Organizacoes nas sociedades de informacoes

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ÍNDICE Introdução..................................................... 3 1.Objectivo geral.............................................. 4 1.1.Objectivos específicos.....................................4 2. Metodologia.................................................. 4 3.Organizações na sociedade de informação......................5 3.1.Comércio electrónico.......................................5 3.2.A segurança das transacções electrónicas...................6 3.3.O papel do estado..........................................6 4.Comunicação e estratégia nas organizações....................7 4.1. A Importância da Comunicação Estratégica para o Contexto Organizacional................................................. 7 5.Relacionamento interpessoal no âmbito organizacional.........9 5.1.Relacionamento interpessoal................................9 6.Processos organizacionais e desenvolvimento sustentável.....12 6.1.Posturas Epistemológicas para a Definição do Desenvolvimento Sustentável................................................... 13 6.2.As correntes paradigmáticas abordadas por Gladwin, Kenelly e Krause (1995)................................................. 14 6.3.O Conceito de Desenvolvimento Sustentável.................15 Conclusão..................................................... 16 2

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ÍNDICE

Introdução........................................................................................................................................3

1.Objectivo geral..............................................................................................................................4

1.1.Objectivos específicos...............................................................................................................4

2.Metodologia..................................................................................................................................4

3.Organizações na sociedade de informação...................................................................................5

3.1.Comércio electrónico.................................................................................................................5

3.2.A segurança das transacções electrónicas..................................................................................6

3.3.O papel do estado.......................................................................................................................6

4.Comunicação e estratégia nas organizações.................................................................................7

4.1.A Importância da Comunicação Estratégica para o Contexto Organizacional..........................7

5.Relacionamento interpessoal no âmbito organizacional...............................................................9

5.1.Relacionamento interpessoal.....................................................................................................9

6.Processos organizacionais e desenvolvimento sustentável.........................................................12

6.1.Posturas Epistemológicas para a Definição do Desenvolvimento Sustentável.......................13

6.2.As correntes paradigmáticas abordadas por Gladwin, Kenelly e Krause (1995)....................14

6.3.O Conceito de Desenvolvimento Sustentável..........................................................................15

Conclusão......................................................................................................................................16

Bibliografia....................................................................................................................................17

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Introdução

Vivemos em uma era de mudança socioeconómica, suportada em meios digitais e em processos

de inovação com apelo à criatividade, na procura da diferenciação de novos produtos, processos

e serviços, que se materializa na formação da chamada "Sociedade da Informação" baseada no

conhecimento.

A Sociedade da Informação, recorrendo crescentemente a redes digitais de informação, no

domínio da actividade económica e do bem-estar social, resulta do desenvolvimento das novas

tecnologias da informação, do audiovisual e das comunicações, com impactos profundos em

vários domínios, como por exemplo, no trabalho, na educação, na ciência, na saúde, no lazer, nos

transportes e no ambiente. O tema "Sociedade da Informação" tem sido objecto de um amplo

debate nacional promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Entre outros contributos,

este trabalho reconhece que a Sociedade da Informação pode contribuir para a melhoria do bem-

estar dos cidadãos, em virtude de facilitar a construção de um Estado mais aberto, a inovação no

ensino e na formação profissional, o acesso ao saber, o desenvolvimento de novas actividades

económicas e o aumento da oferta de emprego com níveis de qualificação profissionais mais

elevados.

A Sociedade da Informação exige do cidadão uma contínua consolidação e actualização dos seus

conhecimentos, tendo a Escola um papel fundamental em todo o processo de formação de

cidadãos de modo a torná-los aptos para a sociedade da informação, devendo ser um dos

principais focos de intervenção para se garantir um caminho seguro e sólido para o futuro. Ao

nível do ensino superior, torna-se necessário criar e adaptar os cursos, a todos os níveis, para

ministrar os novos paradigmas desta sociedade em mutação.

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1.Objectivo geral

Fazer um estudo a respeito das organizações nas sociedades de informação.

