Utilização de tecnologias móveis para enriquecer os processos de ensino e aprendizagem
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · INTRODUÇÃO AO USO DAS TECNOLOGIAS MÓVEIS NO...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
INTRODUÇÃO AO USO DAS TECNOLOGIAS MÓVEIS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
SIBIM, Maria Inês1
OLIVEIRA, Francisnaine Priscila Martins2
Resumo: O impacto que os avanços tecnológicos tem provocado nas instituições de ensino, requer reflexão enquanto uso pedagógico. Diante disso, propusemos um estudo sobre o uso das tecnologias móveis no processo ensino aprendizagem da Matemática, realizado durante o Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE 2014/2015, o qual tem como justificativa, a problemática vivida e testemunhada, pelas constantes queixas advindas de professores, pedagogos e gestores escolares, sobre o uso inadequado das tecnologias móveis no contexto escolar. As atividades foram desenvolvidas com professores e pedagogos do Colégio Estadual de Iporã-EFMP, possibilitando a estes leituras e reflexões sobre a evolução das tecnologias; o papel do professor e do gestor escolar na inclusão das Tecnologias da Informação e Comunicação na escola; Tecnologias e Mudanças nas formas de ensinar e aprender; Sites e Portais Educacionais; Tecnologias Móveis em sala de aula, bem como a prática de diversas possibilidades de uso das tecnologias móveis no processo ensino aprendizagem da Matemática. Reflete-se, ainda, sobre a formação do educador para enfrentar os desafios postos pela tecnologia da informação e comunicação na inserção de um sujeito atuante. Com o desenvolvimento desse trabalho, notamos que os educadores perceberam que as tecnologias móveis, junto a uma proposta pedagógica consistente, podem ser facilitadoras da aprendizagem, tornando-se mediadoras, por facilitarem ao aluno construir seu próprio conhecimento.
Palavras- Chave: Educação; Ensino Aprendizagem; Tecnologias Móveis; Gestão Escolar. Abstract: The impact that the technologic advance has been causing on the teaching institutions call for reflections on the pedagogical application of it. Taking that into account, it was proposed a study about the usage of the mobile technologies on math’s teaching/learning process, performed over the Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE 2014/2015, which has as justification the issue experienced and attested by the ininterrupted complaints from teachers, pedagogues and school managers upon the inappropriate using of mobile technologies at schools. The activities were developed together with teachers and pedagogues of the Colégio Estadual de Iporã-EFMP, and enabled to them the reading and reflection over the evolution of the technology; the role to be developed by teachers and school managers on the inclusion of information and communication on the school environment; technology and changes on the way of teaching and learning; sites and internet educational pages; mobile technology and its usage in the classroom, as well as the practice of several means of using mobile technologies on the Math’s teaching/learning process. Furthermore, the work deals with the educator’s preparation in order to face the challenges that the information and communication technlogy brought to the insert of an active professional. By the development of the work, it was noticed that the educators have realized that the mobile technologies, together with a consistent pedagodical proposal can facilitate learning, becoming mediators, for making easier to the students the process of bulding their own knowledge.
Key Words: Education; Teaching-Learning; Mobile Technologies; School Management.
1 rrofessora de Matemática do Colégio Estadual de Iporã -EFMr. Integrante do rrograma de
Desenvolvimento Educacional do Estado do raraná (rDE) turma 2014. 2 Orientador rDE da Universidade Estadual de Maringá-UEM.
Introdução
As constantes mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais
intensificadas a partir da segunda metade do século XX, vem configurando um cenário
denominado por diversos estudiosos como a Sociedade do Conhecimento.
Nesse contexto, as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC)
passam a assumir um lugar de destaque não apenas no mundo do trabalho e da
ciência, mas nas mais diversas práticas sociais, entre elas as práticas educativas.
Essas tecnologias trazem uma ampla dimensão de informatização para a
educação e constituem-se em instrumentos relevantes nas práticas educativas, como
o aprimoramento das ações a serem desenvolvidas pelos gestores e educadores no
espaço escolar e no meio social. rortanto, à escola cabe o papel de refletir
criticamente sobre a incorporação dessas tecnologias e suas possibilidades de
contribuições aos processos pedagógicos.
Nesse processo, o gestor tem um papel importante no sentido de reconhecer
as tecnologias como um apoio indispensável à gestão das atividades administrativas
e pedagógicas, e não apenas incentivar o uso das tecnologias em sala de aula. É
necessário promover uma gestão pedagógica com tecnologia apoiada em políticas
públicas voltadas para esse fim, para que as mudanças necessárias possam de fato
ocorrer, incluindo programas de formação de professores e alunos para o uso e
apropriação crítica dessas tecnologias.
A participação plena na sociedade atual exige não só o manuseio, mas a
interação e o uso crítico das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC),
e um dos ambientes fundamentais para a construção dos saberes elaborados e
necessário ao exercício da cidadania é a escola. Segundo Ferruzzi (2003, p.6), “a
escola é vista como um foco de geração de conhecimentos e deve oportunizar ao
aluno o desenvolvimento de habilidades que conduzam ao crescimento pessoal,
social e profissional”.
