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ORIGEM EM REVISTANossa proposta editorial é oferecer conteúdo livre de modismos e sem interferências comerciais e, acima de tudo, contribuir para ilustrar a importância do Gênesis na construção de uma cosmovisão baseada no modelo criacionista da vida jovem.

CONTATOSEditorial: [email protected] Contato: [email protected]ícias: [email protected]

FICHA TÉCNICAEditor-ChefeEverton Fernando Alves Editores AssociadosMichelson Borges, Eduardo Lütz, Rogéria Ventura, Márcio Fraiberg, Rodrigo Meneghetti e Alexandre KretzschmarRevisãoMichelson Borges, Yuri Kateivas dos SantosDireção de Arte e DiagramaçãoAlexandre KretzschmarJornalistaDébora Carvalho - Mtb 51.160/SPColaboraram nesta ediçãoGabriela Cruz (Desenho Capa), Diego Müller Francisco, Eberson Ramos de Carvalho (Ilustração), Célio João Pires, Leonardo Henrique Arruda de Souza

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Publicação Semestral - Vol. 1, Nº. 1 - Março de 2018ISSNe: 2594-6579

Resgatando nossas origens

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Everton F. AlvesEditor

Novidades na históriaTemos o prazer de lhe apresentar a edição de lançamento da

Origem em Revista. Com esta edição inaugural, apostamos em um novo território e visando impactar a um público mais amplo e, ao mesmo tempo, marcar uma nova fase na comunidade criacionista do Brasil. A Origem em Revista foi criada com o intuito de proporcionar ao público estudantil e acadêmico um espaço para divulgação de suas experiências em sala de aula, bem como suas produções e reflexões teóricas advindas de pesquisas em desenvolvimento acerca de temas relacionados à ciência da criação.

Nosso rigoroso processo editorial pretende elevar a qualidade das publicações criacionistas e encorajar pesquisas originais sobre os difíceis problemas da ciência da criação.

Queremos incentivar estudiosos com interesse especial nas Origens e no Gênesis, a fim de promover o pensamento crítico.Uma vez que a ciência da criação é dependente da correta interpretação das Escrituras, a sinergia entre estudiosos da Bíblia e da ciência é inestimável para o desenvolvimento de modelos da criação que sejam tanto científicaquanto teologicamente sólidos. Na verdade, foi a interação entre a teologia e a ciência que levou George McCready Price em 1923 a publicar o livro The New Geology, obra considerada pioneira na Geologia criacionista e que acabou revigorando os fundamentos da comunidade evangélica quase cem anos atrás. Por isso, esta edição foi reservada para a história do criacionismo moderno.

O século 21 é uma grande oportunidade para os estudiosos dedicarem uma leitura direta do Gênesis a fim de entender a história do cosmo, da Terra, da biosfera e do homem. A Origem em Revista valoriza a interdisciplinaridade e o apoio mútuo aos níveis individual e da sociedade. Não só elas levam à defensabilidade científica e teológica, mas também à consonância explicativa entre os modelos de criação focados em diversas questões. Esperamos que os textos aqui presentes possam contribuir para a reflexão e o fortalecimento da fé cristã de nossa comunidade brasileira composta tanto por pesquisadores e/ou estudiosos criacionistas quanto do design inteligente. Juntos oferecemos este novo veículo de divulgação na esperança de apoiar essa missão com rigor e honestidade.

Uma ótima leitura para você !

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Seções

Editorial

Capa

Pesquisa

Evolucionismo ou Criacionismo

Design Inteligente na natureza

Impacto

Perguntas & Respostas

Materiais didáticos

Educação em ciências

Cartas ao editor

Cosmovisão bíblica

Pioneirismo

5Conheça a trajetória do criacionismo moderno no Brasil e no mundo incluindo os detalhes sobre os pioneiros, a literatura especializada, as propostas e descobertas e as organizações criacionistas e suas principais atividades.

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15 1933374553565863

Como lidar com as informações conflitantes divulgadas em diferentes canais de comunicação? Uma equipe de especialistas em ciência da Criação apresenta conceitos simples e diretos e que possam ser usados como referenciais.

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Vamos conhecer a história dos centros de pesquisa criacionista e suas principais atividades!

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Nova geração de cientistas criacionistas reinvidica atualização do termo “criacionismo” pelo fim do preconceito equivocado na comunidade científica.

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Tudo o que você precisa saber sobre a jornada e contribuição dos 15 mais influentes pesquisadores criacionistas brasileiros.

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Saiba como separar a verdadeira da falsamente chama-da ciência. Veja como a ciência era vista e pensada pelos pioneiros da ciência e como eles, sim, impulsionaram a verdadeira revolução científica.

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Os principais tipos de modelos das origens

Os cinco principais centros de pesquisa criacionista no mundo

Atualização dotermo “Criacionismo”

Os 15 mais influentes pesquisadores criacionistas brasileiros

A descoberta da ciência

Uma breve história docriacionismo moderno

Conheça detalhes especiais da revelação de Deus compilada em forma de livro, e descubra se a Bíblia Sagrada é realmente confiável.

58 Um milagre em forma de livro

Sumário

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Capa E V E R T O N F E R N A N D O A L V E S

Uma breve história docriacionismo modernoContribuições da Igreja Adventista do Sétimo Dia

O movimento adventista tem sua origem relacionada com um grande reavivamen-to religioso norte-americano que teve

seu ápice no ano de 1844. Os adventistas do séti-mo dia derivam desse movimento e ficaram mais conhecidos pela ênfase na pregação da breve volta de Jesus e do sábado como memorial da criação. A Igreja Adventista surgiu em um período histórico de grande turbulência epistemológica, ou seja, época em que estava em debate qual fonte de conhecimento (Bíblia ou ciência) deveria ser considerada a autoridade máxima sobre a questão das origens.1

Em 1842, Charles Darwin já havia redigido o que seriam as primeiras notas (com 35 páginas) de suas ideias. Esse pequeno texto foi, então, ampliado em 1844 para um documento chamado “Ensaio”, com 230 páginas. Darwin incumbiu o mestre-escola local de fazer uma cópia a limpo do texto.2 Ali teve início, efetivamente, seu livro A Origem das Espécies, o qual revolucionaria o pensamento científico e marcaria o início da ne-gação do relato bíblico da criação. O interessante é que Nietzsche, que ficou famoso por afirmar

que Deus estava morto, nasceu em 1844. E por essa época surgiram o marxismo e o espiritismo moderno.

Após a publicação de A Origem das Espécies, em 1859, essa busca por uma base segura de conhecimento “racional” se intensificou. Por ou-tro lado, sabe-se que a crença da Igreja Adventis-ta no criacionismo é bem clara e específica. A Igreja Adventista em uma longa história de defe-sa do criacionismo, o que a manteve firme na proclamação da mensagem da criação ao longo desse tempo. Seria coincidência o nascimento do movimento adventista, proclamando a mensa-gem do sábado e da criação de Deus, ao mesmo tempo em que Darwin começava a escrever sua teoria evolucionária, renunciando à necessidade de um Criador?

A Igreja Adventista iniciou sua defesa e divul-gação literária do criacionismo a partir dos escri-tos da escritora e educadora cristã norte-ameri-cana Ellen White, uma das fundadoras da denominação.3 Em seus vários livros nas temáti-cas de educação, ciência e religião, White se po-siciona da seguinte maneira a favor da criação da

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Terra em seis dias de 24 horas: “A Bíblia não ad-mite longas eras em que a Terra vagarosamente evoluiu do caos. De cada dia consecutivo da criação, declara o registro sagrado que se consti-tuiu de tarde e manhã, como todos os outros dias que se seguiram. No fim de cada dia dá-se o resultado da obra do Criador”.4:70-71 Em seu livro The Creationists, o renomado historiador da ci-ência Ronald Numbers afirma que o criacionismo se espalhou rapidamente durante o século 20, desde seu humilde começo “nos escritos de Ellen White”.5

Mas as discussões e os estudos científicos sobre o criacionismo no meio adventista tiveram início com George McCready Price (1870-1963), um adventista do sétimo dia que, após anos de estudo e investigação profundos dos escritos de Ellen White e da área de geologia, escreveu em 1906 um livro intitulado Illogical Geology, em que enfatizou que a única maneira realmente eficaz para derrotar a evolução era mostrar que seu quadro de eras geológicas é inválido.5 Mas so-mente em 1923 Price lançou o livro The New Ge-ology, obra considerada pioneira na Geologia criacionista em que argumenta que todas as ca-

racterísticas geológi-cas que vemos hoje

são resultado do dilúvio bíblico. Essa obra acabou influenciando Henry Morris e John Withcomb, fundadores do Criacionismo Científico no moder-no movimento da geologia diluviana. Em 1961, Morris e Whitcomb atualizaram a obra de Price escrevendo The Genesis Flood.

Ainda em 1929, o biólogo Harold Willard Clark (1891-1986), ex-aluno de George McCready Price, havia publicado seu primeiro livro, Back to Crea-tionism, e o dedicou a Price. Nesse livro, Clark convidou os leitores a abandonar a evolução e a adotar a nova “ciência do criacionismo”. Após isso, o termo “criacionismo” tornou-se de uso comum.6:139 Em 1938, Clark visitou alguns campos de petróleo e sua observação da perfuração profunda confirmou as suspeitas de longa data de que existia uma significativa coluna geológica. Clark atribuiu essa coluna àordem dos ambientes erodidos e destruídos pelas águas em gradual ascensão, que vão desde profundidades oceâni-cas até montanhas.5:144-148 A essa observação, pu-blicada em 1946 em seu livro The New Diluvia-nism, ele deu o nome de “modelo do zoneamento paleoecológico”, proposta utilizada até hoje pela comunidade criacionista.7,8

Em 1941, Frank Lewis Marsh (1899-1992), tam-bém ex-aluno de George McCready Price, publi-cou o livro Fundamental Biology.9 Marsh foi o

primeiro adventista a receber o título de PhD em Biologia e o primeiro dire-

tor (1958-1964) do Geoscience Rese-

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arch Institute (GRI). Dentre as contribuições mais popularizadas e amplamente divulgadas de Marsh está o conceito de “baraminologia”, que deriva de dois termos hebraicos: bara, “criar”, e min, “tipos”.10 Marsh criou o termo “baramin”, que ele traduzia como “tipos criados”. Segundo Mar-sh, essa nomenclatura tinha por objetivo solucio-nar a confusão causada pela palavra “espécie”. Poucos cristãos evangélicos sabem que as bases para o moderno criacionismo foram construídas por adventistas, cuja lei-tura do Antigo Testa-mento era notavelmente literalista quanto ao livro de Gênesis.5

Outro aluno de Price, Clifford Burdick (1945-1974), fez pós-graduação em Geologia na Univer-sidade de Wisconsin. Ele escreveu muitos artigos importantes de pesqui-sacom orientação criacionista, incluindo, nos anos de 1945, um artigo com uma das primeiras críticas sérias à datação radiométrica. Burdick foi o primeiro criacionista a realizar uma série de pesquisas e fazer uma reportagem sobre as fa-mosas pegadas de homens e dinossauros no Rio

Paluxy, no Texas.De igual modo, a Igreja Adventista é pioneira

no ensino do criacionismo no Brasil. No livro Te-ologia e Ciências Naturais, da editora católica Paulinas, é dito que “o criacionismo [...] trata-se de um fenômeno moderno, ligado primariamente aos adventistas e ao fundamentalismo cristão norte-americano.11:239 E ele acrescenta: “Uma das denominações mais importantes no desenvolvi-mento do criacionismo foi (e ainda é) a Igreja

Adventista do Sétimo Dia”. 11:241 Mas o livro vai mais longe, ao informar (corretamente) que “a história do criacionismo no Brasil está fortemen-te vinculada à Igreja Adventista do Sétimo Dia”. A primeira obra brasileira que tratou do

criacionismo foi publicada em 1919, quatro anos antes do lançamento do The New Geology, de Price. Seu autor, Guilherme Stein Jr. (1871-1957), foi o primeiro adventista batizado no Brasil.11:245

O livro Teologia e Ciências Naturais chega a listar os considerados criacionistas mais impor-tantes do Brasil, nesta ordem: o jornalista Michel-

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son Borges, os membros no Núcleo de Estudos das Origens (como a bióloga Márcia Oliveira de Paula e o físico Urias Takatohi), o biólogo Rober-to Azevedo, o arqueólogo Rodrigo Silva, o geólo-go Nahor de Souza Jr. e o astrofísico Eduardo Lütz. Há, claro, menção especial ao engenheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira, fundador e presi-dente da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB).

Um nome menos conhecido, mas que mere-ce figurar na história do criacionismo no Brasil é o do pastor Júlio Minham Ares (1897-1973). Júlio nasceu na Espanha, veio para o Brasil e se esta-beleceu em Porto Alegre, RS. Trabalhou em uma fábrica de doces. Sua supervisora, Nila, o convi-dou para assistir a uma série de conferências da Igreja Adventista. Ambos foram batizados e se casaram. Júlio se formou em Teologia pelo CAB (hoje UNASP), em 1925 (quarta turma). Foi pastor no Brasil, na Espanha e em Portugal. Autodidata e estudioso (dominava sete idiomas), passou a

escrever artigos sobre temas científicos liga-

dos à Astronomia, o que resultou

na produção de várias coleções, como A Con-quista do Espaço, Maravilhas da Ciência, Enciclo-pédia Peone Mistério e Surpresas do Átomo. Participou ativamente como membro da Asso-ciação Brasileira de Astronomia (ABA).

Maravilhas da Ciência foi publicado em 1959 pela Associação Brasileira de Astronomia. Nele, na página 281, Minham escreveu: “Uma escritora americana, Ellen G. White, que nada sabia de as-tronomia e que provavelmente nunca ouvira falar da Nebulosa de Órion, em um de seus livros tra-duzido para o português com o título de Vida e Ensinos, depois de comentar essa luminosidade escreveu [e ele cita o texto de Ellen White]. Isso dito assim tão simplesmente por quem nunca olhou um livro de astronomia, nem sonhava com buracos em parte alguma do céu, só pode ser creditado a dois fatores: histerismo ou inspiração. Para ser histerismo, parece científica demais a afirmação de que toda uma cidade, a Nova Jeru-salém, tenha livre passagem pelo túnel de Órion. A escritora não sabia do túnel, nem que ele é tão largo a ponto de comportar noventa sistemas solares. Terá sido revelado a essa escritora uma verdade que os astrônomos não puderam des-cobrir?”

Em 1950, o matemático e professor Orlando Rubem Ritter começou a lecionar Astronomia e Geologia criacionistas para o curso de Teologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), então conhecido como Colégio Adven-tista Brasileiro.12 Mais tarde, essas disciplinas fo-ram agrupadas numa só, conhecida como Ciência

e Religião. Em 1977, Orlando elaborou um ma-terial didático pioneiro: as apostilas “Estudos

em Ciência e Religião” (aliás, posterior-mente, essematerial foi reeditado e trans-formado em livro pela SCB).

A ideia de se organizar uma entidade criacionista (a atual SCB), no fim de 1971, está diretamente ligada à pessoa de Or-lando Ritter e à realização de uma semana cultural organizada no ano anterior, em São Carlos, SP. Nesse evento, vários pales-trantes, na maioria professores do Instituto Adventista de Ensino (IAE), foram convida-

Professor Orlando Rubem Ritter

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dos a expor assuntos de interesse cultural e científico. O professor Ritter apresentou uma pa-lestra sobre datação com carbono radioativo.12 No fim de sua fala, ele indicou bibliografia crítica sobre o assunto, fazendo menção à Creation Research Society, entidade criacionista norte-a-mericana, fundada havia cerca de dez anos, e que vinha publicando sua revista trimestral com artigos muito bem fundamentados. O impacto desse contato do professor Ritter com os futuros fundadores da SCB os inspirou a publicar, inicial-mente, traduções em português dos artigos da-quele periódico norte-americano.

Para fins de conhecimento, apresentaremos a seguir, em ordem cronológica, algumas contri-buições técnico-científicas (pesquisa, ensino e extensão) da Igreja Adventista para o estabeleci-mento do criacionismo no Brasil e no exterior:

Principais cientistas adventistasAtualmente, há vários cientistas criacionistas

que fazem boa ciência e apresentam argumenta-ção lógica na divulgação da história de nossas origens. Dentre eles, estão os principaisnomes atuantes ao longo das últimas décadas:

Cientistas internacionais: Harold Coffin (in memoriam), Harold Clark (in memoriam), Ariel Roth, James Gibson, Robert Brown, Arthur Cha-dwick, Leonard Brand, Robert V. Gentry, Raúl Es-perante, entre outros.

Cientistas brasileiros: Ruy Carlos de Camargo Vieira, Orlando Rubem Ritter, Nahor Neves de Souza Jr., Marcos Natal Costa, Eduardo Lütz, Mar-cia Oliveira de Paula, Wellington Silva, Roberto de Azevedo, Rodrigo Silva, Urias Takatohi, Queila de Souza Garcia, Tarcisio da Silva Vieira, Marcio Fraiberg Machado, Matusalém Alves Oliveira, Air-ton Deppman, entre outros.

Esses cientistas têm contribuído com a causa criacionista de diversas maneiras ao longo do tempo. Além desses, a Igreja Adventista possui renomados escritores de livros e artigos,tais como o Dr. Ruy Vieira e o jornalista Michelson Borges, que têm ajudado a disseminar o criacio-nismo e influenciado gerações.

Centros de pesquisaGeoscience Research Institute (GRI) – Funda-

do em 1958, é o principal órgão de produção e divulgação de pesquisa científica baseada no pa-radigma criacionista. O GRI está localizado no campus da Universidade Adventista de Loma Linda, na Califórnia (http://grisda.org), e possui uma filial no Brasil (www.evidenciasonline.org). O

GRI Brasil (uma das sub-sedes do GRI) foi fundado em junho de 2008 e está localizado no Centro Universitário Adventistade São Paulo, campus Engenheiro Coelho. O GRI Brasil é um centro de estudos, de produção e divulgação de materiais de interesse científico, teológico e filosófico rela-cionado com a controvérsia criacionismo versus evolucionismo. Foi estabelecido para abordar esse tema ao examinar as evidências científicas sobre as origens. O instituto usa tanto a ciência quanto a Revelação para estudar a questão das origens, pois considera que o uso exclusivo da ci-ência seja uma abordagem muito limitada. O ins-tituto serve à Igreja Adventista do Sétimo Dia em duas áreas principais: pesquisa e comunicação.

Earth History Research Center – O Centro de Pesquisa da História da Terra (http://origins.swau.edu) é mantido pela Southwestern Adventist Uni-versity (http://www.swau.edu), localizada em Kee-ne, no Texas, EUA. É uma organização sem fins lucrativos e nãosectária de cientistas ativos. O centro tem como missão desenvolver uma visão cientificamente crível da história da Terra, de acordo com as Escrituras, além de realizar pesqui-sa científica relacionada com esse objetivo e pro-mover sua visão por meio de publicações e da educação.

Sede do GRI em Loma Linda - Califórnia

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Universidades adventistas norte-americanas

Dentre as diversas instituições de ensino su-perior espalhadas pelo mundo, três grandes uni-versidades adventistas se destacam:

Loma Linda University – É tida como referência em pesquisas médicas e epidemiológicas sobre estilo de vida saudável, vegetarianismo, atividade física, assuntos esses também relacionados ao criacionismo. As pesquisas científicas adventistas produzidas por essa universidade são tidas como referência na área (saiba mais em http://publiche-alth.llu.edu/adventist-health-studies/scientific-pu-blications).

Andrews University – Tida como referência em estudos científicos em Arqueologia, de lá saem profissionais altamente competentes e disputados no mercado trabalho. Os trabalhos desenvolvidos pelo Instituto de Arqueologia da Andrews têm sido destaque nas manchetes nacionais e internacio-nais (leia a matéria “Arqueólogos adventistas são destaque na IstoÉ” no site www.criacionismo.com.br).

Southwestern Adventist University – A institui-ção mantém o Dinosaur Project, liderado pelo Dr. Arthur Chadwick, que consiste na escavação de fósseis de dinossauros e estudos tafonômicos re-alizados no sítio paleontológico Formação Han-son, no Estado de Wyoming, EUA, onde se supõe que haja entre dez a quinze mil dinossauros soter-rados (http://dinosaurproject.swau.edu). Os fósseis são pesquisados com o auxílio tecnológico de um GPS de alta resolução e programas de computa-dor sofisticados. Aliás, atualmente é o único grupo de pesquisa a utilizar esse tipo de tecnologia. No decorrer de suas pesquisas, Chadwick conseguiu observar evidências de que os dinossauros foram extintos simultaneamente por meio de uma gran-de catástrofe, sinalizando morte catastrófica e so-terramento de dinossauros que apontam para um dilúvio global. Além disso, também são feitas ex-cursões com alunos e o projeto oferece horas de créditos para os estudantes dos cursos de ciências da universidade.

Faculdades adventistas brasileirasDentre elas, destacam-se IAP, FADBA, Fadmi-

nas e Unasp, que preparam diversos pesquisado-res por ano e os estimulam ao mundo investigativo dentro dos temas em ciência e religião.

Instituições, entidades, publicações e eventos

Casa Publicadora Brasileira (CPB) – A CPB, com mais de um século de existência, é uma das 60 editoras adventistasespalhadas pelo mundo e possui grande variedade de livros didáticos, os quais procuram conciliar as exigências do MEC com a filosofia da educação adventista. A editora está no mercado didático há mais de três décadas. A CPB tem publicado ao longo dos anos livros e revistas com teor criacionista, dentre eles os livros Estudos Sobre Criacionismo e Evolução ou Criação Especial?, de Frank Marsh; Deus e Evolução, de Francis Nichol; Origens, de Ariel Roth; A História da Vida, A Descoberta e Por Que Creio, do jornalista Michelson Borges. A coleção didática Este Mundo Maravilhoso atingiu a marca de um milhão de exemplares e foi adotada em escolas públicas. O teor criacionista dos livros gerou polêmica e mani-festações contrárias em veículos de grande circula-ção, como a Folha de S. Paulo, que publicou matéria criticando a oposição ao evolucionismo.

Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) – A his-tória da SCB (www.scb.org.br) remonta ao fim de 1971, quando a família do engenheiro Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira, incluindo sua falecida esposa e seu filho Rui Vieira, diretor executivo da entidade, ambos adventistas, foi especialmente tocada por Deus para abraçar essa missão.13 No início da déca-da de 1990, a sede da SCB foi transferida da cidade de São Carlos, no interior paulista, para Brasília, mudança que marcou uma fase de muitos avanços da entidade. Mas somente em agosto de 2000 a SCB foi oficialmente institucionalizada, passando a ter personalidade jurídica.

