OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · História e Cinema. O cinema passou a ser...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
CINEMA E HISTÓRIA: UMA EXPERIÊNCIA A PARTIR DO USO DE RECORTES
DE FILMES
Jane Márcia Benedete1
André Paulo Castanha2
Resumo O presente artigo é o resultado das atividades desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O objetivo deste artigo consiste em relatar as experiências, as reflexões e os resultados obtidos pelo Projeto de Intervenção, implementado no Colégio Estadual Barão do Rio Branco, com alunos do 3º Ano do Ensino Médio. A proposta do projeto foi verificar o potencial do uso de recortes de filme em sala de aula como uma fonte/documento para a produção do conhecimento, aliado a outros recursos didáticos, com a finalidade de auxiliar na aprendizagem dos alunos. Na sala de aula, como em qualquer espaço educativo, o cinema é um rico material didático. Agente socializante e socializador, capaz de despertar interesses teóricos, questionamentos sociopolíticos, enriquecimento cultural, ou seja, um instrumento didático capaz de despertar nos alunos o interesse, a criatividade, a observação, a reflexão e a problematização sobre os conteúdos da disciplina de História.
Palavras-chave: Ensino de História; Recortes de Filmes; Conhecimento Histórico; Ensino-Aprendizagem.
1 - Introdução
Desenvolver a capacidade da compreensão das transformações sociais
inseridas na dinâmica da história da humanidade e perceber-se como parte
integrante deste processo é função da disciplina de História, objetivando a
construção de uma consciência histórica e o compromisso como cidadão ou sujeito
social e histórico.
Assim, a prática em sala de aula, requer do professor um trabalho constante
na busca de atitudes, metodologias e referenciais novos e variados, no sentido de
melhorar a relação entre o ensino e a aprendizagem, entre o professor e o aluno,
1 Professora PDE turma 2013-2014, Licenciada em História, Especialista em Metodologia do Ensino
de História e Educação Especial. Lotada no Colégio Estadual Barão do Rio Branco-Ensino Fundamental e Médio, Flor da Serra do Sul-Pr. E-mails: [email protected] e [email protected]. 2 Professor do Colegiado de Pedagogia e do Programa de Mestrado em Educação da UNIOESTE –
Campus de Francisco Beltrão. Doutor em Educação e orientador no programa PDE. E-mail: [email protected]
exigindo do professor sensibilidade, postura crítica, reflexão permanente sobre suas
ações, revendo saberes e práticas.
A utilização de diferentes linguagens pode levar o aluno a um processo de
aprendizagem mais interativo, prazeroso, que tenha significado, que lhe dê
condições de posicionar-se criticamente frente às questões e problemas que a
sociedade traz. No ensino de História, contribui para a dinamização do cotidiano da
sala de aula, diversificando a prática do ensino da disciplina.
Nesse contexto, apresentamos o presente artigo, que é o resultado da
reflexão acerca da Produção Didático-Pedagógica do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), articulado a Secretaria Estadual de Educação (SEED) e a
Secretaria de Ciência e Tecnologia (SETI) do Estado do Paraná. Como produção
didática do PDE, optou-se por desenvolver um Caderno Didático que consistiu no
desenvolvimento de um tema, aprofundando-o de forma teórica e metodológica.
O objetivo principal deste estudo foi investigar a utilização de recortes de
filmes como recurso didático de interação no processo ensino-aprendizagem de
História.
Justifica-se a escolha do tema desta pesquisa, tendo em vista que em sala de
aula, como em qualquer espaço educativo, o cinema é um rico material didático.
Agente socializante e socializador, capaz de despertar interesses teóricos,
questionamentos sociopolíticos, enriquecimento cultural, ou seja, um instrumento
didático capaz de despertar nos alunos o interesse, a criatividade, a observação, a
reflexão e a problematização sobre os conteúdos da disciplina de História.
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de
História, a disciplina de História deve proporcionar a formação de sujeitos que
construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social
e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de
uma inserção cidadã e transformadora na sociedade (PARANÁ, 2008).