Portanto, o uso das tecnologias se concretiza na medida em que gestores e
comunidade escolar se empenham na realização desse trabalho, pois este
compromisso não está ligado apenas à sala de aula, e sim, com os diferentes
segmentos da gestão escolar, e as políticas públicas educacionais, criando condições
para o uso das tecnologias no processo de ensino aprendizagem e na administração
e organização da gestão escolar.
No contexto atual de desenvolvimento das TDIC contamos com a internet e a
telefonia móvel que possibilitam a comunicação com qualquer parte do planeta,
através de mensagens, arquivos de vídeos e imagens. Os aparelhos disponíveis no
mercado, capazes de realizarem estas atividades, estão cada dia mais acessíveis e
presentes na vida das pessoas, incluindo também os alunos.
Diante desse cenário, soma-se às atribuições da escola e de seus professores,
enquanto mediadores do processo de ensino e aprendizagem, refletir sobre as
mudanças suscitadas por essas tecnologias e suas possibilidades pedagógicas.
Conforme argumenta (Guimarães, 2006, p. 23),
[...] torna-se cada vez mais necessário um fazer educativo que ofereça múltiplos caminhos e alternativas, distanciando-se do discurso monológico da resposta certa, da sequência linear de conteúdos, de estruturas rígidas dos saberes prontos, com compromissos renovados em relação à flexibilidade, à interconectividade, à diversidade e à variedade, além da contextualização no mundo das relações sociais e de interesses dos envolvidos no processo de aprendizagem.
Nesse sentido, o uso pedagógico dessas tecnologias nos faz pensar na
formação continuada dos profissionais de ensino. Diante disso, este estudo se justifica
no intuito de identificar possibilidades do uso das tecnologias móveis, Tablet 3 e
Smartphone4, visando contribuir para o processo de ensino aprendizagem.
As atividades de intervenção didático-pedagógica aqui propostas, foram
desenvolvidas com professores de Matemática do Colégio Estadual de Iporã-EFMP,
do Município de Iporã e também profissionais da equipe pedagógica.
Definimos como objetivo geral da proposta de intervenção identificar
possibilidades do uso das tecnologias móveis, tablets e smartphones, no processo de
ensino aprendizagem de Matemática. Como objetivos específicos tivemos: levantar e
mapear recursos e ferramentas digitais utilizáveis em tecnologias móveis; explorar
3Tablet é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à Internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta uma tela sensível ao toque (touchscreen). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tablet. Acesso em 08 de jul. 2014. 4Smartphone é um telemóvel (celular) com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Smrtphone. Acesso em 08 de jul. 2014.
alguns recursos e ferramentas digitais disponíveis em tecnologias móveis; elaborar
uma proposta de intervenção para o uso das tecnologias móveis no processo de
ensino aprendizagem; bem como, compreender o papel do gestor na dinamização de
prática de formação para uso das tecnologias móveis.
Apresentamos a seguir, uma síntese da fundamentação teórica do trabalho e,
em seguida os procedimentos metodológicos e as análise e resultados.
Fundamentação Teórica
A humanidade viveu a maior parte de sua existência no meio natural, ainda que
impusesse transformações à natureza, com o uso de ferramentas simples, para
produção de sua sobrevivência. Muito tempo passou até que a humanidade
desenvolvesse técnicas que ampliassem suas formas de intervenção, vencendo os
obstáculos impostos por ela.
O contato entre diferentes grupos humanos e a troca de conhecimentos
garantiu a aprendizagem, e cada geração foi capaz de aproveitar-se das experiências
e descobertas das gerações anteriores. O homem vem evoluindo na sociedade em
que vive, a medida em que transforma recursos naturais em instrumentos, para obter
o que precisa. A esse conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que permitem o
aproveitamento prático do conhecimento científico chamamos de tecnologias. Levy
(1993 apud LEITE, 2004, p.1) define uma tecnologia da inteligência como “fruto do
trabalho do homem em transformar o mundo, e é também ferramenta desta
transformação”.
Com o domínio do fogo e posteriormente a descoberta da energia, as
mudanças foram sendo mais aceleradas. Várias tentativas foram efetuadas para
ajudar o homem a automatizar suas tarefas repetitivas. Com o avanço das ciências o
homem criou condições para a invenção de máquinas que modificaram radicalmente
e com muita rapidez o modo de vida no planeta.
Atualmente, segundo Santos e Silveira (1997, p. 190), “a sociedade vive em um
meio técnico científico informacional”, onde os fluxos de informação ocorrem de modo
instantâneo por uma rede mundial de computadores, que é a Internet. Armazenar
dados, informações e transportá-los para outro lugar pode ser possível por meio de
um simples computador pessoal. Essa revolução tecnológica modificou as relações
sociais e o modo de vida das pessoas.
