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esta edição inclui o suplemento religião | Págs. 10 e 11 pois alevá! regional|Pág. 19 regional|Pág. 19 Diário Açores dos O quotidiano mais antigo dos Açores Ano 149º 0,70 € Fundado em 1870 por M. A. Tavares de Resende Director Paulo Hugo Viveiros | Director Executivo Osvaldo Cabral Domingo, 15 de Julho de 2018 | Ano 149 | N.º 41.618 ÚLTIMA entrevista|PágS. 4 E 5 Portos dos Açores discrimina Porto do Cais da Madalena Escrevem nesta edição Rui Almeida José Soares loja pink glamour a partir de setembro com vendas online Tânia Ferreira opinião|Pág. 7 Palitos de Lula Ivo Sousa José Silveira de Brito É preciso mostrar a literatura açoriana aos turistas opinião|Pág. 13 Pub. pesca duplicou em junho com forte crescimento em são miguel PUB PUB SÃO VICENTE FERREIRA ARRIFES ROSTO DO CÃO (SÃO ROQUE) RELVA TERRENO / 093180267 MORADIA / 093180289 MORADIA/ 093170472 MORADIA / 093180291 €150.000.00 €300.000.00 €450.000.00 €125.000.00 2 1 N/D 16750 108.7 ERA PONTA DELGADA [email protected] era.pt/pontadelgada t. 296 650 240 ERA PORTAS DA CIDADE [email protected] era.pt/portasdacidade t. 296 247 100 1520 3 2 1 375 241 2 1 0 109.2 116.9 andrew arruda é dos jovens mais inovadores do mundo e veio de romeiro entrevista|Pág. 6 Filho de emigrantes açorianos é Top 30 da Forbes regional|Pág. 2

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esta edição inclui o suplemento

religião | Págs. 10 e 11

pois alevá!

regional|Pág. 19 regional|Pág. 19

Diário AçoresdosO quotidiano mais antigo dos Açores

Ano

149º

0,70 € Fundado em 1870 por M. A. Tavares de ResendeDirector Paulo Hugo Viveiros | Director Executivo Osvaldo Cabral

Domingo, 15 de Julho de 2018 | Ano 149 | N.º 41.618

ÚLTIMA

entrevista|PágS. 4 E 5

Portos dos Açores discrimina Porto do Cais da Madalena

Escrevem nesta edição

Rui Almeida

José Soares

loja pink glamoura partir de setembro com vendas online

Tânia Ferreira

opinião|Pág. 7

Palitos de Lula

Ivo SousaJosé Silveira de Brito

É preciso mostrar a literatura açoriana aos turistas opinião|Pág. 13

Pub.

pesca duplicou em junho com forte crescimento em são miguel

PUB

PUB

SÃO VICENTE FERREIRA ARRIFESROSTO DO CÃO (SÃO ROQUE) RELVA

TERRENO / 093180267 MORADIA / 093180289MORADIA/ 093170472 MORADIA / 093180291€150.000.00 €300.000.00€450.000.00 €125.000.002 1 N/D 16750108.7

ERAPONTA [email protected]/pontadelgada

t. 296 650 240

ERAPORTAS DA [email protected]/portasdacidade

t. 296 247 1001520 3 2 1 375241 2 1 0 109.2116.9

andrew arruda é dos jovens mais

inovadores do mundo e veio de romeiro

entrevista|Pág. 6

Filho de emigrantes açorianos é Top 30 da Forbes

regional|Pág. 2

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptOPINIÃO/REGIONAL2

Osvaldo [email protected]

Grande desorientação!Já se previa que, chegados ao Ve-

rão, íamos ter novamente borrasca nos transportes.

E agora já não é só na SATA. Também temos novela na

Atlânticoline, com a greve dos seus trabalhadores em plenas festas de Verão no Triângulo.

Diz a empresa que não tem di-nheiro para as reivindicações e é ver-dade, porquanto vive de 1,6 milhões de euros de subsídios para as rotas anuais e mais 7,9 milhões para a ope-ração sazonal, em que tudo somado resulta em 68% de subsídios e 32% de vendas.

Ou seja, uma empresa inviável.Mas teve o descaramento de man-

ter aquela operação desastrosa para as Sanjoaninas, com três viagens para 29 passageiros!

Juntando isto à SATA, já todos percebemos que a governação no sector dos transportes desta região está em piloto automático.

O que se está passar na SATA é gravíssimo e é bem capaz de ser o “canto do cisne” do Governo Regio-nal, tal é a desorientação que tem demonstrado neste sector.

A própria novela sobre as Contas da empresa é uma coisa inenarrá-vel.

Não se percebe a teimosia em não dar voz pública das contas, já apro-vadas, deixando o assunto arrastar-se numa polémica nada dignificante envolvendo deputados, governo e partidos.

Já todos sabemos que as contas de todas as empresas públicas, tirando a EDA, são um autêntico descalabro e não vale a pena tentar escondê-las o mais tarde possível, porque mais dia menos dia hão-de surgir da luz das trevas, mesmo sabendo aos pou-cos, como revelamos na edição de ontem.

Com quatro anos de atraso, final-mente o Governo Regional anunciou vários cursos de formação na área turística.

É uma necessidade premente há tanto tempo, pedida pelos empresá-rios da área e alvo das maiores críticas dos turistas.

Haja, agora, gente disponível e a justa retribuição salarial que se im-põe no sector.

O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SI-MAMEVIP) lamentou ontem que o Presidente do Conselho de Ad-ministração da Atlânticoline tenha dado o “dito pelo não dito” em rela-ção aos aumentos salariais dos tra-balhadores.

“A Atlânticoline negociou um acordo com os trabalhadores, em vésperas do início da greve, de 800 euros, o que é superior a qualquer um dos valores que estamos a dis-cutir”, recordou Clarimundo Ba-tista, dirigente sindical, em con-ferência de imprensa, na Horta, lamentando que, “por indicação do gabinete jurídico da Atlânticoline”, a empresa tenha dado “o dito pelo não dito”.

“Afinal - interrogou-se - quem é que manda mais: é o Presidente do Conselho de Administração da

Atlânticoline ou é o gabinete jurí-dico?”

Em causa está um diferendo entre o SIMAMEVIP e a empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas na Região, a propósito dos aumentos salariais exigidos pelos marinheiros da em-presa, que já se arrasta há cerca de sete meses.

“Estes trabalhadores, cuja remu-neração base mensal é de 690,10 euros, continuam a sua luta pela obtenção de um salário mais digno, reclamando, por isso, um aumen-to salarial da remuneração base de 99,90 euros, o que representa um aumento de 14,5%”, explicou Clari-mundo Batista.

Aquele dirigente sindical la-mentou que o Presidente da Atlânticoline, Carlos Faiais, tenha dito à comunicação social que os aumentos propostos pelo sindica-

to representavam um acréscimo “incomportável” de 900 mil euros por ano nas contas da empresa.

“Não entendemos a ironia, ma-nifestada nas declarações públicas do presidente do Conselho de Ad-ministração da empresa, ao ridicu-larizar e tentar aniquilar a imagem de uma classe profissional que, tal como todas as outras, deve ser por todos respeitada e valorizada”, in-sistiu.

Depois dos períodos de greve já cumpridos pelos marinheiros da Atlânticoline (que coincidiram com as festas do Espírito Santo e com a Semana Cultura das Velas), novos períodos de greve estão marcados, em Julho e Agosto, coincidindo com as Festas da Madalena (20 a 22 de Julho), Cais Agosto (27 a 29 de Julho), Senhor Bom Jesus (6 de Agosto) e Semana do Mar (10 a 12 de Agosto).

Greve na AtlânticolineTrabalhadores acusam administração de “dar o dito por não dito”

S. Miguel com forte crescimento turísticoS. Miguel continua a ser a ilha

com os maiores crescimentos de dormidas ao longo deste ano, con-forme gráfico que publicamos aqui ao lado, da autoria do nosso cola-borador Rafael Cota.

Em termos de variações homólogas acumuladas, de Janeiro a Maio, as ilhas que apresentaram variações homólogas positivas fo-ram as ilhas do Pico, do Corvo, de São Jorge, do Faial, de São Miguel e da Terceira, , que apresentaram va-riações respectivamente de, 16,3%, 13,8%, 8,8%, 6,7%, 1,9% e 1,9%.

A ilha de S. Miguel com 411,6 mil dormidas concentrou 69,4% do total das dormidas, seguindo-se a Terceira com 106,0 mil dormidas (17,9%) e o Faial com 32,1 mil dor-midas (5,4%).

Turismo

Pesca nos Açores duplicou em JunhoA pesca descarregada no mês de Junho,

nos portos dos Açores, quase que duplicou em relação ao mesmo mês do ano passa-do.

De acordo com os dados do SREA, revelados ontem, no mês passado foram descarregadas 2.175.930 toneladas de pes-cado, enquanto que em Junho do ano pas-sado foram 1.233.283.

No acumulado de Janeiro a Junho, o registo já vai nos 4.371.612 toneladas, quando no período homólogo era de 2.656.593.

Terceira, Faial, Flores e Corvo são as únicas ilhas que registaram menos pesca descarregada em Junho, quando compa-rado com o mesmo mês do ano passado.

S. Miguel registou um crescimento bastante forte, passando de 372.074 tone-ladas para 1.067.563.

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt REGIONAL/PUBLICIDADE 3

Esta semana o “Cruzeiro do Canal” operou pelas primeiras vezes (Segunda e Terça-feira, ao que foi possível apurar) na rampa RO-RO sul do Terminal João Quaresma, na Madalena do Pico, inaugu-rado em 2014 (portanto há praticamente 4 anos).

Nestes dois dias o mar estava (como se diz na gíria) como azeite, sem qualquer ondulação. Na Quarta-feira voltou tudo ao habitual, com o “Cruzeiro” a operar no ter-minal antigo.

Nunca foi dada (que se saiba) oficial-mente, por parte da Atlânticoline ou da tu-tela, uma explicação para a não operação do “Cruzeiro do Canal” e “Cruzeiro das Ilhas” no novo terminal da Madalena, operando sempre junto ao antigo terminal, com os inconvenientes por demais conhecidos, desde o desabrigo em dias de intempérie, deslocação a pé entre o terminal novo e o cais antigo, dificuldade na entrada/saída de cidadãos com mobilidade reduzida e/ou em maca, processamento de bagagem entre o terminal novo e o antigo cais, etc.

Apenas muito recentemente (Telejornal RTP Açores 2018/03/07) o Capitão do Porto da Horta, quando ques-tionado sobre o assunto, mencionou que não havia restrições impostas por parte da Autoridade Marítima à operação dos “Cruzeiros” no novo Terminal de passa-geiros da Madalena, depreendendo-se que a não operação daqueles navios era determinada pela Atlânticoline.

Fonte conhecedora da operação da Atlânticoline garantiu que apenas em condições como as observadas nestes dois dias, com ondulações abaixo de 1 metro, com pouco ou nenhum vento, é que é possível efectuar esta operação dos “Cru-zeiros” no novo terminal, sendo difícil fazer uma operação em condições de se-gurança aceitáveis naquele local (rampa RO-RO sul).

Acrescenta que há todo um conjunto de situações que condicionam a manobra e a permanência na rampa sul da ponte-cais.

A mesmo fonte garante que a não operação dos Cruzeiros nas novas ram-pas “não tem a ver com teimosias nem críticas, até porque quem critica normal-mente não tem conhecimento de causa nem capacidade de manobrar lá o navio. As teimosias não existem porque como

bons profissionais que somos, procura-mos sempre o melhor para os passageiros e para a segurança do navio e de toda a operação”.

De recordar que o local em questão (rampa sul da ponte-cais) foi sujeito a meses de explosões submarinas aquando a construção do novo terminal para melhoria da operacionalidade dos navios no local.

No mesmo dia em que foi transmiti-da esta opinião pessoal, um dos deputa-dos regionais eleito pelo PS pelo Circulo Eleitoral do Pico congratulou-se com o facto, adiantando que “finalmente” esta operação aconteceu “depois de alterarem as defensas do cais Sul, de menor dimen-são para aproximar os cruzeiros do cais, permitindo utilizar a rampa; saída da plataforma que impediu a utilização do cais Sul; e o bom tempo, porque os ve-lhinhos cruzeiros não têm capacidade de manobra para utilizar aquele cais em dias de mau tempo e em segurança.”

Não está em causa o esforço e de-dicação por parte dos profissionais da Atlânticoline (nunca esteve), mas sim o silêncio da empresa e da tutela sobre o assunto, que não quer admitir (tutela) o fracasso em que se está a demonstrar a construção do novo terminal de passagei-ros no presente local.

Para além destas limi-tações de operacionalidade de um terminal que está demasiado exposto à on-dulação que entra no por-to, há que juntar as críticas apontadas desde há muito tempo por conhecedores da matéria (como o Coman-dante Lizuarte Machado, ex-deputado regional pelo PS), corroboradas recen-temente pelo relatório do incidente com o “Mestre Simão”, que caracteriza o Porto da Madalena como sendo um porto em que “os espaços físicos portuá-rios são exíguos, e a bacia de manobra é exposta ao vento e ondulação, princi-palmente de NW, NNW e

N” e que “verifica-se que a manobra dos navios Gilberto Mariano e Mestre Simão no porto da Madalena não permite uma grande margem de erro, tendo em aten-ção o abatimento provocado pelo vento e o efeito da entrada da ondulação dentro do porto, principalmente quando é de NW, NNW e N.”

O “Gilberto Mariano” e o (já desman-telado) “Mestre Simão” também opera-ram no antigo cais sempre que as condi-ções de mar era adversas.

Aliás, no dia do incidente, o “Mestre Simão” já tinha feito uma primeira via-gem entre a Horta e Madalena operando no antigo cais.

“No caso do cais antigo, os navios vão directos para o cais atracando directa-mente por estibordo, mas neste caso os navios não podem utilizar a rampa da popa, para a movimentação de viatu-ras”, refere o relatório do incidente com o “Mestre Simão”.

Mais uma prova (se era necessária) de que a localização antiga oferece melhores condições de abrigo em relação à ponte-cais do novo terminal.

Sendo a operacionalidade menos

penalizadora na rampa RO-RO nor-te do novo terminal da Madalena, onde diariamente opera o “Gilberto Mariano”, não faria sentido estudar a possibilidade de aplicar defensas ajustáveis nessa zona para permitir a operação dos “Cruzei-ros”?

O Pico foi em 2017 e continua a ser em 2018 a ilha em que mais passageiros em-barcam e desembarcam na região, através dos portos da Madalena e Cais do Pico (dados SREA).

Só no porto da Madalena são movi-mentados anualmente mais de 400 mil passageiros.

O Pico continua a ser no entanto, e apesar dos muitos milhões “investidos”, a ilha com os piores portos da região no que à operacionalidade diz respeito (quer de passageiros, quer de carga), não se vislum-brando melhorias a curto/médio-prazo.

Sobre o Cais do Pico, terceiro porto de mercadorias da Região (2016, SREA), a sua situação actual e a constantemente adiada obra de remodelação, dará para outro texto.

Texto de Bruno Rodrigues e Fotos de Manuel Cristiano Simas/

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‘Cruzeiro do Canal’ operou no Terminal João Quaresma ao fim de quatro anos

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Diário dos Açores – Como surgiu a ideia para a abertura de uma loja de acessórios femininos?

