OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … despertar a atenção ou mesmo para descansar a mente....
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UNESPAR
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE PARANAGUÁ - FAFIPAR
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - SEED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CADERNO PEDAGÓGICO DE LÍNGUA PORTUGUESA
PARANAGUÁ- PR
2013
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CADERNO PEDAGÓGICO DE LÍNGUA PORTUGUESA
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO CONTEXTO ESCOLAR
PARANAGUÁ-PR
2013
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
CADERNO PEDAGÓGICO
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO CONTEXTO ESCOLAR
PARANAGUÁ – PR
ANO: 2013
SUMÁRIO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO.................................................................................4
2. APRESENTAÇÃO...................................................................................................5
3. UNIDADES...............................................................................................................7
3.1. 1ª Unidade.............................................................................................................7
3.2. 2ª Unidade.............................................................................................................9
3.3. 3ª Unidade...........................................................................................................10
3.4. 4ª Unidade...........................................................................................................11
3.5. 5ª Unidade...........................................................................................................12
3.6. 6ª Unidade...........................................................................................................13
3.7. 7ª Unidade...........................................................................................................15
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................15
REFERÊNCIAS..........................................................................................................16
ANEXOS....................................................................................................................17
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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.1. Professor PDE: Antonio Cláudio Brites de Oliveira
1.2. Área/Disciplina PDE: Língua Portuguesa
1.3. NRE: Paranaguá
1.4. Município: Antonina
1.5. Professora Orientadora IES: Ms. Cristian Pagoto
1.6. IES vinculada: FAFIPAR - Paranaguá
1.7. Escola de Implementação: Colégio Estadual “Rocha Pombo” – EFM –Antonina-
PR
1.8. Público objeto de intervenção pedagógica: 6º Ano A
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2. APRESENTAÇÃO:
Este caderno pedagógico foi elaborado para servir de instrumento para o
professor durante o desenvolvimento do “Projeto de inserção acadêmica”, uma das
etapas que integram o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná, a ser realizada no Colégio Estadual
“Rocha Pombo”, na cidade de Antonina-Pr. O presente material apresenta-se
dividido em sete unidades didáticas, cada uma composta por uma subdivisão que
visa esclarecer cada procedimento didático a ser seguido: objetivo geral, objetivos
específicos, metodologias, recursos didáticos, atividades didáticas direcionadas aos
alunos e avaliações.
Sabemos que a sociedade está em constante transformação. Percebemos
isso em todos os campos que integram a vida social, como no campo tecnológico,
filosófico e nos relacionamentos. Inserida neste contexto está a escola, que diante
de tantas transformações não consegue despertar nos alunos o prazer de ouvir e ler
histórias. É tentando encontrar meios para que esta atividade faça parte dos
trabalhos na escola, como uma atividade prazerosa que motive tanto os alunos
quanto os professores, que o Colégio Estadual “Rocha Pombo”, localizado em
Antonina, no Estado do Paraná, tentará buscar uma alternativa para despertar o
prazer pelas histórias, sobretudo àquelas de caráter tradicional e oral.
Conversando com colegas e pessoas que conhecem parte da realidade dos
alunos de Antonina, cheguei a conclusão de que toda aquela cultura de contar
histórias já não faz mais parte do cotidiano da sala de aula. Além desta conversa
com outros professores, este trabalho foi motivado por uma experiência pessoal,
pois há vários anos realizo a contação de histórias para os meus alunos, com
resultados estimulantes e positivos. Esta atividade, antes considerada uma prática
visando a união do “entretenimento” e da didática, é, agora, parte de uma prática
pedagógica maior, englobando a pesquisa e as reflexões teóricas e metodológicas.
Todos apreciam uma boa história, mas pouca gente conhece o valor real dela.
As histórias são contadas por maneiras diversas: podem ser contadas para entreter,
para despertar a atenção ou mesmo para descansar a mente. “A história é um
elemento poderoso na formação do caráter daqueles que a ouvem. [...] Podemos
afirmar que o valor real da história é ser instrumento educativo e deste ponto de
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vista, atende as necessidades humanas em todos os seus aspectos” (CHAVES,
1963, p. 21). Ou como afirma Cléo Busatto (2003, p. 45-46), “contar histórias
colabora para formar leitores, mantém a história viva, encanta o ouvinte, estimula o
imaginário; toca o coração; alimenta o espírito e resgata significados para nossa
existência”.
