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Ano 01 nº 05 Novembro 2015 www.portalnovosrumos.com.br OPERAÇÃO J. HAWILLA NÃO DEIXARÁ ‘PEDRA SOBRE PEDRA’ Escândalo de corrupção no futebol, que atingiu altos dirigentes da Fifa, passa por contratos de transmissão firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Marinho FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, SEM MEDO DO RIDÍCULO JOVENS PALESTINOS COM FACAS SÃO ‘FILHOS DO DESESPERO’ A BATATA ESTÁ ASSANDO

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Ano 01 nº 05 Novembro 2015www.portalnovosrumos.com.br

OPERAÇÃO J. HAWILLA NÃO DEIXARÁ ‘PEDRA SOBRE PEDRA’

Escândalo de corrupção no futebol, que atingiu altos dirigentes da Fifa, passa por contratos de transmissão

firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Marinho

FERNANDO HENRIQUECARDOSO, SEM MEDODO RIDÍCULO

JOVENS PALESTINOS COM FACAS SÃO

‘FILHOS DO DESESPERO’

A BATATA ESTÁ ASSANDO

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Vilson TeixeiraJornalista/Editor - Reg. 11795

Presidente da Editora Novos Rumos Ltda

Editoração/Artes: WDNRRedação: (51) 3501.2047

A revista é publicada mensalmente pela Editora Novos Rumos Ltda, e não se

responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados.

editora

Ano 01 nº 05 Novembro 2015www.portalnovosrumos.com.br

OPERAÇÃO J. HAWILLA NÃO DEIXARÁ ‘PEDRA SOBRE PEDRA’

Escândalo de corrupção no futebol, que atingiu altos dirigentes da Fifa, passa por contratos de transmissão

firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Marinho

FERNANDO HENRIQUECARDOSO, SEM MEDODO RIDÍCULO

JOVENS PALESTINOS COM FACAS SÃO

‘FILHOS DO DESESPERO’

A BATATA ESTÁ ASSANDO

07 JOVENS PALESTINOS COM FACAS SÃO ‘FILHOS DO DESESPERO’, DIZ EX-CHANCELER CELSO AMORIM

10 O CASO DE SONEGAÇÃO DA GLOBO E O ESCÂNDALO HSBC

13 CHINA REALIZA EXERCÍCIOS MILITARES EM REGIÃO DE PATRULHA DE NAVIO DE GUERRA DOS EUA

14 CRUZADA DA MÍDIA PROVA QUE LULA AINDA NÃO MORREU

16O RESPONSÁVEL PELA CAPA INFAME DA VEJA TEM NOME E SOBRENOME: GIANCARLO CIVITA

18 LULA, O HOMEM SEM MEDO

20PETROBRAS SAI DAS TRANSMISSÕES DA FÓRMULA 1 E PIORA A CRISE DA GLOBO

22O LADO OBSCURO DO ‘OUTRO LADO’ NO JORNALISMO SENSACIONALISTA DE ÉPOCA

05 FHC, SEM MEDO DO RIDÍCULO

03 OPERAÇÃO J. HAWILLA NÃO DEIXARÁ ‘PEDRA SOBRE PEDRA’

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OPERAÇÃO J. HAWILLA NÃO DEIXARÁ ‘PEDRA SOBRE PEDRA’

A Polícia Federal vem con-duzindo uma ampla in-vestigação a partir de

denúncias feitas pelo empresário J. Hawilla, dono da Traffic, ao FBI. A informação é da colunista Sonia Racy, que aponta que a proposta é não deixar ‘pedra sobre pedra’.

A investigação global teve início com o escândalo de corrupção no futebol, que resultou na prisão de

altos dirigentes da Fifa, atingindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, mas passa por contratos de transmissão firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Mari-nho. A emissora tem os direitos de transmissão de todos os torneios do Brasil, mesmo quando paga menos aos organizadores.

Réu confesso no processo, Ha-willa revelou neste mês à Justiça

Americana que, desde 1991, tem a prática de pagar propinas por con-tratos de direitos de transmissão de competições oficiais. E disse ter consciência de que a prática era ile-gal. As confissões são relatadas em documentos liberados há 15 dias pelas autoridades dos EUA.

Segundo o empresário brasileiro, o pagamento de propina a dirigen-tes ligados à Fifa e à Conmebol era

Alerta foi feito pela colunista Sonia Racy, que afirma que a Polícia Federal esta-ria conduzindo uma ampla investigação a partir das denúncias do brasileiro José Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic, ao FBI; apuração global teve início com o escândalo de corrupção no futebol, que atingiu altos dirigentes da Fifa, mas passa por contratos de transmissão firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Marinho; réu confesso, ele revelou neste mês à Justiça Ameri-cana que, desde 1991, tem a prática de pagar propinas por contratos de direitos de transmissão de competições oficiais

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feito por ele desde 2013. Os docu-mentos apontam que o dono da Traffic selou contratos de direitos de transmissão de competições como Copa América, Copa Ouro e Copa do Brasil, além de patrocínios à Seleção Brasileira, por meio dessa prática.

Nesta semana, Marin aceitou ser extraditado aos Estados Uni-dos, onde ficará preso em seu próprio apartamento, em Nova York, com vista para a badalada 5ª Avenida. A princípio, quando foi detido, em junho deste ano, negou todas as acusações de envolvimen-to com esquemas de corrupção no futebol, mas depois mudou o tom e mostrou apenas frustração com J. Hawilla, que o gravou pedindo propinas para a Copa do Brasil.

Relação com a Globo

A relação entre Hawilla e a Glo-bo, no entanto, vai além de contra-tos de transmissão de competições de futebol. O empresário é dono da TV TEM, afiliada da emissora, sócio de João Roberto Marinho, filho de Roberto Marinho e responsável pelo jornal O Globo, na TV Aliança Paulista. Outra sociedade de Ha- Fonte: Brasil 247

willa é formada com o executivo Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho e diretor do canal Gloob, na TV São José do Rio Preto.

Em seu noticiário sobre o es-cândalo de corrupção no futebol, a Globo tem informado que grupos de mídia não estão envolvidos no esquema.

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FHC, SEM MEDO DO RIDÍCULO

Na grande crise de 2003, a imprensa foi atrás de todos os ex-presiden-

tes. Três deles se comportaram como ex-presidentes, chamando a opinião pública à razão. Foram eles José Sarney, Itamar Franco e Fernando Collor de Mello. Inde-pendentemente de história e linha de pensamento, comportaram-se com a responsabilidade que se

exige de um ex-presidente. O úni-co carbonário foi FHC, pequeno, mesquinho.

Não parou por aí. Sua vida pós--presidência tem sido um exercício permanente de mesquinharia, agora, aproveitando-se de uma re-leitura oportunista da mídia sobre seu governo – meramente devido à necessidade de se criar um con-

traponto ao governo Lula.