1.1.Objectivos específicos

Investigar e propor uma conceituação para o termo desenvolvimento sustentável que

melhor dialogue com a área de estudos organizacionais;

Apresentar uma contribuição teórica viabilizadora da aproximação relacional entre o

desenvolvimento sustentável e os estudos organizacionais.

2.Metodologia

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Também, foi usado o método

indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular

para uma questão mais ampla, mais geral. Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um

processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente

constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas.

Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais

amplo do que o das premissas nas quais nos baseia-mos.

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3.Organizações na sociedade de informação

3.1.Comércio electrónico

Segundo a OCDE (1997), o "Comércio Electrónico" tem a ver com todas as formas de

transacção relacionadas com a actividade comercial entre as organizações e entre estas e o

público em geral sendo baseadas no processo de transmissão de dados digitalizados, quer seja

som, texto ou imagem.

O fenómeno Internet veio acelerar consideravelmente o fluxo de transacções comerciais sob

forma digital, em virtude do seu baixo custo e relativa simplicidade de utilização, abrindo um

novo mundo a consumidores e a pequenas e médias empresas, até ali afastados daquela

possibilidade. Assim, surgem actualmente grandes oportunidades comerciais, em que qualquer

empresa se pode dar a conhecer a nível mundial, publicitando os seus produtos e/ou serviços a

uma vasta gama de potenciais consumidores. Um dos principais obstáculos à utilização extensiva

do comércio electrónico nas relações entre as empresas e os seus clientes é a segurança e

confidencialidade na transmissão de dados e nos pagamentos, uma área em que se estão a

desenvolver grandes esforços de normalização à escala internacional. Não obstante os

desenvolvimentos tecnológicos virem a permitir a total segurança da transmissão de dados e

pagamentos, algumas medidas devem ser tomadas para a protecção quer dos consumidores quer

das próprias empresas.

Para um sucesso alargado do Comércio Electrónico, cabe ao Estado proporcionar às empresas a

envolvente adequada em algumas áreas ainda com largas carências, sendo necessário criar

mecanismos de certificação e reconhecimento jurídicos para o comércio electrónico, passando

pela revisão dos actuais sistemas fiscais para acautelar os interesses do Estado face às crescentes

transacções comerciais electrónicas e à desadequação da sua tributação.

A existência de uma moeda única no espaço alargado Europeu potencia o desenvolvimento do

comércio electrónico nesse mercado, ao eliminar as barreiras psicológicas das conversões

cambiais, facilitando a criação de dimensão crítica para o sucesso nos restantes mercados do

globo. Não aproveitar este condicionalismo favorável para o desenvolvimento do comércio

electrónico seria um erro histórico.

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3.2.A segurança das transacções electrónicas

Sem um ambiente comercial favorável não haverá condições para o desenvolvimento sustentado

do comércio electrónico. A aceitação dos processos digitais nas transacções comerciais requer

garantia de segurança nos sistemas de informação e de pagamento, contra falhas nos sistemas

informáticos, alteração da integridade dos dados armazenados e actos ilícitos.

O comércio electrónico deve ser dinamizado pelo sector privado, embora o papel do Estado na

criação de um ambiente de comércio electrónico deva ser orientado pela criação de um regime

regulamentar que o estimule, quer a nível nacional quer a nível internacional. As redes de

comunicações são frequentemente associadas a problemas de segurança, designadamente a perda

de confidencialidade e a possibilidade de falsificação. No entanto, com o uso adequado das

actuais tecnologias de cifragem é possível atingir níveis de confidencialidade, integridade e

autenticação muito maiores do que com os métodos tradicionais usando papel ou microfilme.

Neste contexto, a segurança das transacções desempenha um papel determinante, sendo

necessário definir-se uma política de segurança que garanta a privacidade dos agentes

envolvidos, a integridade das transacções efectuadas e a possibilidade de assinatura digital das

transacções. A tecnologia da encriptação é fundamental para permitir a implementação destes

requisitos, sendo o papel do Estado garantir uma total liberdade de escolha das soluções

criptográficas julgadas necessárias pelos agentes económicos.

