OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · censos antes de Cristo; Na América...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA

DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

JOANITA DAS GRAÇAS CARDOSO PALCIKOSKI

CADERNO PEDAGÓGICO

AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO CONTEXTO ESCOLAR

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Governo do Estado do Paraná – SEED, turma 2013, na disciplina de História, sob orientação do Professor Dr. Oséias de Oliveira, da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.

IRATI – PR 2013

SUMÁRIO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO

PEDAGÓGICA....................................................................................................3

2. APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 5

3. MATERIAL DIDÁTICO................................................................................... 7

UNIDADE I: A DIVERSIDADE ÉTNICA NO CONTEXTO ESCOLAR DO C.E

JOÃO NEGRÃO JÚNIOR E NO MUNICÍPIO DE TEIXEIRA SOARES..............7

UNIDADE II: O QUE É SER CIDADÃO?..........................................................19

UNIDADE III: O MOVIMENTO NEGRO E A LUTA PELOS SEUS

DIREITOS..........................................................................................................27

UNIDADE IV: CAMPANHA “RESPEITO À DIVERSIDADE ÉTNICA-

RACIAL”............................................................................................................35

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 40

SITES CONSULTADOS .................................................................................. 42

3

1. Ficha para identificação da Produção Didático-

pedagógica – Turma PDE 2013

TEMA DE ESTUDO

ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA

AFRO-BRASILEIRA

TÍTULO

AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO

CONTEXTO ESCOLAR

AUTOR (A)

JOANITA DAS GRAÇAS CARDOSO

PALCIKOSKI

DISCIPLINA/ÁREA (INGRESSO NO

PDE)

HISTÓRIA

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETO

C.E. JOÃO NEGRÃO JÚNIOR – E.F.M.

MUNICÍPIO DA ESCOLA

TEIXEIRA SOARES – PR

NÚCLEO REGIONAL DA EDUCAÇÃO

IRATI

PROFESSOR ORIENTADOR

PROF.DR. OSEIAS DE OLIVEIRA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO

CENTRO-OESTE / UNICENTRO

4

RESUMO

O Brasil é um país com muitas culturas, fato devido ao processo de colonização. Essa diversidade reflete em todos os segmentos da sociedade e cabe à Escola desenvolver ações de valorização e respeito a todas as culturas, contribuindo para que nossos (as) alunos (as) tenham sua identidade respeitada. A escola é o espaço onde ocorrem as relações sociais e o confronto de ideias, cabe à nós, profissionais da educação, abordar a resistência e as realizações de personagens negros que marcaram suas lutas em defesa de seus direitos. A abordagem da temática cultura afro brasileira deve ser contínua, pois o tema é amplo e pode ser abordado em todos os contextos históricos da sociedade brasileira. No espaço escolar já foram desenvolvidas muitas ações voltadas à valorização da trajetória histórica dos negros na construção da identidade do Brasil, mas há ainda muito o que se fazer. Por meio deste material didático, pretende-se abordar a cultura afro brasileira em sala de aula, adotando estratégias pedagógicas que ofereçam embasamento para que os (as) alunos (as) possam esclarecer dúvidas sobre sua identidade étnica, conscientizando-os sobre o respeito e a diversidade étnica que formam a identidade do Brasil, e assim evitando situações de preconceito racial no contexto escolar e social.

PALAVRAS - CHAVE

DIVERSIDADE – EDUCAÇÃO –

IDENTIDADE ÉTNICA

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FORMATO DO MATERIAL DIDÁTICO

________________________________

PÚBLICO ALVO

CADERNO PEDAGÓGICO

_________________________________

3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

2. APRESENTAÇÃO

O Brasil é um país com muitas culturas, fato devido ao processo de

colonização. Essa diversidade reflete em todos os segmentos da sociedade e

cabe à Escola desenvolver ações de valorização e respeito a todas as culturas,

contribuindo para que nossos (as) alunos (as) tenham sua identidade

respeitada. Na trajetória histórica brasileira o negro1 foi alvo de exclusão social

e educacional, pois por muitos anos foi impedido de usufruir de seus direitos

educacionais.

