OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA …...básica promovida pela Lei n° 5.692/71 – Lei...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO LEITE COM BASE NA
CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS:
UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NO CURSO TÉCNICO EM
AGROPECUÁRIA
Vitória Regina Takeuchi Fernandes1
Roberta Negrão de Araújo2
RESUMO: O Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola “Fernando Costa” oferta o curso técnico em Agropecuária. Tem, como objetivo, incentivar a permanência do homem no campo, o desenvolvimento, o respeito ao meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida, sendo criador e disseminador dos novos conhecimentos e das novas técnicas que contribuam para isso. O leite é uma importante fonte geradora de renda e exige conhecimento prévio e habilidade, por isso as aulas, tanto teóricas quanto práticas, são necessárias para a aquisição de conhecimento da criação. Na instituição há o setor de bovinocultura de leite, que o produz para ser consumido in natura e para a produção de derivados para serem consumidos pelos alunos da instituição. O projeto de intervenção foi implementado no citado colégio e intencionou demonstrar aos alunos os conceitos gerais relacionados à produção de bovinos de leite, desenvolver a capacidade de avaliação crítica do sistema de produção de leite e das técnicas de manejo e criação empregadas, possibilitando formação adequada para o exercício de sua profissão. Foram realizadas coletas do leite ordenhado por mês na instituição de ensino, durante seis meses e as amostras foram encaminhadas para laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para análise de contagem de células somáticas. A partir dos resultados obtidos verificou-se a qualidade do leite produzido e manejos da criação. O projeto envolveu a participação de docentes das disciplinas de produção animal e agroindústria e alunos dos terceiros anos do curso Técnico em Agropecuária Integrado.
Palavras-chave: Educação profissional. Contagem de células somáticas. Leite.
INTRODUÇÃO
O leite é uma importante fonte geradora de renda para os produtores
paranaenses, pois, para metade deles, representa mais de 50% da renda obtida
com a exploração agropecuária (Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social – IPARDES, 2009).
Nos Centros Estaduais de Educação Profissional Agrícola do Paraná, o curso
técnico em agropecuária integrado é ofertado nas modalidades integrado e
subsequente, há alunos internos e semi-internos, cujo colégio é responsável por
fornecer refeições para os alunos. Considerando que tais refeições são produzidas
1 Professora de Agroindústria da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Mestre em Zootecnia
pela Universidade Estadual de Maringá. Professora PDE 2014. E-mail: [email protected] 2 Professora Assistente D da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Orientadora do PDE. Mestre
em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]
com produtos provenientes da própria instituição, a preocupação em produzi-los com
qualidade e segurança emergiu como justificativa para o desenvolvimento do projeto
de intervenção.
O presente trabalho teve como objetivo geral demonstrar aos alunos os
conceitos gerais relacionados à produção de bovinos de leite, desenvolver a
capacidade de avaliação crítica do sistema de produção de leite e das técnicas de
manejo e criação empregadas, possibilitando formação adequada para o exercício
de sua profissão.
Como organização, o presente artigo está organizado em quatro seções. A
primeira discorre sobre a educação profissional no Brasil e no Paraná; a segunda
aborda a bovinocultura leiteira, em seguida trata-se da produção de leite dentro dos
parâmetros estipulados na legislação e a última seção relata o projeto de
intervenção pedagógica.
1 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL E NO PARANÁ
Nas sociedades primitivas, todas as ações desenvolvidas pelo homem,
inclusive a educação, eram espontâneas e se identificavam com o processo de
trabalho para a produção coletiva da existência (CANALI, 2009).
O desenvolvimento da produção conduziu à divisão do trabalho e, daí, à apropriação privada da terra, provocando a ruptura da unidade vigente nas comunidades primitivas. A apropriação privada da terra, então o principal meio de produção, gerou a divisão dos homens em classes, os proprietários e os não-proprietários (SAVIANI, 2007, p. 4).
A partir dessa divisão de classes que surge a escola, um local para a classe
dominante que possui tempo livre, em contraposição com a educação para os
demais segmentos da sociedade.