O cinema possibilita a construção do conhecimento histórico, pois o filme ou
especificamente, os recortes/trechos de filmes, em sala de aula mobilizam
operações mentais que conduzem o aluno a elaborar a consciência histórica, a
identificação e assimilação dos conceitos estudados.
Desta forma, o filme, na íntegra ou parte dele, é uma excelente fonte histórica,
que deve ser usada para atingir os propósitos educativos, porém é necessário que
seja utilizado de forma consciente e responsável, permitindo ao professor a reflexão
e o aprimoramento de seu trabalho, fazendo com que os alunos motivados,
participem ativamente das discussões, busquem respostas e construam seu
aprendizado através da edificação sólida de informações transformadas em
conhecimento.
Para tanto organizamos o texto com os seguintes tópicos: no primeiro
destacamos algumas considerações sobre cinema e ensino de História; no segundo,
tratamos da instrumentalização do uso do cinema na Educação Básica; no terceiro,
contemplamos o uso de recortes de filmes no Ensino de História; na sequência,
analisamos o processo de implementação do projeto de Intervenção Pedagógica na
escola; por fim tecemos algumas as considerações sobre a experiência dessa
metodologia no Ensino de História e ao final indicamos a lista dos endereços
eletrônicos com recortes de filmes e documentários.
2 - O Cinema e o Ensino de História
Na história da humanidade, imagens representam uma força antiga e
poderosa para comunicar ideias, conceitos e conhecimentos. Antes do
desenvolvimento da escrita, os seres humanos usavam imagens para representar,
compartilhar e disseminar seus conhecimentos.
Com a disseminação dos meios de comunicação de massa, a imagem tornou-
se um elemento central na vida do homem moderno, tornando-se um importante
veículo de difusão do conhecimento.
O final dos anos 1970 e início dos anos 1980, do século passado, foi marcado
por várias mudanças de paradigmas e novas formas de se compreender a História,
novas abordagens, novos objetos, outras fontes e novas linguagens foram se
incorporando ao ensino de História.
Na disciplina de História, o uso de imagens ganhou destaque com o
“alargamento” da noção de documento empreendida pelos pesquisadores dos
Annales e pelos novos rumos percorridos pela História Cultural que abriu caminho
para outras áreas do conhecimento, arte, fotografia, cinema, teatro, música, as
quais, tornaram-se novas possibilidades de construir discursos sobre o passado.
Assim, é possível aprender História por meio de imagens, ao ensinar a ler e
interpretar historicamente fotografias, pinturas, filmes e outras produções imagéticas.
No final da década de 1970, o historiador francês Marc Ferro começou a ver
as imagens, mais especificamente o cinema, como fonte possível para estudos
historiográficos, já que, por se tratar de uma produção do homem e que
frequentemente se utiliza da história como fonte de inspiração, merece ser analisado
pela ciência que tem como ponto principal as ações e relações humanas em um
processo de desenvolvimento contínuo: a História.
Os estudos de Ferro propuseram vários questionamentos que mesclam
História e Cinema. O cinema passou a ser considerado como um agente da História
ou como forma de disseminação de um discurso histórico.
O filme com Ferro passou a ser analisado para além da restrita história do
cinema, sendo utilizado também como material de pesquisa para a História, ou seja,
como “documento”.
Segundo Ferro, os filmes podem ser analisados como testemunho do
presente em que foram realizados e pela sua especificidade imagética, que
permitem que “espaços não visíveis” da sociedade aflorem (1992, p. 86).
Contemporaneamente, o cinema tem se afirmado como a técnica de registro
ou fonte documental e como produção simbólica inserida em um campo de
produção, a indústria de representações, através da qual podem ser conhecidos os
homens, as sociedades, as culturas e registrar o sentido histórico que estes
assumem.
Com uma “linguagem própria e uma indústria também específica”, o cinema
foi considerado por muitos, como expressão artística a “Arte do século XX”. O
cinema “não cessou de interferir na história contemporânea” ao mesmo tempo em
que seu discurso e suas práticas foram se transformando com esta “própria história
contemporânea”. Dessa forma o Cinema “pode ser considerado nos dias de hoje
uma fonte primordial e inesgotável para o trabalho historiográfico” (NÓVOA;
BARROS, 2012, p. 55).