Pensando na importância da contação de histórias e dos contos maravilhosos,
refletindo sobre a relevância de resgatar narrativas orais e inseri-las no contexto
escolar, como também partindo do pressuposto de que a contação de histórias
estimula a imaginação e a socialização, é que me senti motivado a criar um projeto
que contemplasse esse tipo de tema.
A ideia de contar histórias e contos maravilhosos como uma prática que
incentiva a leitura está baseada no entendimento que tal atividade desperta a
imaginação e a magia, características, por sua vez, que estão presentes neste tipo
de gênero literário, pois as histórias de caráter oral e os contos maravilhosos nos
transportam a mundos imaginários, convida-nos a participar da vida das
personagens, opinando ou até mesmo interagindo com os personagens.
Nos contos de fadas tradicionais e nos contos maravilhosos podemos
encontrar uma espécie de modelo básico de qualquer narrativa literária. Queremos
dizer o seguinte: em toda narrativa literária existem episódios, ou seja, situações de
equilíbrio e desiquilíbrio, que se modificam, provocando a passagem de uma
situação a outra. Nessa cadeia de episódios é que se situam os conflitos e as
soluções dos problemas, que tanto nos prendem a atenção. A diferença é que, nos
contos de fadas, a transformação é provocada pela intervenção de uma ação
mágica. Assim os seres mágicos são tão importantes para o desenvolvimento da
história quanto para o comportamento do herói (MAGALHÃES, 1982).
Bruno Bettelheim (2007) ressalta a importância dos contos de fadas e das
histórias na formação das crianças, mostrando o que significaram no passado e
como são vistos hoje pelas nossas crianças: são exibidos em filmes, desenhos,
espetáculos de TV, muitas vezes estas histórias são desvinculadas de seu texto
fonte e adaptadas em versões vazias. Bettelheim (2007) afirma que os contos de
fadas alimentavam a imaginação e estimulavam a fantasia. Também respondiam às
questões mais importantes das crianças e ajudavam na socialização. Os contos de
fadas, de modo diferente de outro gênero literário, dirigem a criança para a
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descoberta de sua identidade e comunicação, e também sugerem as experiências
que são necessárias para desenvolver ainda mais o seu caráter.
Sobre os personagens que aparecem nesse gênero, o autor explica que as
bruxas, os monstros e outros que integram as histórias têm um papel importante no
desenvolvimento da criança, pois ajudam a estabelecer padrões de conduta e
princípios ligados à noção do bem e do mal.
Infelizmente, algumas pessoas rejeitam os contos de fadas, porque aplicam a
esta literatura padrões totalmente inapropriados. Se tomarmos estas histórias como
descrições da realidade, então os contos são verdadeiramente ultrajantes, pois na
realidade não existem bruxas e gigantes, mas se colocarmos como símbolos de
acontecimentos ou problemas psicológicos estas histórias são “verdadeiras”,
constituindo um exemplo verossímil de comportamentos e de valores
(BETTELHEIM, 2007).
Quando todos os anelos da criança passam a ser corporificadas numa fada boa; seus desejos destrutivos numa bruxa má; seus medos, num lobo voraz; as exigências de sua convivência, num homem sábio encontrado numa aventura; sua raiva ciumenta em um animal que arranca os olhos de seus arqui-rivais, ela pode então finalmente começar a organizar suas tendências contraditórias. Tão logo isso tenha início, ela ficará cada vez menos engolfada pelo caos ingovernável (BETTELHEIM, 2007, p. 95).
Tendo em vista as considerações acima, procurarei oferecer algumas
atividades direcionadas a alunos (as) do ensino fundamental do 6º ano, visando a
prática de contação de “histórias”, tanto histórias chamadas de contos (causos)
quanto os contos de fadas ou contos maravilhosos, procurando despertar nos alunos
ao só o prazer de ouvir histórias, mas movê-los a uma reflexão crítica.
3. UNIDADES
3.1. 1ª Unidade: Texto: “Maria das Cinzas” – história contada por meu avô e
recontada por mim (a história encontra-se em anexo) – 6 horas aulas.