A relação entre educação básica e educação profissional no Brasil está
marcada historicamente pela dualidade (BRASIL, 2007, p. 10).
Em relação ao ensino agrícola, Lara (2009, p. 42) relata que ele “surge de
modo indireto, no início da colonização do Brasil pelos portugueses, como forma de
garantir a posse através do cultivo das terras, como também manter o modelo de
produção agrícola escravocrata”.
A educação profissionalizante, até meados do século XX, tem caráter
assistencialista, ou seja, “busca atender a criança pobre das classes proletárias,
órfã, abandonada ou infratora, numa tentativa de associar a ocupação laboral ao
ingresso ou reingresso na sociedade, ou, ainda, como bloqueadora ou recuperadora
da delinquência juvenil” (MÜLLER, 2013, p. 112).
Em 1909 o governo de Nilo Peçanha criou dezenove escolas de aprendizes e
artífices subordinadas ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Essas
escolas possuíam infraestrutura, currículo e metodologias próprios e destinavam-se
a formação dos menos favorecidos (KUENZER, 1991 apud GOMES, 2013, p. 63).
Em 1910, devido à pressão da agricultura na economia brasileira, surgiu o
Decreto n° 8.319. Este “regulamenta e estrutura o ensino agrícola no Brasil e tem
como finalidade a instrução técnica profissional relativa à agricultura e às indústrias
correlatas” (SOBRAL, 2009, p. 82).
As décadas de 1930 e 1940 foram marcadas por “grandes transformações
políticas, econômicas e educacionais” (BRASIL, 2007, p. 11). Houve a “consolidação
da industrialização no país, o que viria a exigir mudanças nas concepções e práticas
do ensino profissional e sua necessária institucionalização para se adequar ao
desenvolvimento industrial brasileiro” (CANALI, 2009, p. 9). Devido a esse contexto,
diversos decretos-leis foram aprovados ficando conhecidos como Leis Orgânicas do
Ensino ou Reforma Capanema.
A Lei Orgânica do Ensino Agrícola (Decreto-lei n° 9.613/46) “estabeleceu as
bases de organização e de regime do ensino agrícola, que é o ramo de ensino até o
segundo grau, destinado essencialmente à preparação profissional dos
trabalhadores da agricultura” (SOBRAL, 2009, p. 83).
De acordo com Kuenzer (1995, p. 367), a Reforma Capanema criou para as
elites “os cursos médios de 2° ciclo, científico e clássico, com três anos de duração
sempre destinados a preparar os estudantes para o ensino superior” e os
trabalhadores passam “também a contar com alternativas em nível médio de 2°
ciclo: o agro técnico, o comercial técnico, industrial técnico e o normal, que não
davam acesso ao ensino superior”.
Nos anos subsequentes houve mudanças no mundo do trabalho, ocorre o
desenvolvimento dos setores secundário e terciário, acarretando um crescimento de
vários ramos profissionais. Nesse cenário de transformações foi promulgada a
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 4024/61. Esta,
“por um lado, proporciona a liberdade de atuação da iniciativa provada no domínio
educacional, mas, por outro, dá plena equivalência entre todos os cursos do mesmo
nível sem a necessidade de exames e provas de conhecimento visando à
equiparação” (BRASIL, 2007, p. 13). Segundo Kuenzer (1995, p. 368), “pela primeira
vez, a legislação educacional reconhece a articulação completa do ensino
profissional ao sistema regular de ensino”. Teoricamente há um fim na dualidade,
porém, “a equivalência não supera a dualidade estrutural, posto que continuam a
existir dois ramos distintos de ensino, para distintas clientelas, voltadas para
necessidades bem definidas da divisão do trabalho” (KUENZER, 1995, p. 368).
No período de 1967 surge a “metodologia do sistema escola-fazenda,
baseada no princípio aprender a fazer e fazer para aprender” (SOBRAL, 2009, p.
85).