Revista Criacionista – Em abril de 1972, foram lançados 500 exemplares do primeiro numero da Folha Criacionista. Essa publicação, durante muitos anos, foi a viga-mestra das atividades da SCB. Em 1994, a Folha Criacionista passou por aprimora-

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mentos, mas somente em 2002 ela foi renomeada para Revista Criacionista com a colaboração de Michelson Borges. A partir de então, ela manteve edições semestrais. Além disso, a editora da SCB começou a publicar vários livros, produzir vídeos e elaborar kits e cartazes didáticos.

Seminários “A Filosofia das Origens” –Nesse período, também teve início uma série de palestras de divulgação do criacionismo em várias capitais brasileiras: os seminários intitulados “A Filosofia das Origens”.

Centro Cultural – A ideia de um centro cultural criacionista surgiu, inicialmente, devido à necessi-dade de organizar um espaço para abrigar o volu-moso acervo bibliográfico (livros, periódicos, publi-cações avulsas, cartazes e painéis) formado ao longo de mais de 30 anos, bem como expor as coleções de rochas, minerais, gemas, fósseis, obje-tos e artefatos de interesse arqueológico, etnológi-co e antropológico. Assim, o centro cultural, inau-gurado em 2 novembro de 2004, funciona como museu e biblioteca e possui infra-estrutura de multimídia para a realiza-ção de palestras e cursos em um auditório, além de teleconferências e educa-ção a distância.

Revista Diálogo Uni-versitário – Lançada em 1989, a Diálogo Universi-tário é uma revista acadê-mica internacional, publi-cada pela Comissão do Ministério Adventista para Estudantes Colegiais e

Universitários (AMiCUS), em cooperação com as 13 divisões mundiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia (http://dialogue.adventist.org/en/home). A re-vista cobre assuntos contemporâneos referentes a artes, ciências humanas, filosofia, religião e ciências físicas. Dentre os artigos, destacam-se os que têm sido publicados sobre ciência e religião, assinados por conceituados cientistas criacionistas de várias universidades ao redor do mundo, focalizando as-pectos relacionados com a controvérsia entre o evolucionismo e o criacionismo bíblico. A revista possui diversas edições voltadas a pesquisas cria-cionistas. Diálogo é publicada três vezes por ano, em quatro edições paralelas: inglês, francês, portu-guês e espanhol. Com uma circulação de trinta mil exemplares por edição, Diálogo tem leitores em mais de cem países. A revista é dirigida a estudan-tes colegiais e universitários, professores, capelães e profissionais adventistas do sétimo dia ao redor do mundo.

Museu de Geociências – Fundado em 1991 pelo médico Dr. Carlos Gama Michel, foi o primeiro mu-seu criacionista do Brasil (www.adventista.edu.br/geociencias). O museu é mantido pela Faculdade Adventista da Bahia (FADBA) e ligado ao Seminário Adventista Latino-americano de Teologia. Está lo-calizado na cidade de Cachoeira, BA. A partir de 2001, esse Museu passou à direção do Dr. Welling-ton dos Santos Silva, e em 2013 foi revitalizado, passando a manter parceria com o GRI Brasil. O Museu de Geociências oferece uma viagem ao mundo da paleontologia, com a exibiçãode fósseis

Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira no centro cultural da Sociedade Criacionista Brasileira.

MAB - Museu de Arqueologia Bíblica, Paulo Bork (Unasp-EC)

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de algumas espécies extintas. O museu conta com mais de 500 peças, entre fósseis, rochas, minerais e objetos arqueológicos.

Núcleo de Estudos das Origens (NEO) – Desde 1999 funciona no Unasp, campus São Paulo, o Nú-cleo de Estudos das Origens (NEO), fundado du-rante o 3º Encontro Nacional de Criacionistas, evento periódico promovido também por essa ins-tituição de ensino, que visa a orientar seus cerca de 4.000 alunos a respeito do criacionismo. Aliás, dentro do currículo de todos os cursos de gradua-ção, há um curso chamado “Ciência das Origens” que, ministrado por acadêmicos de várias áreas, vale-se das “teorias científicas” para fortalecer o criacionismo. 3

Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork (MAB Unasp-EC) – Inaugurado em maio de 2000, é o único museu de arqueologia bíblica da América Latina (http://www.unasp-ec.edu.br/conheca/mu-seu-de-arqueologia). Está localizado no Unasp, campus Engenheiro Coelho, e tem como objetivo manter coleções e expor achados arqueológicos, além do comprometimento na divulgação da vera-cidade do relato bíblico, inclusive em questões so-bre as origens da humanidade. Com um acervo demais de duas mil peças, ele é, sem dúvida, um importante símbolo do compromisso da Igreja Ad-ventista no Brasil com a autoridade normativa das Escrituras. Inaugurado em 14 de maio de 2000, o museu foi estabelecido para prover um meio de apresentar a cultura da Europa (antes da Idade Moderna), Egito, Grécia e antigo Oriente Médio, re-lacionada à narrativa bíblica e à origem do cristia-nismo, inclusive do criacionismo. O curador do museu é o doutor em arqueologia Rodrigo Pereira da Silva.

Site Criacionismo – Criado em 2006 pelo jorna-lista, escritor e editor da CPB Michelson Borges, o site www.criacionismo.com.br ajudou a popularizar os conceitos criacionistas para os falantes da língua portuguesa. Com uma abordagem simples e apre-sentação de temas de interesse geral, o site, aces-sado por dezenas de milhares de pessoas todos os dias, contribui para divulgar o criacionismo e as entidades que estão relacionadas com o tema. Mi-chelson indica livros, artigos científicos e também

grava vídeos que são veiculados em seu canal no YouTube.

Programa de TV “Evidências” – Lançado em 2007, o programa Evidências (http://novotempo.com/evidencias), desenvolvido pelo canal de tele-visão Novo Tempo e apresentado pelo arqueólogo Dr. Rodrigo Silva, segue o formato documentário e oferece 30 minutos de conhecimento sobre diver-sos assuntos, entre os quais temas relacionados à controvérsia evolucionismo versus criacionismo.

Consórcio Criacionista Adventista (CCA) – Em dezembro de 2012, foi assinado um protocolo de intenções entre a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista (sede geral dos adventistas para oito países sul-americanos), SCB, GRI Brasil, NEO do Unasp e Museu de Geociências da FADBA. Esse consórcio teve como objetivo promover a implan-tação de um conjunto integrado de ações destina-das a disseminar o criacionismo no Brasil, no âmbi-to da América do Sul e em outras regiões, além de receber maior apoio da Divisão para a consecução de seus objetivos comuns. Na prática, haverá mais pesquisa criacionista, maior número de publicações na área e visibilidade nos meios de comunicação dos materiais científicos produzidos.

Programa de TV “Origens” – Lançado em maio de 2015, o programa “Origens” (http://novotempo.com/origens) é mantido pelo canal de TV Novo Tempo, da Igreja Adventista. O programa apresen-ta questões relacionadas à origem da Terra e dos seres vivos, e parte do pressuposto de que nosso planeta está repleto de monumentos do tempo e da história. Que pistas eles podem nos dar sobre quem somos e de onde viemos? Em formato de documentário, “Origens” apresenta o que há de mais fascinante na natureza – e revelações intri-gantes de ciências como paleontologia, física, ge-nética e neurologia.

Núcleo Maringaense da SCB (Numar-SCB) – Em outubro de 2015, um pequeno grupo de adventis-tas, sob a coordenação do químico Dr. Agrinaldo Jacinto do Nascimento Junior, percebeu a necessi-dade de um ambiente em que pudessem dialogar sobre assuntos convergentes, como a ciência e as Escrituras Sagradas, tão necessários em um polo

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Considerações finaisDesde o seu surgimento no século 19, a Igreja

Adventista do Sétimo Dia tem se empenhado na pro-clamação da mensagem de Apocalipse 14:6, 7, que diz: “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai--Lhe glória; porque é vinda a hora do Seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Um dos grandes propósitos desse movimento suscitado pelo Criador é levar as pessoas de volta à verdade de que elas não são um “acidente cósmico”, mas resultado de um projeto pensado com carinho. Debaixo dessa bandeira, ao longo das déca-das, homens e mulheres têm dedicado tempo e talen-to a fim de levar avante a mensagem da criação.

Inauguração da sede do Numar-SCB

Referências1. Silva S. O debate por trás de uma declaração. Revista Adventista

(06/07/2015). Disponível em: http://www.revistaadventista.com.br/conferencia-geral-2015/tag/criacionismo/

2. Du Preez R. 1844: Coincidence or providence? Dialogue. 2006;18(3):13-15. Disponível em:https://dialogue.adventist.org/1373/1844-coincidence-or-providence

3. Santos MFS, Rodrigues WG. O ensino do criacionismo nas aulas de ciências. Capítulo 2, pp.47-80. In: Silva WS. Criacionismo no século 21: uma abordagem multidisciplinar. Cachoeira, BA: Editora Ceplib, 2013.

4. White E. Educação. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008.5. Numbers RL. The Creationists: From Scientific Creationism to Intelligent

Design. Expanded Edition. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2006. 624p.

6. Clark HW. Back to Creationism. Angwin, CA: Pacific Union College Press, 1929, p.139.

7. Clark HW. The New Diluvialism. Andwin, CA: Science Publications, 1946, pp. 39-93.

8. Clark HW. Paleoecology And The Flood. CRSQ 1971; 8(1):19-23.9. Marsh FL. Fundamental Biology. Lincoln, NE: Published by the Author,

1941.10. Marsh FL. Variation And Fixity Among Living Things. A New Biological

Principle. CRS Quarterly 1978;15(2):115-118.11. Da Cruz ER. Teologia e Ciências Naturais. São Paulo: Paulinas, 2011,

352p.12. Borges M. Educador por excelência. Revista Adventista (26/05/2015).

Disponível em: http://www.revistaadventista.com.br/blog/2015/05/26/educador-por-excelencia/

13. Borges M. SCB 40 anos: em defesa do princípio. Blog Criacionismo (15/10/2012). Disponível em: http://www.criacionismo.com.br/2012/10/scb-40-anos-em-defesa-do-principio.html

Everton F. Alves é mestre em Ciências (Imunogenética) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). É Cofundador e editor da Origem em Revista.

[email protected]

universitário como a cidade em que logo seria fundado um núcleo de estudos. Dois meses após essa primeira reunião, o Núcleo Maringaense da Sociedade Criacionista Bra-sileira (Numar-SCB) (www.numar.scb.org.br) foi estabelecido oficialmente na cidade de Maringá, PR, durante a programação do 1º Workshop do Numar-SCB, realizado na Câ-mara Municipal da cidade. O evento contou com a presença do presidente da SCB, Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira. A criação do 1º Núcleo da SCB foi celebrada por meio da assinatura do Termo de Intenções entre as organizações representadas pelos respecti-vos diretores-presidentes e recebimento de certificado.

Em fevereiro de 2016, tiveram início as atividades de ensino do Numar-SCB por meio do programa “Diálogo Sobre as Ori-gens”, aberto à comunidade e que consiste em encontros semanais com palestras trans-mitidas ao vivo– em seu canal no YouTube– de pesquisadores de diversas áreas do co-nhecimento. Além disso, o Núcleo tem produzido materiais escritos que podem ser encontrados em seu site, e promovido even-tos de grande porte com expoentes do cria-cionismo nacionais e internacionais. Ademais, tem participado de atividades científicas e culturais.

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A ciência nos dá o conhecimento do mundo e a religião nos dá o significado.

Michael Keller, pesquisador polonêsque formulou a Teologia da Ciência

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Pesquisa G R A Ç A L Ü T Z

A descoberta da

CiênciaA palavra “ciência” vem do latim scientia e significa “conhecimento”. Vem de scire, “conhecer”, “saber”. Está

relacionada a scindere, “cortar”, “dividir”. É provável que originalmente significasse “separar uma coisa de outra para distinguir”.1 Ao longo dos séculos, essa palavra foi usada apenas como sinônimo de conhecimento

ou de conhecer, mas nos séculos 17 e 18, durante a Revolução Científica, ela passou a ter um significado mais definido e específico. Por outro lado, uma linha de investigadores prosseguiu utilizando o significado vago da palavra, de forma que uma série de diferentes tipos de investigação com resultados diversos em termos de eficiência e confiabilidade pudesse ser chamada de ciência. Especialmente a partir do século 19 isso se tem demonstrado desorientador em termos de clareza e eficiência nos meios acadêmicos. É da história desses significados e suas consequências que pretendo tratar.

A Revolução Científica As bases do protocolo conhecido como

método científico, ou seja, observação, formulação de uma hipótese, experimentação, interpretação dos resultados e conclusão, podem ser traçadas desde Aristóteles.2-5 Portanto, a ideia de que uma investigação requer observação, dados empíricos e sistematização é muito antiga e não remete ao tempo da Revolução Científica, nos séculos 17 e 18. Então, qual foi a novidade trazida pela Revolução Científica que ocasionou essa explosão de novos co-nhecimentos convertidos em tecnologia, que séculos de história não foram capazes de produzir? Vejamos

o que diz o pai da Ciência Moderna, Galileu Galilei: “A [verdadeira] filosofia está escrita neste grandioso livro que está sempre aberto à nossa contempla-ção (refiro-me ao universo), mas que não pode ser entendido sem que primeiro se aprenda a língua, e conheçam-se os caracteres com os quais está escri-to. Ele está escrito em linguagem Matemática, e seus caracteres são triângulos, círculos, e outras figuras geométricas sem as quais é humanamente impossí-vel entender sequer uma de suas palavras; sem estes [caracteres] fica-se a vagar por um escuro labirinto.”

“Deixando de lado as sugestões, falando aber-tamente e tratando a Ciência como um método de demonstração e raciocínio humanamente alcan-

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çável, sustento que quanto mais isso participa da perfeição, menor será o número de proposições que prometerá ensinar, e menos ainda provará conclusivamente. Conse-quentemente, quanto mais perfeita é [a metodologia], menos atrativa será e menos seguidores terá.”6

Em outras palavras, “ciência é um método de demonstração e ra-ciocínio baseado em Matemática de maneira coerente com o que apren-demos na natureza”, ou “ciência é o conjunto de métodos matemáticos [ferramentas] que podemos usar coerentemente para estudar qualquer assunto”.

A noção da importância estra-tégica da Matemática na pesquisa científica era compartilhada por outros que contribuíram para a descoberta da ciência.

Roger Bacon (1214-1294), mesmo ainda usando a palavra “ciência” no sentido de área do conhecimento, já reconhecia a matemática como a base de todas as disciplinas: “Se em outras ciências devemos chegar à certeza sem dúvida e à verdade sem erro, compete-nos colocar os fundamentos do conhecimento na Matemática.”7 “Há quatro grandes ciências, sem as quais as demais não podem ser conhecidas e nem um conhecimento das coisas assegurado... Dessas ciências, a porta e a chave é a Matemática... Aquele que é ignorante disso não pode entender as outras ciências nem os assuntos deste mundo.”8

Leonardo da Vinci (1452-1519): “A natureza é uma fonte de verdade. A experimentação nunca erra; é apenas seu julgamento que erra prometendo a si mesmo resultados não causados de seus experi-mentos.”9 “Nenhuma investigação humana pode ser chamada de verdadeira ciência se não pode ser demonstrada matematicamente.”10

Partindo dessas ideias, Isaac Newton se propôs a usar métodos matemáticos para estudar as leis da Mecânica. Percebeu que os conhecimentos da época não eram suficientes, mas encontrou nas próprias leis do movimento as pistas para deduzir o que precisa-va. Descobriu assim o Cálculo Diferencial e Integral,

que abriu as portas para o estudo não apenas da Mecânica, mas também das demais leis da natureza.

Convém definir, neste ponto, o significado de Matemática: deriva do grego μάθημα (máthema = ciência, conhecimento, instrução).11 Pode-se dizer que ela é o conhecimento em si, independentemente do ser humano, incluindo toda a lógica, todas as possi-bilidades, todas as relações, todas as conexões, todas as estruturas. Isso significa que ela é mais do que os símbolos e os números com que estamos acostuma-dos. Essa simbologia é apenas uma forma de apre-sentar algo da realidade. Qualquer metodologia que tenha correspondência com nossa realidade ou com qualquer realidade possível, necessariamente possui uma base matemática, podendo ser mais ou menos eficiente dependendo de quão exatamente representa padrões reais e do grau de correção com o qual é uti-lizada. A humanidade tem usado diferentes linguagens para representar estruturas matemáticas. Exemplos disso são as diferentes linguagens de programação de computadores.

O Cálculo que Newton descobriu estudando as

“Ciência é o conjunto de métodos matemáticos [ferramentas] que

podemos usar coerentemente para estudar qualquer assunto”

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leis da Mecânica permitiu investigações sobre calor, luz, eletricidade, magnetismo e átomos, que levaram ao desenvolvimento da Química, Biologia, Geologia, Medicina, Engenharias e tecnologias que alavancaram todas as áreas do conhecimento.12

Pilares da pesquisa científicaO tipo de metodologia que produziu todo o

progresso que conhecemos hoje está baseado, resumidamente, nos seguintes pilares:

1. Coleta de informações segundo critérios estabe-lecidos matematicamente; esse tipo de estudo pode ser chamado de experimentação; os resultados desse tipo de estudo chamam-se dados (experimentais).

“2. Estudo de dados em busca de regularidades, ou leis, segundo critérios estabelecidos pela Estatís-tica (que é uma área da Matemática); formulação de modelos (bases relacionais formais) que sintetizam uma infinidade (literal) de dados coletados e por coletar; estabelecimento de teoremas relacionando as classes infinitas de modelos possíveis; os modelos matemáticos mais abrangentes são chamados de teorias científicas.”13

Existem vários importantes conceitos auxiliares:

O século 19 e a teoria da evolução Enquanto a Revolução Científica prosseguia, nos

séculos 17 e 18, havia uma linha de investigadores que continuava utilizando apenas observação, dados empíricos e sistematização para compreender a

natureza. Esses métodos, embora úteis, não têm o poder de produzir conhecimento com o mesmo grau de eficiência e precisão que métodos matemáticos permitem. Devido a esse fato, outras áreas além da Física, como a Química e a Biologia, por exemplo, demoraram mais a ter o mesmo progresso. Por fim, os métodos e instrumentos produzidos pelo avanço da Física chegaram a essas e outras áreas, alavancando e auxiliando o desenvolvimento delas.

Na metade do século 19, Charles Darwin publicou A Origem das Espécies. A unificação do princípio darwi-niano da seleção natural com a genética mendeliana, no século 20, produziu o que hoje é conhecido como Teoria da Evolução, a Síntese Evolutiva Moderna. A Teo-ria da Evolução, no entanto, não pode ser considerada uma teoria científica no mesmo sentido das teorias de Newton, Einstein e outros. Um conceito mais light de Ciência é necessário para que ideias mais filosóficas (organizadas, mas sem uma estrutura matemática explícita e coerente), como as de Darwin, possam ser consideradas como teorias científicas.

De fato, o legado de Darwin contribuiu para que uma linha de investigação mais ao estilo de Aristóteles prosseguisse nos meios acadêmicos lado a lado com pesquisas mais avançadas. E esse é o motivo por que tantos pesquisadores acreditam que a ciência pode er-rar, que o que é verdade hoje pode já não ser amanhã, por exemplo.

O legado do conceito mais light de ciência produziu um conceito confuso do que ela significa, de tal forma que ao longo de um discurso o termo vai derivando para diferentes significados. A palavra “ciência”, ao longo de uma palestra ou diálogo, pode passar por todos os seguintes significados: área do conhecimento, pesquisa que está sendo realizada, os resultados dessa pesquisa, a academia, um conjunto de cientistas, o consenso acadêmico, a opinião de um conjunto de cientistas, etc.

Unificação das diversas áreas de conhecimento

Como disse Leonardo da Vinci, “nenhuma investigação humana pode ser chamada de verdadeira ciência se não pode ser demonstrada matematica-mente”.10 A utilização de métodos matemáticos nas diferentes áreas de pesquisa possibilita uma unifi-cação sem precedentes entre elas. Porque o uso desses métodos torna explícita a profunda interde-pendência entre tudo que compõe nossa realidade. O ser humano é limitado e precisa separar o conhecimen-to em áreas para poder lidar com um conjunto limitado de temas de cada vez. Ao lidar com esses temas sem as

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ferramentas que a Matemática pode fornecer – tornando possível inclusive tratar de um número infinito de aspectos –, há a tendência de se perderem de vista a quantidade e a ri-queza de conexões entre as diferentes áreas. Se nos fosse possível contemplar de uma só vez toda a realidade, não veríamos um conjunto de áreas de conhecimento com re-giões de intersecção entre elas, mas um todo contínuo e harmônico. Essas separações são artifícios de nosso raciocínio humano limitado, mas os métodos matemáticos nos permitem lidar com aquilo que nossos sen-tidos, nossa intuição e nosso senso comum não conseguem lidar.

Considerações finaisObservação, formulação de uma

hipótese, experimentação, interpretação dos resultados e conclusão, em sua essência, com menos sofisticação do que o protocolo atual, é um método que pode ser traçado desde Aristóteles. Ele não pode, portanto, ser considerado responsável pelo fantásti-co boom que o conhecimento da natureza e consequente desenvolvimento tecnológico teve a partir dos séculos 17 e 18. Foi a noção e o desenvolvimento de métodos matemáticos por parte de pioneiros como Galileu, Newton e outros que possibilitaram o fantástico de-senvolvimento que acabou por revolucionar os modos de produção e a comunicação sobre a face do globo.

O conceito antigo e vago de ciência

Referências1. Online Etymology Dictionary.  http://www.ety-

monline.com/index.php?term=science; aces-sado em 18/10/2016.

2. History of the Scientific Method. https://explo-rable.com/history-of-the-scientific-method; acessado em 19/10/2016.

3. Stanford Encyclopedia of Philosophy; Scienti-fic Method.  http://plato.stanford.edu/entries/scientific-method/#HisRevAriMil; 13/11/2015.

4. Williams, L. Pearce. History of Science. https://global.britannica.com/science/history-of-s-cience; acessado em 18/10/2016.

5. Faria, Caroline. Método Científico. www.infoes-cola.com/ciencias/metodo-cientifico/; acessa-do em 19/10/2016.

6. Galiei, Galileu. Il Saggiatore; 1624.7. Shapiro, Fred R. The Yale Book of Quotations,

39; 2006. Opus Majus of Roger Bacon (1928), vol 1, 124.

8. Burke, R.B. The Opus Majus of Roger Bacon (1928), v. I, 116. Opus Majus [1266-1268], Part IV, distinction I, chapter I.