3.3.O papel do estado

O processo acelerado de desenvolvimento e evolução das Tecnologias de Informação e

Comunicação verificado nos últimos anos e os seus reflexos nos planos económico, social,

cultural e educacional tem levado à tomada de medidas e acções por parte das entidades e

instituições governamentais no sentido de enfrentarem os novos desafios que se colocam e

acompanharem as profundas mudanças que daí advêm.

O Estado representa uma parcela importante dos negócios das empresas, pelo que a adopção de

políticas incentivadoras do uso do comércio electrónico nas interacções por parte da

Administração Pública central, regional e autárquica, poderá representar um forte impulso para a

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sua rápida implantação. A desmaterialização dos procedimentos de trocas de informação dentro

da Administração Pública e com os agentes económicos deve ser fortemente incentivada. O uso

de meios de comércio electrónico pela Administração Pública na procura, contratação,

aquisições e pagamentos, poderá representar, por si só, um mercado de dimensão suficiente para

assegurar a massa crítica necessária que garanta o sucesso do comércio electrónico.

Por outro lado, as necessidades de trocas de informação dentro da própria Administração

Pública, quer verticalmente dentro de cada Ministério como, principalmente, entre Ministérios,

permitirá uma optimização de meios e recursos significativa.

Uma abrangente e rápida introdução dos novos paradigmas facultados pelos meios de

comunicação electrónica exige que os funcionários e agentes do Estado estejam aptos e

habilitados na utilização desses meios, tornando-se assim urgente a promoção de programas de

formação dos funcionários da Administração Pública para incentivar a sua adaptação e

familiarização às novas tecnologias do comércio electrónico.

4.Comunicação e estratégia nas organizações

4.1.A Importância da Comunicação Estratégica para o Contexto Organizacional

A Sociedade da Informação é marcada pela imprevisibilidade e pela velocidade das mudanças

sociais, económicas, políticas, culturais, entre outras, e neste contexto, recursos tais como, a

criatividade, a informação, o conhecimento e a comunicação são cada vez mais, enfatizados.

Estas mudanças apontam para novos caminhos, novas abordagens e soluções, os quais exigem

das pessoas e das organizações, uma melhor forma de adaptação, a adopção de novos estilos de

pensar e empreender.   Neste sentido, a mudança foi definida por Chiavenato (2008) como uma

ruptura de paradigmas, ou seja, um novo modo de pensar, acreditar, perceber, avaliar e sentir, de

acordo com uma visão particular do mundo ao redor.

Ele afirmou que a Sociedade Contemporânea foi marcada pela informação e pelo conhecimento,

considerado como um conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação

(software e hardware), telecomunicações, radiodifusão e optoelectrónica. Logo, estes autores são

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concordantes entre si, de que a sociedade se modifica com o desenvolvimento da tecnologia e

pelo modo como esta decide utilizá-la. Para Castells (1999), estes aspectos geram impactos nas

organizações e instituições, pois devido à flexibilização da informação, a comunicação em rede,

e a complexidade de interacção, estas podem ser modificadas e até mesmo fundamentalmente

alteradas, pela reorganização de seus componentes. Guedes (2006, p. 64) afirmou que a

comunicação é um factor determinante de transformações da sociedade e organizações, e

Marchiori (2010) apontou para o fato de que a comunicação é um processo de construção que

promove a relação e o engajamento entre os atores sociais nas acções organizacionais e deve ser

trabalhada numa perspectiva estratégica, pois modificam estruturas e comportamentos.

