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ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA) FUNDAÇÃO BERNARD VAN LEER INNOVA CREATIVIDAD PARA EL DESARROLLO (INNOVACD) Projeto conjunto “Propuestas innovadoras de atención integral a la primera infancia indígena de cero a tres años de edad” [Plano de Trabalho 2010-2011] EXPANSÃO DO MODELO PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR(PIM) NO BRASIL: UMA ESTRATÉGIA INTERSETORIAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS DE 0 A 3 ANOS E SUAS FAMÍLIAS, EM COMUNIDADES INDÍGENAS E AMAZÔNICAS [Produto: Informe Final] Alessandra Schneider Consultora Brasília/Brasil, 30 de janeiro de 2011.

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ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA)

FUNDAÇÃO BERNARD VAN LEER

INNOVA CREATIVIDAD PARA EL DESARROLLO (INNOVACD)

Projeto conjunto “Propuestas innovadoras de atención integral a la primera

infancia indígena de cero a tres años de edad”

[Plano de Trabalho 2010-2011]

EXPANSÃO DO MODELO “PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR”

(PIM) NO BRASIL: UMA ESTRATÉGIA INTERSETORIAL DE

ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS DE 0 A 3 ANOS E SUAS

FAMÍLIAS, EM COMUNIDADES INDÍGENAS E AMAZÔNICAS

[Produto: Informe Final]

Alessandra Schneider

Consultora

Brasília/Brasil, 30 de janeiro de 2011.

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SUMÁRIO

1. Introdução... ................................................................................................................... 3

2. O que é o Primeira Infância Melhor (PIM) ................................................................... 7

3. Considerações sobre programas de visita domiciliar .................................................... 9

4. Metodologia ................................................................................................................. 11

5. Desafios ....................................................................................................................... 12

6. Cronograma ................................................................................................................. 14

7. Indicadores de expansão do modelo PIM .................................................................... 15

8. Instituições nacionais e internacionais de referência no tema do Projeto ................... 15

9. Possíveis parceiros na implantação/expansão do PIM e sua contribuição ao Projeto . 16

10. Referências ................................................................................................................ 18

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1. Introdução

Esse documento apresenta uma proposta de expansão do modelo “Primeira Infância

Melhor” (PIM) - implantado em abril de 2003 no Estado do Rio Grande do Sul (RS),

Brasil - para outras regiões do país, com ênfase em comunidades indígenas e

amazônicas. Voltado para a promoção do desenvolvimento integral na primeira

infância, o PIM constitui-se em uma das mais importantes políticas públicas brasileiras

destinadas a crianças pequenas, com foco na família e na comunidade, e de caráter

intersetorial.

Em todos os continentes, governos têm voltado sua atenção de maneira crescente para o

aprimoramento e implementação de políticas públicas destinadas à primeira infância.

No âmbito dos países pertencentes à Organização para a Cooperação e o

Desenvolvimento Econômico (OCDE), a publicação de dois relatórios – Starting Strong

I e Starting Strong II atesta essa preocupação. Nos Estados Unidos, a publicação do

livro From Neurons do Neighborhoods (Shonkoff e Phillips, 2000), sob a égide do

Conselho Nacional de Pesquisas e do Instituto de Medicina, e do livro Eager to Learn,

sob os auspícios do National Research Council (Bowman, Donovan & Burns, 2001)

ilustram a importância que vem sendo dada ao tema.

Cabe ainda destacar o “Compromiso Hemisférico por la Educación de la Primera

Infancia” aprovado pelos Ministros de Educação em novembro de 2007 na Colômbia e

ratificado na “VI Reunión de Ministros de Educación” realizada em agosto de 2009. Em

setembro de 2010, sob os auspícios da UNESCO, foi realizada a primeira Conferência

Mundial sobre Educação e Cuidados na Primeira Infância que deu origem ao Marco de

Ação de Moscou. Mais recentemente, em novembro de 2010, em Iquitos/Peru, ocorreu

o Simpósio Internacional e Workshop para o Desenho de Inovações sobre “Atención

integral a niños y niñas de cero a tres años de comunidades amazónicas e indígenas”

promovido pela OEA, Fundação Bernard van Leer e INNOVACD.

O reconhecimento de que o período compreendido desde a concepção até os seis anos

de vida da criança é um dos mais significativos para a formação do ser humano está

cada vez mais difundido entre pesquisadores, gestores de educação e saúde e pais.

Alguns estudos e pesquisas têm evidenciado que nesta etapa - marcada por rápidas

transformações no desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional - se

estabelecem as bases essenciais para a formação das habilidades linguísticas, cognitivas,

físicas, sócio-afetivas, bem como dos padrões de interação humana (Bowlby,

1969/1990, 1976/1995; Brasil/Ministério da Saúde, 2002; Brazelton, 2002; Brum &

Schermann, 2004; Filho, Corrêa & França, 2002; McCain & Mustard, 1999; Schneider

& Ramires, 2007; Shonkoff & Phillips, 2000; Shore, 2000; UNESCO, 2007a/2007b;

UNICEF, 2001; Vygotsky, 1988, 1987).

