Onda de saúde

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52 n NB Plus agosto’2014 Esportes Por Thaís Barcellos Fotos Divulgação Onda de saúde O surf é um dos esportes mais fasci- nantes do mundo e atrai milhares de novos pracantes de diversas idades, encantados por sua magia e eslo de vida, em contato com a natureza. Mas, não é só isso. De acordo com o instrutor de surf Armando Daltro, o esporte, quando pracado entre três e cinco vezes por se- mana, proporciona aumento de resistência cardiorrespiratória, desenvolvimento dos membros superiores, das costas e abdômen e melhora geral na elascidade. Os benecios para a saúde do corpo são visíveis devido ao esforço para se equili- brar na prancha e ao nado no mar para che- gar até as ondas, entre outros movimentos. No entanto, o surf é muito mais que um esporte para aqueles que o pracam. “O mar e suas ondas transmitem uma energia maravilhosa no momento em que o surfista está sobre a prancha deslizando em suas paredes, uma mistura de adrenalina e ao mesmo tempo de paz interior, que é dicil descrever, só experimentando para enten- der, é muito relaxante. Tem uma frase que diz ‘Não há nada que um bom dia de surf não cure’, talvez 100% dos surfistas concor- dem com ela”, filosofa Armando. O instrutor pontua que o surf pode ser pracado por crianças a parr dos quatro anos, desde que saibam mergulhar sem aspirar a água, passando pelos jovens até os adultos. “Não há limite de idade para iniciar ou pracar, desde que o indivíduo não tenha restrições médicas para fazer a- vidade sica”, acrescenta. A restrição, diz, é para pessoas que não sabem nadar ou que possuem problemas de coluna e nas arcu- lações. Os iniciantes do surf começam na es- cola com uma aula teórica de apresentação do ambiente (o mar), pranchas e acessó- rios, depois são demonstradas as posturas iniciais – deitado, sentado, remada e em pé. “Nos primeiros dias, ulizamos as pranchas maiores (longboard ou funboard) de mate- rial emborrachado, para proteger o aluno e dar mais segurança nas primeiras ondas. Em seguida, introduzimos as pranchas de fi- bra. Um curso básico pode ser realizado em quatro aulas de uma hora e quinze”. Surfista profissional O baiano Lapo Gabriel Coelho Cou- nho, 21, já praca o surf desde os quatro anos. “Meu pai surfa desde pequeno e, jun- to com vários amigos dele, foi um dos pio- neiros de surf na Bahia e um dos primeiros brasileiros a morar no Havaí. Então comecei a surfar por causa dele e porque meus ir- mãos e primos mais velhos também surfa- vam”, conta. SURF É MAIS QUE ESTILO DE VIDA. QUEM PRATICA, MELHORA A RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA E AINDA DESESTRESSA, JÁ QUE O MAR PODE SER TERAPÊUTICO O atleta se diz fascinado pelo esporte devido à constante mudança do mar e das condições das ondas. “Surfo há 17 anos e nunca peguei um mar igual ao outro. Não é como nos outros esportes, que você tem um campo, ou quadra, ou halfpipe (estru- tura em forma de U onde se praca skate) parado no lugar e daí você treina nele. As condições estão sempre diferentes, então você tem de aproveitar os momentos bons com muita vontade”. Lapo explica que o surf é um ómo exercício para o corpo, pois fortalece os membros superiores, mas devido à movi- mentação exausva, deve-se alongar bas- tante antes. “Surf é como uma terapia para mim, desde pequeno sempre ia para o mar quando alguma coisa estava errada e, de- pois do surf, tudo ficava bem. É um contato com a natureza muito forte, fico relaxado e tranquilo quando estou no mar”. Atualmente, Lapo é surfista profissional e vive do esporte. “Cursei Ciências Sociais por um semestre na UFBA, mas não deu para conciliar com o surf porque fazia muitas viagens. Sou surfista profissional e vivo do surf, graças a meus patrocínios”, orgulha-se. Lapo, inclusive, já foi indicado a alguns campeonatos como Oakley Wave of the Winter, Prêmio Surfar, Prêmio Greenish e Billabong XXL.

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Page 1: Onda de saúde

52 n NB Plus agosto’2014

Esportes Por Thaís BarcellosFotos Divulgação

onda de saúdeO surf é um dos esportes mais fasci-

nantes do mundo e atrai milhares de novos praticantes de diversas

idades, encantados por sua magia e estilo de vida, em contato com a natureza. Mas, não é só isso. De acordo com o instrutor de surf Armando Daltro, o esporte, quando praticado entre três e cinco vezes por se-mana, proporciona aumento de resistência cardiorrespiratória, desenvolvimento dos membros superiores, das costas e abdômen e melhora geral na elasticidade.