FHC tem colaborado, de forma pertinaz, para destruir sua repu-tação perante os observadores isentos da história. Fala pelos coto-velos, sem observar nenhuma regra mínima de conduta que se espera de um ex.

Sua última obra prima é esse

Por Luis Nassif

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primor de lógica política:

• Se Dilma não conseguir as reformas, também não conseguirá governar.

• A saída que tem, então, é se oferecer para o altar de sacrifícios: se o Congresso der as reformas, ela ofere-ceria, em troca, seu cargo de presidente, renunciando.

• Com esse gesto de despren-dimento, ela recuperaria sua força política, diz esse gênio da análise política.

E de que serviria recuperar, sen-do ex-presidente? Provavelmente para poder participar do chá das 5 na Academia Brasileira de Letras.

Não é fácil para aliados forçar interpretações sobre a era FHC. Ele poderia facilitar a vida dos amigos e aliados não se expondo tanto assim ao ridículo.

Do Estadão Dilma deveria dizer que só

renuncia se Congresso aprovar reformas, sugere FHC

Tucano avalia que, se propuses-

se mudanças eleitorais e na Previ-dência, petista recuperaria força política; caso contrário, restará ‘empurrar o tempo com a barriga’

Porto Alegre - Em entrevista

na manhã desta sexta-feira, 30, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a presidente Dilma Rousseff teria como melhor alternativa para a crise política pro-por um pacto pelo qual aceitaria renunciar ao mandato mediante a

aprovação de reformas que dificil-mente o Congresso e os partidos aceitariam fazer por conta própria, como melhorar os sistemas parti-dário-eleitoral e o previdenciário. “Ou ela assume e chama o País às falas, apresenta um caminho crível para o País e recupera a força para poder governar, ou então ela pelo menos deixa uma marca forte: ‘Eu saio se vocês aprovarem tal e tal coisa”, afirmou o ex-presidente tucano, em entrevista à Rádio Gaú-cha, do Grupo RBS.

“Como a presidente está em

uma situação tão delicada, tão difícil, de tão baixa popularidade e, ao mesmo tempo, com tanta dificuldade de aprovar qualquer coisa no Congresso, o que seria com grandeza? ‘Olha aqui, vocês querem que eu saia? Eu saio, mas vocês primeiro me deem tais e tais reformas, para criar um clima mais positivo’”, afirmou FHC. Para o tucano, as prioridades dessa agenda deveriam ser as regras das disputas eleitorais e o sistema público de pagamento de pensões e aposentadorias. “Muda a reforma eleitoral, porque esse sistema está fracassado. Mexe a Previdência, porque se não vai falir. Exige umas tantas coisas que sejam anseios nacionais e (diz:) ‘Se fizerem isso, eu caio fora’. Um gesto e, se fizer isso, nem cai fora, porque ganha (força política).”

Há pelo menos dois meses,

FHC tem defendido publicamente a renúncia como um “gesto de grandeza” para Dilma. Logo após as manifestações contra o governo e o PT de 16 de agosto, : “Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apon-

tar os caminhos da recuperação nacional , assistiremos à desarti-culação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato. Até que algum líder com for-ça moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais”.

Na entrevista desta sexta feira,

motivada pelo , em que relata o dia a dia no Palácio do Planalto, FHC se mostrou cético em relação à situação de Dilma. “Do jeito que está, ela pode até ficar (até o fim do mandato), mas vai empurrar o tem-po com o barriga sem conseguir re-sultados satisfatórios”, avaliou. Por isso, segundo o tucano, a renúncia seria o “menos custoso” ao País.

“Impeachment é um processo

longo. É um debate que paralisa o País. Uma decisão do Tribunal (Su-perior) Eleitoral que anule a eleição provoca também uma grande confusão, eleição de novo”, afirmou FHC, seguindo caminho diferente do defendido pela maioria do PSDB, que encampa um pedido de afastamento da presidente e contesta a campanha à reeleição de Dilma no TSE. “Tudo isso é muito fácil de falar, mas quem conhece o processo histórico sabe que tem um custo para o país muito elevado.” Ao comparar na semana passada as dificuldades de seu governo com o PT na oposição às enfrentadas por Dilma, FHC disse ao Estado que os tucanos não deveriam agir como os petistas fizeram no passado.

Fonte: GGN

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JOVENS PALESTINOS COM FACAS SÃO ‘FILHOS DO DESESPERO’, DIZ EX-CHANCELER CELSO AMORIM

Ex-ministro analisa nova crise entre Israel e Palestina, o enfraquecimento do Itamaraty e critica Dani Dayan como possível embaixador israelense em Brasília

No dia 14 deste mês, o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim se encon-

trou com o presidente palestino Mahmoud Abbas, em Ramallah,

e recebeu dele a Ordem da Es-trela de Jerusalem, considerada a condecoração mais importante outorgada pela Autoridade Pales-tina a personalidades nacionais e

internacionais.

O ex-chanceler recebeu a ho-menagem por seus esforços pela aproximação entre o Brasil e a

Por Guila Flint

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Palestina, por seu apoio à luta do povo palestino por liberdade e independência e pelo seu desem-penho a serviço da paz no Oriente Médio.

“Foi uma condecoração dada pelo reconhecimento do que eu fiz no passado”, disse Amorim. “Já se passaram cinco anos desde que deixei o Itamaraty. Fiquei muito honrado e também foi um reco-nhecimento da politica externa brasileira naquele período, por defender a existência de um Estado palestino, mas, sobretudo a paz na região”.

“Para mim, foi uma sensação forte chegar lá em um momento em que a paz está mais do que sob ameaça, ela está em xeque,

com as ações que têm ocorrido. Eu vejo a solução de dois estados cada vez mais longe e isso também me entristece”.

Amorim chegou ao Oriente Médio depois de duas semanas de violência entre israelenses e pales-tinos, em uma nova onda que está sendo definida como a “terceira Intifada”.

A primeira Intifada, que come-çou em 1987, foi um levante amplo contra a ocupação israelense, com a participação da população pa-lestina, desde crianças até idosos, e foi caracterizada como “Intifada das pedras”.

A segunda, que começou no ano 2000, foi a “Intifada dos suici-

das”, que se explodiram nas gran-des cidades israelenses, matando centenas de civis, em ônibus, restaurantes e mercados.

No levante atual, que está sendo chamado de “Intifada das facas”, os principais protagonistas são jovens palestinos, de menos de 20 anos de idade, que nasceram após o acordo de Oslo, assinado em 1993.

Restituir a esperança

Desde o inicio de outubro, já houve dezenas de casos de jovens palestinos, de Jerusalém Oriental, da Cisjordânia e mesmo cidadãos israelenses palestinos, que saíram às ruas armados com facas, chaves de fenda e até, em um caso, um

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descascador de batatas, para atacar civis e soldados israelenses.

Essa nova onda de violência dei-xou pelo menos 48 mortos do lado palestino e 9 do lado israelense.