Defendendo a possibilidade de produção e difusão do conhecimento histórico
por meio de diversas mídias e diferentes linguagens, dentre elas o cinema, Nóvoa e
Barros acrescentam:
As combinações imagem-som-ideia tem produzido um complexo sistema que pode tornar os discursos históricos mais competentes e mais completos para a produção de narrativas mais próximas ainda da realidade objetiva dos processos históricos (2012, p. 25).
A utilização do cinema como veículo e ferramenta de ensino e aprendizagem
oportuniza enfocar os aspectos culturais, históricos, literários e políticos,
proporcionando uma visão integral do cinema enquanto mídia educativa. A inserção
de novas estratégias de desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem é
primordial para a inovação pedagógica e a adequação às mudanças sociais com a
finalidade de proporcionar uma formação integral aos cidadãos.
Conforme Duarte, cinema e escola vêm se relacionando há muitas décadas,
sem, contudo, se reconhecerem como parceiros na formação geral: “ver filmes é
uma prática social tão importante do ponto de vista da formação cultural e
educacional das pessoas quanto à leitura das obras literárias, filosóficas,
sociológicas e tantas mais” (2009, p.16).
Do ponto de vista didático, o cinema como fonte para o conhecimento de
História, permite a compreensão de como os homens constroem a vida social,
servindo de referencial para que estes conheçam seu momento histórico, suas
relações com os outros homens e como esta relação se manifesta na educação.
Neste contexto, o cinema torna-se uma ferramenta educativa cheia de
potencialidades ao constituir-se em um meio que contribui para a mudança social.
Ao ser percebido como uma mídia educacional o cinema tem a possibilidade
de inserir-se na sala de aula de forma promissora, como um instrumento de trabalho
motivador, inovador, capaz de envolver várias disciplinas e conteúdos programáticos
num mesmo momento. “A utilização do cinema na escola pode ser inserida, em
linhas gerais, num grande campo de atuação pedagógica” (NAPOLITANO, 2004, p.
12).
A utilização do filme em sala de aula é de total importância para desenvolver
o saber crítico e consciente por parte do educando. Didaticamente, o filme,
apresenta conceitos por meio de imagens e narrações, deixando ao espectador a
possibilidade de relacionar e articular as ideias transmitidas oral e visualmente.
O cinema traz a ideia de lazer e diversão, tornando o conhecimento mais
agradável, proporciona a análise do conteúdo de forma prazerosa, estimulando para
uma discussão mais participativa.
Para Ferro, um filme oferece inúmeras possibilidades de análise:
Entre o cinema e a história, as interferências são múltiplas, por exemplo, na confluência entre a História que se faz e a História compreendida como relação de nosso tempo, como explicação do devir das sociedades. Em todos esses lugares o cinema intervém (1992, p. 11).
Desta maneira, o filme torna-se um recurso pedagógico mediador, que
possibilita subsidiar o ensino por meio da problematização em diferentes conteúdos
relacionados à História, mediante o diálogo com outras disciplinas e o conhecimento
escolar. O filme como recurso para o estudo da História, em sala de aula, pode,
conforme Ostermann:
Situar os fatos na época em que ocorreram; reconstruir a realidade histórico-social, suas estruturas, como uma totalidade em constante mudança; e entender o enfoque teórico que orientou a reconstituição do passado e o significado da narrativa para a compreensão do mundo atual, o como parte do presente, na perspectiva passado-presente (2006, p. 11).
O cinema em sala de aula exige uma metodologia específica e cabe ao
professor escolher como apresentar aos estudantes o filme: se completo ou
selecionar alguns fragmentos que atendam às expectativas de aprendizagem
contempladas em seu planejamento. A bibliografia especializada sugere algumas
etapas para o bom uso do filme na escola. São elas, apresentação da sinopse (ficha
técnica, curiosidades, prêmios, elementos da linguagem cinematográfica), exibição
do filme/trecho e debate sobre temas apresentados em determinados trechos do
filme.
