Orientações Espíritas

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Projetos Editoriais

Rua Major Basílio, 441 - sala 22 – Mooca – CEP 03181-010– São Paulo – SPFone: (11) 6605-4651 – [email protected]

Editor e Diretor de arte: Victor Rebelo

Jornalista: Érika Silveira

PROGRAMA

Música & Mensagem

Espiritismo, músicas,

entrevistas, auto-ajuda

e estudo das religiões

Aos sábados,

Às 16 horas

Rádio Mundial95,7 FM (SP)

Apresentação

Victor Rebelo

Nas bancas de todo Brasil

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Textos doscolaboradores da

Revista Cristã de Espiritismo

OrientaçõesEspíritas

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Índice1 - Introdução 062 - Sexo e namoro 123 - Divórcio 184 - Aborto 245 - Homossexualidade 306 - Dramas familiares 397 - Crianças superdotadas 438 - Doenças e reencarnação 529 - Deficiência física e mental 5710 - Epilepsia 6411 - Depressão 6912 - Câncer 7413 - Transplante de órgãos 8514 - Vícios e obsessão 8915 - Eutanásia 9716 - Suicídio 10517 - Tratamento espiritualutilizado nos centros espíritas 11118 - Cremação 121

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IntroduçãoNo primeiro livro da coleção Sem Mis-

térios, apresentamos uma introdução ao Es-piritismo, explicando sua origem e conteú-do básico. Na segunda edição, fizemos umestudo mais específico sobre a mediunida-de, fenômeno que serviu de base para acodificação da doutrina espírita.

Nesta edição, apresentamos algumasmensagens de escritores espíritas, que a par-tir do espiritismo, orientam-nos sobre deli-cadas questões que tocam a humanidade.

São opinões particulares, porém, fun-damentadas nos ensinamentos espíritas.

O espiritismo, por sua vez, tem comobase a análise científica dos fatos e o racio-cínio lógico, ou “a fé raciocinada”.

O espiritismo não se resume aos fenô-menos mediúnicos. Não podemos ficar pre-

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sos apenas nas manifestações espíritas, pre-cisamos conhecer, estudar, e mais ainda,vivenciar os ensinamentos passados pelosespíritos através das obras básicas a Kardec,e por médiuns sérios e confiáveis, comoChico Xavier.

Se não procurarmos conhecer a fundoos ensinamentos espíritas e apenas ficarmosadmirados com os fenômenos, agiremoscomo um homem sedento que encontrouum copo de cristal cheio de água, mas mor-reu de sede por se demorar admirando abeleza do copo.

A mediunidade, trabalhada com prin-cípios elevados e altruístas, é como um belocristal a refletir a Sabedoria Divina. Os en-sinamentos que os espíritos superiores nostransmitem é a água fresca que a humani-dade tanto necessita para revigorar seu Es-pírito sedento de Paz.

Victor RebeloEditor

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Relacionamentose

espiritualidade

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A palavra namoro perdeu o sentidoinicial de despertar amor, de criar situaçõespara o conhecimento entre os parceiros.

Namorar era envolver-se com o outrono sentido de perceber as afinidades ou asincompatibilidades entre o casal. Hoje, istoparece remoto e ridículo. Não se namoramais, “fica-se”, atitude muitas vezes tradu-zida na primitiva expressão “catar”. Esta úl-tima dá a nítida impressão de que a meni-na foi “catada”.

Com o espiritismo, sabemos queestamos na Terra para o progresso espiritu-al. Todas as oportunidades da vida materialdevem ser, pois, consciencialmente trans-formadas em degraus evolutivos. Assim, nos-sa vida afetiva, especialmente, é pontocrucial para esse objetivo.

Com Kardec, aprendemos que a poli-gamia significa atraso moral, pois o poligâ-

Sexo e namoro

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mico preocupa-se apenas consigo mesmo,desrespeitando o sentimento de sua parcei-ra. É a vitória do orgulho e do egoísmo, queaí encontram mais um estímulo para se cris-talizarem no coração humano.

Em contrapartida, a monogamia desper-ta no casal o estímulo para a construção davida a dois e, ao longo dos tempos, supe-rando as crises, as diferenças individuais,vai harmonizando-se, construindo um amorsereno e profundo que traz a felicidade peloamadurecimento espiritual.

O ato de “ficar”, que vai do simplesbeijo a relação sexual, nada mais é do quea banalização do desrespeito ao ser huma-no, que é usado e jogado fora como algodescartável, facilmente substituível. Troca-se de parceiro como quem troca de roupa,sem se deter sequer no tipo de sentimentoque se provocou no outro. E nem em simesmo...

Os jovens não dão tempo para o jogoda conquista, para o despertar dos senti-

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mentos antigos que vêm do passado remo-to, de outras encarnações, quando se pro-meteram um ao outro. E depois choram pornão encontrar um parceiro digno do seuamor... O “ficar” não apenas desestimula umrelacionamento mais profundo como ali-menta a infidelidade, que aumenta suasestatísticas nos casamentos.

O jovem e o namoroMuitos jovens se vangloriam de “ter fi-

cado” com quatro ou cinco parceiros numasó noite! Não têm nenhuma idéia da ne-cessidade de preservação de sua própria in-tegridade moral, física e espiritual. Uma vezperguntaram a Chico Xavier o que ele acha-va do amor livre. E ele surpreendeu a todosao responder que era a favor. “O amor deveser livre, porém o sexo não”, completou. Eensina-nos Emmanuel: sexo, só com a res-ponsabilidade do lar constituído.

Eis que o amor é muito mais que sexo.E sexo não se limita ao prazer periférico a

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que as criaturas o estão reduzindo. Sexo étransfusão não só de hormônios, mas deenergia criadora, não apenas a que gera osdescendentes, mas que cria laços energéti-cos entre os parceiros, ligado-os entre si. Osexo também cria obras científicas e artísti-cas, cria o bem e o belo, quando é subme-tido ao amor, sua fonte beneficiadora.

Sexo com amor e responsabilidadeconstrói. O sexo aviltado destrói, provocan-do desde as doenças sexualmentetransmissíveis como a Aids até os crimes queapavoram a sociedade.

O jovem de hoje passa pelo difícil tes-te de ter responsabilidade para bemdirecionar a liberdade que conquistou paraconstruir a vida feliz com que sonha. Sexoe responsabilidade precisam ser inseparáveisnos relacionamentos afetivos. Eis que na-morar é preciso. Namorar mesmo... E nãoser amantes.

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Sexo, quando praticadoapenas na ânsia da

satisfação dos desejoseróticos, pode oferecer

prazer, porém, não satisfazprofundamente as

necessidades da alma.

Quando praticado com amore responsabilidade, além de

proporcionar prazerimediato, eleva o Ser àsalturas, na plenitude da

Paz e Harmonia.

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DivórcioO divórcio é uma prática muito antiga.

No tempo de Moisés, era permitido ao ma-rido repudiar qualquer uma de suas mulhe-res (a mulher era propriedade do marido) elhe passar uma “carta de divórcio” por qual-quer motivo. Já o Mestre Jesus exigia moti-vo relevante, como o adultério, por exem-plo, para que houvesse a dissolução do ca-samento.

Antes, o adultério da mulher era puni-do com a lapidação (apedrejamento) e Je-sus queria evitar essa calamidade. Tal comoJesus, também achamos que o divórcio podeser um recurso a ser acionado para se evitarum mal maior. Pode ser uma medida contrao suicídio, homicídio, agressões e outrasdesgraças. Apesar de não dever ser estimu-lado ou facilitado, às vezes deve ser usadocomo recurso, não como solução.

Houve uma época aqui no Brasil em que

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o divórcio foi tema de acirrada polêmica.Uma verdadeira disputa político-religiosa. Deum lado os “antidivorcistas” e, de outro, ospró-divorcistas. O projeto tramitou no Con-gresso Nacional, cheio de “lobbies”, comampla discussão, enorme repercussão e fi-nalmente foi aprovado. Depois, regulamen-tado por lei, foi colocado em prática. Pas-sou a ser fato consumado, sem despertar maisinteresse para discussões. No entanto, o seumérito e as repercussões familiares precisamcontinuar a ser enfocados.

Partindo do princípio de que não exis-tem uniões ao acaso, o divórcio, a rigor,não deve ser facilitado entre as criaturas. Éaí, nos laços matrimoniais definidos nas leisdo mundo, que se operam burilamentos ereconciliações endereçados à precisa subli-mação da alma.

Compromisso com a evoluçãoO casamento será sempre um instituto

benemérito, acolhendo, no limiar, em flo-

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res de alegria e esperança, aqueles que avida aguarda para o trabalho do seu pró-prio aperfeiçoamento e perpetuação. Comele, o progresso ganha novos horizontes ea lei do renascimento atinge os fins para osquais se encaminha. Ocorre, entretanto, quea Sabedoria Divina jamais institui princípi-os de violência e o espírito, conquanto emmuitas situações agrave os próprios débitos,dispõe da faculdade de interromper, recu-sar, modificar, discutir ou adiar, transitoria-mente, o desempenho dos compromissosque abraça.

Em muitos lances da experiência, é aprópria individualidade, na vida espiritual,antes da reencarnação, que assinala a si mes-ma o casamento difícil que enfrentará navida física, chamando a si o parceiro ou aparceira de existência pretérita para os ajus-tes que lhe pacificarão a consciência, à vis-ta de erros perpetrados em outras épocas.Reconduzida, porém, à ribalta terrestre e as-sumida a união esponsalícia que atraiu a si

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mesma, ei-la desencorajada à face das difi-culdades que se lhe desdobram à frente. Porvezes, o companheiro ou a companheiravoltam ao exercício da crueldade de outrotempo, seja através de menosprezo, desres-peito, violência ou deslealdade, e o cônju-ge prejudicado nem sempre encontra recur-sos em si para se sobrepor aos processos dedilapidação moral de que é vítima.

Compelidos muitas vezes às últimasfronteiras da resistência, é natural que o es-poso ou a esposa, relegado a sofrimentoindébito, valha-se do divórcio por medidaextrema contra o suicídio, o homicídio oucalamidades outras que complicariam ain-da mais o seu destino. Nesses lances da ex-periência, surge a separação à maneira debênção necessária e o cônjuge prejudica-do encontra no tribunal da própria consci-ência o apoio moral da auto-aprovação,para renovar o caminho que lhe diga res-peito, acolhendo ou não nova companhiapara a jornada humana.

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É óbvio que não é lícito, de maneiranenhuma, estimular o divórcio em tempoalgum, competindo a nós, encarnados, tão-somente nesse sentido, reconfortar e reani-mar os irmãos em luta nos casamentos deprovação, a fim de que se sobreponham àspróprias suscetibilidades e aflições, vencen-do as duras etapas de regeneração ou expi-ação que pediram antes do renascimentono plano físico, em auxílio a si mesmos.Ainda assim, é justo reconhecer que a es-cravidão não vem de Deus e ninguém pos-sui o direito de torturar ninguém, à face dasleis eternas.

O divórcio, pois, baseado em razõesjustas, é providência humana e claramentecompreensível nos processos de evoluçãopacífica.

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O aborto é um ato bárbaro. Vocês nãoimaginam a dor que esse espírito reencar-nante sente nesse momento tão doloroso.No momento do aborto, ele perde a opor-tunidade de voltar a reencarnar e, dessa for-ma, poder se redimir de erros do passado,aproveitar a oportunidade de evolução con-cedida pela misericórdia divina. Por isso,ocorre ao reencarnante o desequilíbrio pelarejeição, pois muitos necessitam voltar comaquela família especificamente para resga-tar débitos do passado.