9. Vinci, Leonardo da.  http://todayinsci.com/D/DaVinci_Leonard/DaVinciLeonardo-Quota-tions.htm; acessado em 20/10/2016.

10. Vinci, Leonardo da. http://www.azquotes.com/quote/1003639; acessado em 20/10/2016.

11. Isidro Pereira, S.J. Dicionário Grego-Portu-guês e Português-Grego, sexta edição. Livraria Apostolado da Imprensa.

12. https://global.britannica.com/science/history--of-science; acessado em 18/10/2016.

13. Lütz, Eduardo F. Considerações sobre Ciência, 164. Cosmovisão Criacionista Bíblica – Coletâ-nea de artigos publicados nos periódicos da SCB; Brasília, 2015.

14. Merriam-Webster Dictionary. Theorem  http://www.merriam-webster.com/dictionary/theo-

rem; acessado em 20/10/2016.

Graça Lütz é bióloga e mestre em Bio-química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). [email protected]

prosseguiu coexistindo com o novo con-ceito. O conceito antigo possibilitou que uma filosofia baseada em observações e racionalizações, como a Teoria da Evo-lução, pudesse ser elevada ao status de ciência e assim permanecer até hoje. O uso de um conceito mais avançado de ciência, como o proposto pelos pio-neiros dela, possibilitaria uma visão mais abrangente e conectada da realidade. Essa visão seria benéfica, inclusive, para aprofundar estudos sobre evolução.

Foi a noção e o desenvolvimento de métodos matemáticos por parte de pioneiros como Galileu, Newton e outros que possibilitaram o fantástico desenvolvimento que acabou por revolucionar os modos de produção e a comunicação sobre a face do globo.

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Evolucionismo ou Criacionismo? E D I T O R E S

Os principais tipos de modelos das

OrigensÉ fundamental saber o que significam os termos que abordamos em nossas conversas ou em nossos textos. O fato de não definirmos um termo da maneira correta implica em não conseguir transmitir a ideia correta em favor de nossas discussões. Muito se tem discutido sobre o que é criacionismo e quais as suas variações. Basta uma breve busca para nos depararmos com uma série de “definições” diferentes e confusas.

Diante desse problema, nós, da Origem em Revista, de-cidimos dedicar um tempo

considerável para reunir os me-lhores especialistas em ciência da Criação no Brasil, ligados à Socie-dade Criacionista Brasileira (SCB), a fim de que, juntos, pudéssemos desenvolver conceitos simples e diretos sobre cada um desses modelos das origens, para facilitar a sua compreensão, bem como o conceito de ciência que norteará toda a linha de publicação da re-vista.

Ciência é um conjunto infini-to de métodos matemáticos que pode ser usado coerentemente em investigações sobre qual-quer assunto. Esse conjunto de métodos é como uma caixa de ferramentas. Nela, encontramos os mais variados tipos de ferra-

mentas para cada tipo de tarefa, desde as mais simples até as mais sofisticadas. Os pioneiros da ciên-cia reconheciam a Matemática como estando na base de todas as demais áreas do conhecimen-to humano. Também entendiam que Matemática não se inventa, se aprende na natureza.

Evolucionismo é uma estrutu-ra conceitual segundo a qual os seres vivos surgiram por proces-sos naturais, casuais e a partir de um ancestral comum universal, e se diversificaram ao longo do tempo geológico por meio de pe-quenas e grandes mudanças, sem direção nem propósito definidos.

Criacionismo é uma estrutu-ra/modelo conceitual que ado-ta para o estudo da natureza a possibilidade da existência de um Criador. A vida teria sido criada

inicialmente complexa, completa e funcional, em tipos básicos de seres vivos dotados do aporte ne-cessário para sofrer diversificação limitada ao longo do tempo. Exis-tem três principais ramificações distintas dentro do criacionismo: a religiosa, a bíblica e a científica. Normalmente, quando falamos de criacionismo, as pessoas tendem a associar apenas aos dois primei-ros e se esquecem de que existe uma terceira ramificação, que vem sendo divulgada desde 1970 nos Estados Unidos, chamada de “criacionismo científico”. Mas an-tes de falar sobre o criacionismo científico, vamos definir as duas propostas criacionistas mais co-nhecidas.

O criacionismo religioso é uma estrutura/modelo conceitual que, apenas pela fé, aceita como

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tanto, neste modelo, a Terra poderia ter 20 mil, 30 mil anos, caso as evidências atuais da ciência apontassem nessa direção (o que não é o caso)... Muitas pessoas também confundem o “criacionis-mo científico” com o design inteligente. Segundo a definição oficial, o criacionismo científico é uma linha de pesquisa que utiliza métodos da ciência para identificar e analisar evidências de que o uni-verso e a vida foram criados. O criacionismo cien-tífico apenas avalia evidências de que processos naturais e leis da natureza não teriam trazido à exis-tência o universo, a vida, nem a complexidade ne-les encontrada. Dessa forma, vemos que o criacio-nismo científico trabalha somente com processos naturais, leis da natureza e métodos matemáticos. Já o design inteligente (DI) é uma proposta diferente. Oficialmente, ele é definido como “uma teoria cien-tífica que defende que certas características do uni-verso e dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente ao invés de processo não direcionado, como a seleção natural”. O DI utiliza métodos da ciência a fim de demonstrar se o de-sign observado na natureza é real ou um produto das leis naturais, necessidades ou do acaso. Logo, o design inteligente trabalha apenas com a detec-ção de design. Ou seja, seu campo investigativo é bem mais delimitado e específico em relação ao criacionismo científico.

verdadeiros certos escritos de determinada religião, tais como exemplo o hinduísmo e o islamismo, que tratam da origem do universo e da vida. Não tem necessariamente a intenção de comprovar ou testar cientificamente suas afirmações. Também abrange os mitos da criação (tais como os chineses, hinduísta sou de tribos indígenas, por exemplo).

O Criacionismo bíblico é uma estrutura/modelo conceitual que defende a Bíblia como a infalível Pa-lavra de Deus. Leis, evidências, processos naturais e testes científicos são perfeitamente compatíveis com as revelações e os conceitos bíblicos. A vida é criada complexa e vai degenerando em decorrência dos efeitos deletérios do pecado, processo intensifi-cado pelo dilúvio global, descrito na Bíblia e em ou-tros documentos antigos.

Em relação à idade da terra, os criacionistas bí-blicos utilizam a expressão “menos de 10.000 anos” para se referir ao tempo decorrido desde a criação. Isto porque o texto massorético da Bíblia hebraica sugere uma idade em torno de 6.000 anos, enquan-to a versão Septuaginta sugere cerca de 7.500 anos, e a versão Samaritana ainda outro valor. O calendá-rio judaico aponta também uma idade diferente.”

Mas a grande confusão realmente está no “criacionismo científico”. Muitas pessoas confun-dem o criacionismo científico com o criacionismo bíblico, quando, na verdade, ambas são propostas distintas. O criacionismo científico não se preocu-pa em defender uma Terra jovem, de cerca de 6 a 10 mil anos de idade, tal como faz grande par-te dos proponentes do criacionismo bíblico. Por-

“A vida teria sido criada inicialmentecomplexa, completa e funcional,

em tipos básicos de seres vivos dotados do aporte necessário para

sofrerdiversificação limitada

ao longo do tempo.”

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“em 31 capítulos, fundamentados em mais de 350 artigos científicos (revisados por pares), expõe evidências que, antes mesmo de apoiar a Teoria do Design Inteligente, contestam alguns aspectos da te-oria neodarwiniana lançando mão apenas de pesqui-sas e resultados científicos, nos quais a proposta causal evolucionista não pode ser bem sucedida.”

Jônatas Duarte LimaLeitor

“Um desses integrantes da nova geração é... Ever-ton Fernando Alves. Seus trabalhos primam pela boa pesquisa acadêmica ao mesmo tempo em que ele procura utilizar uma linguagem acessível, pop-ularizando assim os conteúdos relacionados com a controvérsia entre o criacionismo e o evolucionis-mo. Este livro é um bom exemplo disso.”

Michelson BorgesJornalista e Editor da CPB

Acabam de sair duas super obras, aguardadas há muito tempo, que exploram assuntos atualizados sobre as nossas reais origens, de autoria do escritor, palestrante e mestre em Ciências Everton Fernando Alves, que vêm somar e contribuir com a divulgação ddo criacionismo e do design inteligente em nosso país.Ambos os livros estão sendo lançados pelo recém-inaugurado selo editorial do Núcleo Maringaense da SCB (Numar-SCB).

Para maiores informações sobre valores e compras, acesse a loja virtual do Numar-SCB. Para agendamento de palestras, entre em contato direta-mente com o autor.

www.numar.scb.org.br/lojavirtual

+55 44 9 9841-6858

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LANÇAMENTOS

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Complexidade irredutível da identidadede Euler

Design Inteligente na natureza CLEOMACIO MIGUEL DA SILVA

A matemática oferece diversos exemplos de conexões entre entes que aparentemente não possuem qualquer vínculo estético. Muitas vezes, essas interações criam padrões que impressionam. A identidade de Euler é considerada como “o padrão de ouro para a beleza matemática” devido à sua simplicidade, beleza e elegância. Ao usarmos operações básicas da função exponencial e suas interações, revela-se a complexidade irredutível da identidade de Euler, um sistema indissolúvel e enigmático.

Antes de qualquer grego, os antigos babilô-nicos desenvolveram estudos matemáticos avançados de cálculo e astronomia.1,2 Se-

gundo Aristóteles, “aqueles que afirmam que as ciências matemáticas nada dizem sobre a beleza das coisas, cometem grave erro. Na matemáti-ca, as principais formas de beleza são a ordem, a proporcionalidade e a precisão”.3 Hardy em uma passagem famosa afirmou: “o matemático é como um pintor ou um poeta, é um criador de padrões. Os padrões do matemático, tais como os do pintor ou do poeta, devem ser lindos. A beleza é o primeiro teste: não existe um lugar permanente no mundo para a matemática feia”. John Von Neumann escreveu: “eu acho correto dizer que os critérios de seleção do matemáti-co, e também de todos aqueles de sucesso, são principalmente estéticos”. Poincaré refletiu uma opinião semelhante quando escreveu: “é ver-dade o sentimento estético que todos os mate-

máticos reconhecem, as combinações úteis são precisamente, as mais bonitas”.4 No ano de 1988, os leitores do periódico Mathematical Intelligen-cer participaram de uma enquete para votar em qual fórmula matemática seria a mais bela de to-dos os tempos. A identidade eiπ+1=0 ficou em primeiro lugar com média 7,7.5 Quando Richard Feynman, aos quatorze anos de idade, deparou pela primeira vez a com a identidade eiπ+1=0, ele escreveu em letras garrafais em seu diário que aquela era “a mais incrível fórmula matemá-tica”. Keith Devlin, professor de matemática de Stanford, declarou que “essa equação é análo-go matemático da Mona Lisa de Dan Vinci, ou da estátua de Davi feita por Michelangelo. Paul J. Nahin, professor de engenharia elétrica, regis-trou em seu livro, a fabulosa fórmula do doutor Euler, que a expressão nos dá o “padrão ouro” para a beleza matemática”. Alguns a chamam de “a equação de Deus”.6

SÓSTENES RÔNMEL DA CRUZ

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Para Crease,6 a identidade de Euler também é um símbolo de como o seu autor redesenhou a matemática. Toda a equação de forma implíci-ta faz referência a essa estrutura herdada. Mas, Euler rearranjou essa ontologia, reorganizando-a de maneira que a análise ficasse no centro, com a geometria e a álgebra nas vizinhanças. A identi-dade eiπ+1=0 conseguiu encontrar aquele lugar exato na arquitetura dos números, onde núme-ros racionais, irracionais e imaginários se unem para, de maneira assustadora, “se equilibrar” e resultar em 0.

Já se disse que toda a análise está concentra-da na identidade eiπ+1=0. Ela serve como exem-plo claro e conciso do que uma fórmula e uma equação fazem: elas mostram como os elemen-tos em aparência independentes e até incompa-tíveis (números racionais, irracionais e imaginá-rios) participam de uma unidade. E a identidade eiπ+1=0 faz isso de modo muito conciso, como se possuísse poucas partes móveis. Ao mesmo tem-po, ela simplifica, organiza e unifica. Traz à tona o que as equações devem fazer. É uma equação que mostra o que é ser uma equação.6

A função exponencial complexaLeonard Euler mostrou que havia muitas van-

tagens matemáticas quando se utilizava a base da função exponencial para encontrar a soma da série infinita:7

Euler verificou que a soma dos termos é o número irracional 2,718281828459…, que ele representou por e, possivelmente por ser a pri-meira letra da palavra exponencial, que por sua vez lembra o nome Euler. O número e é a base dos logaritmos naturais e uma das mais impor-tantes constantes da matemática. Euler verificou se e fosse usado como base dos expoentes, a função ex pode ser calculada, para qualquer va-lor de x, usando a série infinita:7

Isto é conhecida como a função exponencial, um exemplo clássico da série de Taylor.

Euler estudou exaustivamente as funções tri-

gonométricas. Ele começou revisando o fato de que, se o diâmetro de um círculo fosse igual a 1, o comprimento da circunferência será o núme-ro irracional 3,14159295…, que ele chamou de π (“pi”), talvez por ser a primeira letra da palavra “perímetro”, em grego. Euler também estudou os números imaginários que foram chamados de ficção por René Descartes. Contrariando Descar-tes, Euler mostrou que os números imaginários tinham seu lugar na análise matemática. Ele cha-mou os números imaginários de números com-plexos, onde √-1=i [6]. Com isto Euler ampliou o número de soluções de equações e mostrou que os argumentos de Descartes contra os números imaginários estavam completamente equivoca-dos. Euler descobriu conexões profundas entre funções exponenciais, trigonométricas e os nú-meros complexos. Substituindo x=iy na função exponencial ex, ele constatou que,7

Porém,

Portanto,

Essa fórmula estabelece conexões profun-das entre funções exponenciais, trigonométricas e números complexos. Quando o grande mate-mático indiano Srinivasa Ramanujan descobriu as conexões por conta própria, ainda no ensino médio, ele ficou entusiasmado, mas ficou deso-lado quando descobriu que não foi o único a ter alguns cálculos escondidos na manga. Como pode ser observado, as etapas que resultaram na descoberta da identidade de Euler eiπ+1=0, foram provenientes de etapas de informações especificamente complexas com os termos mi-nuciosamente interconectados.

Assim, a identidade de Euler pode ser con-

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Resolvendo a série,

em relação às funções cosseno e seno, ob-temos,

Esta expressão é conhecida como identida-de de Euler. Porém, esta identidade possui as cinco constantes fundamentais da matemática, 0, 1, e, i e π, além das operações de adição, mul-tiplicação, exponenciação e igualdade, e cada um desses entes aparece apenas uma única vez.

Figura 1. Espiral de Euler na forma vetorial

siderada como complexamente irredutível. Por exemplo, se x=π na função exponencial comple-xa, temos,

Os matemáticos conseguem representar essa série como vetores, conforme mostra a Fi-gura 1. Neste caso, cada um começa no final do vetor anterior e com o número imaginário i rota-cionando o vetor em 90º no sentido anti-horário. Se começarmos no 0, o primeiro termo (1) é um vetor que nos leva a uma unidade da origem, so-bre o eixo x, para a coordenada (1,0). O segundo termo (iπ) é um vetor que começa no ponto (1,0) e, rotacionando no sentido anti-horário em rela-ção ao primeiro, vai até π, terminando no ponto (1, π). O terceiro termo (-π2/2!) é um vetor que começa no ponto (1, π) e, rotacionando de 90º em relação ao anterior, vai no sentido oposto do primeiro vetor, cruzando o eixo x = 0 até o ponto (-π2/2+1). O quarto vetor é apontado para baixo, terminando abaixo do eixo x, e assim por diante. Como os valores sempre são rotacionados em 90º no sentido anti-horário, e vão ficando cada vez mais curtos, pois o denominador aumenta muito mais rapidamente que o numerador, o re-sultado é uma espiral poligonal que converge para o ponto (-1, 0).6

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Referências1. Cowen R.Ancient Babylonians took first steps to calculus. Science.

2016;351(6272):435. 2. Ossendrijver M. Ancient Babylonian astronomers calculated Jupi-

ter’s position from the area under a time-velocity graph. Science. 2016;351(6272):483.

3. Aristóteles. Metafísica. 3rd ed. São Paulo: Loyola; 2014, 342 p. 4. Wells D. Which is the most beautiful? The Mathematical Intelligen-

cer. 1988;10(4):30-31. 5. Wells D. Are These the Most Beautiful? The Mathematical Intelli-

gencer. 1990;12(3):41. 6. Crease RP. As grandes equações. As histórias das fórmulas ma-

temáticas mais importantes e os cientistas que a criaram. Rio de Janeiro: Zahar; 2011, 276 p.

7. Zill DG, Shanahan PD. Introdução à análise complexa. Com aplica-ções. 2rd ed. Rio de Janeiro: LTC; 2009, 377 p.

Considerações finaisRealmente, a identidade eiπ+1=0 une en-

tes matemáticos aparentemente sem qualquer conexão entre si. Ela possui informações com-plexamente especificadas formando uma ex-pressão irredutível, imaterial e atemporal. Esta identidade é icônica na matemática, pela sua simplicidade, beleza e elegância, a ponto de ser chamada “o padrão de ouro para a beleza mate-mática”. Porém, a identidade de Euler é apenas o resultado de combinações de funções expo-nenciais, trigonométricas e números complexos. Ela foi criada por Deus, mas quem a descobriu foi o teólogo-matemático Leonard Euler, que se vivo estivesse ficaria impressionado com tanta fascinação e obsessão por uma simples expres-são matemática, quando na verdade, Deus era quem deveria ser admirado e adorado por ter criado tão bela identidade eiπ+1=0. Pois, como está escrito na primeira parte do livro aos Roma-nos 1:20: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas”. “Quão grandes, Senhor, são as Tuas obras! Os Teus pen-samentos, que profundos! (Salmos 92:5).

Cleomacio Miguel da Silva é professor Adjunto de Física e Matemática da Universidade de Pernambuco (UPE).

[email protected]

Sóstenes Rônmel da Cruz é professor Assistente de Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano.

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Uma das primeiras organi-zações criacionistas norte--americanas foi a Religion

and Science Association (RSA), fundada em meados dos anos 1930 por Dudley Whitney, edi-tor de vários jornais agrícolas. Ele era um exímio conhecedor da geologia e foi fortemente in-fluenciado por George McCrea-

dy Price, um dos pais do criacio-nismo moderno, que também fazia parte da diretoria da orga-nização (para mais informações, leia o artigo “A Brief History of the Modern American Creation Movement”, por Jerry Bergman). Essa e outras organizações cria-cionistas pioneiras serviram de inspiração para as que viriam a

Os cinco principais

Impacto E V E R T O N F E R N A N D O A L V E S

ser fundadas mais tarde ao redor do planeta.

Neste artigo, focamos e re-visamos as principais organiza-ções científicas criacionistas mo-dernas, abrangendo sua história, os antecedentes dos fundadores e algumas de suas principais ati-vidades.

Ao longo dos anos temos observado constantes mudanças na estrutura organizacional de centros e ministérios especializados em criacionismo da Terra jovem. O crescimento das organizações paraeclasiásticas, isto é, organizações cujas atividades são paralelas ao ministério de uma determinada denominação religiosa, énotável e frequentemente impulsionado por um dos dois principais fatores: uma personalidade dinâmica ou um nicho necessário e uma organização que é hábil em preencher essa necessidade com recursos de qualidade.

centros decriacionista nopesquisamundo

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Geoscience Research Institute (GRI)

Em 1958, o GRI, organização científica criacionista paraeclesi-ástica, foi fundado oficialmente nos EUA pela Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), sob a direção do bi-ólogo Frank Lewis Marsh, a fim de servir e aconselhar a IASD sobre questões relacionadas à Geologia e à Paleontologia. O GRI começou com dois cientis-tas e um secretário, sediados na Universidade de Andrews, no estado de Michigan. Em 1980, o GRI foi transferido para o cam-pus da Universidade de Loma Linda, Califórnia, onde cresceu para empregar uma equipe de cinco cientistas, duas pessoas da equipe de apoio e um biblio-tecário de meio período.

Em 2001, o instituto de pes-quisa ampliou sua sede graças à generosidade de sua mante-nedora e de doadores individu-ais. O prédio de dois andares oferece aproximadamente 975 metros quadrados de espaço, com oito escritórios, duas salas de reuniões, quatro laborató-rios, computadores para aná-lise de dados e uma biblioteca científica com 18.000 volumes, incluindo 100 assinaturas de periódicos. Hoje, o GRI recebe um orçamento anual de US$ 1,37 milhão. Atualmente o GRI mantém uma rede global de fi-liais e centros de recursos a fim de tornar as informações sobre a criação mais amplamente dis-poníveis. As filiais se encontram na Coreia (Ásia), Espanha (Eu-

ropa), França (Europa), México (América do Norte), Argentina (América do Sul) e Brasil (Améri-ca do Sul).

A equipe do GRI apresenta palestras para pré-universitá-rios, universitá-rios, professores e pastores em muitas partes dos Estados Unidos e outros países. Durante os últimos cinco anos, o GRI apresentou pales-tras e realizou seminários em mais de 35 países. O GRI tam-bém realizou duas conferências de campo no oeste dos Estados Unidos e publicou um total de 40 números de periódicos, uti-lizando quatro idiomas diferen-tes. Além disso, os membros do GRI participaram de Seminários de Fé e Aprendizagem, Confe-rências Interna-cionais de Fé e Ciência e Con-ferências Regio-nais de Fé e Ci-ência.

Revista: Ori-gins – É uma revista técnica, revisada por pa-res, que aborda questões cientí-ficas e teológi-cas relativas às origens. A revista foi inaugurada em 1974 e agora é publicada ir-regularmente, à medida que os materiais se tornam disponíveis. Além dela, o GRI mantém seu boletim de notícias, com perio-

dicidade trimestral, e o Science News, que é atualizado semanal-

mente. Relatórios recentes são encontrados no Current News, enquanto os relatórios mais anti-gos também são acessíveis (para mais informações clique aqui).

Mídia/audiovisual – O GRI fornece uma lista de links para DVDs selecionados, videoclipes e gravações de áudio/vídeo em tópicos relacionados a origens. Atualmente, eles estão produ-

zindo uma série chamada Clash of Ideas (Choque de Ideias) que está em sua primeira temporada (clique aqui e assista à série).