O vídeo pode ser utilizado para introduzir um novo assunto, despertar a
curiosidade, motivar novos temas e trazer realidades distantes dos alunos. É
possível, através dos filmes, fazer uma ligação extremamente enriquecedora entre o
passado e o presente e, mesmo uma interpretação do presente através de uma
leitura do passado.
Assim, a função didática da relação cinema-história se concretiza no uso da
linguagem cinematográfica como instrumento auxiliar de formação histórica, com a
finalidade de integrar, orientar e estimular a capacidade de análise dos estudantes,
perceber o cinema como agente da história e como documento.
Nesta perspectiva, os filmes transmitem mensagens, valores culturais, sociais
e ideológicos de uma sociedade e de determinada época, assim, podem ser um
instrumento para estimular os educandos à construção do conhecimento histórico,
proporcionando a compreensão de conceitos históricos e a construção de suas
percepções da realidade como sujeitos históricos.
3 - Uso do Cinema na Educação Básica
Considerando a importância do uso do cinema para o ensino na educação
básica, como uma estratégia pedagógica que desperta a atenção e o interesse do
aluno, sugerimos alguns passos com base em estudos de Lira et al., visando
“aproveitar a curiosidade dos alunos frente às possibilidades de ação e poder
que o filme pode dar ao professor e, consequentemente, aos alunos” (2009, p. 28).
Algumas questões, no entanto, estão presentes nesta iniciativa do professor,
a quem compete seguir alguns procedimentos importantes para o bom desempenho
da aula e ao aproveitamento pelos alunos.
Tais procedimentos são caracterizados em etapas singulares e interligadas
entre si como indicado na tabela abaixo.
Tabela 1 – Etapas para o uso do cinema no ensino na educação básica
Etapas Procedimentos Ações
1ª etapa Escolha do filme Ao professor cabe assistir ao filme previamente à sua exibição, considerando a faixa etária dos alunos
O professor deve pensar nas ligações entre o filme e o conteúdo.
Deve programar a forma de análise ou de reflexão sobre o material apresentado: - sob a forma de introdução para um novo conteúdo; - como fixação de conteúdo; - apresentado na íntegra ou em trechos.
2ª etapa Horário das aulas Caso o professor não tenha duas aulas seguidas, deve tentar: - a troca de horário com um colega; - adequar o mesmo filme para duas disciplinas, desenvolvendo atividades de forma interdisciplinar.
3ª etapa Cinema como lugar de revelação
O professor deve deixar bem explicado que não existem verdades prontas e acabadas e que em uma produção devem ser observadas as facetas e interpretações, olhares direcionados, em um mesmo objetivo e significado específico.
4ª etapa Direcionamento O professor deve utilizar o filme com a intenção de debater conceitos, dinamizar o conteúdo. A preparação da turma é essencial para o
direcionamento da atividade, em todos os momentos.
5ª etapa Análise do filme - trazer um estudo de um texto de apoio, que permita aos alunos conhecer um pouco acerca da linguagem cinematográfica, as fases de sua produção, a filmagem, execução, recorte, montagem das cenas, e, consequentemente, o filme pronto; - possibilitar a realização de paradas/tréguas na exibição do filme para que determinadas situações possam ser discutidas.
6ª etapa Resultados e avaliação
- montagem de questões vinculando o material ao conteúdo escolar; - montagem de painel com reprodução de uma cena do filme escolhida pelos alunos.
Fonte: Lira et al., 2009, p. 28-32 – adaptado.
O filme é uma ferramenta didática que possibilita a problematização e a
contextualização. Porém, só tem função pedagógica quando está vinculado a um
tema ou conteúdo educacional norteado por encaminhamentos e procedimentos
apropriados às necessidades educacionais.
Diante desta perspectiva é necessário que o professor esteja ciente dos
objetivos que pretende alcançar para, a partir de então, traçar relações e
planejamentos que envolvam os filmes ou recortes de filmes com os conteúdos a
serem trabalhados.