Rosa Filipe (RF) – A minha vida foi sempre ligada ao comércio, mas noutra área. Fui durante 22 anos dona de um mi-nimercado na freguesia de que sou natural. Mas chegou uma altura que repensei a mi-nha vida. Os meus filhos eram pequenos e pensei que para poder dar-lhes apoio, não poderia continuar naquele ramo. Vendi o negócio e estive durante sete anos parada, enquanto os meus filhos cresciam. Depois pensei: não posso continuar sem fazer nada e o comércio é o que eu gosto. Então, conversando com o meu marido – que é o meu companheiro em tudo na vida -, pensámos que voltar ao mesmo tipo de ac-tividade não era opção. Acabei por pensar nos acessórios de moda, porque era algo que me interessava como mulher. Assim surgiu a ideia para abrir este espaço, a que chamei Pink Glamour.

Porquê o nome Pink Glamour?RF - A escolha do nome tem origem

no meu nome – “Pink” porque significa Rosa e “Glamour” porque tem a ver com a bijuteria, os acessórios e com o mundo feminino. Depois de surgir a ideia, os pas-sos seguintes passaram por procurar um espaço, ir atrás de fornecedores que nos pudessem ajudar e ir em busca novidades. Começámos pequeninos, porque é assim mesmo… Ninguém nasce grande. Estive-mos dois anos num espaço reduzido, na rua Açoriano Oriental, mas as exigências do público fizeram com que fossemos cres-cendo e o espaço tornou-se pequeno para a actividade. Surgiu, então, a oportunidade de nos mudarmos para a rua Machado dos Santos e cá estamos, desde 2014. Também aqui temos evoluído, o que é muito bom.

Que artigos vendem?RF – Vendemos essencialmente aces-

sórios de moda para senhora, desde brin-cos, colares, malas, lenços, artigos para

cerimónia… Tudo o que tiver a ver com acessórios de moda. Temos uma vertente mais específica de um artigo que o nosso cliente turista exige, que é a cortiça, e tam-bém já somos um dos representantes de uma marca portuguesa muito conhecida, que é a Cavalinho. Vamos ter, no futuro, outras representações, que, por enquanto, não podemos ainda divulgar, mas até ao final do ano daremos a conhecer. Outro projecto novo que temos entre mãos é a criação de uma loja online. A nossa página de Facebook já tem 6500 seguidores e te-mos tido muita procura de fora da ilha. Foi isso que nos levou a pensar nesta aposta.

A loja online já está operacional?

RF – Está em fase de criação. Vamos lançá-la, em princípio, em Setembro com a colecção de Outono-Inverno. O objectivo é chegar a quem está lá fora e que não pode se deslocar à loja, presencialmente. Será uma mais-valia para o negócio.

Estas clientes de fora da ilha que têm procurado a Pink Glamour são de outras ilhas dos Açores ou de mais longe?

RF – São de outras ilhas, do conti-nente e também do estrangeiro. Já fomos contactados por pessoas de países da Europa, que procuraram os artigos em cortiça. Mas é muito mais difícil vender através de uma página de Facebook, por

isso pensámos na criação da loja online.

A cortiça é também procurada pelas clientes locais?

RF – Sim. Procuram não tanto malas feitas de cortiça, mas mais bijuteria, como colares, pulseiras, brincos. Talvez pelo facto de as bolsas de cortiça terem preços mais elevados, não têm muita procura pelas aço-rianas. Mas as turistas compram muito.

Há algum outro produto que se des-taque pela sua procura?

RF – Vendemos sempre um pouco de tudo. Nunca se pode dizer que se está a vender só este ou aquele artigo. O que temos é épocas altas para a venda de de-

15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptENTREVISTA4

Rosa Filipe quis fazer uma pausa na vida de comerciante, quando era proprietária de um minimercado na sua freguesia, para dar atenção aos filhos, mas o seu espírito empreendedor fez com que voltasse aos balcões de venda. Após sete anos de interregno, a empresária decidiu abrir novamente um espaço comercial, desta vez localizado em Ponta Delgada e destinado ao público feminino. Pink Glamour foi o nome escolhido para a loja de acessórios de moda que abriu em 2012. Actualmente, o estabelecimento está presente na Rua Machado dos Santos, num espaço onde “todas as mulheres são bem-vindas”. Ao Diário dos Açores, a responsável revela que a crescente procura pelo público de fora da ilha motivou a aposta num site de vendas online, que será lançado em Setembro próximo.

Pink Glamour reforça actividade com criaçãode loja de vendas online

Rosa Filipe da Loja Pink Glamour

Rosa Filipe abriu a Pink Glamour em 2012

por Alexandra Narciso

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terminados artigos. Por exemplo, neste momento estamos na fase da venda de artigos para festas, pois estamos numa altura em que há muitos baptizados, co-munhões, procissões, festas de Espírito Santo com as coroações, casamentos… As clientes procuram os pormenores para complementar o visual e um acessório faz sempre toda a diferença.

Esta é uma área que exige uma cons-tante actualização…

RF – Sim, sem dúvida. Temos sempre a preocupação de acompanhar as novas colecções e o que vai estar na moda. E ten-tamos ter artigos diferentes. Por natureza, o que é clássico sai sempre, mas temos que apostar também naquele artigo para aquela senhora mais extravagante. Além disso, tenho muita sorte com as pessoas com quem trabalho, a nível de fornecedo-res. Eles estão sempre um passo à frente e isso ajuda-nos muito. Infelizmente, não posso ir lá fora, pessoalmente, ver colecções tantas vezes quando gostaria, e por isso trabalho muito online com os nossos for-necedores. Claro que gostar da área ajuda muito neste processo. Costumo dizer que o sucesso é garantido se fizermos aquilo que gostamos. Quando não se é feliz na-quilo que se faz, é mais complicado. Nesse sentido, posso dizer que sou uma pessoa muito feliz, porque faço o que gosto. Estou sempre a pensar no que posso melhorar na loja, mesmo ao nível da exposição, pois o aspecto visual é o primeiro que conta. Temos de ter uma imagem cuidada, com a nossa decoração, os nossos pacotes de prenda, os nossos sacos personalizados… tudo isso conta muito para prestar um bom serviço ao cliente.

Quem é a cliente da Pink Glamour?RF – Todas as mulheres, de qualquer

idade, são bem-vindas. Não tenho artigos para crianças, mas até as meninas que aqui entram cobiçam os nossos artigos. Meni-na que é menina é assim mesmo (risos). Tentamos alcançar todas as mulheres de todas as faixas etárias e de todas as clas-ses sociais. Nos últimos tempos, temos recebido também cada vez mais turistas. Desde que vieram as companhias aéreas ‘low-cost’ que vemos esta diferença. Houve uma grande reviravolta no turismo e todos os dias temos turistas aqui na loja.

A loja está localizada numa rua bastante movimentada de Ponta Del-gada…

RF – Este foi sem dúvida um dos as-pectos que nos fez mudar a loja para aqui, além da dimensão do espaço. Na altura

em que abrimos a loja, os melhores espa-ços do centro de Ponta Delgada estavam ocupados. Mas, infelizmente para uns e felizmente para outros, a crise levou a que alguns fechassem portas. Foi aí que eu aproveitei a oportunidade de vi para aqui e, nestes últimos quatro anos, temos visto muitas melhorias.

Enquanto empresária, qual é a maior preocupação na gestão da em-presa?

RF – A maior preocupação é manter a porta aberta, chegar ao final do mês com a garantia que fizemos o suficiente para manter o negócio a funcionar. A preocupa-ção passa também por continuar a oferecer à nossa terra mais uma loja, mais uma oferta, que é sempre uma mais-valia.

Como é que olha para o futuro da Pink Glamour?

RF – As expectativas são boas. O crescimento e evolução da loja têm sido razoáveis e o aumento do turismo tem-nos ajudado muito. Espero que este turismo ajude as pessoas da nossa ilha, de uma maneira geral, contribuindo para melhores condições de vida e de trabalho, porque só assim nos podemos ajudar uns aos outros. Penso que ainda vamos crescer mais.

15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt ENTREVISTA 5

[email protected] Rosa Filipe, os acessórios de moda feitos de cortiça são muito apreciados pelos turistas que visitam a Pink Glamour

Espaço tem sido muito procurado por estrangeiras: “Todos os dias temos turistas aqui na loja”, revela a proprietária

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptENTREVISTA6

(TORONTO, CANADÁ, POR JOA-NA LEAL) - Andrew Arruda é luso-ca-nadiano e aos 28 anos já faz parte do Top 30 da Forbes.

Arruda foi considerado um dos jovens mais inovadores do mundo, pela con-ceituada revista norte-americana e em 2015, com a ajuda de colegas da Univer-sidade de Toronto, Arruda criou a ROSS Intelligence, uma start up que aprovei-ta o poder da inteligência artificial para tornar o processo de pesquisa na área do direito mais eficiente.

Andrew tem escritórios em Silicon Valley e em Toronto. Em entrevista ao ‘Milénio Stadium’, garante que quer ex-pandir a empresa para a Europa.

Qual é a sua opinião sobre a comu-nidade portuguesa que reside no Ca-nadá?

O meu avô pescava bacalhau em algu-mas das áreas mais agitadas e perigosas do mundo. Ele tinha que sustentar a fa-mília que vivia a milhares de quilóme-tros, em São Miguel, nos Açores.

Um dia eles decidiram procurar uma vida melhor e acabaram por imigrar para Toronto, o nosso lar adoptivo.

A comunidade portuguesa que vive no Canadá foi construída por homens e mulheres como o meu avô, pessoas que estavam dispostas a parar no nada para proporcionar um futuro mais promissor às suas famílias.

Hoje podemos encontrar traços da nossa dedicação, disciplina e espírito co-munitário nos bairros a que as nossas co-munidades chamam de lar, em todas as cidades, de costa a costa.

Cresci e trabalhei no Little Portugal em Toronto e devo tudo o que tenho às lições e ao amor que recebi. Considero-me incrivelmente sortudo por ter nasci-do aqui.

A ROSS Intelligence tem escritó-rios no Canadá e nos EUA e já assinou contrato com a Dentons, a maior em-presa de advogados do mundo. Ten-cionam expandir para a Europa, tal-vez Portugal?

Absolutamente, a nossa empresa está a considerar expandir para a Europa e isso inclui também Portugal.

Portugal tem uma comunidade de

tecnologia incrível e um dos melhores encontros tecnológicos do mundo que ocorre todos os anos em Lisboa – o Web Summit.

Neste momento, estamos focados no mercado dos EUA, mas queremos que a nossa tecnologia esteja em todos os paí-ses do mundo. Também estamos plane-ando expandir no Canadá, fiquem aten-tos porque em breve vamos ter muitos anúncios emocionantes.

Recentemente recebeu uma estre-la no Portuguese Canadian Walk of Fame na College Street em Toronto. Tem um significado especial ser reco-nhecido pela comunidade portugue-sa?

Ser nomeado para o Portuguese Ca-nadian Walk of Fame foi uma das maio-res homenagens da minha vida, e o que a tornou ainda mais emocionante é que a Calçada da Fama está localizada a apenas alguns quarteirões da área onde fui cria-do, a Rua Montrose. É um sentimento especial quando a tua comunidade te re-conhece, e foi uma sensação maravilhosa estar na Praça de Camões, em Toronto, ao lado dos líderes da nossa comunidade em todo o Canadá.

Qual é a sua ligação a Portugal?Os meus pais e os meus avós emigra-

ram para o Canadá nas décadas de 1960 e 1970. Os pais da minha mãe chegaram a Toronto no início dos anos 60 e a mi-nha mãe chegou a 12 de Junho de 1966 com três anos.

O lado do meu pai emigrou nos anos 70 e o meu pai chegou a 13 de Novembro de 1973 com 12 anos.

A família do meu pai é natural da Ri-beira Seca e a da minha mãe é do lindo Rabo de Peixe.

Já visitou São Miguel?Já estive em São Miguel muitas vezes

e há pouco tempo participei numa roma-ria. Tive a oportunidade de conhecer a ilha a pé e de contactar com as pessoas, com a cultura e com a comida que é in-crível.

As ilhas vão ser sempre uma parte im-portante da minha vida, os Açores estão no meu sangue e mal posso esperar pelo dia em que vou poder fazer uma viagem

com os meus pais, a minha irmã, a minha noiva e eventualmente, os nossos filhos.

O Governo dos Açores está a en-corajar os imigrantes a investirem na Região...

Adoro essa ideia. A minha noiva é americana e ela acha que os Açores são um dos lugares mais bonitos do mundo. E como é óbvio eu concordo com ela.

Acredito que encorajar as pessoas e as gerações que têm os Açores no coração a investir, ainda que tenham crescido nou-tros locais, é uma ideia maravilhosa.

É também um grande exemplo da ge-nerosidade das pessoas que imigraram para o Canadá e que ajudaram o país de onde vieram a enriquecer.

Alguma vez imaginou que ia ter um escritório em Silicon Valley?

Sempre quis fazer algo muito grande, mas nunca pensei que encontraria o meu caminho na tecnologia.

Silicon Valley é um grande lugar por-que baseia-se na meritocracia, ou seja, tudo se resume a trabalho duro, estraté-gia e àquilo que fazes. Em Silicon Valley não interessa qual é a tua aparência, o teu sobrenome ou onde os teus avós nas-ceram, e é assim que deve ser.

Que conselhos é que dá aos jo-vens?

O meu conselho é que nunca parem de perguntar porquê. Muitas vezes pen-samos que temos que trabalhar em cer-tos trabalhos, seguir certos caminhos da vida ou apenas ouvir os nossos pais ou professores quando se trata do que deve-mos fazer com as nossas vidas.

Encontrem algo que vos apaixone e vão atrás disso, porque assim nunca te-rão que trabalhar outro dia nas vossas vidas. Em poucas palavras, não tenham medo de perguntar porquê e façam o que amam.

O Primeiro-ministro de Portugal visitou o Canadá em Maio. Imagina os dois países a trabalharem juntos?

Antes de fundar a minha empresa tive o incrível privilégio de trabalhar na Em-baixada do Canadá em Lisboa e posso dizer que a relação entre os dois países é algo verdadeiramente especial.

Como duas nações diferentes, os canadianos e os portugueses partilham grandes valores como a honestidade, a abertura, a inclusão e a valorização do trabalho árduo. Isto torna-nos parceiros naturais e reflete-se no ótimo relaciona-mento político que temos. Acho que esta relação vai continuar quando a minha geração, de canadianos orgulhosamente portugueses, ocupar o nosso lugar como políticos, professores, empresários e ar-tistas no Canadá. Acredito que vamos continuar a prosperidade desta nação e ao fazê-lo vamos fortalecer e honrar as nossas relações com a nossa pátria an-cestral.

O Presidente da República de Por-tugal visitou recentemente os EUA.

É óptimo ver isto a acontecer, espe-cialmente como a economia portuguesa continua cada vez mais forte porque os Estados Unidos são um importante alia-do económico para nós.

O mundo muitas vezes esquece que a população de Portugal é de apenas 10 milhões de pessoas, devido ao enorme impacto que tivemos na história mundial e na cultura moderna.

Quero dizer, todos sabem que o me-lhor jogador de futebol do mundo é por-tuguês, mas também somos os melhores do mundo em muitas áreas diferentes e é óptimo ver o presidente de Portugal no cenário internacional a promover to-dos os aspectos surpreendentes de Por-tugal.