1. Objetivo geral: Desenvolver habilidades de escutar, recontar, opinar e entender.
2. Objetivos específicos:
- Ouvir histórias;
- Recontá-las;
- Opinar a respeito do que ouviu, leu ou assistiu;
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- Entender a importância dos elementos estruturais na construção da história.
3. Recursos Didáticos: textos impressos, livros, xerox, lápis, canetas, cadernos,
vídeos, etc.
4. Metodologia:
Antes dos alunos ouvirem as histórias, terão como abertura uma apresentação
de pequenos trechos de filmes, como “A pequena sereia” e “Branca de Neve”, que
procurarão envolvê-los em uma “atmosfera” de contos infantis, ou contos
maravilhosos. Logo após esse contato, serão convidados a responderem algumas
perguntas.
Em outro momento, as crianças serão convidadas a formar um círculo, de
modo que o professor, ao contar a história, consiga observar o comportamento de
todos. Usando o repertório de histórias que já conhece, o professor se valerá deste
conhecimento para transmiti-las oralmente aos alunos. Após ouvirem a história, os
alunos, divididos em grupos, treinarão “o reconto”. Em seguida, um aluno de cada
grupo fará o “reconto” para turma. Neste momento, o aluno poderá praticar a
mudança de “foco narrativo”: o aluno reconta, por exemplo, a história sob o ponto de
vista de uma personagem. A história será a mesma, porém recontada pelos alunos.
Atividades referentes aos trechos de filmes:
1) Alguém já lhe contou alguma história?
2) Você tem internet em sua casa?
3) Alguém já lhe falou da importância de ler?
4) O que você achou das histórias apresentadas nos filmes?
5) Você já as conhecia?
6) Você gostaria de ouvir outras histórias?
7) Defina para você o que é Literatura:
( ) uma obrigação.
( ) um prazer.
( ) uma forma de aprender.
( ) um passatempo.
Em seguida todos serão convidados a refletir sobre a história. Abaixo,
algumas reflexões sugeridas:
- fato ou fatos marcantes na construção da história;
- lugares por onde os personagens circulam;
- como é percebido o tempo na construção da história;
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- como foi construído o enredo do conto: conflito, clímax, situação inicial, desfecho.
5. Avaliação:
Em todas as etapas os alunos serão avaliados através de fichas individuais,
onde serão delimitados critérios para verificação da aprendizagem. Na primeira
etapa será avaliada a atenção dos alunos sobre as histórias que serão apresentadas
nos filmes e àquelas narradas pelo professor. Na segunda, será observada a
habilidade do aluno em fazer a “recontação” da história, ou seja, como ele conseguiu
organizar as ideias e reproduzi-las ao grupo. Na terceira, as observações feitas a
respeito dos elementos construtores da história.
Sites de trechos de filmes:
- A pequena sereia – Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=GxqLjYSb67A>
- Cinderela – Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=BXIcV7x9ick>
- Branca de Neve – Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=lgjdJK60Nww>
- João e Maria na floresta - Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=m9ffMUSU5rM>
3.2. 2ª Unidade: Apresentação da história “João e Maria continua...” – história
contada por meu avô e recontada por mim (a história encontra-se em anexo) – 4
horas aulas. 1. Objetivo Geral: Desenvolver habilidades para leitura de “Contos
Maravilhosos”.
2. Objetivos específicos:
- Construir pontos de vista a partir de reflexões nos comportamentos de
personagens, fatos ocorridas, etc;
- Identificar a finalidade destes tipos de texto;
- Observar diálogos entre personagens;
- Propor produções de textos que leve o aluno a trabalhar partes do enredo;
- Contextualizar histórias.
3. Recursos: canetas, textos impressos, lápis, cadernos, canetas, borrachas, etc.
4. Metodologia:
Distribuição de textos impressos para leitura e análise que deverá ser feita
pelo professor e pelos alunos (individual e coletiva). Essa prática educativa deverá
ser a abertura para uma possível discussão a respeito dos elementos estruturais do
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texto. Os alunos deverão adquirir capacidades para emitirem seus pontos de vista,
refletir sobre algumas características deste gênero, analisar os diálogos das
personagens e do enredo.
5. Avaliação:
Nas fichas serão observadas as capacidades adquiridas pelos alunos em
elaborar seus pontos de vista, como se inseriram na discussão e pelas observações
feitas por eles no que diz respeito a finalidade do gênero, e porque circulam na
sociedade.