4 - O Uso de Recortes de Filmes no Ensino de História
A utilização de diferentes linguagens pode levar o aluno a um processo de
aprendizagem mais interativo, prazeroso, que tenha significado, que lhe dê
condições de se posicionar criticamente frente às questões e problemas que a
sociedade traz.
O filme, nas aulas de História, torna-se uma importante ferramenta
metodológica que pode ser utilizada pelo professor na problematização e
contextualização dos temas propostos, possibilitando ao aluno encontrar uma nova
maneira de pensar e entender os processos históricos.
Com relação à efetivação da prática em sala de aula, faz-se necessário a
preparação prévia do professor, ou seja, este deve ter domínio em relação ao filme,
bem como dos objetivos e do trabalho a ser realizado. O uso de filmes tem sido uma
prática comum em sala de aula, porém, falta maior objetividade, pois o filme não
pode ser um instrumento de transmissão mecânica do saber, sem motivação,
análise crítica e questionamento.
Os filmes devem ser o ponto de partida para se analisar o olhar de uma época
sobre outra, no entanto não há a necessidade de exibir o filme todo, para despertar
o interesse e provocar debates com os alunos. Um filme não precisa ser passado na
íntegra, pois há o risco do professor gastar várias aulas com a exibição e o aluno
não entender aonde ele quer chegar.
Neste caso uma das possibilidades metodológicas é o uso de recortes ou
trechos de filmes, dando uma objetividade maior ao conteúdo abordado, onde o
professor poderá selecionar os momentos que mais atendem às necessidades do
conteúdo/tema estudado.
A utilização como recurso didático, de recortes ou trechos de filmes nas aulas
da disciplina de História, deve proporcionar a reflexão, construção e aprendizagem
dos conhecimentos históricos de forma atrativa, prazerosa e motivadora, buscando
despertar o interesse, a criatividade, a observação e a problematização dos
conteúdos, além de desenvolver nos educandos a cidadania responsável para que
sejam contínuos aprendizes, tenham a autonomia na busca de informações, na
produção do conhecimento para resolver questões cotidianas.
Neste contexto, os trechos ou recortes de filmes devem ser incorporados aos
conteúdos específicos, problematizando, questionando, dialogando, ilustrando e
complementando, juntamente com os demais recursos didáticos, motivando os
alunos para a análise e reflexão sobre as diversas temáticas abordadas.
Entretanto, o professor deve estar atento as questões relevantes do período
histórico retratado nos trechos dos filmes, como temática, contexto, diálogos,
ideologia, caracterização dos personagens, simbolismo, concepções e valores.
Sobre o uso de recortes ou trechos de filmes em sala de aula, os
historiadores Nóvoa e Barros destacam:
Para a análise historiográfica que não pretende realizar a história da arte, a obra não precisa ser considerada na totalidade da relação entre forma e contexto. Extratos e séries de um filme podem ser objetos importantes da crítica histórica (2012, p. 42).
O uso inteligente de trechos de filmes produzidos pela indústria
cinematográfica pode ser um grande elemento motivador, já que nossos alunos
vivem numa cultura onde a habilidade visual e a de processar informações são
constantemente exercitadas. Isto pode significar um grande avanço no sentido de
conseguirmos captar a atenção do aluno, bem como despertar a sua curiosidade
com relação ao Ensino de História.
Conforme Blasco, o uso do fragmento mostra-se eficiente porque se insere na
chamada “cultura do espetáculo” marcada pela “informação rápida, o impacto, o
intuitivo, em detrimento do raciocínio linear, lógico e especulativo” (2006, p.66).
Assim, a metodologia do clip facilita a reflexão sobre determinados conteúdos e
conceitos apresentados em contextos educacionais.