Apesar da ideologia de inferioridade propagada, durante séculos de

escravidão e mesmo depois da Lei Áurea (que os aboliu do trabalho escravo,

porém não proporcionou condições dignas de trabalho, nem inserção na

sociedade), os negros lutaram contra as forças de opressão, foram bravos e

determinados em contextos políticos que pregavam sua incapacidade. É com

base na resistência contra a política de exploração e dominação, que perdurou

por muitos séculos, que os negros brasileiros constroem suas identidades,

1 . Negro: De acordo com Kabengele Munanga parece simples definir quem é negro no Brasil.

Mas, num país que desenvolveu o desejo de branqueamento, não é fácil apresentar uma

definição de quem é negro ou não. Há pessoas negras que introjetaram o ideal de

branqueamento e não se consideram como negras. Assim, a questão da identidade do negro é

um processo doloroso. Os conceitos de negro e de branco tem um fundamento etno-

semântico, político e ideológico, mas não um conteúdo biológico. Politicamente, os que atuam

nos movimentos negros organizados qualificam como negra qualquer pessoa que tenha essa

aparência. Portanto, por mais que tenha uma aparência de branco, a pessoa pode se declarar

como negro.

6

firmando seus direitos e lutando por eles. De acordo com Gomes (2007, p.98)

“é importante lembrar que a identidade construída pelos negros brasileiros se

dá não apenas por oposição ao branco, mas também pela negociação, pelo

conflito e pelo diálogo com este e outros grupos étnico-raciais.”

A escola é o espaço onde ocorrem as relações sociais e o confronto de

ideias, portanto cabe a nós profissionais da educação abordar a resistência e

as realizações de personagens negros que marcaram suas lutas em defesa de

seus direitos. De acordo com Marina de Mello e Souza (2007) cumprimos

nossos objetivos de educadores quando abordamos em sala de aula conteúdos

de História da África e do Brasil africano, quando instigamos à reflexão sobre a

discriminação racial, a valorização da diversidade étnica, estimulando valores e

comportamentos de respeito, solidariedade e tolerância. Segundo Souza

(2007), nestes momentos de reflexões é uma oportunidade de combater o

racismo, principalmente às discriminações que atingem em particular a

população negra.

Este material didático é uma proposta pedagógica resultado de uma das

atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), uma política

educacional do Governo do Estado do Paraná. As atividades apresentadas

evidenciam a diversidade no contexto escolar e a formação da identidade dos

alunos e alunas. Por meio deste caderno pedagógico pretende-se abordar a

cultura afro brasileira em sala de aula, adotando estratégias que ofereçam

embasamento para que os (as) alunos (as) possam refletir sobre sua

identidade étnica, conscientizando-os sobre o respeito e a diversidade étnica

que formam a identidade do Brasil, e assim evitando situações de preconceito

racial no contexto escolar e social. Nesta perspectiva sejamos professores

malungos2 contra o preconceito e a discriminação racial.

2 Malungu: s.m companheiro. Provém do locativo conguês m’alungu, contr. De mualungu, no barco, no

navio. Provirá igualmente de mu’alunga, forma contrata de mu-kalunga, no mar ... (Vicente Salles, 2003,

p. 174).

7

3. MATERIAL DIDÁTICO

UNIDADE I: A DIVERSIDADE ÉTNICA NO

CONTEXTO ESCOLAR DO C.E JOÃO

NEGRÃO JÚNIOR E NO MUNICÍPIO DE

TEIXEIRA SOARES

Imagem 1: fachada do C.E. João Negrão Júnior. Foto arquivo pessoal.

Imagem 2 Mapa do Paraná: Localização de Teixeira Soares.

Commons.wikimedia.org/wiki/File: Parana_Municip_Teixeira Soares.svg

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OBJETIVOS:

Abordar o conceito de diversidade étnica;

Reconhecer a diversidade étnica no contexto escolar e

local;

Contribuir para o desenvolvimento humano dos alunos e

alunas;

DURAÇÃO: 5 (cinco) horas aula.