6. Atividades Didáticas:
Algumas sugestões de reflexões:
a) O que você leu é um “conto maravilhoso”. Você já leu outros contos?
b) O que esse gênero apresenta em comum?
c) Você já passou por alguma aventura ou perigo? Como você se sentiu?
d) Analise os elementos estruturais do texto.
Quem são os personagens da história?
Quem são os protagonistas? E os antagonistas?
Tente identificar:
- Situação inicial:
- Conflito:
- Clímax:
- Desfecho:
- Qual a sua opinião a respeito da história que você leu?
(Fonte de pesquisas das atividades: Projeto Araribá – Português - 5ª série - Editora
Moderna).
3.3. 3ª Unidade: Intertextualidade (A gata Borralheira e Maria das Cinzas) - 4 aulas.
1. Objetivo Geral: Reconhecer características básicas do gênero “Contos
Maravilhosos”.
2. Objetivos específicos:
- Analisar elementos estruturais dos textos em estudo: lugar, tempo, enredo,
personagem, etc.
- Estabelecer comparativos entre os textos lidos (enredo) e situações do passado e
do presente.
3. Metodologia:
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As duas histórias (textos impressos) serão distribuídas para os alunos. Estes,
divididos em equipes, irão recortar trechos das histórias. Logo após recortarem, uma
equipe distribuirá seus recostes para outra equipe, para que assim possam montar a
história nas cartolinas. As histórias organizadas serviram como ponto de partida para
os alunos estabelecerem comparativos de estruturas dos textos. Os alunos deveram
adquirir habilidades para identificar elementos estruturais e entender que eles se
repetem, servindo de base para construção de outras histórias.
4. Recursos Didáticos:
Textos impressos, lápis de cor, marcadores de texto, canetas, tesouras, cartolinas,
etc.
5. Avaliação:
Em fichas serão determinados alguns critérios:
- Análise e identificação de estruturas do texto narrativo em estudo;
- Comparação de estruturas de textos do mesmo gênero;
- Construção de novas histórias.
3.4. 4ª Unidade: Texto: As fadas, de Charles Perrault – 6 aulas.
1 Objetivo Geral: Analisar recursos para construção de textos.
2. Objetivos Específicos:
- Ler e entender como os textos são construídos;
- Observar traços que são característicos dos contos maravilhosos;
- Construir textos orais aplicando conhecimentos básicos.
3. Metodologia:
Distribuição dos textos “A gata Borralheira”, “Maria das Cinzas” e “As fadas”.
Leitura individual e coletiva. Após a exploração dos fatos, do enredo, do ambiente,
etc, os alunos deverão analisar o que existe de parecido nos textos em estudo. Após
observarem os recursos que poderão servir como base para construção de outros
textos do mesmo gênero, usando os marcadores de texto ou lápis de cor, os alunos
deverão destacá-los. Para uma próxima aula será sugerida uma pesquisa a respeito
de textos que apresentem estes mesmos recursos.
4. Recursos didáticos: marcadores de textos, textos impressos, canetas, internet,
etc.
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5. Avaliação:
Em fichas individuais serão observados os seguintes critérios:
- Observação dos recursos na construção dos textos;
- O que os alunos conseguiram observar nas atividades.
6. Atividades Didáticas:
a) Analisando os contos maravilhosos, o estudioso russo Wladimir Propp observou
que quase todos apresentam situações muito parecidas. Veja algumas delas:
1) O herói se distancia de sua casa;
2) Uma proibição é imposta ao herói;
3) O herói é submetido a provas;
4) O herói realiza as tarefas que lhe são impostas;
5) Meios mágicos são fornecidos ao herói;
6) Há luta entre o herói e o antagonista;
7) O antagonista é vencido;
8) O herói regressa a sua casa ou a seu país;
9) O herói chega incógnito a sua casa;
10) O herói é reconhecido;
11) O antagonista é desmascarado;
12) O antagonista é punido;
13) O herói se casa.
- Quais dessas situações ocorrem no conto “As fadas”?
- Relacione algumas dessas situações que são apresentadas nos contos “A gata
Borralheira” e “Maria das Cinzas”.
- Os fatos de uma história acontecem em determinado tempo e lugar.
a) Nos contos que foram lidos e estudados, em que lugares ocorreram os fatos?
b) Nos inícios dos contos, que expressão indica quando a história aconteceu?
c) As palavras destacadas indicam que os fatos ocorreram no passado ou no
presente?