Mini-museu – O edifício como um todo é utilizado para

Velociraptor na entrada da sede do GRI

Museu do GRI na Coréia do Sul

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exposições educacionais de fósseis. Essa exposição abriga o esqueleto de um velocirap-tor, um dinossauro predador do tamanho de um veado. Há tam-bém o destaque para ovos de dinossauro que se acredita te-rem vindo de um oviraptor, um dinossauro semelhante ao ve-lociraptor em tamanho e algu-mas características. O corredor do segundo andar apresenta exposições de quatro famosos locais fósseis.Essas exposições ilustram o grau de preservação que é por vezes encontrado no registro fóssil. A biblioteca con-tém exposições de fósseis liga-dos à Explosão Cambriana, bem como réplicas de crânios de ho-minídeos fósseis e uma peque-na coleção de peixes e insetos da famosa Formação Santana, no Brasil.

Projetos de pesquisa – Pro-jetos atuais incluem estudo de baleias fósseis, sedimentos con-tendo cascas de ovos de dinos-sauro, tendências químicas em grandes corpos de granito e a genética molecular (sequências de DNA em vermes redondos). O GRI também patrocina pes-quisas em Utah, Wyoming, Novo México e Argentina. Essa pes-quisa produziu vários resumos e artigos publicados em revistas científicas profissionais. Segun-do o diretor do GRI, James Gib-son, “o que eles fazem é colocar os dados sobre a mesa e, em se-guida, avaliá-los a partir de uma visão de mundo baseada em sua compreensão da revelação especial. O que eles não preten-dem fazer é afirmar que os da-dos suportam sua posição de fé quando não o fazem”.

Bolsas de Pesquisa – Os sub-sídios do GRI são concedidos a cientistas acadêmicos que con-duzem pesquisas de origens de originalidade e importância nas ciências da terra e da vida. O patrocínio pode envolver as-sistência com os custos de de-senvolvimento conceitual, pes-quisa bibliográfica, investigação laboratorial, estudos de campo e publicação. Valores em média de US$ 4000-6000. Os pedidos de subsídios são julgados prin-cipalmente pela originalidade científica e significado da pes-quisa proposta e pela compro-vada competência ou promessa de criatividade do investigador principal. O GRI exige relatórios anuais de progresso e relatórios financeiros, e exorta a publica-ção de resultados em revistas profissionais, incluindo o reco-nhecimento do apoio do GRI.

Creation Research Society

A Creation Research Socie-ty é uma sociedade científica com membros espalhados por todo o mundo. Fundada em 1963, é uma das mais antigas organizações criacionistas de caráter interdenominacional, nos Estados Unidos, localiza-da em Chino Valley, no estado do Arizona. Estrategicamen-te localizada, encontra-se em áreas biológicas e geológicas de grande importância para a posição criacionista, próxima ao Grand Canyon (duas horas

de automóvel), uma das mais importantes fontes da pesqui-sa criacionista.

A origem da CRS pode ser atribuída diretamente à in-capacidade de um grupo de dez cientistas criacionistas em publicar em periódicos com revisão por pares. Após sua fundação, a CRS quase que imediatamente começou a publicar a Creation Research Society Quarterly (CRSQ). A CRS ocasionalmente patroci-na ou co-patrocina conferên-cias, seminários e viagens de campo. Esses eventos servem para facilitar o diálogo entre cientistas da criação e servir aos interesses de seus mem-bros.

Editora – A editora CRS Books, afiliada à CRS, publica uma série de livros que tra-tam principalmente de temas específicos e aprofundados. Esses livros, além de outros livros criacionistas, vídeos e DVDs, podem ser comprados em sua livraria on-line (para mais informações clique aqui).

Revistas – A Creation Re-search Society Quarterly

Edição da CRSQ

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(CRSQ), lançada em julho de 1964, é uma revista técnica, revisada por pares, com pe-riodicidade trimestral, que enfatiza a pesquisa original e a reinterpretação de dados científicos existentes den-tro do quadro criacionista. A CRS Quarterly continua a ser reconhecida mundialmente como a primeira revista em seu campo. Além disso, desde 1996 tem sido produzida uma publicação popular intitulada Creation Matters, com perio-dicidade bimestral, contendo artigos populares para um pú-blico leigo.

Centro de Pesquisa – A CRS também estabeleceu um centro de pesquisa para aju-dar os cientistas criacionistas em seus esforços de pesqui-sa. O Van Andel Creation Re-search Center (VACRC) possui diversos equipamentos que podem ajudar na investigação sobre a criação, de modo que as pessoas do grupo podem pesquisar ou obter informa-ções de forma mais facilitada (para mais informações sobre os equipamentos e projetos de pesquisa mantidos pelo VACRC clique aqui).

Bolsas de Pesquisa – A CRS administra um programa de subsídios de pesquisa por meio do qualfundos modes-tos são distribuídos a pesqui-sadores qualificados para a realização de pesquisas rela-cionadas à criação (para apro-vação, acesse o site da institui-ção).

Institute for Creation Research (ICR)

É um instituto de pesquisa em criacionismo sediado atual-mente na cidade de Dallas, Texas (EUA), considerado o segundo maior centro de pesquisa cria-cionista dos Estados Unidos. A origem do ICR pode ser atribuí-da ao Creation Science Research Center (CSRC), uma “divisão de pesquisa” da instituição de ensi-no ligada à Igreja Batista Chris-tian Heritage College criada em 1970, na cidade de Santee, Cali-fórnia, pelo engenheiro Dr. Hen-ry Morris, juntamente com Nell e Kelly Segraves.

Porém, os fundadores desse centro discordavam sobre este estar ou não ligado a uma insti-tuição religiosa. Foi devido a isso que o ICR foi fundado por Henry Morris em 1972, após uma divi-são organizacional com o CSRC. O Dr. Morris é reconhecido como um dos pais do movimento mo-derno da ciência da criação, ao lado de George McCready Price

e Frank Lewis Marsh. Morris foi também co-fundador da Crea-tion Research Society, em 1963.

O objetivo do ICR é o de conduzir pesquisas científicas e reunir evidências em apoio à verdade bíblica, especialmen-te sobre a questão das origens. Seu trabalho tem sido significa-tivo na formação da cosmovisão criacionista nos Estados Unidos, atuando principalmente em igrejas, escolas, universidades e promovendo debates públicos contra defensores da evolução.

Escola – Em 1981, foi funda-da a Escola de Pós-Graduação do ICR (ICRGS, em inglês) inicial-mente na Califórnia. O objetivo dessa escola era o de fornecer treinamentoem nível de pós--graduação em campos da ciên-cia particularmente relevantes para o estudo da apologética bí-blica. Os alunos receberam título de mestre em Ciências da Edu-cação, Astrofísica/Geofísica, Bio-logia, Geologia e Ciência Geral. Após o ICR transferir sua sede para o Texas, a escola fechou as portas devido à derrota em ação judicial movida pelo Con-selho de Educação do Texas. Após isso, o ICR abriu a Escola de Apologética Bíblica, ofere-cendo cursos EAD e programas

Discovery Center for Science and Earth Historyque está sendo planejado para Dallas

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de bacharelado (maiores e me-nores [o grau “Minor” não existe no Brasil]). Cursos “Minor” estão disponíveis (Estudos do Gêne-sis, Pesquisa da Criação, História da Criação, Gerenciamento da Criaçãoe Ministérios da Comu-nicação). Além disso, ofereceo mestrado em Educação Cristã por meio de um novoprograma de pós-graduação, lançado em 2009.

Projetos de Pesquisa – O ICR emprega grande número de cientistas. Os projetos de pes-quisa mantidos pelo ICR são os seguintes: (1) GENE – Projeto Genêmico; (2) RATE – Radioisó-topose a Idade da Terra; e (3) FAST – Sedimentaçãoe Tectônica Ativada por Inundações.

Museu – Em 1992, foi funda-do o Museu da Criação e da His-tória da Terra onde aconteciam diversas exposições e apresen-tações de mídia com a missão de equipar os cristãos com evidên-cias da precisão e autoridade da Bíblia por meio de pesquisas científicas, mas ele foi vendido em 2008 devido à mudança da sede para o Texas. O ICR está planejando construir outro mu-seu chamado Discovery Center for Science and Earth History, em Dallas. A instalação plane-jada terá qualidade muito alta em todos os aspectos, e terá um planetário 3D, um auditório, um parque ao ar livre e uma loja de museus onde as pessoas pode-rão comprar materiais referentes à apologética cristã e evidências da criação.

Editora – A editora Master Books é uma divisão dentro da editora Creation-Life Publishers, outra empresa que Morris aju-

dou a fundar. Essa editora é o braço direito de publicação do material produzido pelo ICR, e é especializada em teologia e tra-balhos em ciências da criação.

Revista – A revista mensal Acts & facts, do tipo magazine, mantida pelo ICR desde 1973, contém artigos e informações de interesse atual que tratam de criação, evolução e tópicos rela-cionados.

Programa de rádio – O ICR Podcast é um programa de rádio produzido com o objetivo de encorajar a fé cristã, mostrando como a evidência científica su-porta a Bíblia, particularmente o relato de Gênesis.

Answers in Genesis (AiG)

Atualmente, o AiG é o maior centro de pesquisa criacionista interdenominacional dos Esta-dos Unidos. A origem do AiG re-monta ao ano de 1993. Depois de Ken Ham ter sido “empresta-do” como orador à ICR por sete anos e ter auxiliado na solidifica-ção daquele ministério frutuoso de conferências de ensino em toda a América, tinha chegadoa horade Ken iniciar um novomi-nistério criacionista nos EUA. No fim de 1993, Ken Ham tomou a decisão de sair do ICR. Dois colegas da mesma instituição, Mark Looy e Mike Zovath, tam-bém se juntaram a Ken e os três fundaram uma nova organização inicialmente chamada de Crea-tion Science Foundation (CSF).

Em 1994, uma reunião foi re-

alizada com a nova diretoria em Wyoming e naquele momento foi decidido mudar o nome da organização para Answers in Genesis, para refletir o fato de que o ministério não era apenas sobre a “criação”, mas sobre a autoridade de toda a Escritura assim como também sobre equi-par os cristãos a fim de que eles construíssem uma cosmovisão bíblica. Algum tempo depois, o CSF–Austráliaseguiu a liderança americana e mudou seu nome para Answers in Genesis (AiG).

Em meados de 2004, dife-renças de filosofia e de opera-ção estavam se tornando mais evidentes entre o ministério AiG dos EUA e da Austrália (que eram duas organizações autôno-mas separadas com conselhos separados, mas com uma decla-ração de fé comum). Então, em 2005 foi mutuamente decidido por ambas as diretorias que eles deveriam se separar totalmente, embora continuassem a traba-lhar cooperativamente em pro-jetos conjuntos. Em outubro de 2005, o conselho australiano se reuniu cordialmente com o con-selho dos EUA no norte de Ke-ntucky para elaborar os arranjos formais. Tempos depois, o mi-nistério australiano passou a se chamar Creation Ministries Inter-national (CMI).

Museu – Em meados da dé-cada de 1990, o AiG estava à procura de terras no norte de Ke-ntucky para construir um Museu da Criação e novas sedes para seu ministério em rápido cresci-mento. No início de 2006, uma doação de US$ 50.000 de uma família da Califórnia quebrou a marca de US$ 20.000.000 em

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www.answersingenesis.org re-cebeu o prestigioso prêmio “Site do Ano”, do National Religious Broadcasters. Entre 2008 e 2010, o site do AiG já era considerado um dos sites religiosos mais vi-sitados do mundo. Em 2012, o AiG recebeu o prêmio “Melhor Site do Ministério” da National Religious Broadcasters. Dali em diante, o site ganhou diversos

outros prêmios.P r o g r a m a

de rádio – Em outubro de 1994, o pro-grama de rádio “The answers...with Ken Ham” começou a ser transmitido em 45 estações. Em dezembro do mesmo ano, 142 estações de rádio estavam trans-mitindo o novo programa. Na década de 2000, centenas de no-vas estações de rádio levaram o programa de rá-

dio Answers, dando um enorme impulso em termos de visitas ao site da AiG (uma média de cer-ca de 25.000 visitas por dia). Em 2006, o programa estava sendo transmitido por cerca de 800 es-tações nos EUA e centenas de outras no exterior, e os porta--vozes do AiG estavam regular-mente aparecendo na mídia se-cular e cristã (por exemplo, CBS News, NBC Nightly News, The PBS News Hour com Jim Lehrer, Nightline, CNN, BBC, Times de Londres, etc.), uma tendência

doações para o Museu da Cria-ção que estava em construção. O Creation Museum foi inaugu-rado em 28 de maio de 2007, em Kentucky, atraindo mais de qua-tro mil pessoas (e cerca de 60 manifestantes). No fim de 2009, cerca de um milhão de pessoas já haviam visitado o Museu da Criação desde sua inauguração. Em 2010, a diretoria do AiG de-

cidiu que era o momento certo de construir uma arca de Noé em larga escala (construída em madeira). Chamado The Ark En-counter, esse projeto prometia tornar-se mais um esforço efeti-vo para mostrar aos convidados que a Bíblia é verdadeira. Em 7 de julho de 2016, a arca foi aber-ta ao público.

Site – Em 1995, foi lançado o site da AiG levando inicial-mente o nome de www.Christia-nAnswers.net. Em 2006, com o site totalmente reformulado, o

The Ark Encounter - Museu temático do AiG

Interior da Ark Encounter

que se intensificou quando a abertura do museu se aproxi-mou. Entre 2008 e 2010, o pro-grama era ouvido em cerca de 900 estações em todo o mundo.

Revista – Em 2006, foi lan-çada uma revista própria que enfatizava a cosmovisão bíbli-ca. Essa revista bimestral do tipo magazine levava o nome Answers Magazine. Entre 2008 e 2010, a revista tinha explodi-do em crescimento com mais de 75.000 assinantes. Em 2011, a revista Answers do AiG recebeu o “Prêmio de Excelência” da As-sociação Evangélica de Impren-sa (EPA). Dali em diante, a revista ganhou diversos outros prêmios. Além disso, a AiG possui a revis-ta técnica, revisada por pares, de periodicidade anual, intitulada Answers Research Journal.

Creation Ministries International (CMI)

O CMI, um grupo de ministé-rios criacionista interdenomina-cional, iniciou suas atividades em 1977 na Austrália, sob o nome de Creation Science Association (CSA), dirigido pelo Dr. Carl Wie-land. Em 1979/80, a CSA uniu for-ças com o grupo de Queensland (que se tornou a Creation Scien-ce Foundation [CSF]). Em 1993, o ministério australiano CSF adotou o nome Answers in Ge-nesis. Já em 2006, devido a uma diferença no foco administrativo entre os ministérios/escritores lo-calizados nos EUA (dirigidos por Ken Ham) e no Reino Unido e os demais países, as organizações

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da Austrália, Nova Zelândia, Ca-nadá e da África do Sul deixaram o nome Answers in Genesis para trás e adotaram, definitivamente, o nome Creation Ministries Inter-national, iniciando seu próprio website.

Embora recente, em seu novo formato, o CMI é atualmente con-siderado uma das principais or-ganizações criacionistas do mun-do, com escritórios na Austrália, Nova Zelândia, Canadá, África do Sul, Estados Unidos, Reino Unido e Cingapura. Cada um dos sete ramos do ministério tem seu pró-prio conselho administrativo tra-balhando em conjunto. Além dis-so, o CMI Worldwide é um órgão federativo para o qual cada um dos órgãos nacionais se reporta. O ex-diretor-geral e co-fundador do ministério matriz (Austrália) é o Dr. Carl Wieland (1987-2015); atualmente, o Dr. Don Batten é o diretor geral.

Exposição móvel – Suas ati-vidades ministeriais na Austrália incluem o Creation Bus (Ônibus da Criação, agora aposentado), que viajou durante alguns anos

pelas estradas da Austrália como uma casa móvel e ambiente de exposição pública do criacionis-mo, contendo biblioteca, vídeos e equipamentos para reuniões. A van Ark Van substituiu o ônibus e é utilizada para exposições cria-cionistasfeitas em igrejas, esco-las e universidades, em conjunto com as organizações estudantis cristãs.

Revistas – Mantida pelo CMI, a revista popular Creation Maga-zine foi iniciada em 1978 (títulos anteriores: Ex Nihilo e Creation Ex Nihilo), e hoje conta com pe-riodicidade trimestral e assinan-tes em mais de 110 países (com a possibilidade de versão digi-tal). Em 1984 foi lançada a revista técnica Journal of Creation (ante-riormente chamada de Technical Journal), revisada por pares, e que hoje tem periodicidade qua-drimestral.

Editora – A editora Creation Book Publishers foi fundada em 2006 para promover uma com-preensão bíblica da criação de Deus. Publicam livros que pro-movem uma interpretação literal do livro do Gênesis e que defen-dem a autoridade das Escrituras. Além dos livros impressos, são vendidos CDs de áudio, blu-rays, DVDs, ebooks e folhetos.

Documentários – Em 2009 o CMI lançou um documentário de um milhão de dólares america-nos destacando o impacto dos pontos de vista de Darwin sobre o mundo. Intitulado The Voyage that Shook the World (A Viagem que Abalou o Mundo), a pro-dução esteve entre os maiores projetos de documentários reali-zados por qualquer organização fundada na fé cristã no mundo.

Creation Media – A CMI pro-duz os Audio/radio spots, uma biblioteca pública de arquivos de áudio para serem usados e divulgados por programas de rádio, sites de igrejas ou mesmo sites pessoais; esses áudios li-dam com algumas das perguntas mais frequentes sobre criacionis-mo e temas atuais na mídia hoje. Também produz o Creation Ma-gazine Live, um programa de te-levisão aos moldes talk-show (28 minutos) que refuta a evolução. Outro recurso disponibilizado em seu site são dezenas de Po-dcasts sobre temas variados na controvérsia criação/evolução. Além disso, é produzido o Gene-sis Unleashed, vídeos de ensino sobre temas específicos (8-30 minutos) e a seção deDVD Pre-views, uma lista de vídeos curtos de divulgação de todos os DVDs produzidos pelo CMI.

Nota:Vimos nessa matéria que essas e outras organizações criacionistas têm contribuído com atividades criativas e diver-sas para a divulgação da men-sagem da criação ao redor do mundo. O Brasil não fica atrás desses grandes centros, haja vista que temos em nosso país a Sociedade Criacionista Brasi-leira (SCB), fundada em abril de 1972 na cidade de São Carlos, SP (para mais informações, leia a edição completa de nº 84 da Revista Criacionista e a matéria desta edição intitulada “Os 15 mais influentes pesquisadores criacionistas brasileiros”).

Capa do Journal of Creation

Everton F. Alves é mestre em Ciências (Imunogenética) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). É Cofundador e editor da Origem em Revista.

[email protected]

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Considerando a Terra, o sistema solar, a nossa e outras galáxias, vemos uma estrutura coerente e lógica a tal ponto de podermos estabelecer modelos que indicam planejamento. Tente fazer um modelo do comportamento da economia de certos países do chamado Terceiro Mundo, por exemplo. É algo extremamente difícil, pois há muitos fatores caóticos e aleatórios que acabam interferindo, como a bolsa de Hong Kong, portarias do governo, ou mesmo uma geada em outro país; tudo isso influi.

O próprio fato de poder existir ciência – que pressupõe que a determinadas causas vão corresponder determinados efeitos – já mostra planejamento no Universo. Senão, hoje largaríamos algum objeto e ele cairia. Amanhã, subiria. Depois, iria para o lado; e assim por diante. Mas não. As coisas invariavelmente têm a tendência de cair, o que permitiu a Newton descobrir (pois já existia) a Lei da Gravidade.

Ruy Carlos de Camargo VieiraFundador e Presidente Emérito da Sociedade Criacionista Brasileira

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Perguntas & Respostas A L E X A N D R E K R E T Z S C H M A R

Resposta: Existe uma cultura estabeleci-da que diz que para determinado in-divíduo ser um cientista “racional” ele

obrigatoriamente deve se desprender de suas cosmovisões religiosas. Essa cultura se formou durante o período do Iluminismo em que qualquer ideiaque invocava Deus deveria ser combatida e rejeitada. De lá pra cá, a tentativa de ser cientista e criacionis-ta é uma árdua missão. Porém, vemos que esse pensamento entra em conflito com a própria história da ciência, que tem como pioneiros (ou como têm sido chamados “pais da ciência”) os seguintes pensadores: Newton, Pasteur, Mendel, Pascal, Kelvin, Lin-naeus e Maxwell, homens que faziam boa ciência e não deixavam do lado de fora do laboratório suas cosmovisões. (Para saber mais, leia o artigo publicado nesta edição intitulado “A descoberta da ciência”).

O criacionismo bíblico, embora filosofi-camente embasado no teísmo bíblico, tam-bém se utiliza para suas investigações na busca pela verdade elementos científicos taiscomo o próprio método científico.

Uma análise mais acurada da história da ciência nos permite entender que os natura-

A perguntada vez

Por que a comunidade científica ateísta debochados criacionistas e por que os cientistascriacionistas não são levados a sério?

Bacharel em administração de empresas, pós-graduado em Engenharia de Produção, fundador do projeto Onze de Gênesis, e Cofundador da Origem em Revista.

Se você tem alguma dúvida acerca de assuntos com o escopo cria-cionista e quer que ela seja selecionada a fim de ser respondida nas próximas edições da revista, envie um e-mail para :

[email protected]

Infelizmente, a revista não é capaz de responder todas asdúvidas e perguntas que chegam até a redação.

listas tendem a rejeitar qualquer ideia, descoberta ou publicação que tenha sido conduzida a partir de uma interpretação alternativa à do paradigma científico materialista da época. No entanto, tanto o naturalismo quanto o criacionismo necessita de uma série de suposições e hipóteses ad hoc quan-do se entra no campo das ciências históricas.

Atualmente, há vários cientistas criacionistas que fazem boa ciência e apresentam argumenta-ção lógica e importante para ser transmitida. Des-tacamos aqui apenas três biólogos, dois norte-a-mericanos e um espanhol: Leonard Brand, Harold Coffin e Raúl Esperante, com artigos publicados nos mais prestigiados periódicos científicos e com assuntos diversos, tais como as baleias fos-silizadas da Formação Pisco (Peru) e as florestas petrificadas de Yellowstone (EUA). No Brasil, des-taca-se o químico Dr. Marcos Eberlin, que, além de professor titular MS-6 da Unicamp, é fundador e coordenador do Laboratório ThoMSon de Es-pectrometria de Massas, membro da Academia Brasileira de Ciências e terceiro cientista brasileiro mais citado em publicações científicas de grande prestígio.

Portanto, diante disso, o deboche da comu-nidade mainstream se torna infundado em fatos e baseado apenas no puro preconceito herdado através da história criando, assim, uma cultura po-bre, seletiva e um ensino unilateral que não con-tribui em nada para a formação crítica da nova so-ciedade.

