ORIENTAÇÃO E LEITURA DE CARTAS - PARTE 1 - COSD 2013

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    Orientao e Leitura de Cartas COSD - CBMERJ

    ORIENTAO E LEITURA DE CARTAS

    UNIDADE I

    CAPTULO 1 DEFINIO E CLASSIFICAO DAS CARTAS

    1.1. INTRODUO

    Para iniciarmos o estudo de Leitura de Cartas e Orientao Topogrfica, devemos

    compreender primeiro o que Cartografia.

    Cartografia a arte e cincia de graficamente representar um rea geogrfica em uma

    superfcie plana como em um mapa ou grfico (normalmente no papel ou monitor). As

    representaes de rea podem incluir superimposies de diversas informaes sobre a mesma

    rea atravs de smbolos, cores, entre outros.

    A Cartografia data da pr-histria quando era usada para delimitar territrios de caa e

    pesca. Na Babilnia os mapas do mundo eram impressos em madeira num disco liso, mas foram

    Eratosthenes de Cirene e Hiparco (sculo III a.C.) que construram as bases da moderna cartografia

    com um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas

    em papel com o mundo dentro de um crculo sendo, somente com a era dos descobrimentos, que

    os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos.

    Hoje em dia a cartografia feita atravs de fotometria e de sensoreamento remoto

    por satlite e, com a ajuda de computadores, mais informaes podem ser visualizadas e

    analisadas pelos gegrafos, fazendo mapas que chegam a ter preciso de at 1 metro.

    A localizao de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada num mapa. Estes so

    normalmente desenhados em superfcies planas em proporo reduzida do local da Terra

    escolhido. Por sua representao plana, no representam fielmente um mundo geide como a

    Terra, o que levou cartgrafos a conceberem globos, que imitam a forma da Terra.

    Os mapas mais comuns so os polticos e topogrficos. O primeiro representa

    graficamente os continentes e as fronteiras entre os pases e o segundo o relevo em nveis de

    altura (normalmente tambm incluindo os rios mais importantes). Para desenhar mapas

    cartogrficos depende-se de um sistema de localizao com longitudes e latitudes, uma escala e

    uma projeo e smbolos.

    O projeto RADAM - que mapeou o Brasil nas dcadas de 70 e 80 - usou mais de

    aerofotometria e os primeiros mapas novos do pas saram do IBGE em 1996. O departamento de

    cartografia da ONU responsvel pela manuteno do mapa mundial oficial em escala

    1/1.000.000 e todos os pases enviam seus dados mais recentes para este departamento.

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    A transferncia de uma esfera (Globo Terrestre) para a rea plana do mapa seria

    impossvel se os cartgrafos no se usassem de uma tcnica matemtica chamada projeo. Para

    ilustrar esta tcnica podemos imaginar como seria se abrssemos uma esfera e a achatssemos

    para a forma de um plano: partes da esfera original teriam que ser esticadas para podermos fazer

    isto, em especial as reas mais prximas aos plos, criando grandes deformaes de rea em um

    mapa mundial.

    Estas tcnicas de projees vm desde os mapas da Grcia com Ptolomeu no sc. II, e

    foram evoluindo at que logo aps a renascena o holands Mercartor concebeu a mais simples

    tcnica de projeo, a qual dada seu nome. a projeo de mapas do mundo mais conhecida at

    hoje. Mas isso assunto para mais a frente.

    1.2. PONTOS CARDEAIS, COLATERAIS E SUBCOLATERAIS

    Os Pontos Cardeais so direes definidas atravs de um Pacto Internacional e

    simbolizados pelas letras N (Norte) S (Sul) E (Leste) W (Oeste) neste ltimo comum

    encontrarmos, no Brasil, representado pela letra O.

    Essas direes so obtidas atravs de duas retas infinitas perpendiculares entre si.

    Definindo um dos pontos, por exemplo, o Norte, o seu oposto ser o Sul, o imediatamente a

    direita do Norte ser o Leste e o oposto deste ser o Oeste. Entre estes pontos, encontramos os

    Pontos Colaterais: entre o Norte e o Leste (NE Nordeste); entre o Sul e o Leste (SE

    Sudeste); entre o Sul e o Oeste (SO Sudoeste); e entre o Norte e o Oeste (NO Noroeste).