No contexto actual, as organizações podem ser compreendidas como um conjunto de redes de

comunicação, especialmente densa e interconectada. A função das organizações é criar

condições para que os objectivos estratégicos sejam alcançados, dispondo de um conjunto de

recursos humanos e materiais em uma estrutura. Para Sobral e Peci (2008, 165) a organização é a

“etapa do processo de administração que agrupa e estrutura os recursos organizacionais e

estabelece os mecanismos de comunicação e coordenação entre seus membros” para alcance de

seus objectivos. A comunicação no contexto organizacional é um desafio, diante de inúmeros

factores que causam impactos profundos sobre as empresas, sejam as mudanças ambientais que

exigem novas estratégias, novos produtos e serviços; a competitividade do mercado; a

internacionalização que exige maior interacção em redes de relacionamento, maior habilidade de

comunicação; entre outros aspectos. O processo de comunicação sempre esteve presente na vida

humana e pode ser compreendido como algo complexo que envolve acções cognitivas,

psicológicas e físicas na interacção entre o emissor e o receptor da mensagem comunicada. Para

Pinho (2006) a comunicação é importante para as organizações, pois envolve a troca de

mensagens, e é geradora de propósitos.  

Segundo Bueno (2009), o percurso histórico da comunicação nas organizações evidenciou que

antes de 1970, ela era uma actividade fragmentada e sem importância para as empresas, apenas

considerada para propaganda e publicidade, e que, ao longo dos anos, ela se tornou o que é

atualmente, uma comunicação integrada em posição de destaque no organograma das

organizações, a qual promove conhecimentos e estratégias, com foco no negócio da organização.

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Assim sendo, como resultado da aquisição de conhecimentos sobre os aspectos teóricos acerca

da comunicação e suas perspectivas estratégicas no contexto organizacional, e da reflexão deste

estudo, é possível compreender que a gestão estratégica da comunicação pode contribuir

efectivamente para integração de pessoas e para promover o desenvolvimento organizacional, ou

seja, para o alcance dos objectivos institucionais. Contudo, para que isto aconteça, é preciso

estabelecer relacionamentos, uma mudança cultural, e cada vez mais, uma gestão feita com

competência, responsabilidade e transparência. Embora existam mudanças e novos modelos de

interacção entre as pessoas no contexto organizacional, ainda faltam acções mais efectivas para a

gestão estratégica da comunicação interna e mais pesquisas podem contribuir para o

desenvolvimento da comunicação estratégica.

5.Relacionamento interpessoal no âmbito organizacional

5.1.Relacionamento interpessoal

A vertente da administração que trabalha com psicologia organizacional tem seu surgimento na

época da primeira guerra, quando o quadro das forças armadas dos Estados Unidos estava

carente e escasso de mão-de-obra capaz de suprir suas necessidades. Assim sendo, fazia-se um

esforço intenso e diferenciado na área do recrutamento de pessoal, pois era preciso encontrar

pessoas adequadas para executar as funções das forças armadas nos tempos de guerra. Para

atender essa urgente necessidade, os psicólogos foram levados a criar testes que avaliassem as

mais variadas aptidões e os diversos graus de inteligência do pessoal a ser recrutado.

O material criado pelos psicólogos mostrou-se indispensável às empresas que, por sua vez,

tiveram que se expandir em busca de novos mercados (ZANELLI, 2002). Cada vez mais a

administração, dentro das organizações, têm seu trabalho voltado ao património humano, isto é,

ao comportamento do indivíduo no trabalho, tanto individual, quanto em equipe. Estão

envolvidos em uma série de ocupações como um todo e não em sectores fragmentados, desde o

assessoramento e implantação da política de recursos humanos, como de cargos e salários,

segurança de trabalho, recrutamento e selecção de pessoal, entrevista de desligamento,

acompanhamento de pessoas e o clima organizacional.

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É necessário que ele motive as pessoas ao resgate do talento do ser humano dentro do ambiente

organizacional (MARCOLIN, 2003). O que se verifica, na prática, é que a vida quotidiana é

caracterizada pela vida em grupo, pois a todo o momento o indivíduo está se relacionando com

outras pessoas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999). Baseada nesse conhecimento se observa

que o homem faz parte de um conjunto de sistemas interligados que estão em constante processo

de inter-relação com os demais sistemas que compõem este universo, tais como, família, escola,

trabalho e outros. Este homem é visto como uma unidade que pensa, sente, deseja, age e

necessita de integração harmoniosa entre corpo e mente, para que possa expressar a sua

personalidade, características e valores pessoais.

