ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO NA ERA DA CULTURA...
Embed Size (px)
Transcript of ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO NA ERA DA CULTURA...
47
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
RESUMO: Fanfictions pode ser definida como a produo de histrias ficcionais baseada em um cnone e escritas por fs. Nesse sentido, a presente pesquisa procurou compreender o universo dos fandons e as atividades inerentes a eles, relacionando-o com a Cincia da Informao. Foram utilizados os conceitos cunhados por Jenkins (2009) e Levy (1998), respectivamente: convergncia de mdia que produto da evoluo tecnolgica e integrao de diversos meios de comunicao, cultura participativa que define a ao do consumidor de contedo passar a produzi-lo e inteligncia coletiva, que define a unio de conhecimentos prvios para criar uma inteligncia compartilhada em um grupo especfico. A partir desses conceitos, que formam o trip do trabalho colaborativo, e no contexto da Cincia da Informao, a pesquisa desenvolve um estudo do fenmeno do f colaborador e suas produes, em especial as fanfictions. Tendo como base terica a obra de Foucault (1969) O que um autor? questiona-se a noo de autoria a partir de seu conceito funo-autor. Com o objetivo de estudar o processo classificatrio das fanfictions no site Nyah! e caracterizar o escritor/usurio desses produtos a pesquisa apoiou-se em pesquisa bibliogrfica e descritiva aliadas a aplicao de questionrio online para coleta de dados. O questionrio foi aplicado em dois grupos fechados do Facebook, selecionados levando em considerao o nmero potencial da amostra, cada um deles contava com cerca de 25 mil membros. Ficou constatado que os Fandoms (comunidades de fs) so compostos em sua maioria por jovens estudantes do sexo feminino. O site de fanfictionsNiah! estabelece dois filtros para classificar suas histrias, sendo: categoria e gnero. O processo de classificao realizado pelos fs leva em considerao o enredo da histria em detrimento da categoria e do gnero preestabelecidos. Os dados coletados demonstram que boa parte dos usurios aprovam os meios disponveis para classificao, no entanto, uma parcela acredita que as categorias podem ser aprimoradas por meio de adio das mesmas. Conclui-se que essas comunidades so organizadas e dispem de capacidade para fazer a curadoria do conhecimento gerado em seu interior. Alm de representarem um campo rico de estudo em diversas reas do conhecimento, inclusive para a Biblioteconomia.
ORGANIZAO DO CONHECIMENTO NA ERA DA CULTURA DE CONVERGNCIA: as
fanfictions e a curadoria classificatria
Deise Maria Antonio Sabbag Bruna Daniele de Oliveira Silva
Deise Maria Antonio Sabbag [email protected] http://lattes.cnpq.br/0772836405405573 Professora da Universidade de So Paulo (USP). Doutora (2013) e mestra (2008) em Cincia da Informao e graduada em Biblioteconomia (1999) pela Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquista Filho. Bruna Daniele de Oliveira Silva [email protected] http://lattes.cnpq.br/8291810485396361 Graduanda em Cincias da Informao e da Documentao e Biblioteconomia pela Universidade de So Paulo (USP). Submetido em: 15/09/2017 Publicado em: 15/12/2017
mailto:[email protected]://lattes.cnpq.br/0772836405405573http://lattes.cnpq.br/0772836405405573mailto:[email protected]://lattes.cnpq.br/8291810485396361http://lattes.cnpq.br/8291810485396361
48
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
A pesquisa foi desenvolvida a partir da concesso de bolsa pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica (PIBIC/CNPq).
PALAVRAS-CHAVE: Cultura da convergncia. Fanfictions.
Funo-autor. Curadoria classificatria. 1 INTRODUO Fanfictions pode ser definida como a produo de histrias ficcionais baseada em cones da cultura popular escritas por fs que no se contentam apenas com o contedo produzido pelos autores originais. O seu processo de desenvolvimento envolve cones populares, cultura de massa, trabalho dos fs e convergncia de mdias, o presente artigo procura abordar e contextualizar esses tpicos. O embasamento terico ocorre a partir de Jenkins (2009) cujo trabalho conceitua a convergncia miditica, inteligncia coletiva, cultura participativa, trabalho colaborativo, comunidades de fs, entre outros. Questes relacionadas autoria esto diretamente ligadas s fanfictions uma vez que sua escrita nasce a partir da apropriao de um objeto cultural formalmente publicado e veiculado por meios legalmente autorizados. Para discutir essa questo, recorre-se a Foucault (1969) para discutir a importncia do autor perante sua obra a partir de seu conceito funo-autor. Refletindo sobre esses assuntos, a presente pesquisa procurou compreender o universo dos fandons e as atividades inerentes a eles, sendo elas: as comunidades, os cnones, os autores e a organizao da informao produzida nesse meio. Neste sentido, seu objetivo foi estudar o processo classificatrio das fanfictions no site Nyah! e caracterizar o escritor/usurio desses produtos. O trabalho apresenta um contexto histrico das fanfiction, aborda a convergncia de mdias, cultura participativa e inteligncia coletiva, reflete nesse contexto a respeito da autoria na cultura participativa, apresenta a coleta de dados e a anlise dos resultados.A pesquisa foi desenvolvida a partir da concesso de bolsa pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica (PIBIC/CNPq).