    Existem ainda os Pontos Subcolaterais: entre o Norte e o Nordeste (NNE Norte-

    nordeste); entre o Leste e o Nordeste (ENE Leste-nordeste); entre o Leste e o Sudeste (ESE

    Leste-sudeste); entre o Sul e o Sudeste (SSE Sul-sudeste); entre o Sul e o Sudoeste (SSO Sul-

    sudoeste); entre o Oeste e o Sudoeste (OSO Oeste-sudoeste); entre o Oeste e o Noroeste

    (ONO Oeste-noroeste); e entre o Norte e o Noroeste (NNO Norte-noroeste).

    Ao conjunto de todas estas direces, denominadas rumos, d-se a designao

    de Rosa-dos-Ventos.

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    1.3. DEFINIO E CLASSIFICAO DAS CARTAS MILITARES

    1.3.1. Carta - a representao, em escala, sobre um plano, dos acidentes naturais e

    artificiais que se encontram na superfcie do solo, bem como da configurao dessa superfcie.

    - No absolutamente precisa;

    - No permite sua representao exata num plano.

    1.3.2. Classificao Geral

    a. Carta topogrfica:

    - reproduz acidentes naturais e artificiais da superfcie terrestre de forma

    mensurvel, mostrando suas posies horizontais e verticais. A posio vertical

    ou relevo normalmente determinada por curvas de nvel, com as cotas

    referidas ao nvel do mar;

    b. Carta planimtrica:

    - reproduz apenas a posio horizontal (omisso do relevo).

    c. Carta fotogrfica:

    - reproduo de uma fotografia area ou mosaico (complementada com algumas

    convenes cartogrficas);

    - se denomina fotocarta;

    - o traado de curvas de nvel excepcional.

    d. Carta em relevo:

    - uma carta topogrfica normal, que foi impressa sobre base de matria

    plstica;

    - o relevo efetivamente reproduzido.

    e. Carta especial

    - uma carta destinada a fim particular.

    1.3.3. Classificao pela Escala

    a. Escala Pequena: igual ou inferior a 1/500000.

    b. Escala Mdia: maior que 1/500000 e menor que 1/50000.

    c. Escala Grande: superior a 1/50000.

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    Quanto maior a escala, mais detalhada a Carta e maior a preciso na orientao.

    1.3.4. Classificao Militar e Utilizao

    a. Carta geral:

    - escala inferior a 1/ 1000000;

    - fins gerais de planejamento.

    b. Carta estratgica:

    - escala de 1/1000000;

    - empregada no planejamento de movimentos, concentrao e suprimento.

    c. Carta estratgico ttica:

    - escala de 1/250000 ou eventualmente na escala de 1/500000;

    - empregada no planejamento pormenorizado;

    - pode vir a servir como carta ttica ou de controle de tiro da artilharia de

    campanha.

    d. Carta rodoviria:

    - escala igual ou inferior a 1/ 250000;

    - empregada nos movimentos tticos e administrativos de tropas;

    - pode ser usada como carta estratgico-ttica e carta rodoviria.

    e. Carta ttica:

    - escala de 1/50000, pode-se empregar a de 1/25000 ou a de 1/100000;

    - usada para fins tticos e administrativos por todas as Armas e Servios.

    f. Carta de artilharia:

    - escala de 1/25000 em certos casos pode-se usar as de 1/50000;

    - empregada na direo do tiro de artilharia.

    g. Carta fotogrfica ou fotocarta:

    - preferivelmente na escala de 1/25000, podendo ser de 1/10000;

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    - empregada para fins tticos e administrativos.

    h. Planta urbana:

    - escala igual ou superior a 1/10000;

    - representa os arruamentos e as principais instalaes em uma rea urbana.

    i. Cartas aeronuticas: estas cartas, produzidas e distribudas pelo Comando da

    Aeronutica, classificam-se de acordo com a utilizao a que se destinam.

    Carta de planejamento:

    - escala igual ou inferior a 1/5000000

    - determinao de rotas internacionais

    - organizao de amplos sistemas de transporte areo

    - controle de movimentos areos estratgicos.