O processo da reencarnação é traçadopelo Departamento da Reencarnação, ondeé preparado o mapa da vida doreencarnante. O encontro com os futurospais nos sonhos é essencial para o conhe-cimento da tarefa de cada um, muitas ve-zes, amigos de outras vidas ou desafetos,

Aborto

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que devem aproveitar a oportunidade pararepararem seus erros.

Como temos o livre-arbítrio, cabe aospais a decisão de abortar ou não. Antes doato propriamente dito, há um trabalho todoespecial feito pelos socorristas com o intui-to de evitar o crime, porém a decisão finalé do encarnado.

No momento do aborto, o espíritoabortado sofre muito. No livro Deixe-meViver, Luiz Sérgio descreve: “Mas o feto ur-rava de ódio. Logo presenciamos sua trans-formação, que se operou parcialmente deuma frágil criança para um homem já ido-so. Os médicos aguardavam, mas ele malpodia sustentar a cabeça de homem nocorpo de um feto de cinco meses”. Após oaborto, esse espírito precisa de tratamento,passando por algumas cirurgiasperispirituais e tratamento psicológico, poissua casa mental não esquece os momentoscruéis de seu assassinato. Esse tratamento élento, pois não é fácil conscientizar o abor-

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tado de que o aborto é um ato físico e oespírito não deve ficar lembrando dos fatostristes que passou. Em tratamento no planoespiritual, encontra-se metade bebê, meta-de adulto. Revoltados, uns choram, outrosgritam palavrões, todos com muito ódio erancor.

Revolta e obsessãoMas nem todos os abortados aceitam

a ajuda dos socorristas e passam a obse-diar os pais, os médicos e todos aquelesque, de uma forma ou de outra, tiveramalguma ligação com o aborto. Esses pas-sam a ser obsediados tanto no plano físi-co quanto no espiritual. Os abortados “co-lam-se aos seus assassinos para cobrar de-les o direito de viver. Na obsessão, oscorpos saem do nível e os abortados bus-cam as rodas energéticas (chacras), alimen-tando-se através delas. O espírito encar-nado vai perdendo as forças, ficando àmercê dos vampiros”.

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Existem o “Vale da Revolta” e o “Valedo Aborto”, para os quais diversos espíritossão atraídos pela vibração perispiritual. Nãoconseguimos calcular o horror deste lugar,onde vários espíritos são escravizados poroutros mais fortes. Vamos descrever uma pas-sagem do livro Deixe-me Viver: “Envolto pordez espíritos obsessores, vimos um abortei-ro, que chamarei de Célio. Tentamos ajudá-lo, mas sua forma, que não podemos dizerhumana, tal a deformação perispiritual, todagelatinosa, arrastava-se pelo solo negro e vis-coso, movendo-se com dificuldade, aindamais por carregar junto a si seus verdugos,também muitos deles ainda na forma fetal,no ponto da interrupção da gravidez. EmCélio só havia a fisionomia sofredora, o res-to de seu corpo não mais possuía forma hu-mana. Destacava-se nele o semblante sofre-dor. Mais parecia um verme, lutando parase livrar de seus verdugos, que lhe sugavamsem piedade. Célio me pareceu um enormefeto, tendo a cabeça humana deformada e,

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colado nele, suas vítimas. Assim comoCélio, ali estavam vários outros aborteirosque contribuíram não só para retardar o pla-no de Deus para a reencarnação, como tam-bém prejudicaram seus próprios corpos”.

Mesmo nestes lugares, há um hospitalpara ajudar estes espíritos. “A aura espiritu-al é que capta a luz do mais alto e umamente ligada ao ódio não se alimenta deluz e, sim, de vibrações baixas”. Neste mo-mento, eles serão socorridos.

O espírito que iria reencarnar e sofreo aborto provocado, pode se revoltar

e ficar anos obsediando os pais.

Ele sente a rejeição e sofre muito.Ainda que ele perdoe os pais, o aborto

poderá causar sérios prejuízos noscorpos espiritual e físico da mãe

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A questão 202 de O Livro dos Espíri-tos afirma: “Quando errante, o que prefereo espírito: encarnar no corpo de um ho-mem ou de uma mulher? Isso pouco lheimporta. O que o guia na escolha são asprovas por que haja de passar”.

Essa colocação da codificação demons-tra a existência da bissexualidade psicoló-gica do espírito, o que não identifica umaconcordância com a vivência bissexual doser enquanto encarnado no campo da ge-nitalidade. Posteriormente, essa posturadoutrinária encontraria confirmação nosestudos da psicanálise.

Na Revista Espírita, Allan Kardec assimse expressa quanto às experiências sexuais doespírito em suas diversas encarnações: “É como mesmo objetivo que os espíritos encarnam

Homossexualidade

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nos diferentes sexos. Aquele que foi homempoderá renascer mulher e aquele que foi mu-lher poderá renascer homem, a fim de realizaros deveres de cada uma dessas posições esofrer as provas. (...) Pode acontecer que oespírito percorra uma série de existências nomesmo sexo, fazendo com que, durante mui-to tempo, possa conservar no estado de espí-rito o caráter de homem ou de mulher, cujamarca nele ficou impressa”.

Por meio da mediunidade de ChicoXavier, André Luiz assim esclarece: “Na es-sência, o sexo é a soma das qualidadespassivas ou positivas do campo mental doser. É natural que o espírito acentuadamen-te feminino se demore séculos e séculos naslinhas evolutivas da mulher e que o espíri-to marcadamente masculino se detenha porlongo tempo nas experiências do homem”.

É essa condição de que o sexo sejamental, como bem esclarece a codificaçãoe as obras secundárias, que pode explicar aquestão da homossexualidade. Se o sexo

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não fosse mental, não haveria razão para aexistência de tal condição, já que amorfologia do corpo não se superpõe aospoderes da mente, mas se sujeita às suasordens. E essa estrutura psicológica na qualse erguem os destinos foi manipulada comos ingredientes do sexo através de milharesde reencarnações, conforme afirma Emma-nuel pela psicografia de Chico Xavier.

As causas moraisNo campo das causas morais, encon-

tramos aquelas criaturas que abusaram dasfaculdades genésicas tanto da posição mas-culina como da feminina, arruinando a vidade outros indivíduos, destruindo uniões elares diversos. Elas são induzidas a procu-rar uma nova posição ao reencarnarem, emcorpos físicos opostos às suas estruturas psi-cológicas, a fim de que possam aprender,em regime de prisão, a reajustarem seus pró-prios sentimentos.

Encontramos também aqueles que per-

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sistem nessas práticas por uma buscahedonista, sem maior compromisso com avida, que reencarnam assim na tentativa deretratarem suas posições em nova chance deresgate. São espíritos rebeldes, pertinazes emseus erros, que encontram na questão da in-versão sexual uma oportunidade para orefazimento de suas vidas, na qual a lei divi-na lhes coloca diante de situações semelhan-tes ao passado de faltas, cobrando-lhes pos-turas mais éticas perante si e o outro.

Causas educacionaisAs causas educacionais podem ser

agrupadas em atávicas e atuais. A atávica éresultado de vivências repetitivas dos espí-ritos em culturas e comunidades onde a prá-tica homossexual seria aceita e até estimu-lada, como na Grécia antiga e em certas tri-bos indígenas, ou nas sociedades culturaise religiosas que segregavam ou segregamseus membros, facilitando esse comporta-mento nas criaturas. Assim, ao reencarna-

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rem em um local onde o homossexualismonão fosse mais aceito como prática livre,esbarrariam em sua condição viciosa.

Já dentro das atuais, temos aquelascausas advindas dos defeitos de educaçãonos lares, onde o comprometimento dosafetos já estaria presente anteriormente, emque as paixões deterioradas do passado ten-dem a levar pais e parentes ascendentes aestimularem posturas psicológicas e sexu-ais inversas ao seu estado físico em seusdescendentes, sem que necessariamenteocorressem comportamentos ostensivamen-te incestuosos. Encontramos também os ca-sos de pais contrariados em seus desejosquanto ao sexo do rebento, levando-o auma condição inversa ao de seu sexo físicoou aqueles dos quais a entidade reencar-nante, ao perceber esse desejo inconscien-te dos pais, busca se adaptar patologica-mente a essa situação durante o processoda gestação.

Outra causa está na presença de segmen-

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tos atuais da sociedade e da cultura estimu-lando esse tipo de conduta, quando umalinguagem mais política e sem qualquer com-prometimento ético, através dos vários mei-os de comunicação de massa, estimula e con-diciona as criaturas a acreditarem que essasvivências seriam uma postura natural, depen-dendo unicamente da escolha realizada peloindivíduo. Esse posicionamento vai de en-contro a uma visão social mais ampla, quecontinua atribuindo ao homossexualismouma condição de marginalidade, mantendoum processo de segregação social e associ-ando a ele outras posturas marginalizadas,como o abuso das drogas e a prostituição,agravando ainda mais a situação daquelesque optaram por esse caminho sexual.

Causas obsessivasEntre esse tipo de causa, podemos ci-

tar os casos em que parceiros do passadodelituoso, em processos homossexuais ouvivências heterossexuais pervertidas, reen-

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contram-se em condição de ódio ou pai-xão doentia, estimulando uma postura ho-mossexual no encarnado com o objetivode atender o desencarnado em seus anseiosviciosos ou de levar sua vítima para umasituação constrangedora e de intenso sofri-mento. Esses desencarnados poderiam es-tar em uma condição mental de homosse-xualidade ou não, induzindo o encarnadoem um projeto de total desestruturação ín-tima e social.

O processo obsessivo não precisa ne-cessariamente ter sua origem em umaencarnação anterior. Ocorre que, nos casosde uma obsessão atual, os parceiros davivência patológica participam de opçõesde vida viciosas, onde geralmente o encar-nado invigilante busca posições mentaissexualmente pervertidas ou locais nos quaisesses comportamentos são socialmente acei-tos, condicionando-se a essas práticas.

Uma outra situação possível, oriundade um processo obsessivo, seria aquela na

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qual um espírito obsediando um encarna-do em posição sexual inversa à sua,enfermado por uma interação intensa e du-radoura, passa a sentir prazer sexual seme-lhante à sua vítima, pervertendo-se nessecampo e se condicionando a uma vivênciahomossexual em uma próxima encarnação.Nesses casos, a situação obsessiva teriaexistido em uma encarnação anterior e ahomossexualidade seria a desdita daqueleque teria sido o algoz naquela vivência.Seria o famoso caso em que “o tiro saiupela culatra”.

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Para compreendermos as dificuldadesocorridas na família, é preciso ampliarmosa visão de família e raciocinarmos acercada natureza do espírito, bem como da lógi-ca e do propósito da reencarnação. Antesde qualquer coisa, é necessário nos situar-mos em que tipo de planeta estamos. Comonos diz Kardec em O Livro dos Espíritos, nãoé possível, no estado de imperfeição em quenos encontramos, gozar de uma vida isentade amarguras. Além disso, em O EvangelhoSegundo o Espiritismo, entendemos a qua-lidade deste planeta que nos concede a pos-sibilidade de crescer.

Dito isso, o que é fundamental diz res-peito à maneira como encaramos as dificul-dades. Se as classificamos como castigos,como meras contrariedades, perderemos afinalidade da nossa estadia aqui na Terra e

Dramas familiares

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certamente não conseguiremos entender osconflitos familiares.