“Esses jovens são filhos do de-sespero, decorrente da ausência de qualquer avanço em direção à paz”, disse Amorim. “Não justifico de maneira alguma o que eles estão fazendo, mas é preciso entender que a única maneira de impedir que a violência se agrave ainda mais é restituindo a esperança a esses jovens”.

“Eu vejo uma condição indis-pensável para retomar as negocia-ções, que é congelar a construção de assentamentos. A partir daí, poderia haver um diálogo que desse alguma esperança, porque o que se vê hoje é que, com os assen-tamentos que foram construídos, a Palestina está ficando inviável como país. Segundo as últimas informações que obtive, já há cer-ca de 600 mil colonos israelenses morando nos territórios ocupados”, disse Amorim.

“Isso inclusive é ruim para Israel. Acho que chegamos a um ponto que é preciso que lideranças espiri-tuais intervenham para acalmar um pouco esse ódio recíproco, botar um pouco de água nesse fogo, e olha que eu sempre fui mais do lado materialista, do lado da poli-tica”, opina. “Senti, que apesar das dificuldades, o presidente Abbas continua manifestando disponibi-lidade para voltar às negociações com Israel, mas Israel também precisa dar algum sinal positivo”.

“Impertinência diplomática”

Para Amorim, o ato do primeiro ministro de Israel, Benjamin Ne-tanyahu, de nomear Danny Dayan, ex-lider dos colonos na Cisjordânia, ao cargo de embaixador no Brasil, foi um sinal “negativo” e um ato de “impertinência” do ponto de vista diplomático.

“Eu acho esse ato de Netanyahu muito errado, muito errado”, disse. “Isso não é uma coisa casual, mas sim um reflexo dessa politica mais extremada que Israel está adotan-do, e é uma tentativa de, come-çando pelo Brasil, influir em todos os países da América Latina para, progressivamente, desistirem da ideia dos dois estados e de apoiar o Estado Palestino”.

“Dayan é um líder justamente dos movimentos que provocam a principal causa da obstrução das negociações”, continua. “A nomeação, da maneira que foi feita, foi diplomaticamente muito indelicada, pois foi anunciada antes de se pedir o agrément - em geral se consulta o país para saber se há algum problema e depois é que se anuncia – e foi uma atitude incorreta, acho inclusive uma certa impertinência, você indicar um em-baixador antes de consultar o país. Mas, enfim, independentemente dos procedimentos diplomáticos, essa nomeação é sinal dessa po-litica, que inclusive foi analisada por jornalistas brasileiros, de tentar forçar uma mudança sul americana na posição de dois estados”.

Erosão na politica externa “ativa e altiva”

Amorim descreve o período em que serviu como chanceler (2003-2010) no livro que lançou em março deste ano, “Teerã, Rama-lá e Doha – Memórias da Politica Externa Ativa e Altiva”.

Na conversa com Opera Mundi ele lamenta a “erosão” que se deu, nos últimos anos, tanto na ativida-de como na “altivez”.

“É difícil ser ativo e altivo se você não consegue pagar a conta de luz”, disse, em referência às di-ficuldades que os diplomatas bra-sileiros no exterior têm enfrentado após o corte das verbas. “Há uma erosão da politica externa, não por mudança de posições, mas por um enfraquecimento do Itamaraty e o corte de recursos”, disse, “e isso acaba tendo um reflexo no conte-údo também”.

Para o ex-chanceler, o enfraque-cimento do Itamaraty pode ter um efeito negativo sobre a economia do país.

“Nesta situação de estagnação e até recessão em que estamos agora, a exportação é importante e, para exportar, tem que se estar presente nos lugares, tem que se aproveitar as oportunidades que foram criadas no papel, por intermédio de acordos que fize-mos, por exemplo na África e no Oriente Médio, inclusive em Israel, e transformá-las em realidade”.

“Enfim, dias melhores virão, como o diz o título do filme do Cacá Diegues”, concluiu Amorim.

Fonte: Ópera Mundi

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O CASO DE SONEGAÇÃO DA GLOBO E O ESCÂNDALO HSBC

Por Joaquim de Carvalho

O “endereço” da “Empire” nas Ilhas Virgens: empresa da Globo nunca funcionou aqui

Desde que estourou o es-cândalo da lista do HSBC em Genebra, Suíça, a

pergunta que não quer calar é: a Globo está lá? O jornalista Fernan-do Rodrigues, do UOL, que recebeu uma cópia da relação através do ICIJ, siga em inglês para Consórcio Internacional de Jornalistas In-vestigativos, da qual ele faz parte, pode vir a responder. Mas, como anunciou, não quer se precipitar,

para não correr o risco de expor algum correntista que tenha con-ta legítima, ou seja, que não seja abastecida com dinheiro ilícito.

A suspeita de que a Globo faz parte do elenco desses correntistas faz todo sentido. Segundo o ex--funcionário do HSBC que vazou a relação, o banco se especializou em facilitar as coisas para correntistas que queriam lugar seguro para es-

conder o dinheiro do imposto que era sonegado no país de origem.

O coordenador do projeto que se seguiu ao vazamento (Swiss-Leaks), Serge Michel, diz: “O que descobrimos nos documentos do SwissLeaks é que o banco, para proteger ainda mais seus clientes, visto que a Suíça já não oferecia as vantagens do passado, propôs a eles novas modalidades offshore”.

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Michel cita as Ilhas Virgens Britâni-cas como um dos locais preferidos dos sonegadores.

A Globo aportou lá, em 1999, com a criação da Empire Invest-ment Group Ltd., uma empresa que existe apenas no papel e tinha como endereço uma caixa de correio, como comprovei quando estive no país. No caso da empresa da Globo, a caixa número 3340 era dividida com a Ernst & Young, a consultoria de negócios que deu suporte para a Globo abrir e manter a companhia de papel.

Em 2013, o mesmo ICIJ trouxe a público um relatório com detalhes de 130 mil contas em paraísos fis-cais. O escândalo ficou conhecido como Offshore Leaks.

A base de dados disponível no site oficial contém informações sobre dez localidades, incluindo as Ilhas Virgens Britânicas, as Ilhas Cook e Singapura.

Nos dados relacionados ao Brasil, aparece um correntista com apenas o registro do endereço, sem nome de pessoa jurídica ou física, na avenida Atlântica, 2266, aparta-mento 302.

Cúmulo da coincidência: o pré-dio é vizinho ao edifício onde Ro-berto Marinho tinha um tríplex em 2004, vendido ao bicheiro Anísio Abrahão David, patrono da escola de samba Beija Flor.

Vizinho também do prédio onde mora a funcionária da Receita Fede-ral que fez desaparecer o processo

em que os três filhos de Roberto Marinho eram responsabilizados penalmente pela sonegação de mais de R$ 615 milhões, em valores de dezembro de 2006.

O inacreditável é que, aparen-temente, é coincidência mesmo. Liguei para o apartamento 302 da avenida Atlântica 2266, e atendeu um homem com sotaque estran-geiro que se apresentou como Joseph. Ele diz que ali funciona a Norwell do Brasil Ltda, uma em-presa com negócios na Índia e no Quênia, segundo uma página na internet.