Segundo Oliveira (2007), há dois conjuntos concorrentes de razões para justificar esse

novo interesse pelas políticas voltadas para a primeira infância. De um lado, é

impressionante o volume de conhecimentos científicos acumulados a respeito do

desenvolvimento humano, notadamente nos primeiros anos de vida. Hoje conhecemos,

em grau bastante avançado, as bases neurobiológicas do desenvolvimento e também

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temos um conhecimento mais adequado sobre as condições que o afetam. Mais de 80%

dos neurônios que nos acompanham ao longo da vida são conectados durante os três

primeiros anos de vida, e a qualidade das conexões depende fundamentalmente do

ambiente e dos contextos em que a criança vive.

A evidência científica também demonstra que as crianças não precisam de um ambiente

excepcional para desenvolver o cérebro, sequer precisam de ambientes artificialmente

enriquecidos. O que é mais significativo, é que convivam com adultos e outras pessoas

que lhes assegurem afeto, em um ambiente de segurança, e lhes apresentem estímulos

que lhes permitam interagir com outras pessoas e com o mundo que as cercam.

Ademais, a evidência disponível também demonstra que, embora não existam períodos

críticos irreversíveis, a falta de estimulação adequada nos primeiros anos pode inibir,

prejudicar ou mesmo impedir o desenvolvimento de importantes aspectos do

desenvolvimento visual, motor, cognitivo e afetivo. Isso é especialmente crucial no que

se refere à formação de fortes laços emocionais com um adulto, que leva ao

desenvolvimento do apego das crianças aos seus cuidadores, e serve de base para os

demais aspectos do desenvolvimento.

Esses conhecimentos colocaram em relevo quatro aspectos fundamentais do

desenvolvimento humano inicial, a saber:

A importância dos primeiros anos de vida e das experiências a que as crianças

são submetidas e a influência da interação genética-meio ambiente sobre o

desenvolvimento cerebral e o comportamento humano.

O papel fundamental das relações interpessoais nos primeiros anos de vida, seja

na forma de apoio positivo que leva à adaptação, seja como fatores de risco, que

levam a disfunções.

O desenvolvimento de capacidades intelectuais, emoções e competências sociais

bem como a formação de laços afetivos profundos com adultos (geralmente os

pais) podem ser prejudicados por falta de estimulação adequada.

O potencial transformador de intervenções planejadas para tornar mais

favoráveis as condições de desenvolvimento das crianças, sobretudo aquelas

oriundas de ambientes mais sujeitos à ocorrência de fatores de risco (tais como

pobreza, baixo nível de escolaridade da mãe/pai, violência doméstica, etc.).

De acordo com a OCDE e a UNESCO, a expressão Educação e Cuidados da Primeira

Infância (ECPI) inclui “todas as modalidades que garantem a educação e cuidado das

crianças antes da escolaridade obrigatória, independentemente da organização do

espaço, do financiamento, dos horários de funcionamento ou do conteúdo do programa”

(UNESCO, 2002, p. 23). Estudos demonstram que a participação em programas de

qualidade ou em boas pré-escolas melhora significativamente o aproveitamento das

crianças na escola primária, especialmente no caso de alunos de baixa renda (Banco

Mundial, 2002; Sylvia, Melhuish, Sammons, Siraj-Blatchford & Taggart, 2004). Por

fim, mas não menos importante, há o reconhecimento, tanto no plano internacional

quanto no nacional, dos direitos da criança - que incluem o direito à educação e aos

cuidados de qualidade desde o nascimento (UNICEF, 1959; Brasil, 1989; Brasil, 1990).

No entendimento de que criança é investimento e não gasto, James Heckmann (2009)

ressalta que qualquer tipo de intervenção que consiga despertar o interesse dos pais e

fazê-los estimular, desde cedo, o aprendizado cognitivo e emocional dos filhos tem

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excelente custo-benefício. Um país como o Brasil, afirma, só conseguirá realmente

alcançar altos índices de produtividade quando entender que é necessário investir nos

anos iniciais. Eles são decisivos para moldar as habilidades que servirão de base para

que outras surjam, produzindo um ciclo virtuoso do qual resulta gente preparada para

produzir riquezas para si mesmas e para seus países, conclui.

A atenção integral às gestantes, crianças pequenas e suas famílias, no Brasil, vem

adquirindo maior atenção e investimento por parte dos governos e de demais setores da

sociedade na última década. O governo federal lançou, em 2009, sob a coordenação do

Ministério da Saúde, a “Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis: primeiros

passos para o desenvolvimento nacional” com o objetivo de ofertar cuidado humanizado

à saúde da mulher e da criança, na perspectiva do vínculo, crescimento e

desenvolvimento integral no período de zero a cinco anos de idade (Ministério da

Saúde, 2009; Temporão & Penello, 2010). O Ministério da Educação, em articulação

com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, se ocupa do atendimento

educacional das crianças em creches e pré-escolas. Nos estados, há a experiência

pioneira do Programa Primeira Infância Melhor lançado pelo Governo do Estado do Rio

Grande do Sul em 2003 (Schneider & Ramires, 2007), e o Programa Mãe Coruja

Pernambucana lançado pelo Governo de Pernambuco em 2007 (Governo do Estado de

Pernambuco, 2007). Em âmbito local, merece destaque a Semana do Bebê de Canela,

no Rio Grande do Sul que, em 2010, celebrou a sua 11ª edição (UNICEF, 2010). Há

ainda importantes iniciativas lideradas por organizações sociais, tais como a Rede

Nacional Primeira Infância constituída a partir de 2007 e que, em dezembro de 2010,

lançou o Plano Nacional pela Primeira Infância.