No entanto, o fundamental para transformar uma sociedade é sem dúvida a
educação, essa é à base de construção e reconstrução do conhecimento que dentro
do sistema educacional está organizado em diferentes áreas dos saberes, todos
esses saberes fundamentais na formação humana. Muito embora tais tecnologias não
foram desenvolvidas por si com finalidades pedagógicas os diversos recursos e
ferramentas, podem ser utilizadas no sentido de ampliar as possibilidades de ensino
e aprendizagem dos alunos.
Diante deste contexto, é importante que o gestor escolar desenvolva a
capacidade de planejamento, liderança, primando por um trabalho coletivo, em
consonância com o que propõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), lei no 9394/96, onde prevê a gestão democrática de ensino público e
progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares, cabendo
ao gestor, entre outras, a importante tarefa de ser o mediador da construção de
espaços de participação e representação de toda a comunidade escolar.
Segundo Libâneo (2004, p. 100), a organização e a gestão visam:
a) prover as condições, os meios e todos os recursos ao ótimo funcionamento da escola e do trabalho em sala de aula; b) promover o envolvimento das pessoas no trabalho por meio da participação e fazer o acompanhamento e a avaliação dessa participação, tendo como referência os objetivos de aprendizagem; c) garantir a realização da aprendizagem de todos os alunos.
Desta forma, pensamos que as tecnologias móveis, podem favorecer um
repensar das práticas pedagógicas, servindo para enriquecer o ambiente educacional,
propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e
criativa por parte de alunos e professores e sejam também motivadoras, podendo
estimular o desenvolvimento e socialização do conhecimento.
Ao tratar da questão das tecnologias, Santaella (2003) enfatiza que as mesmas
“não se compõem só de máquinas, mas também de infraestruturas intelectuais e
institucionais que as inventam e distribuem”. Diante disso, o gestor precisa dar suporte
para a formação tanto dos professores quanto de funcionários e alunos, no sentido de
promover a utilização dos recursos disponíveis na melhoria da qualidade do processo
de ensino e aprendizagem, finalidade em torno da qual deve se desenvolver a gestão
e organização da escola.
Kenski (2012, p. 94) observa que,
a atuação de qualidade do professor brasileiro na sociedade da informação vai depender de toda uma reorganização estrutural do sistema educacional, da valorização profissional da carreira docente e da melhoria significativa da sua formação, adaptando-o às novas exigências sociais e oferecendo-lhe condições de permanente aperfeiçoamento e constante atualização.
resquisas apontam que boa parte dos professores que atuam em sala de aula
não teve formação tecnológica em sua vida acadêmica de forma a dar conta de utilizar
as tecnologias e mídias como parte integrante do currículo escolar. Segundo o
Relatório do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (CETIC.br, 2012, p. 35), menos da metade dos professores de escolas
públicas tiveram disciplinas na faculdade que estivessem voltadas ao uso do
computador como ferramenta pedagógica.
Na visão de Tajra (1998), a formação não se dá apenas durante o percurso nos
cursos de formação de professores, mas é construída durante todo o caminho
profissional, dentro e fora da sala de aula. Entretanto, para que essas tecnologias
tenham o efeito desejado, é necessário que o professor tenha uma formação
tecnológica e pedagógica diferenciada. Caso contrário, a simples inclusão de
ferramentas não vai garantir bons resultados em termos pedagógicos.
Sem uma formação consistente, as tecnologias serão mera roupagem nova em
velhas práticas e concepções, sem mudar em nada os processos de ensino e
aprendizagem. E isso não é diferente com as tecnologias móveis. Ainda que essas
estejam cada vez mais disseminadas na sociedade, sua utilização pedagógica
envolverá mais que a mera disposição dos dispositivos, mas envolverá mudanças na
cultura escolar, incluindo também a flexibilização curricular e o desenvolvimento de
formas de ensinar e aprender menos lineares.
Na avaliação de Tottiet et al (2011), a incorporação dos dispositivos móveis na
educação somente seria justificada se apontar para um contexto construtivista, nos
quais o aluno é percebido como construtor e autor de seu conhecimento. Além disso,
devem ser observadas as características autênticas do m-learning 5 , que são a
mobilidade do aluno e do conteúdo, o acesso a qualquer hora e em qualquer lugar, a
localização e o contexto do usuário além da possibilidade de mesclar cenários reais e
virtuais.
Demo (2008) nos diz que um bom trabalho de ensino e aprendizagem com as
TDICs é aquele que transforma tecnologia em aprendizagem, o qual é parte do
trabalho que deve ser desenvolvido pelo professor.
Portanto, o processo de ensino aprendizagem deve proporcionar uma maior
sincronia entre professor, aluno e meios digitais de comunicação, favorecendo a
utilização de todos os recursos tecnológicos disponíveis, facilitando o acesso à
informação e promovendo as mudanças sociais. É por meio dessa interação com as
tecnologias, que alunos e professores procederão à socialização do conhecimento.