49
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
2 FANFICTION: uma abordagem histrica
Em contexto histrico, podemos considerar que as fanfictions nasceram na dcada de 1930 em meio popularizao dos quadrinhos, dos cones pop (como os super-heris) e histrias de fico cientfica. As fanfictions so histrias criadas pelos fs baseadas em alguma obra original formalmente publicada, chamada de cnone, materializando-se por meio das chamadas fanzines. As fanzines so revistas criadas pelos fs baseadas em algum cnone especfico sendo seu nome uma adaptao de magazine (fan + magazine). Na dcada de 1960, as produes dos fs comeam a ganhar fora principalmente devido ao lanamento de Star Trek na TV em formato de srie. Alm do lanamento da srie o perodo converge com diversos movimentos populares como pacifista, feminista, direitos civis dos afro-americanos, hippie, estudantil (Maio de 1968), entre outros (SIQUEIRA, 2008). Esses movimentos ressoam nas produes das fanfictions de diversas maneiras como, por exemplo, a maior participao das mulheres em sua criao, como meio de comunicao para suas reivindicaes (DANTAS; MOURA, 2013). Entre as dcadas de 1990 e 2000, o desenvolvimento da internet e o acesso aos computadores domsticos emanciparam os escritores de fanctions (ficwriters) do papel impresso e do custo de produzir uma fanzine. A partir destas dcadas, para escrever uma histria bastava ter um computador com acesso internet para milhares de pessoas lerem e compartilharem seus trabalhos. O processo de criao e disseminao de produtos criados pelos fs colaboradores s obteve xito graas a sua organizao em comunidades que foram denominadas Fandom. Os Fandoms so comunidades de fs que compartilham produtos, experincias e trabalhos de seu objeto de venerao. Esse objeto de culto pode ser filmes, sries de TV, bandas e cantores, HQs, Reality Shows, entre outros. As comunidades de fs se apropriaram do universo digital para ampliar sua dedicao ao cone pop, por meio de fruns, comunidades e grupos em redes sociais, discutindo sobre o produto, criando teorias, tentando preencher lacunas do enredo original. Jenkins (2009, p. 329), afirma que a produo dos fs se d a partir da apropriao do cone cultural e contextualiza:
No final dos anos 1980 e incio da dcada de 1990, ns, acadmicos da rea de educao, tratvamos o fandom como um importante campo de teste para ideias sobre consumo ativo e criatividade alternativa. Fomos atrados pela noo de cultura dos fs como algo que operava sombra da cultura comercial, sendo tambm uma reao e uma alternativa a ela. A cultura dos fs
50
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
era definida como a apropriao e a transformao de material emprestado da cultura de massa; era a aplicao das prticas da cultura tradicional ao contedo da cultura de massa.
Isto posto, um aspecto importante no Fandom a interao que acontece nesses grupos e o que eles representam: uma forma de resistncia cultura dominante, no por meio da rejeio dos produtos culturais, mas pela remodelagem destes as suas prprias crenas, gostos e preferncias. Essa interao tem como caracterstica o fenmeno do trabalho colaborativo em seu processo de criao. 3 CONVERGNCIA DE MDIAS, CULTURA PARTICIPATIVA E INTELIGNCIA COLETIVA O fenmeno do trabalho colaborativo, no contexto da cultura de massa, composto por conceitos que formam um trip conhecidos como conceitos de convergncia de mdias, cultura participativa e inteligncia coletiva. Esse trip contextualiza o funcionamento do processo de incorporao dos anseios dos fs na criao e disseminao de cones populares. A convergncia produto da evoluo tecnolgica e da transio e integrao de diversos meios de comunicao. Ela empoderou consumidores e permitiu que a participao do pblico passasse de interativa para participativa. A partir dela, as empresas de entretenimento pensaram novas formas de contedos e novos meio de lidar com os espectadores. Jenkins (2009, p. 29) define convergncia como:
Por convergncia, refiro-me ao fluxo de contedos atravs de mltiplas plataformas de mdia, cooperao entre mltiplos mercados miditicos e ao comportamento migratrio dos pblicos dos meios de comunicao, que vo a quase qualquer parte em busca das experincias de entretenimento que desejam.