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Materiais Didáticos

As Melhores RevistasCriacionistas EstrangeirasPara os amantes da escrita científica, aqui

vai uma lista elaborada a partir de um levantamento minucioso das principais

revistas de língua estrangeira nos formatos técnico e magazine especializadas em criacio-nismo, e que atualmente estão em circulação. Para você, escritor ou pesquisador, que se inte-ressa em divulgar suas pesquisas ou de outrem acerca das evidências científicas disponíveis de uma criação recente, sugerimos que envie sua colaboração (matérias e/ou artigos) para algu-ma das revistas listadas abaixo que melhor se encaixe no escopo do seu trabalho.

Ainda hoje são frequentes comentários até mesmo por parte da comunidade criacionista alegando que não existem revistas técnicas voltadas à Ciência da Criação. No entanto, elas existem e subsistem há décadas, tanto no for-mato magazine quanto em periódicos revisa-dos por pares.

Diante disso, se torna fundamental esse le-vantamento que consideramos um serviço de utilidade pública.

Lembrando que uma revista ou periódico científico é aquele em que há um sistema de “revisão cega por pares” de manuscritos sub-metidos à apreciação da equipe editorial. Nes-se tipo de avaliação, frequentemente dois ou mais especialistas da área avaliam o rigor me-todológico do manuscrito e observam se o tex-to se encaixa ou não no escopo do periódico, a fim de, finalmente, dar seu parecer. Já a revista do tipo magazine geralmente não possui esse sistema rigoroso de avaliação do texto a ser publicado.

Para facilitar a busca e compreensão, as re-vistas foram separadas por tipo de publicação (técnica ou magazine) e organizadas pelo ano em que foi lançada sua primeira edição:

E V E R T O N F E R N A N D O A L V E S

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Revistas técnico-científicas

Perspectives on Science and Christian Faith (trimestral, desde 1949)

Título anterior: Journal of the American Scientific Affiliation

Mantida pela American Scientific Affiliatio

Creation Research Society Quarterly CRS Quarterly (trimestral, desde 1964)

Mantida pela Creation Research Society, ativa há mais de 50 anos nos EUA.

Zygon: Journal of Religion and Science (trimestral, desde 1966)

Mantida pelo Institute on Religion in an Age of Science [IRAS] e pelo Center for Advanced Study in Religion and Science [CASIRAS].

Christian Scholar’s Review (trimestral, desde 1970)

Mantida pela Hope College.

Origins (periodicidade irregular, desde 1974)

Mantida pelo Geoscience Research Institute da IASD

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48 1º Semestre 2018Origem em Revista

Journal of Creation (quadrimestral, desde 1984)

Título anterior: Creation Ex Nihilo Technical Journal

Mantida pelo Creation Ministries International

Science & Christian Belief (semestral, desde 1989)

Mantida pela Christians in Science e pelo Victoria Institute

Theology and Science (trimestral, desde 2003)

Mantida pelo Center for Theology and the Natural Sciences

LSI Journal (trimestral, desde 2007)

Mantida pelo Lutheran Science Institute

Answers Research Journal (científica, anual, desde 2008)

Mantida pelo Answers in Genesis

AJournal of Creation Theolo-gy and Science Series B: Life Sciences (semestral, desde 2011)

Mantida pela Creation Biolo-gy Society

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49 1º Semestre 2018Origem em Revista

Think & Believe newsletter (bimestral, desde 1984)

Mantida pelo Alpha Omega Institute

Revistas Magazine

Acts & Facts (mensal, desde 1973)

Mantida pelo Institute for Creation Research

Creation (trimestral, desde 1978)

Mantida pelo Creation Ministries International

Reason and Revelation (mensal, desde 1981)

Mantida pela Apologetics Press

Genesis (trimestral, desde 1988)

Mantida pela Sociedade Genesis, na Suécia.

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50 1º Semestre 2018Origem em Revista

Creation Illustrated (trimestral, desde 1993)

Mantida inicialmente por um casal de cristãos, Tom e Jennifer Ish, alguns anos depois sendo transferido o processo editorial para uma empresa privada no sul da Califórnia

Tem como foco principal a divulgação de ilustrações e fotografias sobre as maravilhas da Criação com breves comentários e notas.

A revista possui um sistema anual de premiação - Prêmio Anjo.

Does God Exist? (bimestral, desde 1995)

Mantida por John Clayton, ex-professor de ciências aposentado das escolas públicas em South Bend, Indiana.Possui graduação em física e matemática pela Universidade de Indiana e é mestreca. Ele tem mestrado em educação [área de concentração em química e psicometria] pela Universidade de Indiana. Ele também tem mestrado em Geologia pela Universidade de Notre Dame

Creation Matters (bimestral, desde 1996)

Mantida pela Creation Research Society, ativa há mais de 50 anos nos EUA

Daylight: Origins Science for Catholics (quadrimestral, desde 1991)

Mantida pela Daylight Origins Society, no Reino Unido

Foundations of Science (trimestral, desde 1998)

Mantida pelo Common Sense Science

Tem como foco o criacionismo e física nuclear

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51 1º Semestre 2018Origem em Revista

Creation Science Dialogue (trimestral, desde 2006)

Mantida pela Associação Criacionista de Alberta, ativa há mais de 30 anos no Canadá

Answers magazine (trimestral, desde 2006)

Mantida pelo Answers in Genesis

God & Nature magazine (trimestral, desde 2014)

Mantida pela Christians in Science e pela American Scientific Affiliation

Tem como foco publicar poesia, prosa, ensaios e obras de arte de cientistas, teólogos e membros leigos cristãos de todo o mundo.

Everton F. Alves é mestre em Ciências (Imunogenética) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). É Cofundador e editor da Origem em Revista.

[email protected]

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“Cada fórmula que expressa a lei da natureza

é um hino de louvor a Deus.”

Maria Mitchell

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Educação em Ciências E V E R T O N F E R N A N D O A L V E S

O termo criacionismo não era de uso comum antes do final do século XIX. O

Historiador da Ciência Ronald Numbers afirma que, em 1859, época da publicação do livro A Origem das Espécies de Charles Darwin, o termo criacionista co-mumente designava uma pes-soa que acreditava na origem especial de uma alma para cada feto humano, ao contrário de um traducianista, que acreditava que as almas das crianças eram herdadas de seus pais.1 Desde 1840, Darwin (em particular) e seus aliados ocasionalmente se referiam a seus oponentes (em tom de deboche) como ‘criacio-nistas’.1-4

Aliás, apenas um dia após a aparição de seu livro, Darwin empregou o mesmo rótulo, em uma carta a Thomas Huxley, para se referir aos oponentes da evolução. “Que piada seria”, ele escreveu para Huxley, “se eu te batesse nas costas quando você

atacasse algum criacionista fi-xista”.3 Ainda assim, por cerca de setenta e cinco anos após a publicação de seu livro, tais ad-versários eram mais tipicamente chamados de “defensores da criação”. Esse costume prevale-ceu até o século XX.

De lá para cá, temos presen-ciado cada vez mais discursos radicais por parte de evolucio-nistas, tratando os criacionistas com pouco ou nenhum respei-to e evitando a todo custo que seus adeptos ouçam os argu-mentos que o outro lado, no caso, o do criacionismo, teria a dizer. Isso revela insegurança e preconceito, não um debate racional e equilibrado sobre a questão. Como bem descreve o arqueólogo Dr. Rodrigo Silva acerca da postura de Michael Ruse em seu livro The Evolution--Creation Struggle, é deplorável “a postura acadêmica de mono-pólio teórico que nega ao outro a oportunidade de se manifes-

tar, fazendo com que apenas Darwin fale, deixando de fora qualquer opinião ou proposta levantada pelo outro lado”.

Do mesmo modo, a mídia por meio de seu jornalismo “científico” foge às suas propos-tas de esclarecimento quando divulga artigos carregados de preconceito e premissas ques-tionáveis quando a pauta da vez é a origem da vida e a con-trovérsia entre criacionismo e evolucionismo, formando ape-nas opiniões unilaterais. Eles têm associado erroneamente, ou apenas por mera questão de desonestidade intelectual, o criacionismo com o cristianis-mo, puro e simples. É incrível como o preconceito anticristão vem sempre acompanhado de uma roupagem “científica” e de combate ao preconceito, quan-do, de fato, o que se tem é o contrário.

De olho nisso, nas últimas décadas uma nova geração de

É importante viver em um ambiente de interações que permita debates capazes de revisar, modificar e atualizar formas de conhecimento. Nos últimos anos, temos observado o surgimento de um novo movimento criacionista, muitas vezes intitulado neocriacionismo, que visa revisitar e/ou resgatar o termo “criacionismo” do preconceito e da exclusão que tem sofrido desde que o termo foi cunhado.

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criacionistas tem percebido a necessidade de uma atualiza-ção do termo a fim de que a ci-ência da criação seja mais bem recebida pelo público leigo, por decisores políticos, por educa-dores e pela comunidade cien-tífica. Essa nova geração de cria-cionistas surge com o propósito de se posicionar e re-enquadrar o debate sobre as origens da vida no campo científico, sem apelos às Escrituras Sagradas.

Nesse contexto, nos vem à mente que em 2013 seria rea-lizado na UNICAMP o 1º Fórum Unicamp de Filosofia e Ciências das Origens. Infelizmente, a três dias da data do fórum, o evento foi cancelado. Os palestrantes daquele que seria o 1º Fórum a revisitar o tema das Origens sob outra perspectiva tinham a con-vicção de que deveriam, cada um em sua respectiva palestra e área, tratar do tema sob a óti-ca científico-filosófica. Nenhum deles iria ao campus falar de religião, Bíblia nem mesmo cria-cionismo.

Dentre os cinco que seriam os palestrantes convidados, está Rodrigo Pereira Silva, doutor em

Arqueologia Bíblica. Pensan-do nisso, a Origem em Revista decidiu entrevistá-lo, diante de tais experiências de preconcei-to que tem sofrido ao longo de sua carreira como pesquisador, e entender melhor a sua visão acerca dessa questão da neces-sidade de revisão do termo cria-cionismo no meio acadêmico.

Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica.

Sou bacharel em Teologia pela Faculdade Adventista da Bahia (FAB) e licenciado em Filosofia pelo Centro Univer-sitário Assunção (UNIFAI). Sou especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém, onde participei de escavações em Cesaréia Marí-tima e Shar Ha Golan. Também tenho mestrado em História da Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Sou doutor em Teologia do Novo Testamento pela Pontifícia Faculdade Católica de Teolo-gia N. S. Assunção (PUC-SP) e, em 2015, terminei meu segun-do doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (USP). Fiz também pós-doutora-

do em Arqueologia Bíblica pela Andrews University (EUA).

Qual a principal problemá-tica em torno do termo cria-cionismo?

Por questão didática e aca-dêmica, eu não posso dar um significado tão abrangente à pa-lavra criacionismo, pois a gente terá um problema com isso no mundo acadêmico. Não seria o ideal usar o termo criacionismo para tratar da controvérsia rela-cionada às duas principais po-sições sobre a origem da vida, mas, sim, “ciência e fé” ou “fé e razão”.

Na tua opinião, é necessá-ria uma revisão ou atualização do termo criacionismo? Por quê?

Eu não me sinto confortável em usar a palavra criacionismo, porque conversando com meus pares vemos que é um termo que hoje necessita ser revisado pra evitar preconceitos desne-cessários. Primeiro, porque exis-te aquele questionamento se criacionismo é ciência ou se não é ciência, se é filosofia. Até mes-mo em nosso ambiente criacio-nista, isso é dividido. Muitos de nós não gostamos de falar que criacionismo é uma teoria cien-tífica. Então, eu prefiro não me associar a este termo, porque eu não investigo na área de cria-cionismo.

Uma coisa que é muito im-portante na academia é que você publique na sua área. Eu não faço investigação na área de criacionismo. O fato de a re-vista criacionista publicar maté-rias minhas, por exemplo, não

Rodrigo Silva - Doutor em Arqueologia

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significa que eu estou pesqui-sando na área de criacionismo. Seria a mesma coisa de me per-guntarem o que eu digo sobre a área de música, mesmo que exista alguma produção minha publicada numa revista sobre música, o fato é que eu não sou músico. Eu estudo na área de Arqueologia bíblica, e do novo testamento. É bem específico mesmo, caso contrário fica pa-recendo aquela pessoa que dá tiro pra todo lado. Portanto, a palavra criacionismo tem sim que ser refinada e re-estudada: o que vem a ser o criacionismo?

Mesmo em meio a tanta problemática sobre o signifi-cado de criacionismo, ainda assim você se considera um criacionista?

Se nós estamos falando do criacionismo como princípio de vida, ou como filosofia, ou como doutrina, aí sim, eu sou criacio-nista, mas como campo investi-gativo, eu acho que essa visão abrangente do criacionismo é prejudicial, porque aí acaba abarcando tudo e nada, ao mes-mo tempo. É a mesma coisa, por exemplo, de um indivíduo que é ateu falar que o ateísmo é a linha de investigação dele. Não é! Ele não publica na área de ateísmo. Por outro lado, tem muitos ateus que dizem: “eu sou ateu, mas eu sou ateu como convicção. Na hora de publicar, eu publi-co como biólogo. Eu estudo a biologia, não estudo na área de filosofia do ateísmo”. Então, essa mesma distinção é importante ser feita dentro da comunidade criacionista também.

Como podemos ver, pesqui-sadores cristãos cada vez mais sentem a necessidade de atua-lização do termo criacionismo. Engana-se quem pensa que o Dr. Rodrigo Silva apresenta uma opinião isolada, pontual acerca desse tema dentro da comuni-dade cristã. O famoso paleontó-logo criacionista norte-america-no Dr. Kurt Wise também afirma que “estamos diante de uma fantástica transformação do criacionismo e que ela substitui-rá o espírito de erro pelo espíri-to de correção, o antigo modelo da criação por um melhor”.5

Para o paleontólogo Dr. Leonard Brand, “termos como criação, criacionista e criacionis-mo têm adquirido muitas vezes conotações negativas e isso não é apenas por causa do desacor-do sobre o conteúdo da criação. Para muitos, essas palavras evo-cam uma imagem de batalhas em tribunais sobre o que pode ser ensinado nas aulas de ciên-cias”.6 Dessa forma, ele propõe a atualização do atual termo para outro que não incluiria qualquer agenda política.

Ademais, segundo o Dr. Brand “a criação bíblica, em es-trito senso, é aquilo que aconte-ceu no princípio. A maior parte do que os criacionistas tratam envolve a história da Terra e a biologia histórica que ocorre-ram depois da criação inicial.”6 Portanto, ele propõe que o ter-mo criacionismo seja substitu-ído pelo termo intervenção in-formada que se apresenta como um termo mais inclusivo e que descreve melhor, segundo ele,

Referências

1. Numbers RL. Darwinism Comes to Ame-rica. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1998, p.50.

2. Charles Darwin, (5 de Julho, 1856). Da-rwin para J. D. Hooker. Darwin Corres-pondence Project, “Letter no. 1919”. Acesso em: 4 de abril de 2017. Disponí-vel em: http://www.darwinproject.ac.uk/DCP-LETT-1919

3. Charles Darwin, (25 de novembro, 1859). Darwin para T. H. Huxley. Citado em: Francis Darwin. The Life and Letters of Charles Darwin. Vol 2. New York: D. Appleton, 1889, p. 28.

4. Charles Darwin, (31 de Maio, 1863). Da-rwin para Asa Gray. Darwin Correspon-dence Project, “Letter no. 4196”. Acesso em: 4 de abril de 2017. Disponível em: http://www.darwinproject.ac.uk/DCP--LETT-4196

5. Wise K. Prólogo, p.6. In: Brand L. Fé, Ra-zão e História da Terra. São Paulo: UNAS-PRESS, 2005.

6. Brand L. Prefácio, p.8-9. In: Brand L. Fé, Razão e História da Terra. São Paulo: UNASPRESS, 2005.

“uma visão da história que re-conhece o importante papel da intervenção inteligente na histó-ria, incluindo a criação, a inter-venção na história geológica e a comunicação de Deus com o homem através da Bíblia.”6

Esse termo, segundo Brand, “não define a natureza da inter-venção e poderia incluir uma va-riedade de interpretações, des-de o conceito de um Deus que iniciou o universo e o deixou a se desenvolver à evolução teísta e à mais literal interpretação da Bíblia.”6

E pra você, qual seria a pro-posta alternativa mais coerente ao termo criacionismo?

Everton F. Alves é mestre em Ciências (Imunogenética) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). É Cofundador e editor da Origem em Revista.

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Cartas ao editor

Michelson BorgesPastor, Jornalista, e Mestre em Teologia

Graça LützBióloga e Mestre em bioquímica

Gabriell StenvensonHistoriador e idealizador do projeto Apologética XXI

Eduardo LützFísico e mestre em Astrofísica

Entre os protestantes e evangélicos, em ge-ral, e entre os adventistas, em específico, cresceu muito a quantidade de universitários e de mem-bros com boa formação acadêmica. Com isso, cresceu também a exigência desse público em relação ao acesso a materiais que atendam seu interesse por abordagens mais profundas de te-mas como apologética, ciência e religião, teolo-gia e afins. Evidentemente que editoras cristãs como a Casa Publicadora Brasileira e outras têm feito sua parte e publicado em anos recentes obras muito relevantes neste cenário de contro-vérsia entre o criacionismo e o evolucionismo. Organizações como a Sociedade Criacionista Brasileira igualmente têm dado tremenda con-tribuição com suas publicações e seus eventos periódicos. Iniciativas pessoais e voluntárias por parte de blogueiros e vlogueiros também se so-maram a esses esforços pró-criacionismo. Mas ainda havia espaço para um tipo de publicação que unisse a abordagem bem fundamentada técnica e filosoficamente com uma “pegada” mais popular e atrativa. Havia! A Origem em re-vista veio justamente para ocupar essa interface entre o bom jornalismo científico e a divulgação popular da cultura bíblico-criacionista. Vida lon-ga à Origem em Revista!

A proposta de publicar uma revista que trate das origens sob um ponto de vista criacionista vem ao encontro da necessidade de se ter uma fonte de pesquisas sobre estes temas reunidas em uma publicação. Isto vai facilitar a pesquisa dos que buscam se informar sobre estes assun-tos e encontrar referências, além de divulgá-los, oportunamente, entre os que ainda não tinham considerado estas questões.

A Origem em Revista é uma poderosa fer-ramenta para todos aqueles que buscam um conteúdo de valor e informação de qualidade a fim de conhecerem de forma mais profunda e precisa o criacionismo bíblico-científico; prin-cipalmente os apologistas cristãos criacionistas. Com certeza não irão se decepcionar.

É importante haver espaços em que evidên-cias sejam avaliadas sob diferentes perspectivas e cosmovisões sejam questionadas e polidas. A Origem em Revista propõe-se a contribuir nes-se sentido ao publicar matérias que apresentem e avaliem evidências e argumentos envolvendo origens e cosmovisões. Em especial, abre es-paço para que se discuta de maneira séria cos-movisões criacionistas, as quais tendem a ser tratadas de maneira simplória e jocosa no meio acadêmico, com frequente uso de argumentos do espantalho. Também abre espaço para que criacionistas possam aperfeiçoar e ajustar seus pontos de vista, corrigindo equívocos e levando em conta evidências de maneira mais fiel.

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57 1º Semestre 2018Origem em Revista

Márcio Fraiberg MachadoBiólogo e professor da Faculdade Adventista Paranaense

Rodrigo MeneghettiQuímico e professor adjunto da Universidade Estadual de Maringá

Giannina InvernizziJornalista e apresentadora do Programa Origens da TV Novo Tempo

Firmo NetoFundador e ex-presidente do Núcleo Baiano de Estudo e Pesquisa sobre as Origens (NUBEPO)

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[email protected]

Infelizmente, a revista não é capaz de responder toda a correspondência.

O periódico Origem em revista é a linha edi-torial independente de referência no seguimen-to criacionista que faltava no Brasil. Creio que as notícias atualizadas e artigos científicos interdis-ciplinares deste meio de comunicação contri-buirão ainda mais na divulgação deste modelo, principalmente quanto a literalidade do livro de Gênesis. Que o grande Projetista Inteligente abençoe todos os colaboradores e pesquisado-res desse magnífico periódico e que seus leito-res possam ser agraciados pelo conhecimento filosófico e científico do criacionismo.

A fundação da Origem em Revista vem pre-encher importante lacuna no exercício do livre pensar e pesquisar novas abordagens a res-peito do que nos cerca. Permitirá o desenvolvi-mento da ciência sem dogmas pré-concebidos, sem a limitação de uma visão neo-darwinista à priori, fortalecendo o desenvolvimento de pes-quisas que permitam aparecer o real, os dados, não o imaginário estabelecido por grupos de pesquisa comprometidos com o materialismo. Fortalecerá uma das evidências mais encontra-das nas pesquisas em ciências naturais: Há um Criador. A revista permitirá que a voz dos pes-quisadores comprometidos com as evidências apareça, especialmente num momento como esse, de grande fervilhar tecnológico.

A fundação de Origem em Revista repre-senta um importante passo nos esforços para ampliar a popularidade do Criacionismo no Brasil. As mais diversas sociedades criacionistas do mundo têm como emblema algum tipo de publicação na qual seus pontos de vista são de-fendidos. É o caso da Answer Magazine, editada pela Answers in Genesis, da Acts & Facts, edita-da pelo Institute for Creation Research, da Cre-

ation Magazine, editada pela Creation Ministry International, e da própria Revista Criacionista, editada pela Sociedade Criacionista Brasilei-ra. O surgimento de novas publicações, longe de rivalizar com as já existentes, contribui para o fortalecimento da mensagem da Criação. Origem em Revista vem se juntar a esse time vencedor, constituindo-se em um espaço para a publicação de opiniões de especialistas das mais diversas áreas. Em adição a outros canais eletrônicos que já se firmaram na divulgação do criacionismo no Brasil, Origem em Revista servirá como referência para os interessados na controvérsia evolução/criação. Uma publicação nesses moldes poderá centralizar o trabalho dos diversos estudiosos da Criação no Brasil, permitindo também o intercâmbio e o amadu-recimento de ideias. Espero ansiosamente para colocar os olhos na primeira edição!

Conhecer nossas origens é mais do que res-ponder uma pergunta existencial. O que acre-ditamos sobre nosso passado influencia dire-tamente o futuro que estamos construindo. E é nesse desenvolvimento, feito possível através da educação, que o papel de uma revista como Origem em Revista se torna indispensável. Numa sociedade como a nossa, moldada pelo acesso a informação, precisamos de mais fontes que contribuam na construção do conhecimen-to aproximando ao público informação científi-ca séria, mas que pela sua contradição aos para-digmas convencionais, grande parte dos meios massivos de comunicação tem decidido ignorar.