Joseph, que não quis dizer o sobrenome, ficou com o número do meu celular, e disse que o adminis-trador entraria em contato. Ainda não recebi o telefonema.

A Receita Federal também não respondeu a um pedido de entre-vista para explicar a situação da Globo em relação ao Fisco. A expli-cação da assessoria de imprensa é que a Receita não comenta casos de contribuintes, para proteger o sigilo fiscal.

Nem para dizer que providên-cias a Receita tomou no caso da acusação de sonegação? – ques-tionei.

— Nem para isso, respondeu a assessora Denise Naves.

A íntegra do processo de sone-gação da Globo se tornou conhe-cida quando o site O Cafezinho, de Miguel do Rosário, obteve uma cópia e a colocou na internet.

Mas a Receita Federal remon-tou o processo, como é correto no caso de autos desaparecidos, e deu sequência ao trâmite determinado pelo auditor fiscal Alberto Zile, que recomendava a denúncia por crime contra a ordem tributária cometido pelos irmãos Marinho?

O site da Receita informava até pouco tempo atrás que o processo estava num trâmite bem demorado. Tinha começado em 2006 e, em 2014, oito anos depois, o trâmite continuava, sem chegar a lugar nenhum.

O que sabemos sobre o desfe-cho do processo é o que a Globo diz: em 2010, se beneficiando dos descontos do Refis, recolheu o DARF.

Mas cadê o DARF?

A Polícia Federal abriu e fechou o inquérito um ano depois, num pro-cedimento absolutamente sigiloso, sem mostrar o DARF.

Graças ao vazamento do pro-cesso de sonegação, sabe-se que a data de investigação da Receita coincide com o desfecho de uma investigação na Suíça (sempre ela) que apurou corrupção na Fifa.

Em carta rogatória, o juiz de instrução do cantão de Zug, da Confederação Helvética (o antigo nome da Suíça), pediu ao Supremo Tribunal Federal que localizasse e interrogasse, na presença de agen-tes suíços, os senhores Marcelo Campos Pinto e Fernando Viegas Rodrigues Filho.

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Pediu também que a justiça no Brasil requisitasse documentos da TV Globo relacionados ao contrato de aquisição dos direitos de trans-missão da Copa do Mundo de 2002.

Marcelo Campos Pinto é quem representou a TV Globo e uma de suas subsidiárias no Exterior, a Globo Overseas, na assinatura do contrato com a intermediária da Fifa (ISL) para a compra dos direitos da Copa.

Fernando Viegas Rodrigues Fi-lho é um dos destinatários de um comunicado do Banco Central à TV Globo, autorizando a remessa de 221 milhões de dólares para a compra da Empire nas Ilhas Virgens Britânicas.

Hoje se sabe que era um negó-cio de mentirinha, para enganar o Fisco e sonegar impostos, mas à época o Banco Central aceitou formalmente o argumento de que a remessa era para “fins de investi-mento brasileiro no exterior”.

A realidade é que a própria Glo-bo tinha aberto a Empire nas Ilhas Virgens Britânicas, para que ela ficasse com os direitos de transmis-são da Copa. Ao simular a compra da empresa, trouxe os direitos, sem recolher impostos no Brasil.

O então presidente do Supre-mo, Maurício Corrêa, hoje falecido, atendeu ao pedido da justiça suíça. Os papéis da TV Globo e os depoi-mentos dos dois executivos foram enviados para o cantão de Zug em janeiro de 2005.

Um dos advogados relaciona-dos no caso para defender a Globo e os executivos é Rodrigo Ferrante Perez, filho de uma das mais co-

nhecidas autoras de novela da TV Globo, Glória Perez.

(Glória Perez também é mo-radora do prédio onde Roberto Marinho tinha o tríplex, hoje em nome do bicheiro Anísio da Beija Flor, naquele miolinho já famoso da avenida Atlântica).

Procurei Rodrigo Perez, mas ele disse não se lembrar dessa ação. Ficou de levantar informações e entrar em contato.

Alguns meses depois que a documentação seguiu para Zug, na Suíça, a Receita Federal iniciou a auditoria na Globo, que termi-nou com a conclusão de que a TV cometeu fraude e simulação, com o objetivo de não pagar impostos no Brasil.

Na mesma época, tinha início o inquérito do mensalão, que termi-nou com parte da cúpula do PT na cadeia, sete anos mais tarde.

A denúncia do procurador-geral

Antônio Fernando Barros e Silva de Souza diz que, além das operações ilícitas envolvendo o PT e o Banco Rural, a investigação revelou prá-ticas fraudulentas envolvendo o mesmo banco e dezesseis pessoas físicas e jurídicas, entre elas a Globo Comunicações e Participações.

Não é novidade que esse fato passou longe dos debates dos ministros do Supremo Tribunal Federal, durante o julgamento do mensalão. Mas chega a ser escan-daloso que a investigação, contida num inquérito paralelo no Supre-mo, seja mantida até hoje sob mais absoluto sigilo.

Quem pratica fraude bancária, como denunciou o Ministério Público Federal nesse caso do mensalão, ou é apanhada na sone-gação, como ficou comprovado no processo da Receita, pode ter seu nome relacionado em qualquer lista de correntistas suspeitos.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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Notícias sobre os exer-cícios, os quais inclu-íram tiros ao ar, não

especificaram onde eles ocor-reram, mas afirmaram que eles envolviam aeronaves e navios da região de Guangzhou, no sul da China e da frota da marinha cuja principal área de responsabilida-de é o Mar da China Meridional.

Fonte: Sputiniknews

CHINA REALIZA EXERCÍCIOS MILITARES EM REGIÃO DE PATRULHA DE NAVIO DE GUERRA DOS EUA

Militares chineses conduziram exercícios aéreos e marítimos na última semana, segundo noticiou portal de notícias oficial, poucos dias depois de um navio de guerra dos Estados Unidos navegar pelas disputadas águas do Mar da China Me-ridional em um desafio direto a alegações territoriais chinesas.

Os exercícios simularam condi-ções de guerra e tinham como objetivo melhorar a capacidade de preparação para o combate, segundo reportagens publica-das no 81.cn, portal oficial dos militares.

As notícias não fizeram re-ferência à patrulha conduzida

pelos Estados Unidos no dia 27 de outubro, que tinha por objetivo, segundo Washington, assegurar a liberdade de navegação na área — alvo de disputas territoriais entre a China e vários países do sudeste asiático.

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Ciclicamente, ora Dilma, ora Lula, são os alvos da imprensa familiar,

porta-voz da direita brasileira, representada pelo PSDB. Disse o ex-presidente no último encontro do PT, quinta-feira (29), que o PT é atacado 24 horas por dia no que

CRUZADA DA MÍDIA PROVA QUE LULA AINDA NÃO MORREU

chamou de maior bombardeio da história do país. A semana que se encerra foi dedicada à desconstru-ção do ex-presidente, conforme as capas de duas revistas semanais, por duas razões; a primeira, o arrefecimento do impeachment; a segunda (e mais importante), a

pesquisa Ibope de 26 de outubro que coloca o petista máximo, hoje, mesmo com toda a desconstrução, como o nome que tem o voto mais fiel entre aqueles que se colocam para a corrida eleitoral para 2018.