    Carta de navegao:

    - escala de 1/1000000 a 1/5000000

    - utilizada para a navegao astronmica e por instrumento.

    Carta de navegao area normal:

    - escala de 1/25000 a 1/1000000

    - utilizada na navegao precisa vista indicando meios auxiliares e

    perigos para a navegao.

    Carta de aproximao:

    - escala de 1/250000 a 1/50000, ou mesmo maior

    - empregada na fase erea do apoio terra-ar e na navegao visual sobre

    reas congestionadas.

    - apresenta vistas panormicas e perspectivas oblquas

    Carta de objetivo:

    - escala grande

    - designao de um objetivo areo particular

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    1.4. CUIDADOS NO MANUSEIO DAS CARTAS

    - Suprimento limitado;

    - Colocar em porta cartas;

    - Evitar anotaes, se for o caso, anotar levemente;

    - Dobrar com cuidado.

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    ORIENTAO E LEITURA DE CARTAS

    UNIDADE I

    CAPTULO 2 - CONVENES CARTOGRFICAS

    2.1. GENERALIDADES

    Convenes so smbolos que se destinam a representar, de modo expressivo, os

    acidentes do terreno e os objetos topogrficos em geral, de modo a ressaltar sua importncia.

    2.2. CORES DOS SMBOLOS

    As cartas so geralmente confeccionadas em cinco cores (preto, azul, vermelho, verde

    e castanho).

    2.2.1. Preto planimetria em geral, com exceo da hidrografia, e toda a

    nomenclatura;

    2.2.2. Azul hidrografia traado das margens em geral, representao de nascentes,

    poos, cisternas, bicas, encanamento e terrenos encharcados;

    2.2.3. Vermelho rodovias, at de 3a classe, inclusive;

    2.2.4. Verde bosques, macegas, mangues e culturas, em gradao dupla;

    2.2.5. Castanho curvas de nvel, inclusive as respectivas altitudes.

    2.3. CLASSIFICAO DAS RODOVIAS E LOCALIDADES

    2.3.1. Das Rodovias

    Denomina-se rodovia de uma s faixa aquela que apresenta, no terreno, leito com

    largura entre 3,0 e 6,0m. Quando a largura for menor que 3,0m, fica caracterizado o caminho ou

    trilha. O nmero de faixas de uma rodovia determinado pelo menor mltiplo de 3,0m abrangido

    pela largura do leito. Assim, uma rodovia de 10,0m de leito (menor mltiplo abrangido 9,0m)

    tem 3 faixas. As rodovias so classificadas em relao possibilidade de trfego que oferecem, ao

    nmero de faixas e ao tipo de revestimento, como se segue:

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    a. Auto-estradas Classe especial Rodovias de revestimento slido (asfalto,

    concreto ou calamento), com um nmero de 4 faixas, apresentando separao

    fsica entre pistas de trfego.

    b. Rodovias pavimentadas Classe 1 Rodovias de revestimento slido (asfalto,

    concreto ou calamento), com um nmero variado de faixas, sem separao fsica

    entre as pistas de trfego.

    c. Rodovias no pavimentadas Classe 2 Rodovias transitveis durante o ano

    com revestimento solto ou leve, que permite o trfego mesmo em poca de

    chuvas; nmero varivel de faixas.

    d. Rodovias de trfego peridico Classe 3 Rodovias transitveis somente em

    tempo bom e seco, com revestimento solto ou sem revestimento e largura mnima

    de 3,0m; so estradas com poucas ou nenhuma conservao e de traado

    irregular.

    e. Caminhos Classe 4 Vias transitveis somente em tempo bom e seco, sem

    revestimento, caracterizado pela inexistncia de conservao permanente, com

    piso e traado irregulares; geralmente impraticveis ao trfego de veculos a

    motor. A largura mdia inferior a 3,0m.

    f. Trilhas Classe 5 Vias sem revestimento ou conservao, com pisos e traados

    irregulares, s permitindo o trfego a p ou de animais.