Nesta perspectiva, percebemos que a convergncia alterou a dinmica na relao pblico-produtores de entretenimento. O engajamento dos fs aumentou na mesma proporo em que a disponibilidade de produtos e meios de comunicao entre si foram surgindo. Isso tambm afetou o mbito empresarial que compreendeu a necessidade de atender as demandas de seu pblico, obviamente, sem prejudicar seus lucros. Assim, a convergncia depende de adaptao constante tenso entre as foras do Fandom e do poder corporativo. Convergncia miditica a expresso utilizada para definir a utilizao de diversas mdias no intuito de explorar o mesmo produto cultural. Como corrobora, convergncia miditica onde as velhas e as novas mdias colidem, onde mdia
51
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
corporativa e mdia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mdia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisveis (JENKINS, 2009, p. 30). Toda essa integrao de mdias compe a cultura da convergncia que no depende apenas do aparato tecnolgico, mas do conhecimento e das relaes sociais de cada um. Sobre esse aspecto Jenkins (2009, p. 31) afirma:
A convergncia no ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. A convergncia ocorre dentro dos crebros de consumidores individuais e em suas interaes sociais com outros. Cada um de ns constri a prpria mitologia pessoal, a partir de pedaos e fragmentos de informaes extrados do fluxo miditico e transformados em recursos atravs dos quais compreendemos nossa vida cotidiana.
No contexto dos Fandoms, a convergncia atua na relao dos fs dentro das comunidades, conectando-os atravs dos meios de comunicao: organizando encontros, dando feedback para os trabalhos expostos, discutindo possveis interpretao do enredo original e criando ideias para os enredos das fanfictions. Para Jenkins (2009, p. 29), a circulao de contedos por meio de diferentes sistemas de mdia, sistemas administrativos de mdias concorrentes e fronteiras nacionais depende fortemente da participao ativa dos consumidores. Dessa forma, os fs, enquanto consumidores assduos de seus objetos de culto, tm papel de destaque na cultura da convergncia e quando considerados os Fandoms, a convergncia se fortalece e se alia a cultura participativa. O segundo conceito do trip do trabalho colaborativo a cultura participativa que explora o compartilhamento de conhecimentos e contedos compostos por fatores e elementos que levam em considerao a vontade dos fs no desenvolvimento de seus produtos. Jenkins (2009) afirma que as corporaes ainda tm mais influncia que os consumidores na definio de produtos culturais, no entanto, pode-se questionar, considerando o atual poder que a popularizao dos meios de informao deu aos espectadores, at quando a vontade da grande mdia vai prevalecer sobre a dos fs? Neste contexto, podemos compreender a expresso cultura participativa como a noo que contrasta com:
noes mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicao. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mdia como ocupantes de papis separados, podemos agora consider-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de ns entende por completo (JENKINS, 2009, p. 31).
52
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
A demanda dos consumidores por participao no processo criativo e desfecho das narrativas populares levou a popularizao da cultura participativa, com a internet essa demanda foi potencializada e chegou a tal ponto que os produtores de contedo que oferecerem resistncia ou simplesmente ignorarem sua existncia, enfrentaro uma clientela declinante e a diminuio dos lucros (JENKINS, 2009, p. 51). A cultura participativa o aspecto, no contexto das fanfictions, que define a ao do consumidor de contedo passar a produzi-lo. Ela a caracterstica mais importante dos fandoms, pois ela que permite estruturar e manter ativa as comunidades de fs. A cultura participativa o aspecto que permite a manuteno e perpetuao desse universo colaborativo entre fs, j que sua existncia depende do compartilhamento, tanto de ideias, contedos e at opinies, entre os fs. ela, que permite a sociabilidade entre os indivduos, possibilitando que tenham fora nas suas reivindicaes aos produtores, enquanto consumidores da cultura popular. O terceiro conceito do trip do trabalho colaborativo a inteligncia coletiva. O termo foi cunhado por Levy (1998) para designar a unio de conhecimentos prvios para criar uma inteligncia compartilhada, um produto comum a todos. O conceito utilizado por Jenkins (2009) em suas consideraes sobre esse tipo de inteligncia como uma alternativa para o poder miditico, tanto para a abordagem capitalista (atravs da explorao dos cones pop para comercializar materiais alm dos originais: miniaturas, roupas, entre outros), quanto para as produes independentes de fs. Sobre inteligncia coletiva Levy (1998, p. 29) afirma:
Quanto mais os processos de inteligncia coletiva se desenvolvem o que pressupe, obviamente, o questionamento de diversos poderes , melhor a apropriao, por indivduos e por grupos, das alteraes tcnicas, e menores so os efeitos de excluso ou de destruio humana resultantes da acelerao do movimento tecno-social.