Exclusivo Milénio Stadium/Diário dos Açores

Filho de açorianos é Top 30 da ForbesAndrew Arruda é dos jovens mais inovadores do mundo e veio de romeiro

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 7

Portos dos Açores discrimina Porto do Cais do Pico

Ivo Sousa*

No passado dia 11 de julho deste ano de 2018, a Atlânticoline emitiu um comunicado sobre uma altera-ção ao horário e itinerário da Linha Verde (a qual liga Faial, Pico e São Jorge), mais concretamente relativa ao dia 13 de julho (esta sexta-feira) — segundo o comunicado, a presen-ça do navio “Corvo” no Porto do Cais do Pico, situado na vila de São Roque do Pico, fez com que algumas escalas da Linha Verde fossem direcionadas para a Madalena [comunicado em anexo].

Atendendo ao que se passou no dia 26 de junho, onde um “navio fan-tasma” ocupou o Porto do Cais do Pico (o que implicou o cancelamen-to das respetivas escalas relativas ao transporte marítimo de passageiros), tomou-se a liberdade de investigar detalhadamente por onde ia estar o porta-contentores “Corvo” no dia 13 de julho e eis que se descobriu algo inesperado...

Em primeiro lugar, e analisando minuciosamente o comunicado da Atlânticoline, pôde-se concluir que o navio “Corvo” provavelmente só ope-raria entre as 10:25 e as 22:10, pois fora deste intervalo de tempo conti-nuaram a estar programadas escalas em São Roque do Pico, nomeada-mente as de uma viagem que vai ligar o “Triângulo” à ilha Terceira, passan-do pela Calheta de São Jorge, de for-ma a proporcionar mais uma forma de chegar ao ‘Festival de Julho’ que tem lugar nesta vila jorgense — sendo assim, merece um elogio este esforço para que uma rota há muito progra-mada (Horta/Cais do Pico/Velas/Calheta/Angra e vice-versa) não fos-se afetada. Por outro lado, nota ainda para uma particularidade do comu-nicado da Atlânticoline: a viagem no “Cruzeiro do Canal” entre Horta e Velas, na parte da manhã, tem uma duração prevista de 2h00, enquanto que, à noite, o percurso inverso (Ve-las/Horta) tem uma duração prevista de 1h20 — mesmo assumindo de que se trata de uma gralha, muitos passa-geiros podem ser apanhados despre-venidos; em todo o caso, consultando o separador “Barcos” do blog “Cais do Pico” [caisdopico.pt], é possível encontrar um horário atualizado e realista relativo a esta alteração de horário.

Assim, estando identificado a ja-nela temporal de quando o porta-contentores “Corvo” estaria em São Roque do Pico, segue-se a verificação se estava previsto, no dia 13 de julho, este navio operar no Porto do Cais do Pico. Ora bem, consultando o ca-lendário divulgado pela Transinsular para este mês de julho (e atualizado no dia 9 deste mês), não há qualquer referência a uma escala do navio “Corvo” na ilha do Pico nem no dia

em análise, nem na respetiva semana em questão!

No entanto, atendendo a que o site Vessel Finder indicava, no dia 12 de julho, que o “Corvo” estava atra-cado na Horta, não era de todo im-possível que este navio fizesse uma pequena paragem no Pico durante a viagem programada de horário entre o Faial e São Miguel. Notando que a Transinsular indica que “as escalas/datas indicadas podem sofrer altera-ções por motivos imprevistos”, vale a pena dar o benefício da dúvida à Atlânticoline e acreditar no “azar” e na impossibilidade de operar no Por-to do Cais do Pico por algumas horas de uma sexta-feira 13, pois, se isso não fosse verdade, não é de crer “de todo” que esta empresa fizesse esta alteração de horário e de itinerário, a qual é prejudicial para toda a dinâ-mica do “Triângulo”...

Ora bem, estando comprovado que o porta-contentores “Corvo” es-tava próximo da ilha montanha e que fazia sentido o hipotético horário de operação no Porto do Cais do Pico, restava tirar “a prova dos nove” e con-sultar as entradas/saídas previstas de navios nos principais portos açoria-nos, as quais estão disponíveis online através da Portos dos Açores. E eis que surge nova surpresa: no dia 13 de

julho, apenas estava previsto operar em São Roque do Pico o navio “Pau-lo da Gama”, bem como há previsões até ao dia 16 de julho, mas nada so-bre o “Corvo”...

Será que este era mais um caso de um “navio fantasma” a aparecer no Cais do Pico, ainda por cima numa sexta-feira 13? Mas que raio de porto azarento, pois já teve o maior metro quadrado do mundo e já esteve bem “ferido” devido às mais de 90 mil to-neladas de pedra que daqui seguiram para São Jorge...

Investigando mais um pouco, de forma a garantir que não se acusa as entidades envolvidas sem razão, foi feito um pequeno exercício: se o navio “Corvo” está na Horta e se de-pois vai para Ponta Delgada, bem como se as informações online da Portos dos Açores referem, para as saídas, o porto de destino e, para as chegadas, o porto de origem, então nas saídas da Horta teria de estar in-dicado para onde ia o “Corvo” e nas entradas de Ponta Delgada teria de estar referenciado de onde vinha este porta-contendores; consultando essa mesma informação, foi (finalmente!) possível confirmar que o navio “Cor-vo” prevê fazer escala no Porto do Cais do Pico no dia 13 de julho.

Contudo, este cruzamento de

informações permitiu por a desco-berto uma outra realidade: a Portos dos Açores, através do seu sistema online, discriminou o Porto do Cais do Pico, situado na vila de São Roque do Pico, ao omitir informação que comprovadamente já dispunha!

É sabido que o Porto do Cais do Pico tem algumas limitações de operacionalidade, as quais natural-mente não são de fácil resolução; agora, criar limitações adicionais a esta infraestrutura portuária, neste caso na disponibilização de informa-ção, mostra como não se tem em boa consideração o principal porto co-mercial da ilha montanha e o que nos últimos anos foi o terceiro porto mais movimentado dos Açores em termos de mercadoria!

Haja saúde!

Post scriptum: Foi curioso obser-var como, após um e-mail direta-mente remetido à Portos dos Açores a relatar a situação acima descrita, e apesar de a missiva não ter tido res-posta, a informação online de entra-das/saídas relativas ao Porto do Cais do Pico foi corrigida em conformida-de.

*www.caisdopico.pt

Entradas/saídas para o Porto do Cais do Pico (consulta efetuada na manhã do dia 12 de julho de 2018)

Entradas/saídas para o Porto da Horta (consulta efetuada na manhã do dia 12 de julho de 2018)

Entradas/saídas para o Porto de Ponta Delgada (consulta efetuada na manhã do dia 12 de julho de 2018)

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14 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptOPINIÃO8

J. Chrys Chrystello*

Tudo começou em 1967. Iniciei a minha longa carreira de jornalista da forma mais casual pos-sível ao fazer uma reportagem (a brincar, para treinar-me) do Circuito Internacional de Vila Real e da Fórmula 3. Vendi um exclusivo à Rádio Renascença e graças a isso, haveria de trabalhar para eles até sair de Portugal em 1973. A história começa duma forma bem mais prosaica. Estava convidado em Vila Real pelo meu tio, que era à data, Diretor Clínico do Hospital e responsável médico pela prova. Calmamente assistíamos na bancada principal às provas quando se deu um grande acidente com um corredor chamado Tim Cash, segundo a reminiscência que guardo do incidente. Como falava bem inglês, fui chamado por ele para lhe servir de intérprete. Acabei a en-trevistar o piloto (o acidente foi menos grave do que se previa), registando tudo no meu gravador portátil que já me acompanhava sempre nesses dias para toda a parte.

Quando saí do Hospital era lógico que todos queriam saber o que se passava (o homem sal-vou-se sem grandes mazelas) e limitei-me a ver quem me oferecia mais pela fita (naqueles tem-pos ainda não havia cassetes). Ganhei a alta soma de 500$00 pelo feito. Mais tarde, escrevi para a Rádio Renascença a lembrar-lhes o evento, numa clara demonstração de saber aproveitar as opor-tunidades. Ofereci-me para colaborar com eles em futuras provas. A RR achou que aquele jovem empreendedor tinha pinta e dignaram-se aceitar-me como colaborador de automobilismo da Re-nascença para a Zona Norte. Fui trabalhar para o célebre e popular programa Página 1 de José Ma-nuel Nunes, com colaboradores como Joaquim Amaral Marques, Adelino Gomes, Pedro Caste-lo. Era o programa de rádio mais ouvido e logo à

primeira tentativa, eu tinha entrado. Viriam a ser notáveis as coberturas que faríamos dos eventos desportivos a norte do país.

Curiosamente, uma das notícias mais impor-tantes (scoop, cacha) que transmiti foi, por mero acaso, a da morte de Otis Redding, num desastre de aviação em 10 de dezembro de 1967. Isto por-que não se usavam frequentemente telexes (quem se lembra deles hoje?) e eu passava a vida a ouvir estações piratas como a Rádio Caroline, Rádio Luxemburg, onde tinham acabado de dar a no-tícia. Nessa altura as notícias do mundo demo-ravam dias a chegar às redações dos jornais e das rádios. Não só nessa época. Mais tarde, em plena década de 1990, ainda enviava os meus despachos para a Agência Lusa, para a Rádio Macau (TDM, RTP) e para o jornal Europeu e jornal Público através de telex. Tinha de os enviar da baixa de Sidney. Chegavam a Lisboa, provavelmente, com mais de um dia e meio de atraso.

O sistema de reportagem fui-o desenvolvendo e melhorando ao longo dos tempos, sem lições de ninguém porque nunca fora feito antes em parte alguma do mundo. Inicialmente não me pagavam nada, depois começaram a pagar as despesas, ga-solina, telefones e alimentação. Por fim, já tinha uma avença que dava para remunerar os meus colaboradores em cada prova. Era um dos dois maiores sonhos da minha juventude: ser jornalis-ta. Desde os 12 ou 13 anos que sonhava com essas profissões. Esta já cá cantava, da outra desistiria.

Numa primeira fase fazia a cobertura de even-tos motorizados com o meu melhor amigo e piloto de competição em ralis, o Taka e ocasionalmente um primo ou um amigo juntava-se a nós. Íamos ver as classificativas cronometradas mais impor-tantes e seguíamos em busca dum telefone para

dar os tempos desse troço cronometrado no in-terior profundo norte de Portugal (normalmente Minho e Douro). A seguir começamos a ter mais de um carro para fazer a cobertura e podíamos ter várias equipas a transmitir os dados à medi-da que os concorrentes iam percorrendo os vários troços. Era a verdadeira cobertura em direto e ao vivo. Já nessa época se vivia com muita intensida-de a febre dos Ralis em Portugal. Havia gente em todos os montes e serras, fosse a que hora fosse. Por mais ermo e deserto que fosse o local havia lá gente.

Nos primeiros anos o que nos identificava pe-rante os polícias e a organização, para podermos aceder a zonas e estradas reservadas, era um car-tão (cartolina grossa) retangular prensado (feito por nós) com a palavra PRESS (em letra de im-prensa) a branco sobre fundo vermelho. Depois mandei imprimir autocolantes com a identifica-ção da estação emissora e do programa. Havia um martirizado gravador portátil de cassetes Grun-dig e um par de auscultadores de estúdio para as entrevistas, à partida e à chegada, com uns fios esquisitos e uma ventosa, que serviam para trans-mitir o som através do telefone. Reportagem na hora com meios improvisados e inventados por jovens como eu. Uma vida excitante para um adolescente, que permitia não só contactar com todos os pilotos, como com os organizadores, equipas de assistência, e com as atraentes jovens que eram atraídas por estes eventos. Que mais podia desejar? e ainda me pagavam para ter a voz na rádio.

*Jornalista, MEEA/AJA (Australian Jour-nalists’ Association - Membro Honorário Vitalício 1983-2018)

Memórias de um jornalista 2, Um aprendiz de feiticeiro

Numa terra não muito longínqua, um homem, perfei-tamente comum, foi pai. Desde o berço que aconchega o seu filho ao deitar. Apazigua-o, com amor, em cada dor ou indecisão, com as canções e histórias da sua infância. Nada o deixa mais feliz e realizado do que o sorriso es-pontâneo do seu filho.

Nesta terra há a tradição de enfrentar dragões em frente à multidão, esse homem, corajoso e exímio na arte de os desafiar, fez-se acompanhar, um dia, do seu menino colocando-o em frente ao monstro temido.

Este foi, sem dúvida, um comportamento imprudente, demasiado arriscado dado a imprevisibilidade de um ani-mal. No decorrer de anos de comportamentos afetuosos e securizantes em relação ao filho, uma ação irresponsável ditou-lhe o rótulo de homem bruto, insano, criminoso.

Foi enforcado em palavras, proferidas em desdém, va-zias de aprofundamento do âmago do ser e preenchidas de juízo de valor. E assim, um comportamento descon-forme é destacado em toda a sua vida e este homem é sentenciado. Há, sem dúvida, palavras que matam.

Palavras fogo

Tânia Ferreira

“Uma vida excitante para um adolescente, que permitia não só contactar com todos os pilotos, como com os organizadores, equipas de assistência, e com as atraentes jovens que eram atraídas por estes eventos. Que mais podia desejar? e ainda me pagavam para ter a

voz na rádio.”

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptRELIGIÃO 10

Aquando a sessão de encerra-mento do I Congresso Diocesano de Juventude, D. João Lavrador, Bispo de Angra e Ilhas dos Açores, desafiou os jovens presentes a não apenas entregarem o Comunicado Final do Congresso aos seus páro-cos, como também a lerem-no nas suas Comunidades. A este desafio corresponderam os jovens de São Roque do Pico que participaram no I Congresso Diocesano e, no passado fim-de-semana, quer na Paróquia de Santo António quer na de São Roque do Pico, não se limi-taram somente a ler à comunidade o Comunicado Final do Congresso como também partilharam o seu testemunho pessoal do que foi a vivência em São Miguel entre os passados dias 28 de Junho e 1 de Julho.

Na Paróquia de Santo António, o comunicado foi apresentado pela jovem Catarina Andrade que, no testemunho que partilhou com a comunidade afirmou que “ ter par-ticipado no congresso renovou-me a esperança, porque cada vez me-nos vejo jovens nos bancos da igre-ja e ver aquela massa de jovens a “

lutar” pela igreja que Cristo fundou foi maravilhoso. Superou e muito as minhas expectativas...”, referiu.

Já no Domingo, e na Paróquia de São Roque do Pico, foi a vez das jovens Salomé Gomes e Inês par-

tilharem com a comunidade quer o comunicado do Congresso quer o seu testemunho pessoal. Altura para a Inês afirmar que foi “muito feliz no congresso, diverti-me mui-to, rezei, fiz muitos amigos novos e conheci algumas irmãs...”.

No Sábado, dia 7de Julho, os Jovens de São Roque do Pico que participaram no I Congresso Diocesano de Juventude reuniram-se com o Pe. Júlio Rocha, naquela que foi a primeira reunião com o pároco, pós-congresso.

Esta primeira reunião teve como objectivo principal a presen-tar ao Pároco o Comunicado Final do Congresso, bem como, juntos, reflectirem procurando formas e meios de transpor para a prática pastoral da paróquia os pedidos e propostas feitos pelos jovens em Congresso.

Os jovens “congressistas” da ilha do Pico dão assim um extraordiná-rio testemunho da seriedade com que viveram este Congresso e da vontade que têm de o trazer para o concreto das suas comunidades.