    2.3.2. Das Localidades (IBGE)

    a. Cidade sede de municpio.

    b. Vila sede de distrito.

    c. Povoado Localidade que no sede de distrito mas onde h um aglomerado

    de residncias, casas de comrcio, e lugares pblicos, tais como, igreja, escola, etc.

    d. Ncleo Localidade onde se aglomeram habitantes sob um regime especial

    qualquer, como por exemplo, o grupo de residncias dos trabalhadores de um

    fbrica.

    e. Lugarejo Localidade no enquadrada em nenhum dos tipos anteriores, mas

    que possui um nome pelo qual conhecido.

    2.4. SMBOLOS CARTOGRFICOS OU SINAIS CONVENCIONAIS

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    2.5. INFORMAES MARGINAIS

    2.5.1. Nome da folha

    No centro da folha da Carta encontramos o nome da regio mais

    importante.

    2.5.2. Nmero da folha

    2.5.3. Escalas numrica e linear, equidistncia das curvas de nvel e

    DATUM Vertical e Horizontal

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    2.5.4. Articulao da folha

    A folha mostrada no centro e ao seu redor as regies vizinhas.

    2.5.5. Diagrama de orientao

    Nele encontramos as direes dos Nortes Verdadeiro, Magntico e de

    Quadrcula e ainda a variao da declinao magntica anual.

    2.5.6. Sinais Convencionais

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    2.5.7. Coordenadas LAT/LONG e UTM

    So encontradas nas quatro margens da folha.

    2.5.8. Viso Geral da Carta Topogrfica do Rio de Janeiro na Escala

    1:250.000

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    ORIENTAO E LEITURA DE CARTAS

    UNIDADE I

    CAPTULO 3 - ESCALAS

    3.1. DEFINIO

    a relao existente entre as dimenses representadas na carta e seus

    valores reais. As cartas trazem, normalmente impressas nas margens, as escalas

    respectivas, podendo apresentar-se sob diversas formas.

    3.2. FORMAS DE ESCALA

    3.2.1. Escala numrica representada por uma frao cujo numerador

    sempre ser 1.

    Ou seja, um objeto que na carta possua um comprimento

    de 1 cm, no terreno possuir 50.000 cm ou 500 m.

    Uma escala ser tanto maior quanto menor for o valor do denominador da

    frao que a representa.

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    3.2.2. Escala de equivalncia a escala pode ser expressa por uma

    equivalncia. Exemplo: 1cm = 250m (significado que 1cm na carta

    corresponde 250m no terreno).

    3.2.3. Escala linear ou grfica apresenta duas graduaes. A 1

    graduao: uma origem (zero) para a direita representando uma unidade

    usada por base, e a 2 graduao: da origem para a esquerda que

    representa as subdivises dessa unidade (talo). As medidas inferiores s

    graduaes do talo so feitas por interpolao.

    3.2.4. Escala transversal ou diagonal este mtodo consiste em expandir, de modo engenhoso, a largura da menor dimenso da escala, usando diagonais entre os seus valores extremos, mas respeitantes a escalas paralelas. Deste modo, torna-se possvel obter o espao necessrio para gravar as subdivises, tanto nas escalas retilneas como nas circulares.

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    3.3. INSTRUMENTOS PARA MEDIDAS

    3.3.1. Curvmetro

    Permite medir a distncia de um trajeto feito por linhas curvas em um

    mapa. Basta seguir a marcao com a rodinha do curvmetro para que ele

    lhe indique a distncia daquele percurso em Km, de acordo com algumas

    escalas.

    3.3.2. Rgua milimetrada

    Utilizada para medir distncias em linha reta em mapas.

    3.3.3. Rgua de escalas ou Escalmetro

    Mesma utilizao da rgua milimetrada, porm com vrias escalas prontas.