Nas décadas de 1950 a 1970 ocorreu a internacionalização da economia,
com o país passando por um grande crescimento econômico (GOMES, 2013).
Em 1971, sob o governo militar, há uma profunda reforma da educação básica promovida pela Lei n° 5.692/71 – Lei da Reforma de Ensino de 1° e 2° graus, a qual se constituiu em uma tentativa de estruturar a educação de nível médio brasileiro como sendo profissionalizante para todos (BRASIL, 2007, p. 14).
Em 1972, o Governo do Estado do Paraná “transfere para o Departamento de
Ensino de 2° Grau da Secretaria de Estado da Educação e Cultura, o Departamento
de Ensino Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura” (LARA, 2009, p. 51).
Devido a isso, vários colégios agrícolas do Estado passaram à administração do
Departamento de Ensino de 2° Grau e, entre eles, o Colégio Fernando Costa, de
Santa Mariana. Essa mesma autora (2009, p. 51) também relata que com o advento
da Lei 5.692/71, “os Colégios Agrícolas e os Ginásios Agrícolas passaram a ofertar o
curso Técnico em Agropecuária, conforme normas aprovadas pelo Conselho
Estadual de Educação, em 1973”.
Pelo Decreto-lei n° 72.434/73 foi criada a Coordenadoria Nacional do Ensino
Agrícola (COAGRI), com a “finalidade de proporcionar assistência técnica e
financeira a estabelecimentos especializados em ensino agrícola, o que possibilitou
uma revitalização do ensino agropecuário” (SOBRAL, 2009, p. 89).
Nos anos 1990, no Brasil, uma nova reforma educacional se materializou com
a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394/1996,
e o embasamento legal, que promoveu a reforma da educação profissional se
consubstanciou com o Decreto n° 2208/1997. Seu artigo 5º estabelece que “a
educação profissional de nível técnico teria organização curricular própria e
independente do ensino médio, podendo ser oferecida de forma concomitante ou
sequencial a este”, alterando toda a estrutura do sistema de ensino profissional,
separando-o totalmente do ensino médio, de acordo com o sentido liberalizante e
flexibilizante da educação, fragmentando em vários sistemas de educação a rede de
ensino do país (ALVES e RADO, 2009).
Segundo Ferretti (2000), no Paraná, governo Jaime Lerner (1995 – 2002), por
intermédio da Secretaria do Estado de Educação (SEED), o Ensino Médio passou a
ser ofertado apenas na modalidade de educação geral, enquanto o ensino
profissional foi desenvolvido como modalidade específica, separadamente daquela.
Devido a esse programa, a partir de 1997, foi extinta a abertura de vagas para o
ensino profissionalizante em todo o Estado.
A partir de 2003, com a mudança de governo – tanto no âmbito federal quanto
estadual – houve a retomada dos cursos de formação para o trabalho,
[...] voltados à formação humana do sujeito, priorizando uma concepção de ensino e de currículo em que o trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia passam a ser as bases pelos quais os conhecimentos históricos sociais são trabalhados na escola, com organização curricular integrada ao ensino médio (GRIEBELER; PASINI; MEDEIROS, 2012, p. 3).
Segundo Tomporoski e Amorim (2011), a reorganização das forças políticas
estaduais adotou novas políticas públicas educacionais, como a criação do
Departamento de Educação Profissional da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná, cujos objetivos centravam-se em uma educação ampla e de qualidade, não
somente voltada ao mercado de trabalho, sendo assim incrementada a abertura de
novos cursos profissionalizantes, modalidade integrado e subsequente.
No ano de 2004 surgiu o Decreto n° 5.154 que,
[...] além de manter as ofertas dos cursos técnicos concomitantes e subseqüentes trazidas pelo Decreto n° 2.208/97, teve o grande mérito de revogá-lo e de trazer de volta a possibilidade de integrar o ensino médio à educação profissional técnica de nível médio, agora, numa perspectiva que não se confunde totalmente com a educação tecnológica ou politécnica, mas que aponta em sua direção porque contém os princípios de sua construção (BRASIL, 2007, p. 24).
O Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola “Fernando Costa”
iniciou suas atividades no ano de 1953 como uma escola de trabalhadores rurais e
desde então está comprometido com a educação profissional.
Os Centros Estaduais de Educação Profissional Agrícola do Estado do
Paraná são escolas-fazenda, sendo a fazenda denominada de Unidade Didático-
Produtiva (UDP). Esta permite articular teoria e prática na perspectiva da práxis
fazendo com que os alunos tenham uma formação completa, articulando todos os
saberes, auxiliando a ter uma educação mediadora entre os processos de aquisição
do conhecimento e a materialização em ações transformadoras da realidade
(KUENZER, 2003).
A mesma autora (2000) relata que é necessário articular os conhecimentos,
atitudes, comportamentos necessários ao domínio da cultura, à apropriação do
conhecimento e à prática laboral, superando a instrumentalização da ciência e da
cultura a partir de uma área de trabalho, e o da mera formalização cientificista.
A educação profissional visa a politecnia, que busca a articulação entre teoria
e prática na perspectiva da práxis e
[...] garantir o fundamental, de modo que qualquer que seja a atividade específica em função da organização do trabalho atual, qualquer que seja a função específica que o aluno seja chamado a exercer, ele tem os fundamentos, os princípios, os pressupostos para poder exercê-la com uma compreensão plena do lugar que ela ocupa na totalidade do social (SAVIANI, 1989, p. 41).
O CEEPA “Fernando Costa” aliando aulas teóricas com aulas práticas no
espaço da UDP busca uma educação como
[...] práxis transformadora que, atuando nos espaços de contradição em favor dos interesses da classe trabalhadora, fortalece-se como uma das medicações fundamentais para que esta classe construa a sua própria compreensão de mundo e identifique-se como a única classe interessada e capaz de estabelecer uma sociedade efetivamente democrática (SANTOS e BLENGINI, 2008).
2 A BOVINOCULTURA LEITEIRA
Em 1533, na expedição de Martim Afonso de Souza, chegaram os primeiros
bovinos e outros animais domésticos no Brasil (SILVA et al., 2012).
A bovinocultura leiteira tem se mostrado uma excelente opção de
diversificação na geração de rendas em pequenas propriedades, auxiliando para a
diminuição do êxodo rural e melhoria da qualidade de vida das famílias rurais no
Estado do Paraná.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
(2014, p. 7),
[...] o consumo de leite e produtos lácteos no Brasil vem aumentando gradativamente como reflexo do aumento da renda da população. Porém, o consumo médio da população brasileira ainda se encontra abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. Para estes órgãos, uma pessoa deveria consumir 210 litros de leite por ano.
No Brasil, porém, a produção de leite é capaz de fornecer cerca de 170 litros de leite/habitante/ano.
A pecuária leiteira é praticada em todo território brasileiro devido às condições
edafoclimáticas que permitem a adaptação da atividade às peculiaridades regionais.
Há, portanto, diversas formas de produção de leite, com diferentes graus de
especialização, de propriedades de subsistência a propriedades altamente
tecnificadas e competitivas no mercado internacional (ZOCCAL e GOMES, 2005).
Monardes (2004) diz que a decisão de compra de um produto lácteo por um
consumidor, baseia-se em diversos critérios de ordem econômica (preço,
durabilidade), de preferência pessoal (cultural, social, nutricional, facilidade de
manipulação) e sensorial (prazer).
Para se produzir produtos de qualidade e seguros para os consumidores, é
necessário o comprometimento, profissionalismo e ética de todos os envolvidos na
cadeia agroindustrial do leite. A atividade leiteira exige conhecimento prévio e
habilidade, por isso na formação do técnico em agropecuária as aulas, tanto teóricas
quanto práticas, são necessárias para a aquisição de conhecimento da criação.