Napolitano ao tratar do uso de recortes de filmes, em sala de aula,
acrescenta:
Um procedimento interessante (dependendo do objetivo da atividade e do comportamento dos alunos diante de atividades não-convencionais) é selecionar apenas alguns trechos dos filmes escolhidos, trabalhando com cenas e sequências curtas, que exigem menos tempo e concentração do aluno. O professor que optar por esse tipo de exibição deve preparar a classe, informando-a sobre o filme, fornecendo sinopse da história e explicando o contexto das cenas selecionadas. Todo esse cuidado serve para evitar que a atividade seja alienada e fragmentada (2004, p. 81-2).
Nesta perspectiva, o uso de filme ou recortes de filme utilizados como
estratégia de aprendizagem, estratégia pedagógica do ensino de história, como
“elemento constitutivo da transposição didática do saber histórico para o saber
histórico escolar” (SCHMITH; CAINELLI, 2009, p. 113).
5 - Análise do Desenvolvimento do Projeto na Escola
Na educação podemos e devemos usar todo o tipo de recurso tecnológico no
intuito de auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. Vale ressaltar que o papel
do professor é primordial, quando este sabe qual é o objetivo real de suas aulas e
consegue contextualizá-la, o aluno aprende melhor sendo um agente participativo,
ou seja, um protagonista e não meramente um espectador.
Ostermann, em sua obra Filmes contam História, afirma que:
Vivemos num mundo dominado pelas imagens que, pela televisão, pelo vídeo, pela internet e por publicações cada vez visualmente mais atraentes,
entram em nosso espaço e não só nos informam sobre os fatos cotidianos como também formam nossos hábitos e opiniões, incidindo poderosamente sobre nossas ideias. O cinema, como documento, história dramática, é uma forma de contar História que, por esse poder da imagem no mundo contemporâneo e por sua linguagem absolutamente atual, é recurso didático indispensável às escolas (2006, p. 9).
Ensinar a partir do cinema significa provocar o olhar do aluno, enquanto
sujeito, despertar seu senso crítico, estimulando seus sentidos com a imagem em
movimento.
O cinema pode colaborar, enquanto instrumento de sensibilização, análise e
reflexão, por meio do enfoque temático, problematizando dilemas morais, posturas
pessoais, revisão de valores e defesa dos direitos humanos.
Neste sentido, os trechos de filmes possibilitam, a partir da reconstituição feita
do contexto e dos fatos analisados, aprender práticas, concepções e processos
educativos, valores, ideologias, mentalidades individuais e coletivas que permeiam e
subsidiam as ações humanas.
Para Napolitano:
Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte (2004, p. 11).
Com base nestes pressupostos, o presente artigo traz as etapas e análises do
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, desenvolvido durante o primeiro
semestre de 2014, no Colégio Estadual Barão do Rio Branco, no município de Flor
da Serra do Sul - PR, junto aos alunos do 3º Ano do Ensino Médio, por meio das
seguintes estratégias: leituras de textos e de imagens; interpretação de poemas e
cartas; infográficos; documentos, além da utilização de recortes de filmes e
discussões em grupo; confecção de painéis; produções de narrativas; pesquisas;
seminários; análise de mapas e visita a sala de cinema.
As atividades do projeto tiveram início com a apresentação, do mesmo, na
Semana Pedagógica em fevereiro, para a direção, equipe pedagógica, professores e
funcionários.
Os participantes do encontro ressaltaram ser muito significativo o trabalho
com metodologias diferenciadas como os recortes de filmes, por concordarem que o
lúdico na educação é um meio muito eficiente para o educando demonstrar seus
conhecimentos de forma mais espontânea, uma vez que o aluno deve ser motivado
e estimulado a aprender por ele mesmo, por sua própria prática e o recurso fílmico,
apresenta-se como uma ferramenta pedagógica importante no processo de ensino e
aprendizagem.
Na sequência foi realizada a apresentação do Projeto de Implementação
Pedagógica aos alunos da 3ª Ano do Ensino Médio, enfatizando o Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) e destacando as ações previstas para serem
desenvolvidas em sala de aula.