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    3.4. DETERMINAO DA ESCALA DA CARTA

    3.4.1. Pela distncia entre dois pontos do terreno

    Comparasse a distncia real entre dois pontos do terreno com a respectiva

    distncia grfica da carta. Por exemplo, a distncia grfica medida na carta

    de 40mm e a mesma distncia medida no terreno com trena, ou outro

    processo razoavelmente preciso, de 2.000m, ter-se-:

    Convertendo para metros:

    40mm = 0,04 m

    E = d/D .: E = 0,04/2.000 .: E = 1:50.000

    3.4.2. Pela distncia entre dois pontos de uma Carta de Escala conhecida

    Escolhem-se dois pontos que estejam representados em ambas as cartas e

    mede-se a distncia entre eles. Desse modo, possvel deduzir a distncia

    real pela carta de escala conhecida e estabelecer a escala da outra pelo

    processo explanado anteriormente.

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    Por exemplo, a escala da carta A de 1/20.000 e a escala da carta B

    desconhecida. A distncia grfica entre o cruzamento das estradas e a casa

    na carta A de seis centmetros (6cm). A distncia real, entre o cruzamento

    de estradas e a casa, determinada pela carta A :

    E (A) = d/D 1:20.000 = 6 cm/D .: D = 120.000 cm

    E (B) = d/D 3/120.000 .: E(B) = 1:40.000

    3.5. APROXIMAO DE ESCALA (ERRO GRFICO)

    O menor valor que se pode perceber a olho nu (sem ter instrumento tico)

    e ter preciso na medida de dois dcimos de milmetro (0,2 mm). Este valor

    denomina-se aproximao de escala ou erro grfico cometido.

    Portanto, para saber a dimenso real correspondente ao erro grfico,

    consideraremos a frmula anterior:

    Em uma Carta com Escala de 1:50.000

    E = d/D 1/50.000 = 0,2/D D = 10.000 mm ou 10 metros.

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    ORIENTAO E LEITURA DE CARTAS

    UNIDADE I

    CAPTULO 4 DIREO E AZIMUTE

    4.1. FINALIDADE

    As distncias e as direes so empregadas para locar pontos ou objetos

    sobre o terreno ou sobre uma Carta em relao a pontos conhecidos. A distncia

    medida a passo ou estimativa, conforme o grau de preciso desejado. Para finalidades

    militares, a direo expressa, sempre, por um ngulo formado com uma direo base

    fixa, ou facilmente determinvel.

    4.2. UNIDADE DE MEDIDA

    O valor de um ngulo expresso em graus ou milsimos.

    Para entendermos o que so graus, minutos e segundos, dividimos uma

    circunferncia em 360 partes iguais, por meio de raios, o ngulo formado por dois

    raios consecutivos, vale 1. Os graus so divididos em minutos e estes em segundos, de

    modo que:

    Crculo = 360; 1 = 60; 1 = 60

    Os ngulos so representados numericamente do seguinte modo:

    = 137 45 23; = ngulo

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    Quando uma circunferncia dividida em 6.400 partes iguais, o ngulo que

    compreende uma dessas partes vale 1 milsimo. Os graus so transformveis em

    milsimos e estes em graus, por meio dos seguintes fatores de converso:

    360 = 6.400 (360 graus = 6.400 milsimos); ou seja:

    1 = 17,778 1 = 0,056

    1 = 0,296 1 = 3,375

    1 = 0,005 1 = 202,500

    4.3. DIREO BASE

    A direo base entre dois pontos expressa por um ngulo, do qual um

    dos lados uma direo base. Existem direes base, a saber: as do norte verdadeiro

    ou geogrfico, norte magntico e norte de quadrcula representados respectivamente

    por NG ou NV, NM, NQ.

    Em topografia utilizamos estes trs Nortes.

    O Norte Geogrfico ou Verdadeiro d lugar meridiana geogrfica ou

    astronmica e que pode obter-se em qualquer ponto por observaes astronmicas.

    habitualmente representado por uma estrela, ou em cartas menos recentes, aparece

    representado por uma linha cheia com as iniciais NG ou NV. Encontra-se no Plo

    Norte no Eixo de rotao da Terra.

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    Orientao e Leitura de Cartas COSD - CBMERJ

    O Norte Magntico nos proporciona a meridiana magntica apontada pela

    agulha magnetizada das bssolas. No o Norte verdadeiro, mas um lugar a Oeste

    dele na Ilha de Baffin, ao Norte do Canad e cujo ponto varia de tempos em tempos.

    normalmente representado pela metade da ponta de uma seta, ou em cartas menos

    recentes pode aparecer representado por uma linha tracejada com as iniciais NM.