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Cosmovisão Bíblica M I C H E L S O N B O R G E S

A natureza é considerada a “re-velação natural” de Deus. Isso está em harmonia com o Sal-

mo 19:1: “Os céus proclamam a gló-ria de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos.” Mas há pelo menos dois problemas com essa for-ma de revelação: (1) a queda preju-dicou a obra de Deus, que, por isso, reflete-Lhe o caráter apenas obscu-ramente, e (2) nossa compreensão da natureza e dAquele que deseja Se revelar por meio dela será incomple-ta enquanto houver lacunas em nos-so entendimento das leis naturais. Por isso, o Criador da natureza deci-diu nos conceder outra revelação, a fim de deixar mais claras as verdades espirituais que Ele julgou por bem nos revelar. Mas será que a Bíblia Sa-

grada é realmente confiável?Quando Paulo diz que “toda a Es-

critura [o Antigo e o Novo Testamen-tos] é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16), ele usa a palavra grega the-opneustos, que significa literalmen-te “proveniente do fôlego de Deus”. “Deus ‘inspirou’ a verdade nas men-tes dos homens, os quais expressa-ram essas mesmas verdades em suas próprias palavras, que foram consoli-dadas nas Escrituras. Portanto, inspi-ração é o processo através do qual Deus comunica Sua verdade eter-na.”1:19 Em outras palavras, “as ideias de Deus tornaram-se ideias [dos ho-mens], e eles registraram exatamen-te o que Ele queria que soubésse-mos”.2:34

Um milagreem forma de livro

“A Escritura contém o divino e o humano; a verdade é inspirada por Deus, mas é moldada pelo espírito humano de acordo com o idioma, o ambiente e a inteligência humana de cada escritor.”

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Os homens santos escolhidos por Deus traduziram as revelações divinas em linguagem humana com suas limitações e imperfeições, mas ainda assim a Bíblia é o testemunho de Deus. A Bíblia é o maravilhoso livro divino-humano. Resumindo: a Bíblia é a verdade divina expressa em linguagem humana. Um milagre em forma de livro!

“A Escritura contém o divino e o humano; a verdade é inspirada por Deus, mas é moldada pelo espírito humano de acordo com o idioma, o ambiente e a inteligência humana de cada escritor.”3:28 De seu primeiro li-vro (Gênesis) ao último (Apocalipse), a Bíblia se compõe de 66 livros es-critos por cerca de 40 escritores de formação social, educacional e pro-fissional amplamente diversificada. A escrita foi produzida num período de 16 séculos, todavia, o produto final é um livro harmonioso e coerente.

O testemunho da arqueologiaDeus criou o mundo em sete dias.

O diabo usou uma serpente para en-ganar a primeira mulher. Um dilúvio cobriu toda a Terra e apenas uma fa-mília e representantes das espécies terrestres de animais foram salvos numa grande arca de madeira. Deus criou a diversidade de línguas para impedir a construção da Torre de Ba-bel. Escravos cruzaram o Mar Verme-lho que se abriu diante deles. Jesus curou paralíticos, deu vista aos cegos e até ressuscitou mortos – tendo Ele mesmo ressuscitado depois de mor-to e sepultado. Isso tudo é possível? Trata-se de fatos reais ou meras ale-gorias para transmitir verdades espi-rituais? Lembre-se: é preciso analisar os fatos antes de chegar a uma con-clusão precipitada.

1. A criação. Quando analisa-mos os relatos ou mitos de criação antigos, percebemos semelhanças

interessantes com o texto bíblico. Exemplo: o Enuma Elish, datado do 7º século a.C., traz sete tabletes de argila que descrevem a criação do mundo dividida em sete partes, sen-do a sétima correspondente a um dia de descanso. Apesar das diferenças, as semelhanças entre esses mitos e o relato bíblico apontam para uma mesma fonte primordial. Kenneth Ki-tchen, respeitado egiptólogo da Uni-versidade de Liverpool, Inglaterra, e especialista em literatura do antigo Oriente Médio, afirma que geral-mente na cultura literária daquela região as tradi-ções mais simples são aquelas que originam os mitos e lendas, e não o contrário.4:89

Quando com-parada com os mitos babilônicos, assírios, hititas e egípcios, a tradi-ção do relato da criação em Gêne-sis desponta como a versão menos elaborada, com grande probabi-lidade de ser a original. Mais: De onde teria surgido o ciclo semanal, que não depende de movimentos de corpos celestes, como os dias, os meses e os anos? E como ficaria o quarto mandamento da lei de Deus, que estabelece a guarda do sábado semanal – “porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há” (Êx 20:11) –, caso a semana da criação não fosse literal?

2. A queda. De modo semelhan-te, o relato da queda pelo engano da serpente é sugerido em outras cultu-ras. Um selo mesopotâmico do 3º mi-lênio a.C. traz a imagem de um casal

Mais de 200 culturas espalhadas

pelo mundo preservaram

relatos de uma grande

inundação que destruiu

a Terra e da qual foram

salvas algu-mas pessoas num grande

barco.

A Epopeia de Gilgamesh

é um antigo poema

épico da Mesopotâmia

que curiosamente

traz uma história de um dilúvio

global com característica

similares ao livro de

Gênesis.

Poema de Gilgamesh

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sentado em frente a uma árvore com uma serpente por trás deles. Resquí-cios dessa história são encontrados em outras culturas, apontando igual-mente para um relato primordial.

3. O dilúvio. Mais de 200 culturas espalhadas pelo mundo preserva-ram relatos de uma grande inunda-ção que destruiu a Terra e da qual foram salvas algumas pessoas num grande barco. Além disso, há várias evidências geológicas que apontam para uma tremenda catástrofe hídri-ca. Exemplo: cerca da metade dos sedimentos continentais são de ori-gem marinha; são encontrados em montanhas fósseis de animais mari-nhos; os estratos da coluna geológi-ca se apresentam de forma paralela em grandes extensões, sem revelar sinais de erosão entre as camadas, o que indica uma formação rápida; etc.

4. A Torre de Babel. Os zigurates encontrados em Ur, no Iraque, e que eram usados para facilitar o contato dos sacerdotes com os deuses, ates-tam que o povo de Babel construiu torres com propósitos religiosos. Além disso, estudos linguísticos têm demonstrado que os idiomas remon-tam a um tronco comum, à medida

que se recua no tempo.5

5. O Êxodo. Estudos indicam que, de fato, houve escravos semitas no Egito, como atestam pinturas nas pa-redes de pirâmides (como em Beni Hassan, por exemplo). E um papiro do sacerdote egípcio Ipuwer men-ciona, inclusive, algumas das pragas que assolaram a nação.

6. Milagres de Jesus.6 Fontes ex-trabíblicas, como o historiador judeu do 1º século Flávio Josefo e o Tal-mude, importante obra do judaís-mo concluída por volta do ano 500 d.C., sugerem que Jesus de Nazaré foi responsável por feitos miraculo-sos. Quando Jesus ressuscitou, os maiores interessados em desmentir o fato eram os líderes judaicos e os soldados romanos. Mas eles não pu-deram fazer isso. O surgimento do cristianismo em Jerusalém só pode ser explicado por meio da ressurrei-ção de Jesus Cristo, uma vez que se o corpo dEle ainda estivesse na tumba de José de Arimateia, a crença num Messias ressurreto seria infundada e insana. Além disso, teriam os cristãos sido torturados, perseguidos e mor-tos por uma mentira que eles mes-mos inventaram?

O mais interessante é que Jesus, o Filho de Deus, confirmou todos os eventos bíblicos citados acima ao fa-zer referência a eles como fatos his-tóricos e não meras alegorias.

Erwin Lutzer afirma que “a geo-grafia, a cronologia e as descrições que a Bíblia faz do surgimento e que-da dos impérios, tudo se conforma com os dados da história secular. Se a Bíblia é confiável nesses assuntos em que pode ser testada, temos mo-tivos para crer em sua confiabilidade nos assuntos que estão além do atual reino de investigação”.2:65

Chega a ser estranha, então, a oposição que alguns movem contra a Bíblia. Note o que escreveu o Dr.

O zigurate é uma forma

de templo, criada pelos

sumérios e comum para

os babilônios e assírios,

pertinente à época do

antigo vale da Mesopotâmia

e construído na forma de

pirâmides terraplanadas.

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Rodrigo Silva: “Você sabia que até mesmo as mais conhecidas fontes históricas de Alexan-dre Magno são baseadas em documentos bastante tardios? Não há registros do 4º sécu-lo a.C. que confirmem sua presença ou de seu exército na Índia ou, sequer, mencione sua existência e seus feitos. As mais antigas fontes sobre a vida de Alexandre que conhecemos datam de 300 a 800 anos depois de sua mor-te. Além disso, muitas delas são reconhecida-mente mitológicas e não estão preservadas nos manuscritos originais, mas em cópias tar-dias posteriores ao 2º século d.C. Por que, en-tão, dizer que Alexandre é histórico e Abraão é um mito?”.7:17

É uma boa pergunta, não?Quando ainda era ateu, Lee Strobel, jorna-

lista do Chicago Tribune, se propôs investigar o Novo Testamento e a vida de Jesus com o intuito de provar que essa história se tratava de um mito engendrado pelos cristãos. Apli-cou sua perícia investigativa e pesquisou o assunto a fundo por quase dois anos. Resulta-do: tornou-se cristão e autor de vários livros, como Em Defesa de Cristo e Em Defesa da Fé.

Strobel escreveu: “Os primeiros discípulos subitamente passaram a acreditar tão forte-mente que Deus havia ressuscitado Jesus que estavam dispostos a morrer por essa cren-ça.”.8:111 Em seguida, ele cita o estudioso do Novo Testamento Luke Johnson, que escre-veu: “Algum tipo de experiência poderosa e transformadora é necessária para gerar o tipo de movimento que foi o cristianismo dos pri-mórdios.”.8:111

Os escritores do Novo Testamento sabiam que a narração deles estava fundamentada em fatos. Pedro, uma das testemunhas ocula-res da transfiguração de Cristo e um dos márti-res cristãos, escreveu: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares de Sua ma-jestade” (2 Pedro 1:16).

Muito mais poderia ser escrito sobre con-firmações arqueológicas da historicidade das Escrituras Sagradas ou mesmo sobre as pro-fecias que ela traz e que foram e estão sendo

cumpridas à risca.9 Leia, por exemplo, o capí-tulo 2 do livro de Daniel e você verá, represen-tada por uma estátua, a história dos impérios mundiais, desde Babilônia, passando pela Pér-sia, Grécia, Roma e Europa, culminando com a implantação do Reino de Deus. Pesquise tam-bém sobre a profecia cumprida a respeito da destruição da antiga Tiro (que hoje está exata-mente como previsto nas páginas sagradas), ou da queda de Babilônia10 e a reconstrução de Jerusalém. Além disso, há cerca de dois mil anos, Jesus pintou um quadro do fim dos tempos que é a perfeita descrição de nossos dias (cf. Mateus 24), motivo pelo qual muitos cristãos creem que a segunda vinda de Jesus Cristo está próxima.

A Bíblia, como nenhum outro livro sagra-do, possui credenciais divinas. É um milagre em forma de livro!

Michelson Borges é jornalista formado pela UFSC, autor de vários livros sobre criacionis-mo e editor associado da Origem em Revista.

1. Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia (organização). Nisto Cremos – 28 Ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008.

2. Lutzer E. 7 Razões Para Confiar na Bíblia. São Paulo: Vida, 2001.3. Apolinário P. História do Texto Bíblico. São Paulo: Instituto Adven-

tista de Ensino, 1985.4. Kitchen K. Ancient Orient and Old Testament. Londres: Tyndale

Press; Chicago: InterVarsity Press, 1966.5. Vale a pena conferir os livros A Origem Comum das Línguas e das

Religiões, de Guilherme Stein Júnior, e Um Tronco Comum Para os Idiomas?, de Ruy Carlos de Camargo Vieira, ambos publicados pela Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br).

6. Para aprofundamento nesse assunto, vale a pena conferir Gary Habermas, “Did Jesus perform miracles?”, In: Wilkins M, Moreland JP (Eds.). Jesus Under Fire: Modern scholarship reinvents the his-torical Jesus. Grand Rapids: Zondervarn, 1995.

7. Silva R. Escavando a Verdade. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasi-leira, 2007.

8. Strobel L. Em Defesa da Fé. São Paulo: Vida, 2002.9. Segundo Alexander vom Stein, em seu livro Criação – Criacionis-

mo Bíblico. Brasília: Sociedade Criacionista Brasileira, 2007, a Bí-blia contém cerca de seis mil profecias, das quais quase a metade já se cumpriu.

10. Durante muito tempo pairaram dúvidas sobre a existência de Ba-bilônia e de seu rei, Nabucodonosor, até que a descoberta das ruínas da cidade e a decifração de escritas em tabletes e nas pare-des dos edifícios públicos provaram que tanto a cidade quanto o rei realmente haviam existido. Um dos tijolos de Babilônia com o nome de Nabucodonosor impresso nele está exposto no Museu de Arqueologia Bíblica do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Engenheiro Coelho, SP.

Referências

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62 1º Semestre 2018Origem em Revista

Onze de Gênesis é uma ótima opção para quem deseja presentear pessoas que mantêm um ceticismo (e mesmo um ateísmo) do tipo mente aberta.

www.onzedegenesis.com.br

+55 47 9 9149-0208

[email protected]

O designer e escritor criacionista blumenauense Alexandre Kretzschmar, hoje um dos principais nomes em nosso país em termos de popularização da temática por meio de designs gráficos, acaba de lançar o livro Onze de Gênesis. Acompanhe a jornada dos personagens numa aventura cheia de dra-ma, amor e descobertas que poderão mudar também a sua vida. É disso que se trata Onze de Gênesis, o romance criacionista que está caindo no gosto dos leitores brasileiros.

Onze de Gênesis conta a história intensa e quase enigmática de um pai zeloso que deixa uma herança para o filho. No entanto, muitas dúvidas e questionamentos precisam de respostas. Depois da morte de seu pai, Gabriel Edelweiss volta à sua cidade natal e o retorno traz grandes surpresas e muitas mudanças. Em meio a tantos detalhes por resolver, Gabriel encontra pistas deixadas pelo pai que o levarão a uma análise breve, porém sistemática, verso por verso, dos onze primeiros capítulos da Bíblia. Isso fará com que ele inicie uma jornada de encontros consigo mesmo e com sua fé. Digitais deixadas por um pai criativo levam Gabriel a descobrir novos horizontes e a colocar em xeque antigos conceitos.

Esta obra apresenta ao leitor, de forma simples e quase poética, uma resposta sobre a verdadeira história de nossas origens.

LANÇAMENTOS

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Esses arautos da Criação explicam suas razões para a escolha dessa perspectiva criacionista e afirmam que é possível con-

ciliar a fé com a pesquisa científica. Pela primei-ra vez todos esses bravosgigantes que lutam o bom combate estão sendo cobertos simulta-neamente em uma só entrevista com os teste-munhos pessoais acerca de seu entendimento sobre o criacionismo e as suas contribuições para que o mesmo se mantivesse em destaque no cenário científico, mesmo em meio a uma impregnação ideológica e um domínio natura-lista filosófico dentro das Academias.

Muitos desses ainda estão na ativa, mas é inegável que já contribuíram muito partilhan-do seus conhecimentos, os resultados de suas pesquisas, em incontáveis palestras e cursos aqui e no exterior, com a publicação de sóli-dos materiais de estudo e, mais importante, a inspiração que sua vida e carreira representam para a nova geração de criacionistas que está surgindo.

Orlando Rubem Ritter

1) O que o criacionismo representa para você?

O criacionismo bem cedo passou a fazer parte de minha vida. Cursando Física no ensino médio, o prof. S. Schwantes soube colocar no contexto criacionista o estudo da Termodinâ-mica e da lei da Entropia. Fiquei profundamen-te interessado. Meu pai, que não era físico, mas

Os 15 mais influentes pesquisadores criacionistas brasileiros

Pioneirismo E D I T O R E S

Neste artigo, entrevistamos 15 cientistas e/ou pesquisadores em áreas como a Biologia, a Bioquímica, Geologia, a Física, a Matemática, a Engenharia e a Teologia. Todos eles são considerados peças fundamentais para a inserção, o estabelecimento e o progresso do criacionismo no Brasil, o que lhes garantiu lugar de honra na história do criacionismo moderno no país. Todos eles têm mestrado ou doutorado obtido em universidades públicas e privadas no Brasil e nos Estados Unidos.

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tinha na sua boa biblioteca obras criacionistas editadas nos Estados Unidos (várias obras do prof. Price, entre elas New Geology), Espanha e Argentina, contribuiu para ci-mentar meu interesse.

Complementando, ao estudar Física Teórica na USP, pude con-siderar a entropia no contexto da matemática avançada e descobrir que a entropia é expressa pelo logaritmo de uma probabilidade (Estatística de Stefam e Boltzman) e tem, portanto natureza probabi-lística, ou seja, no andamento dos processos naturais ocorre o mais provável e, o mais provável, é fácil ver que é a desordem. Raciocinan-do, os professores, então grandes mestres europeus, concluíam: o mais provável (desordem) permite a ocorrência do improvável (evolu-ção). Isso aumentou ainda mais o meu interesse pelo criacionismo que para mim é o cerne do adven-tismo e do sabatismo.

2)  Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Matemática pela Universidade de São Paulo (USP, 1944-1948). Aliás, fui um dos primeiros professores adventistas no Brasil com formação em uni-versidade pública. Sou Mestre em Educação pela Andrews University (1965-1966), nos Estados Unidos, onde me graduei com honra e aproveitei o tempo para me envol-ver ainda mais com as lides criacio-nistas. Fui diretor de faculdades e fundador de escolas, e professor de Matemática, Física e Ciência e Religião por mais de 60 anos na mesma instituição (1944-2004). Também fui coordenador do cur-so de Pedagogia do Centro Uni-

versitário Adventista de São Paulo (UNASP, campus 1). Hoje, aos 93 anos, estou aposentado, após mais de 40 mil aulas ministradas duran-te minha carreira.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Fui professor e diretor, sempre lecionei no contexto criacionista (vide seu livro intitulado O Profes-sor, editado pela CPB). A partir de 1954, me tornei palestrante viajan-do por todo o Brasil e participando de reuniões e conclaves os mais di-versos. Sempre havia lugar para o criacionismo. Em 1984, fiz uma pre-leção no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na presença de todos os alunos e de muitos pro-fessores, tentando mostrar como o princípio da entropia legisla contra a teoria da evolução.

Em 1950, a pedido do diretor da Faculdade de Teologia (S. Küm-pel), comecei a lecionar Geologia Criacionista e Astronomia para o 3º e 4º anos do curso de Teologia, e posteriormente com o nome de Ciência e Religião até 1992. Nos anos 70, preparei a apostila de Ciência e Religião (Estudos) que foi transformada pela Sociedade Cria-cionista no livro Estudos em Ciên-cia e Religião. (Nota da edição: A propósito, a ideia de se organizar uma entidade criacionista, no fim de 1971, conhecida atualmente como Sociedade Criacionista Bra-sileira (SCB), está diretamente li-gada à pessoa de Orlando Ritter). Em 1970, num encontro com o en-genheiro Dr Ruy Vieira surgiram as idéias que resultaram na fundação da SCB. Na época, o Dr. Ruy era di-retor da Escola de Engenharia de São Carlos.

Ao estudar Física Teórica na USP,

pude considerar a entropia no

contexto da matemática avançada e

descobrir que a entropia é

expressa pelo logaritmo de uma

probabilidade e tem, portanto

natureza probabilística,

ou seja, no andamento dos

processos naturais ocorre o mais provável e, o

mais provável, é fácil ver que é a

desordem.

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Ruy Carlos de Camargo Vieira

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim o Criacionismo re-presenta o resgate de uma verda-de a respeito das origens de todas as coisas sob o prisma do conhe-cimento científico de nossos tem-pos.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Formei-me em Engenharia Mecânico-Eletricista pela Escola Politécnica da USP, fui Auxiliar de Ensino e Professor Assistente no Instituto Tecnológico de Aeronáuti-ca, Professor contratado para reger a Cadeira de Física Técnica, Máqui-nas Térmicas e de Fluxo na Escola de Engenharia de São Carlos da USP, onde segui a carreira acadê-mica fazendo estágios no exterior e os concursos de Livre-Docência e de Cátedra, recebendo após minha aposentadoria o título de Professor Emérito. Na EESC-USP, implantei o Departamento de Hi-dráulica e Saneamento, o Curso de Pós-graduação em Hidráulica e Sa-neamento e o Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada, de-sempenhei atividades de pesquisa e extensão orientando dezenas de mestrados e doutorados, realizan-do pesquisas na área de Mecânica dos Fluidos e consultoria junto à Companhia de Água de São Pau-lo e ao Metrô de São Paulo. Fui Coordenador da Comissão de Es-pecialistas de Ensino e Engenharia e Diretor Adjunto da Secretaria de

Educação Superior do MEC, Con-selheiro do Conselho Federal de Educação, Conselheiro, Vice-Pre-sidente e Consultor do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetu-ra e Agronomia. Representante do MEC na Agência Espacial Brasilei-ra.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

No campo do Criacionismo, minhas atividades centraram-se na produção de literatura em língua portuguesa em nível adequado para a divulgação de conhecimen-tos básicos sobre a controvérsia entre Criação e Evolução no meio acadêmico, o que tenho feito des-de 1972, com a fundação informal da Sociedade Criacionista Brasi-leira, e mais recentemente, desde 2000 com a institucionalização da Sociedade.

Christiano Pinto da Silva Neto

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

  O criacionismo foi de uma importância vital para minha vida com Deus. Durante muitos anos, décadas mesmo, vivi um verdadei-ro conflito em busca de uma solu-ção para o confronte entre evolu-ção e criação. Infelizmente, porém, naqueles primeiros anos, década de 60, o criacionismo era incipien-te no Brasil e pastores não tinham uma resposta para essa questão, a não ser que eu deveria crer no que a Bíblia diz e não dar ouvidos aos professores de ciência na escola,

Durante muitos anos, décadas mesmo, vivi um verdadeiro con-flito em busca de uma solução para o confronte entre evolução e cria-ção. Infelizmente, porém, naqueles primeiros anos, década de 60, o criacionismo era incipiente no Brasil e pastores não tinham uma resposta para essa questão, a não ser que eu deve-ria crer no que a Bíblia diz e não dar ouvidos aos professores de ciência na escola, a não ser para res-ponder as ques-tões das provas.

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66 1º Semestre 2018Origem em Revista

a não ser para responder as ques-tões das provas. Obviamente, isso não resolvia o meu problema.