A necessidade de haver um sistema de controle e certificação da qualidade
do leite resultou no Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNMQL)
monitorado através das Instruções Normativas nº 51, de 18 de setembro de 2002 e
n° 62, 29 de dezembro de 2011.
3 A PRODUÇÃO DE LEITE DENTRO DOS PARÂMETROS ESTIPULADOS NA
LEGISLAÇÃO
Segundo o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal – RIISPOA (1952), leite é o “produto oriundo da ordenha completa e
ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas”, sendo composto por “água, gordura, proteínas, lactose, vitaminas e
minerais. Os principais fatores que afetam a composição do leite são a dieta,
constituição genética, estação do ano, estágio de lactação, manejo de ordenha e
sanidade” (DÜRR et al., 2001, p. 23).
De acordo com a Instrução Normativa n° 62/2011 do MAPA, o leite deve ser
um líquido branco opalescente homogêneo, ter sabor e odor característicos, ser
isento de sabores e odores estranhos.
Os requisitos físico-químicos, microbiológicos, contagem de células somáticas
e resíduos químicos do leite cru estão estipulados na Instrução Normativa n°
62/2011.
O leite é um alimento nutritivo e de fácil assimilação, indicado para o consumo
humano (RANGEL et al., 2013). Estudos provam que beber leite todos os dias reduz
incidência de osteoporose e previne doenças nutricionais como o escorbuto e o
raquitismo (ZOCCAL e GOMES, 2005), porém, é um “produto delicado e altamente
perecível, tendo suas características físicas, químicas e biológicas facilmente
alteradas pela ação de microrganismos e pela manipulação a que é submetido”
(DÜRR, 2004, p. 38).
A qualidade do leite está relacionada com suas características nutricionais e
características de seu processo produtivo. Do ponto de vista tecnológico, a
qualidade da matéria prima é um dos maiores entraves ao desenvolvimento e
consolidação da indústria de laticínios no Brasil (MÜELLER, 2002, p. 207);
[...] um leite íntegro é aquele que não sofreu a adição de substâncias nem a remoção de componentes, não sofreu deterioração física, química ou microbiológica, e que seja livre de patógenos. Não há como melhorar a qualidade do leite por processos industriais, a única maneira de se garantir o fornecimento de um produto seguro, nutritivo e saboroso ao consumidor é o controle das condições de produção, conservação e transporte do leite cru, antes de chegar à indústria (DÜRR, 2004).
Os elementos que definem a qualidade do leite são:
[...] componentes do leite (gordura, proteína e lactose); células somáticas (macrófagos, linfócitos, neutrófilos e células epiteliais); contagem bacteriana; adulteração por água, resíduos e antibióticos; qualidades organolépticas (odor, sabor, aspecto) e a temperatura (MONARDES, 1998 apud RIBAS, 2013, p.50).
Em busca de segurança e qualidade do leite, o MAPA, por meio do Programa
Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNMQL), orienta os laticínios a
manterem um controle do leite cru refrigerado mediante coletas de amostras a serem
enviadas aos laboratórios credenciados da Rede Brasileira de Qualidade do Leite
(RBQL). O Plano Mais Pecuário, publicado em 2014, tem o propósito de “aprimorar
a inspeção, diminuir a incidência de zoonoses e enquadrar todo o leite captado pela
indústria dentro dos padrões oficiais até o ano de 2016” (ANUÁRIO BRASILEIRO
DA PECUÁRIA, 2014, p. 54), enquanto aquelas regulamentam a produção,
identidade, qualidade, coleta e transporte que devem apresentar os leites produzidos
no país.
“A contagem de células somáticas (CCS) no leite é aceita internacionalmente
como a medida padrão para determinar a qualidade do leite cru” (HARMON, 1998;
PHILPOT, 1998; SMITH e HOGAN, 1998; RIBAS, 1999 apud PAULA et al., 2004, p.
1303). Os limites legais para CCS do leite cru estão estipulados na Instrução
Normativa n° 62/2011.