Levy (1998) acredita que a inteligncia coletiva pode ser explorada a tal nvel que pode ser usada como instrumento de legitimao da democracia. Jenkins (2009) afirma que, por enquanto, a inteligncia coletiva usada para atividades mais suprfluas como as listas de discusses de determinado produto cultural,em que ocorrem as atividades do spoiling (que so a unio de fs para divulgar informaes privilegiadas, criar teorias e compartilhar contedos para descobrir o desfecho de algum programa miditico).
53
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
O questionamento de poderes que cita Levy (1998), no caso dos produtos alternativos dos fs, pode ser interpretado como o questionamento mdia, principalmente a hegemnica e de massa. Questionando os produtores dos contedos, os fs subvertem a ordem produtor-consumidor e saem da posio resignada de audincia para consumidores ativos e colaborativos, criando contedos a sua prpria maneira. A produo de contedo feita pelos fs colaboradores engloba os mais diversos tipos de materiais, so eles: fanarts (desenhos, pinturas), fanzines (revistas), fanfilms (filmes) e as fanfictions (histrias, narrativas). O fato de compartilharem de um conhecimento prvio aprofundado do contedo original permite que o material seja produzido, e mais, que ele possa ser interpretado. So as caractersticas, os smbolos do cnone que permitem o entendimento comum do cone cultural, assim, toda a produo compartilha de uma inteligncia coletiva. As atividades dos fandoms representam na prtica a inteligncia coletiva, ou seja, a reunio de diversos indivduos com diferentes graus de entendimento sobre determinado assunto, a unio dessas inteligncias gera conhecimento comum e compartilhado. A convergncia possibilitou o desenvolvimento e fortalecimento da cultura participativa e da inteligncia coletiva, unidas elas revolucionaram o modo de produzir e consumir conhecimentos. Os fandoms, no s exploram ao mximo as potencialidades dessa unio para produzir contedo, como se organizaram em tal nvel que so totalmente capazes de classificar, organizar, gerenciar e disseminar o conhecimento produzido em seu interior.
4 A AUTORIA NA CULTURA PARTICIPATIVA Uma questo importante para os escritores de fanfictions repousa sobre as questes que envolvem o direito autoral. O direito autoral nasceu, legalmente falando, no contexto capitalista, ou seja, para proteger os interesses das pessoas envolvidas no processo de produo literria. Antes desse perodo, sua nica importncia era pertinente a subverses de autores que escreviam textos considerados hereges ou de alguma forma proibidos. Isto posto, possvel relacionar as questes pertinentes a criao de fanfictions e a autoria usando como base terica Foucault (1969). O autor levanta diversas questes a respeito da importncia da figura do autor em relao sua obra. Sobre o nascimento da autoria Foucault (1969, p. 275) contextualiza:
54
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
O discurso, em nossa cultura (e, sem dvida, em muitas outras), no era originalmente um produto, uma coisa, um bem; era essencialmente um ato - um ato que estava colocado no campo bipolar do sagrado e do profano, do lcito e do ilcito, do religioso e do blasfemo. Ele foi historicamente um gesto carregado de riscos antes de ser um bem extrado de um circuito de propriedades. E quando se instaurou um regime de propriedade para os textos, quando se editoram regras estritas sobre os direitos do autor, sobre as relaes autores-editores, sobre os direitos de reproduo etc. - ou seja, no fim do sculo XVIII e no incio do sculo XIX -, e nesse momento em que a possibilidade de transgresso que pertencia ao ato de escrever adquiriu cada vez mais o aspecto de um imperativo prprio da literatura. Como se o autor, a partir do momento em que foi colocado no sistema de propriedade que caracteriza nossa sociedade, compensasse o status que ele recebia, re-encontrando assim o velho campo bipolar do discurso, praticando sistematicamente a transgresso, restaurando o perigo de uma escrita na qual, por outro lado, garantir-se-iam os benefcios da propriedade.
Dessa forma, os escritores de fanfictions podem ser vistos como transgressores do direito autoral, bem como j foram considerados os autores antigos que escreviam sobre assuntos considerados proibidos. Est na origem da autoria a caracterstica da transgresso. A questo que se pode levantar : qual o limite aceitvel dessa transgresso? Provavelmente, a resposta est no ganho financeiro que a atividade da escrita pode proporcionar. Uma vez atribuda a autoria, todos os ganhos e penalidades ficam limitados figura do autor. Foucault (1969, p. 279), diz que existe uma funo-autor que relaciona o autor a sua obra e caracteriza os discursos, ou seja, ela determina o que aceitvel, o que vlido, o que tem credibilidade.
[...] A funo-autor est ligada ao sistema jurdico e institucional que contm, determina, articula o universo dos discursos; [...]. O nome do autor no est localizado no estado civil dos homens, no est localizado na fico da obra, mas na ruptura que instaura um certo grupo de discursos e seu modo singular de ser. [...] A funo-autor , portanto, caracterstica do modo de existncia, de circulao e de funcionamento de certos discursos no interior de uma sociedade.