O resultado é que, pouco a pouco, a minha fé foi começando a desfalecer. Ela nunca chegou a ruir completamente, até porque, mi-nha conversão havia sido genuína. Lembro-me, porém, de um tempo em Londres em que ainda ia à igre-ja quase que só porque reconhe-cia que seu ambiente era muito apropriado para o crescimento de minha filha, então com 4 anos.

O criacionismo mostrou a mim, além de qualquer dúvida, que a teoria da evolução é falsa ciência, intrometida no seio da Ciência como se Ciência fosse. Mostrou--me, também, que a natureza res-pira criação por todos os poros. É com esse espírito que tenho estado a serviço do meu Deus, proclamando o criacionismo nos ambientes em que tenho tido a oportunidade de penetrar e, desse modo, já pude participar do res-gate de muitas pessoas, algumas como eu, que já tinham uma for-mação cristã, outras já convertidas, mas em dificuldades existenciais, e, também, outras completamente avessas à realidade de Deus.

Muitos afirmam que o criacio-nismo é a ideia de que Deus criou todas as coisas de acordo com a narrativa do livro bíblico de Gêne-sis. Porém, vemos que esta é uma referência ao cristianismo, e não ao criacionismo. É o cristianismo que parte do que a Bíblia diz! Se o cria-cionismo partisse do que está es-crito na Bíblia, considerando esse texto como correto, não haveria qualquer necessidade de se em-pregar conceitos e métodos cien-tíficos para validar seus argumen-tos que, em princípio, já estariam validados em sua origem. Nesse caso, o criacionismo não seria nem fé nem ciência, muito pelo con-trário, seria uma monstruosidade intelectual que não mereceria, de nenhum de nós, a menor conside-ração.

2)  Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

  Sou bacharel em Matemática pela Universidade Federal do Pa-raná (UFPR). Sou mestre na área de concentração “Non-Stand Analy-sis”, no campo da Topologia, pela University of London. Atualmente, souprofessor universitário aposen-tado e ex-professor de Matemática de quatro grandes universidades, sendo elas: Universidade Gama Filho (Rio de Janeiro), Universida-de Estadual de Maringá (Paraná), Universidade de Alberta (Canadá) e meu último emprego na Univer-sidade Federal de Viçosa, Minas Gerais (1977-1987).

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

 Sou membro da Igreja Batista e, em julho de 1979, fundei e pre-sidi a ABPC – Associação Brasileira de Pesquisa da Criação –, organi-zação localizada inicialmente na cidade de Viçosa, Minas Gerais. Em 1987, me mudei para Belo Ho-rizonte, atual sede da associação, quando entendi que era a vontade de Deus que assumisse o minis-tério da ABPC em tempo integral. Desde a fundação dessa organiza-ção, tenho proferido palestras em todo o país, de norte a sul, de leste a oeste, em escolas, igrejas e uni-versidades.

Ao longo desses 38 anos, em nome da ABPC, tenho publicado boletins, revistas e livros. Sou autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais estão A Criação – na Bíblia e na Ciência, Datando a Terra – Perspectiva criacionista, Revela-ções de um Koala, O Criador Vem! - reflexões sobre os últimos tempos e Origens – A Verdade Objetiva dos Fatos. Também fui o tradutor do li-vro “Scientific Creationism” para o português com o título O Enigma das Origens – A Resposta. Além de

Muitos afirmam que o

criacionismo é a ideia de que Deus

criou todas as coisas de acordo

com a narrativa do livro bíblico de

Gênesis. Porém, vemos que esta é uma referência ao

cristianismo, e não ao criacionismo. É o cristianismo que

parte do que a Bíblia diz!

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67 1º Semestre 2018Origem em Revista

autor de muitos artigos publicados em vários periódicos evangélicos e seculares. A ABPC tem editado, também, uma série de vcd’s e dvd’s ao longo dos anos.

 Através da presença da ABPC na internet foi possível, também, exercer influência junto à Socie-dade Brasileira Criacionista. Re-centemente, a ABPC finalizou um trabalho que considera da maior importância porque coloca os pin-gos nos is em relação ao que a so-ciedade pensa acerca do criacio-nismo, muitas vezes equivocado com a verdadeira natureza do cria-cionismo. O título desse trabalho é O Resgate do Criacionismo, que é enviado gratuitamente por email em formato virtual, bastando solici-tá-lo através do endereço eletrôni-co  [email protected], colocando no campo assunto “Documento O Resgate do Criacionismo” e infor-mando no corpo do email nome completo, formação profissional e cidade. Temos coletado, ao lon-go dos anos, muitas evidências de que o trabalho que temos realiza-do tem contribuído para que mui-tas pessoas sejam libertadas da falsa ciência da evolução, encon-trando, posteriormente, o Deus da criação.

Roberto Cesar de Azevedo

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim, o Criador superpo-deroso, inteligente e capaz, origi-nou o universo, os elementos quí-micos, as leis e princípios naturais, os seres vivos e os mantém. No

princípio, Deus criou... Ele se re-velou em um livro, a Bíblia, que foi e é a base espiritual e cultural dos israelitas/judeus, de Cristo e dos cristãos.

Ela também é um livro históri-co fidedigno para a Arqueologia. A nação de Israel deriva do nome de Israel (Jacó), e os judeus de seu filho Judá. Os demais povos e na-ções derivam dos descendentes de Noé, todos estes personagens his-tóricos. Os nomes dessas nações muitas vezes também utilizaram os próprios nomes reais  dos  70 des-cendentes dos três filhos de Noé e suas noras (Gênesis 10 e 11), pois informações extrabíblicas também as corroboram.

A Bíblia traz informações rele-vantes para a ciência. Ela ensinou e ensina a pensar da causa para o efeito, a base da ciência moderna, e estimulou a busca do conheci-mento na natureza, outro livro pro-duzido pelo mesmo Criador.

A Bíblia fornece dados cien-tíficos, como: O planeta Terra foi cuidadosamente preparado para abrigar a vida; havia apenas um grande continente; explica a ori-gem do surgimento do mal e da degeneração; descreve o maior evento catastrófico global do pla-neta; menciona os sobreviventes da catástrofe nominalmente; des-creve o surgimento dos povos e das línguas a partir desse peque-no grupo fundador; sugere o prin-cípio das leis da hereditariedade; afirma que há seres inteligentes em outros mundos; que a terra é redonda, etc.

Ocorreu um grande e catastró-fico evento global, que produziu bilhões de toneladas de fósseis. A descoberta de tecidos moles aponta para fósseis recentes, que podem ser comprovados pela aná-lise do Carbono 14. As idades de tais fósseis serão similares entre si e recentíssimas. A discussão deste tema continuará na ordem do dia, e apontará cada vez mais para o

A Bíblia fornece dados

científicos, como: O planeta Terra foi

cuidadosamente preparado para

abrigar a vida; havia apenas

um grande continente; explica

a origem do surgimento do mal e da degeneração;

descreve o maior evento catastrófico global do planeta;

menciona os sobreviventes da catástrofe

nominalmente; descreve o

surgimento dos povos e das

línguas a partir desse pequeno

grupo fundador; sugere o princípio

das leis da hereditariedade;

afirma que há seres inteligentes

em outros mundos; que a

terra é redonda, etc.

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relato bíblico do dilúvio global de Noé.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica

Sou formado em Ciências Bio-lógicas pela Universidade de São Paulo (USP), onde também fiz o Mestrado em Ciências da Comuni-cação. Além de possuir cursos de Extensão pela Andrews University em Educação e Teologia. Fui Pro-fessor de Ciências e Biologia, Dire-tor Geral e Coordenador de cursos de Pós-Graduação do Centro Uni-versitário Adventista de São Paulo entre o período de 1964 e 2008. Também fui diretor do Departa-mento de Educação Adventista da União Sul Brasileira (1972-1985) e na América do Sul (1990-2005).

Sou autor dos livros A Origem Superior das Espécies (Editora UNASPRESS, 1999), O Tempo do Fim (Editora CPB e Kit’s Editora, 1999), O Enigma das Estátuas (Edi-tora CPB, 2002), Genoma, passado, presente e futuro (Editora UNAS-PRESS, 2004) e ABC das Origens (Kit’s Editora, 2006).

3) Descreva quais tem sido suas contribuições/realizações no campo do Criacionismo.

Após entrar no curso de Ciên-cias Biológicas da USP, passei a conviver mais diretamente com as idéias evolucionistas. Naquela época havia pouca literatura cria-cionista disponível em português, estando disponível apenas o livro de Frank L. Marsh (Estudos em cria-cionismo), a apostila do professor Orlando Ritter, um livro de Júlio Minhan (Maravilhas da Ciência), e de Daniel Hammerly Dupuy em espanhol. No decorrer do tempo, além de fazer perguntas de vez em quando, comecei a notar algumas questões contraditórias, tais como a origem da vida casual frente aos experimentos de Pasteur golpean-do de morte a geração espontâ-nea, entre outros exemplos.

Com esta percepção evoluti-va, entre 1972 e 1986, comecei a escrever cartas para os autores evolucionistas em artigos onde atacavam a visão criacionista, em revistas e jornais, como Ciência e Cultura, Manchete, O Estado de São Paulo,    depois Ciência Hoje, Veja, Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, etc. Nestas cartas, eu discu-tia os temas apresentados, discor-dando, mas colocando outras po-sições.

Mas em 1987, com o lança-mento do primeiro livro didático de ciências com visão criacionis-ta para a 5ª. série, publicado pela CPB, ocorreu um ataque frontal contra os criacionistas. O jornal Folha de São Paulo, armou uma ar-madilha. Combinou com os auto-res do livro, a professora Nair Elias dos Santos, minha colega no IASP, e o doutor Admir Arrais de Matos, meu aluno de Biologia no nível médio, uma entrevista para divul-gar o livro.

Como havia dado sugestões aos autores, e na ocasião era dire-tor geral do UNASP-SP, fui convi-dado para a entrevista. Logo nas primeiras perguntas, percebi que a repórter era tendenciosa, e ataquei as idéias evolucionistas. No dia se-guinte, saiu uma pequena repor-tagem sobre o livro, e um ataque feroz contra os autores e o livro, em artigos que ocuparam o restan-te da página, classificando  o livro lançado como uma “bobajada”.

A partir desta data, decidi que responderia, na medida do possí-vel, qualquer ataque ao criacionis-mo, com argumentos científicos, evidências científicas, e com a vi-são que mencionei sobre as idéias evolutivas que encontrei na USP. Expondo as debilidades evolucio-nistas, escrevi então dezenas de cartas (e e-mails), enviei artigos de minha autoria indexados até o ano de 2016. Especialmente em 2009,

Ocorreu um grande e

catastrófico evento global, que

produziu bilhões de toneladas de fósseis. A

descoberta de tecidos moles

aponta para fósseis recentes, que podem ser

comprovados pela análise do Carbono 14. As

idades de tais fósseis serão

similares entre si e recentíssimas. A

discussão deste tema continuará

na ordem do dia, e apontará cada vez mais para o relato bíblico do dilúvio

global de Noé.

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69 1º Semestre 2018Origem em Revista

por ocasião da celebração dos 150 anos da publicação do livro de Darwin, participei de inúmeras discussões. Uma delas foi com o Clube  Cético.

Em 2008, a então Ministra Mari-na Silva do meio ambiente, partici-pou de um congresso Criacionista, que coordenei no UNASP-EC. Uma de suas declarações foi divulga-da intensamente em toda mídia nacional com grande exposição e ampla discussão sobre o tema.

Também publiquei inúmeros artigos em revistas, jornais e em especial na Revista Criacionista. A parir de 1999, escrevi vários li-vros.    Quando estive no Depar-tamento de Educação da antiga União Sul Brasileira, e depois na Divisão Sul Americana, estimulei a abertura de minicentros criacio-nistas, e bibliotecas com livros de autores criacionistas, em colégios Adventistas e Universidades Ad-ventistas.

Durante todo este período, e até agora ainda participo de en-contros criacionistas, congressos e apresentações para professores, e também junto a igrejas, escolas e mesmo universidades públicas, se convidado.

Adauto Lourenço

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim, existem três tipos de criacionismos: 1) Criacionismo Científico (apresenta uma respos-ta científica sobre as origens); 2) Criacionismo Religioso (mitos de

criação); e 3) Criacionismo Bíblico (narrativa judeu-cristã detalhada da criação). Em relação aos mitos de criação encontrados no criacio-nismo religioso, não creio neles e nem os aceito. Quanto aos outros dois, não tenho dúvidas que am-bos, juntos, oferecem a verdadeira resposta sobre as origens.

A base do criacionismo científi-co é sólida: as Leis da natureza e os processos naturais. Em relação a eles, não existe nenhum processo natural ou lei da natureza pelo qual informação altamente codificada (como a encontrada no DNA) teria sido produzida espontaneamente, independente do tempo. Proces-sos naturais e leis da natureza não produzem informação codificada. Outro ponto a ser mencionado é que as leis da natureza são a ori-gem dos processos naturais, os quais produzem forma, função e estabilidade na natureza. Sabemos que sem tais leis e processos a na-tureza não existiria. Mas de onde surgiram estas leis? Cientistas não criam essas leis nem esses proces-sos. Eles apenas descobrem essas leis e esses processos. Também sabemos que não foi a natureza que criou as leis que regem a si própria. Portanto, as leis da nature-za, que dão origem aos processos naturais, que dão forma, função e estabilidade a tudo o que existe, foram criadas. É esse tipo de ra-ciocínio basal que o Criacionismo Científico oferece. Ele não trata do Criador. Ele apenas responde a essa simples pergunta: Teria sur-gido espontaneamente ou não (foi criado)?

Quanto ao Criacionismo Bíbli-co, posso fazer minhas as palavras de um grande cientista do Século XX: “Para mim, fé começa com a compreensão  de que uma inteli-gência suprema trouxe o universo à existência e criou o homem. Não é difícil para eu ter esta fé, pois um  universo organizado e inte-

Mas de onde surgiram estas leis? Cientistas não criam essas leis nem esses processos. Eles apenas descobrem essas leis e esses processos. Também sabemos que não foi a natureza que criou as leis que regem a si própria. Portanto, as leis da natureza, que dão origem aos processos naturais, que dão forma, função e estabilidade a tudo o que existe, foram criadas. É esse tipo de raciocínio basal que o Criacionismo Científico oferece. Ele não trata do Criador. Ele apenas responde a essa simples pergunta: Teria surgido espontaneamente ou não (foi criado)?

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70 1º Semestre 2018Origem em Revista

ligente testifica a  favor da maior afirmação jamais pronunciada: ‘No princípio, Deus...’” (Arthur Comp-ton,  Prêmio Nobel de Física de 1927)

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Física pela Bob Jones University (1990). Entre 1990 e 1992, me especializei em física de superfície por meio de mi-nhas pesquisas realizadas no Oak Ridge National Laboratory (EUA). Possuo Mestrado em Física pela Clemson University (1994).  Minha dissertação de mestrado foi basea-da em pesquisas efetuadas no Max Planck Institut für Strömungsfur-chung (Alemanha). Após esse tem-po, eu retornei ao Brasil para atuar como professor da Universidade de Americana no estado de São Paulo e pesquisador independen-te na área de Matéria Condensada e Física de Superfície. Em 2005, recebi o prêmio Troféu Fumagalli na categoria Ciência em reconhe-cimento às minhas atividades no campo da ciência aqui no Brasil. Meu trabalho em física de superfí-cie tem sido na área de consulto-ria, documentação e aprovação de novas tecnologias.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Divido minhas atividades entre Brasil e Estados Unidos. No Brasil, eu tenho uma residência na cida-de de Limeira-SP onde congrego na Igreja Presbiteriana Central de Limeira. Tenho como ministério o de ensinar criacionismo. Ao lon-go desses últimos 18 anos (1998-2016), eu realizei cerca de 500 seminários no Brasil e no exterior, tratando dos temas Criacionismo, Ciência e Religião. Foram mais de 300 mil participantes ao todo. Eu tenho apresentado onze seminá-

rios diferentes, com oito palestras cada um, abordando um aspec-to específico ou do criacionismo científico ou do criacionismo bíbli-co. Foram produzidos oficialmente quatro jogos de DVDs com quatro de meus seminários (oito pales-tras por jogo de DVD). Além disso, existem muitos vídeos no youtube com minhas apresentações. Sou autor de quatro livros Como Tudo Começou: uma Introdução ao Cria-cionismo (2007) – que recebeu os prêmios de apologética e design gráfico na XX Bienal Internacional do Livro (2008-SP); Gênesis 1&2: a mão de Deus na Criação (2011), A Igreja e o Criacionismo (2011) e o e-book Dez Mitos Sobre o Cria-cionismo (2016). Meu maior desejo é que uma nova geração de pes-quisadores e pensadores tenha a ousadia de buscar a verdade, in-dependente das barreiras e pre-conceitos que tiverem que enfren-tar.

Nahor Neves de Souza Junior

1)   O que o criacionismo re-presenta para você?

Entendo o criacionismo como a relação funcional entre a Bí-blia e a ciência (definição simpli-ficada do próprio criacionismo). Deus nos presenteou com dois extraordinários livros: O Livro dos Livros  (As Sagradas Escrituras) e o  livro da natureza. As informa-ções obtidas a partir destes dois compêndios, quando corretamen-te compreendidas e analisadas,

O Livro dos Livros (As Sagradas

Escrituras) e o livro da natureza. As

informações obtidas a partir

destes dois compêndios,

quando corretamente

compreendidas e analisadas,

complementam-se mutuamente

e nos conduzem para mais perto do

próprio Autor – o nosso Criador e

Mantenedor.

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71 1º Semestre 2018Origem em Revista

complementam-se mutuamente e nos conduzem para mais perto do próprio Autor – o nosso Criador e Mantenedor. Assim, a convergên-cia entre esses dois livros estimula o pesquisador a se envolver, en-tusiasticamente, com a investiga-ção científica, ao mesmo tempo em que ele identifica na natureza as notáveis digitais do Criador. Finalmente, essa gratificante as-sociação coerente e sustentável do conhecimento bíblico com o conhecimento científico lhe pro-porciona as mais significativas ale-grias intelectuais.  

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou formado em Geolo-gia  pela Universidade Estadual Paulista (UNESP, 1980), mestre em Geotecnia pela Universidade de São Paulo (USP, 1986) e doutor em Geotecnia/Engenharia Civil pela USP (1992). Minha tese doutoral foi baseada em pesquisas feitas em rochas basálticas, muito co-muns na região sul do Brasil.

Entre 1982 e 1995, eu lecionei Geologia em duas das mais con-ceituadas universidades do País. A partir de 1995, tenho desenvol-vido minhas atividades junto ao Centro Universitário Adventista (UNASP), como coordenador do Departamento de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Diretor da faculdade de Engenharia Civil e professor de Geologia e Ciência e Religião.  Sou membro do Núcleo de Estudos das Origens (NEO) do UNASP e do Earth History Resear-ch Center  ligado à Southwestern Adventist University onde minhas áreas de interesse estão ligadas à Geologia e a Vulcanologia. Sou também diretor da subsede bra-sileira do Geoscience Research Institute.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Como Geólogo criacionista, te-nho sido considerado um dos mais ativos divulgadores do  criacionis-mo no Brasil. Tenho me dedicado exclusivamente à obra do Criador, seja ligado ao meu trabalho como professor, pesquisador e coorde-nador no UNASP, ou através da publicação do livro Uma Breve His-tória da Terra  (em fase de conclu-são da 3ª edição), preparação de artigos, CD-ROM e participação na produção de DVDs; Além disso, tenho apresentado centenas de palestras criacionistas por todo o Brasil; inclusive sou um dos pales-trantes oficial dos eventos promo-vidos pela SCB.

Urias EchterhoffTakatohi

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Para mim, o criacionismo é um esforço para compatibilizar uma interpretação da Bíblia com o co-nhecimento desenvolvido pela ciência moderna. Como há diferen-tes nuances de interpretação bí-blica e diferentes consciências do conhecimento científico, há certa pluralidade de práticas criacionis-tas. Pessoalmente, tenho procura-do definir os pontos essenciais de minha crença, em grande parte orientada por uma interpretação da Bíblia, ao mesmo tempo em que observo como o limitado co-nhecimento que tenho da ciência se relaciona com esses pontos es-senciais.

Para mim, o criacionismo é um esforço para compatibilizar uma interpretação da Bíblia com o conhecimento desenvolvido pela ciência moderna. Como há diferentes nuances de interpretação bíblica e diferentes consciências do conhecimento científico, há certa pluralidade de práticas criacionistas.

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72 1º Semestre 2018Origem em Revista

 2)  Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profissio-nais).

Com o objetivo de ser profes-sor, iniciei o bacharelado no Institu-to de Física da Universidade de São Paulo (USP) e concluí a licenciatura em Física na Organização Santa-marense de Educação e Cultura (antigo nome da Universidade de Santo Amaro, UNISA). Fiz mestra-do e doutorado em Física também na USP, com pesquisa em alguns aspectos da Física da Matéria Con-densada. Fui professor do Ensino Básico nas diversas disciplinas (Fí-sica, Matemática, Química, Lingua-gem de Programação e Estatística) no Instituto Educacional LuzWell (instituição particular com proprie-tários adventistas), no Instituto Ad-ventista Caxiense, no Instituto Ad-ventista Petropolitano de Ensino e no Instituto Adventista de Ensino. Fui também professor universitário das disciplinas de Física, Ciência e Religião e de diversas outras disci-plinas relacionadas à Matemática no Instituto Adventista de Ensino (atual Centro Universitário Adven-tista de São Paulo [UNASP]). Sou membro do Núcleo de Estudos das Origens (NEO), sediado no UNASP, campus 1, e tenho feito palestras por todo o Brasil, sendo, inclusi-ve, um dos palestrantes oficiais da SCB.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Inicialmente procurei aprender o que era discutido, principalmente na área relacionada à datação. Fiz algumas traduções de alguns ma-teriais. No mestrado, estudei uma técnica de datação com aplicação em Arqueologia (Termoluminiscên-cia) observando seu valor e limita-ções. Por sugestão do orientador, procurei explorar a possibilidade de usar essa técnica em datação de

fósseis (Peixes da Serra de Araripe). Observando a dificuldade de apli-cação segura para datação, restrin-gi o âmbito da pesquisa ao estudo das propriedades termoluminis-centes do espécime estudado.

Fiz algumas palestras procu-rando explicar de maneira acessí-vel algumas técnicas de datação baseadas em fenômenos físicos. Dada a complexidade de fatores envolvidos e minha ignorância com respeito a aspectos técnicos importantes dessas técnicas, não mais falo de datação. Nas aulas de Ciência e Religião dadas a alunos de diversos cursos no UNASP, pro-curei mostrar o valor e limitações da ciência e como preservar a fé nos valores bíblico-cristãos mes-mo quando pessoas de prestígio da ciência ou publicações de divul-gação científica insinuem uma des-valorização da Bíblia (para quem quiser saber mais, apresento aqui minha última contribuição na área: http://cevisa.org.br/unasp/essen-cia.pdf)

Michelson Borges

1)  O que o criacionismo re-presenta para você?