O Ibope mostra sim um alto

Semana que terminou com duas capas dedicadas, mais uma vez, a destruir o ex--presidente Lula, foi a mesma que começou com uma pesquisa Ibope apontando que ele ainda é quem lidera as sondagens para a sucessão presidencial de 2018; o levantamento mostra que a direita representada pelo PSDB, com apoio tácito da imprensa familiar, ao martelar exclusivamente o tema da corrupção, está con-seguindo criar uma ojeriza generalizada da população aos políticos e à política; a estratégia inflou a rejeição dos principais nomes e, contra os prognósticos de seus adversários, Lula ainda emerge como aquele que tem o maior percentual de votos fieis entre os nomes postos para 2018

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15desgaste daquele que já foi o líder mais popular da história brasileira. Mas não só dele, e sim de toda a classe política e da própria política. É preciso considerar que o PSDB acaba por praticar um haraquiri ao insuflar a mídia na pauta única da corrupção e com isso, depenar mui-tos tucanos e inúmeros líderes de vários partidos, não apenas do PT.

A rejeição de Lula cresceu bas-tante, é fato. E compreensível, já que além dapancadaria habitual, ele colhe reflexos da crise econô-mica. O percentual dos que dizem que não votariam de jeito nenhum no petista saltou de 33% em maio de 2014 para 55% agora. De Aécio subiu de 42% para 47% em um ano; a de Marina, de 31% para 50%; de Serra, de 47% para 54% em dois anos. Não há comparativo, mas a rejeição a Alckmin e a Ciro Gomes é igualmente alta: 52% para ambos.

Ou seja, ninguém está imune.

Sobressalta, então, um dado alarmante para a direita, razão para a intensificação dos ataques a Lula: a taxa de eleitores que dizem que votariam com certeza em Lula é maior do que a de todos os seus rivais: 23% (embora em maio de 2014 esse índice fosse de 33%). Em segundo lugar aparece o senador Aécio Neves (PSDB), com apenas 15%, seguido de perto por Marina Silva (Rede), com 11%. O também tucano José Serra tem 8%, o gover-nador Geraldo Alckmin (PSDB) tem 7% e Ciro Gomes (PDT), 4%.

O simples indício de que Lula ainda lidera as melhores expecta-tivas da população acendeu a luz vermelha no QG oposicionista e seus bunkers foram acionados. Polí-

Fonte: Brasil 247

cia Federal incluída, intensificaram--se as tentativas de criminalizar o presidente e sua família. A Opera-ção Zelotes, que começou inves-tigando fraudes que chegariam a R$ 156 bilhões no Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, desviou--se estranhamente de sua finalida-de para investigar uma suspeita de venda de medidas provisórias em benefícios das fabricantes de automóveis.

Ato contínuo, as duas maiores revistas semanais, Veja (dos Civita) e Época (dos Marinho), despejaram todo seu ódio sobre o ex-presiden-te. O panfleto da Abril chegou à indignidade de vestir Lula de presi-diário, num texto que se baseia em opiniões e nunca em fatos.

Época requentou uma denúncia sem fundamento ancorado num documento vazado ilegalmente, em agosto, do Conselho de Contro-le de Atividades Financeiras (Coaf ), onde são listados os pagamentos por suas palestras.

À tentativa de manipulação de Época foi denunciada com um petardo pelo Instituto Lula na resposta “O lado escuro do ‘outro lado’ no jornalismo sensacionalista de Época”.

Trechos da resposta merecem destaque: “A revista Época especia-lizou-se em distorcer e manipular documentos, muitos deles vazados de forma ilegal, para difamar e caluniar o ex-presidente Lula. Esta semana, a revista, e o autor da ma-téria, Thiago Bronzatto, fazem isso novamente.” E “Época não respeita o contraditório e engana os leito-res, vendendo como “novidade”

matérias requentadas. Por exem-plo, colocando a tarja “Exclusivo” na capa desta semana, para um tema tratado em agosto por sua concorrente mais famosa e ainda mais mentirosa.”

Lula parece compreender clara-mente o processo de sua descons-trução. E no encontro do PT do dia 29, falando aos militantes, mostrou que não vai sair da briga: “Eu só queria que vocês não ficassem preocupados com esses problemas. Porque eu digo sempre: ninguém precisa ficar com pena. Porque se tem uma coisa que aprendi na vida é enfrentar a adversidade. Pode ter certeza disso. Se o objetivo é trun-car qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria e, podem ficar certos, eu vou sobreviver”.

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O responsável pela capa criminosa da Veja desta semana tem nome e

sobrenome: Giancarlo Civita.

Se Lula decidir processar al-guém, é Gianca.

Num mundo menos imperfeito, Gianca pagaria por seu crime com uma temporada na cadeia.

Mas o Brasil é, infelizmente, muito imperfeito quando se trata

O RESPONSÁVEL PELA CAPA INFAME DA VEJA TEM NOME E SOBRENOME: GIANCARLO CIVITA

de julgar plutocratas como ele.

Mesmo o diretor de redação da Veja, Eurípedes Alcântara, é um peão diante de Gianca. Eurípedes fazia o que Roberto Civita manda-va e, morto este, faz o que Gianca manda.

Trabalhei com Gianca.

Gianca é aquele cara que não sabe fazer nada. Boa praça, no dia a dia, mas incompetente na pleni-

tude. Tem aquele tipo clássico de inépcia sorridente.

Seu pai tem responsabilidade aí. Nunca treinou Gianca. Nunca deu a Gianca uma posição decente na Abril. Nunca acreditou profissional-mente em Gianca.

Excluído na Abril sob o pai, Gianca tentou alguns empreendi-mentos sozinho. Num deles, vendia revistas da Abril que comprava a preços de pai para filho.

Por Paulo Nogueira

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Fonte: Diário do Centro do Mundo

Nunca acertou em nada.

Seu pai achava-o bonzinho demais para funcionar como exe-cutivo. “Sweet Gianca”, falava, de-preciativamente.

Gianca sempre teve profun-dos problemas psicológicos e de afirmação. Uma vez, me disse que detestava revistas. “Meu pai sempre deu muito mais atenção a elas que a mim”, explicou.

Não as lia, e nem lia nada, muito menos livros. (Nunca vi um Civita com um livro na mão, aliás.) Gosta-va de ficar horas vendo desenhos no Cartoon Network.

Parece que Gianca decidiu des-contar seu complexo em Lula. E, a rigor, em todos os petistas. Zé Dir-ceu é um caso típico. Um colunista da Veja, Roberto Pompeu de Tole-do, escreveu certa vez que o mun-do se divide entre os que podem fazer implante de cabelo e os que não podem. Dirceu, é claro, estava entre os que não podem. Pompeu disse que Guevara não faria.