Assim, o professor deve entender as tecnologias – entre as quais o computador, a TV
e os dispositivos móveis – não como ferramentas, mas sim como meio para promover
o uso de forma crítica proporcionando dessa forma aprendizagens significativas.
As tecnologias móveis como os smartphones e tablets, podem contribuir para
uma nova forma de aprendizagem se forem utilizadas para favorecer o processo de
construção do conhecimento dos alunos. Disso advém a necessidade de investigar
acerca de quais seriam as contribuições de tais tecnologias nesse processo.
Levando em consideração a atual evolução dos recursos tecnológicos, mais
especificamente, das tecnologias móveis presentes na escola, faz-se necessário
conhecer os aplicativos educacionais disponíveis para esses aparelhos, visando
pensar em suas possibilidades para os processos de ensino aprendizagem.
Considerando o ensino da Matemática, área em que focamos o presente
trabalho, na maioria das escolas, é vista como um desafio para os alunos, que em
grande parte apresentam dificuldades para compreender determinados conteúdos e
não gostam da disciplina à medida que esses vão se tornando mais complexos e
exigindo maior raciocínio.
Nesta visão, Franchi (2007), aponta a importância da visualização que o
computador proporciona para os conceitos Matemáticos, destacando que “a
5M-Learning, de mobile learning, ou aprendizagem móvel. Acontece quando a interação entre os participantes se dá através de dispositivos móveis, tais como celulares, i-pods, laptops, rádio, tv,telefone, fax, entre outros. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/M-Learning>. Acesso 12 nov.2014
informática facilita as visualizações, possibilita testar mudanças relacionadas a
características algébricas de conceitos matemáticos, [e isso] podem levar a
elaboração de conjecturas” (FRANCHI, 2007, p. 184).
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (DCEs),
para a disciplina de Matemática (2008, p. 65) citam que “Os recursos tecnológicos,
como o software, a televisão, a calculadora, os aplicativos da Internet, entre outros,
têm favorecido as experimentações matemáticas e potencializado formas de
resolução de problemas”. As DCEs apontam também a importância das mídias como
softwares na redução de tempo da realização de atividades, proporcionando assim
condições de tempo para análise, debates, conjecturas e a conclusão de ideias,
atitudes intrínsecas da investigação matemática.
Reconhecemos a importância proporcionada pela visualização na
compreensão dos conteúdos matemáticos disponibilizados pelas novas tecnologias,
a qual contribui para uma melhor interiorização. Como afirma Favoretto (2010, apud
Miranda; Camossa, 2011), a informática deve ser visualizada como um meio de
integração entre educando e educador, uma vez que o conhecimento é adquirido por
meio de um processo interiorizador e transformador.
Assim, o uso das tecnologias na educação deve proporcionar uma
aprendizagem que estabeleça um elo construtivo entre essas tecnologias, o aluno e o
professor. D’Ambrósio (2001, p.15) afirma que “o grande desafio que nós, educadores
matemáticos, encontramos é tornar a Matemática interessante, isto é, atrativa;
relevante, isto é, útil; e atual, isto é, integrada no mundo de hoje”.
Diante dessa realidade, cabe aos educadores explorar as possibilidades do uso
dos aparelhos móveis no processo ensino aprendizagem da Matemática, de forma a
promover de maneira mais significativa a construção e reconstrução do conhecimento,
favorecendo o desenvolvimento da autonomia, o despertar da curiosidade e tornando
o processo de compreensão e generalização um caminho na construção da
aprendizagem efetiva e transformadora.
Procedimentos Metodológicos
Tendo em vista essas discussões sobre as tecnologias móveis, foi proposta
uma intervenção didático pedagógica, desenvolvida no Colégio Estadual de Iporã-
Ensino Fundamental, Médio e rrofissional, no município de Iporã-rR, com a
participação de sete profissionais entre professores e equipe pedagógica, no decorrer
do segundo semestre do ano de 2015.
O curso ministrado teve carga horária de 32 horas, divididas em seis unidades,
conforme expomos abaixo.
Foi aplicado também um questionário, composto de 20 questões que
abordaram aspectos como: a relação dos participantes com as tecnologias; a
contribuição que as tecnologias móveis podem trazer para o processo de ensino e
aprendizagem; o preparo do professor para a mudança de metodologia com o uso das
novas tecnologias; o papel do professor, gestor e comunidade escolar na inserção das
tecnologias; o uso de redes sociais como espaços pedagógicos; bem como o uso de
tecnologias móveis no processo ensino aprendizagem da matemática. As respostas
dos participantes foram analisadas de acordo com os objetivos da proposta e, no
decorrer do presente trabalho, apresentamos alguns depoimentos que ilustram os
resultados encontrados. De forma a manter o anonimato dos participantes que
responderam ao questionário, identificaremos os mesmos por rarticipante 1,
rarticipante 2, participante 3 e assim por diante.
rrimeira Unidade:
Nessa unidade, foi apresentado aos cursistas a proposta de intervenção, os
objetivos pretendidos e os procedimentos metodológicos do curso. Num primeiro
momento, investigou-se a relação e experiências dos participantes com as tecnologias.