    O Norte de Quadrcula ou Cartogrfico existe devido a uma rede de

    quadrculas do sistema UTM (que estudaremos adiante). As linhas verticais dessas

    grades apontam para o norte e o sul da quadrcula. Diferente do norte verdadeiro, ele

    no se refere a nenhum lugar geogrfico. um sistema de direo artificial,

    estabelecido cientificamente em cada um dos 60 fusos de UTM. Ao projetar o Globo

    Terrestre (formato de uma elipside) em uma Carta (formato plano), as linhas dos

    Meridianos (que esto dispostas do Polo Norte ao Sul) no so mantidas no seu

    formato original devido a passar de um formato esfrico para um plano. Desta forma

    nascem as linhas verticais, paralelas entre si por toda a Carta, denominadas Norte de

    Quadrcula, possibilitando traar as coordenadas e tambm facilitar o uso de

    ferramentas para medir a distncia e direo. Aparece simbolizado pelas iniciais NQ.

    Importante, estas linhas verticais, NQ, no esto paralelas com as bordas laterais das

    Cartas.

    Norte de Quadrcula

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    4.3.1. Direo do Norte Verdadeiro ou Geogrfico

    A direo do norte verdadeiro ou geogrfico empregada em

    levantamentos, quando se deseja grande preciso, e normalmente no

    empregada em campanha. Os meridianos de uma Carta representam as

    direes do norte e do sul verdadeiros.

    4.3.2. Direo do Norte Magntico

    A direo do norte magntico indicada pela ponta N da agulha da

    bssola. comumente empregada nos trabalhos de campo, porque pode

    ser determinada diretamente com a bssola comum e orientar a Carta.

    4.3.3. Direo do Norte de Quadrcula

    Geralmente encontrada nas cartas militares sendo utilizada para calcular a

    Declinao Magntica que estudaremos mais a frente, com o objetivo de

    orientar a Carta e traar azimutes magnticos que sero utilizados no

    terreno com a utilizao da bssola.

    Norte de Quadrcula

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    4.4. DECLINAO MAGNTICA, CONVERGNCIA DE MERIDIADOS E

    NGULO QM

    4.4.1. Generalidades

    Os ngulos formados pelas direes do norte verdadeiro com as do norte

    magntico e norte de quadrcula so chamados respectivamente declinao magntica

    e convergncia de meridianos.

    4.4.2. Declinao Magntica

    4.4.3. Convergncia de Meridianos

    4.4.4. ngulo QM

    O ngulo entre as direes do norte da quadrcula e do norte magntico

    chamado ngulo QM. O ngulo QM calculado somando a declinao magntica e a

    convergncia (quando a direo do norte magntico e do norte da quadrcula esto

    em lados opostos da direo do norte verdadeiro) e subtraindo uma da outra quando

    esto do mesmo lado do norte verdadeiro. Uma vez calculado o ngulo QM, ele deve

    ser escrito na carta, para uso futuro. A variao anual da declinao magntica

    acarreta aumento ou diminuio do ngulo QM.

    Declinao Magntica o ngulo formado

    entre as direes do Norte Verdadeiro e Norte

    Magntico. Nos locais onde a ponta da agulha da bssola

    estiver a leste do norte verdadeiro, a declinao

    magntica ser leste. Onde a ponta da agulha estiver a

    oeste do norte verdadeiro a declinao ser oeste. Nos

    locais onde o norte verdadeiro e o magntico

    coincidirem, a declinao ser zero. A declinao

    magntica, em qualquer localidade, esta sujeita a uma

    variao cujo valor dado em tabelas, como as do

    Anurio do Observador Nacional. Por exemplo, na figura

    ao lado a variao anual de 6.

    o ngulo formado entre as direes do

    norte verdadeiro e o norte de quadrcula. Ela varivel

    para cada carta. Na realidade, ela varia nos diferentes

    pontos de uma carta qualquer, mas nas cartas tticas

    considerada fixa sem riscos de erro aprecivel. As cartas

    militares apresentam, sob forma de diagrama, a

    convergncia mdia das quadrculas para as respectivas

    reas representadas.