E Gianca, que sumiu uns dias da Abril para fazer o mesmo que Dirceu: está entre os que podem ou não podem?

No começo dos anos 2 000 Roberto Civita decidiu dar aos executivos da casa um curso de publisher — uma das coisas mais confusas e inúteis que vi em meus longos anos de Abril. Gian-ca estava na primeira turma, e eu também. No jantar de entrega de diplomas, RC disse aos presentes, em referência a duas novas aquisi-ções da empresa, os especialistas em finanças Maurizio Mauro e

Emilio Carazai: “Finalmente temos gente que sabe fazer contas.”

Quer dizer: na visão paterna, Gianca — como todos nós, aliás — não sabia fazer contas.

Ninguém nunca o levou a sério na Abril até que a natureza o fez assumir as rédeas, como primo-gênito de Roberto.

Roberto, como seu xará Ma-rinho da Globo, não admitia a hipótese de morrer. E por isso ja-mais preparou Gianca e nem seus outros dois filhos, Victor e Roberta.

Quando deu entrada no Sírio Líbanês, achava que era uma ba-nalidade. Tinha uma cirurgia na segunda, e manteve na agenda reuniões de trabalho para a quinta, certo de que já estaria de volta à Abril.

Um imprevisto na cirurgia acabaria matando-o depois de uma prolongada temporada no hospital que custou 6 milhões de reais aos Civitas.

Gianca, morto o pai, virou presidente executivo da Abril sem saber coisa nenhuma de ad-ministração e, muito menos, de jornalismo.

É a maldição das empresas familiares.

Sem saber fazer uma legenda, preside o Conselho Editorial da Abril, ao qual a Veja responde.

Dali, comanda a corrente de ódio que a Veja despeja sobre os brasileiros todos os dias e todas as horas.

É uma situação absurda e in-justa. Os Civitas eram remediados quando se instalaram no Brasil, nos anos 1950.

Graças ao Brasil, a família se tornou riquíssima.

E a resposta de Gianca é esta: cuspir no Brasil. Levar os brasileiros a acharem que são o pior povo do mundo.

Uma família que recebeu tanto dos brasileiros age como se fosse credora, numa aberração sem pre-cedentes.

Os Civitas se valem de uma es-trutura jurídica feita para proteger gangsteres editoriais como eles.

Repito.

Num mundo menos imperfeito, esta capa da Veja conduziria Gianca a um lugar: a cadeia.

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LULA, O HOMEM SEM MEDO

A vós que vos deixais mor-tificar por esse bombar-deio de injustiças sobre o

homem que operou o milagre da li-bertação de dezenas de milhões de brasileiros dos grilhões da pobreza e que promoveu a maior distribuição de renda já vista neste país, serenai vossos espíritos.

Todo aquele que contemplou com lucidez o olhar de Luiz Inácio Lula da Silva sabe que em sua alma o medo não se cria.

Perscrutei os espelhos de sua

alma em busca de uma réstia de he-sitação, de uma sombra de medo, de um fiapo de insegurança, mas não encontrei. Do olhar de Lula emana, tão-somente, energia que poderia iluminar uma nação.

Enquanto conversávamos, não prestava tanta atenção às palavras. Refletia sobre aquela figura mítica que tinha diante de mim. E sobre os inimigos poderosos que lhe es-preitam cada passo, cada palavra, cada gesto.

Perguntava-me como podia se

manter tão sereno e confiante a despeito da horda que anseia des-truir não apenas o homem, mas as ideias que representa.

Disse a Lula que me preocupava com o ódio que lhe dedicam porque adentra o terreno do sobrenatural. O ódio que atraiu contra si ao pre-gar igualdade entre os brasileiros, converteu-se em religião. E o que é pior: os portadores desse ódio dis-põem de recursos extraordinários.

Confesso que passei minutos intermináveis tentando enxergar

Por Eduardo Guimarães

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Fonte: Blog da Cidadania

nele algum medo do futuro, das conspirações que germinavam en-quanto conversávamos, mas nada encontrei.

Tal era a serenidade em seu olhar enquanto eu listava tudo que pode-ria lhe suceder que cheguei a supor que ele não se dava conta dos riscos que corria. Insisti nesses riscos, mas ele não se abalava. Optei, então, por não perder mais tempo e direcionei a conversa para o quadro político, que ele já sabia que evoluiria como tem evoluído.

Se alguém pensa que Lula está surpreso com tudo que está acon-tecendo, engana-se. Há cerca de um ano ele já previa até onde seus inimigos iriam. E já imaginava que, em caso de surgirem maiores pro-blemas na economia, os fracos de espírito o abandonariam.

Perguntei se não se arrependia de ter dado tanto poder à Polícia Federal e ao Ministério Público, de não ter engendrado mecanismos para se proteger caso toda essa li-berdade a esses órgãos fosse usada para atacá-lo.

Não se arrepende. Para ele, o problema do Brasil sempre foi o medo que seus antecessores tive-ram de dar liberdade aos órgãos de controle.

Lula acredita que os abusos que estão praticando contra si fazem parte do processo de amadureci-mento de nossas instituições, e que caso seus inimigos voltem ao poder descobrirão que não há mais como se protegerem através do aparelha-mento da Justiça, do MP ou da PF como o que promoveu Fernando Henrique Cardoso.

Nunca me esquecerei da sere-nidade de Lula diante do calvário contra si que já se anunciava e do qual ele tinha plena consciência.

Quando vejo muitos dos que o apoiam ficar mortificados diante das injustiças que ele vem sofrendo – como eu mesmo fico, inclusive -, busco coragem na lembrança de sua serenidade, de sua coragem, de sua fé inquebrantável na verdade e na justiça.

Homens como Lula não se do-bram, não se amofinam, não desani-mam. Para pessoas como ele, cada batalha perdida é uma lição e cada vitória é apenas mais um passo de uma jornada que não é só sua, mas de todos os viventes.

Uma jornada em busca da jus-tiça social.

Ele certamente não se deses-pera diante das calúnias contra sua família – que jamais lucrou com seu sucesso estrondoso na política – enquanto familiares dos adversários amealham fortunas sem qualquer explicação razoável, como no caso da filha de José Serra, quem, há um par de anos, comprou,

em sociedade com o homem mais rico do Brasil, parte de um negócio no valor de cem milhões de reais – e sem ninguém saber a origem de tanto dinheiro.

Lula não se desespera porque já esperava por isso. Ele já sabia que perscrutariam sua vida e a de sua família em busca de alguma mera evidência que pudessem usar. E sabe que não encontrarão.

Você perguntará: mas e se for-jarem alguma coisa? Não importa. Ele não se deixará abater. Não tem medo. Inexplicavelmente, ele não teme a adversidade. Lula se consi-dera filho da adversidade, pois foi através dela que se tornou o político mais importante do país.