Em todo grupo de trabalho existem pessoas que se relacionam com maior ou menor facilidade.

Sabe-se que o relacionamento interpessoal é uma das características (ou competências) mais

exigidas dos profissionais na actualidade. É também sabido, por outro lado, o quanto lidar com

pessoas pode ser difícil. Assim, as relações interpessoais dentro do sistema organizacional, busca

saber sobre as consequências que esta traz para produtividade das pessoas nas organizações. Pois

dentro deste universo organizacional existem programas de reconhecimento individual ou por

equipe, as doutrinas de sucesso, a falta de transparência nas políticas de benefícios e a criação de

mitos e heróis internos e externos, que poderão gerar segundo Kananne (1995), frustrações e

sentimentos de impotência, colaborando desta forma para que comportamentos venham a se

manifestar dentre as relações interpessoais e consequentemente na produtividade das pessoas nas

organizações.

No contexto organizacional, estas relações interpessoais podem ser vistas permeadas de

problemas, principalmente por causa das dificuldades em lidar com diferenças individuais.

Chiavenato (1992) aborda que o indivíduo pode se relacionar em seu ambiente de trabalho,

conforme seus objectivos individuais e organizacionais, levando em consideração que as formas

de pensar, sentir e atitudes do homem, são influenciáveis pela organização e Kanaane (1995,

p.58), complementa: “a compreensão da conduta humana possibilita conceber atitude como

resultante de valores, crenças, sentimentos, pensamentos, cognições e tendências à reacção,

referentes à determinada objecto, pessoa ou situação”.

Desta maneira, o indivíduo, ao assumir uma atitude, vê-se diante de um conjunto de valores que

tendem a influenciá-lo. Indivíduo e organização têm certo tipo de relação alternativa, pois esta

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quando ocorre entre estranhos, pode gerar sentimentos de hostilidade, uma vez que o

desenvolvimento de laços se torna dificultado em decorrência da divergência de opiniões;

contudo, existe a necessidade de pertencer, de possuir um lugar no grupo, de apreciação mútua

para uma sobrevivência saudável (ETZIONI, apud CORADI, 1996). Serra (2003) afirma ser

necessário levar em consideração a hierarquia organizacional no que concerne ao encorajamento

do comportamento de competições internas no ambiente de trabalho, tendo em vista que destina

o privilégio de crescimento às camadas superiores. Ou seja, aos altos cargos, evidenciando assim

uma disputa pelo reconhecimento profissional, propiciando certo desconforto nas relações, uma

vez que o factor humano está intrinsecamente ligado a toda e qualquer tarefa realizada no

sistema organizacional e na sociedade como um todo e Kanaane (1995, p.87) aborda que o

comportamento organizacional “refere-se às manifestações emergências no contexto das

organizações, indicando os controlos, o processo decisório e os esquemas técnico-administrativo

assumidos num dado momento organizacional”.

Toda relação interpessoal mobiliza processos psíquicos. Estes processos que se situam na origem

do desenvolvimento cognitivo e afectivo do ser humano, representam a parte imersa da

interacção, objectos privilegiados de estudo da psicologia e da psicanálise, processos que

subentendem e acompanham toda palavra, todo discurso e toda a acção, (CHANLAT, 1993).

Refere o autor que, tanto em nível interpessoal como intergrupal, os processos de identificação,

de introspecção, de projecção, de transferência, de idealização, de clivagem, de repressão, para

falar como os psicanalistas, são omnipresentes frequentemente imperceptíveis. São à base de

numerosos problemas, quiproquós e conflitos que se encontram nas organizações.

Os conflitos, que podem aflorar entre os membros de um grupo, simplesmente pelo convívio do

dia-a-dia corporativo. Uma melhor comunicação, entre os indivíduos, poderá diminuir

consideravelmente a incidência negativa deste sentimento, tornando possível que se manifeste de

forma construtiva (ROSA, 1995). Estes sentimentos, tanto positivos, quanto negativos são vistos

de forma nítida nas organizações, embora os sentimentos negativos quase sempre não sejam

admitidos, mesmo sendo evidenciados com grande frequência. Muitas vezes o próprio ambiente

de trabalho gera extrema competitividade fazendo com que muitos funcionários sem qualquer

tipo de ética e respeito, ultrapassem seus limites e comecem a invadir o espaço do outro.