Deus chamou! Deus chama e continuará a chamar porque a tarefa não está concluída e a missão carece chegar a todos: há um anúncio feliz a fazer chegar a todos os corações para que, tocados, a vida não seja outra que não o “Tudo em todos”. Muitos foram chamados… muitos são chamados e, todos os chamados são-no, não para um gozo cómodo junto do Mestre, para beneficiarem de benesses, títu-los ou honrarias, porque o Reino não é uma questão de “títulos” mas de missão; não para as “fardas” e apetrechos altamente secundá-rios, desvirtuadores da originalidade evan-gélica, mas em função de uma partida: Deus chama para enviar… e enviados dois a dois! Jesus bem sabe que a missão é árdua e a tare-fa é espinhosa; foi ontem e continua a sê-lo! O próprio Jesus fez-Se acompanhar por 12! A tarefa da missão não se compadece com egoísmos e egocentrismos, porque o Reino não se diz nem se escreve no singular mas, do singular e com o singular se edifica o plu-ral, que não é “majestático”, mas fraterno, é que não somos filhos únicos! Temos irmãos… somos irmãos! O testemunho é sempre um “nós” para que não se fale em nome próprio mas, com outros, em nome Daquele que en-via. Mas há recomendações e exigências para os enviados da Boas Nova: contar apenas com Deus; pôr-se a caminho para se fazer peregri-no; aceitar a hospitalidade para se apresentar como pobre; não forçar as portas para que se respeite a liberdade. Para a missão apenas o essencial: bastão e sandálias; é que o caminho é longo e íngreme, tantas vezes empoeirado, enlameado! Bastão e sandálias: Palavra e co-ragem! Divindade e humanidade! Céu e Ter-ra! E a partida dá-se! Qual sem-abrigo que só sabe que terá sempre o coração de Deus como tecto e abrigo! O envio dá-se no despojamen-to e na liberdade total de quem não se prende a coisas e a pessoas, de quem não é chamado a realizar contas de somar e multiplicar mas apenas e só de dividir aquilo que é de todos e para todos e, por fim, sabe diminuir para que o Grande possa emergir, porque, afinal, é em função deste “Grande” que nos tornamos pe-quenos! O problema é quando queremos ser os maiores esquecendo-nos que, na lógica do Reino, só se é grande quando se é pequeno e são estes “pequenos” que fazem o Reino acon-tecer, que fazem a Palavra avançar concreti-zando-a com os gestos e os sinais do próprio Cristo: porque, o que está mesmo em causa é a libertação do homem. O envio não é mera-mente “proclamar”; é também libertar. Dois a dois… O essencial… anunciar e libertar! Ba-gagem mais que suficiente na mochila da mis-são… tudo o resto… é mesmo resto!

Pe. Norberto Brum,Director Diocesano da Pastoral Juvenil

Editorial

Chamas os que são do Teu povo pelo nome,Mandando-nos expulsar maus espíritos,Libertar de angústias, pressas e medosE promover a harmonia no viver.

Envias-nos aos pares pela vida,E por vezes não nos sabemos deixar acompanhar,Pois procuramos os defeitos dos irmãosE desassossega-nos o seu diferente caminhar.

Sugeres-nos que levemos uma capa apenas,E nós enchemos uma mala enorme,Porque as coisas dão-nos segurança,Embora Tu convides ao total abandono e liberdade

Desde sempre nos tens mostradoQue contar contigo em qualquer trabalhoTorna a carga muito leve,Cansamo-nos menos e saímo-nos melhor.

Que frágeis somos, e que esquecidos,Por nada achamos que estamos sós,E esquecemos que és Tu o mais interessadoEm cada um de nós e na nossa missão.

Liberta-me, Senhor, d tantas coisas,Que eu deixe de lado as minhas inseguranças,Colocando-me de verdade nas Tuas mãos,Para que o meu único garante sejas Tu.

Chamas-nos hoje de novoORAÇÃO - POEMA

Jovens do Pico levaram Congresso para a ilha montanha

EDIÇÃO ESPECIALI CONGRESSO DIOCESANO DE JUVENTUDE

In: Apalavra do Domingo – Álvaro Ginel, Mari Patxi Ayerra (Edições Salesianas)

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt RELIGIÃO 11

1ª LeituraAmós 7,12-5«Vai, profeta, ao meu povo»

2ª LeituraEfésios 1,3-10«Escolheu-nos, em Cristo, antes da criação do mundo»

Evangelho São Marcos 6,7-13«Começou a enviá-los»

A Liturgia da Palavra deste 15º Domingo do Tempo Comum vem recordar-nos que Deus actua no mundo através dos homens e mulheres que Ele chama e envia como testemunhas do seu projecto de salvação. Esses “enviados” devem ter como grande prioridade a fideli-dade ao projecto de Deus e não a defesa dos seus pró-prios interesses ou privilégios.

A primeira leitura apresenta-nos o exemplo do pro-feta Amós. Escolhido, chamado e enviado por Deus, o profeta vive para propor aos homens – com verdade e coerência – os projectos e os sonhos de Deus para o mundo. Actuando com total liberdade, o profeta não se deixa manipular pelos poderosos nem amordaçar pelos

seus próprios interesses pessoais.A segunda leitura garante-nos que Deus tem um

projecto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher – um projecto que desde sempre esteve na mente do próprio Deus. Esse projec-to, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.

No Evangelho, Jesus envia os discípulos em missão. Essa missão – que está no prolongamento da própria missão de Jesus – consiste em anunciar o Reino e em lutar objectivamente contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Antes da partida dos discípulos, Jesus dá-lhes algumas instruções acerca da forma de realizar a missão: Convida-os especialmente à pobreza, à simplicidade, ao despojamento dos bens materiais. As advertências de Jesus para que os discípu-los se apresentem sempre numa atitude de sobriedade e de despojamento significam, em primeiro lugar, que o discípulo nunca deve fazer dos bens materiais a sua prioridade fundamental. Se o discípulo estiver obceca-do pelo “ter”, tornar-se-á escravo dos bens, acomodar-se-á e não terá espaço nem disponibilidade para se lan-çar na aventura do anúncio do Reino. Por outro lado, o discípulo que erige os bens materiais como a prioridade da sua vida sentirá sempre a tentação de se calar, de

não incomodar os poderosos, a fim de preservar os seus interesses económicos e os seus benefícios particulares. As advertências de Jesus para que os discípulos se apre-sentem sempre numa atitude de sobriedade e de des-pojamento significam também o desapego das ideias e preconceitos, dos hábitos e costumes, das paixões e afectos que podem constituir um obstáculo para a mis-são de anunciar o Reino.

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Palavra de Domingo

Olá amigos… E por aqui ainda se fala no nosso I Con-gresso Diocesano de Juventude! Os jovens estão ao rubro e cheios de vontade de colocar mãos à obra! E como o me-lhor mesmo é ouvir e, neste caso, ler o que eles têm para nos dizer, hoje, deixamos-vos com dois testemunhos de duas jovens: um da Sónia Craveiro, da ilha do Pico e o outro da Beatriz Leite da ilha de São Miguel.

Se tiverem vontade de também tornarem público o que vos vai na alma e no coração, seja ao nível individual ou em grupo, não tenham receios, enviem-nos as vossas sugestões e piniões…

Um forte e afetuoso abraço, com boas leituras…

Testemunho – Sónia Craveiro – Ilha do Pico

“Quando ouvi falar no I Congresso Diocesano da Ju-ventude, nunca ponderei ir até porque já não sou assim tão jovem, mas à medida que a data se aproximava, via que tudo “conspirava” para que fosse e começava a sentir que era um chamado de Deus, e se fosse não tinha como dizer não!

Quando percebi que era Jesus que me chamava decidi dizer SIM! e segui-lo. Aceitei a proposta do meu pároco e juntei me aos jovens já inscritos, confiei no Senhor e lá fomos todos juntos rumo à ilha do Arcanjo ao encontro de Jesus, por uma igreja+ no Pico, muito me custou deixar a minha família por tantos dias, mas valeu a pena cada minuto.

Lá na entrada do Congresso estavam a vender t-shirts que dizem: “ SOU FELIZ POR JESUS VIVE EM MIM!” Não a trouxe por acaso, trouxe porque sou feliz! E no Con-

gresso conheci tantas pessoas e vi rostos verdadeiramente felizes por anunciar a Igreja de Cristo.

Os Jovens nem sempre são fáceis, são chatos às vezes, coitadinhos, porque têm o cérebro em obras e precisam muito de nós, tal como nós deles.

Nós dizemos que eles não querem nada e que a Igreja não lhes diz nem serve para nada. Isso não é verdade, pelo menos uma verdade redundante!

Não foi isso que vi lá, o que vi foram Jovens que querem ser + Igreja, Jovens que querem conhecer Jesus e segui-lo. Pessoalmente digo que vim +, +feliz +rica +esclarecida +amada e sobretudo com a convicção de que tomei a de-cisão certa!

O resultado dos trabalhos que foram feitos naqueles dias está compactado num documento que foi entregue no último dia ao Sr. Bispo D. João Lavrador e que no meu entender é um pedido que eles nos fazem. Pedem a nós pais, padrinhos, sacerdotes, catequistas e comunidade em geral para cumprirmos a promessa que lhes fizemos no dia do seu baptismo, acompanhá-los e ajudá-los no cres-cimento da sua fé. Então vamos acolhê-los, abraçá-los e amarmo-nos uns aos outros como Jesus nos pede.

Todos Juntos unidos como irmãos que somos, por uma Igreja +.

Testemunho – Beatriz Leite – Ilha de São Miguel

“E parece que terminou...I Congresso Diocesano de JovensEu nem sei por onde começar a falar...Eu não sei se o que eu senti todos os outros sentiram, mas

eu percebi que este congresso realmente fez-me abrir a men-te, ganhar uma coragem de enfrentar o meu próprio lado ne-

gativo. Ajudou-me a perceber que amigos são importantes, que saber trabalhar em grupo é importante, ter um porta-voz é importante, um chefe é importante, mas percebi também que Deus é mais essencial do que qualquer outra coisa, de-pois de um congresso desses, de ter a alma tão cheia assim, a transbordar e a sentir vontade de partilhar Deus e a minha fé com o mundo, de mostrar o quanto ele é grande e o quanto ele é bom e mostrar que VALE A PENA ACREDITAR, pois se ele não existisse não faria com que nós jovens ficássemos de almas cheias neste congresso... Compreendi também que por vezes apenas não é o facto de termos demasiadas esco-lhas na vida, mas sim o facto de ter as escolhas erradas e por vezes os jovens abandonam um pouco Deus e perdem-se... Pois é... Jovens perdidos... Deus ajuda-nos e faz com que nós nos encontremos a nós mesmos! E realmente ele está sem-pre connosco, principalmente quando mais precisamos, nas tribulações da vida, e transporta-nos no seu colo!

Aconteceram coisas neste congresso que por mais que eu tente explicar o valor que teve para mim provavelmen-te ninguém irá entender porque foram coisas tão simples mas que tocaram tanto, porque quase sempre o mais sim-ples é o melhor e apenas cabe a nós aproveitar delicada-mente...

Neste congresso eu sorri, chorei, dancei, pulei, gritei, abracei, amei, adorei, cantei, mas eu encontrei-me e eu posso dizer que de todas as experiências que tive com a igreja, até hoje, esta foi a que mais me tocou, porque esta experiência realmente fez-me encontrar-me de verdade e perceber quem sou eu, fez-me esclarecer muitas dúvi-das de jovens, percebi quem é Deus na minha vida, o que ele quer de nós, quem sou eu e quem somos nós... E nada disto tem uma resposta concreta, estas perguntas são sem resposta escrita ou falada mas sim sentida, no inte-rior das nossas almas... Conheci pessoas muito especiais neste congresso e fico muito triste por ter que terminar já... Criamos laços de amor, como Deus sempre quis que houvesse amor entre todos! Para o ano espero poder estar presente num provável próximo congresso...

E agora uma mensagem IMPORTANTE: Nós, jovens, somos o futuro deste mundo, o futuro desta igreja e cabe-nos a nós fazermos o que quisermos com ela e na maior parte das vezes os outros julgam-nos ser pessoas sem ob-jetivos, mas se há um objetivo que estes jovens que par-ticiparam no congresso têm é de tornar esta igreja cada vez melhor, mais livre mas uma igreja com verdadeiro significado e uma igreja alegre! Os jovens querem uma igreja +! Os jovens não são um problema! Os jovens são um desafio!

Obrigada pela oportunidade de vir a este congresso pois mudou a minha vida e a minha visão interior! Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!

Este congresso foi indescritível!. Adorei.”

Pergunta, que nós respondemos

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 13

Mudar o Mundo a qualquer hora Nuno Barata*

Quando somos adolescentes achamos que va-mos mudar o mundo todos os dias e a toda a hora. Carregamos nas costas quimeras do tama-nho do universo, encontramos soluções magicas para todos os males da Humanidade, alimen-tamos esperanças como se a vida terrena fosse eterna.

Entramos então na juventude, começam a ser regulares a cargas etílicas nas noites de verão. Vivemos o tempo das soluções, dos planos, das noites escaldantes com as hormonas aos saltos e as moças casadoiras em alta. Tentamos mudar o Mundo às 4 da manhã, bafejados pelos fumos de um charro mal enrolado e os vapores de um Vo-dka com Laranja ou de um Absinto com Kima de Maracujá. Tudo parece fácil até chegar a ma-nhã seguinte que desmancha prazeres e quime-ras vãs. Afinal o que parecia fácil mudar às 4 de manhã torna-se difícil sequer aceitar entre as 10 e o meio-dia. São dias difíceis, horas compridas mas não cumpridas. As esperanças inoxidáveis de outrora, de ontem, de há pouco, tornam-se ferrugentas dúvidas de agora.

Espera-nos o Mundo do trabalho, o fatinho do casamento, a família. A vida dá-nos então o

primeiro grande “emborcão” hard knoks, como nos diz Francisco Cota Fagundes na sua auto-biografia, uma odisseia açor-americana, de so-nhos, quimeras e de muitas desilusões, o Mundo torna-se então difícil de mudar, seja a que horas for, seja do modo que for, seja por quem for. In-sistimos. A Humanidade tem salvação.

Dizem-nos, pela primeira vez que somos um Homem de meia-idade. O que é essa merda? Meia-idade? Eu sou um puto. Nesse dia de re-gresso a casa, levando pela estrada o SUV fami-liar que substituiu o desportivo de antanho, pela estrada fora, só, entre um som da Janis Joplin cuja voz sai límpida do leitor de mp3 do auto-móvel, vamos perdidos nas vetustas memórias de uma vida bem vivida e de Mundo ganho à custa de muito querer viver. Trauteamos a valsa de Cohen que passa logo a seguir a piece of my heart numa escolha aleatória sem sentido mas que transporta os nossos sentidos para dias pas-sados. Distantes.

Há, na verdade, pequenos gestos do nosso quotidiano que devemos mudar e outros tan-tos que devemos preservar porque esses são os gestos que podem mudar o mundo e contribuir

para que esse seja um planeta onde , de facto, vale a pena viver e vale a pena lutar pela vida. De nada servirá, a esta como às gerações vindouras, carpir os erros das gerações passadas, viver pre-gado ao desígnio de que hoje não há líderes, as-sobiar para o ar `espera que alguma coisa mude, porque tudo ficará na mesma mesmo que muita coisa mude.