Quando lembro da coragem que vislumbrei no olhar de Lula, chego a sentir vergonha de, vez por outra, deixar-me mortificar pelas injusti-ças que sofre. Então, inspirado nele, persisto. Tento fazer da força dele a minha força. Sugiro a você que pensa como eu, que faça o mesmo.

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PETROBRAS SAI DAS TRANSMISSÕES DA FÓRMULA 1 E PIORA A CRISE DA GLOBO

Por audiência em queda ou por “irregularidades” em contratos, perda do milionário patrocínio é mais um acidente no percurso ladeira abaixo da antes todo-poderosa emis-sora dos Marinho

A nova diretoria da Petro-bras, sem gente como Paulo Roberto Costa e

Pedro Barusco, ex-diretores pegos pela Operação Lava Jato em mi-lionários esquemas de corrupção,

cancelou o patrocínio às transmis-sões da Fórmula 1 pela Rede Globo a partir de 2016.

Pode ter sido uma decisão técni-ca devido à audiência da antes todo-

-poderosa emissora ter despenca-do. Mas ainda há de se esclarecer se alguma auditoria nos contratos da estatal com a Globo, no âmbito da própria Lava Jato, encontrou algo escuso e que a boa prática

Por Helena Sthephanowitz

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Fonte: Rede Brasil Atual

administrativa desaconselha, pra dizer o mínimo.

O direito sobre as transmissões da temporada 2016 da principal categoria do automobilismo mun-dial só foram garantidas à Globo faltando dois meses para o fim do ano, o que indica que as negocia-ções foram difíceis e faz imaginar um provável rebaixamento no valor da cota de patrocínio, ainda não divulgado.

A Rede Globo vende seis cotas de patrocínio para o “produto” Fór-mula 1. Para a temporada que vem, continuaram a cerveja Itaipava, a Renault, o banco Santander e a TIM. Na cota que foi da Petrobras entra a Unilever. Estas empresas cortaram verbas publicitárias para o veículo Televisão no primeiro semestre deste ano, conforme noticiamos aqui na Rede Brasil Atual. Com a Fórmula-1 não deve ser diferente.

A sexta cota foi preenchida em 2015 pela Zap Imóveis, empresa relativamente pequena do próprio Grupo Globo. A empresa foi incor-porada pelo grupo em 2013, ano em que faturou R$ 60 milhões, com o objetivo de faturar R$ 100 milhões até o fim deste ano. Com esse porte, porém, a Zap não teria cacife para ser uma das patrocinadoras da Fór-mula-1, caso tivesse que pagar de fato. Para se ter uma comparação, a empresa fabricante da Itaipava iniciou 2015 com estimativa de fatu-ramento na casa dos R$ 12 bilhões.

Ou seja, sem conseguir mais um patrocinador de peso, os irmãos Marinho irão patrocinar eles mes-mos. A Globo cobre a falta de um sexto patrocinador do peso de uma Petrobras com um subproduto do

próprio Grupo Globo, sem receber nada de fato. Ainda que seja rubrica-do como investimento e contando com o retorno que pode resultar da publicidade, é certo que a operação é na verdade (mais um) rombo no caixa da Globo.

Mas os problemas da Globo não estão apenas na programação esportiva, o que inclui o futebol brasileiro. Já há um crescente movi-mento de consumidores e torcedo-res, descontentes com a imposição pela emissora de jogos às 22h das quartas-feiras e a relação da Globo com a CBF, recheada de denúncias de corrupção e propinas sobre a venda de direitos de transmissão das partidas, já causa impactos na audiência.

Mas a emissora amarga o fato de que, pela segunda vez em sua história, uma de suas novelas per-de para uma emissora concorrente a audiência no chamado horário nobre e, pior, com um produto na qual a Globo sempre foi referência, a novela. Segundo o Ibope, “Os Dez Mandamentos”, a novela bíblica da

Record, tem batido diariamente os dois principais produtos da Globo: o Jornal Nacional e a novela das 21h, A Regra do Jogo. Nunca uma novela de outra emissora venceu o princi-pal produto do jornalismo da Globo e a principal novela da “excelência” em novelas do país.

Na briga pela audiência, a Globo chegou a espichar a edição do últi-mo dia 14 do “Jornal Nacional” em 14 minutos, que teve 58 minutos no total, só para a sua novela não começar já apanhando da rival. Mesmo assim perdeu a briga no Ibope.

Para a outrora ‘vênus platinada’ o ano de 2016 promete. Com a audiência despencando, o fatura-mento com anúncios e patrocínios também rolam ladeira abaixo. A ver.

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O LADO OBSCURO DO ‘OUTRO LADO’ NO JORNALISMO SENSACIONALISTA DE ÉPOCA

Institulo Lula expõe como revista do Grupo Globo conduziu produção de mais uma reportagem contra o ex-presidente, em que requentou mentiras que já haviam sido ditas pela Veja

A revista Época especia-lizou-se em distorcer e manipular documentos,

muitos deles vazados de forma ilegal, para difamar e caluniar o ex-presidente Lula. Esta semana, a revista, e o autor da matéria, Thiago Bronzatto, fazem isso novamente.

A revista não tem interesse em entender ou reportar os fatos de forma fiel, quer apenas construir

ilações. Não tem o que se chama de jornalistas investigativos: são apenas redatores sensacionalistas, operando documentos vazados ilegalmente. Não apresenta fatos, quer apenas especular e fazer ba-rulho em cima de tais documentos, tentando criar factoides políticos, vender mais revista e fazer audiên-cia em redes sociais.

Não respeita o contraditório e

engana os leitores, vendendo como “novidade” matérias requentadas. Por exemplo, colocando a tarja “Exclusivo” na capa desta semana, para um tema tratado em agosto por sua concorrente mais famosa e ainda mais mentirosa.

Para simular que ouve o “outro lado”, quase toda sexta-feira envia à assessoria do Instituto Lula bu-rocráticos e-mails com perguntas

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23cifradas, que escondem tema prin-cipal da matéria e o teor das ilações. A essa altura da produção da revista, as teses e especulações já estão prontas e, muitas vezes, até divul-gadas no twitter do editor-chefe.

Nestes e-mails, seus jornalistas disfarçam ou sonegam informações necessárias para as respostas ade-quadas, como aconteceu mais uma vez nesta sexta-feira. Procurada pelo repórter Thiago Bronzatto, com per-guntas que remetiam a um relatório do Coaf vazado de forma ilegal para a revista Veja, em agosto, a asses-soria de imprensa do Instituto Lula perguntou diretamente: “É sobre o relatório do Coaf que a Veja já deu em agosto?”. O repórter de Época se recusou a esclarecer essa questão simples. Pior: ele mentiu, associando as perguntas a diferentes operações da Polícia Federal e Ministério Públi-co, quando na matéria ele diz, e não dá para saber se é verdade também, que obteve o documento através da CPI do BNDES.