De acordo com o Censo Demográfico 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística [IBGE], 2010), a população brasileira em 2010 era de 185.712.713. Segundo

a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2006 (IBGE, 2007), na faixa

de zero a quatro anos havia 14.210.000 crianças, correspondendo a 7,59% da população.

Embora o Brasil conte com uma legislação avançada em relação à proteção integral da

criança, reconhecida como sujeito de direitos e em condição peculiar de

desenvolvimento (Brasil, 1989; Brasil, 1990), há ainda inúmeros desafios para a

efetivação dos direitos constitucionais. Segundo o IBGE (2007a), 45,4% das famílias

com crianças de zero a seis anos vivem com rendimento mensal per capita de até meio

salário mínimo, ou seja, em condição de pobreza.

A taxa de freqüência bruta em estabelecimentos de educação infantil, para a população

de zero a cinco anos (em creches para a faixa etária de zero a três anos e em pré-escolas

para as crianças de quatro e cinco anos), era de 38,1% (IBGE 2010, Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios 1999/2009). Isto significa que embora tenha havido melhora

na cobertura de educação infantil, de 1999 a 2009, a maioria das crianças na faixa etária

correspondente ainda não freqüenta a escola, o que perfaz 61,9% das crianças de até

cinco anos sem acesso a educação infantil.

A taxa de mortalidade infantil, em 2007, era de 19,3 óbitos infantis (menores de um

ano) por mil nascidos vivos (UNICEF, 2009) e apresentava enormes discrepâncias

regionais; enquanto a região Nordeste apresentava taxa de 27,2/1000, na região Sul, a

taxa de mortalidade infantil era de 12,9/1000. A taxa de mortalidade materna é bastante

significativa, contabilizando 74,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos, em 2005,

(UNICEF, 2009) o que denota a baixa qualidade do pré-natal e de atenção ao parto.

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O Brasil é um dos poucos países que possui um modelo de saúde diferenciado para os

povos indígenas, com garantia de financiamento por meio de recursos federais. A

Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Ministério da

Saúde/Fundação Nacional de Saúde {MS/FUNASA], 2002) tem o propósito de

assegurar o acesso integral desses povos à saúde, contemplando as especificidades

étnicas e culturais, através de um Subsistema integrado ao Sistema Único de Saúde

(SUS). Há 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), unidades sanitárias de

âmbito local. A atenção nas aldeias é realizada por Equipes Multiprofissionais de Saúde

Ind´pigena (EMSI), que contam com Agentes de Saúde Indígena (ASI), residentes nas

próprias aldeias que atuam como mediadores interculturais entre as comunidades e os

demais profissionais das EMSI.

O Brasil conta com uma população aproximada de 177.000 mulheres indígenas em

idade fértil que representa cerca de 60% da população feminina total e 75.000 crianças

indígenas menores de 5 anos, distribuídas por todas as Unidades Federativas exceto

Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Segundo dados do Ministério da Saúde,

houve uma redução de 43,8% na taxa de mortalidade infantil em menores de um ano de

idade do ano 2000 (cuja TMI era 74,6 óbitos por mil nascidos vivos) para 2009 (que

contabilizou uma TMI de 41,9 óbitos por mil nascidos vivos).

Segundo o Plano Nacional pela Primeira Infância (Rede Nacional Primeira Infância,

2010), os povos indígenas como um todo e as crianças indígenas em especial,

permanecem como sujeitos invisibilizados nas políticas públicas. Ainda que a

constituição brasileira destaque a diversidade e a multiculturalidade que nos constitui

como nação, os povos tradicionais são cercados pelo processo colonizador. As crianças

de até seis anos são educadas e cuidadas prioritariamente na família e na comunidade

indígena. Nesse sentido, é oportuno ouvir e dialogar com as mulheres das comunidades,

pois elas são as articuladoras diretas do trato com as crianças, especialmente na fase

inicial da vida. É importante também envolver os Agentes de Saúde Indígena (ASI),

pois eles são os principais canais para veicular as demandas específicas das crianças de

cada povo, atendendo a realidades diferenciadas.

Estão amplamente constatados os preocupantes indicadores brasileiros em relação à

primeira infância; também se constata as evidências de que as condições de saúde e de

desenvolvimento infantil dependem, em larga medida, da realidade sócio-cultural e da

capacidade das famílias em proporcionarem um ambiente seguro e estimulante para

seus bebês e crianças pequenas (Council on Community Pediatrics [CCP], 2009). Por

isso, buscou-se sistematizar a experiência do PIM. O objetivo deste documento,

portanto, é propor as linhas gerais de um plano de ação para a realização de um

programa com base na família e na comunidade destinado ao desenvolvimento de

crianças de zero a três anos indígenas e amazônicas, a partir da experiência bem

sucedida de atenção à gestante, mãe/pai e bebê no PIM.

A seguir, o PIM é apresentado. Algumas considerações sobre programas de visita

domiciliar para a promoção do desenvolvimento infantil são tecidas à luz da literatura

consultada. Aspectos relativos à metodologia, desafios e potenciais parceiros na

implantação/implementação deste plano de trabalho estão descritos na sequência.