A funo-autor, como afirma Chartier (1999, p.36), uma funo classificadora maior dos discursos, no entanto esses mesmos discursos esto carregados de outros discursos, so uma bricolagem de textos em uma intertextualidade infinita (AZEVEDO NETO, 2014, p. 155). O autor conhecido por sua
55
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
obra, por seu estilo de escrever, no entanto, seu texto no representa somente suas ideias, no produto unicamente de sua criatividade, j que, para escrever necessrio ler. na leitura de outros discursos - que o autor desenvolve suas ideias, d embasamento as suas criaes. No contexto atual, valoriza-se mais o reconhecimento do autor e o potencial retorno financeiro da obra, do que seu objetivo final que seria a propagao e acesso ao texto e a leitura. Os textos devem ser lidos, pensados, interpretados e at reescritos de todas as maneiras possveis, pelo maior nmero de pessoas possveis; o texto deve atravessar os discursos, j que produto da unio dos mesmos. A definio de Fanfiction no site Nyah!,demonstra como acontece a apropriao do texto:
Do meu ponto de vista, fanfiction a forma mais fantstica de manter uma histria viva. Ficamos tristes ao ver que nosso anime, srie ou livro favorito chegou ao fim, mas atravs das fanfictions a histria nunca acaba, nossos personagens favoritos esto sempre envolvidos em novas aventuras escritas pelos prprios fs. Personagens secundrios tornam-se o astro da histria, casais que no existiam na histria original passam a existir e o final apenas um novo comeo (NYAH! FANFICTION, 2017, p. 01).
A funo-autor possui a caracterstica distintiva, em que o nome do autor carrega significao e une todos os seus discursos, isto , textos que receberam o status de obra, e dessa forma, compem a mesma. Como explica Foucault (1969, p. 274):
[...] O fato de haver um nome de autor, o fato de que se possa dizer "isso foi escrito por tal pessoa", ou "tal pessoa o autor disso", indica que esse discurso no uma palavra cotidiana, indiferente, uma palavra que se afasta, que flutua e passa, uma palavra imediatamente consumvel, mas que se trata de uma palavra que deve ser recebida de uma certa maneira e que deve, em uma dada cultura, receber um certo status.
Dessa forma, o texto no pode ser individualizado, pois uma construo social, ou seja, no nasce do absoluto nada. Para Foucault (1969) a noo de autoria deveria ser amenizada, no entanto, o mesmo no foi capaz de pensar uma maneira de concretizar essa ideia at mesmo pela limitao de seu tempo -, deixando para o futuro se encarregar de resolver essa questo. Como explica Milani e Menoncello (2015, p.131):
Nos afastamos de Foucault porque ele no tinha referncia a uma tcnica que permitisse o seu sonho. Temos agora esta tcnica, mas que se torna objeto de tenso entre a comunicao gratuita e a propriedade intelectual, entre a mobilidade dos textos abertos e a definio do texto segundo os critrios mais clssicos de sua identidade, ou entre uma apropriao que faz
56
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
entrar cada leitor como autor no texto finalmente apagando a noo de autoria e a reivindicao, inclusive no mundo acadmico, da obra como produo individual.