A Humanidade só se pode queixar de si pro-poria e só ela para garantir que a civilização, não se deteriora até à exaustão. “O Homem é o lobo do Homem” na verdadeira aceção obsiana da ex-pressão não é uma inevitabilidade é, antes, uma questão que importa debater e combater.

De facto, pensando bem, fizemos muitas por-carias e outras tantas coisas boas, mas ainda há muito para mudar. E então damo-nos conta de que mais de metade da nossa vida já passou, so-mos de facto gente de meia-idade, somos se ca-lhar já velhos demais para mudar o Mundo mas novos o suficiente para acreditarmos que o pu-demos mudar a qualquer hora.

*Especialista em generalidades

Foguetabraze

Turismo e LiteraturaJosé Henrique Silveira de Brito*

Estamos em Julho, em plenas férias de Ve-rão. Se for como no ano passado, as ilhas devem estar invadidas por visitantes, o que é bom. Na Caldeira Velha, em São Miguel, no Algar do Carvão, na Terceira, no Centro de Interpre-tação do Vulcão dos Capelinhos, no Faial, no Museu dos Baleiros, nas Lajes do Pico, e nou-tros pontos interessantes da Região deve haver tanta gente que se formam filas de espera. São Jorge deve ter menos gente porque é menos fa-lada, deve ter aquele tipo de visitante que não quer correrias, gosta da natureza e vai à procu-ra da calma nas fajãs; em Ilhas Desconhecidas diz Raul Brandão: “o que as ilhas têm de mais belo e as completa é a ilha em frente” e de São Jorge vêem-se quatro: Terceira, Graciosa, Pico e Faial. Os visitantes das Flores devem ser os amantes de paisagens e sossego; como me di-zia alguém há pouco tempo: um fim de tarde numa esplanada na Fajã Grande, ao pôr do Sol, com um bom copo… é estar no paraíso!

As Ilhas estão na moda e vale a pena visitá-las. Não me canso de dizer a quem não conhece a Região: vá aos Açores! Vai ver que não se vai arrepender… E começo logo a sugerir várias hi-póteses de passeios, sítios a visitar e experiên-cias a não perder.

Já fui em viagens organizadas por operado-res turísticos e também já fui por minha conta e risco; são duas experiências completamente diferentes. Como me dizia o meu amigo Mário Rego, excelente guia: para quem não conhece é melhor ir uma primeira vez numa viagem orga-nizada por um operador, para ficar com alguns pontos de referência, e depois, passado algum tempo, regressar num passeio com um planea-mento pessoal, de modo a explorar aquilo que vai mais ao encontro do seu gosto pessoal.

Nas viagens organizadas por operadores apanhei sempre excelentes guias, sem dúvida; a informação dada era vasta e rigorosa. Mas notei que eram muito escassas as referências à literatura açoriana; se alguém interessado fazia perguntas sobre este tema, a informação vinha correcta e sucinta. Sem querer fazer de uma viagem de turismo aos Açores um pas-seio de estudo de alunos de literatura que vão, por exemplo, “ver a Lisboa da obra de Eça de Queiroz”, seria conveniente “mostrar melhores os Açores” tendo em conta os nossos escritores e as suas obras. Os visitantes ficariam com uma visão mais rica das ilhas e com referências lite-rárias que poderiam explorar, caso estivessem interessados. Dando um exemplo: no Faial, ao

falar da Horta, não seria de referir Mau Tem-po no Canal e toda a riqueza informativa e ar-tística que o romance de Nemésio encerra? No Pico, ao falar da baleação, para não continuar com Nemésio e o seu grande romance, não se-ria de referir o nome e a obra de Dias de Melo, que tanto escreveu sobre a caça à baleia? Ao mostrar a Terceira, não seria de ter em conta o extraordinário romance de Joel Neto Arqui-pélago quase todo passado na Ilha? Era uma questão de pedir a especialistas na literatura açoriana, e há-os excelentes, para escreverem guiões de orientação. Todos ficariam a ganhar: os visitantes, que veriam melhor as nossas ilhas com a ajuda de uma informação marcada pela nossa literatura; os guias, porque enriqueciam o seu trabalho; os escritores, porque veriam as obras divulgadas, e a Região, porque mostrava uma das suas maiores riquezas: a sua produção cultural, concretamente a sua literatura.

Braga, Julho de 2018

*Professor na Faculdade de Filosofia. É natural da Praia da Vitória e vive, actual-

mente, em Braga.

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptOPINIÃO14

RTP Açores: Responsabilidades,

Tecnologias, Pessoas (II) As estratégias e a

motivação dos profissionaisRui Almeida

Jornalista da Deutsche Welle

A definição de uma estratégia de médio e longo prazo é uma ferramenta fundamental para a compreensão e identificação dos meios técnicos, financeiros e humanos numa estrutura de “media”, qualquer que seja o seu al-cance e a sua dimensão. Mas mais ainda quando se trata de uma “marca” identitária de uma região e da sua au-tonomia, um instrumento de ligação e aproximação de nove ilhas e destas com a sua diáspora, uma décima ilha numerosa e espalhada pelos quatro cantos do planeta.

Trabalhar estas variáveis e acondicioná-las num pla-no lúcido e exequível é, portanto, o primeiro e prioritário passo para o controle de custos, a sua racionalização e a aplicação justa dos recursos disponíveis, sem prejuízo das grandes linhas de orientação do audiovisual público e da sua adaptação às especificidades de uma região como os Açores. E nessa essencial definição estratégica é prioritário o conhecimento dos públicos. Nenhum programador de televisão dispensa a noção mais aproximada e científica possível dos alvos para quem trabalha: quem vê, quan-do, vê, como vê e porque vê, percebendo as dinâmicas e as flutuações de audiência, a sua estratificação etária, os horários e as suas características particulares.

Conhecer para quem trabalhamos é, portanto, im-prescindível. E não é sequer razoável pensar-se em gerir, dirigir e corrigir estratégias de abordagem, de programa-ção e de informação sem um prévio recurso a este ins-trumento científico, para mais quando lidamos com nove ilhas e com uma idiossincrasia do telespetador que pode divergir e deve ser adaptada às suas necessidades e aos seus anseios.

Programar “em cima do joelho”, definir operações com base na oferta indiscriminada de conteúdos de produtores independentes, sem um critério “ab initio” de filtragem e sem que isso corresponda, efetivamente, às necessidades

da estação e à sua linha de orientação estratégica pode revelar-se nefasto a curto prazo, por corresponder a so-luções pouco consistentes e “de ocasião”, e a longo, por se poder desviar das reais necessidades da estação. E a consistência – quer técnica, ao nível da qualidade do sinal emitido e da difusão – quer de conteúdos (direcionando recursos, verificando apetências, motivando profissio-nais) é essencial para o sucesso e para a sustentabilidade dos canais públicos de rádio e televisão.

A motivação dos profissionais é, aliás, um elemento fulcral em todo o processo. E isso não sucede em muitas franjas da RTP Açores, atualmente, seja pela acomodação que resulta, eventualmente e ao longo dos anos, da falta continuada de estímulos (e que não se reduzem a simples progressões e planeamento de carreiras profissionais, an-tes radicam na incapacidade de perceber quem temos, e o que podemos fazer com quem temos…), seja pela ne-cessidade (não cuidada de forma recorrente) de forma-ção e adaptação a novos tempos e novos desafios do foro tecnológico, e a novas ferramentas que podem potenciar a produção e estimular os seus autores.

É certo – e é claramente um fator inibidor – que as condições técnicas deficientes em que a RTP Açores se movimentou, ao longo de muitos anos, contribuiram quiçá decisivamente para essa acomodação generalizada e transversal, mas não é menos exato que os tempos são de mudança, e que, mesmo ainda em fase de adaptação e consciencialização a novas instalações e meios, tem de partir dos profissionais o desejo de evoluir, e tem de par-tir dos gestores a concessão de ferramentas e estímulos para que tal seja possível. Porque, mais do que desejável, é imprescindível e emergente essa evolução.

Os caminhos do futuro (imediato) podem ser difíceis, mas sê-lo-ão ainda mais se não se pensar, efetivamen-

te, na televisão e na rádio públicas como trabalhos per-manentes e de equipa. O sentido coletivo da estrutura é determinante. E, apesar da introdução recente de alguns elementos que deixam antever uma certa evolução, con-tinuam a ser encontradas “resistências internas” a di-nâmicas que, mais cedo ou mais tarde, terão de surgir. As emissões devem ser entendidas como um todo, com menor “espartilho” de espaços (embora, evidentemente, salvaguardando as características únicas de cada profis-sional), e com uma estruturação de promoções cruzadas que não existe. E se a rádio e a televisão são produzidas por pessoas, essas pessoas têm nome e devem ser, igual-mente, promovidas junto dos auditórios, como forma de estreitar ligações e estabelecer dinâmicas de interação que melhorarão, decerto, a imagem da RTP Açores jun-tos dos públicos a que se destina e a ideia (essencial) de integração dos públicos nos espaços de emissão, permi-tindo a quem ouve e a quem vê sentir-se efetivamente parte do processo de produção e, simultaneamente, ob-jetivo final do mesmo.

Não partir destes pressupostos, da imperiosa neces-sidade de conhecimento dos destinatários, do domínio rigoroso e controlado dos orçamentos e dos planos de produção, e de uma lógica de crescente e continuada motivação dos profissionais, concedendo-lhes espaço para criação e ação e integrando-os em todo o processo de avaliação, discussão e decisão de linhas de orientação, e não olhar para as pessoas que formam uma equipa, permitindo-lhes evolução e definindo reais parâmetros de mérito profissional, é estar, à partida, a arriscar dema-siado numa estrutura e numa empresa que têm meios, capacidades, vontades e pessoas para poderem continuar a ser o que os açorianos mais desejam: o maior carimbo da autonomia, a verdadeira marca dos Açores.

Os partidos que apoiam o governo de António Cos-ta e, de forma particular, o obsoleto Partido Comunista e o utópico Bloco de Esquerda, nunca tinham tido tanto tempo de antena em todos os meios de comunicação social escrita e falada.

Desde que fizeram essa aliança contranatura com o Partido Socialista, ficou-lhes o gosto pela ribalta, dobran-do as suas vozes em São Bento. Poucos, mas barulhentos, foi sempre a imagem de marca da extrema esquerda.

Na ânsia de voltar ao poder, o PS conspurcou o siste-ma padrão estabelecido pela prática democrática em Por-tugal desde a implantação do regime de 1974, fazendo um acordo que estremeceu as entranhas do próprio Belzebu no seu reino infernal.

Nos corredores de São Bento, autênticos laboratórios conspiratórios, onde escorre toda a manha que faria inve-ja a Nicolau Maquiavel, ‘A COISA’ (the thing) que virou governo, teria começado com o seguinte diálogo entre os interessados:

PS - “Meus ‘amigos’: Querem continuar no vosso canti-

nho parlamentar a lamber as feridas do PREC/75, de onde já quase ninguém vos ouve – a não ser os velhos sovietes – ou preferem vir para o nosso laboratório e desenvolver o vírus duma maioria?”

PCP – “Ó Costa! Não gozes coa gente!”BE – “Espera aí, ó Jerónimo – berra a Catarina, aos sal-

tos -: vamos ouvir o que estes gajos têm p’rá gente. (virando-se para Costa): o Bloco também pode entrar no laboratório, não pode?”

PS – “Claro! Eu sou o Costa do Castelo. Lembram-se?”BE – “Mas esse não era o António Silva?”PS – “Qual nada! Eu sou mesmo Costa. (e distraído, dis-

farça): E façam o favor de não me confundir com esse senhor Silva, porque me dá uma azia desgraçada…”

PCP – “Ó pá, deixem-se lá dessas merdas e vamos ao as-sunto. Qual é o vírus?”

PS – “Bem. O meu companheiro e camarada César que, como sabem, tem larga experiência no estudo de síndromas políticos, anda a convencer-me de que podemos inventar uma inovadora doença. Mas, para isso, os senhores e senhoras lá do cantinho, teriam de aceitar dar o salto da concordância. Percebem?”

PCP – “Qual é o plano?”PS – “Fácil. (Costa com sorriso de porta aberta ): Todos

juntos, vamos fabricar clones do vírus da governança.”

BE – “Eu quero, eu quero, eu quero, eu quer…”PCP – “Tá calada, sua vertebrada. (virando-se para Cos-

ta): Isso interessa-me, mas quero uns pozinhos desse vírus!”PS – “Não há problema! O meu camarada açoriano diz

que tem para todos o suficiente, para pôr aqueles sacolas da direita a dormir quatro anos! Aqui a nossa menina do Bloco só tem de convencer os Verdes e Cª Lda. O plano é infalível. E vocês passam a ter a oportunidade das vossas vidas. Esfor-cem-se!”

PCP – “Então e a Ideologia? Que fazemos com ela?”PS – “Ó Jerónimo! Não gozes coa gente! Essa gaja está

embalsamada junto de Lenine, em Moscovo, porr…. É só p’ra turista ver, bolas!”

BE – “Eu gosto, eu gosto, eu gosto, eu gos…”PCP – “Tá calada, sua … sua… minha querida

Catarina, camarada e… (virando-se para Costa): Isso dá ministérios p’rá gente?”

PS – “(Costa cauteloso, mas sempre sorridente): Não. Entramos todos de bata branca, porr…! É um laboratório…! Vamos lá. Mãos dadas, todos. Vamos espantar esse Coelho daqui p’ra fora, que a época da caça começou…”

BE – “Tiros… tiros… tiros…tiros. Viva a política, viva a política, viva o meu cheque. Ups!”

The End*Jornalista/editor

A Síndrome de São BentoJosé Soares*

[email protected]

Peixe Do Meu Quintal

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt ECONOMIA/CLASSIFICADOS 15

“Desinvestimento massivo”. É assim que o Eurostat apelida a redução de investimento norte-americano na União Europeia em 2017. Segundo dá conta o Jornal de Negócios, o saldo foi negativo em 274,2 mil milhões de euros no ano passado, o que compara com um aumento de 56,4 mil milhões de euros em 2016.

Os Estados Unidos acabaram por ser responsáveis por uma queda a pique no total do investimento estran-geiro realizado na UE.

“Os resultados preliminares de 2017 realçam um massivo desinvestimento líquido das empresas dos EUA no mercado da UE”, destaca o Eurostat, assinalando que esta foi a causa da queda superior a 80% da entrada de investimento na UE.

A redução foi recíproca, ainda que

em menor grau. “Os investidores direc-tos da UE também reduziram as suas aquisições líquidas no mercado dos EUA, embora de forma menos acen-tuada”, escreve o gabinete de estatís-ticas europeu, referindo que a queda foi de 67 mil milhões de euros, o que compara com os 274 mil milhões de euros a menos de investimento norte-americano.

No total, o investimento directo da União Europeia noutros países caiu 52,2%, passando de 250 mil milhões de euros em 2016 para 120 mil milhões de euros em 2017. Mas a queda foi muito mais intensa no investimen-to que entra na UE: “A entrada de investimento na UE foi insignificante, quase dez vezes inferior à do ano ante-rior”, escreve o Eurostat, revelando a queda de 340 mil milhões de euros em

2016 para apenas 37 mil milhões de euros em 2017, menos 89,2%.

Com o constrangimento na relação de investimento com os EUA, a Suíça foi o principal investidor directo na UE no ano passado assim como foi o país que recebeu mais investimento com origem nos Estados-membros. Entraram 90 mil milhões de euros com origem suíça e saíram 60,7 mil milhões de euros da UE para território suíço.