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2. O que é o Primeira Infância Melhor (PIM)

O PIM é um programa sócio-educativo para a promoção do desenvolvimento infantil.

Consiste em um modelo de intervenção abrangente e intensivo de visitas domiciliares e

atividades comunitárias realizadas por visitadores capacitados pelo Programa junto às

famílias selecionadas. Destina-se, prioritariamente, a famílias de baixa renda e em

vulnerabilidade social onde há gestantes e crianças de até seis anos de idade.

O PIM foi desenvolvido sob a coordenação da Secretaria da Saúde do estado do Rio

Grande do Sul, em articulação com as Secretarias Estaduais da Educação, da Cultura, e

da Justiça e Desenvolvimento Social. O modelo de intervenção foi inspirado e adaptado

a partir do programa cubano “Educa a Tu Hijo” (Ministerio de Educación de Cuba

[MINED], s/d). O objetivo do PIM é “orientar as famílias, a partir de sua cultura e

experiências, para que promovam o desenvolvimento integral dos seus filhos, desde a

gestação até os seis anos de idade, com ênfase no período de zero a três anos”.

O Programa prioriza áreas cuja população se encontra em situação de vulnerabilidade e

risco social, que concentram um alto número de crianças de zero a seis anos e gestantes,

que apresentam índices elevados de mortalidade infantil e um grande número de

crianças não assistidas por escolas de educação infantil (Schneider & Ramires, 2007). É

implementado de forma descentralizada, a partir de parceria entre estado e municípios.

O PIM foi instituído como parte integrante da Política Estadual de Promoção do

Desenvolvimento da Primeira Infância, mediante a Lei Estadual nº. 12.544, de 03 de

julho de 2006. O desenvolvimento integral das crianças desde a gestação até os cinco

anos de idade, que é objeto dessa lei, inclui os aspectos físicos, psicológicos,

intelectuais e sociais (Governo do Estado do Rio Grande do Sul [GERGS], 2006). Em

seu Artigo 4º são definidas as ações do PIM, dentre as quais, destacam-se: (i) apoiar e

fortalecer as competências da família como primeira e mais importante instituição de

cuidado e educação da criança nos primeiros anos de vida; (ii) prestar assistência social

às crianças e às famílias beneficiadas por serviços de proteção social básica; (iii) prestar

toda e qualquer orientação às famílias sobre cuidados de saúde da gestante e da criança,

em articulação com os programas de saúde da mulher, da criança e da família (GERGS,

2006).

Em dezembro de 2010, o PIM já estava implantado em 255 municípios gaúchos,

provendo atendimento sistemático a 58.550 famílias, 87.877 crianças de até seis anos de

idade e 7.026 gestantes, por meio da atuação de 2.342 visitadores habilitados (Secretaria

Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul/PIM [SES/RS/PIM], 2010).

O PIM, a exemplo do modelo cubano, foi estruturado a partir de três eixos centrais: a

família, a comunidade e a intersetorialidade. Os pais são considerados os primeiros e

mais importantes educadores de seus filhos, portanto, alvos da intervenção. A

comunidade é reconhecida como um dos espaços de troca e socialização, com recursos

humanos, materiais e institucionais (Schneider & Ramires, 2007) indispensáveis para

uma vivência cidadã. A intersetorialidade implica uma articulação entre os programas e

as políticas voltadas às crianças de zero a cinco anos e suas famílias o que, sem dúvida,

representa um desafio para qualquer iniciativa.

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O Programa está alicerçado nas teorias Histórico-Cultural de Vygotsky, da

Aprendizagem de Piaget, do Apego de Bowlby, do Desenvolvimento Emocional

Primitivo de Winnicott, e nos aportes oferecidos pelas neurociências sobre o

desenvolvimento cerebral inicial.

Em relação ao currículo, o PIM conta com o Guia da Gestante (Governo do Estado do

Rio Grande do Sul/Secretaria da Saúde/Programa Primeira Infância Melhor

[GERGS/SES/PIM], 2007a), o Guia da Família (GERGS/SES/PIM, 2007b), cujas

versões atualizadas foram publicadas em 2007, e o Guia de orientação para GTM,

monitor e visitador (GERGS/SES/PIM, 2007c). Os dois primeiros documentos ficam

com a família, enquanto o terceiro é para o uso da equipe do Programa. Em 2009, foi

lançada a coleção Fazendo Arte com o PIM, que inclui quatro volumes com sugestões

de atividades lúdicas, para orientar o trabalho dos visitadores (Oliveira, 2009).

A implementação do PIM ocorre por meio de duas modalidades de atenção: individual e

grupal (Schneider & Ramires, 2007). Na modalidade individual, são realizadas visitas

domiciliares, com duração de 45 a 60 minutos, a gestantes e famílias com crianças de

zero a dois anos e 11 meses de idade. Na gestação, as visitas domiciliares têm uma

freqüência quinzenal (embora mais recentemente foi sugerida a adoção de visitas

semanais às gestantes) e devem ser intercaladas com uma Modalidade Grupal à

Gestante e uma Reunião Comunitária (GERGS/SES/PIM, 2007c). As visitas

domiciliares para famílias com crianças menores de três anos têm frequência semanal.