Hoje, com os recursos digitais e tecnolgicos possvel transgredir a noo de autoria, o trabalho colaborativo que define o universo das fanfiction uma prova dessa transgresso, no s da apropriao do texto, mas do questionamento aos limites impostos pelo direito autoral e da definio de autor. 5 COLETA DE DADOS E ANLISE DOS RESULTADOS
A pesquisa estruturou-se a partir das seguintes abordagens complementares: a) pesquisa bibliogrfica e descritiva da produo acadmica focada na temtica das fanfictions, organizao da informao e curadoria de contedos; b) pesquisa exploratria, aplicada para o reconhecimento dos elementos e fatores inerentes ao processo classificatrio, tendo o questionrio como instrumento de coleta de dados. O questionrio, como salienta Gil (2002, p. 114), um conjunto de questes que so respondidas por escrito pelo pesquisado. Para Lakatos e Marconi (2003, p. 201) questionrio um instrumento de coleta de dados, constitudo por uma srie ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presena do entrevistador. A ideia geral a de que o questionrio uma ferramenta de coleta de dados por meio de perguntas aplicadas a um pblico alvo com o intuito de embasar teorias ou abrir novas possibilidades na pesquisa. Para a pesquisa exploratria, utilizou-se de aplicao de questionrio online, a partir da ferramenta Drive do Google. O questionrio foi aplicado com os objetivos de: caracterizar o escritor/leitor de fanfiction e caracterizar o processo de classificao das histrias e as motivaes dos escritores envolvidas nesse processo. Essa tcnica foi escolhida, pois, o ambiente web o meio de comunicao que dialoga diretamente com o escritor/leitor de fanfiction, alm da facilidade de encontrar um grupo potencial de amostra com tamanho razovel e a praticidade de armazenar e coletar os dados. Aps pesquisa no site Nyah!,ficou claro que a melhor forma de comunicao com esse pblico era pelo facebook. A partir de pesquisa realizada na rede social, foram definidos dois grupos fechados como amostragem, considerando a quantidades de membros, so eles: Nyah! Fanfiction ~ Escritores e Leitores ~ e Nyah! Fanfiction (Oficial). O primeiro grupo formado por cerca de 30 mil membros e administrado por fs usurios do
57
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
site. O segundo conta com cerca de 22 mil membros e gerenciado pela equipe do site. Para caracterizao do processo de representao das fanfictions pelos escritores, foram elaboradas 16 questes de mltipla escolha. O questionrio foi dividido em dois eixos: o primeiro continha 9 questes, direcionadas caracterizao do usurio, o segundo contava com 7 questes, com o objetivo de caracterizar o processo de representao das histrias. Somando as respostas obtidas nos dois grupos do Facebook, obteve-se uma amostra de 33 usurios. Aps anlise dos dados, foi possvel caracterizar os autores de fanfictions como jovens (60.6% < 18 anos), pertencentes ao sexo feminino (90.9%), leitores, estudantes (63.3%) e usurios assduos da internet. Ficou evidente que grande parte da amostra teve seu primeiro contato a partir da internet (81.8% descobriram as fanfictions pela internet Ver grfico 3).
Grfico 1: Idade da amostra
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Grfico 2: Ocupao da amostra
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
58
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
Grfico 3: Fonte de descoberta das fanfictions
Fonte: Dados da pesquisa, 2017. A pesquisa demonstrou que, 28.1% tm a categoria Originais como a mais usada (ver grfico 4). O que pode indicar que esse pblico tm aspiraes profissionais com a atividade da escrita. Ficou evidente que esses grupos so muito produtivos e colaborativos, so espaos em que seus membros pedem opinies (sugestes de enredo, caractersticas de personagens), solicitam servios (criar capa, editar imagens com fotoshop, etc.), pedem auxlio no processo de escrita (conselhos de como proceder com um bloqueio criativo, etc.).
Grfico 4: Categorias mais utilizadas pela amostra
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
59
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
A classificao ocorre em duas etapas: escolha da categoria e escolha do gnero. A categoria designa uma tipologia de produto cultural (Animes / Mangs, Bandas / Cantores, Cartoons, Filmes, Jogos, Livros, Nyah!, Originais, Poesias, Quadrinhos, Seriados / Novelas / Doramas) e sua escolha ocorre antes da escrita. Aps escolher a categoria, o site direciona o usurio uma pgina para escolher o cnone que a histria vai usar como base. O cnone o produto original e as fanfictions podem utilizar: os personagens, o universo, ou qualquer outra caracterstica que remeta ao cnone. A escolha do gnero mais ampla e dispe de muitas opes (Ao, Amizade, Angst, Aventura, Comdia, Crossover, Darkfic, DeathFic, Drama,Ecchi, Fantasia, Fico Cientfica, Furry, Hentai, Horror, Humor Negro, Lemon, Lime, Mistrio, Orange, Pardia, Poesia, Romance, Shonen-ai, Shoujo-ai, Songfic, Suspense, Terror, Tragdia, Universo Alternativo, Yaoi, Yuri). Dessa forma, ocorre uma classificao mais especfica na caracterizao do enredo, podendo ser atribudos diversos gneros mesma histria. A ampla atribuio de gneros mesma histria , ao mesmo tempo, positiva e negativa. Positiva, pois aumenta a especificidade na busca dos usurios e negativa, pois podem ser atribudos diversos gneros para aumentar as chances de visibilidade das fanfictions, o que diminuiria a especificidade. A questo da visibilidade importante, j que o site dispe de rankings semanais das histrias mais comentadas e bem avaliadas. E por fim, o processo de curadoria das fanfictions no site. Segundo os dados do questionrio, a maioria da amostra (72.7% - ver grfico 6), considera o enredo para a classificao de suas fanfictions, seguidos de 6% que consideram as categorias disponveis e 3% que consideram os gneros disponveis. Boa parte dos usurios avaliou o conjunto de categorias disponveis como Boas (54.5%), seguido de 27.2% que as classificou como pouco abrangente e nenhum usurio acredita que as categorias sejam ruins. No entanto, 24.2% dos usurios, j solicitaram a incluso de novas categorias ao site. Com isso, possvel concluir que o sistema de classificao das categorias, ou seja, primeiro filtro do site funciona, porm, pode ser aprimorado.