A família não é o resultado de umamera reunião fortuita, onde os espíritos seagrupam aleatoriamente. Antes de nascer-mos, escolhemos nossas provas de acordocom as nossas faltas, segundo O Livro dosEspíritos. Sendo assim, podemos nos reunirnum grupo familiar por simpatia ou porcomprometimentos anteriores que o nossolivre-arbítrio contraiu.

Neste contexto, a família atende a umafinalidade clara que é conceder a um gru-po de espíritos a oportunidade de ajusta-mento recíproco, lembrando que a recon-ciliação, o encontro entre espíritos que seprejudicaram outrora, não representa ape-nas um sinal de evolução individual, mas,ao se ajustarem, dois seres ou mais concor-rem para o crescimento e o equilíbrio dopróprio planeta. As dificuldades em famíliarepresentam a oportunidade de combater-mos gradativamente o egoísmo, mas para

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isso é preciso enxergar o grupo familiar naacepção espírita do termo.

O espiritismo traz à tona a lógicareencarnatória como único recurso possí-vel de transformarmos o que era nocivo emalgo saudável. Como amar um ser a quemvotamos antipatia e desprezo, por exemplo,num intervalo curto de tempo, como se fos-se um processo mágico? Energeticamente,os fluidos que emitimos na direção daque-les que não simpatizamos são muito den-sos e, para serem transformados, há neces-sidade de que a sabedoria das leis divinasatue através do tempo.

No fundo, problemas são o resultadoda significação particular que damos aosacontecimentos da vida. Kardec, após apergunta 852 de O Livro dos Espíritos, colo-ca: “As idéias exatas ou falsas que fazemosdas coisas nos levam a ser bem ou malsuce-didos, de acordo com o nosso caráter e anossa posição social. Achamos mais sim-ples e menos humilhante para o nosso amor-

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próprio atribuir antes à sorte ou ao destinoos insucessos que experimentamos do queà nossa própria falta”.

Muitas vezes, a família atende a umafinalidade clara, que é conceder a umgrupo de espíritos a oportunidade de

ajustamento recíproco, dereconciliação, o encontro entreespíritos que se prejudicaram

em outras vidas.

É a grande oportunidade detransformar laços de ódio em amor

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Os homens ficam maravilhados com aprecocidade de certas crianças e não ati-nam com a procedência do fenômeno. Po-rém, no dia em que se lembrarem de quesomente de uma causa inteligente pode virum efeito inteligente, que é o espírito, re-solverão o problema. E unicamente a reen-carnação dos espíritos dará resposta aos inú-meros casos de inteligência precoce. A dou-trina das vidas sucessivas, ensinada pelospovos antigos e confirmada pelos espíritos,somente ela explicará o porquê desse co-nhecimento incomum em crianças que nãotiveram tempo de aprender nesta existên-cia. O homem é mais do que um corpo am-bulante: é um espírito velho que teve diver-sas vidas noutros mundos ou aqui mesmona Terra, lutando e aprendendo, caminhan-

Crianças superdotadas

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do sempre na estrada evolutiva em buscado progresso libertador e da felicidade re-servada aos que perseveram no bem até ofim. Esses casos de crianças-prodígio, noti-ciados de tempos em tempos em vários lu-gares, vêm sempre para manter a alma hu-mana imersa no fogo sagrado da fé em suaimortalidade. As almas, em relação às vidassucessivas, são como pedras brutas nas mãosdo lapidador, que as tornará luminosas evalorizadas.

Hereditariedade?Entretanto, existem teses que contes-

tam a reencarnação como explicação paraos gênios precoces e apresentam duas hi-póteses: a da hereditariedade psíquica e ada mediunidade ou paranormalidade. Al-guns também se referem à influência domeio como responsável, não só pela genia-lidade, como também pela precocidade des-ta qualidade. No que se refere à hereditari-edade, temos que colocar que até o pre-

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sente momento não foi isolado qualquergene responsável não só pela genialidade,como nem uma só molécula de DNA queconfira características claras no que diz res-peito à inteligência. Porém, de acordo coma concepção espírita, embora o espírito seexpresse por recursos do sistema nervosocentral, cuja formação molecular é geneti-camente transmissível, a origem do pensa-mento ou fonte do psiquismo é de nature-za transcendental. O espírito pensa, age psi-quicamente, ama ou odeia, mas o veículode transmissão é o cérebro. Não há, pois,no nível de conhecimento da genética,qualquer comprovação de que a genialida-de possa ser transmitida aos descendentes,além de se constatar que os estudos das ár-vores genealógicas de gênios não fornecequalquer indicação desta característica nosseus ramos ancestrais.

Ao se estudar os descendentes, vemostambém que a genialidade não foi transmi-tida como se fosse um patrimônio genéti-

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co. Comum é se encontrar filhos normaisou até destoando tanto dos pais, que cha-mam a atenção. Sócrates, o filósofo grego,teve, segundo Aristóteles, filhos inexpressi-vos. Sábios ilustres saíram de centros vul-gares, como, por exemplo, Bacon, Kant,Kepler, Copérnico, Galvani, Hume, Locke,Laplace etc. D’Alembert, enjeitado, foi sim-plesmente encontrado na soleira da portade uma igreja e criado por uma mulher sim-ples, casada com um vidreiro. Nem a as-cendência de Shakespeare, nem o meio,explicam as concepções geniais desse in-glês. O estudo dos descendentes dos gêni-os nos leva à constatação curiosa de quemuitos de seus filhos eram verdadeiros pa-tetas. O famoso Cícero, Vespasiano,Germânico, Marco Aurélio, Carlos Magno,Henrique IV, Goethe e outros que se torna-ram célebres por suas capacidades em seto-res diversos, deixaram filhos que não sóeram considerados quase que idiotas, como,em conseqüência, vieram a arranhar a ima-

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gem intelectual de seus pais.Como nascem os gêniosA genialidade é o fruto das aquisições

e experiências pretéritas, resultante de umalonga vivência de muitas encarnações onde,por muitos séculos, se estudou, trabalhouou pesquisou uma determinada área doconhecimento. Às vezes, foram muitos sé-culos de lenta e dolorosa iniciação. A sen-sibilidade profunda que se observa hojedecorreu desta experienciação anterior, queo torna agora acessível às influências espi-rituais elevadas.

Genialidade e mediunidadeOs estudiosos chegaram à conclusão

de que os gênios e as crianças prodígiosquase sempre são médiuns. Assim, a capta-ção mediúnica de mensagens espirituais deelevado conteúdo requer uma condiçãodispositiva interna do médium, que o per-mite sintonizar a mesma freqüência daque-le que transmite a informação. São ondas

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mentais de alta freqüência vibratória ema-nadas pelos transmissores (espíritos), quenecessitam também de alta freqüência men-tal do receptor (médium) para se estabele-cer o contato. As crianças consideradascomo gênios precoces podem manifestarseus talentos a cada momento que lhes forsolicitado, como nós mesmos fazemos comnossas possibilidades psíquicas. Observan-do-se atentamente os casos de genialidadeprecoce, percebe-se que o gênio dos meni-nos-prodígio lhes é muito pessoal, a mani-festação da genialidade é regida pela von-tade de cada criança. Assim, a inspiraçãoexterior e os valores da aquisição pessoalde muitas encarnações anteriores que seafinizam e se atraem é que compõem o qua-dro da genialidade.

O espírito não é feito de uma só vez.Suas faculdades, suas qualidades, seus bensintelectuais e morais, em vez de se esvaí-rem, capitalizam-se, aumentam de século aséculo. Por isso, vemos a brilhante superio-

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ridade de certas inteligências que têm vivi-do muito, trabalhando intensamente e, so-bretudo, integrado em si mesmas as experi-ências vivenciadas anteriormente. O espíri-to é que se expressa pelos recursos dispo-níveis no sistema nervoso central.

Memória transcendentalSabemos também que a estrutura

transcendental do corpo espiritual, que vi-bra em outra dimensão, traz em seu bojoos arquivos energéticos que constituem suaindividualidade ou seu patrimônio espe-cífico. No entanto, como o corpo espiri-tual se fixa nas moléculas do corpo físico,fica limitado à consciência desta vida, aose expressar pelo cérebro virgem dos regis-tros pretéritos. Não se recorda, habitual-mente, das encarnações passadas, porémo potencial criativo permanece íntegro ese expressa à medida que o sistema nervo-so central o permita.

Portanto, como a própria vida nos de-

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monstra, tudo evolui rumo à perfeição in-finita. Louvado seja Deus que nos dá tãogrande esperança de melhores dias. A cer-teza de que, cedo ou tarde, depois de pu-rificados através das vidas sucessivas, esta-remos com Ele para o que de melhor nosdestinar.

O espírito não é feito de uma só vez.Suas faculdades, suas qualidades,

seus bens intelectuais e morais, emvez de se esvaírem, capitalizam-se,

aumentam de século a século

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Saúdee

espiritualidade

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Escrevi esse artigo com referência àmedicina tendo em vista inúmeras coinci-dências apresentadas durante a minha pes-quisa sobre “investigação científica da re-encarnação”, onde certas “doenças” persis-tem após a morte , refletindo no novo cor-po encarnado, ou seja, na nova existência.O Dr. Ian Stervenson, médico psiquiatranorte-americano, registrou inúmeros casosde birth marks, ou seja, marcas de nascen-ças. De acordo com alguns casos pesquisa-dos por ele, se um indivíduo numa existên-cia anterior morreu em virtude de um projé-til de arma de fogo, na próxima existênciaele pode apresentar a marca no corpo nomesmo lugar que fora alvejado pelo tiro naexistência anterior.

Realmente, constatei esse fenômeno tam-

Doenças e reencarnação

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bém em minhas pesquisas durante cinco anosdedicando-se a inúmeros casos. Mas além deconfirmar este fato, pude perceber que deter-minados pacientes, dependendo-se do tipode morte que teve na vida anterior, se a mortefoi drástica, súbita, devido a desastres, assas-sinatos, doenças como o câncer, aids etc., oseu perispírito fica comprometido, isto é, amorte ou a doença afeta o seu perispírito equando esse espírito reencarna na próximaexistência ele pode trazer consigo esse carma,ou melhor, o reflexo dessa morte violenta oudoença que destruiu o seu corpo por descui-do com alguns determinados vícios como ta-bagismo, alcoolismo, etc.

Então precisamos até nos prepararmospara morrer? Sim, a melhor forma de morrerou desencarnar é na forma natural, isto é, atra-vés da longevidade ou velhice. É como setivéssemos assinado um contrato de trabalhono plano espiritual, onde optamos pelo tem-po terrestre de sobrevivência, e se antecipa-mos esse contrato, não existe aviso prévio,

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pois abreviamos esse tempo em forma dedoenças adquiridas por descuidos ou abu-sos, e certamente iremos responder por isso.Mas em casos de desastres, assassinatos, do-enças hereditárias, mortes involuntárias, porque razão também o novo corpo pode apre-sentar os mesmos sintomas? Diríamos que acausa pode ser encontrada em outras existên-cias, ou na atual, mas, sem dúvida, cada casoprecisa ser analisado em profundidade.

Acredito, com certas exceções, as en-fermidades do corpo físico, na verdadesão decorrentes do próprio espírito, oque atualmente chamamos de doençaspsicossomáticas, isto é, doenças que pro-vêm do próprio espírito, refletindo-se nocorpo somático. Por isso devemos ali-mentar nossas mentes com bons pensa-mentos, boas intuições, mentalizando-seos ensinamentos morais deixados pelonosso Mestre Jesus e, a partir deles,procurarmos sempre realizar boas açõesaos nossos semelhantes.