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As empresas deveriam desenvolver relações interpessoais próximas e fluidas com todos os

sectores da organização, mostrando para cada funcionário, a importância da “união” dos

mesmos, para o melhor desenvolvimento das actividades laborais como um todo.

6.Processos organizacionais e desenvolvimento sustentável

A demasiada utilização do termo ‘desenvolvimento sustentável’ junto aos contextos

organizacionais tem gerado confusões epistemológicas, paradigmáticas e teóricas a seu respeito.

Não são raros os estudos em que se encontram um conceito desvinculado do contexto sobre o

qual a pesquisa foi desenvolvida. Sabe-se que o fenómeno em perspectiva é de interesse de

muitas disciplinas, e por esta razão a disseminação de contribuições relacionadas aos seus

preceitos tem se elevado gradativamente. Quando relacionado aos estudos organizacionais o

desenvolvimento sustentável geralmente é tratado por abordagens radicais e isoladas, por meio

das quais não é possível efectivar muitas considerações pluralistas.

O mono culturalismo dos pesquisadores que têm abordado o tema junto a pesquisas

organizacionais tem empobrecido o seu conceito e, muito mais, tem causado um atraso quanto as

potenciais contribuições a serem geradas pelas ciências organizacionais. Em face deste cenário,

apresenta-se o presente artigo que tem dois objectivos principais a serem alcançados:

Investigar e propor uma conceituação para o termo ‘desenvolvimento sustentável’ que

melhor dialogue com a área de estudos organizacionais; e,

Apresentar uma contribuição teórica viabilizadora da aproximação relacional entre o

desenvolvimento sustentável e os estudos organizacionais.

Para tanto serão consideradas algumas posturas epistemológicas, as quais serão analisadas em

conjunto com três categorizações para análise do construto desenvolvimento sustentável. Desta

análise se extrairão as características que devam estar presentes no conceito em investigação.

Uma vez investigado um significado coerente para com as abordagens organizacionais será

proposta uma relação entre o mesmo e uma das teorias organizacionais. Optou-se pela escolha

de apenas uma teoria para que a mesma possa ser apresentada de maneira coerente e relacionada

por vias consistentes com o conceito do termo ‘desenvolvimento sustentável’.

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6.1.Posturas Epistemológicas para a Definição do Desenvolvimento Sustentável

Nesta secção serão abordadas discussões que englobem considerações sobre posturas

epistemológicas que venham a auxiliar no processo de definição do termo ‘desenvolvimento

sustentável’. Ressalta-se que o que se investiga é um significado coerente com as proposições

das ciências organizacionais. De acordo com Denzin e Lincoln (2006) um paradigma é um

conceito macro composto por quatro micros conceitos, a saber: a ética, a epistemologia, a

ontologia e a metodologia.

A ética questiona: como serei enquanto pessoa moral no mundo? A epistemologia: como

conheço o mundo? Qual a investigação entre o investigador e o conhecido? A ontologia levanta

questões básicas a respeito da natureza da realidade e da natureza do ser humano no mundo.

A metodologia concentra-se nos melhores meios para a aquisição do conhecimento sobre o

mundo (DENZIN; LINCOLN, 2006, p.163). Deste conceito extrai-se a parte referida a

epistemologia, mais em específico a pergunta: Como conheço o mundo? O que se intenta por

esta selecção é investigar como o desenvolvimento sustentável, enquanto fenómeno de interesse

aos estudos organizacionais pode assumir uma postura epistemológica coerente às pesquisas

relacionadas às organizações. Mediante este recorte, inicia-se uma investigação sobre o conceito

do termo ‘desenvolvimento sustentável’ por três posturas epistemológicas apresentadas por

Denzin e Lincoln (2006) e Schwandt (2006): positivismo e empirismo lógico, interpretativismo

e o construtivismo social.