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    4.5. DIAGRAMAS DE ORIENTAO

    4.5.1. Generalidades

    As cartas militares tm um diagrama de orientao impresso na margem.

    Tal diagrama contm trs direes indicando o norte verdadeiro, o norte magntico e

    o norte de quadrcula. Os ngulos, entre essas direes, so traados com preciso e

    podem ser utilizados para trabalhos grficos na carta. Pelos motivos dados a seguir, os

    diagramas de orientao devem ser verificados, pela medida, antes de serem

    utilizados para esse fim.

    4.5.2. Azimute

    Determinamos a posio de um ponto em relao a outro, na carta ou no

    terreno, por meio de azimutes. Os azimutes so ngulos formados, no sentido horrio,

    a partir dos Nortes Magntico, Verdadeiro ou de Quadrcula at a direo desejada.

    a. Azimute magntico o ngulo formado partindo do Norte Magntico

    at a direo dada.

    b. Azimute verdadeiro o ngulo formado partindo do Norte Verdadeiro

    at a direo dada.

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    c. Azimute da quadrcula ou lanamento o ngulo formado partindo do

    Norte de Quadrcula at a direo dada.

    d. Relao entre o Azimute Magntico e o Lanamento no campo, os

    Azimutes Magnticos so lidos por meio de bssola. Se o operador possuir

    um transferidor a direo do Norte Magntico poder ser traada

    facilmente na carta. Caso contrrio, converte-se a leitura da bssola em

    Lanamento, antes de marc-la na carta. A diferena entre o Lanamento e

    o Azimute Magntico o ngulo QM.

    Quando o Norte Magntico est a Leste do Norte de Quadrcula:

    Lanamento = Azimute Magntico + ngulo QM

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    Quando o Norte Magntico est a Oeste do Norte da Quadrcula:

    Lanamento = Azimute Magntico - ngulo QM

    e. Contra-azimute simplesmente o Azimute da direo oposta. O

    contra-azimute de uma direo seu Azimute mais 180, ou, se essa soma

    excede 360, ele igual ao azimute menos 180. Por exemplo: se o Azimute

    de uma direo 50, o Contra-azimute 50+180 = 230, se o azimute e

    310, o Contra-azimute 310, o Contra-azimute 310 - 180 = 130.

    4.5.3. Rumo

    So empregados para exprimir direes por meio das bssolas graduadas

    em quadrantes, de 0 a 90. O rumo o menor angulo horizontal que uma direo

    forma com a direo Norte-Sul; nunca excede de 90. A figura A mostra como so

    medidos e indicados os rumos, e as relaes entre eles e os Azimutes. Se os Rumos so

    magnticos, os Azimutes tambm so magnticos. A figura B ilustra como exprimir

    uma direo tpica em qualquer quadrante, tanto em Azimute com em Rumo.

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    4.5.4. Transferidor

    um instrumento para medir ou marcar ngulos na carta. A figura abaixo

    apresenta dois tipos de transferidor. O tipo semicircular o mais comum. Ambos so

    graduados em duas escalas, a fim e possibilitares medidas de ngulos de valor ate uma

    circunferncia. Possuem duas escalas: uma graduada de 0 a 180 e outra de 180 a

    360.

    4.5.5. Como traar um azimute na carta

    a. Lanamento como traar a partir do ponto cotado 685, na figura

    a seguir, uma linha com lanamento igual a 75?

    Traa-se uma linha passando pelo ponto 685 e paralela a direo

    Norte-Sul da quadrcula. Coloca-se o transferidor sobre a carta, com

    sua base sobre a linha traada e seu ndice sobre o ponto

    considerado. Marca-se o ponto P na graduao de 75 do

    transferidor. Retira-se o transferidor e traa-se uma linha do ponto

    685 ao ponto P.

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    b. Azimute Magntico segue-se o mesmo processo anterior,

    traando-se, porm, a linha que passa pelo ponto 685, paralelamente

    a direo do Norte Nagntico e no a do Norte da Quadrcula. Pode-

    se tambm converter a Azimute Magntico, o valor do Lanamento

    conforme item 5.2 D, aproveitando os dados do exerccio anterior.

