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OS INCRÍVEIS ANOS 60

Parece incrível, mas os anos 60 exercem fascínio até sobre as gerações

de hoje. Não é raro assistirmos a um show de música em que artistas usam

modelitos hippies e “ressuscitam” canções ou sons daquela época. Ou, ao

folhearmos uma revista de moda atual, encontrarmos vestidos tubinhos, calça

de boca larga, túnicas indianas, maiôs de crochê, mochilas e sapatos

inspirados nas cores valorizadas pelas tendências da moda daqueles anos.

Isso tudo talvez se explique pelo fato de os anos 60 serem identificados como a década da rebeldia, da revolução sexual e de costumes e, principalmente, da participação dos jovens na política e em todas as mudanças.

OS ANOS 60 E A JUVENTUDE BRASILEIRA

No início da década de 60, a modernização do Brasil e o desenvolvimento das

telecomunicações tinham causado o crescimento das cidades e

desenvolvimento de uma cultura urbana, sintonizada com os acontecimentos

políticos, sociais e culturais de outros países.

O rock’n’roll e a música pop internacional conquistaram amplas parcelas da

nossa juventude desde o final dos 50, influenciando posteriormente cantores e

compositores da jovem guarda e do tropicalismo. Junto com a música dos

Beatles e dos Rolling Stones chegavam ao País novos costumes e uma nova

moda: cabelos compridos e calças justas para homens, minissaias para

mulheres, o uso de drogas alucinógenas e o questionamento de valores

tradicionais, como a virgindade e o casamento. A segunda metade da década

de 60 foi a época do lema “Paz e Amor”, bandeira do movimento hippie.

Nos filmes do cinema novo e nas peças do Teatro de Arena e do Teatro

Oficina, jovens artistas brasileiros procuravam uma nova estética que

expressasse as transformações que o País vinha sofrendo, ao mesmo tempo

que a televisão se tornava uma presença cada vez mais influente nos lares

brasileiros.

Foi também uma década de ativa participação política da juventude. Em 1967,

o guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara foi morto na Bolívia ao tentar implantar

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uma guerra de guerrilhas semelhante à que tinha sido vitoriosa em Cuba em

1959. Depois de morto, Guevara tornou-se um ídolo para os jovens brasileiros

que lutavam contra o regime militar. Em 1968, os movimentos de protesto

realizados por jovens (principalmente estudantes) explodiram em todo o

mundo. Nos Estados Unidos, protestava-se contra a guerra do Vietña. Na

França os estudantes ocupavam as universidades e tentavam aliar-se aos

trabalhadores para derrubar o governo. No Brasil, passeatas contestavam o

poder dos militares.

A década se encerrou, no Brasil e no mundo, com um sabor de derrota para

juventude: as rebeliões foram sufocadas, a guerra do Vietña continuou por

mais alguns anos. Os governos conservadores ficaram mais fortes. Será que “o

sonho acabou”, como declarou o ex-beatle John Lennon em 1970, depois da

dissolução do conjunto?