Em sentido amplo a epistemologia é conceituada como o estudo metódico e reflexivo da ciência,

de sua organização, de sua formação, do seu funcionamento e produtos intelectuais. O papel e a

contribuição de uma instância epistemológica para a pesquisa podem ser considerados a partir

de duas funções: por um lado assume a condição de metaciência, porque vem após e diz respeito

às ciências e por outro revela um caráter intracientífico e representa uma instância intrínseca à

produção científica. Etimologicamente, epistemologia significa discurso (logos) sobre a ciência

(episteme) (MARTINS & THEÓPHILO, 2007). Em relação ao desenvolvimento sustentável,

segundo Fergus e Rowney (2005), notasse um discurso dominante, sobre o qual o mundo é

objectivo, mensurável e compreensível.

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A verdade, portanto, se torna atingível por meio de metodologias já existentes e comunicadas

por regras já institucionalizadas. Não existe espaço para o conhecimento baseado em uma visão

subjectiva do mundo, onde a intuição e a experiência do mundo natural representariam os

principais elementos para a geração de novos conhecimentos.

6.2.As correntes paradigmáticas abordadas por Gladwin, Kenelly e Krause (1995)

Gladwin, Kenelly e Krause (1995) em uma tentativa de estabelecer um paradigma que

viabilizasse o tratamento do desenvolvimento sustentável por abordagens organizacionais,

realizaram um exercício comparativo entre três correntes, sendo que duas delas, o

tecnocentrismo e o ecocentrismo, são abordagens extremamente opostas, enquanto a terceira, o

sustaincentrism (paradigma centrado na sustentabilidade), representa uma proposição de

compreensão de mundo mais flexível e aberta. Estas correntes paradigmáticas, sintetizadas por

Gladwin, Kenelly e Krause (1995) são apresentadas com maiores detalhes a seguir:

O tecnocentrismo. As origens deste paradigma podem ser remetidas a revolução

científica do século XVII, com a emergência de uma teoria social liberal, da

racionalidade da mão invisível proposta por Adam Smith e da tendência de privilegiar os

seres humanos sobre a natureza. Esta perspectiva ainda se faz dominante

contemporaneamente, uma vez que suas proposições são mais convidativas aos sistemas

económicos e aos modelos de gestão organizacionais.

O ecocentrismo. Os adeptos deste paradigma provêm de uma filosofia que apregoa um

estilo de vida que se conforme com a ordem da natureza, com a reverência ao planeta,

assim como os movimentos transcedentalistas e preservacionistas. Este paradigma é

marcado por uma ecologia profunda, a qual rejeita qualquer dominação humana sobre a

natureza.

O sustaincentrism. A noção de um paradigma interessado com o desenvolvimento

sustentável pode ser compreendida como um esforço dialéctico. Embora os paradigmas

tecnocêntrico e ecocêntrico possuam uma longa história o paradigma da sustentabilidade

ainda é embrionário. A articulação de um olhar de mundo centrado na sustentabilidade

deve ser visto como uma tentativa de se buscar uma reconciliação entre posições

científicas tão radicais.

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É possível vislumbrar que tanto o tecnocentrismo quanto o ecocentrismo falham em oferecer

uma base sobre a qual o desenvolvimento sustentável possa ser investigado. Ambos os

paradigmas, ao promoverem suas premissas por métodos radicais e isolados não conseguem

sequer promover o desenvolvimento e muito menos preservar a natureza (GLADWIN;

KENELLY, 1995). O paradigma centrado na sustentabilidade assume uma responsabilidade de

articular o conhecimento e as discussões por uma abordagem interdisciplinar, por meio da qual

deve ser estabelecido um diálogo entre estas duas fortes perspectivas científicas e operacionalizar

um modelo que melhor entenda e promova o desenvolvimento sustentável.

