica e Cultural (2005), O Estado de Ordens (2004).

[694]­ o­longo­curso

Valentim­ Alexandre. Investigador do Instituto de Ciências so‑ciais, é autor de vários estudos sobre história colonial e das relações externas portuguesas, dos quais se podem referir Os Sentidos do Im­pério (1993), Velho Brasil e Novas Áfricas: Portugal e o Império, 1908­1975 (2000) e O Roubo das Almas. Salazar, a Igreja e os Totalitarismos, 1930­1939 (2007).

Victor­ Pereira. Doutorado em História pelo Institut d’Études Politiques de Paris, com uma tese sobre O Estado Português e os Por­tugueses em França (1957­1974). Investigador do Instituto de História Contemporânea da FCsH. Maître de Conférences da Université de Pau et des Pays de l’ Adour.

foi­ composto­ em­ caracteres­ Hoefler­ Text­e­ impresso­ na­ Manuel­ Barbosa­ &­ Filhos,­­sobre­ papel­ Coral­ Book­ de­ 80­ gramas,­­numa­tiragem­de­mil­ exemplares,­ no­ mês­

de­Dezembro­de­2010.