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As enfermidades do corpo físico, naverdade, são decorrentes do próprio

espírito, o que atualmente chamamos dedoenças psicossomáticas, isto é, doen-

ças que provêm do próprio espírito,refletindo-se no corpo somático

Hannemann deselvolveu aHomeopatia, que atua no

princípio energético

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Quando nos deparamos com um defi-ciente físico ou mental, ficamos a indagaro porquê de determinadas pessoasencarnarem em corpos enfermos. Na anti-güidade, a humanidade pensava que os in-divíduos vinham com essas enfermidadespor que os deuses não gostavam deles, as-sim, seria um castigo imposto por algoindevido que haviam praticado.

Toda enfermidade é um resgate por ex-cessos do pretérito. É uma forma de reor-ganizarmos nossas energias. No livro De-ficiente Mental: Por que fui um?, há o se-guinte comentário sobre esse assunto: “Te-mos muitas oportunidades de voltar à Ter-ra em corpos diferentes e que são adequa-dos para o nosso aprendizado necessário.Quando há muito abuso, há o desequilí-

Deficiência físicae mental

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brio, e para ter novamente o equilíbrio temde haver a recuperação. Quando se danifi-ca o corpo perfeito, podemos, por apren-dizado, tê-lo com anormalidades paraaprender a dar valor a essa grande oportu-nidade que é viver por períodos num cor-po de carne. O acaso não existe, Deus nãonos castiga, somos o que fizemos por me-recer, e as dificuldades que temos encar-nados são lições preciosas”.

A deficiência não quer dizer que setrata de um espírito inferior, pelo contrá-rio, muitas vezes é mais inteligente do queuma pessoa que ocupa um corpo sadio.Os espíritos superiores, em O Livro dos Es-píritos, de Allan Kardec, explicam que “éuma expiação imposta ao abuso que fize-ram de certas faculdades; é um tempo deprisão”.

O físico inglês Stephen Hawking éconsiderado um gênio. Ele tem deficiên-cia física. Entre os seus estudos, há a bus-ca de uma fórmula para explicar a origem

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do Universo, como também extinguir a ne-cessidade de um Deus para criá-lo egoverná-lo. Se esse gênio viesse em umcorpo sem limitações, suas idéias poderi-am ser nocivas à humanidade, criando in-terpretações diversas sobre a existência deDeus. Conforme explica Kardec: “A supe-rioridade moral não está sempre em razãoda superioridade intelectual, e os maio-res gênios podem ter muito a expiar; daíresulta, freqüentemente, para eles, umaexistência inferior a que tiveram e umacausa de sofrimentos. Os entraves que oEspírito experimenta em suas manifesta-ções lhe são como as correntes que com-primem os movimentos de um homem vi-goroso”.

Não podemos generalizarO Brasil é um país acolhedor. Temos a

liberdade de expressão, opinião, religião,política etc. Isso não quer dizer que não so-fremos preconceitos. Eles existem, mas com-

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parados a outros países, são mais amenos.Glenn Hoddle, técnico da seleção in-

glesa de futebol, deu uma entrevista ao jor-nal The Times, explanando sobre reencar-nações e carmas: “Veja os deficientes físi-cos... Por que eles são assim? Devem terfeito algo”. Sua declaração causou cons-trangimento, e o homem que havia classi-ficado a Inglaterra para uma Copa do Mun-do depois de 12 anos, foi demitido. Eledeclarou “cometi um grande erro ao me dei-xar levar por minhas convicções religiosas”.

Devemos ter a consciência de queestamos em um processo de evolução. Oimportante é sabermos que nada acontecepor acaso. Uma vez um pastor comentoucomigo que “Deus foi generoso conoscoao nos dar um corpo sadio”. Isso não temlógica. Por que Deus faria isso com uns ecom outros não, já que somos todos fi-lhos Dele. No Evangelho Segundo o Espi-ritismo, consta que “as contrariedades davida têm, pois, uma causa e, uma vez que

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Deus é justo, essa causa deve ser justa”.Atualmente, existe um bom nível de

aprimoramento em instituições especializa-das no tratamento de deficientes físicos ementais. Campanhas na televisão e outrosórgãos não governamentais arrecadam di-nheiro para esse desígnio, no sentido de for-necer a essas pessoas um tratamento digno emelhor convivência junto à sociedade.

A família tem um papel primorosonessa relação com o ente enfermiço. Pri-meiro, por se tratar de uma expiação emconjunto, os pais têm este resgate a fazerjunto ao filho. Segundo, porque se nãohouver esse carinho, amor e paciência, odeficiente terá muitas dificuldades na suareabilitação, aprendizado e convivência.Afinal, o amor é imprescindível em qual-quer situação da existência, independen-te de qual seja o nosso problema. Todosnós precisamos de carinho e, principal-mente, dar carinho.

O centro espírita também tem sua efi-

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cácia nesse tratamento, por meio da apli-cação de passes, que é uma transfusão deenergias fisiopsíquicas. Há palestras comconteúdo moral e a desobsessão, pois emalguns casos, a obsessão está aliada à ex-piação, ou seja, além da deficiência, háinimigos agindo simultaneamente, devidoaos gravames do passado.

A revolta e as palavras duras proferi-das contra Deus não são providenciais,pelo contrário, serão prejudiciais, poisirão criar uma atmosfera psíquica de bai-xa sintonia que facilitará o contato ob-sessivo.

Por isso, devemos nos manter sempreem oração, agradecendo a Deus pela vidae pela reencarnação, que nos proporcio-na momentos especiais para o nosso apren-dizado, aprimoramento e evolução.

Ao passar por essa expiação, o espíri-to estará mais tranqüilo e refeito dos entra-ves do pretérito. Não podemos nos preo-cupar com o que provocou a enfermida-

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de, mas em plantar bons frutos para colherno futuro. A caridade e as boas obras se-rão o nosso plantio. E lembre-se de que épreciso “ter sempre muita fé e perseveran-ça, pois sem elas você jamais conseguirávencer os obstáculos da vida”.

A família tem um papel primoroso nessarelação com o ente enfermiço. Primeiro,

porque normalmente se trata de umaexpiação em conjunto; os pais têm esteresgate a fazer junto ao filho. Segundo,

porque se não houver esse carinho, amore paciência, o deficiente terá muitas

dificuldades na sua reabilitação

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A epilepsia pode se originar desde umalesão na cabeça como de um parto por fór-ceps. O uso abusivo de álcool e drogas,além de outras doenças neurológicas, tam-bém podem gerar a doença. Na maioria doscasos, entretanto, desconhece-se as causasque lhe dão origem. Muitas vezes, o paci-ente tem as convulsões e os exames realiza-dos dão resultados normais. Divaldo Perei-ra Franco, no livro Grilhões Partidos, afirmaque “mesmo nesses casos, temos que levarem conta os fatores cármicos incidentes paraimporem ao devedor o precioso reajustecom as leis divinas, utilizando-se do recur-so da enfermidade-resgate, expiação purga-dora de elevado benefício para todos nós”.

Vale ressaltar que a medicina terrestreevoluiu, não só porque conta com a cirur-

Epilepsia

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gia, que é usada quando o resultado damedicação não foi satisfatório e o médicoavalia as possibilidades de sucesso cirúrgi-co, mas por que os médicos têm se preocu-pado em adaptar o paciente à vida social efamiliar, além da reabilitação aos estudos.Muitas vezes, envolvem vários profissionaisde diversas áreas, como psicólogos, terapeu-tas etc., elucidando o paciente e sua famí-lia sobre a importância do uso dos remédi-os e o apoio dos pais nesta caminhada.Estes, inclusive, com receio das crises epi-lépticas, acabam dando uma superproteçãoao filho, temendo que ele se machuque.Essa proteção é normal, mas deixa o epi-léptico dependente dos genitores, tornan-do-o uma criança isolada e fechada.

Algumas pessoas, sem o devido conhe-cimento, alegam que a epilepsia é uma me-diunidade que deve se desenvolver. Porém,conforme afirma Divaldo Pereira Franco emGrilhões Partidos, vale ressaltar que “não des-conhecemos que toda enfermidade proce-

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de do espírito endividado, sendo a terapêu-tica espiritista de relevante valia. Porém,convém considerar que, antes de qualqueresforço externo, há que se predispor o pa-ciente à renovação íntima intransferível, aoesclarecimento, à educação espiritual, a fimde que se conscientize das responsabilida-des que lhe dizem respeito, dando inícioao tratamento que melhor lhe convém, par-tindo de dentro para fora. Posteriormente esó então, far-se-á lícito que participe doslabores significativos do ministério mediú-nico, na qualidade de observador, coope-rador e instrumento, se for o caso”.

Existem processos perniciosos de ob-sessão que fazem lembrar um ataque epi-léptico devido à igualdade da manifesta-ção. Também com uma gravidade séria, ain-da conforme as palavras de Divaldo, “ocor-rência mais comum se dá quando o epilép-tico sofre a carga obsessiva simultaneamen-te, graças aos gravames do passado, em quesua antiga vítima se investe da posição de

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cobrador, complicando-lhe a enfermidade,então com caráter misto”.

Independentemente do fato do epilép-tico estar sob um processo obsessivo ounão, é importante a freqüência ao centroespírita para a reforma íntima e para receberaplicação de passes, que é uma transfusãode energias físiopsíquicas. Porém, mesmocom o tratamento espiritual, o epilépticodeve manter controle com a medicina ter-restre, com a aplicação de anticonvulsivos,pois cada caso é um caso.

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A depressão tem várias faces. Do pon-to de vista humanístico, o amor, desde ainfância, é fator primordial e começa den-tro da família. Se há uma relação sinceraentre os parceiros, a criança vai crescer den-tro de um lar estruturado, mesmo com to-das as dificuldades naturais de uma rela-ção humana. O indivíduo aprende desdecedo a lidar com a insatisfação, com as cri-ses, com o respeito, amizade, desprendi-mento e outros aspectos importantes nosrelacionamentos.

Muitas vezes, se a pessoa está com aauto-estima baixa, sem autoconfiança, de-sanimada, desinteressada, sem prazer navida e sente que alguém se interessa porela, sua imunidade melhora muito. O serhumano precisa se sentir reconhecido. Sem

Depressão

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isso, começa a sentir uma sensação de va-zio e angústia.

O deprimido tem equívocos em rela-ção ao que pensa sobre si mesmo. O indi-víduo não se conforma com aquilo que estápodendo ser e o que gostaria de se tornar.

Do ponto de vista médico, a depres-são é uma falta de neurotransmissores nocérebro, que necessita de medicamento, ouseja, de um controle químico.

Pelo ângulo espiritual, a culpa, o re-morso, a mágoa e o ressentimento levam apessoa a estados depressivos, podendo cau-sar o desenvolvimento de doençaspsicossomáticas e até mesmo câncer. Por-tanto, o amor e o perdão que a doutrinaespírita tanto nos ensina são sentimentostambém preventivos.

Tipos de depressãoNa depressão primária, o indivíduo

nasce com falta de neurotransmissores e,com doses de remédio e amor, a depressão

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pode ser evitada. Lembramos também quea depressão recebe os fatores genéticos. Es-tudos com irmãos gêmeos comprovam ofato.

Na secundária, há fatores que podemdesencadear a depressão como alguns me-dicamentos que afetam o humor, períodospós-cirurgia, pós-parto, pré-menstruais,menopausa, entre outros.