Na sequência, foi exibido e discutido o Vídeo “Tecnologias ou Metodologias”. Foi ainda
apresentada para reflexão a Lei no 18.118/2014, que dispõe sobre a proibição do uso
de qualquer equipamento eletrônico sem fins pedagógicos em sala de aula. Em
seguida, foi criada uma conta no serviço de armazenamento em nuvens Dropbox, com
o objetivo de compartilhar o material da Intervenção Didático-pedagógica.
Segunda Unidade:
Essa unidade foi iniciada com a leitura e discussão em grupo do texto “Gestão
de tecnologias, mídias e recursos na escola: o compartilhar de significados”, de Maria
Elizabeth Bianconcini de Almeida. Em seguida, foi apresentado para discussão e
análise o vídeo “As tecnologias em sala de aula”, de José Manuel Moran.
Posteriormente, o grupo registrou as considerações construídas a partir do diálogo
entre o texto e o vídeo propostos. As atividades desenvolvidas foram compartilhadas
no Dropbox.
Terceira Unidade:
Nessa unidade foi realizado a exposição e discussão do texto, “Tecnologias
Digitais na Educação”, de Vani Moreira Kenski e também exibido e discutido o vídeo
“Computador na Escola/ José Armando Valente – 1º bloco”. Logo depois, foram
levantados e mapeados recursos e ferramentas digitais utilizáveis em tecnologias
móveis, culminando com a criação no WhatsApp de um grupo com os participantes
para reflexão sobre possibilidades pedagógicas do mesmo.
Quarta Unidade:
Visando discutir a importância de conhecer e acessar sites e portais
educacionais a fim de explorá-los como recursos pedagógicos, realizamos nessa
unidade, visitas e explorações a diversos sites e Portais Educacionais como: Portal Dia
a Dia Educação: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/index.php. Portal do
professor: http://portal.mec.gov.br/index.php Banco Internacional de Objetivos
Educacionais- Bioe: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/ Rede Interativa Virtual
de Educação - Rived: http://rived.mec.gov.br/, buscando desenvolver atividades a
serem compartilhadas com o grupo no próximo encontro. Fazendo uso de um
simulador gráfico disponível no Portal Dia a Dia Educação, foi desenvolvido uma
atividade prática.
Quinta Unidade:
Na unidade cinco, foi feita uma discussão da relevância dos sites educacionais,
apresentação e compartilhamento dos achados dos grupos. Além disso, foi exibido o
vídeo “Educação tradicional e Educação Ubíqua”, de Lúcia Santaella. Na sequência,
foi apresentado aos participantes por meio de um tutorial três aplicativos pedagógicos
para instalação, exploração e aplicação em Tablets e Smartphones, criando
possibilidades de atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula. Em dupla,
foram trabalhados os aplicativos instalados, sendo desenvolvidas várias atividades.
Coletivamente, foi proposto aos cursistas um roteiro que contemplasse metodologias
de aplicação dos dispositivos, considerando um conteúdo eleito pelos participantes.
Sexta Unidade:
Essa unidade é composta de dois momentos. No primeiro momento,
considerando que os professores tiveram oportunidade de conhecer e explorar alguns
aplicativos pedagógicos para dispositivos móveis, os mesmos elaboraram uma
proposta de intervenção pedagógica, fazendo uso desses recursos no ensino
aprendizagem da Matemática. Em um segundo momento, os professores
apresentaram os resultados em forma de relatórios, compartilhando na pasta dos
participantes via Dropbox e, ainda, socializaram para os demais, em forma de
apresentação, refletindo também sobre a relevância quanto ao uso desses
dispositivos móveis em sala de aula.
Análise e Resultados
Nessa seção do artigo, discutiremos resultados obtidos com a implementação
do projeto de intervenção didático-pedagógica, de acordo com o desenvolvimento de
cada unidade proposta.
Na primeira unidade, após a investigação da relação e experiências dos
participantes com as tecnologias, ficou evidenciado que as mesmas são parte
integrante de nossas vidas, que o papel por elas assumido tornou-se tão importante
que é quase impossível pensarmos um local em que elas não estejam presentes. Na
sequência após a exibição do Vídeo “Tecnologias ou Metodologias?”, houve
momentos de reflexões tendo por base alguns questionamentos a partir de questões
como: Tendo como referência o vídeo, o que mudou com as tecnologias? E o professor
está preparado para a mudança da metodologia com uso das novas tecnologias?
Nessa discussão, as opiniões foram unânimes, pois todos verificaram que a mudança
foi no acesso aos equipamentos, pois a metodologia continuou sendo a mesma, ou
seja, com o aluno no papel de receptor e o professor como transmissor do
conhecimento.