https://fanfiction.com.br/categoria/1/animes_mangs/https://fanfiction.com.br/categoria/1/animes_mangs/https://fanfiction.com.br/categoria/1/animes_mangs/https://fanfiction.com.br/categoria/97/bandas_cantores/https://fanfiction.com.br/categoria/97/bandas_cantores/https://fanfiction.com.br/categoria/97/bandas_cantores/https://fanfiction.com.br/categoria/131/cartoons/https://fanfiction.com.br/categoria/76/filmes/https://fanfiction.com.br/categoria/77/jogos/https://fanfiction.com.br/categoria/112/livros/https://fanfiction.com.br/categoria/3777/nyah/https://fanfiction.com.br/categoria/3777/nyah/https://fanfiction.com.br/categoria/92/originais/https://fanfiction.com.br/categoria/529/poesias/https://fanfiction.com.br/categoria/420/quadrinhos/https://fanfiction.com.br/categoria/104/seriados_novelas_doramas/https://fanfiction.com.br/categoria/104/seriados_novelas_doramas/https://fanfiction.com.br/categoria/104/seriados_novelas_doramas/https://fanfiction.com.br/categoria/104/seriados_novelas_doramas/https://fanfiction.com.br/categoria/104/seriados_novelas_doramas/
60
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
Grfico 5: Avaliao das categorias
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Grfico 6: Critrios para classificao das fanfictions
Fonte: Dados da pesquisa, 2017. Quase metade dos usurios (48.4%), consideram os gneros disponveis Bons, seguido de 30.3% que os classificou como pouco abrangente e novamente nenhum usurio acredita que as categorias sejam ruins, porm, dessa vez nenhuma solicitao de adio de gnero foi sugerida ao site. Esses dados evidenciam que o grande nmero de opes de gneros satisfaz boa parte dos usurios e garante certa especificidade, pois nesse contexto, a classificao de pouco abrangente pode ser interpretada como especfica.
61
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
Grfico 7: Avaliao dos gneros
Fonte: Dados da pesquisa, 2017. Durante o processo de coleta de dados, um obstculo, que no era esperado, foi encontrado. Considerando o grande nmero de usurios e a atividade diria nos grupos selecionados, esperava-se obter um grande nmero de respostas ao questionrio, mesmo com o cuidado de fazer atualizaes dirias nos grupos, a taxa de adeso foi baixa. Apesar disso, acredita-se que a partir dos dados coletados com a aplicao do questionrio, foi possvel caracterizar os escritores de fanfictions e o processo de classificao realizada no site Niah!,alcanando, satisfatoriamente, os objetivos apresentados no incio da pesquisa. Como mostrou os dados, essas comunidades constituem-se majoritariamente por jovens e, ao contrrio do que se possa pensar imediatamente, elas so extremamente organizadas e colaborativas. O mtodo de classificao das fanfctions, ainda que com alguns equvocos, - como a possibilidade de atribuir vrios gneros para aumentar a visibilidade da histria - mostrou-se eficiente. Considerando a poltica do site de estar sempre aberto s sugestes dos usurios, conclui-se que seu sistema de classificao est em constante evoluo. 6 CONSIDERAES FINAIS A pesquisa conclui que o fenmeno das fanfictions um movimento slido e crescente que engaja jovens nas atividades de leitura e escrita. Os autores aliam o amor pelo cnone caracterstica transgressora da escrita e por meio da apropriao do texto do voz s suas ideias, explorando ao mximo diversos produtos culturais.
62
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
A convergncia miditica ajudou a consolidar as prticas dos fandoms, pois uniu essas comunidades atravs do estreitamento das fronteiras fsicas. A organizao desses grupos explicada pela cultura participativa e pela inteligncia coletiva, esses fenmenos ocorrem quando h um grupo de pessoas com objetivos comuns e cada indivduo envolvido, contribui para o seu funcionamento. A autogesto dessas comunidades se provaram funcionais, organizadas e com compreenso mnima de classificao e curadoria. Elas criaram um novo meio de criar e organizar o conhecimento de uma maneira prtica e compreensvel todos seus membros. Nesse sentido, o profissional da informao deve estar atento essas novas formas de organizao do conhecimento, no s para o trabalho da classificao, mas para conseguir dialogar com essas comunidades que so extremamente envolvidas com atividade literria. O crescimento dos fandoms e mais especificamente das atividades relacionadas escrita das fanfictions algo crescente no Brasil, igualmente crescente o estudo desses fenmenos. A classificao das fanfictions representa um campo rico para o estudo da curadoria digital, classificao e at a folksonomia utilizada no site. A grande comunidade nas redes sociais propicia uma amostra de tamanho considervel para diversos estudos, que ainda no foram explorados na rea da Biblioteconomia.