O que fazer?O que fazer?O que fazer?O que fazer?O que fazer?Primeiro procurar um médico psiquia-

tra para que não sejam tomados remédiosministrados de forma errada. Cada pacien-

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te necessita de um antidepressivo específi-co. Se, além do remédio, da terapia, doscuidados com o sono, com a alimentaçãoe das relações, o deprimido fizer um trata-mento espiritual com passes magnéticos,água fluidificada e leitura do Evangelho,tanto melhor. O tratamento completo en-globa o biológico, psicológico, social eespiritual.

PrevençãoSe o fator genético for muito forte,

pode-se evitar os fatores psicológicos e es-pirituais. Psicologicamente, podemos ensi-nar a criança a lidar com a falta das coisas edas pessoas, estabelecendo limites. Edu-car é frustrar, porque a vida na Terra possuiperda, dor, sofrimento e inevitavelmentepassaremos por situações assim. Se formoseducados desde cedo a enfrentar as situa-ções, estaremos mais bem equipados. Se acada sofrimento os pais derem um presen-te, ou de certa forma, satisfizerem o princí-

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pio do prazer o tempo inteiro, estarão cri-ando seres inseguros, rebeldes, que apren-derão a ver na matéria a solução para seusproblemas. Ao contrário disso, devem ensi-nar o princípio do perdão, da verdade, sin-ceridade, respeito, lealdade, companheiris-mo e diálogo.

A verdadeira prevenção está no auto-conhecimento, no amor a si mesmo e aopróximo, tendo consciência de que os se-res humanos são como são, e não da formacomo gostaríamos que fossem. Só conse-guimos compreender o outro, quando noscompreendemos, aprendendo a aceitar, alidar com a insatisfação. Não há como pre-venir depressão senão passarmos por nósmesmos. Deus está dentro de nós, entãoagradeça a Ele pela vida. Quando o tempo-ral passa, surge um lindo sol.

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Câncer

O câncer não é mais esse pavor que étransmitido às pessoas; não há mais moti-vo para isso. Atualmente, o câncer é curávelem 50% dos casos, mas falta preveni-lo ecurá-lo em maior proporção .

O câncer é caracterizado pelo cresci-mento sem limites e desordenado de célu-las aberrantes, com função anormal, queinvadem e destroem os tecidos normais.Leva ao óbito pela invasão destrutiva deórgãos normais, por extensão ou por dis-seminação a distância (metástase) atravésdo sangue ou linfa.

Essas células, em divisão rápida, con-somem muita energia em relação ao res-tante do corpo físico. E por que essas cé-lulas podem produzir substâncias que são

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lesivas ao corpo, formando metástase, emalguns casos, gerando outros focos em di-ferentes regiões do corpo? O câncer é umadoença genética. A princípio, poderíamosafirmar que já nascemos com alguma alte-ração no DNA, propiciando a ocorrênciado tumor.

O DNA possui sua função, mas sehouver uma modificação em um de seusgenes, esta mutação começa a produzirproteínas diferentes, embora o câncer nãoseja provocado por uma mutação apenas.Nós podemos, então, nascer predispostoao câncer cármico, mas não desenvolvê-lo.

São necessárias diversas mutações emseqüência, da célula, para que gerem le-sões estruturais suficientes para causaremuma desregularização no mecanismo decrescimento multiplicativo. A ação dosagentes cancerígenos provocam mutações,tornando as células geneticamente “prepa-radas” (predispostas), mais ainda não

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cancerígenas. Para que essas células setransformem em cancerígenas, é precisoque ocorram mais mutações, e para tanto,é preciso nos expormos a fatoresmutagênicos.

As transformações genéticas mínimasacontecem freqüentemente, mas sãocorrigidas pelos mecanismos de reparo dopróprio DNA, para que não venhamos adesenvolver câncer em uma freqüência mai-or. Esses mecanismos de correção estão li-gados diretamente à ação mental (pensa-mento).

Além disso há os fatores compromete-dores (desencadeantes) tais como: tabaco,álcool, agentes infecciosos como o vírusda Hepatite B, HIV, HPV etc, susceptibili-dade genética (o indivíduo nasce com cé-lulas predispostas ao desenvolvimento, po-rém isso só ocorre se houver uma soma defatores mutagênicos); influências das emo-ções, de fatores ambientais e idade.

A afirmativa do ponto de vista médi-

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co, diz que as emoções não provocam cân-cer, mas o conhecimento espírita nos ensi-na que a questão básica de tudo é a men-te. O pensamento equilibrado é que vaiequilibrar, a princípio, os mecanismosimunológicos. Já o remorso e a culpa, aocontrário, geram disfunção celular. Quan-do erramos, a culpa se instala no corpomental. Portanto, o câncer pode ser ocarma do prejuízo ao próximo ou daautomutilação. Entendendo melhor: o erroconstatado pelo corpo mental é transferi-do para o corpo astral (perispírito, seme-lhante ao corpo físico e controlado pelopensamento), portanto, a mutação inicialocorre no corpo astral e se transfere para onúcleo da célula física.

O tumor se instala na região usada paro erro, ou que lembre as pessoas ou situa-ções envolvidas. André Luiz nos lembraque o fatores mentais atuam no DNA,como a imprudência e ócio, mas além dis-so há outros desencadeantes, como o sui-

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cídio, o homicídio e a viciação em subs-tâncias químicas. Essas, são situações quelevam o indivíduo a um desequilíbriovibratório tão grande do perispírito, quenão consegue formar um corpo físico ade-quado.

Concluímos desta forma que, a muta-ção inicial se deve aos pensamentos e ati-tudes incorretas. Mas muitos tumores sur-gem aqui e agora devido a certas opçõesde vida, tais como o fumo, o álcool, des-controles emocionais, desequilíbrios infec-ciosos, entre outros. A imprudência é umfator oncoacelerador.

Com relação ao vírus e bactérias (agen-tes infecciosos), há um dado interessante.Nem todos provocam câncer, mas em al-guns casos, sim. Tanto o vírus quanto abactéria são seres que estão em crescimen-to evolutivo em formas inferiores e possu-em sua irradiação própria. As infecções se-guem o mecanismo de sintonia. São osdesequilíbrios da mente que geram deter-

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minado padrão vibratório no indivíduocom predisposição. Se neste caso reencarnae não recebe a correção adequada, man-tendo um padrão vibratório baixo, entraem sintonia com os vírus.

Se o pensamento é responsável pelamutação no corpo astral, é fundamentalque transformemos esse padrão vibratório,transmutando-o em positivo.

A emoção também é uma outra ques-tão importante, porque não é possível opensamento chegar ao corpo físico sempassar pelo corpo astral, que é o campodas emoções. Qualquer pensamento nos-so vai ter uma carga de emoção. E quandoa emoção é capaz de lesar o corpo? Quan-do sentimos uma mágoa ou um ódio porum tempo prolongado, isso tem um efeitosemelhante ao do pensamento. Além dis-so, as emoções negativas promovem alte-rações também nos mecanismos de defesado organismo.

Portanto, emoção e pensamento são

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fatores ontogênicos; daí a importância dese vigiar o mundo interior: “Orai e vigiai”.

Do ponto de vista médico, podemosdizer que é fundamental no tratamento dopaciente oncológico como método coad-juvante, a participação de uma equipe desaúde mental. Assim, atingimos um dosfatores causais do corpo físico, porqueestá provado pela ciência que o sistemanervoso e imunológico se interligam emvários níveis.

André Luiz nos diz ainda que á a men-te que rege a formação de anticorpos nosangue. Cada célula do sanguecorresponde a outra célula do corpo as-tral. O nosso corpo físico funciona na de-pendência das ordens que recebe do cor-po astral, que por sua vez é controladopelo estado emocional do indivíduo. Po-demos dizer então, que parte das ocorrên-cias de câncer não são carmáticas, se ins-talam na atual existência por opção do serdevido a esses fatores citados.

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Com relação à etiologia do câncer,podemos acrescentar a obsessão, porqueo câncer é o carma do prejuízo ao seme-lhante. Levamos essa memória em nossa es-trutura genética. Os mecanismos utilizadospelo obsessor:

1 – Quando o obsessor consegue pro-jetar matéria mental dentro do hipotálamodo encarnado (onde se encontram osneurônios) e alterar o campo das emoções,do sistema nervoso e do sistemaimunológico, diminuindo a resistência dopaciente.

2 – A mente obsessora e o seuperispírito passam a comandar o campocelular do encarnado. Influenciando ascélulas sanguíneas, a formação de anticor-pos e o mecanismo imunológico, acabaprovocando o desequilíbrio físico-psicossomático do encarnado, causandoinfecções e tumores. Neste caso, ocorreuma ordem mental do desencarnado co-mandando um corpo físico que não é seu,

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alterando os mecanismos de defesa do or-ganismo.

3 – Obsessão intra-uterina: é um fa-tor grave que pode levar ao aborto, a máformação do feto ou desencadear um cân-cer na infância. Portanto, é necessáriopropor terapia desobsessiva a pacientescom câncer, passe magnético, águafluidificada, exercício de reforma íntima,evangelho no lar e apoio da família. Es-ses são recursos que ajudam a controlar oprocesso obsessivo e a corrigir pensamen-tos incorretos, fator desencadeante dadoença.

4 – A doença também pode vir comoforma de auxílio ao reencarnante, paraque não venha a errar mais em determina-do campo de erro anterior. A doença éusada muitas vezes pela espiritualidadepara limitar as atividades do indivíduo,fazendo com que aos poucos possa sedesligar do lado material e se conectarcom o espiritual.

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Quando a emoção é capaz de lesar ocorpo? Quando sentimos uma mágoa

ou um ódio por um tempoprolongado, isso tem um efeito

semelhante ao do pensamento. Alémdisso, as emoções negativas

promovem alterações também nosmecanismos de defesa do organismo

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É grande a preocupação dos espíritascom as repercussões perispirituais dos trans-plantes de órgãos, surgida com o auge daevolução das técnicas cirúrgicas, com aamplificação dos transplantes de coração,rins, fígado, córnea, medula óssea, entreoutros, e sua popularização pelos meios decomunicação. É interessante perceber quea transfusão sangüínea, que também é umtransplante de tecido, não tem motivado aaversão dos espíritas.

Como já colocado, biologicamente,não há diferença conceitual entre transplan-te de órgãos do corpo humano e transfusãode sangue. Algumas preocupações têm sidomotivadas pela ingestão de carne, concei-tualmente um transplante de órgãos animaispara o estômago e circulação humana, mas,

Transplante de órgãos

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levando-se em consideração a possibilida-de de moderação no consumo de tecidosanimais e a necessidade social, desde quenão se flagele estes seres, tal transplante temsido bem-aceito na comunidade espírita.

O que há de comum em todos essesórgãos ou tecidos é algo chamado célula,sua estrutura básica, que se diferenciou, as-sumindo determinadas facetas ou máscaras,ainda que tenham vindo de uma única cé-lula primitiva, o zigoto ou ovo, que assu-me formas e funções diferentes ao se alterare multiplicar. Em Evolução em Dois Mun-dos, livro psicografado por Chico Xavier,André Luiz nos permite entender que, quan-do uma célula é retirada do corpo humanoe passada para a placa de cultura em labo-ratório, ela retoma sua forma primitiva, comoo soldado que, ao sair do quartel, volta parasua vida normal, à paisana.