Verificou-se também que em sua maioria, os professores são inseguros na
utilização das tecnologias como recursos pedagógicos. Quanto à reflexão da Lei nº
18.118/2014, que dispõe sobre a proibição do uso de qualquer equipamento eletrônico
sem fins pedagógicos em sala de aula, as opiniões são favoráveis, por entenderem
que a mesma tem beneficiado a inserção das tecnologias, visto que veio regulamentar
o seu uso em sala de aula. ror fim, foi criado uma conta no serviço de armazenamento
em nuvens Dropbox, com o objetivo de compartilhar o material da Intervenção
Didático-pedagógica. Nesse momento, percebeu-se a grande dificuldade dos
participantes frente ao uso das tecnologias.
Na unidade dois, após a leitura do texto “Gestão de tecnologias, mídias e
recursos na escola: o compartilhar de significados”, de Maria Elizabeth Bianconcini de
Almeida, e exibição do vídeo “As tecnologias em sala de aula”, de José Manuel Moran,
buscou-se em grupo a reflexão e discussão dos mesmos, tendo como questões
norteadoras: “Devemos usar de fato as tecnologias em sala de aula? Por que utilizá-
las? Ou por que não utilizá-las? Quem são os responsáveis, para que de fato as
tecnologias sejam inseridas no uso efetivo do processo ensino aprendizagem,
segundo a abordagem de Almeida (2009)”? Durante esse encontro verificou-se que
segundo a abordagem da autora, não só podemos como devemos inserir as
tecnologias em sala de aula, mas também integrá-la, para que as mesmas sejam
utilizadas pelos educadores, alunos e toda comunidade onde todos possam
compreender e fazer uso das linguagens das mídias em seus cotidianos efetivamente.
Segundo autores como Almeida (2009) e Moran (2013), cabe aos
pesquisadores e educadores a inserção das tecnologias no espaço escolar, mesmo
que os educadores tenham certa dificuldade. Já os pesquisadores educadores com
maiores conhecimentos tecnológicos precisam indicar formas de utilização dessas
tecnologias a fim de que a escola possam fazer uso para a obtenção de educação
com melhor qualidade.
Ao retornar à conta no Dropbox para compartilhar as atividades, percebemos
que a maioria dos cursistas ainda sentem-se inseguros no acesso à conta e também
na busca do compartilhamento, necessitando para tanto um tempo maior na
efetivação dessa prática.
Na unidade três, após a leitura e discussão do texto “Tecnologias Digitais na
Educação”, de Kenski (2009), no qual a autora afirma que as “mídias estão presentes
na escola, mas nem sempre [estão presentes] na prática pedagógica”. Constatou-se
que as mídias ainda não estão presentes nas práticas pedagógicas pela nossa falta
de formação (em mídias) e a pouca aposta em novas metodologias como interação e
crescimento (nossos e de nossos alunos), aliado ao medo de mergulhar ao novo (já
não tão novo assim). A exibição e discussão do vídeo “Computador na Escola/ José
Armando Valente – 1º bloco”, permitiu reflexões sobre as mudanças que os recursos
tecnológicos mais recentes trazem para a escola, levando-a a passar por uma
verdadeira revolução, que certamente modifica o papel do professor, que não é mais
a única fonte de informação, e sim aquele que direciona o aprender, tornando-se um
mediador entre o conhecimento e a realidade. Diante de tais mudanças, cabe aos
educadores investigar quais as contribuições que estas novas tecnologias podem
trazer ao processo de ensino aprendizagem dessa escola atual. Sabemos da real
necessidade de nos capacitarmos técnica e pedagogicamente para o uso adequado
desses recursos que são riquíssimos em possibilidades pedagógicas, mas
precisamos conhecer metodologias que garantam que o aluno possa “aprender” com
as tecnologias.
Na sequência, como atividade prática desse encontro, foi levantado e mapeado
diversos recursos digitais utilizáveis em tecnologias móveis como: GeoGebra,
Conversor de unidades, Area and volume, Equação do 2º grau, Drawing the Math,
MyScript Calculator, Mathway, Smart Distance, Calculadora Financeira entre outros,
todos com possibilidades de atividades de cunho matemático. Após a criação de um
grupo com os cursistas no aplicativo WhatsApp no qual foi proposta uma reflexão
sobre as possibilidades pedagógicas do mesmo, vimos inúmeras possibilidades como:
lembretes, tarefas de casa, envio de trabalhos, esclarecimento de dúvidas, revisão de
provas e outros. No qual praticamos também o uso do WhatsApp web.
Na unidade quatro, inicialmente foi proposto aos cursistas que acessassem
sites e portais educacionais como Portal Dia a Dia Educação e Portal do Professor entre
outros, a fim de explorá-los como recursos pedagógicos para o desenvolvimento de
atividades a compartilhar com o grupo no próximo encontro. Após isso, fazendo uso
de um simulador gráfico disponível no Portal Dia a Dia Educação, foi desenvolvida uma
atividade prática que consistia em fazer com que os cursistas identificassem e
representassem graficamente funções de segundo grau e associá-las a uma parábola.