Os benefícios para a saúde do corpo são visíveis devido ao esforço para se equili-brar na prancha e ao nado no mar para che-gar até as ondas, entre outros movimentos. No entanto, o surf é muito mais que um esporte para aqueles que o praticam. “O mar e suas ondas transmitem uma energia maravilhosa no momento em que o surfista está sobre a prancha deslizando em suas paredes, uma mistura de adrenalina e ao mesmo tempo de paz interior, que é difícil descrever, só experimentando para enten-der, é muito relaxante. Tem uma frase que diz ‘Não há nada que um bom dia de surf não cure’, talvez 100% dos surfistas concor-dem com ela”, filosofa Armando.

O instrutor pontua que o surf pode ser praticado por crianças a partir dos quatro anos, desde que saibam mergulhar sem

aspirar a água, passando pelos jovens até os adultos. “Não há limite de idade para iniciar ou praticar, desde que o indivíduo não tenha restrições médicas para fazer ati-vidade física”, acrescenta. A restrição, diz, é para pessoas que não sabem nadar ou que possuem problemas de coluna e nas articu-lações.

Os iniciantes do surf começam na es-cola com uma aula teórica de apresentação do ambiente (o mar), pranchas e acessó-rios, depois são demonstradas as posturas iniciais – deitado, sentado, remada e em pé. “Nos primeiros dias, utilizamos as pranchas maiores (longboard ou funboard) de mate-rial emborrachado, para proteger o aluno e dar mais segurança nas primeiras ondas. Em seguida, introduzimos as pranchas de fi-bra. um curso básico pode ser realizado em quatro aulas de uma hora e quinze”.

Surfista profissional

O baiano Lapo Gabriel Coelho Couti-nho, 21, já pratica o surf desde os quatro anos. “Meu pai surfa desde pequeno e, jun-to com vários amigos dele, foi um dos pio-neiros de surf na Bahia e um dos primeiros brasileiros a morar no Havaí. Então comecei a surfar por causa dele e porque meus ir-mãos e primos mais velhos também surfa-vam”, conta.

surf é Mais que estiLo de vida. queM pratiCa, MeLhora a resistênCia Cardiorrespiratória e ainda desestressa, já que o Mar pode ser terapêutiCo

O atleta se diz fascinado pelo esporte devido à constante mudança do mar e das condições das ondas. “Surfo há 17 anos e nunca peguei um mar igual ao outro. Não é como nos outros esportes, que você tem um campo, ou quadra, ou halfpipe (estru-tura em forma de U onde se pratica skate) parado no lugar e daí você treina nele. As condições estão sempre diferentes, então você tem de aproveitar os momentos bons com muita vontade”.

Lapo explica que o surf é um ótimo exercício para o corpo, pois fortalece os membros superiores, mas devido à movi-mentação exaustiva, deve-se alongar bas-tante antes. “Surf é como uma terapia para mim, desde pequeno sempre ia para o mar quando alguma coisa estava errada e, de-pois do surf, tudo ficava bem. É um contato com a natureza muito forte, fico relaxado e tranquilo quando estou no mar”.

Atualmente, Lapo é surfista profissional e vive do esporte. “Cursei Ciências Sociais por um semestre na UFBA, mas não deu para conciliar com o surf porque fazia muitas viagens. Sou surfista profissional e vivo do surf, graças a meus patrocínios”, orgulha-se.

Lapo, inclusive, já foi indicado a alguns campeonatos como Oakley Wave of the Winter, Prêmio Surfar, Prêmio Greenish e Billabong XXL.

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Onde surfar em Salvador3 Escola de Surf Armando DaltroTelefone: 9185-0064 / 2137-8190Local: Praia de Jaguaribe - Piatãwww.escoladesurfarmandodaltro.com.br

3 Escola de Surf Rogério VasconcelosTelefone: 3367-1117 / 8833-0810Local: Praia de Jaguaribe – Piatã

3 Centro de Terapia em SurfTelefone: 9148-5817 / 8233-0053Local: Praia de Jaguaribe - Piatãhttp://www.ctssurf.com/

História sobre pranchasOs primeiros relatos sobre surf foram

feitos pelo navegador James Cook, em 1778, quando ele descobriu o arquipélago havaiano e viu os primeiros surfistas em ação utilizando pranchas de madeira. Já o reconhecimento mundial veio com o cam-peão olímpico de natação e pai do surfe mo-derno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku. Ao vencer os jogos de 1912, em Estocolmo, o atleta declarou-se um surfista e passou a ser o maior divulgador do esporte no mun-do. Com isso, o Havaí e o esporte passaram a ser reconhecidos internacionalmente.

Em 1950, o surf se tornou popular nos Estados Unidos e virou uma “febre” entre os jovens da Califórnia. Durante as décadas de 70 e 80, o esporte espalhou-se por todo o mundo, dando início ao profissionalismo e aos campeonatos, inclusive tendo premia-ções em dinheiro.

No Brasil, o surf chegou por meio dos trabalhadores de companhias aéreas que, ao entrar em contato com a modalidade fora do país, trouxeram o esporte para cá. iniciando pela praia paulista de Santos e logo caindo nas graças dos cariocas, o surf rapidamente se espalhou pelo litoral brasi-leiro.

As primeiras pranchas utilizadas eram de madeira, até que, em meados da década de 1960, passaram a ser utilizadas as pran-chas de fibra de vidro. l