Essa involução da célula para formatosembrionários ocorre porque não há maiscomando do espírito sobre a célula que foi

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colocada na placa de cultura, uma vez quefoi separada do corpo biológico de origem.O comando do espírito fica imantado aoperispírito no qual o arranjo celular se mol-da. Desprendido do corpo biológico, oórgão ou conjunto celular sai desta formade imantação e assume uma individualida-de própria. Quando aquele conjunto de cé-lulas ou órgãos estiver reincorporado a ou-tro organismo, sob o comando de outra pes-soa, outro espírito com forma perispiritual,haverá uma readaptação celular.

No entanto, existem os limites de bio-transformação do organismo e da habilida-de ou capacidade do espírito de promovê-la. O que determina a identidade, a impres-são digital da célula são conjuntos protéi-cos na membrana celular chamados“antígenos de histocompatibilidade”. Elesse diferenciam de pessoa para pessoa e sãoresponsáveis pela manutenção da individu-alidade do organismo, rejeitando as célu-las que não possuem os mesmos antígenos.

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O que é possível fazer é utilizarmos me-dicamentos que reprimam a rejeiçãoimunitária do receptor, bloqueando a nãoaceitação dos antígenos celulares do órgãodoador. Se há uma dificuldade na adapta-ção da bioquímica do corpo, também ha-verá um choque no encaixe entre o órgãodoador e o perispírito do receptor, já que,como dissemos, o perispírito é a molduradessa bioquímica corporal. Com a ajudados medicamentos de um lado e, do outro,do influxo mental positivo do receptor, te-remos uma dupla ação sobre o perispírito,forçando-o à adaptação.

Em um outro contexto, cada vez mais seencontram correlações entre o sistema nervo-so central e o sistema imunológico. As estru-turas hipotalâmicas são conexas ao córtexcerebral, sede anatômica das expressões psí-quicas do espírito no corpo. Estas mesmascadeias neurais são responsáveis pelo fluxohormonal, que tem franca e comprovada de-terminação sobre o sistema imunológico.

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Vícios, paixões e desatinos humanosnormalmente se desenvolvem e fazem mo-rada em nosso corpo carnal quando esta-mos invigilantes e quando nosso padrãovibratório está tão baixo que nos deixamosdominar por forças do plano astral inferior,ou seja, quando perdemos por completo ocontrole sobre nossos próprios atos e quan-do não mais conseguimos evitar certas açõese atitudes que até então julgávamos ter so-bre nossa vontade. Então, infelizmente, es-tamos nas malhas do vício. Isso normalmen-te acontece quando estamos invigilantes epor mantermos um comportamento moralcondizente com espíritos do plano inferiore, portanto, ficamos literalmente nas mãosdeles. Dessa forma, não mais teremos ne-nhum controle, nem sobre nosso corpo fí-sico e nem sobre os danos que estamos cau-

Vícios e obsessões

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sando ao nosso perispírito, ao dar vazãoaos vícios em geral e desregramentos da vidacarnal. Nessa categoria, podemos citar o al-coolismo, o tabagismo, os tóxicos, a ali-mentação carnívora, o sexo, a maledicên-cia, a avareza, a mentira e tantos outros quenos oprimem, que atentam contra a delica-deza da vestimenta perispiritual que nosenvolve e sobre a qual estamos atentandoe, muitas vezes, destruindo o que de maisimportante nos foi emprestado para quepossamos evoluir e alcançar outros planosespirituais que é o nosso corpo físico.

O vício do fumo foi adquirido pelosespanhóis, junto aos índios da América Cen-tral, que o encontraram nas adjacências deTobaco, província de Yucatán. Um dos pri-meiros a cultivar o tabaco na Europa foi oMonsenhor Nicot, embaixador da França emPortugal, de onde se derivou o nome de ni-cotina, dado à principal toxina nele conti-da. O fumo, pelos danos que ocasiona aoorganismo, é, por isso mesmo, perigo para o

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corpo e para a mente...” –Examinando a Ob-sessão. Os distúrbios provocados nos quese iniciam no vício, tais como tonteiras, vô-mitos, perturbações bronquiais, são o indí-cio do envenenamento que o fumo provocae da luta que o organismo trava ao se defen-der para adaptar-se ao mesmo. Uma vez es-tabelecido o vício, a pessoa se torna vítimado tabagismo, uma doença a qual se entre-ga, abdicando da própria vontade, incapazde resistir à vontade de fumar, que se trans-forma em ação obsessiva simples.

Que a ação do fumo seja ofensiva o de-monstram as próprias propagandas que alar-deiam a utilização de filtros ou a consecu-ção de cigarros com muito menos nicotina.Mas além desta, ele contém outros venenoscomo: ácido tânico, omálico, oxálico, amô-nia e outros que imobilizam importantes de-fesas do organismo humano. Sua ação setorna muito pior para aqueles que detêmcertas insuficiências orgânicas, acrescendo-as ainda mais. As mulheres, entretanto, são

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as mais prejudicadas, por sua natureza maisdelicada e sensível, principalmente na gra-videz, tornando-as mais propensas aos dis-túrbios da gestação. Além do mais, são afe-tadas na própria fertilidade. O fumo “...Há-bito vicioso, facilita a interferência de men-tes desencarnadas também viciadas, que seligam em intercâmbio obsessivo simples, acaminho de dolorosas desarmonias...”– Exa-minando a Obsessão.

Vício e vampirismoIntercâmbio obsessivo simples, pois

não influi no cunho moral do homem, nemo avilta até a degradação completa, comoacontece com o vício da embriaguez ou datoxicomania. Mas se a pessoa se entregarem demasia ao hábito, poderá servir de “pi-teira viva” para desencarnados também vi-ciados, de natureza inferior que, ao se ser-virem dele para satisfazer o vício de fumar,poderão influenciá-lo a fumar muito mais eestabelecer com ele uma forma de simbiose

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prejudicial, inoculando-lhe pensamentosdeletérios, de ordem moral inferior, cuja re-ceptividade será tanto maior quanto maisfraquezas a pessoa possa ter. Trata-se, en-fim, de más companhias que, por sua influ-ência perniciosa, poderão acarretar desli-zes morais perigosos e associações com de-linqüentes e viciados.

Mas nem sempre tais influências pro-vocam situações de domínio caracterizáveis.O domínio psíquico tem diversas gradaçõese a pessoa pode passar uma existência in-teira a desviar-se do que se havia propostoantes de reencarnar, sem aperceber-se. Aodesencarnar, os vícios se tornam mais do-minantes, acarretando momentos de angús-tia muito cruciantes que impelem a buscara saciedade no vampirismo dos encarnados“...Infunde pena a angústia dos desencar-nados amantes da nicotina...”

O vício do fumo é uma porta abertapara o início das obsessões mais variadase, embora obsessão simples, pode servir de

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trampolim a outras de maior gravidade, pelasujeição a espíritos atrasados. Ramatís nosdiz que o viciado no fumo é mais uma víti-ma de sua debilidade mental do que mes-mo de uma invencível atuação fisiológica.O viciado no fumo esquece-se de si mesmoe, por isso, aumenta progressivamente o usodo cigarro, tentado continuamente pelodesejo insatisfeito, criando então uma se-gunda natureza que se torna implacável eexigente carrasco.

Os efeitos perniciosos do cigarro trans-formam-se em enfermidades crônicas queminam as defesas naturais e de proteção doorganismo. Uma das mais conhecidas en-fermidades crônicas é a célebre “bronquitetabagista” ou a causada por distúrbios pró-prios da “asma brônquica”, com a presençado incômodo pigarro, que é produto dairritação constante causada pelo fumo àsmucosas respiratórias. O fumante inveteradovive com a faringe, a laringe, os brônquios,o estômago e intestinos supercarregados de

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nicotina e de todos os derivados tóxicosdo fumo, obrigando a sua natureza à per-manente vigilância, a fim de se poder man-ter em relativo contato com os fenômenosda vida física exterior.

Portanto, como vimos, o fumo é umdos grandes responsáveis pela falência mo-ral do homem, visto que ele abre brechaspara todos os tipos de obsessões.

Assim, para “largar o cigarro” é precisoreadquirir o poder da vontade de que se achaescravizado a ele. É na mente do homem que,antes de tudo, deve ser empreendida umacampanha sadia contra o vício. Através dereflexões inteligentes, deve ele se convencerda tolice de se submeter a prejuízos físicos,psíquicos e econômicos, causados pelo ci-garro, o charuto ou o cachimbo.

Retomando o controlePortanto, a ofensiva não deve ser inici-

ada contra o objeto do vício, que é o fumo,mas no sentido de recuperar o comando

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mental perdido. Há que ser retomado no-vamente o psiquismo diretor dos fenôme-nos de relação entre a alma e o meio. É pre-ciso que o homem se torne outra vez se-nhor absoluto dos seus atos, desprezandoas sugestões tolas e perniciosas do vício queo domina. É certo que a libertação do víciode fumar seria muito mais difícil se, por afi-nidade de vícios ou devido a qualquerdesregramento moral, a criatura já estiversendo cercada por entidades do astral infe-rior, atraída para junto de si. Neste caso, alibertação não só requer o domínio da pró-pria vontade, como ainda a adoção de ummodo de vida que provoque o desligamen-to de outra vontade viciosa e livre, do além-túmulo.

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Muitas vezes, dor e o sofrimento sãonecessários à evolução do espírito em bus-ca da perfeição. Ele passa inúmeras vezespor esses momentos, através das várias en-carnações, num processo de depuraçãoenergética do espírito. Todo esse processoé movido pelo livre-arbítrio em que cadaindivíduo tem a responsabilidade pelos seusatos e pensamentos. A cada ação perpetradacontra o outro é revertida uma reação deigual intensidade (lei da ação e reação), queaparece na forma de dor, doenças, sofrimen-tos que alavancam o espírito numa evolu-ção permanente até um dia em que não maiscausará mal ao seu próximo.

A finalidade do sofrimento não é pu-nitivo mas sim educativo. O indivíduo que

Eutanásia

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prejudicou o semelhante de maneira grave,precisa sentir na “própria pele” a dor que ooutro experimentou, a fim de reeducar-se e,quando novamente posto numa situaçãoem que tenha oportunidade de reincidir, eleseja capaz de resistir aos seus impulsos. E alei, a ordem natural das coisas.

Reforma ÍntimaA maioria das doenças, principalmen-

te aquelas crônicas, como o câncer, temorigem nesse mecanismo de resgate. O in-divíduo, em determinada época de sua vida,vê aflorar no seu corpo físico as alteraçõespatológicas, conseqüência de energias con-densadas do perispírito, bombardeadas nocorpo físico. Portanto, essas doenças têmorigem no espírito.

Quantas pessoas conhecemos que apósexperimentar sofrimentos intensos, até cons-tantes, mudam radicalmente o seu compor-tamento diante da vida, deixam de ser ego-ístas, passam a valorizar mais o espiritual e

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menos o material; dão mais valor à sua vida,apesar de todos os problemas e esquecemas futilidades que antes tanto valorizavam?Esses indivíduos aprenderam e cresceramcom o sofrimento, enfim, evoluíram.

Na morte ou desencarnação, o espíri-to e perispírito separam-se do corpo físicoe regressam para o mundo espiritual. Para agrande maioria dos espíritos, o momentodessa separação é vivido com muita alegria,como se fossem liberados de um pesado far-do. Isso, é claro, de acordo com a evolu-ção moral de cada um. Mas apesar da sen-sação prazerosa de passar para outra dimen-são, não se deve buscar a morte, pois te-mos compromissos assumidos com a vidaterrena e devemos valorizá-la.

Antes de cada encarnação, o próprioespírito, no mundo espiritual, traça as metasde sua nova existência, as provações porquais passará para poder evoluir. Até o mo-mento da morte já pode vir determinado.