O objetivo das visitas domiciliares na gestação é orientar e informar a futura mãe e

demais familiares sobre as características desse período do ciclo vital. Os principais

temas abordados no Guia da Gestante são: gestação, pré-natal, períodos gestacionais,

atividades físicas durante a gestação, parto, pós-parto, amamentação e direitos da

gestante.

As visitas domiciliares durante o primeiro ano de vida do bebê objetivam orientar e

demonstrar atividades práticas para os pais realizarem com seus filhos, com vistas à

promoção do desenvolvimento infantil. O Guia da Família apresenta orientações sobre

os distintos períodos de desenvolvimento infantil. Cada capítulo aborda três tópicos: “o

que você pode fazer para que seu filho cresça e se desenvolva saudável e feliz?”;

“realize atividades para desenvolver a inteligência e os movimentos do seu filho”;

“cuide da saúde de seu filho”.

A modalidade de atenção grupal é destinada a crianças de três até seis anos de idade que

realizam atividades pedagógicas semanais, em espaços da comunidade, tais como

centros comunitários, escolas, salões paróquias, etc. As gestantes também se reúnem em

grupo uma vez por mês, geralmente na Unidade Básica de Saúde do bairro, para discutir

aspectos relacionados à gestação, com o apoio da equipe de saúde.

Nos Guias de Orientação do Programa, as informações sobre o desenvolvimento infantil

nos primeiros 12 meses de vida estão separadas por trimestre. A partir de um ano de

idade até os seis anos, as informações correspondem a períodos de 12 meses. Para cada

período indicado acima, há uma tabela correspondente com os indicadores de

desenvolvimento infantil1, para a faixa etária. Elas cobrem as quatro dimensões do

desenvolvimento acompanhadas pelo Programa, a saber: a linguagem, a motricidade, a

dimensão sócio afetiva e a cognitiva (GERGS/SES/PIM, 2007c, p. 39). As tabelas são

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preenchidas pela visitadora durante a visita domiciliar, na presença da mãe, quando a

criança atinge a idade prevista.

Em relação à equipe do PIM, as visitas domiciliares e as atividades grupais são

realizadas por visitadores capacitados pelo Programa. Os visitadores têm, no mínimo,

ensino médio completo e realizam uma capacitação inicial de 60 horas quando do seu

ingresso. Outras capacitações são realizadas periodicamente. Cada visitador atende até

25 famílias. Para cada grupo de cinco visitadores há um monitor (profissional graduado

em uma das áreas afins ao Programa, ou seja, saúde, educação ou serviço social).

Compete ao monitor supervisionar e orientar o trabalho dos visitadores. A coordenação

do PIM em cada cidade é realizada pelo Grupo Técnico Municipal (GTM) composto

por especialistas das Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Assistência Social e

Cultura. O GTM é elemento chave para garantir a intersetorialidade e a integralidade da

atenção às famílias com gestantes e crianças de zero a cinco anos.

Nos bairros onde há Estratégia de Saúde da Família (ESF), são os agentes comunitários

de saúde que repassam às visitadoras do PIM a indicação das famílias e casas onde há

gestantes e crianças pequenas. Essas famílias recebem uma primeira visita para a

apresentação dos objetivos, equipe e funcionamento do PIM, realizada pela visitadora.

Quando a família aceita participar, é realizado o seu cadastramento mediante o

preenchimento de formulários específicos do Programa, e as visitas domiciliares

começam a ser realizadas.

As visitas são precedidas de planejamento por escrito, realizado pela visitadora e

supervisionado pela monitora. Cada visita percorre três momentos fundamentais: o

momento inicial (com a retomada da atividade anterior e a orientação da atividade do

dia); o segundo momento (execução da atividade); e o terceiro momento (avaliação e

orientação para o desenvolvimento da atividade durante a semana) (GERGS/SES/PIM,

2007c). Ao final dos encontros, a visitadora registra em formulário do Programa suas

observações em relação a potencialidades e dificuldades da gestante, da família ou do

bebê.

O PIM conta com o sub-projeto intitulado “PIM na Diversidade” que contempla a

implementação do modelo de intervenção em comunidades indígenas e quilombolas

(áreas e populações remanescentes de escravos), com a adequação do currículo de

trabalho levando em consideração as características culturais, recursos humanos e

materiais de cada comunidade.

3. Considerações sobre programas de visita domiciliar

Programas de visita domiciliar têm uma longa história nas sociedades ocidentais como

estratégia de atendimento preventivo, sobretudo para famílias de difícil acesso e em

vulnerabilidade (Barnes, 2003). A maioria dos programas trabalha com o pressuposto de

que os comportamentos em relação à saúde da mulher no pré-natal, o cuidado e a

estimulação que dispensam à sua criança e o curso de vida da família afetam o

desenvolvimento emocional, cognitivo e social dos seus filhos (Olds, 2010).

Há evidências cada vez mais contundentes sobre o impacto das experiências iniciais,

desde a concepção e nos primeiros anos de vida do bebê, sobre sua saúde física, a saúde

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mental e a aprendizagem, em períodos posteriores da vida (McCain, Mustard, &

Shanker, 2007; Mustard, 2010). Portanto, intervenções de qualidade voltadas à família

com criança na primeira infância - destinadas a fortalecer as competências parentais e o

ambiente para a aprendizagem infantil - têm um importante papel na redução dos

problemas de saúde e de desenvolvimento, ao longo do curso da vida (Eckenrode et al.,

2010).