A Implementação das ações, em sala de aula, iniciou com a exposição, por
parte da professora, de um breve histórico sobre a relação do Cinema e a História
enfatizando a importância do filme como fonte, linguagem e recurso didático na
contextualização e reflexão sobre o conhecimento histórico, destacando o histórico
do cinema mundial; histórico do cinema no Brasil; o cinema e o ensino de História e
o uso de recortes de filmes no ensino de História. Nesta etapa foi utilizado como
recurso didático o vídeo Cinema-Irmãos Lumière, o qual mostra a origem do cinema
nas imagens feitas pelos irmãos Lumière, na França, em 1895, duração (6:33).
Na etapa seguinte ocorreu o estudo dos conteúdos/temáticas “A Revolução
de 1930 e o Governo de Getúlio Vargas’’ e “Segunda Guerra Mundial (1939-1945)’’,
onde os conteúdos foram problematizados e contextualizados com recortes de
filmes, vídeos, músicas, imagens, além de documentos escritos, realizados conforme
as propostas de desenvolvimento das atividades didáticas presentes no Caderno
Didático.
Sobre a Revolução de 1930 e o Governo de Getúlio Vargas contemplou-se as
temáticas: A Revolução de 1930 e o Governo de Getúlio Vargas; 1937- O Golpe do
Estado Novo: O Estado Novo; Os “parceiros” do Estado Novo; Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP); O rádio na Era Vargas: A Voz do Brasil. Nesta etapa
foram utilizados os seguintes recursos didáticos: os vídeos “Construtores do Brasil -
Getúlio Vargas” (11:00) e Carmem Miranda Americanizada (2:49); textos, fotografias,
charges, letras de sambas fragmentos de discursos da época, questões do Enem;
trechos dos filmes Olga, de Jayme Monjardim (2004), duração (7:32 e 6:32) e
Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos (1984,) duração (5:40).
Enquanto que sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as temáticas
contempladas foram: O Japão na Segunda Guerra Mundial e as bombas atômicas;
O Holocausto; A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Para estas
temáticas, utilizou-se dos recursos didáticos: textos, poemas, cartas, reportagens,
infográficos, imagens e mapas animados da Segunda Guerra Mundial; vídeos
“Segunda Guerra Mundial (1939–1945)” (8:41), “Lançamento da Bomba Atômica em
Hiroschima e Nagasaki” (10:01), Holocausto: perseguição aos judeus (4:32) e FEB:
Brasil na Segunda Guerra Mundial (7:19); trechos dos filmes Pearl Harbor (5:15) e O
Pianistas: O Pianista – Antissetimismo (4:41), O Pianista - Ataque nazista (4:12), O
Pianista - Bairro judeu (5:46), O Pianista - Sobrevivência - parte I (5:53), O Pianista -
Sobrevivência - parte II (7:33), O Pianista Solidariedade (6:57).
Enquanto desenvolvia-se a Implementação, os alunos, divididos em quatro
grupos, elaboram documentários sobre as temáticas estudadas. Também, conforme
estava previsto no Projeto, os alunos realizaram uma visita a uma sala de cinema.
Foi uma experiência nova para os alunos, pois a maioria deles nunca havia assistido
filme, em uma sala de cinema.
Para finalizar as atividades propostas os alunos fizeram um relato da
experiência sobre o filme assistido e apresentaram os documentários aos colegas de
sala de aula.
A avaliação ocorreu, durante o desenvolvimento das atividades, foi contínua e
processual no decorrer de todas as etapas com evidência para a participação,
comunicação, iniciativa e criatividade dos alunos.
Relacionar filmes ou trechos de filmes aos conteúdos históricos em sala de
aula é uma opção fascinante que pode se multiplicar em infinitas formas e
possibilidades, sendo uma importante fonte de pesquisa e estudo para a
compreensão da História.
Desta forma o recurso fílmico, aliado aos demais recursos, mostrou-se um
grande auxiliador no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, na
assimilação, identificação e compreensão dos conceitos e temáticas estudadas. As
aulas acontecerem de uma forma dinâmica, atraindo a atenção dos alunos para o
assunto em destaque.
Assim, a transposição didática do conteúdo histórico, associado aos recortes
de filmes proporcionou a problematização, o ensino, a construção e reconstrução de
conceitos.