Pelo livre-arbítrio, o espírito encarna-

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do pode modificar o roteiro que traçou emesmo o instante da morte pode ser altera-do, seja por atitudes elevadas, ou por umavida desregrada. Há também os casos desuicidas, viciados ou aqueles que em de-terminados esportes ou profissões “desafi-am a morte”.

Providência DivinaEm “O Evangelho Segundo o Espiritis-

mo”, Allan Kardec faz a seguinte questão:Um homem está agonizante, vítima de cru-éis sofrimentos; sabe-se que seu estado édesesperador; é permitido poupar-lhe algunsinstantes de angústia, apressando o seu fim?

A resposta que temos é a seguinte:Quem pois, vos daria o direito de prejulgaros desígnos de Deus? Não pode ele condu-zir o homem à borda do fosso para daí oretirar, a fim de fazê-lo retornar a si mesmo ede conduzi-lo a outros pensamentos? Emqualquer extremo que esteja um moribun-do, ninguém pode dizer com certeza que

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sua última hora chegou. A ciência jamais seenganou em suas previsões? Eu sei muitobem que há casos que se pode considerar,com razão, como desesperadores, mas se nãohá nenhuma esperança fundada de um re-torno à vida e à saúde, não existem inume-ráveis exemplos em que, no momento de daro último suspiro, o doente se reanima e re-cobra suas faculdades por alguns instantes?Pois bem! Essa hora de graça que lhe é conce-dida, pode ser para ele dar maior importân-cia, porque ignorais as reflexões que pode-ria fazer seu espírito nas convulsões da ago-nia, e quantos tormentos pode lhe pouparum relâmpago de arrependimento.

O materialista, que não vê senão o cor-po e não considera a alma, não pode com-preender essas coisas; mas o espírita, quesabe o que se passa além do túmulo, co-nhece o valor do último pensamento.Abrandai os últimos sofrimentos quanto es-teja em vós; mas guardai-vos de abreviar avida, não fosse senão de um minuto, por-

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que esse minuto pode poupar muitas lágri-mas no futuro” (São Luís, Paris, 1860).

Como demonstrado nas pesquisas dodr. Raymond Moody Jr., os pacientes quepassaram por situações de “quase morte ,após acordarem, relataram tudo o que lhesocorreu durante os instantes em que esta-vam em coma. Viam e ouviam o que se pas-sava e o que era falado pela equipe médicaque os atendia. Os espíritos superiores e osestudiosos espíritas nos explicam que, emalgumas situações, como durante o sono,hipnose, choques elétricos e emocionais,jejum, doenças consumptivas, relaxamen-to muscular profundo, coma etc., o espíri-to, acompanhado do seu invólucro fluídico(perispírito), se afasta do corpo físico e ficaligado a esse por um ligamento energético(cordão fluídico). Durante esse desdobra-mento, o espírito, que detém a consciên-cia, vê tudo o que se passa no ambiente,bem como pode visitar locais distantes. Esseconhecimento mostra como é importante a

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conduta da equipe médica diante de umenfermo grave, principalmente no queconcerne ao que é falado à beira do leito eàs decisões tomadas relativas à descontinui-dade da vida daquele ser.

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Falar sobre os suicidas nos dá o ensejode pensarmos no trabalho de renovação es-piritual que está ao alcance e na obrigaçãode todos nós.

Acredito que todos devemos ajudar aopróximo, principalmente quando vemosnosso irmão se aproximar de uma situaçãodesgastante, desigual e potencialmente sui-cida. É nossa obrigação! Embora não deva-mos ser inconvenientes, nem por isso de-vemos deixar de falar todas as vezes quevejamos a dor do próximo.

O suicida é, antes de tudo, um solitá-rio. Descobrir um meio de chegarmos à cri-atura solitária pode ser um útil e benévoloexercício de caridade em favor do próximo.Utilizemos os recursos ao alcance de nos-sas mãos para auxiliar o suicida ou ao po-

O suicídio

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tencialmente suicida, pois isto será uma boaatitude e, certamente, nossos guias espiri-tuais nos ajudarão. Quanto ao suicídio pro-priamente dito, lutemos contra todas as for-mas de depressão, fuga e falta de fé.

Todos os espíritos de bem informamque o suicida é, antes de tudo, um egoísta,que pensa somente em suas dores, ignoran-do as dores que irá causar em seus entes que-ridos. Não se pode generalizar e chamá-losde corajosos ou covardes, porque, na reali-dade, antes de tudo, eles estão preocupa-dos com suas próprias idéias. Há, entretan-to, os casos de loucura, nos quais o suicida,em um estado de demência, não pode avali-ar o crime que está cometendo. É atribuídoao espírito Emmanuel a informação de queGetúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, aose matar, não foi considerado como um sui-cida, uma vez que evitou uma guerra civilcom sua morte. Desse modo, vemos que aLei de Deus prevê considerações que nemsempre estão ao nosso alcance.

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Fatores que podem levar ao suicídioO espírito, quando não tem mais moti-

vo para lutar, pode se desesperar e entrarem uma depressão que o leva a pensar nosuicídio. Há cerca de dez anos, na Suécia,houve uma pesquisa entre médicos eparamédicos sobre se algum deles teve odesejo de se suicidar algum dia. A informa-ção, impressionante aliás, foi de que todosos médicos e paramédicos que habitual-mente se dirigiam para os países pobres, ofe-recendo seus serviços durante as férias, ja-mais pensavam em suicídio. Vê-se que o tra-balho é realmente um grande antídoto paraa atitude suicida.

Vale dos suicidasA médium Yvonne Pereira, em seu por-

tentoso livro Memórias de um Suicida, falado “Vale dos Suicidas”. Entretanto, temosnotícia de outros suicidas que não foram parao referido vale porque não constituíam umperigo para os encarnados. Segundo a mé-

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dium, vão para o “Vale dos Suicidas” aque-les espíritos capazes de influenciar os encar-nados. Eles, então, são segregados para nãoterem como influenciar os homens.

Não há previsão para o tempo que oespírito fica vagando nestas regiõesumbralinas. Dizem os espíritos condutoresque o espírito fica vagando enquanto nãoconsegue harmonizar sua mente e enten-der o apoio que está sendo dado a ele. Por-tanto, isso varia de espírito para espírito.

Fuga das dificuldadesFuga das dificuldadesFuga das dificuldadesFuga das dificuldadesFuga das dificuldadesO suicida é aquele que, além de não

conseguir superar esses estados mórbidos,procura fugir das realidades do mundo emque vive. Podemos também, como você estáfalando, ser considerados como suicidas po-tenciais todas as vezes que entramos nesseestado de morbidez psíquica. De algumaforma, somos suicidas quando desgastamosdesnecessariamente o corpo ou desistimosde viver.

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O fato das pessoas ignorarem que oálcool e o tabaco, por exemplo, podem le-var à morte não as eximem do sofrimentooriundo desses agentes químicos. O suicí-dio, nesse caso, seria indireto, mas nem porisso deixa de ser um desgaste desnecessá-rio e inoportuno, que cedo ou tarde causa-rá um sofrimento para os que abusarem as-sim de seu corpo. Tudo na vida dependeda intenção. Se você também usa o exces-so de gordura pensando que isso não lhefará mal, você estará menos comprometido,mas nem por isso deixará de sofrer os efei-tos de seus atos. Quanto ao que sofre umdesastre e morre em conseqüência da bebi-da ou do tóxico, ele sofrerá por ver que cor-tou o fio de sua vida antes da hora. Nãoserá um suicida clássico, mas sim um suici-da indireto, que certamente terá de dar con-tas deste seu ato. Estes, antecipam suas par-tidas para o mundo dos espíritos e as infor-mações que se recebe acerca do estado de-les são as mais tristes possíveis. Na verda-

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de, são suicidas indiretos, assim como aque-les que praticam o sexo livre sem o uso depreservativos.

Sabemos que a prece é de grande au-xílio para os suicidas, pois quando oramospor alguém, usamos nossa boa vontade,nosso sentimento de compreensão para como próximo. Todas as vezes que pensarmoscom tranqüilidade em favor de uma pessoa,estaremos sugerindo que alguém pensa nelacom carinho, com estímulo e boa vontade.Outra forma de auxiliar é vibrar para queela se encontre, sugerindo pensamentos deestímulo e de paz.

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Estamos mergulhados em uma atmos-fera fluídica da qual absorvemos energiasautomaticamente, as quais metabolizamose damos características particulares, confor-me nossos pensamentos e sentimentos. Sen-do assim, existem variadas categorias de flui-dos, pois cada uma serve como vestimentados sentimentos, pensamentos e ações decada um de nós. Portanto, vivemos na at-mosfera psíquica que criamos.

Todavia, é preciso salientar que nãovivemos isolados, mas que agimos e reagi-mos uns sobre os outros. Essa ação, porém,se subordina à lei de afinidade, segundo aqual os semelhantes se atraem e os contrá-rios se repudiam.

Cada um de nós é um dínamo-psiquis-mo emissor e perceptor permanente. Assim,

Tratamento utilizadonos centros espíritas

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quando estamos impregnados de fluidosperniciosos, estes neutralizam a ação dosfluidos salutares. Então, são desses fluidosmaus que nos importa ficarmos livres. Umfluido mau não pode ser eliminado poroutro igualmente mau, é preciso expelir umfluido mau com o auxílio de um fluidomelhor.

A fluidoterapia, como o próprio nomeindica, é o tratamento feito com fluidos, ouseja, através da prece, do passe, da irradia-ção e da água fluidificada.

A preceA prece é uma manifestação da alma

em busca da presença divina e deve serdespida de todo e qualquer formalismo,pois se trata de uma conversa com Deus ouseus prepostos. Ela terá mais eficácia se partirde uma criatura de bons sentimentos.

É necessário que nos despojemos daignorância e da perturbação que o mal en-gendra em nós para descobrirmos que, pela

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prece, conseguiremos muita coisa para o be-nefício espiritual próprio e de nossos se-melhantes, que acionaremos com naturali-dade o mecanismo do auxílio que ela nospropicia.

Por depender fundamentalmente dasinceridade e da elevação com que é feita,devemos encarar a prece como uma mani-festação espontânea e pura da alma, nãoapenas como uma repetição formal de ter-mos alinhados convencionalmente, de pe-ditório interminável ou de fórmula mágicapara afastar o sofrimento e o problema quenos atinge.

O passeO passe é uma transfusão de energias

espirituais e vitais, isto é, a passagem deenergias de um indivíduo para o outro. Atransfusão se dá através da imposição dasmãos sobre a cabeça do paciente, sem anecessidade de tocar o corpo, pois a forçaenergética se projeta de uma aura para ou-

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tra, estabelecendo uma verdadeira ponte deligação. O fluxo energético se mantém e seprojeta pela vontade do médium passista,como também de entidades espirituais queauxiliam na composição dos fluidos neces-sários ao paciente.

A aplicação do passe é um ato de amorem sua expressão mais sublimada. É umadoação ao paciente daquilo que o médiumpassista tem de melhor, enriquecido comos fluidos dos espíritos benfeitores, o queforma uma única vontade e expressa o mes-mo sentimento de amor. Por isso, ele trazbenefício imediato. O doente, sentindo-sealiviado mesmo por alguns momentos, terácondições de lutar na parte que lhe com-pete no tratamento. Aos poucos, a cons-tância da aplicação da fluidoterapia propi-ciará ao enfermo as energias de que carecee o alívio que tanto busca.