Essa atividade foi desenvolvida também no software GeoGebra onde os participantes,
por meio de suas construções, conseguiam visualizar, identificando a diferença da
concavidade do gráfico de acordo com a variável “a”, além de mudanças no
posicionamento do gráfico de acordo com as outras variáveis, assim, permitindo que
os cursistas verificassem generalizações. Como afirmou Valente (2010) em entrevista
concedida à TV Escola para o Programa Salto para o Futuro com o tema Cultura
Digital e Escola, “isso significa uma apropriação, um letramento da questão imagética
do gráfico, da questão da animação, em que você vê o gráfico sendo construído, você
muda os parâmetros, você vê a curva alterando, ou seja, você tem recursos hoje para
serem explorados” [...]. No desenrolar dessa atividade teve-se a satisfação de ver
como o uso desse recurso entusiasmou os cursistas, pois viram nele várias
possibilidades de enriquecimento de suas práticas pedagógicas.
Na unidade cinco, primeiramente houve uma discussão da relevância dos sites
educacionais, apresentação e compartilhamento no Dropbox de achados de cada
cursista. Além disso, foi exibido o vídeo Educação tradicional e Educação Ubíqua,
onde Santaella (2011), em entrevista a alguns pesquisadores relata que “a escola
perdeu o bonde dos meios de comunicação de massa, mas diante desses novos
meios de comunicação a escola não pode ficar parada”. Santaella (2011), relata ainda,
que “faz parte da escola manter a tradição do passado, mas a mesma não pode se
alijar da realidade da vida dos educandos.” Em seguida, foi apresentado aos
participantes, por meio de um tutorial, três aplicativos pedagógicos de cunho
matemático para instalação, exploração e aplicação em tablets e smartphones, esses
sendo “MyScript Calculator”, “Mathway” e “Calculadora Financeira”, para que os
mesmos conseguissem se familiarizar com os comandos dos softwares por meio de
resolução de algumas atividades. Considerando um conteúdo eleito pelos
participantes, foi proposto aos cursistas um roteiro que contemplasse metodologias
de aplicação dos dispositivos móveis em sala de aula.
Na unidade seis, no primeiro momento, levando em consideração que os
participantes já se familiarizaram com os aplicativos para dispositivos móveis na
unidade anterior, foi proposto aos cursistas que desenvolvessem uma proposta de
intervenção pedagógica fazendo uso dos mesmos. Essa proposta além de ter uma
estrutura predefinida, deveria dar enfoque ao conteúdo que estivesse sendo
desenvolvido pelo próprio professor em sala de aula. Em um segundo momento, os
professores apresentaram os resultados em forma de relatórios, compartilhando na
pasta dos participantes via Dropbox e ainda, socializaram para os demais, em forma
de apresentação e refletiram sobre a relevância quanto ao uso desses dispositivos
móveis em sala de aula, conforme alguns relatos abaixo:
Participante 1: “Como já havia trabalhado raiz quadrada exata numa turma de sexto ano, decidi usar o aplicativo MyScript Calculator. Foi maravilhoso ver os alunos operando no caderno e conferindo resultados através do aplicativo como se fosse um corretor de atividades. Eles foram tão motivados a resolução das mesmas que solicitaram a resolução de raiz quadrada não exata. Perceberam a diferença entre as raízes e puderam observar que não existem dificuldades para encontrar resultados de raízes exatas ou não exatas, uma vez que estejamos motivados a tal processo”.
Participante 2: “quando em minha aula fiz uso do dispositivo móvel foi um sucesso, pois houve toda uma expectativa, uma organização e conscientização tanto dos pais quanto dos alunos. Pois elegi e trabalhei o conteúdo de expressões numéricas com os alunos do sexto ano, fazendo uso do aplicativo MyScript Calculator, onde através da conceituação e contextualização levei-os a expressar situações problemas e determinar seus resultados, compreendendo também a importância dos parênteses. Até já estou planejando metodologias para fazer uso desse aplicativo no trabalho com conteúdo de frações”.
Verificou-se que a abordagem de ferramentas tecnológicas no processo de
ensino aprendizagem suscitou o florescer de uma maior interatividade por parte dos
educandos, proporcionando concentração e interesse na busca por resultados e
consequentemente maximizando a motivação do professor frente ao conteúdo
exposto, bem como a absorção mais eficaz de conhecimentos por parte dos alunos,
sobretudo graças ao caráter inovador do uso da tecnologia móvel.
Neste contexto, de acordo com Weiss e Cruz (2001, p. 38)
O uso de dispositivos móveis como Smartphones, celulares e Tablets pode abrir muitas oportunidades do aluno trabalhar a sua criatividade, ao mesmo tempo em que se torna um elemento de motivação e colaboração, uma vez que o processo de aprendizagem se torna, atraente, divertido, significativo e
auxilia na resolução de problemas que podem ser resolvidos com outros alunos.
Isso ficou evidente na fala de um dos participantes.