Além da Suíça, o Japão e o Canadá foram os únicos países com um investi-mento líquido superior a 10 mil milhões de euros. Já Hong Kong absorveu mais de 10 mil milhões de euros de investi-dores europeus. O Eurostat nota ainda que o investimento da UE na Rússia foi reduzido em sete mil milhões de euros em 2017.

Investimento dos EUA na União Europeia caiu a pique em 2017

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Diário dos Açores137ANOS

Membro Honorárioda Ordem de Mérito

Governo dos AçoresEsta publicação tem o apoio do PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada

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15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptINFORMAÇÕES16

Propriedade: Empresa do Diário dos Açores, Lda.Editor: Empresa Diário dos Açores - Rua Dr. João Francisco de Sousa, nº 16 - 9500-187 Ponta Delgada - São Miguel - AçoresRegisto no I.C.S. n.º 100552 – NIPC: 512003300Conselho de Gerência: Américo Natalino Pereira Viveiros e Paulo Hugo Falcão Pereira de ViveirosSócio com mais de 10% do capital da empresa: Gráfica Açoreana, Lda.Sede e redacção: Rua Dr. João Francisco de Sousa nº.16, 9500-187 Ponta Delgada - Telefones: 296 709 887/ 888 ou 914 394 200

Director: Paulo Hugo ViveirosDirector Executivo: Osvaldo CabralRedacção: Alexandra Narciso, Olivéria SantosPaginação: João Sousa, Flávio CordeiroDesign gráfico: Luís CraveiroRevisão: Rui Leite MeloFotografia: Pedro MonteiroServiços Administrativos: Lúcia MoreiraImpressão: Gráfica Açoreana, Lda. Rua Dr. João Francisco de Sousa nº. 14, 9500-187 Ponta Delgada

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Preço avulso: 0.60 Euros – Assinatura mensal: 12 Euros - IVA incluído Tiragem desta edição: 3.350 exemplaresTiragem do mês anterior: 3.250 exemplares

Estatuto Editorial disponível na página da internet em www.diariodosacores.pt

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

TABELA DAS MARÉSBaixa-mar:

09:58 – 22:34Preia-mar:

03:51 – 16:13

FARMÁCIAS

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

Ponta Delgada - 296 282 022, 296 205 500 e 296 629 630Trânsito - 296 284 327R. Grande 296 472 120, 296 473 410Lagoa - 296 960 410Vila Franca - 296 539 312Furnas - 296 549 040, 296 540 042Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 550 005 e 296 550 006Nordeste - 296 488 115, 296 480 110, 296 480 112 e 296 480 118Maia - 296 442 444, 296 442 996R. Peixe - 296 491 163, 296492033Capelas - 296 298 742, 296 989 433Santa Maria - 296 820 110, 296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110

Ponta Delgada - Urgência 296 301 301Normal 296 301 313Ginetes - 296950950Nordeste - 296488111Vila Franca - 296539900Ribeira Grande: 296 472318, 296 470100Lomba da Maia - 296446017, 296446175Povoação - 296 550050, 296 550052Centro de EnfermagemBombeiros de Ponta DelgadaTodos os dias das 17h00 – 20h00Incluindo Sábados, Domingos e Feriados

HOSPITAISPonta Delgada - 296 203 000 Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319Vila Franca - 296 539 420R. Grande - 296 472 128 - 296 472727Povoação - 296 585 197 - 296 585 155

POLÍCIA

296 285 399 (número regional)707 20 00 77 (número único)[email protected].ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00 às 17:30

GABINETE DE APOIO À VÍTIMA

BIBLIOTECAS

POLÍCIA MUNICIPALRua Manuel da Ponte, n.º 349500 – 085 Ponta DelgadaTel. 296 304403/91 7570841Fax: 296 304401 E-Mail: [email protected]

MARINHACentro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC Delgada)Tel. 296 281 777Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delga-da)Tel. 296 205 246

MUSEUS

MISSAS

SERVIÇOS CULTURAIS

Ponta Delgada Museu Carlos Machado

Inverno (de 1 de outubro a 31 de março)Terça a domingo, das 9h30 às 17h

Verão (de 1 de abril a 30 de setembro)Terça a domingo, das 10h às 17h30

Espaço Cultural e Museológico da Sinagoga de Ponta Delgada “Sahar Hassamain”

Dias úteis das 13h00 às 16h15Museu Militar dos AçoresDias úteis: 10h00 - 18h00

Fim-de-semana: 10h00 - 13h30 / 14h30 - 18h00Encerra aos feriados

Museu Municipal do NordesteAberto de 2.ª a 6.ª das 09h00

às 12h00 e das 13h00 às 16h00

Ponta Delgada

Centro Municipal de CulturaHorário das Exposições

2.ª feira - das 09h00 às 17h003.ª à 6.ª feira das 9h00 às 19h00 Ao Sábado das 10h00 às 17h00

Aos Domingos e Feriados abertura condicionada à programação

Ribeira Grande

Centro Comunitário e de Juventudede Rabo de Peixe

Teatro RibeiragrandenseHorário da 2ª a 6ª das 9h às 17h

PORTO DE ABRIGOEstação Costeira Porto de AbrigoTel. 296 718 086

Ribeira Grande Museu Municipal

Museu “Casa do Arcano”Museu da Emigração AçorianaMuseu Vivo do Franciscanismo

Casa Lena GalAberto de 2ª a 6ª - 09.00/17.00H

BOMBEIROS

Ponta Delgada De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 Sábado das 14h00 às 19h00

Biblioteca Municipal Ernesto do CantoRua Ernesto do Canto s/n 9500-313 Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139

Email: [email protected]ário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00

Horário de verão (durante as férias escola-res): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h3

Ribeira GrandeArquivo Municipal; Biblioteca Municipal

De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00

ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS DE SÃO MIGUEL

(INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA)

Central 296 30 25 30296 20 50 50

296 38 200096 29 59 25591 82 52 777

TÁXIS

JOGOS SANTA CASA

Ponta Delgada - Farmácia GarciaLargo 2 de Março 77Telefone: 296306370

Ribeira Grande - Farmácia RibeirinhaRua Direita 1ª parte, nº1Telefone: 296479202

Semana >> 08h00 – Santuário do San-to Cristo 08h30 – Matriz de 2ª a 6ª feira 09h30 – Fajã de Cima (3ª a 6ª) 12h30 – Matriz 17h30 - Casa Saúde Nossa Se-nhora da Conceição (excepto segunda e sexta-feira). 18h00 – Igreja do Imaculado Coração de Maria 18h30 - Matriz; São José; 19h00 – São Pedro; Igreja Nª Sra. de Fátima -Lajedo; Santa Clara; Fajã de Baixo (3ª e 5ª); Saúde - Arrifes - (3ª e 5ª); Milagres - Arrifes - (4ª e 6ª).

Sábado >> 12h30 - Matriz 17h – Clínica do Bom Jesus 17h30 – Igreja do Cora-ção Imaculado de Maria; Capela de São João de Deus -Fajã de Baixo; Casa Saú-de Nossa Senhora da Conceição. 18h00 – São José; Sete Cidades, Feteiras, Saúde - Arrifes. 18h30 – Matriz; Santa Clara; Fajã de Baixo. 19h00 - Igreja Nª Sra. de Fátima; Mosteiros, São Pedro; Relva; São Roque, Candelária; Ginetes 19h30 - Fajã de Cima; Milagres - Arrifes. 20h00 - Covoada.

Domingo >> 08h00 – Santuário Santo Cristo; Saúde – Arrifes, Mosteiros 09h00 – Igreja Senhora das Mercês; Clínica do Bom Jesus; Fajã de Baixo; Piedade - Arrifes. 09h30 - Piedade – Arrifes; 10h00 – Matriz; Igreja Coração Imaculado de Maria – São Pedro; Santa Clara; Mi-lagres – Arrifes 10h30 – Capela de São João de Deus - Fajã de Baixo; Covoada; Hospital Divino Espírito Santo; Várzea; Sete Cidades, Candelária, Milagres - Arrifes; Casa Saúde Nossa Senhora da Conceição. 11h00 – São José; São Pedro; Fajã de Cima 11h30 - Santa Clara; Fajã de Baixo; São Roque 12h00 – Santuário Santo Cristo; Matriz; Relva; Mosteiros; Ginetes, Feteiras; Saúde - Arrifes; Igreja Nª Sra. de Fátima Lajedo. 12h15 – Igreja de São Gonçalo - São Pedro 17h00 – Ma-triz 18h00 – São José 18h30 – Fajã de Baixo 19h00 – São Pedro

COLISEU MICAELENSE

TEATRO MICAELENSE

JOGOS SANTA CASA

Contactos Biblioteca e Museu do Trigo da PovoaçãoPrevistoFuncionamento:De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00

Museu do Trigo – Povoação – São Miguel Junto à Ribeira dos Bispos, entre as Lombas do

Loução e AlcaideHorário de FuncionamentoDe Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00Sábados, Domingos e Feriados 11h00 às 16h00

CINEMACINEPLACE PARQUE ATLÂNTICO

Sala 1Arranha - Céus 2D

13:00, 15:10, 17:20, 21.40, 23:50*Arranha - Céus 3D

19:30

Sala 2The Incredibles 2: Os Super Heróis

2D (VP)13:20, 16:00, 21:20

The Incredibles 2: Os Super Heróis 3D (VP)

18:40Ocean´s 8 2D

23:55*

Sala 3Deep: Aventura no Fundo do Mar 2D

(VP)13:50, 15:50, 17:50, 19:50

Plano de Fuga 2: Hades 2D21:50, 00:00*

Sala 4Jogo da Apanhada 2D

19:20Mundo Jurássico: Reino Caido 2D

14:00, 16:40, 21:30, 00:05*

* Sessão Válida Sex, Sáb e Vésperas de Feriado

THE PORTUGUESE KIDS 26 DE JULHO- 21H30

SEM INFORMAÇÃO

EuromilhõesPróximo sorteio sexta-feira

€ 17.000.000Último sorteio 10/07/2018

3 8 26 33 45 + 7 10

M1lhãoPróximo sorteio sexta-feira

€ 1.000.000Último sorteio 06/07/2018

XWF 33071

TotolotoPróximo sorteio quarta-feira

€ 5.600.000Último sorteio 07/07/2018

7 15 20 29 49 + 4

Lotaria clássicaPróxima extracção 16/07/2018

€ 600.000Última extracção 09/07/2018

1º Prémio 41425

Lotaria popularPróxima extracção 12/07/2018

€ 75.000Última extracção 05/07/2018

1º Prémio 14961

TotobolaPróximo concurso Domingo

€ 31.000Último concurso 08/07/2018

2C1 212 1X1 1111 X

PASSAT – Em viagem de Leixões para Pon-ta Delgada chegando amanhãMONTE BRASIL – Em

Ponta Delgada INSULAR – Em viagem de Ponta Delgada para Caniçal e LisboaS. JORGE – Em Ponta Delgada largando para Pico, Horta. Velas e Graciosa

AmanhãPASSAT – Em viagem de Leixões para Ponta Delgada chegando hojeMONTE BRASIL – Em Ponta Delgada largan-do amanhã para Horta e Praia da VitóriaINSULAR – Em Viagem de Ponta Delgada para Caniçal chegando amanhãS. JORGE – No Pico largando para Horta, Velas e Graciosa

LAURA S – Em via-gem para Ponta Delga-da chegando amanhã

AmanhãLAURA S – Em Ponta Delgada

FURNAS - Em via-gem de Lisboa para P. DelgadaCORVO - A navegar dos Açores para Leixões

AmanhãFURNAS - Em P. Delgada, saindo às 23 hrs para Vila do PortoCORVO - A navegar dos Açores para Leixões

BAÍA DOS ANJOS: Em Ponta Delgada

AmanhãBAÍA DOS ANJOS: Em Ponta Delgada

MOVIMENTO MARÍTIMONAVIOS DA

TRANSINSULAR

NAVIOS DA MUTUALISTA

AÇOREANA

Transporte Marítimo Parece Machado, Lda

AZORES AIRLINESChegadas a Ponta Delgada de:Boston: 06:00, 07:40Funchal: 13:55

Frankfurt: 17:00Lisboa: 07:55, 14:30, 20:25Porto: 14:10, 23:25Toronto: 06:45

Partidas de Ponta Delgada para:Boston: 15:45Funchal: 09:05Frankfurt: 07:10Lisboa: 07:30, 15:00, 21:15Porto: 08:45, 18:00Toronto: 16:10

AmanhãChegadas a Ponta Delgada de:Boston: 06:00Funchal: 13:55Lisboa: 07:55, 14:30, 23:20Porto: 14:10Praia, Cabo Verde: 16:00

Partidas de Ponta Delgada para:Boston: 09:10, 17:25Funchal: 09:05Lisboa: 07:45, 15:00, 17:55Porto: 08:45Praia, Cabo Verde: 07:45Toronto: 16:10

AIR AÇORESChegadas a Ponta Delgada de:Flores: 12:30Horta: 10:35, 15:00, 19:50, 22:10Pico: 13:20, 18:15, 19:40São Jorge: 17:05Santa Maria: 07:50, 20:05, 20:25Terceira: 07:40, 12:35, 14:30, 14:40, 18:30, 18:35, 19:40, 20:55

Partidas de Ponta Delgada para:Flores: 09:10Horta: 08:30, 12:50, 17:45, 20:00Pico: 11:10, 15:40, 16:10São Jorge: 15:00, 15:00Santa Maria: 06:30, 18:45, 19:05Terceira: 08:10, 08:40, 09:30, 13:05, 13:55, 19:00, 20:15

AmanhãChegadas a Ponta Delgada de:Flores: 17:30Horta: 13:25, 16:05, 21:55Pico: 10:15, 20:05São Jorge: 15:45, 17:05Santa Maria: 07:50, 08:15, 20:05Terceira: 07:40, 11:15, 12:55, 12:55, 18:15, 19:10, 19:10, 21:10

Partidas de Ponta Delgada para:Flores: 11:45Horta: 09:00, 10:35, 17:30Pico: 08:05, 18:00São Jorge: 13:25, 15:00, 16:20Santa Maria: 06:30, 07:00, 18:45Terceira: 07:15, 07:30, 09:00, 13:25, 14:30, 19:30, 20:05

TAPChegadas a Ponta Delgada de:Lisboa: 12h25, 18h10 e 23h55Porto: 14h45

Partidas de Ponta Delgada para:Lisboa: 07h00, 13h15 e 19h00Porto: 15h35

MOVIMENTO AÉREO

Page 17: opinião|Pág. 13 opinião|Pág. 7 Fundado em 1870 por M. A ... · 2 OPINIÃO/REGIONAL 15 de Julho 2018 . Osvaldo Cabral osvaldo.cabral@diariodosacores.pt Grande desorientação!

15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 17

Não há fim à vista para a disputa entre os professores e os governos (da República, com-posto pela geringonça, e Regional, da respon-sabilidade exclusiva do PS). É daqueles casos que exemplificam bem aquilo que tem sido a irresponsabilidade da geringonça e aquilo que ainda é o peso excessivo da administração pública e do funcionalismo público em áreas criticas para o desenvolvimento económico e social do País. O qualificar a presença da ad-ministração pública como com peso excessi-vo nem é uma opção ideológica (mas poderia ser com toda a legitimidade e propriedade) mas tão pouco uma constatação: o Estado, o Governo da República e o Governo Regional, não têm dinheiro para assegurar o que ten-tam acautelar. O peso excessivo e a presença, quase em exclusivo, do sector público nalgu-mas áreas deixam os governos à mecê do po-der sindical e das corporações profissionais.