A atividade de passes é um serviço deconjunto. Os fluidos vitais dos médiuns seassociam aos fluidos espirituais, benefician-

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do as criaturas no âmbito material, emocio-nal e espiritual. Porém, é importante lembrar-mos que é a disposição psíquica de quemrecebe o passe que garantirá maior ou me-nor assimilação das energias. A vontade e adisciplina mental são a base do fenômenode transfusão e absorção de energias.

Quando a pessoa que vai receber opasse está no clima de meditação e de pre-ce, permite um afrouxamento dos laços vi-tais que unem o espírito ao corpo. Em con-seqüência disso, experimenta a expansibi-lidade do perispírito ou corpo espiritual,que se utiliza da inerente propriedade deabsorção para assimilar os fluidos, comouma esponja em contato com um líquidoqualquer. Como o perispírito está unido aocorpo físico, essas energias também alcan-çam a roupagem orgânica, propiciando-lheum grande alívio.

A absorção dos fluidos ocorre particu-larmente através dos centros vitais ou cen-tros de força, onde a ligação do perispírito

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ao corpo acontece de uma forma mais in-tensa e completa.

IrradiaçãoNa irradiação, transmitimos a carga de

força vital que dispomos para doar ao paci-ente através do mecanismo da força men-tal. A irradiação se faz a distância, proje-tando nosso pensamento e sentimento emfavor de alguém, movimentando as forçaspsíquicas através da vontade.

A pessoa que irradia fluidos deve cul-tivar bons sentimentos, pensamentos e atos.Isto vai formar uma atmosfera espiritual po-sitiva, criando uma tonalidade vibratória euma quantidade de fluidos agradáveis esalutares, que poderão ser dirigidos paraoutras pessoas através da vontade. A pes-soa deve focalizar mentalmente o pacientepara quem vai fazer a irradiação e transmitirpara ele aquilo que deseja, como paz, con-forto, coragem, saúde, equilíbrio, paciên-cia etc.

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Todas as nossas ações e atitudes refle-tem nossas disposições mentais e emocio-nais. Quando escrevemos, não apenas ali-nhamos no papel nossas idéias, mas grafamostambém nossas disposições íntimas. Isto sig-nifica que podemos escrever com a luz dossentimentos nobres ou com as tintas escurasdo negativismo. Portanto, quando escrever-mos os nomes de irmãos que necessitam deajuda, que façamos isto movidos pelo dese-jo sincero de auxiliar e socorrer e não ape-nas com o propósito de se libertar do deverde orar em benefício do semelhante.

Água fluidificadaA água é um condutor fluídico por ex-

celência, refletindo o teor e as vibrações nor-mais daqueles que dela se servem para todosos fins. A própria ciência terrestre reconheceque a água é um excelente condutor de ener-gias. Sua simbologia está presente em quasetodas as iniciações religiosas, com o signifi-cado de limpar o homem da capa de seus

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pecados e torná-lo um novo ser.Um dos corpos mais simples e recepti-

vos da Terra, a água é como uma base pura,na qual a medicação espiritual pode serimpressa através de recursos substanciais deassistência ao corpo e à alma. O processo éinvisível aos olhos mortais, por isso, a con-fiança e a fé do paciente são essenciais paraos bons efeitos do tratamento.

Atualmente, estamos mais livres de atosou gestos ritualísticos, pois conhecemosmais as propriedades efetivas da água, mui-tas das quais já comprovadas em laborató-rio. A água fluidificada expande os átomosfísicos, ocasionando a entrada de átomosespirituais ainda desconhecidos e que ser-vem para auxiliar em nossa cura. Essa no-ção racional é que permitiu sua utilizaçãonos templos do Espiritismo como um meiocondutor de energias de saúde e harmoniaorgânica.

Mas como a água pode ser fluidifica-da? Recebendo-a para fluidificar, basta ao

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médium colocá-la na câmara de passes e osespíritos magnetizadores, utilizando-se dosrecursos dos próprios médiuns passistas eda natureza vegetal e fluídica, vão imprimirnela combinações medicamentosas paraaliviar e até curar enfermidades. No entan-to, havendo um médium dotado com o domda cura no grupo, ele também poderáfluidificar a água, bastando direcionar suasmãos em direção ao recipiente e projetar ospróprios fluidos ou, melhor ainda, captarpela prece os fluidos espirituais e projetá-los sobre a água.

Não é necessário abrir os recipientespara fluidificação, já que, para as energiasradiantes, a matéria não representa obstá-culo e, portanto, os fluidos salutares mani-pulados pelos espíritos podem atravessá-lacom facilidade. Lembremo-nos que a ciên-cia terrestre já demonstrou que a matériacompacta é a junção de diversas moléculase entre essas existe sempre um espaço, em-bora invisível aos olhos humanos. Se os es-

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píritos podem agir na intimidade de corposfísicos, impregnando seus órgãos com osfluidos e estabelecendo o equilíbrio orgâ-nico, o que os impediria de agir em umapequena garrafa lacrada por uma tampa decortiça ou material plástico?

Todos os recipientes colocados parafluidificação recebem os eflúvios balsâmi-cos e revigorantes, que atuarão como umtônico reconstituinte nas organizações so-máticas dos que fizerem uso da água. Quan-do for destinada a um determinado enfer-mo, é justo que dela só se sirva a pessoaindicada, a fim de que os espíritos magne-tizadores possam combiná-la ao caso parti-cular em tratamento. Quando não houverum motivo especial, seu uso poderá ser ge-neralizado entre todos os familiares, semqualquer tipo de inconveniência.

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Os espíritos são os seres inteligentes daCriação que habitam esse mundo. Simplese ignorantes no seu ponto de partida, ca-minham para o progresso indefinidoreencarnando sucessivamente. Naencarnação, a ligação entre o perispírito eo corpo é feita através de um cordãofluídico. Sendo a existência terrena uma fasetemporária, após o cumprimento da missãomoral, com a morte do corpo físico o espí-rito retorna ao seu lado de origem conser-vando a individualidade.

O desligamento não é súbitoOs laços que unem o espírito ao corpo

se desfazem lentamente. De uma forma ge-ral, todos sentem essa transição que se con-verte num período de perturbações varian-do de acordo com o estágio evolutivo de

Cremação

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cada um. Para alguns se apresenta como umbálsamo de libertação, enquanto que paraoutros são momentos de terríveis convul-sões. O desligamento só ocorre quando olaço fluídico se rompe definitivamente.

Diante da Nova Revelação apresenta-da pela doutrina dos espíritos e levando-seem consideração a perturbação que envol-ve o período de transição, questionou-se:cremando o corpo como fica a situação doespírito?

Consultado, o mundo espiritual assimse expressou: “É um processo legítimo.Como espírito e corpo físico estiveram liga-dos muito tempo, permanecem elos de sen-sibilidade que precisam ser respeitados”.

Essas palavras revelam que embora ocorpo morto não transmita nenhuma sen-sação física ao espírito, porém, a impressãodo acontecido é percebida por este, haven-do possibilidades de surgir traumas psíqui-cos. Recomenda-se aos adeptos da doutri-na espírita que desejam optar pelo proces-

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so crematório prolongar a operação por umprazo de 72 horas após o desenlace.

Embora a inumação continue sendo oprocesso mais utilizado, a milenar crema-ção, por muito tempo esquecida, voltou aser praticada nos tempos modernos. Esteprocedimento vem se difundindo ampla-mente até em função da falta de espaço nasgrandes cidades. Com o crescimento dapopulação as áreas que outrora seriam des-tinadas a cemitérios se tornaram escassas.

CremaçãoAdeptos de todas as seitas estão op-

tando pela operação crematória. Seus par-tidários fundam-se em diversas considera-ções. Para alguns está ligada a fatores sani-tários, sendo que alguns cemitérios podemestar causando sérios danos ao meio ambi-ente e à qualidade de vida da população,enquanto que para muitos usuários do cre-matório o processo diminui os encargosbásicos econômicos, entre eles, a manuten-

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ção da tumba.Atualmente, o Brasil conta com quatro

áreas crematórias e está em fase de expan-são. A área da Vila Alpina, na cidade deSão Paulo, foi fundada em 1974. É a pri-meira área crematória do país e conta comquatro fornos importados da Inglaterra. Per-tence à Prefeitura Municipal e leva o nomedo seu idealizador, dr. Jayme Augusto Lopes.As outras três áreas são particulares e estãolocalizadas na cidade de Santos, no Estadodo Rio de Janeiro e no Estado do Rio Gran-de do Sul.

Segundo a Lei, a cremação só será efe-tuada após o decurso de 24 horas, conta-das a partir do falecimento e, desde quesejam atendidas as exigências prescritas. Aprova relativa à manifestação do falecidoem ser cremado deve estar consistente deDeclaração de documento público ou par-ticular.

As cinzas resultantes da cremação docorpo serão recolhidas em urna individual

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e a família dará o destino que o falecidodeterminou. Muitos países já contam comJardins Memoriais e edifícios chamados“Columbários”, com gavetas para serem de-positadas as urnas com as cinzas dos fale-cidos podendo ser visitadas por parentes.

Kardec, o codificador disse:“– O homem não tem medo da morte,

mas da transição”.À medida que houver amadurecimen-

to e compreensão para a extensão da vida,o ser humano saberá valorizar cada mo-mento da vida terrena e devotará ao corpoo devido valor que ele merece. Através docorpo, o espírito se ilumina. Resgata-se opassado, vive-se o presente e prepara-se ofuturo. No desencarne é restituída a liber-dade relativa ao espírito enquanto o cor-po permanece na Terra com outros bensmateriais.

O espírito preexiste e sobrevive ao cor-po. Tanto inumação como cremação sãoformas de acomodar o cadáver. Expressam

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o livre-arbítrio de cada um. Os dois proces-sos destroem o corpo. Para se optar pelacremação é necessário haver um certo de-sapego aos laços materiais e mesmo com ainumação, caso o espírito não estiver devi-damente preparado, poderá sofrer os hor-rores da decomposição. Quanto mais o es-pírito estiver preparado moralmente, menosdolorosa será a separação

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“A ciência espírita compreende duaspartes: uma experimental, sobre as manifes-tações em geral, outra filosófica, sobre asmanifestações inteligentes. Aquele que nãoobservou senão a primeira, está na posiçãodaquele que nao conhece a física senão porexperiências recreativas, sem ter penetradono fundo da ciência. A verdadeira DoutrinaEspírita está no ensinamento dado pelos Es-píritos, e os conhecimentos que esseensinamento comportam são muito gravespara serem adquiridos de outro modo quepor um estudo sério e continuado, feito nosilência e no recolhimento; porque só nes-sa condição se pode observar um númeroinfinito de fatos e de nuanças que escapamao observador superficial e permitem assen-tar uma opinião. Este livro, não tivesse elepor resultado apenas mostrar o lado sérioda questão e provocar estudos nesse senti-do, isso já seria muito, e nos aplaudiríamosde ter sido escolhido para relizar uma obrada qual não pretendemos, de resto, nos fa-

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zer nenhum mérito pessoal, uma vez queos princípios que ela encerra não são nos-sa criação; seu mérito, portanto, é inteira-mente dos Espíritos que a ditaram. Espera-mos que ela tenha um outro resultado, ode guiar os homens desejosos de se escla-recerem, mostrando-lhes, nesses estudos,um objetivo grande e sublime: o do pro-gresso individual e social, e de lhes indicaro caminho a seguir para atingi-lo”.

Trecho de texto escrito por Allan Kardecna Introdução de O Livro dos Espíritos

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