Os programas de visita domiciliar diferem significativamente quanto ao perfil da

clientela, ao background dos prestadores de serviços, a seus modelos teóricos, ao

currículo (a forma pela qual a teoria é traduzida em conteúdos e processos) e,

finalmente, em como são implementados (Kitzman, 2010; Olds, Sadler & Kitzman

2007). Com tantas variáveis envolvidas, os resultados dos programas são também

variados. Segundo Tolani, Brooks-Gunn e Kagan (2006), os programas que

demonstraram os maiores e mais sustentados resultados foram aqueles que ofereceram

uma abordagem multidimensional, isto é, trabalharam o curso de vida das mães, a vida

familiar, os cuidados com a criança e o desenvolvimento infantil integral.

Bernstein (2002) destaca quatro atividades necessárias à melhoria da efetividade dos

programas. São elas: (i) construir relacionamentos positivos com as famílias, e não ficar

aprisionado por seus problemas; (ii) promover a relação mãe-bebê para apoiar o

desenvolvimento infantil; (iii) identificar as fortalezas da família e utilizá-las em

benefício dos objetivos do programa; e (iv) garantir supervisão reflexiva para os

visitadores para fortalecer suas habilidades e protegê-los do excesso de estresse.

A maioria dos programas enfatiza a importância de um relacionamento positivo entre a

família e o profissional (Kitzman, Cole, Yoos, & Olds, 1997). Certamente, a qualidade

do relacionamento é um preditor dos resultados. Conforme destacou Gomby (2005), o

visitador domiciliar é o programa para as famílias. Para que o programa obtenha a

adesão da população alvo e alcance seus objetivos, portanto, é fundamental que os

visitadores estabeleçam uma relação de confiança com as famílias atendidas (Kitzman

et al., 1997; Weiss, 1993). Quando a intervenção destina-se a famílias em

vulnerabilidade, contudo, muitas mães apresentam ambivalência em relação à adesão ao

programa porque percebem o visitador como alguém que fiscaliza e que poderá julgá-

las como “mães inadequadas” (Jack, DiCenso, & Lohfeld, 2005).

Uma parte significativa de variações na implementação dos programas é decorrente de

aspectos críticos do desenho do programa, tais como definir corretamente a população-

alvo, intervir nos momentos mais críticos do desenvolvimento, e prover serviços que, na

perspectiva dos participantes, reduzam sua vulnerabilidade (Olds et al., 2007).

Programas melhores estruturados têm mais chance de envolver a clientela, produzir

cuidados funcionais e efeitos positivos sobre o desenvolvimento infantil (Olds et al.,

2007). Há, ainda, evidências de que os participantes classificados como pertencentes ao

grupo de mais alto risco obtêm melhores resultados do que os participantes com menor

risco (Kitzman, 2010; Olds, 2002; Olds, 2006).

Segundo Olds, Sadler e Kitzman (2007), os programas devem ser capazes de responder

a uma pergunta fundamental: “Por que os pais desejariam empregar seu tempo para

participar do programa?”. Intervenções destinadas à família devem responder aos

interesses, às preocupações e às motivações dos pais, bem como utilizar métodos

clínicos para promover mudanças comportamentais (Miller & Rollnick, 2002). Outro

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aspecto fundamental é a relevância e a pertinência cultural do currículo do programa em

relação à população a que se destina.

Grunewald e Rolnick (2007) salientam que os programas voltados para a primeira

infância podem ser desenvolvidos em larga escala e ser bem-sucedidos, se tiverem as

seguintes características: focalizar crianças em situação de risco e encorajar diretamente

o envolvimento dos pais; promover um comprometimento em longo prazo com o

desenvolvimento na primeira infância; encorajar práticas inovadoras e de alta qualidade.

Os autores consideram, entre as condições que podem indicar que uma criança se

encontra em situação de risco, a baixa renda familiar, a presença de violência ou

negligência no lar, baixo grau de instrução dos pais, baixo peso ao nascer, e

dependência química dos pais. Condições que, como vimos anteriormente, afetam

parcela significativa da população de crianças brasileiras.

Investir em programas voltados para o desenvolvimento na primeira infância, portanto,

é um imperativo ético, social e econômico dos governos e das sociedades. A seguir, é

descrita a metodologia do presente plano de trabalho, com vistas à expansão do modelo

de atenção integral do PIM, sobretudo em comunidades indígenas e amazônicas no

Brasil.

4. Metodologia

O objetivo orientador do presente Plano de Trabalho é mobilizar e subsidiar quatro

estados brasileiros para a oferta de um programa intersetorial de atenção integral à

primeira infância, nos moldes do PIM, com ênfase na faixa etária de zero a três anos,

em comunidades indígenas e amazônicas.