Segundo Voltolini et al. (2001), as células somáticas no leite são constituídas
por células de defesa ou epiteliais. A CCS no leite é um importante indicador na
avaliação e estimativa das perdas quantitativas e qualitativas da produção do leite e
derivados, como parâmetro da qualidade do leite produzido na propriedade e para
estabelecer medidas de prevenção e controle da mastite (MÜELLER, 2002).
A mastite bovina é uma “inflamação da glândula mamária e sua intensidade
depende da interação entre fatores relacionados com o animal, o homem, o
ambiente e a presença de agentes patogênicos que desencadeiam o processo
inflamatório” (SIMÕES e OLIVEIRA, 2012, p. 11); é considerada a principal doença
que afeta os rebanhos leiteiros no mundo e os agentes causadores, na “maioria são
bactérias, podendo também ser causada por fungos, leveduras, vírus e algas”
(SIMÕES e OLIVEIRA, 2012, p. 11). Os prejuízos relacionados a esta doença são
caracterizados pela
[...] diminuição da produção, menor rendimento na produção de derivados lácteos, modificações na composição físico-química do produto, diminuição no tempo de prateleira do produto, custos com medicamentos, honorários profissionais, descarte do leite durante o tratamento e período de carência, possibilidade de perda dos tetos e da vaca devido a septicemia, descarte prematuro de animais (VOLTOLINI et al., 2001, p. 961; ANDRADE et al., 2009, p. 130; LANGONI, 2013, p. 620).
Os agentes etiológicos da mastite podem ser classificados em contagiosos e
ambientais. Nas mastites contagiosas o “agente é encontrado no úbere e, é
transmitida durante a ordenha e nas ambientais, a vaca se infecta por
microrganismos encontrados no meio ambiente” (VOLTOLINI et al., 2001, p. 962).
As infecções da glândula mamária apresentam-se sob a forma clínica e
subclínica. A “forma subclínica é normalmente a mais prevalente sendo responsável
por aproximadamente 70% das perdas, podendo reduzir a secreção de leite em até
45%” (MÜELLER, 2002, p. 211). Nesta forma, “não se observa alterações tanto na
glândula mamária como no leite” (LANGONI, 2007, p. 11).
Na forma clínica, segundo Simões e Oliveira (2012, p.11)
[...] o animal apresenta sinais evidentes da doença, tais como, dor, edema, endurecimento e temperatura aumentada da glândula mamária. Além disso,
há o aparecimento de pus, grumos e outras alterações nas características físicas do leite. O quadro pode apresentar outras manifestações como febre, queda na produção do leite e diminuição do consumo de alimentos.
A mastite, além de provocar o aumento na contagem de células, altera os três
principais componentes do leite (gordura, proteína e lactose), alterando também as
enzimas e minerais (MÜELLER, 2002). O aumento das células somáticas e
mudanças na composição do leite estão diretamente relacionados com a superfície
do tecido mamário atingido pela reação inflamatória (SCHÄELLIBAUM, 2000).
O diagnóstico da mastite clínica é baseado nos sintomas clínicos condizentes
com a inflamação como dor, em um ou mais quartos, recusa à ordenha e aspecto
leite. É importante a realização de exames complementares como a contagem de
células somáticas (CCS) e a contagem bacteriana total (CBT). Já na mastite
subclínica o diagnóstico é realizado através de testes auxiliares como Califórnia
Mastite Teste (CMT), condutividade elétrica do leite, Wiscosin Mastite Teste (WMT)
e Contagem de Células Somáticas (CCS) (SIMÕES e OLIVEIRA, 2012).
A prevalência da mastite está relacionada, principalmente, ao manejo antes,
durante e após a ordenha. Isso explica a importância da conscientização do
ordenhador, dos procedimentos adequados de ordenha, incluindo as formas corretas
de higienização e desinfecção do ambiente, do animal, do profissional e de todos os
utensílios utilizados na ordenha (BRASIL, 2012 apud SIMÕES e OLIVEIRA, 2012, p.
14).