Tudo começou com um governo da Repú-blica liderado pelo Eng. Sócrates, que, quan-do caiu, deixou o País à beira da falência, sem dinheiro para pagar os ordenados dos funcio-nários públicos e as pensões e prestações so-ciais devidas à população. Veio a intervenção da Troika e um governo de Coligação que teve que impor medidas impopulares, restritivas e, muitas delas, absolutamente necessárias para a modernização da economia portuguesa. As medidas que recaíram sobre o sector priva-do tiveram impacto imediato, tendo como consequência um aumento brutal do desem-prego. Muitos dos que foram para o desem-prego nesse período nunca mais regressaram ao mercado de trabalho.

Apesar de tudo, a coligação PSD/CDS-PP ganhou as últimas legislativas, porque os elei-tores perceberam que as medidas drásticas tomadas foram necessárias. O populismo de Costa foi penalizado nas urnas: a um ano de eleições as sondagens davam-lhe uma vitória confortável, e nas urnas foi castigado e atira-do para segundo a uma distância ainda mais confortável. Porém, a ânsia de poder cega, e Costa arranjou duas muletas na extrema-esquerda para poder ser primeiro-ministro. Essas muletas fizeram da sua campanha um hino à reposição das situações anteriores às imposições da Troika e às diligências do Go-verno de Coligação. O PS, durante a campa-nha, também embalou no populismo das re-posições.

E a geringonça acabou por fazer parte das

reposições, só que à custa do crescimento eco-nómico. É verdade que uma parte das reposi-ções foram financiadas pela descida dos juros, mas o restante foi financiado pelos brutais aumentos de impostos (só os impostos sobre os produtos petrolíferos sofreram, durante este desgoverno da geringonça, o maior au-mento do século) e da falta de investimento público (foi neste desgoverno da geringonça que se registou o investimento público mais baixo neste século e foi neste mandato que as cativações atingiram valores sem preceden-tes). Em relação à falta que o investimento púbico faz, basta relembrar, além da falta de coordenação e de liderança política, os baixos investimentos que ajudaram às tragédias dos incêndios o ano passado. E basta olhar para o que se passa nas escolas, nos hospitais, nos serviços públicos (o SEF fechou na Terceira, a alfândega já lá não está há uns anos, as fi-nanças já tem poder de decisão apenas numa ilha, o Governo Regional paga despesas com serviços da República: universidade dos Aço-res, PSP, CTT, etc.…).

No entanto os resultados positivos macroeconómicos não estão lá: o PIB portu-guês me 2017 era mais baixo do que em 2006, muito mais baixo do que em 2008 e até mais baixo do que em 2011. A dívida pública é mais alta de sempre (máximo histórico foi atingido em julho deste ano) e os privados que faliram e foram para o desemprego continuam em maus lençóis. Nada está consolidado, estando a recuperação “colada a cuspo”.

Tudo isto, todo este sacrifício económico, para se repor as situações anteriores, desde as 35 horas semanais aos valores de ordenados e pensões. Mas nem sequer foi tudo reposto. É que apesar das falsas promessas (resultado ou da ignorância que as finanças públicas não suportariam as reposições ou do desespero de chegar ao poder), algumas situações que a geringonça prometera resolver ainda não es-tão resolvidas – como o caso da reposição do tempo de serviço dos professores e desconge-lamento das carreiras. E essa situação tem que resolvida, ou pelo Governo da República, ou pelo Governo Regional, que tanto repudiou as políticas da coligação PSD/CDS-PP. Qualquer dos governos (regional ou nacional) tem po-der para resolver a questão nos Açores e tema obrigação política de o fazer. Basta quererem. O que não basta é criar falsas expectativas e fazer promessas para não cumprir.

Nuno Melo Alves

O peixe morre pela boca

Dia Mundial da Cobra

João Sardinha

Amanhã dia MundialIsto à Cobra dedicadaPois não havendo JornalVai hoje aqui lembrada

Se amanhã Mundial é diaSendo à Cobra dedicadaFestejem com alegriaNão só em Ponta Delgada

Amanhã dia MundialDa Cobra trabalhadeiraO Circo em PortugalFesteja e de que maneira

Não só mesmo em PortugalSe alguém quer colaborarZoologia MundialDeixem na Cobra tocar

Não é muito infantilE estimado animalMas espécies são três milIsto em termo Mundial

Cobra não fique esquecidaPois sendo antigo ditadoJibóia ou coisa parecidaEngole um boi ou veado

S’alguma menos amadaNão sendo uma miragemA Cobra é festejadaMuito no Mundo selvagem

Não assim bem comparadaNem sendo uma qualquerAqui em Ponta DelgadaHá Cobra que é Mulher

Há Cobra que é assimE outra sendo assadaPenso eu cá para mimExiste mais complicada

Se língua é que faz cheirarE assim utiliza a CobraPois esta me faz lembrarCá na Terra alguma sogra

Sendo animal sem piadaE até lhe chamam porcaTambém em Ponta DelgadaCobra é uma minhoca

Não fiz quadras a ofenderSimplesmente p’ra lembrarAmanhã não esquecerÉ as Cobras festejar

“É que apesar das falsas promessas (resultado ou da ignorância que as finanças públicas não suportariam as reposições ou do desespero de chegar ao poder), algumas situações que a geringonça promete-ra resolver ainda não estão resolvidas – como o caso da reposição do tempo de serviço dos professores e descongelamento das carreiras”.

Page 18: opinião|Pág. 13 opinião|Pág. 7 Fundado em 1870 por M. A ... · 2 OPINIÃO/REGIONAL 15 de Julho 2018 . Osvaldo Cabral osvaldo.cabral@diariodosacores.pt Grande desorientação!

15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.ptTELEVISÃO18

ESTATUTO EDITORIAL

O Diário dos Açores é um jornal centenário de edição diária, de informa-ção regional, independente, livre e regi-do por critérios de rigor.

O Diário dos Açores assume os princípios fundadores da Civilização Ocidental, perseguindo o ideal europeu.

O Diário dos Açores orienta-se pe-los valores da democracia, da liberdade e do pluralismo.

O Diário dos Açores quer contri-buir para uma opinião pública informa-da e interveniente. Valoriza a discussão franca, considerando que a existência de uma opinião pública informada é a base essencial para o exercício dinâmico da democracia.

O Diário dos Açores dirige-se a um público de todos os meios sociais e de todas as profissões.

O Diário dos Açores procurará fór-mulas atrativas e pertinentes de apresen-tação da informação, mas dispensando o sensacionalismo.

O Diário dos Açores acompanha o processo de mudanças tecnológicas e está atento à inovação, promovendo a interação com os seus leitores.

O Diário dos Açores assume o compromisso de dar cumprimento rigo-roso aos princípios deontológicos e éti-cos respeitantes à actividade jornalística, fazendo valer os Direitos inerentes ao livre exercício da prática informativa num Estado de Direito Democrático, sendo veículo de transmissão de opi-nião, desde que tal expressão não viole o cumprimento rigoroso de normas legais aplicáveis à comunicação social.

Qualquer alteração à programação que publicamos é da responsabilidade das respectivas estações

CARNEIRO(21/03 a 20/04)

BALANÇA(23/09 a 23/10)

TOURO(21/04 a 20/05)

ESCORPIÃO(24/10 a 21/11)

GÉMEOS(21/05 a 20/06)

SAGITÁRIO(22/11 a 20/12)

CARANGUEJO(21/06 a 22/07)

CAPRICÓRNIO(21/12 a 19/01)

LEÃO(23/07 a 22/08)

AQUÁRIO(20/01 a 19/02)

VIRGEM(23/08 a 22/09)

PEIXES(20/02 a 20/03)

A fase é de franca evolução em todos os setores da sua vida, mas evite certas atitudes ou conversas que podem preju-dicar a estabilidade desejada.

Com a Vénus em trânsito por esta Cons-telação poderá vivenciar momentos ex-citantes e quem está disponível poderá encontrar o outro elemento do par.

Embora as evoluções sejam algures len-tas terá de ter paciência e calma para es-perar por resultados mais enfáticos, neste novo ciclo de progressos.

Nesta fase bastante favorecida procure avaliar racionalmente as situações e evi-te certas posturas impulsivas prejudiciais ao progresso da carreira.

Neste período protegido poderá ex-pressar as suas ideias e libertar as emo-ções. Aliás, a conjuntura multiplica as possibilidades de obter sucessos.

Aproveite este período favorecido para viajar, fisicamente ou mental-mente, estudar e desenvolver ativi-dades compatíveis com a sua sensi-bilidade.

A vida afetiva enfrenta a possibilidade de ruturas nas suas relações, entretanto, a sua insegurança ainda não permite to-mar decisões definitivas.

A vida afetiva marca a necessida-de de conviver e desenvolver a sua criatividade, participando em associa-ções vocacionadas com os seus inte-resses.

O setor financeiro progride muito positi-vamente e poderá começar a pensar se-riamente num novo projeto profissional, compatível com a sua vocação.

O Saturno impõe à sua regente Lua uma transformação na sua forma de amar e a resolução de assuntos pendentes, funda-mentais para a sua felicidade.

O romance está favorecido e mantendo a energia positiva poderá atrair uma aven-tura apaixonante, entretanto, seja fiel à sua consciência “Superior”.

A conjuntura permite-lhe analisar as si-tuações de forma “iluminada” e, neste sentido, defenda os seus interesses de forma a atingir os objetivos.

signos

Astrólogo Luís Monizsite:http://meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

GRUPO ORIENTAL

Períodos de céu muito nublado com abertas.Aguaceiros fracos especialmente durante a tarde.

Vento norte fraco a bonançoso (05/20 km/h).ESTADO DO MAR

Mar encrespado a de pequena vaga.Ondas nordeste de 1 metro.

Temperatura da água do mar: 22ºCÍNDICE ULTRAVIOLETA (IUV)Ponta Delgada: 7 ALTO (12h-16h)

TEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS PREVISTAS:Ponta Delgada: 18 / 25ºC

GRUPO OCIDENTAL

Períodos de céu muito nublado com boas abertas.Vento norte bonançoso a moderado (10/30 km/h), rodando para

noroeste.ESTADO DO MAR

Mar de pequena vaga.Ondas norte de 1 metro, passando a noroeste.

Temperatura da água do mar: 22ºCÍNDICE ULTRAVIOLETA (IUV)

Santa Cruz das Flores: 9 MUITO ALTO (11h-16h)TEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS PREVISTAS:

Santa Cruz das Flores: 19 / 25ºC

GRUPO CENTRAL

Períodos de céu muito nublado com abertas.Aguaceiros em geral fracos especialmente na madrugada e manhã.Vento norte bonançoso (10/20 km/h), rodando para noroeste ao fim

do diaESTADO DO MAR

Mar de pequena vaga.Ondas norte de 1 metro, passando a noroeste.

Temperatura da água do mar: 22ºCÍNDICE ULTRAVIOLETA (IUV)Horta: 9 MUITO ALTO (12h-16h)

Angra do Heroísmo: 6 ALTO (12h-16h)TEMPERATURAS MÍNIMAS E MÁXIMAS PREVISTAS:

Horta: 19 / 25ºCAngra do Heroísmo: 19 / 24ºC

13:01 - Somos Portugal - TVI

07:00 Espaço Zig Zag11:45 Sim, Eu Consigo

- Ep. 1712:00 Voz Do Cidadão12:15 Caminhos12:45 70X713:15 Círculo De Civili-

zações - Ep. 114:00 Desporto 216:00 Desalinhado17:35 Quico - O Peque-

no Herói19:00 E2 - Escola Supe-

rior De Comuni-cação Social

19:30 Ao Serviço Da França - Ep. 11A perseguição à toupeira estimula as tendências paranóicas de Calot: e se o cul-pado não é outro senão ele próprio? Enquanto isso, as suspeitas do Coronel são con-firmadas: Moisés procura revelar o seu passado como colaborador. Merlaux recebe Sophie em casa e conta-lhe a sua história, a de um órfão criado por um padre. Um pa-dre que o coronel parece conhecer muito bem...

20:00 Um Século Em Filme - Ep. 2

20:30 Jornal 220:55 Lei E Corrupção

T2 - Ep. 121:55 Siga O Coelho

Branco - Ep. 222:25 Lula Pena Archi-

vo Pittoresco Ao Vivo No Teatro Da Vista Alegre

23:35 Cinemax T7 - Ep. 28

00:35 Raízes - Ep. 601:15 Euronews

05:15 Os Batanetes05:30 Campeões E

Detectives06:46 Detective Mara-

vilhas07:41 O Bando Dos

Quatro09:06 Querido, Mudei

A Casa!10:11 Missa - Alguei-

rão, Sintra11:25 Somos Portugal12:00 Jornal Da Uma13:01 Somos Portugal

Um programa que leva Portugal a todo o país, através das suas festas e romarias, das tradições, da gastronomia, da música e da boa disposição.

18:58 Jornal Das 820:30 A Tua Cara Não

Me É Estranha T6 - Ep. 8(Gala) - Ep. 8

22:55 Querido, Mudei A Casa!

00:00 Super Quiz01:15 Anjo Meu - Ep.

18601:45 Filha do Mar -

Ep. 7003:30 TV Shop

05:15 Uma Aventura T5 - Ep. 7

06:00 Masha Spooky Stories T1 - Ep. 15

06:15 Endangered Species T2 - Ep. 25

06:30 Endangered Species T2 - Ep. 26

06:45 Lego Freemaker Adventures - Ep. 12

07:00 Dragon Ball Super T3 - Ep. 49

07:15 Os Vingadores, A Revolução De Ultron T1 - Ep. 12

07:30 Star Wars: Re-bels T3 - Ep. 14

08:00 Onze T1 - Ep. 2708:45 Spell Keepers

T1 - Ep. 3709:15 Snoopy e

Charlie Brown - Peanuts: O Filme

11:00 Vida Selvagem12:00 Primeiro Jornal13:15 Fama Show T1 -

Ep. 52514:00 The Hunger

Games: Em Chamas

17:00 Taken - A Vin-gança

19:00 Jornal Da Noite20:30 Minutos Mági-

cos T4 - Ep. 421:30 Não há Crise!

T13 - Ep. 422:30 A Festa Do Mun-

dial22:30 O Outro Lado

do Paraíso - Ep. 180

23:45 C.S.I. T15 - Ep. 900:45 Beach Party T1 -

Ep. 202:30 Poderosas - Ep.

25503:30 Televendas

05:10 Todas as Pala-vras

05:30 Zig Zag07:00 Bom Dia Por-

tugal Fim de Semana

09:30 Eucaristia Domi-nical

10:30 30ª Gala Internacional dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz

12:00 Jornal da Tarde13:30 França x Cro-

ácia - Mundial 2018 - Final (Antevisão)

14:30 França x Croácia - Mundial 2018 - Final (Direto)

17:00 Mundial 2018: Entrega do Troféu

18:00 O Preço CertoUm dos concur-sos mais famo-sos da Europa com um ambiente elétrico onde quem se senta na plateia é con-vidado a jogar. Um programa de entretenimento com um caráter informativo sobre os preços de mercado e sobre novos produtos.