    4.6. Bssola

    um instrumento destinado medida de ngulos horizontais, orientao

    da Carta e orientao no terreno. A origem de suas medidas determinada por uma

    agulha imantada que indica, devido ao magnetismo terrestre, o Norte Magntico.

    Comumente uma Bssola compe-se de uma caixa com um Limbo Graduado. No

    fundo e no centro desta caixa h um eixo sobre o qual gira a agulha imantada, na cor

    geralmente vermelha, que sempre aponta para o Norte magntico. Existem diversos

    tipo de bssola para finalidades distintas. Para a nossa finalidade destacam-se as:

    a. Bssola com visada devido a sua construo, possibilita a

    utilizao no terreno com mais preciso. Basta direcionar a lupa ou

    ocular para o Azimute Magntico desejado no Limbo Graduado e

    coincidir a Fenda de Pontaria com a Linha de Pontaria e avistando o

    ponto a frente.

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    b. Bssola transferidora devido a sua construo, com rguas em

    diferentes escalas e linhas paralelas, possibilita a sua utilizao na

    Carta para a determinao de um Azimute. Pode ser utilizada tambm

    no terreno, porm com menor exatido.

    c. bssola com espelho utiliza um espelho, que dever ser regulado,

    normalmente a 45 propiciando mais exatido ao alinhar a imagem do

    limbo com o Azimute desejado, a visada e o ponto desejado ao

    horizonte.

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    d. Bssola mista engloba duas ou mais caractersticas das anteriores.

    4.5.6. Como traar um azimute na carta utilizando uma bssola

    Antes de iniciar a medio do Azimute Magntico, devemos orientar a

    Carta. O que isso? o simples fato de posicionarmos a Carta com o relevo,

    hidrografia, vias de circulao, entre outros, na exata posio do terreno, ou seja,

    apontarmos o Norte Magntico da Carta para a mesma direo do Norte Magntico da

    Bssola. Para isso devemos traar o Norte Magntico na Carta (em amarelo na figura)

    utilizando o valor do ngulo QM. Tendo traado este Norte, alinhe a borda da Bssola

    com o Norte Magntico (traado em amarelo) e, com o Limbo Graduado da Bssola

    estando com o Norte voltado para o grau zero, gire a Carta at a Agulha Imantada

    coincidir com o N do Limbo Graduado. Aps isto, a Carta estar orientada.

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    Agora, com a Carta orientada (se for possvel fix-la nesta posio)

    poderemos dar prosseguimento para traar o Azimute Magntico.

    Suponhamos que estejamos no Ponto A (plotado na Carta em azul

    escuro) e precisamos encontrar o Azimute Magntico para o Ponto B (plotado em

    vermelho). Traar uma reta entre os dois pontos e sobrepor a Linha de F ou Seta de

    Navegao da Bssola a este trao. Feito isso, girar o Limbo Graduado at o N

    Vermelho coincidir com a Agulha Imantada. Neste ponto, o valor (ngulo) encontrado

    sobre a Seta de Navegao ser o Azimute Magntico.

    IMPORTANTE: Este Azimute s vlido do Ponta A ao Ponto B!

    2.4. SMBOLOS CARTOGRFICOS OU SINAIS CONVENCIONAIS3.2. FORMAS DE ESCALA3.2.1. Escala numrica representada por uma frao cujo numerador sempre ser 1.3.2.2. Escala de equivalncia a escala pode ser expressa por uma equivalncia. Exemplo: 1cm = 250m (significado que 1cm na carta corresponde 250m no terreno).

    3.2.3. Escala linear ou grfica apresenta duas graduaes. A 1 graduao: uma origem (zero) para a direita representando uma unidade usada por base, e a 2 graduao: da origem para a esquerda que representa as subdivises dessa unidade (talo). As...3.4.1. Pela distncia entre dois pontos do terrenoComparasse a distncia real entre dois pontos do terreno com a respectiva distncia grfica da carta. Por exemplo, a distncia grfica medida na carta de 40mm e a mesma distncia medida no terreno com trena, ou outro processo razoavelmente preciso, ...4.3. DIREO BASE