6.3.O Conceito de Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento sustentável é compreendido como aquele que não compromete a sobrevivência

das gerações futuras por meio da exploração responsável dos recursos naturais no presente

(WCED, 1987). Este conceito, embora merecedor de todos os reconhecimentos, uma vez que foi

um dos responsáveis pela disseminação mundial do termo, é muito criticado e combatido por

pesquisadores de diferentes áreas. De acordo com Fergus e Rowney (2005), esta definição não é

nada mais do que ambíguo, pois retira o foco do que realmente precisa ser feito por meio de um

discurso inclusivo, e coloca as prioridades mundiais em simples processos técnicos.

Os autores consideram que esta definição é a responsável por inviabilizar o agir em relação ao

alcance do desenvolvimento sustentável já que houve uma opção de se continuar com acções

limitadas a esforços políticos impregnados por inúmeros conflitos e por uma tecnocracia

dogmática incapaz de abrir os olhos das nações para novas proposições do funcionamento

económico em vigência. Estes autores definem o desenvolvimento sustentável como o processo

que objectiva o desenvolvimento humano por acções de inclusão, integração, igualdade,

prudência e segurança. A inclusão implica o desenvolvimento humano dentro de um

determinado período de tempo e em um certo espaço. A integração admite a existência de uma

interdependência entre as esferas ecológicas, sociais e económicas. A igualdade busca uma

justiça intergeracional, intra-geracional e inter-espécies.

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Conclusão

As empresas de hoje em dia, confrontadas com novas e crescentes pressões concorrenciais,

necessitam de construir e adquirir uma maior iniciativa internacional, uma presença mais

constante nos mercados mais dinâmicos e uma maior proximidade dos centros de decisão,

ultrapassando insuficiências logísticas e maximizando as oportunidades abertas pelas novas

tecnologias e serviços.

Com esta iniciativa deverão viabilizar e dinamizar o Comércio Electrónico e o Teletrabalho, de

modo a retirar os benefícios que estes podem oferecer para o desenvolvimento acelerado da

economia portuguesa, não deixando que se crie um fosso entre o nosso país e os principais

parceiros económicos na utilização das tecnologias digitais. As Tecnologias de Informação têm

hoje potencialidades para constituírem instrumentos importantes ao serviço do funcionamento

actual e do desenvolvimento futuro das organizações. Significa isto que deverão estar presentes e

poderão mesmo influenciar a definição de estratégias e suportar a concretização dos objectivos

prioritários. A Internet é actualmente uma rede cujas potencialidades e taxas de crescimento

continuam imparáveis. Esta evolução, o baixo custo, a simplicidade e as vantagens indiscutíveis

de utilização, estão a levar muitos empresários a acreditar que o simples facto de estarem

presentes na rede lhes poderia trazer resultados positivos em termos de vendas. Porém, esta

situação não corresponde inteiramente à realidade, pois este processo não será suficiente para

revolucionar as vendas da empresa.

No entanto, esta é uma matéria muito recente e onde as poucas "receitas" introduzidas têm

sempre uma componente de incerteza. A própria rapidez na evolução dos processos e

mecanismos em torno da Internet não só amadurece e desenvolve novas potencialidades como

exige das empresas uma resposta mais eficiente num menor espaço de tempo. O futuro próximo

passará precisamente pela adaptação interna e externa das empresas de forma a criarem soluções

que lhes permitam responder com sucesso a este desafio. As empresas nacionais precisam de

dispor de uma permanente capacidade de inovação e de competências que lhes permitam a sua

constante adaptação à economia digital

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Page 16: Organizacoes nas sociedades de informacoes

Bibliografia

 Livro Verde para a Sociedade da Informação [1997]  - Ministério da Ciência e Tecnologia,

Missão para a Sociedade da Informação.

Iniciativa Nacional para o Comércio Electrónico [1997] - Versão 0 - Ministério da Ciência e

Tecnologia, Missão para a Sociedade da Informação.

Livro Branco do Comércio Electrónico [1997]  - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento

do Comércio Electrónico.

Factura Electrónica [1998] - Relatório e Anteprojecto de Diploma Legal, Ministério da Ciência e

Tecnologia.

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