18:59 Telejornal20:00 Hóquei em

Patins: Andorra x Portugal - Camp. Europa 2018 (Direto)

21:30 Infiltrado23:45 Ciclismo: Volta

a França 2018 (Resumo)

00:15 França x Croácia - Mundial 2018 - Final

02:15 Parlamento03:00 Televendas

14:30 - França x Croácia - Mundial 2018 - Final (Direto) - RTP1

Previsão do estado do tempo nos Açores

I n f o r m a ç ã o d o I n s t i t u t o P o r t u g u ê s d o M a r e d a A t m o s f e r a

Frente fria Frente quente Frente Oclusa Frente EstacionáriaCentro de Alta Pressão

Centro de Baixa Pressão

06:00 Traz prá Frente07:00 Os Nossos Dias07:10 Vidago Palace07:35 Ideias & Compa-

nhias08:00 RTP3 / RTP

Açores09:30 Eucaristia Domi-

nical10:30 RTP3 / RTP

Açores16:00 Consulta Exter-

na16:20 Literatura Aqui16:45 Lusa Music Box17:20 Documentario

Açores17:50 O Sábio18:30 Cá Por Casa

com Herman José

19:36 Ilha a Cores20:00 Telejornal Aço-

res20:40 Na Rota dos

Festivais21:00 O Livreiro de

Santiago21:45 Paraíso22:15 Hora dos Portu-

gueses (Fim de Semana)

23:00 Vidago Palace23:50 Volta ao Mundo00:00 Consulta Exter-

na00:20 Literatura Aqui00:45 Lusa Music Box01:20 Documentario

Açores01:50 O Sábio02:30 Cá Por Casa

com Herman José

03:35 Ilha a Cores04:00 Telejornal Aço-

res04:40 Na Rota dos

Festivais05:00 O Livreiro de

Santiago

Page 19: opinião|Pág. 13 opinião|Pág. 7 Fundado em 1870 por M. A ... · 2 OPINIÃO/REGIONAL 15 de Julho 2018 . Osvaldo Cabral osvaldo.cabral@diariodosacores.pt Grande desorientação!

FestasTia Zulmira veio de Toronto, mais uma vez, para participar nas Grande Festas do Espírito Santo, promovidas pelo Mu-nicípio e freguesias do maior concelho dos Açores! Festa linda, com Missa So-lene de Coroações, com unção e tradição de uma herança que toca o coração da nossa gente, em todos os recantos das Ilhas, Coroa e Bandeira, o respeito que merecem, a música e os foguetes, as so-pas do Divino servidas a todos sem exce-ção, no serviço e na partilha. Uma ver-dadeira razão que mobiliza a nossa gente na fé que se enraizou no coração do povo açoriano!

BispoA Matriz e o seu imponente templo tam-bém se engalanaram para receber Dom Ximenes Belo, Nobel da Paz e bispo emérito de Díli, Timor! Missionário de todas as horas veio aos Açores para ver e sentir como palpita o coração deste povo ilhéu, muito devoto do Divino Espíri-to Santo, que no Domingo levou Ponta Delgada para as fronteiras de além mar!

EsperançasO Presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, anunciou que a nova tor-re de controlo e a nova aerogare da ilha Graciosa, que representam um inves-timento global de cerca de 5,3 milhões de euros, constituem exemplos de uma “aposta muito concreta na coesão regio-nal”. É verdade. Mas alguém dá esse sig-nificado à obra gigantesca do aumento da pista do aeroporto de Ponta Delgada com o colossal aterro da Mata da Doca que antecedeu aquele e transformou a economia açoriana irreversivelmente? Mota Amaral e o seu governo andam um pouco esquecidos pois a memória dos povos é muito curta. Não o esqueçam os políticos hoje no poder.

ApoiadoNa Graciosa, o Presidente do Governo adiantou que a Escola de Formação Tu-rística e Hoteleira se encontra a finalizar o plano para a realização de sete cursos, que arrancarão no final da época alta, em áreas como cozinha base e avançada, res-taurante, ‘softskills’ vocacionadas para o cliente externo e interno, marketing di-gital e ‘housekeeping’. Eis um setor onde todo o investimento é pouco. Bem visto.

Alimentação, vícios e saúdeA agricultura e a segurança alimen-tar são um contributo essencial na implementação do Programa Regional para a Promoção da Alimentação Saudá-vel. É verdade, e os profissionais de saú-de, como elos de ligação na sensibilização dos utentes para os malefícios do tabaco são fundamentais. Logo que não sejam

eles os próprios a “fumarem”…

Dia da esmola véspera da ingratidãoNa Agricultura, o Governo PS açoriano vai ajudar os agricultores a minimizar os efeitos da seca que se verifica no ar-quipélago através do apoio à importação de alimentos e de uma ajuda à quebra da produção de milho forrageiro e de hortícolas. Oxalá que a ajuda chegue a tempo e horas, que o tempo em política é mais importante que em gramática.

DesafioO nosso Governo reafirmou disponibili-dade para colaborar com o poder local, com vista a assegurar desenvolvimen-to para as freguesias, vilas e cidades de cada uma das ilhas. Aguenta-te Nasci-mento Cabral que eles não brincam em serviço!

Mistério insondávelO turismo açoriano tem crescido mais em receitas do que em dormidas, um sinal de bom caminho que demonstra que se tem apostado nos segmentos de mercados certos. Mesmo assim parece paradoxal…

CampanhaAnda em plena efervescência a campa-nha de Pedro Nascimento Cabral à pre-sidência do PSD açoriano. Um hotel da cidade parece transformado em sede de campanha e os almoços têm-se multipli-cado: técnicos de imagem, autarcas e sei lá que mais. Isto promete animar.

MatrizComadre Rosalina gosta muito de passe-ar e de estar na zona da Matriz, coração da cidade por excelência, onde se encon-tram todos os ingredientes da cidade que se diz capital do reino açoriano, mesmo que alguns ressabiados reclamem com essa brincadeira! Ora, como se sabe e é notório, por ali giram os principais serviços da urbe, a começar pela impo-nente Igreja Matriz, que há quem repita que já deveria ter sido considerada Co-Catedral, depois os mais diversos servi-ços, bancos e lojas e alguns interessantes bares e restaurantes. A PSP também se localiza nas imediações apesar de não se notar!Mas o panorama das últimas semanas é deplorável, com gente desregrada por ali deitada, alcoolizada e mal criada, aos gri-tos, urinando pelas paredes do Templo, enquanto a PSP desaparecida cumpre o dever sagrado de zelar pela segurança do povo! Amém!

FurnasCompadre Pimentel foi às Furnas com amigos que vieram do Brasil em curto período de férias. A visita é obrigatória

e já se vê onde foram eles: começaram pelas Caldeiras, saborearam o milho co-zido, provaram a água azeda e depois foram ao cozido junto à lagoa! A pai-sagem é sublime e o cheirinho a comi-da das entranhas das fumarolas parece que abre o apetite! No entretanto, ainda sobrou tempo para contar os gatos esfo-meados que andavam nas imediações: nada mais, nada menos que dez. Sim, uma dezena! Neste andar, qualquer dia ainda vão ser obrigados a abrir na zona um gatil, que eventualmente poderá ser mais um chamariz furnense para os tu-ristas amantes de animais!

NordesteTio João Torresmo foi às festas do Nor-deste, este ano em honra do Santíssimo Sacramento, com uma imponente pro-cissão até à Nazaré, do melhor que se faz em São Miguel! Isto para não falar da parte musical que a Câmara promo-veu com um programa de luxo aberto a toda a gente, que estas são as festas do concelho.Caminhos e ruas enfeitadas como é raro ver -se na ilha, ambiente de requinte, fo-guetes, incenso e respeito! Até as instalações sanitárias de baixo da ponte, ou seja, do imponente viaduto, na Vila, fechadas por incúria da anterior Câmara, foram impecavelmente repara-das pela atual e abertas ao público! Pa-rabéns!

VistoriasEstão na moda as vistorias! Muito bem, palmas e foguetes!Por acaso sabem quem paga as exigên-cias? E que atuação exigente têm os intervenientes ditos da Autoridade? Onde está o bom senso? No Nordeste, por exemplo, estão em pâ-nico porque a chamada autoridade sani-tária do concelho anda por lá e encerra serviços e deixa as pessoas em alvoroço! E está a originar um ambiente eferves-cente! Pelo menos que sejam pedagógi-cos e construtivos! É o mínimo que se pede!

EstilistaO conhecido estilista nacional, José António Tenente, em parceria com a estilista Regional, Isabel Roque, está a promover, com a conhecida Casa de Tra-balho de Nordeste, a confeção de artigos de vestuário com base nas cores e pa-drões do artesanato Regional, abraçan-do um interessante projeto que prestigia o Nordeste e as suas tradições mais ge-nuínas. O resultado deste primeiro trabalho foi apresentado, com êxito, no decorrer das festas do Nordeste, onde a nordestense Fabiana Andrade, Miss Queen Aço-res 2017, exibiu tão vistosas peças, com agrado e aplauso geral.Parabéns ao Nordeste por tão interes-sante iniciativa!

15 de Julho 2018 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO/REGIONAL 19

Memóriasdo

Diário dos Açores

Há 100 anos... Deixou de exercer as funções de go-vernador civil d’este distrito o nos-so amigo sr. tenente-coronel Mário Augusto Teixeira, que o governo da revolução de 5 de Dezembro havia para aqui nomeado.Ignoramos que causas determina-ram, inesperadas pelo menos apa-rentemente, a demissão d’esta au-toridade. Surprezas da política? Ou que outros motivos podem ser?

Há 100 anos...No proximo sabado o Club Micaelense realiza em honra do sr. Alto Comissário e sua exmª esposa, uma soirée familiar em seguimento a uma audição musical em que to-mem parte, entre outros distintos cultores musicais, os nossos consa-grados virtuose srs. Barbozas.

Há 50 anos...É atingido hoje pelo limite de idade legal, cessando por isso as funções de intendente de Pecuária do distri-to de Ponta Delgada, o nosso pre-zado amigo sr. dr. Victor Machado de Faria e Maia. Pode dizer-se que o seu nome fica indelevelmente liga-do ao progresso da nossa lavoura.

Há 50 anos...Está confirmada para o próximo dia 9 a saída de Lisboa do paquete “An-gra do Heroísmo”, na sua primeira viagem aos Açores. A nova unidade da Empresa Insulana de navegação chegará ao nosso porto no dia 12.

Há 50 anos...De avião, chegaram a esta ilha dois artistas famosos do Teatro italiano, Anna Proclemer, tida como a maior actriz teatral da Europa, e o actor Giorgio Albertazzi, que escolheram S. Miguel para gozo das suas férias no Hotel Terra Nostra.

Há 25 anos...Mais de 60 toneladas de haxixe fo-ram encontradas ao largo da ilha de S. Miguel. O haxixe foi lançado ao mar próximo do porto de Pon-ta Delgada, há cerca de dois anos, dentro de quatro contentores, a 40 metros de profundidade.O primeiro contentor foi localizado sábado passado por um draga-mi-nas da Marinha de Guerra holande-sa, porque quem coordena as inves-tigações é a polícia da Holanda.

Page 20: opinião|Pág. 13 opinião|Pág. 7 Fundado em 1870 por M. A ... · 2 OPINIÃO/REGIONAL 15 de Julho 2018 . Osvaldo Cabral osvaldo.cabral@diariodosacores.pt Grande desorientação!

O Primeiro-ministro, António Cos-ta, abriu o debate do Estado da Nação a garantir que não vai mudar de rumo, mesmo estando a um ano de eleições. As contas de 2019 serão de “conti-nuidade”, sem espaço para recuos ou impasses. Num discurso com vinte e seis minutos, o chefe de Governo de-fendeu que não se cortou ou adiou o investimento público.

No Serviço Nacional de Saúde, Costa sustentou que o Governo inves-tiu anualmente 700 milhões de euros. Só recebeu palmas do PS.

Sobre as contas de 2019 fica já a garantia de que será criado um pro-grama para o regresso dos jovens emi-grantes, tal como tinha anunciado no congresso do PS.

No capítulo das pensões, Costa prometeu que mais de 95 por cento das pensões serão aumentadas, “68

por cento acima da inflação”.A fechar o debate, esteve o Minis-

tro Adjunto do Primeiro-ministro, Pedro Siza Vieira, que discorreu sobre aquilo que de bom resultou da actu-al governação para sublinhar que os avanços conseguidos foram os possí-veis e que é preciso ter cautela para não avançar demasiado e, assim, co-locar em risco aquilo que já foi alcan-çado.

“Não podemos dar passos maio-res do que a perna, mas o nosso pas-so é agora mais firme e mais seguro”, declarou o ministro para quem há dois caminhos possíveis: prosseguir o rumo de recuperação de direitos e rendimentos, de crescimento econó-mico e aposta nos serviços públicos; ou seguir um caminho em direcção oposta.

“A alternativa ao compromisso as-sumido em 2015 [por PS, BE PCP e PEV] terá seguramente um sentido oposto (...) Não sabemos o que seria o caminho alternativo, mas não seria o reforço dos direitos”, assegurou.

Siza Vieira sustenta que os “resul-tados [obtidos] não aconteceram por acaso” e considera que se deveram aos acordos assinados em 2015 pelo PS com o Bloco, o PCP e os Verdes. Foi a geringonça que possibilitou uma “boa política” que, aliada a uma “boa gestão financeira”, permitiu que, em 2018, Portugal pague menos mil milhões de euros de juros da dívida pública.

António Costa garante que não vai mudar de rumo a um ano de eleições

O Museu da Graciosa promove, a 16 e 17 de Julho, na Casa do Povo da Praia, a realização de uma exposição intitulada “Memórias da Graciosa – Freguesias de São Mateus e de Santa Cruz”. A exposição integra um conjunto de fotografias que pretendem resgatar para as novas gera-

ções os saberes, costumes e acontecimentos da memória colectiva graciosense.

A Câmara Municipal de Ponta Delgada, no âmbito da iniciativa “Do concelho de Ponta Delgada para a res-tante ilha de São Miguel”, vai realizar, a 21 de Julho, pelas 09h15, um passeio pedestre à Praia da Viola. No passeio será feita uma rota linear pela costa norte da ilha, que liga as freguesias da Lomba da Maia à

Maia, passando por uma das mais belas praias em es-tado natural do arquipélago - a praia da Viola.

Nos próximos dias... “Memórias da Graciosa – Freguesias de São Mateus e de Santa Cruz” em exposiçãoPasseio pedestre à Praia da Viola a 21 de Julho

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Atlântico ExpressoCorreio dos Açores Diário Açoresdos

ANO

143ºEdição de 15 de Julho 2018

Diário Açoresdos

Ano146º

Última

Diário Açoresdos

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Palitos de lula

PREPARAÇÃO:Depois de limpar a lula, corte em palitos e, num tacho com água, ponha a cebola, metade da salsa e o louro. Tempere com sal e pimenta e, depois de água estar a ferver, junte a Lula. Deixe cozinhar. Depois de cozida, retire-a e passe em ovo e pão ralado. À parte, numa frigideira, deixe aquecer o óleo e mergulhe a Lula até alourar. Para a maionese de alho e salsa: num recipiente, coloque a maionese, o alho picado, a salsa picada, o piri piri e umas gotas de limão e misture tudo muito bem. Sirva com salada a gosto.

INGREDIENTES:500gr de Lula1 ovo Meia cebola Pão ralado qbSal e pimenta qb50 gr de salsa1 folha de louro1 dente de alho Piri piri qb50gr de maionese Óleo para frita qbMeio sumo de limão

Met

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Fonte: https://www.ipma.pt/

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