3.5. 5ª Unidade: 4 aulas.
1. Objetivo Geral: Conhecer histórias (contos) que fazem parte da cultura de nossa
cidade.
2. Objetivos Específicos:
- Entrevistar pessoas que gostem de contar histórias;
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- Instigar os contadores a contar histórias;
3. Metodologia:
Após identificar no bairro em que mora, ou mesmo em qualquer ponto da
cidade, pessoas que conheçam algumas histórias (contos) e estejam dispostas a
relatá-las, o professor combinará e direcionará uma aula passeio. Esta aula terá
como objetivo um resgate do passado por meio da cultura de histórias. Nesta visita,
os moradores dos locais serão convidados a relatar algumas histórias que
conhecem e com o consentimento deles os alunos poderão registrar algumas para
mais tarde fazer parte da coletânea.
4. Materiais didáticos: cadernos, canetas, celulares, borrachas, lápis, etc.
5. Avaliação:
Os alunos serão avaliados em fichas individuais, nas quais estarão apontados
alguns critérios:
- Como o aluno se comportou na aula passeio;
- Fez perguntas a respeito das histórias contadas;
- Demonstrou interesse em selecionar e registrar algumas histórias em seus
apontamentos;
- Buscou mais informações junto aos contadores para enriquecer o conhecimento
dele.
3.6. 6ª Unidade: Novas histórias - 8 aulas.
1. Objetivo Geral: Desenvolver habilidades para produção de textos, reestruturação,
seleção e confecção da coletânea.
2. Objetivos Específicos:
- Produzir textos a partir do material coletado na aula passeio;
- Construir textos usando recursos da intertextualidade, retextualização, etc;
- Selecionar textos produzidos em sala de aula para confecção da coletânea;
- Reestruturação de textos.
3. Metodologia:
Agora os alunos serão convidados a produzirem seus próprios textos usando
alguns recursos que foram trabalhados nas aulas passadas, como intertextualidade,
retextualização, ou mesmo, algumas histórias que foram selecionadas na aula
passeio. Num segundo momento, as histórias serão reestruturadas, digitadas e
organizadas para fazerem parte da coletânea que entrará em exposição.
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4. Recursos didáticos: papel sulfite, computadores, internet, lápis de cor,
grampeadores, cartolina, etc.
5. Avaliação:
Nas fichas serão estabelecidos alguns critérios para identificar:
- Como os alunos produziram os textos;
- Recursos usaram para elaborar os textos;
- Como fizeram a seleção dos textos;
- Como usaram os recursos para confecção dos livretos.
6. Atividades Didáticas: Produção Textual
1) Escreva um conto maravilhoso, de acordo com as orientações a seguir.
a) Em cada lista de palavras abaixo, todas, com exceção de uma, sugerem uma
história conhecida. Tal palavra representa um novo elemento, que quebra, de
propósito, a sequência. Veja:
*menina – bosque – lobo – avó - navio
*Cinderela – lobo – príncipe - sapatinho de cristal
*Bela Adormecida - príncipe encantado - jogadores de futebol - bruxa boa
*João e Maria - uma casinha de doces - a bruxa - o forno - uma panela de barro
*Pinóquio - os ladrões - o oceano - a baleia - Gepeto
*Aladim – gênio – princesa - lâmpada maravilhosa - monstro
*Branca de Neve – príncipe - sete anões – aves - baile
b) Escolha uma lista e reinvente a história, incluindo nos acontecimentos o elemento
novo correspondente à palavra que destoa das outras. Escolha quem será o herói e
quem será o vilão. Comece seu conto fazendo o herói ser vítima de uma armadilha
planejada pelo vilão, ou o contrário. Se quiser, dê ao herói (ou ao vilão) poderes
mágicos. Procure criar um final inesperado.
c) Planeje como vai escrever sua história. Lembre-se de dizer como são o herói, o
vilão e o lugar em que ocorrem os fatos. Empregue a língua padrão. Ao terminar, dê
um título sugestivo a seu conto.
d) Faça um rascunho e só passe seu conto maravilhoso a limpo depois de fazer uma
revisão cuidadosa, seguindo as orientações do boxe. Refaça o texto quantas vezes
forem necessárias.