Enquanto ocorria a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola, simultaneamente desenvolveu-se o Grupo de Trabalho em Rede (GTR) com
atividades online, das quais se extraiu informações importantes no debate sobre a
importância de metodologias variadas em sala de aula, sobretudo do uso de recortes
de filmes no Ensino de História, onde os professores da rede pública estadual do
Paraná participaram virtualmente, realizando as atividades, participando nos fóruns,
diários e atividades formuladas pelo professor tutor, opinando sobre o trabalho
desenvolvido, interagindo com colegas, compartilhando experiências e dando
sugestões para a melhoria da prática em sala de aula.
No final das atividades desenvolvidas em fóruns e debates chegou-se a
conclusão de que as propostas do projeto foram importantes considerando-se a
problemática do tema, configurando a necessidade da utilização de diversas
metodologias, fontes e linguagens para a construção de um ensino de História que
ganhe vida em nossas escolas e em nossos alunos, dando-lhes a oportunidade de
construir o conhecimento histórico e apropriar-se de problemáticas e temáticas de
forma significativa.
6 - Considerações Finais
O cinema é visto como um dos mais importantes fenômenos culturais do
século XX. Na historiografia ele tem sido utilizado como fonte histórica desde os
anos 1970, sendo o historiador Marc Ferro um dos pioneiros a utilizá-lo. No ensino
de História esse recurso tem sido muito utilizado pelos professores, especialmente
nos últimos anos por conta da ampliação e do acesso aos meios de comunicação.
Ensinar a partir do cinema significa provocar o olhar do aluno, enquanto
sujeito, despertar seu senso crítico e estimular seus sentidos com a imagem em
movimento. Assim, o professor pode utilizar dessa linguagem para problematizar,
contextualizar e explicar os conteúdos ou temáticas abordadas.
Entretanto, o uso de recortes e trechos de filmes proporciona maior
objetividade às aulas, onde o professor seleciona a cena ou cenas que melhor
podem ser usadas, instrumentalizando os alunos para a formação do pensamento
histórico, despertando nestes, o senso crítico, análise, investigação e a
compreensão da realidade.
A partir das reflexões acerca da implementação didático-pedagógica na sala
de aula é que foi possível a elaboração desse artigo. As atividades realizadas com
os alunos possibilitaram fazer a análise daquilo que nos propomos a desenvolver no
Caderno Didático.
Ao implementar a proposta didático-pedagógica partiu-se do pressuposto da
necessidade de mudança das metodologias desenvolvidas comumente em sala de
aula. Buscou-se o envolvimento máximo dos alunos, levando-os a compreender de
que modo os diferentes recursos didáticos, especialmente os recortes de filmes,
auxiliam na construção do conhecimento histórico e na formação do pensamento
histórico.
O trabalho com fontes/documentos históricos diversos está previsto nas
Diretrizes Curriculares de Ensino de História: “é indispensável ir além dos
documentos escritos, trabalhando com os iconográficos, os registros orais, os
testemunhos de história local, além de documentos contemporâneos, como:
fotografia, cinema, quadrinhos, literatura e informática” (PARANÁ, 2008, p. 69).
Neste contexto, diversificar as fontes e dinamizar as metodologias e a prática
de ensino democratiza o acesso ao saber, tornando professor e aluno, sujeitos que
produzem história e o conhecimento em sala de aula.
Observou-se que em todas as etapas da implementação do Caderno Didático,
a maioria dos alunos problematizou, analisou, questionou, formulou ideias e discutiu
sobre todas as atividades desenvolvidas. A diversificação de fontes auxiliou na
apropriação dos conteúdos por parte dos alunos, bem como contribuiu para
aumentar o interesse pela disciplina de História.
7 - Referências BLASCO, Pablo G. Educação da afetividade através do cinema. Curitiba, PR: IEF– Instituto de Ensino e Fomento, 2006.
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8- Endereços eletrônicos dos Recortes de Filmes e Documentários
OBS: Os recortes de filmes que foram utilizados estão disponibilizados em sites de domínio público.
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