ORGANIZATION OF KNOWLEDGE IN THE CONVERGENCE CULTURE ERA: fanfictions and classification curation
ABSTRACT: Fanfictions can be defined as a production of fictional
stories in a canon and written by fans. In this sense, a current research, the universe of the fades and the activities inherent to them, relating it with an Information Science. We used the concepts coined by Jenkins (2009) and Levy (1998), respectively: media convergence that is product of technological evolution and integration of various media, participatory culture that defines a content consumer action to produce i- Lo and collective intelligence, which defines a union of prior knowledge to create a shared intelligence in a specific group. From concepts, which form the work of work, and in the context of Information Science, a search for a study of the phenomena of the collaborator and his productions, especially the fanfictions. Based on the theoretical and work of Foucault (1969) "What is an author?" The notion of authorship is questioned based on its concept "function-author". In order to study the classificatory process of fanfictions no site Nyah! and characterize the writer / Use of research data in bibliographic and
63
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
descriptive research allied to the application of online questionnaire for data collection. The questionnaire was applied to two closed groups of Facebook, selected taking into account the potential number of the sample, each with about 25 thousand members. It was found that the Fandoms (fan communities) are composed mostly by female students. The site of fanfictions Niah! constitute two filters to classify their histories, being: category and gender. The research process conducted by fans takes into account the plot of the story to the detriment of the pre-established category and genre. The collected data demonstrate that a good part of the users approved the means available for the classification, however, a portion believed as categories can be improved by means of adding them. We conclude that these communities are organized and have the capacity to curate the knowledge generated within them. In addition to representing a rich field of study in several areas of knowledge, including for Librarianship. The Research was developed from the granting of a scholarship by the Institutional Program of Scientific Initiation Scholarships (PIBIC / CNPq).
KEYWORDS: Convergence Culture. Fanfictions. Author-function.
Cassification curation.
REFERNCIAS
AZEVEDO NETO, Joachin. A noo de autor em Barthes, Foucault e Agamben. Floema, n. 10, p. 153-164, jan./jun. 2014. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2017. CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os sculos XIV e XVIII. Trad. Mary Del Priori, Braslia: UNB, 1999. DANTAS, G. R. G. C.; MOURA, M. A. O universo cultural e criativo de fs e suas implicaes na produo de contedos: uma abordagem informacional. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Cincia da Informao, 14., 2013, Florianpolis. Anais... Florianpolis: ENANCIB, 2013. Disponvel em: . Acesso em: 18 jan. 2017. FOUCAULT, Michel; MOTTA, Manoel Barros da (Org.).Ditos e escritos. Esttica: literatura e pintura, msica e cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2009. v. 3. Disponvel em:
64
RACIn, Joo Pessoa, v. 5, n. 2, p. 47-64, jul./dez. 2017
m-estc3a9tica-literatura-e-pintura-mc3basica-e-cinema-ditos-_-escritos-iii.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2017. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. So Paulo: Atlas, 2002. Disponvel em: . Acesso em: 20 maio 2017. JENKINS, Henry. Cultura da convergncia. So Paulo: Aleph, 2009. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientfica. So Paulo: Atlas, 2003. Disponvel em: . Acesso em: 20 maio 2017. LEVY, Pierre. Cibercultura. So Paulo: 34,1998. MILANI, Marco Antonio; MENONCELLO, Aline. Conversando com Roger Chartier sobre a obra de Michel Foucault - Entrevista. Artcultura, v. 17, n. 30, 2015. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2017. NYAH! Fanfiction. Um pouco mais sobre o Nyah!Fanfiction. 2017. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2017. SIQUEIRA, Mrcio Andr Padro de. A desconstruo da Fanfiction: resistncia e mediao na cultura de massa. Recife: O Autor, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 18 jan. 2017.
https://ayrtonbecalle.files.wordpress.com/2015/07/foucault-m-estc3a9tica-literatura-e-pintura-mc3basica-e-cinema-ditos-_-escritos-iii.pdfhttps://ayrtonbecalle.files.wordpress.com/2015/07/foucault-m-estc3a9tica-literatura-e-pintura-mc3basica-e-cinema-ditos-_-escritos-iii.pdfhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/mauriciofacanha/ensino-superior/redacao-cientifica/livros/gil-a.-c.-como-elaborar-projetos-de-pesquisa.-sao-paulo-atlas-2002./viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/viewhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttp://www.artcultura.inhis.ufu.brpdf/30/13_Conversando_com_Roger_Chartier.pdfhttps://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/https://fanfiction.com.br/imprensa/http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttp://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/2963/arquivo1873_1.pdf?sequence=1&isAllowed=y