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3.7. 7ª Unidade: Conclusão das atividades - exposição dos livretos.
1. Objetivo Geral: Expor a coletânea de histórias (contos maravilhosos), organizar a
contação e distribuição dos livretos ao público.
2. Objetivos específicos:
a) Organizar um local para exposição dos livretos;
b) Identificar pessoas para contação das histórias;
c) Distribuição dos livretos ao público.
3. Material didático: Mesas, cadeiras, aparelho de som, microfone, etc.
4. Metodologia:
Depois de organizarem os livretos em diversas mesas, dispostas numa sala de
aula, as pessoas que participaram da aula passeio serão convidadas a ocuparem
seus devidos lugares para assistirem às apresentações de filmes baseados em
contos maravilhosos e, mais tarde, ouvirão uma sessão de contação de histórias. Ao
término das apresentações, os convidados serão direcionados às mesas onde
estará a amostra do material confeccionado pelos alunos. O material que estará
exposto às mesas poderá ser levado pelos visitantes.
5. Avaliação:
Em fichas estarão dispostos os critérios de avaliação:
- Como os alunos organizaram o material para apresentação;
- Como os alunos recepcionaram os convidados.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao nos posicionarmos como condutores e direcionadores de possíveis
leitores, acreditamos que nossas escolas tem potencial para que esse fato seja
concretizado por meio da contação de histórias.
A finalidade deste caderno pedagógico aponta para a necessidade de ser
trabalhada a oralidade no ensino fundamental, bem como a incorporação de
histórias, ou causos, locais, valorizando desta forma a cultura dos nossos
antepassados e de nossa cidade. O objetivo central, portanto, foi o de incorporar
textos orais à prática diária de nossos alunos. Atividades diárias buscarão suprir
possíveis necessidades e apontarão objetivos que deverão ser alcançados no
desenvolvimento deste projeto de inserção.
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REFERÊNCIAS
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. Tradução de Arlene Caetano. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. BUSATTO, Cléo. Contar e encantar pequenos segredos da narrativa. Petrópolis: Vozes, 2003. CHAVES, Otília. A arte de contar histórias. 3. ed. Rio de Janeiro: Confederação Evangélica do Brasil, 1963. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. ZILBERMAN, Regina; MAGALHÃES, Lígia C. Literatura Infantil: autoritarismo e emancipação. São Paulo: Ática, 1982. (Coleção Ensaios).
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ANEXOS:
Título da história: Maria das Cinzas
Morava numa casinha no meio de uma floresta que ficava alguns quilômetros
do palácio. Era apelidada de Maria das Cinzas por viver sempre fazendo seus
serviços domésticos no fogão de lenha, cozinhando e ao mesmo tempo sujando-se
dos restos da queima de madeira. Sem saber realmente sua identidade, usava com
carinho um anel, que lhe fora dado pelo pai antes de morrer, e que lhe afirmara que
seria útil no momento certo. A fala do pai não saia de sua cabeça....
– Filha cuide muito bem deste anel!
Um certo dia, no meio de suas caçadas, encontrou uma mulher que prometeu
mudar a vida dela...
– Maria!!! – Maria!!!
– Quem está me chamando?
– Sou eu.
– Eu quem?
– Sua fada madrinha!
– O que deseja de mim?
– Quero ajudar-te!
– De que jeito?
– Hoje você verá a transformação que farei em você, mas para isso deverá
acatar algumas informações...
– Pode me dizer!
– Hoje você participará do baile que ocorrerá no palácio.
– Como poderei participar com estes trajes que tenho?!
– Não se preocupe! – Deixe comigo que farei o que for preciso.
E tudo aconteceu num passo de mágica... O vestido, os sapatos, os
acessórios, e até mesmo na fala e no comportamento houve mudança total.
– Só existe uma condição!
– Qual?
– Meia-noite você deverá estar de volta, porque o encanto acabará...
Chegando ao palácio era a moça mais bonita do baile...
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O príncipe dançou à noite toda com a moça. Estava tão empolgado, tão
apaixonado, que se esqueceu de perguntar o nome dela. Ao soar meia-noite, a
moça sai em disparada, sem ao menos olhar para trás. O príncipe fica muito
assustado com o comportamento da moça, e indaga a todos que encontra para
saber se alguém conhecia a moça, porém ninguém conhecia.