O Plano de Trabalho prevê a realização das atividades abaixo listadas para o alcance de

resultados e a consecução do objetivo enunciado acima:

4.1 - Contato inicial com os Secretários de Saúde dos estados previamente identificados

nas Assembléias ordinárias do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)

em Brasília, em 23 de fevereiro e/ou 23 de março de 2011, para apresentação da

proposta e sensibilização para sua adoção. Levando-se em consideração aspectos

demográficos, isto é, a presença de comunidades indígenas e/ou amazônicas bem como

o interesse dos gestores em desenvolver um projeto voltado à primeira infância, foram

inicialmente apontados os estados do Amazonas e Pará (na região Norte do país), Mato

Groso do Sul (na região Centro-Oeste) e Paraná (na região Sul) para a realização de

projeto-piloto.

4.2 - Visita aos Estados para apresentação do modelo PIM aos Secretários de Saúde,

Educação, Assistência Social e Cultura para sensibilizá-los a adotar modelo semelhante

de atenção integral a crianças de até três anos e suas famílias, especialmente em

comunidades indígenas e amazônicas. Entrega de kit sobre o modelo PIM às equipes

locais, contendo: publicação “Primeira Infância Melhor: uma inovação em política

pública (UNESCO, SES/RS, 2007), kit de Guias do Programa; CD de músicas do

Programa; coleção “Fazendo Arte com o PIM”; vídeos sobre experiências municipais;

cópia de documentos legais (tais como os decretos e a Lei Estadual 12.544/2006).

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4.3 - Apoio técnico e orientação para a montagem de equipe intersetorial que será

responsável pela implantação/implementação do modelo de atenção integral à primeira

infância, em cada estado. Essa etapa compreende, por exemplo, a definição da

composição, perfil e atribuições do grupo; a identificação da comunidade/território onde

o modelo de atenção integral será experimentado; a realização de diagnóstico local; a

elaboração de plano de trabalho local; a definição de indicadores de linha de base e de

acompanhamento do projeto;

4.4 - Capacitação inicial da equipe intersetorial sobre os pressupostos e a metodologia

do PIM. Estabelecer mecanismos de capacitação em serviço e de supervisão

sistemáticas;

4.5 - Identificação de parceiros locais potenciais nas áreas de atuação inicial (projeto-

piloto);

4.6 - Apresentação do projeto de intervenção às comunidades selecionadas e parceiros

locais;

4.7 - Pactuação com as equipes técnicas locais e com os parceiros sobre os indicadores

que serão considerados para a mensuração dos resultados da intervenção;

5. Desafios

Um dos primeiros desafios desta proposta é obter o compromisso e a adesão dos

gestores públicos para sua implementação. Vontade política, liderança e o entendimento

sobre o papel estratégico da atenção integral à primeira infância para o desenvolvimento

humano e social são chaves para um bom começo de trabalho.

Outro desafio é contar com a participação e parceria da equipe técnica do Programa

Primeira Infância Melhor, sediada e coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde, do

Governo do Estado do Rio Grande do Sul (RS)/Brasil. A participação de técnicos do

PIM na replicação do modelo será importante para orientar as novas equipes e manter a

fidelidade ao modelo de intervenção. Sugere-se contar com aqueles especialistas que

atuam e supervisionam áreas indígenas no RS, no âmbito do subprojeto “PIM na

Diversidade”.

Lograr a articulação de programas e políticas com foco na criança de zero a três anos e

sua família/comunidade, de forma a garantir uma abordagem intersetorial e integrada

que contemple as diversas dimensões do desenvolvimento infantil, é um outro desafio

importante. Isto implica um trabalho coletivo entre profissionais de diversos setores da

administração pública (saúde, educação, assistência social, cultura, justiça, etc.), bem

como a identificação de recursos/atores da sociedade civil ligados ao tema.

Ao focalizar a proposta de intervenção em crianças indígenas e em comunidades

amazônicas, um dos desafios eminentes é conhecer de forma mais aprofundada as

peculiaridades sócio-culturais de cada comunidade. Tal mapeamento cultural servirá de

subsídio para a adequação do currículo do programa de forma a propor atividades de

estimulação do desenvolvimento infantil apropriadas às práticas culturais locais. Um

currículo culturalmente relevante é fundamental para o sucesso da intervenção.

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Outro aspecto importante é sensibilizar membros das próprias comunidades, que

dominam o idioma local e conhecem os costumes, para atuarem como visitadores

domiciliares. Acredita-se que as mães e os familiares serão mais receptivos ao programa

se o mesmo for realizado por pessoas que conhecem e respeitam as práticas culturais

locais.

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6. Cronograma

Atividade: 2011/Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun Jul-Ago Set-Out Nov-Dez 1.Contato inicial com os Secretários de Saúde dos estados previamente

identificados nas Assembléias ordinárias do Conselho Nacional de

Secretários de Saúde (CONASS), em Brasília, para apresentação da

proposta e sensibilização para sua adoção. [estados sugeridos:

Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul, Paraná]

X

X

2. Visita aos Estados para apresentação do modelo PIM aos Secretários

de Saúde, Educação, Assistência Social e Cultura para sensibilizá-los a

adotar modelo semelhante de atenção integral a crianças de até três anos

e suas famílias, especialmente em comunidades indígenas e amazônicas.

Entrega de kit sobre o modelo PIM às equipes locais.