A questão não é menor: existe hoje uma investigação sobre o vazamento das informações desse relatório do COAF. O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na com-petência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da empresa de palestras criada por Lula após deixar a presidência da República, a LILS.

No e-mail, o repórter já crimi-naliza os fatos, ao dizer que Lula teria feito “operações atípicas” no “mercado segurador”. Na realidade Lula apenas adquiriu um plano de previdência privada com o dinhei-

ro ganho em palestras. É isso que informa o relatório do COAF, vazado criminosamente para Veja e requen-tado pela Época.

Numa apuração honesta, não era necessário perguntar nada ao Instituto Lula; bastaria conferir a nota que emitimos em 18 de agosto.

Não há nada de ilegal na mo-vimentação financeira do ex-pre-sidente. Os recursos são oriundos de atividades profissionais, legais e legítimas de quem não ocupa nenhum cargo público: os valores mencionados no vazamento ilegal se referem a 70 palestras contrata-das por 41 empresas diferentes, lis-tadas no link acima. Todas palestras realizadas, contabilizadas e com os devidos impostos pagos. Tem pales-tra até para a Infoglobo, do mesmo grupo de comunicação que edita a revista Época.

Se Época acha que o valor pago é alto, poderia perguntar à direção do Infoglobo, que pagou o valor da palestra e que explicou, no jornal O Globo, que o fez por “participar de iniciativas que contribuem para o desenvolvimento e a promoção do Rio de Janeiro. Em 2013, com esse objetivo, a empresa apoiou a Fecomércio-RJ na realização de um seminário sobre o mapa do co-mércio no Estado do Rio. Além de divulgar o evento em seus jornais, a Infoglobo arcou com os custos dos palestrantes, inclusive do ex--presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Fazer palestras para uma em-presa não implica em nenhuma outra relação e é uma prestação de serviço pontual que mantém a total independência do ex-presidente em relação ao contratante. Tanto que o ex-presidente ter feito uma

palestra para a Infoglobo não o impede, ou sua família ,de mover processos contra o jornal, por exem-plo, pela mentira contra o filho do ex-presidente publicada por Lauro Jardim em sua estreia em O Globo, na capa dominical do diário. Mentira pela qual até hoje, nem o colunista nem o jornal se retrataram publi-camente.

Jornalistas de Época caluniam, mais uma vez, ao chamar Lula de lobista e já estão sendo processa-dos por isso na justiça, junto com o editor-chefe Diego Escosteguy.

Sobre a patética campanha de parte da imprensa tradicional e familiar brasileira contra Lula e sua família, que só esse mês rendeu 5 capas ofensivas de revistas sema-nais contra ele, o ex-presidente, com tranquilidade, declarou na última quinta-feira em Brasília:

“Eu só queria que vocês não ficassem preocupados com esses problemas porque digo sempre: ninguém, podem ter certeza, ninguém precisa ficar com pena. Se tem uma coisa que aprendi na vida é enfrentar adversidades. Podem ter certeza. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria. Três anos. E podem ficar certos: eu vou sobre-viver. Não sei se eles sobreviverão com a mesma credibilidade que eles acham que tem. Mas eu vou sobreviver.”

Leia a seguir a íntegra da troca de e-mails entre a assessoria de imprensa do Instituto Lula e o repórter Thiago Bronzatto, funcio-nário da Revista Época

Thiago Bronzatto – Redação

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Época Brasília – Editora Globo [email protected]

30 de outubro de 2015, 11:25

Caros,

Tudo bem?

Estamos fazendo uma matéria para a próxima edição da revista ÉPOCA na qual mencionaremos o ex-presidente Lula. Vocês poderiam, por favor, me ajudar a esclarecer as dúvidas abaixo?

1-) No âmbito da operação Ze-lotes, foram identificados repasses de recursos da empresa L.I.L.S. para os filhos do ex-presidente e as suas respectivas empresas. Qual a razão dessas transferências?

2-) Qual a posição do ex-presi-dente Lula em relação à intimação

da PF para ouvir o seu filho Luis Cláudio?

3-) No âmbito das investigações da Lava Jato e do MPF, há informa-ções de que Lula tenha realizado movimentações financeiras no mercado segurador considera-das atípicas. O ex-presidente tem conhecimento disso? Qual a sua posição?

Estamos fechando hoje às 16h. Qualquer dúvida, estou nos conta-tos abaixo.

Aproveito este e-mail para reite-rar o pedido de entrevista presencial com o ex-presidente Lula, enviado no dia 29 de junho deste ano, con-forme sugerido pelo próprio Insti-tuto Lula em nota publicada em seu site. Até agora, não tive nenhuma resposta sobre a minha demanda.

Abraço e obrigado,

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Resposta da Ass. De Imprensa do Instituto Lula [email protected]

30 de outubro de 2015, 13:25

Caro Thiago,

É sobre o relatório do Coaf que a Veja já deu em agosto?

Att,

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Thiago Bronzatto às 13:29

Caro,

Trata-se de matéria diferente,

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como você deve ter percebido em nossas perguntas.

Abraço,

Thiago

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Ass. De Imprensa Instituto Lula às 13:54

Caro,

Que é outra matéria é óbvio. O tempo espaço impede que uma matéria da Época em outubro seja a mesma da Veja em agosto. Seria até plágio.

O documento base, o qual você não identifica, nem explica, como é habitual nos seus “outros lados”, parece o mesmo, pelas perguntas 1 e 3. Como não tenho certeza ser o mesmo, perguntei. E você não respondeu.

Sobre esse documento, há uma investigação em curso sobre o va-zamento das informações nele, que estavam sob sigilo de justiça.

A Veja fez até um infográfico com ele na época, com perdão do trocadilho.

Tiago, a gente já respondeu ao seu pedido de entrevista faz tempo, você apenas falha em compreender isso e faz esse copiar-colar toda a sexta-feira. Não haverá entrevista para a Época, porque a revista é considerada um lixo, como foi pu-blicamente dito. E pela existência de ações judiciais e a necessidade de correções factuais em matérias anteriores que a revista Época, e você especificamente, jamais

fizeram.Atenciosamente,

-----------

Thiago Bronzatto, às 14:02

Caro, eu gostaria apenas que você respondesse objetivamente as minhas questões. Posso considerar o seu e-mail como resposta oficial da assessoria de imprensa do Lula?

Abraço,

Thiago

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Assessoria de Imprensa do Insti-tuto Lula, às 14:19

Caro Thiago,

E eu gostaria apenas que você fizesse matérias de forma objetiva, imparcial, sem sensacionalismo e com correção factual. E também com a devida checagem de informa-ções, sem pegadinhas e realmente interessado em ouvir o outro lado. Mas como dizem os Rolling Stones,

você não pode ter sempre o que você quer.

Todos os meus e-mails para você, assim como todas as suas mensa-gens para mim, podem se tornar públicos a qualquer momento que você quiser ou que nós quisermos, como já fizemos em outras ocasiões.

Atenciosamente,

Fonte: Rede Brasil Atual

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