Müeller (2002) relata que a CCS é influenciada por vários fatores, mas
especialmente pela presença de infecções intramamárias, tornando-se um indicador
bastante confiável de sanidade da glândula mamária. Outros fatores que podem
influenciar a CCS são idade da vaca, estações do ano, estresse, estádios de
lactação, entre outros (VOLTOLINI et al., 2001).
É necessária a adoção de medidas “relacionadas aos aspectos higiênicos
referentes aos animais, às pessoas responsáveis pela ordenha e a ordenha, meio
ambiente, especialmente ao estábulo e a sala de ordenha” (LANGONI, 2007, p. 14)
para melhorar a agroindústria leiteira do país.
A ordenha é uma atividade que exige muitos cuidados e deve ser a mais
higiênica possível, pois além de reduzir a taxa de infecção, influenciará na produção
e qualidade do leite.
O leite e derivados, por serem produtos consumidos pelos seres humanos,
precisam ser produzidos com qualidade e higiene, sempre respeitando o bem estar
animal e os manejos da criação.
4 PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: O REGISTRO DO PROCESSO
O Projeto de Intervenção Pedagógica foi desenvolvido no Centro Estadual de
Educação Profissional Agrícola “Fernando Costa”, localizado no município de Santa
Mariana.
Inicialmente foi realizada pesquisa bibliográfica referente aos temas educação
profissional e bovinocultura leiteira e depois de escrito, o Projeto de Intervenção
Pedagógica foi apresentado à direção, equipe pedagógica e corpo docente da
referida instituição.
Após a confecção do Projeto de Intervenção, mais pesquisas referente aos
temas educação profissional e bovinocultura leiteira foram feitas com o objetivo de
escrever a Produção Didático-pedagógica.
Reuniões foram realizadas com os professores das disciplinas de Produção
Animal e Agroindústria dos terceiros anos do ensino Técnico em Agropecuária
Integrado para socialização e discussão do projeto e para verificação dos conteúdos
ligados ao projeto da professora PDE a serem ministrados.
Na disciplina de Produção Animal, conteúdo de Bovinocultura de Leite, foi
solicitado ao professor regente para discutir com os alunos sobre os manejos da
criação, em especial, manejo de ordenha e manejo sanitário do rebanho. Na
disciplina de Agroindústria, conteúdo de processamento de leite e derivados, foi
trabalhado com os alunos o processo de obtenção do leite, composição físico-
química, características do leite e análises realizadas no leite como contagem de
células somáticas e contagem bacteriana total. Artigos referentes ao assunto foram
disponibilizados aos professores para serem trabalhados com os alunos.
Foram realizadas seis coletas de leite, sendo uma por mês e teve início em
janeiro para análise de Contagem de Células Somáticas. As amostras foram
enviadas ao Laboratório Centralizado de Análise de Leite do Programa de Análise
de Rebanhos Leiteiros do Paraná da Associação Paranaense Criadores Bovinos da
Raça Holandesa em convênio com a Universidade Federal do Paraná (UFPR),
laboratório este credenciado pelo Ministério da Agricultura.
Os resultados obtidos (Tabela 1) foram discutidos com os professores das
disciplinas de Produção Animal, Agroindústria, cursistas do Grupo de Trabalho em
Rede (GTR) e posteriormente com os alunos, pelos professores.
Tabela 1 – Resultado das análises
COLETA GORDURA (%) PROTEÍNA (%) LACTOSE (%) SOLIDOS (%) CCS X 10
3
células/mL
1 2,31 2,89 4,42 10,50 28
2 2,49 2,99 4,42 10,85 201
3 2,36 3,33 4,47 11,12 143
4 3,32 3,24 4,57 12,10 323
5 3,32 3,38 4,45 12,15 838
6 1,52 3,22 4,70 10,37 136
Na primeira e quinta coleta, a ordenha foi mecanizada, enquanto nas demais,
foi manual. A média de vacas ordenhadas durante a implementação foi de três
animais, e todas com bezerro ao pé, então não se ordenhava na totalidade para
posteriormente os bezerros poderem mamar. A quinta coleta pode ter excedido o
padrão exigido na legislação provavelmente devido à má higienização do
equipamento de ordenha. Em todas as coletas foi verificado CMT negativo.