X

X

3. Apoio técnico e orientação para a montagem de equipe intersetorial

que será responsável pela implantação/implementação do modelo de

atenção integral à primeira infância, em cada estado. [definição da

composição, perfil e atribuições do grupo; identificação da

comunidade/território onde o modelo de atenção integral será

experimentado; realização de diagnóstico local; elaboração de plano de

trabalho local; definição de indicadores de linha de base e de

acompanhamento do projeto]

X

X

X

4. Capacitação inicial da equipe intersetorial sobre os pressupostos e a

metodologia do PIM. Estabelecer mecanismos de capacitação em

serviço e de supervisão sistemáticas;

X

X

X

X

5. Identificação de parceiros locais potenciais nas áreas de atuação

inicial (projeto-piloto);

X

X

6. Apresentação do projeto de intervenção às comunidades selecionadas

e parceiros locais;

X

7. Pactuação com as equipes técnicas locais e com os parceiros sobre os

indicadores que serão considerados para a mensuração dos resultados da

intervenção;

X

X

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7. Indicadores de expansão do modelo PIM

Inicialmente, definimos os seguintes indicadores para mensurar e avaliar o progresso

deste plano de trabalho:

7.1 – Quatro estados brasileiros com programa intersetorial de atenção integral à

primeira infância em funcionamento até o final de 2011;

7.2 – Equipes técnicas multidisciplinares constituídas e capacitadas na metodologia do

PIM;

7.3 – Comunidades indígenas e/ou amazônicas identificadas e mapeamento cultural

realizado;

7.4 – Comunidades, famílias e crianças a serem atendidas identificadas e contatadas;

7.5 – Visitadores domiciliares, das comunidades selecionadas, identificados e

capacitados;

7.6 – Currículo do programa de intervenção adaptado à realidade sócio-cultural de cada

comunidade indígena e/ou amazônica.

8. Instituições nacionais e internacionais de referência no tema do Projeto

8.1 Órgãos governamentais:

Governos e secretarias estaduais de Saúde dos estados do Amazonas (AM) e Pará (PA),

na região Norte; Mato Grosso do Sul (MS), na região Centro-Oeste, Paraná (PR), na

região Sul;

Governo do Estado do Rio Grande do Sul/Secretaria Estadual da Saúde/Coordenação do

Programa Primeira Infância Melhor;

http://www.pim.saude.rs.gov.br/

Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), da Presidência da República;

http://www.direitoshumanos.gov.br/

Câmara dos Deputados

www.camara.gov.br

8.2 Fundações e setor privado:

Fundação Bernard van Leer

http://www.bernardvanleer.org/

Fundação Maria Cecília Souto Vidigal – São Paulo/SP

www.fmcsv.org.br

8.3 Sociedade civil:

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Rede Nacional Primeira Infância – Brasília/DF

http://primeirainfancia.org.br/

Centro Indígena de Estudos e Pesquisas (CINEP) – Brasília/DF

http://www.cinep.org.br/?code=1.3

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) –

Manaus/AM

www.coiab.com.br

Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngues (OGPTB) – Benjamin

Constant/AM

www.ogptb.org.br

8.4 Universidades e fundações universitárias:

Universidade Federal do Amazonas (UFAM) – Manaus/AM

www.ufam.edu.br

8.5 Colegiados:

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) – Brasília/DF

www.conass.org.br

8.6 Organismos internacionais:

Organização dos Estados Americanos (OEA)

Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) – Representação Nacional, em

Brasília/DF, e escritórios zonais (Manaus/AM, São Paulo/SP)

www.unicef.org.br

9. Possíveis parceiros na implantação/expansão do PIM e sua contribuição ao

Projeto

A tabela abaixo identifica os parceiros internacionais e nacionais considerados

“indispensáveis” para a implementação desse Plano de Trabalho, bem como sugere

contribuições/contrapartidas que poderão ser aportadas por cada instituição.

PARCEIRO INTERNACIONAL NATUREZA

PARTICIPAÇÃO/CONTRAPARTIDA

1. Fundação Bernard van Leer Idealizador/Promotor do Projeto

2. Organização dos Estados

Americanos

Idealizador/Promotor do Projeto

3. Innovacd Apoio Logístico ao Projeto

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PARCEIRO NACIONAL NATUREZA

PARTICIPAÇÃO/CONTRAPARTIDA

4. Quatro Governos de Estado

(envolvendo as Secretarias de

Saúde, Educação, Assistência

Social e Cultura)

Executores do Projeto.

Disponibilização de recursos humanos, materiais

e financeiros necessários à sua implementação

(equipe gestora e técnica, infra-estrutura física e

logística)

5. Conselho Nacional de Secretários

de Saúde (CONASS)

Articulador/mobilizador para o desenho e a

implementação do projeto.

Apoio técnico, advocacy e mobilização dos

Secretários de Saúde dos estados.

6. Governo do Estado do Rio

Grande do Sul/Secretaria da

Saúde/Programa Primeira Infância

Melhor

Parceiro para a replicação do modelo “PIM”.

Disponibilização de assessores técnicos, com

experiências em áreas indígenas, para a

transferência de tecnologia a outros estados.

7. Ministério da Saúde/Funasa Parceiro de âmbito nacional.

Disponibilização de recursos financeiros (a

negociar)

8. UNICEF - Escritórios de

Brasília, de Manaus (AM) ou

Escritório Regional

Parceiro técnico e/ou financeiro e/ou logístico.

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