Os dias foram passando e o príncipe cada vez mais apaixonado pela moça,
não sentia mais vontade de viver, emagrecia assustadoramente. A preocupação
tomava conta de todos que viviam no palácio, e tentavam de todas as maneiras
buscar a solução para o problema, porém tudo era vão.
Um dia o príncipe já sem forças, deitado em sua cama foi surpreendido por
um cheiro que vinha da floresta. Era uma comida que exalava um cheiro muito bom,
e que lhe aguçava o paladar, e dizia aos súditos...
– Encontrem esse alimento, e tragam-me um pouco!!!
Os súditos se deslocam até a floresta e encontram a casinha de onde vinha o
cheiro da comida...
– Toc! Toc!
– Quem é?
– Somos do palácio!
– O que vocês desejam de mim?
– Desejamos um pouco de sua comida para alimentar o príncipe que está
muito doente!
– Mas minha comida é muito simples!
–Não tem problemas, o príncipe está com muita vontade de comer da sua
comida!
– É caldo de passarinho com verduras...
– Não tem importância, ele quer assim mesmo!
A moça vai preparar um pouco do alimento numa panela e não repara que
misturado a comida também está o anel.
Chegando ao palácio o príncipe sente uma grande vontade de ingerir o alimento.
Uma, duas, três colheradas e... socorro!!! Estou me afogando... Ajudem-me!!! –
Apenas um tapa nas costas e o anel é expelido garganta à fora.
– O que foi isso? – disse o príncipe.
– Foi um anel! – disse um dos súditos.
– Tragam até mim!
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Após pegar o anel nas mãos ordenou a todos no palácio que trouxessem
todas as moças do reino para ver para quem serviria o objeto. Quem realmente
fosse a dona do anel também seria sua esposa.
Muitas moças passaram pelo palácio, mas para nenhuma delas serviu o anel.
Já haviam convocado quase todas as moças, quando de repente algumas
pessoas falaram:
– Só falta uma moça para experimentar o anel.
O príncipe todo eufórico perguntou:
– Quem é essa moça?
Todos responderam:
– É uma moça insignificante que mora na floresta chamada Maria das
Cinzas.
– Não importa. Tragam- me até minha presença!
A ordem do príncipe foi atendida, e trouxeram-na até a presença dele.
– Moça, ponha o anel no dedo!
No momento em que o anel foi colocado no dedo dela, imediatamente foi
transformada naquela moça linda do baile por quem o príncipe havia se apaixonado.
Naquele momento o príncipe viu sua vida retornar, e na mesma hora lança-
lhe um pedido de casamento. Ela reluta alguns instantes, mas logo em seguida
resolve aceitar, pois sentira muita atração pelo rapaz. Tudo é acordado entre eles, e
mais alguns dias se passaram e o casamento fora realizado, e viveram felizes para
sempre.
Título: A história de Joãozinho e Mariazinha continua...
Logo após Mariazinha ter perdido o rabinho do rato, é obrigada a mostrar o
dedo.
– Mostrem o dedinho para vovozinha, meus netinhos!
Neste momento a velha pode perceber que as crianças estavam bem
gordinhos. Era o momento de matá-los.
– Meus netinhos precisam ir à floresta que fica perto daqui e coletar alguns
galhos de árvores para fazermos uma fogueira.
No dia seguinte a velha acordou as crianças bem cedo para que a coleta de
galhos fosse feita.
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Quando estavam coletando o material foram surpreendidos por uma moça
muito bonita que procura saber o que eles estão fazendo ali. Eles respondem:
– Estamos aqui porque a vovozinha nos pediu para pegarmos lenha para
fazermos uma fogueira para nos aquecermos.
A fada lhes orienta dizendo o seguinte:
– Tomem muito cuidado com aquela mulher que vocês pensam ser uma
simples velhinha, pois ela é uma terrível bruxa, e pretende mata-los.
As crianças muito nervosas perguntam para fada o que é preciso ser feito, e
ela lhes da às orientações do que é preciso fazer.
– Façam a fogueira como ela sugerir, porém no momento em que ela pedir
para vocês dançarem digam que vocês não sabem. Peçam para que ela os
ensine. Quando ela estiver empolgada empurrem-na dentro da fogueira.