Participante 4 (pedagogo): “Foi muito interessante, pois possuía um celular comum e não via a importância de me conectar ao mundo virtual, mas a partir desse curso, ao aprender trabalhar com o Editor de Texto do dispositivo móvel, passei a não mais digitar a maioria de meus trabalhos, pois percebi que o uso do microfone do aplicativo me possibilita gravar todos os resumos, atas, relatórios, ou seja, percebi como ficou fácil fazer essas tarefas em pouco tempo, fazendo com que pudesse realizar outros trabalhos diários que nem sempre conseguia dar conta. A reação dos profissionais da escola de forma geral ao me vir gravando o comportamento dos alunos no pré-conselho de classe, era de espanto e indignação, por estar vendo pedagogo usando tecnologia do celular no horário de trabalho. A curiosidade cativou alguns, pôs dúvidas a outros, mas colegas de função se renderam ao aplicativo pela praticidade ofertada”.
Esse trabalho levou-nos a compreender também a grandeza do aplicativo de
troca de mensagens instantâneas online WhatsApp, que tem possibilitado o envio de
tarefas e recados, proporcionando maior interação e agilidade nas atividades
escolares solicitadas, como também na comunicação entre os profissionais da
educação. Também percebemos as possibilidades do uso do Dropbox na troca de
experiência entre os educadores.
Participante 5: “Achei o máximo trabalhar com aplicativos que fazem parte do dia a dia de nossos alunos e conduzem ao prazer na resolução das atividades propostas. Considero a iniciativa do curso e apresentação de aplicativos como imprescindíveis a vida de professores e alunos que buscam fazer a diferença neste processo ensino-aprendizagem, numa matéria que aparentemente é vista como a MAIS complexa”.
Sendo assim, fica evidenciado a necessidade que os professores conheçam as
potencialidades das tecnologias móveis e saibam utilizá-las para promover situações
de aprendizagens contribuindo para enriquecer o ambiente educativo, garantindo
assim, que o aluno participe da construção do conhecimento, que tenha espaço para
expor seus pensamentos, suas críticas e saiba interagir com o meio em que vive e
que o conteúdo escolar faça parte das ações destes alunos.
Considerações Finais
Com o objetivo de identificar possibilidades do uso das tecnologias móveis:
tablets e smartphones no processo de ensino aprendizagem de Matemática, a
presente pesquisa propiciou a oportunidade de aprofundar os conhecimentos acerca
da importância que as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação tem
conquistado em todos os espaços da vida cotidiana das pessoas, estando estas
presentes nas mais diversas práticas sociais e interferindo, também, nas práticas
educativas. Assim sendo, faz-se necessário que a escola, em conjunto com os
professores promovam uma reflexão acerca das inovações nas formas de
comunicação que a tecnologia trouxe à vida do homem. A literatura tem apontado que
o uso pedagógico das tecnologias podem favorecer o processo de construção do
conhecimento dos alunos. Para isso, também é preciso que se priorizem
investimentos na capacitação de professores e que estes estejam abertos a se
aventurar e descobrir as funcionalidades que as mesmas podem proporcionar,
acompanhando assim as mudanças de paradigma que vem ocorrendo na sociedade
em virtude da tecnologia.
Ao longo do desenvolvimento da proposta, as atividades teóricas e práticas
levaram os cursistas a refletirem sobre suas práticas pedagógicas, e a percepção da
riqueza de detalhes proporcionada pelas tecnologias, assim como a rapidez na
resolução de muitas das atividades.
O Grupo de Trabalho em Rede (GTR), possibilitou viver um tempo e espaço
rico e diferente daquele presencial, pois o grupo de cursistas eram professores,
pedagogos e gestores de diferentes disciplinas e modalidades de ensino. As
discussões foram produtivas tendo em vista as diferentes funções na escola e a forma
como cada um lida com as tecnologias no contexto escolar.
Enfim, foi um trabalho compensador e satisfatório, pois concluímos que os
dispositivos móveis podem favorecer o desenvolvimento do trabalho de um educador
que percebe seu papel de mediador, motivando seus alunos na busca da construção
de seu próprio conhecimento.
As tecnologias móveis, à disposição do professor e do aluno, podem constituir-
se em agentes de mudanças para a melhoria da qualidade do processo de ensino-
aprendizagem. Para tanto, o professor necessita ter conhecimentos sólidos da
didática e dos conteúdos, com desenvolvimento de práticas pedagógicas que utilizem
estas novas tecnologias, que atendam às necessidades individuais e coletivas, que
estimulem a construção criativa e a capacidade de reflexão e que favoreçam o
desenvolvimento da capacidade intelectual e afetiva, levando à autonomia.
A pesquisa apresentada e as considerações aqui desenvolvidas não encerram
a discussão sobre a temática. Visam, porém, contribuir com subsídios para que
educadores e pesquisadores possam encontrar elementos para uma nova reflexão
sobre o uso das tecnologias móveis no processo ensino aprendizagem. São também
um convite para que os profissionais da educação aprofundem e ampliem, com o
apoio da investigação, os conhecimentos sobre as tecnologias, inserindo-as no
contexto histórico, político e social.
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