Analisando a CCS, verificou-se que, com exceção da quinta coleta, que o
colégio está produzindo dentro das normas estipuladas na Instrução Normativa n°
62.
Em questionário aplicado aos alunos dos terceiros anos do curso Técnico em
Agropecuária Integrado antes das aulas sobre o tema serem ministradas, 9,5%
conhece o setor de bovinocultura da escola, porém 100% deles não têm
conhecimento da Instrução Normativa n° 62 do MAPA e 95% desconhece o que é
Contagem de Células Somáticas (CCS). Após as aulas ministradas, o mesmo
questionário foi aplicado e 75,6% e 36,5% ainda desconheciam a legislação e o
conceito de CCS, respectivamente.
A expectativa consistia nos resultados das análises do leite produzido na
Unidade Didática Produtiva da instituição de ensino e também em verificar se o tema
proposto no projeto foi trabalhado com os alunos pelos professores das disciplinas
técnicas e se os mesmos verificaram a importância e a complexidade da cadeia
produtiva leiteira.
Na implementação do projeto verificou-se que há a necessidade de um maior
controle zootécnico no setor de bovinocultura de leite do colégio, bem como a
padronização do sistema de ordenha utilizado e melhorar a genética do rebanho.
Uma dificuldade averiguada foi a escala dos finais de semana em que um
plantonista é responsável pela ordenha. Esse plantonista não possui experiência
com o equipamento de ordenha nem familiaridade com o rebanho, o que pode
ocasionar uma má higienização do equipamento e lesão nos tetos.
Por meio do questionário aplicado constatou-se a necessidade de utilizar uma
metodologia diferenciada sobre o conteúdo de legislação dentro das disciplinas para
que os alunos consigam contextualizar melhor e se apropriarem do conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O setor de bovinocultura de leite dos colégios agrícolas produz matéria-prima
para consumo e fabricação de derivados que serão utilizados na própria instituição,
por isso, a preocupação na qualidade e segurança do produto. Além do consumo, a
escola forma Técnicos em Agropecuária que poderão atuar no segmento e
precisarão ter conhecimento sobre a complexa cadeia agroindustrial do leite.
As aulas práticas fazem com que o processo de ensino e aprendizagem se
torne efetivo, tornando os alunos sujeitos de seu aprendizado e auxilia na
contextualização através da articulação com a teoria.
As coletas e análises são importantes ferramentas que monitoram a sanidade
e qualidade do produto produzido no colégio, bem como auxiliam no processo de
ensino-aprendizagem. Este será mais efetivo quando houver a interdisciplinaridade
entre as disciplinas que compõem o currículo.
Pela implementação pode-se fazer um diagnóstico do setor de bovinocultura
de leite e da prática pedagógica do professor PDE, o que permitiu a identificação de
pontos positivos e fragilidades.
Conclui-se que apesar da deficiência na infraestrutura do colégio e carência
de recursos, pode-se produzir com qualidade e segurança, porém há necessidade
de reestruturação do setor referente à parte zootécnica e aos funcionários que
atuam no setor.
Em relação à parte pedagógica, verificou-se que a interdisciplinaridade entre
as disciplinas e seus respectivos docentes necessita de maior entrosamento, como
por exemplo, a realização conjunta dos planejamentos e planos de trabalho docente;
as metodologias utilizadas com os alunos devem variar de acordo com o conteúdo
para haver uma maior apropriação do conhecimento, pois após a implementação os
alunos apresentaram uma maior dificuldade quando o conteúdo foi referente à
legislação.
O planejamento e autoavaliação são ferramentas necessárias para reflexão
da prática pedagógica. Deve-se constantemente buscar nova didática e
metodologias para que o professor atue como um mediador, auxiliando os alunos na
apreensão dos conhecimentos e na formação de cidadãos críticos.
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