Foi o que eles fizeram. Quando a bruxa estava empolgada com toda força
que tinham empurraram-na dentro da fogueira. De dentro da fogueira muitas coisas
estouraram para fora: de uma das pernas estourou uma espingarda, de outra, uma
corda; de um dos braços saiu um cachorro e foi-lhe dado o nome de Rompe Ferro,
de outro, mais um cachorro, e foi lhe dado o nome de Corta Vento; da barriga por
ser tão grande, saiu outro cachorro, e foi lhe dado o nome de Corta mato. Cada
animal possuía uma qualidade: Rompe Ferro era tão forte que parecia como um
ferro; Corta Vento era muito ligeiro que parecia como um vento; Corta Mato entrava
em qualquer lugar.
Os anos foram se passando até que chegaram à adolescência e Maria
conhece um homem e se apaixona, porém ele se apaixona pelos pertences de
Joãozinho, e deseja os por qualquer coisa... Estabelece um plano para ficar com os
pertences de João. Maria enamorada pelo homem resolve aceitar...
– Eu só me caso, se você conseguir tirara os pertences do João!
– Tudo bem! – O que preciso fazer?
– Você precisa dar cabo à vida do João.
– De que jeito?
– Peça para ele pegar um pouco de água na grota, e depois que ele entrar
você corta a corda...
Foi assim que ela fez, porém a única coisa que ela conseguiu pegar foi à
espingarda. A corda caiu na grota, os cachorros ela não teve força para leva-los.
Foi-se embora com o homem. Joãozinho após lutar bastante consegue amarrar a
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corda e jogá-la para os cachorros que com a força que tinham conseguem tirá-lo do
fundo da grota.
Andando sempre a procura da casa dos pais, e com um objeto mágico que
trouxera da casa da bruxa, chamado “bocó”, ele encontra um ferro muito grande que
após encostá-lo diminui o tamanho, e vai para dentro do objeto; assim também
acontece com um porco que encontra; e também com um portão...
Longe, mais muito longe, havia um palácio, e de tempo em tempo uma moça
deveria ser entregue há um monstro que aparecia. Isso causava muito pânico nas
pessoas que viviam ali naquele reino. Joãozinho fica perplexo com o quadro que vê
e afirma a todos que dará cabo daquele animal...
– Não se preocupem! Quando o monstro aparecer eu o matarei.
Havia uma última moça bonita naquele reino, e essa moça era uma princesa.
– Posso deitar no seu colo? Quando ele aparecer você me acorda. Está
bem?!
– Sim, pode deitar!
Perto de meia-noite, o rapaz foi acordado com as lágrimas da moça que caia
em seu rosto...
– O que está acontecendo?
– O monstro está chegando...
– Fique calma!
– O monstro começa a falar:
– Tem homem mais forte do que eu aí?!
E Joãozinho responde:
– Tem, sou eu.
– Quero que você me dê algumas provas.
E o rapaz afirma que lhe dará.
– Eu quero um pente para pentear meus pelos.
E Joãozinho lhe joga o portão que ao sair do bocó volta ao tamanho normal e
atinge a cabeça do bicho. Com um machucado muito grande o monstro responde:
– Ainda não me convenceu! – Quero um piolho de sua cabeça.
Como resposta Joãozinho tira o porco de dentro do bocó que no momento
fica no tamanho normal, e lhe atinge o pescoço, porém o monstro ainda não havia
se convencido da força do homem...
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– Jogue-me um palito para que eu possa tirar um fio de carne dos meus
dentes!
Neste exato momento João joga o instrumento que atinge a garganta do
monstro, e este acaba tombando morto. Livres do problema, agora era só
felicidades.
– Quer casar com a minha filha? Esse é o prêmio para quem matasse o
monstro.
João aceita casar-se com a moça. No dia do casamento João recebe uma
visita muito importante...
– João, aqui tem uma mulher que diz ser sua irmã.
– Mande que entre!
– João, meu querido, eu vim até aqui para que você me perdoe! Aquele
homem me enganou.
– Eu te perdoo, mas antes eu quero uma prova de amor!
– O que você quiser eu faço
– Eu quero que você coloque toda a sua língua para fora da boca...
E foi assim que ela fez, porém uma grande mordida ela levou, e ficou sem a
metade da língua. João casou-se com a princesa e viveu feliz para sempre...