O criacionismo é o modelo conceitual que ajudou a trazer paz à minha mente inquieta, mostran-do que é possível harmonizar ade-quadamente a boa ciência e a boa teologia, duas áreas pelas quais sempre tive grande interesse. Per-cebi que, nesse esforço, eu estava em boa companhia, pois pessoas do quilate de um Newton, um Ga-lileu, um Pascal e outros haviam percorrido o mesmo caminho. A

O criacionismo é o modelo

conceitual que ajudou a trazer

paz à minha mente inquieta,

mostrando que é possível

harmonizar adequadamente

a boa ciência e a boa teologia,

duas áreas pelas quais sempre tive grande interesse.

Percebi que, nesse esforço, eu

estava em boa companhia, pois

pessoas do quilate de um Newton, um Galileu, um Pascal e outros

haviam percorrido o mesmo caminho.

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descoberta mais especial que fiz, quando descobri o criacionismo lá pelos meus 17, 18 anos, foi a de que eu não sou um “acidente cós-mico”. Muito pelo contrário, fui pla-nejado por um Deus de amor que está conduzindo a História ao seu desfecho: a recriação da Terra e a concessão da vida eterna aos que aceitarem Seu plano. 

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou formado em Jornalismo pela Universidade Federal de San-ta Catarina (UFSC). Fiz estudos de especialização em Teologia e mestrado em Teologia pelo Cen-tro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP, campus Engenheiro Coelho). Há duas décadas tenho trabalhado como editor na Casa Publicadora Brasileira, tendo atua-do em várias editorias. Atualmen-te, sou editor da revista Vida e Saú-de. Escrevi alguns livros pela CPB e sou o idealizador e mantenedor do site  www.criacionismo.com.br, trabalho que desempenho de ma-neira voluntária há dez anos. Atual-mente, sou também editor associa-do da Origem em Revista.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Sou autor dos livros criacio-nistas A História da Vida, Por Que Creio,  A Descoberta, Terra de Gi-gantes, Se Deus fez, se Deus não fez (para crianças) e Expedição Galápagos (a ser lançado em bre-ve). Além dos livros e das palestras criacionistas que tenho realizado em vários lugares do Brasil e de outros países, uma contribuição significativa que eu acredito ter dado à causa criacionista nestes úl-timos dez anos é a manutenção do blog Criacionismo. Por meio dele, procuro atualizar os leitores quan-to aos temas relacionados à ciên-

cia e religião, procurando escrever em linguagem acessível e com abordagem atrativa. Minha inten-ção sempre foi a de mostrar que os grandes temas sobre a origem e o destino do Universo e da vida não precisam ser complicados. “Se até um jornalista entende, por que os demais também não podem?”

Marcos Natalde Souza Costa

1)  O que o criacionismo re-presenta para você?

Uma grande revelação sobre as nossas origens. Um campo imenso de estudos que nos per-mite compreender, ainda que de maneira restrita, o poder e as ma-ravilhas do Deus que cremos. Se compreendermos o criacionismo como ciência, devemos entender que não temos todas as respos-tas, já que isso faz parte do jogo da própria  ciência. No entanto, devemos entender isso não como dificuldades, mas como desafios para maiores estudos.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Geologia pela Universidade Federal de Mi-nas Gerais (UFMG), Mestre em Geologia Econômica também pela UFMG, onde estudei a apli-cação de isótopos estáveis na pes-quisa de depósitos de ouro. Sou Doutor em Geologia pela Univer-

Se compreendermos o criacionismo como ciência, devemos entender que não temos todas as respostas, já que isso faz parte do jogo da própria ciência. No entanto, devemos entender isso não como dificuldades, mas como desafios para maiores estudos.

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sidade estadual paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), também na área de Geologia Econômica, mas desta vez relacionada a mi-nerais industriais. Eu trabalhei por 12 anos como geólogo prospec-tor pesquisando áreas potenciais para depósitos auríferos. Estou há 17 anos no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) dando aulas de Geologia, Paleon-tologia, Levantamento de Recur-sos Naturais e Ciência e Religião, além da coordenação do Núcleo de Estudo das Origens (NEO).

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Comecei a trabalhar para o criacionismo quando cheguei ao  UNASP em  2000, e ingres-sei no NEO. Desde então, tenho feito um número incontável de palestras em  igrejas e escolas, promovido cursos de capacita-ção para professores e fóruns de discussão. Eu promovi até agora 8 encontros nacionais de criacio-nistas, um evento realizado a cada 3 anos e que tem crescido a cada edição. Em 2009, auxiliei na inau-guração do Museu de ciências Na-turais, localizado no UNASP, que tem sido uma benção para a pro-pagação do criacionismo entre os alunos do ensino fundamental ao superior e de escolas públicas e privadas da região.

Sou membro da Sociedade Criacionista Brasileira e participo praticamente de todos os semi-nários da série “Filosofia das Ori-gens” promovido por esta organi-zação. Ademais, tenho auxiliado na revisão de artigos da Revista Criacionista e de livros, tais como Fé, Razão e História da Terra e Em Busca das Origens. Atualmente, estou contribuindo com o Geos-

cience Research Institute Com-mitte (GRICOM), um órgão criado para promoção e difusão do cria-cionismo em todo o mundo. É um trabalho que amo de paixão.

Wellington dosSantos Silva

1)  O que o criacionismo re-presenta para você?

Um ministério. Uma forma de ajudar as pessoas a reconhecer o Criador através de Suas obras. Du-rante os anos da faculdade, senti a necessidade de material com a cosmovisão criacionista. Um dia visitando uma amiga no hospital eu vi o esposo dela com um exem-plar da então Folha Criacionista da SCB. Logo depois escrevi para a SCB solicitando todos os números disponíveis em português. Isso foi em 1990. Na época do meu mes-trado, um fato marcante aconteceu em uma aula em que estava apren-dendo a estimar a taxa de consan-guinidade em grupos casalados. O meu professor, sabendo que eu acreditava na Bíblia, me perguntou qual foi a mulher com quem Caim casou. Eu respondi que ele havia se casado com uma de suas irmãs. Depois disso começou uma dis-cussão acalorada com os colegas e o professor teve que suspender

Um ministério. Uma forma de

ajudar as pessoas a reconhecer o

Criador através de Suas obras.

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a aula. Hoje, agradeço a Deus por ter testemunhado em um ambien-te acadêmico.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titula-ções e experiências profissionais).

Quando eu terminei a graduação em Ciências Biológicas pela Universi-dade Católica do Salvador (UCSAL), senti o desejo de estudar mais a evo-lução, então eu fui para São Carlos/SP fazer o mestrado em Genética e Evolução pela Universidade Fede-ral de São Carlos (UFSCar). Fiz meu doutorado em Patologia Molecular pela Universidade de Brasília (UnB) com pesquisas voltadas a popula-ções naturais do Recôncavo Baiano. Estudei uma doença genética conhe-cida como Anemia Falciforme. Con-tinuo trabalhando no pós-doutorado na Universidade Federal da Bahia (UFBA) com esta patologia, procu-rando desenvolver um protocolo não farmacológico para tratar a dor nesses pacientes. As nossas pesqui-sas hoje são uma referência no esta-do da Bahia. Também sou professor de Genética para os cursos de saúde na Faculdade Adventista da Bahia e Ciência e Religião no Seminário Ad-ventista  Latino americano de Teolo-gia.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Tenho feito inúmeras palestras em vários estados do país e também em outros países. Faço parte da SCB e tenho contribuído com vários artigos publicados na Revista Criacionista e capítulos de livros da SCB. Em 2013, publiquei o livro Criacionismo no sé-culo XXI pelo CEPLIB. Atualmente, sou coordenador do Museu de Geo-ciências e do Centro de Recursos em Geociências filiado ao Geoscience Research Institute (GRI). Estou escre-vendo um livro que fala da história

do criacionismo adventista no Brasil e traduzindo o livro Genetic Entropy de John Sanford. Pretendemos lan-çar esses dois livros no segundo se-mestre deste ano.

Eduardo Lütz

1) que o criacionismo re-presenta para você?

O Criacionismo representa para mim uma oportunidade de desfazer equívocos e trazer à tona questões importantes. Isso é um tipo de tarefa que conside-ro importante. Existem diversos grupos de pessoas, por exemplo, que se consideram criacionistas e que crêem em coisas muito di-ferentes entre si. Algumas des-sas crenças são coerentes, ou-tras apenas parecem coerentes na superfície.

Seguindo uma linha que nor-malmente utilizo ao lidar com conceitos importantes (como ‘ciência’, ‘matemática’, ‘metodo-logia científica’, etc.), me reservo o direito de considerar como fal-so criacionismo ao conjunto de crenças incoerentes nessa área (isto é, o que acredita primeiro, e observa as evidências depois), e de verdadeiro criacionismo ao que sobra de coerente, tanto in-ternamente quanto em termos de compatibilidade com evidên-cias. Existem desde linhas filosó-

Me reservo o direi-to de considerar como falso cria-cionismo ao con-junto de crenças incoerentes nessa área (isto é, o que acredita primeiro, e observa as evi-dências depois), e de verdadeiro cria-cionismo ao que sobra de coeren-te, tanto interna-mente quanto em termos de com-patibilidade com evidências.

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ficas criacionistas (algumas dog-máticas, outras abertas a avaliar evidências) até linhas de pesqui-sa utilizando métodos da ciência para investigar hipóteses e pre-visões criacionistas, sendo que estas últimas constituem o que chamo de criacionismo científi-co.

Tudo isso gira em torno da ideia (seja via dogma ou via evi-dências e hipóteses que são es-tudadas) de que existe um Ser que criou a realidade, o que o coloca além do mundo natural como o conhecemos, ou seja, esse Ser é sobrenatural por de-finição.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titulações e experiências pro-fissionais).

Sou bacharel em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mes-tre em Astrofísica Nuclear pela UFRGS, desenvolvendo méto-dos para lidar com Teoria Quân-tica de Campos em presença de campos gravitacionais intensos, desenvolvendo modelos mate-máticos nessa e em muitas ou-tras áreas. Efetuei Pesquisas em Física Hipernuclear (com hípe-rons) na Universidade Friedri-ch-Alexander (Alemanha). Hoje, sou engenheiro de software para a Hewlett-Packard (HP), desen-volvendo tecnologias em Infor-mática há décadas.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Tenho discutido com forma-dores de opinião, escrito e re-visado artigos, participado em livros, fornecido entrevistas e feito muitas palestras sobre di-

versos temas de interesse nessa área por todo o Brasil. Atualmen-te, sou editor associado da Ori-gem em Revista.

Tarcísio da Silva Vieira

1) que o criacionismo repre-senta para você?

O Criacionismo representa para mim uma cosmovisão alternativa àquela que sempre tive contato no ambiente acadêmico. Embora não tenhamos pesquisas com viés cria-cionista sendo desenvolvidas em grandes centros de pesquisa secu-lar, é possível  reinterpretar os da-dos disponíveis na literatura cientí-fica de modo a construir modelos alternativos para o surgimento e o desenvolvimento da vida.

Como desenvolvi meus estu-dos em Química, gosto de exem-plos dessa área, tangenciando ou-tras áreas do conhecimento, para ilustrar esse tipo de reinterpreta-ção. Considere as explicações que são apresentadas para a suposta origem espontânea da vida,seja qual for a proposta apresentada, de algum modo, moléculas de bai-xo peso molecular, como as bases nitrogenadas e o açúcar que cons-tituem o DNA, deveriam ser está-veis nos supostos cenários pré-bió-ticos, dados os longos intervalos de tempo que supostamente teriam transcorrido entre a síntese dessas moléculas e a sua incorporação a macromoléculas como o DNA e/ou RNA.

O Criacionismo representa

para mim uma cosmovisão

alternativa àquela que sempre tive contato

no ambiente acadêmico.

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No  entanto, estudos versando sobre características cinéticas e ter-modinâmicas de reações químicas de bases nitrogenadas e açúcares têm mostrado que tais moléculas são altamente instáveis, seja qual for o cenário proposto. Num des-ses estudos, os autores chegam a afirmar que bases nitrogenadas e açúcares não poderiam ter sido utilizados na síntese espontânea das primeiras moléculas de RNA. Porém, todas as formas de vida são constituídas por essas molé-culas. Isso permite concluir que, se tais moléculas são altamente instá-veis, elas deveriam ser utilizadas na construção de moléculas de RNA logo depois de sua síntese. Essa conclusão está em maior harmonia com o relato Bíblico da Criação, se-gundo o qual a vida foi criada de modo rápido, em perfeita harmo-nia com o conhecimento químico.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profissio-nais).

Sou licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Rio Verde (UniRV), Mestre em Quí-mica pela Universidade de Brasília (UnB) e Doutor em Química pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Sempre trabalhei como Pro-fessor, lecionando Matemática, Físi-ca e Química em escolas e Cursos pré-vestibular em diversas cidades no Estado de Goiás. Desde 2009, sou Professor concursado no Insti-tuto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFTO) do Tocantins, lecionando disciplinas de Química Analítica, Química Orgânica, Bio-química, entre outras. Desenvolvi estudos sobre a utilização da téc-nica de Ressonância Magnética Nuclear associada à Quimiometria na diferenciação de matrizes bioló-gicas, e também no estudo da con-formação tridimensional de peptí-deos de interesse biológico.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Infelizmente, em função do tra-balho e dos estudos, não dedico ao Criacionismo o tempo que eu gostaria de dedicar. Tenho tentado contribuir, sempre que solicitado, com a Sociedade Criacionista Bra-sileira (SCB). Na verdade, eu tenho é muito mais recebido do que con-tribuído com o Criacionismo. A pro-ximidade com as pessoas que tra-balham na SCB, especialmente na pessoa do Dr. Ruy Carlos de Camar-go Vieira, mudou  profundamente, tanto a minha vida pessoal, como também minha vida profissional. Sou muito grato a eles por tudo. As contribuições que tenho dado se restringem a participar como pales-trante dos Seminários “Filosofia das Origens”, organizados pela SCB e também a escrever artigos e revisar alguns materiais e textos que a SCB pretende publicar.

Marcia Oliveira de Paula

1) O que o criacionismo repre-senta para você?

Meus pais são adventistas e meus avôs maternos se converte-ram ao adventismo quando jovens. Assim, desde menina ouvia as histó-rias da Bíblia, incluindo a da criação. Como cristã e adventista, não posso

Como cristã e adventista, não posso abrir mão da história da criação. Para mim, o criacionismo é fundamental, pois sem a história da criação, pouca coisa faz sentido.

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abrir mão da história da criação. Para mim, o criacionismo é fundamental, pois sem a história da criação, pouca coisa faz sentido na Bíblia.

Em um sermão do Dr. James Gib-son, do Geoscience Research Institu-te, que eu tive o prazer de traduzir, ele diz que quando você se veste, coloca uma camisa e a abotoa, ao começar, se você colocar o primeiro botão na casa errada, a camisa ficará abotoada de forma errada até o fim. A única maneira de vestir a camisa de forma correta é colocando o primei-ro botão na casa correta. Da mesma maneira, na vida espiritual, devemos ter o fundamento correto. E esse fun-damento é acreditar na Bíblia do co-meço ao fim, da história da criação ao Apocalipse. Se o primeiro “botão” da criação não for colocado no lugar correto, teremos problemas com o resto da Bíblia.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titula-ções e experiências profissionais).

Sou bióloga, formada em li-cenciatura e bacharelado pela Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também concluí meu mestrado em Ciências Biológicas, com ênfase em Microbiologia. De 1989 a 1991, lecionei as disciplinas Genética, Evolução e Embriologia em várias universidades e faculda-des particulares em Minas Gerais. Em 1998, concluí meu doutorado em Ciências Biológicas na USP (também com linha de pesquisa em Microbio-logia). Fui professora das disciplinas de Genética I, Genética II e Evolução e também coordenadora do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Adventista de São Pau-lo, campus 1, por 10 anos, e do Nú-cleo de Estudos das Origens (NEO).

Atualmente, tenho trabalhado mais com pesquisas nas áreas de Zoologia e Educação Ambiental.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Ajudei na tradução e revisão da tradução de vários livros e artigos em revistas sobre o criacionismo. Tam-bém auxiliei na tradução simultânea de palestras em inglês. Fui membro do Faith and Science Council, ligado à Conferência Geral da IASD, por vá-rios anos e participei de várias reu-niões promovidas por eles nos EUA, em 2002, 2004, 2006, 2007 e 2008. Eu era a única representante do Bra-sil. Já apresentei também muitas pa-lestras sobre criacionismo em esco-las, universidades e igrejas.

Participei como palestrante oficial da SCB em vários de seus seminários “Filosofia das Origens”.Também par-ticipei na organização de todos os Encontros Nacionais de Criacionis-tas, realizados no UNASP Campus SP a cada 3 anos. Em janeiro de 2016, realizamos a 8ª edição deste evento. No UNASP, eu leciono as disciplinas Ciência e Religião e Ciência das Ori-gens para o curso de Ciências Bioló-gicas desde 2013.

Nunca trabalhei com pesquisa, propriamente dita, na área do criacio-nismo. Creio que precisamos incre-mentar a pesquisa nessa área a fim de publicarmos em periódicos revi-sados por pares. Precisamos de mais verbas e pessoas especializadas para desenvolver projetos de pesquisa na área do criacionismo. Só assim pode-remos, quem sabe, ter respostas para muitas das perguntas que envolvem o assunto do criacionismo.

E esse fundamento é

acreditar na Bíblia do começo ao

fim, da história da criação ao

Apocalipse. Se o primeiro “botão”

da criação não for colocado no lugar

correto, teremos problemas com o

resto da Bíblia.

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Johannes Gerson Jansen

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

Inicialmente, a Criação faz dife-rença no meu conceito de Deus. Se Deus é o Criador, então Ele deve ser infinitamente poderoso, imen-suravelmente sábio, um grande artista e muito generoso. Também faz diferença no meu conceito da natureza. Se a natureza é criada por Deus ela é inteligível, boa e real. Finalmente, a criação afeta o conceito de mim mesmo. Se devo a minha existência a Deus, então não tenho direitos sobre Deus. Mi-nha existência é um projeto divino. Devo a Ele tudo. Nada é de mim mesmo.

2) Comente brevemente so-bre sua formação acadêmica (ti-tulações e experiências profis-sionais).

Sou bacharel em Engenharia Civil pela Universidade federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Mes-tre e Doutor em Engenharia Hi-dráulica e Saneamento  pela Uni-versidade de São Paulo (USP)com período sanduíche no Karlsruhe Institute of Technology (KIT, Ale-manha). Também possuo Pós-Dou-torado em Mecânica dos Fluidos pelo Massachusetts Institute of Te-chnology (MIT, EUA). Atualmente, sou professor Adjunto 3 do De-partamento de Hidráulica e Trans-portesda UFMS e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais da mesma instituição.

3) Descreva quais têm sido suas contribuições/realizações no campo do criacionismo.

Tenho feito palestras sobre Design Inteligente e Criacionismo em diversas igrejas e Universida-des. Desde 2011 tenho mantido o Blog Origem e Destino (http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen). Atualmente, te-nho dirigido e mantido a Socieda-de Origem e Destino (SOD), uma sociedade criacionista com fins de divulgação de artigos em portu-guês relacionados a temas cristãos, inclusive sobre a controvérsia Cria-ção/Evolução. A SOD foi fundada em 1983 em Campo Grande-MS pelo pastor Fridolin Janzen, meu pai. Logo que fundada, iniciou-se a revista com visão criacionista-pro-fética Origem & Destino, com pu-blicação trimestral distribuída em todo o Brasil e outros países onde houvesse interessados. As publi-cações foram realizadas até a 43ª edição.

Queila de Souza Garcia

1) O que o criacionismo re-presenta para você?

O criacionismo é uma cosmo-visão que pressupõe a ação direta de um ser inteligente na criação do universo e da vida. Na visão ju-daico-cristã, com a qual estou de acordo, este ser é o Deus bíblico, por meio do qual todas as coi-sas foram criadas e são mantidas. À medida que me aprofundo no conhecimento da vida (biologia), especialmente no funcionamen-to das plantas e suas interações

Se a natureza é criada por Deus ela é inteligível,

boa e real. Finalmente, a

criação afeta o conceito de mim

mesmo. Se devo a minha existência

a Deus, então não tenho direitos

sobre Deus. Minha existência é um projeto divino.

Devo a Ele tudo. Nada é de mim

mesmo.

À medida que me aprofundo no conhecimento da

vida (biologia), especialmente no

funcionamento das plantas e suas

interações com o ambiente em

que vivem, mais convicta me torno

de que tudo foi meticulosamente

planejado.

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com o ambiente em que vivem, mais convicta me torno de que tudo foi meticulosamente planejado. O que constatamos experimentalmente no laboratório é que a vida é o resultado de reações químicas precisas, rigoro-samente regidas por leis físicas e ma-temáticas, não cabendo a imprevisibi-lidade do acaso.

2) Comente brevemente sobre sua formação acadêmica (titulações e experiências profissionais).

Sou graduada em Ciências Bioló-gicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com mestrado em Biologia Vegetal e doutorado em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e residên-cia pós-doutoral na Universitat de Barcelona, Espanha. Atualmente, sou professora titular da Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG) e pes-quisadora do CNPq. Oriento no Pro-grama de Pós-graduação em Biologia Vegetal (mestrado e doutorado). Atuo na área de Fisiologia Vegetal e minha principal linha de pesquisa científica é a temática da ecofisiologia de se-mentes. Estou envolvida em muitos projetos de pesquisa, alguns com co-laborações internacionais, os quais geraram a publicação de mais de 70 artigos científicos em revistas espe-

cializadas.3) Descreva quais têm sido suas

contribuições/realizações no cam-po do criacionismo.

Tenho participado como pales-trante nos eventos promovidos pela SCB (especialmente nos Seminários “Filosofia das Origens”), tanto no Bra-sil como no exterior. Eventualmente faço palestras em outros eventos e em igrejas. Sou uma das entrevistadas que compõem o livro Por Que Creio do jornalista Michelson Borges e te-nho uma matéria publicada na Revista Adventista sobre o tema planejamen-to inteligente. Além de artigos que escrevi para a Revista Criacionista. Participei de alguns episódios da Sé-rie “Origens” veiculada pela TV Novo Tempo, abordando especialmente aspectos relacionados à biologia das plantas.

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