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS:

PROFESSOR(A): É importante a leitura das Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o

Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Brasília, MEC, 2004), do

Caderno Temático História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Curitiba, SEED,

2008). Há também um acervo disponível no endereço eletrônico

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont,

eudo=559, para consulta e leitura que contribuirão na organização de práticas

pedagógicas voltadas a diversidade étnica.

Abordar a diversidade em sala de aula é uma proposta que requer

referencial teórico e metodológico, pois “olhar” o outro como sujeito social e

considerar tais diferenças como elementos construtivos de história e cultura é

absorver uma consciência social e política de respeito. Se não nos

apropriarmos das discussões acadêmicas acerca da diversidade teremos

pouca habilidade em mediar os conflitos étnicos no contexto escolar. Portanto

sugiro a leitura do livro “Um olhar além das fronteiras: educação e relações

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raciais” de Nilma Lino Gomes; e o Artigo “Teoria e Prática Pedagógica na

Diversidade” de Oseias de Oliveira.

Também é importante uma pesquisa voltada à diversidade étnica do

Município e da escola para obtenção de dados. Recorri então aos dados

estatísticos do IBGE em relação a cor/raça para discutir diversidade com os

alunos da 3ª série do Ensino Médio.

Esta unidade é composta de três partes: 1. Leitura e Reflexão: os

textos para leitura e reflexão poderão ser disponibilizados para a turma na TV

pendrive; 2. Questões Reflexivas: as questões reflexivas poderão ser

disponibilizadas impressa para cada aluno (a) ou para dinamizar a atividade a

turma poderá ser dividida em grupo, sendo assim disponibilizada uma cópia

por grupo. A música “Nuvem Negra” sugerida como exemplo para abordar a

relação de elementos negativos com a cor preta/negra pode ser ouvida com a

turma. Pode ser disponibilizados dicionários para que os próprios (as) alunos

(as) procurem e encontrem o significado da palavra “denegrir”. 3. Questionário

informativo: poderá ser respondido em sala de aula ou como atividade

domiciliar extraclasse.

ATIVIDADES PARA OS (AS) ALUNOS(AS)

1. LEITURA E REFLEXÃO

CENSO DEMOGRÁFICO: É uma pesquisa que tem por objetivo mapear

a realidade da sociedade dos municípios e estados que compõem o

território brasileiro. Objetivam favorecer dados para o planejamento de

ações políticas.

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Curiosidades

O censo foi realizado pela primeira vez no ano de 2238, na China

a pedido do Imperador Chinês Yao.

Os egípcios, os gregos e romanos também desenvolveram

censos antes de Cristo;

Na América pré-colombiana, o povo Inca usava um sistema

numérico para registrar dados da população.

Em 1846 surgiu o primeiro regulamento censitário no Brasil;

Em 1930 é criado o IBGE;

O Censo Demográfico é realizado de 10 em 10 anos;

De 1872 até hoje (2010) foram realizados 12 censos;

A lei obriga todos responderem às pesquisas do IBGE,

estipulando uma multa de 10 (dez) salários mínimos por não

responder ao censo;

http://www.infoescola.com/geografia/censo-demografico/

Histórico das Cores e raças nos censos demográficos

1872: as opções de cores eram branco, preto, pardo

ou caboclo e era responsabilidade do senhor de

escravos classificá-los em pretos e pardos;

1949: foi incluída a categoria amarela devido a

imigração japonesa no Brasil;

1980: contemplou quatro categorias: branco, preto,

11

amarelo e pardo;

1991: foi incorporada a categoria indígena, a qual

nos censos anteriores enquadrava-se na categoria

parda.

“A proporção de pessoas que se declaram como de cor preta, em 1991, foi inferior àquela observada em 2000. Portanto, no confronto dos resultados censitários de 1991 e 2000, diminuiu a proporção de pardos e aumentou a correspondente aos pretos, o que pode ser um indicativo de mudança nos padrões de identificação e de autoclassificação.” (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO/INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE, 2004, p. 26)

Tendências Demográficas

Uma análise dos resultados da amostra do Censo Demográfico 2000, p. 25.

Características étnicas raciais da População brasileira no censo de 1980

“Segundo os dados do censo de 1980, os brancos constituíam maioria (54,2%), vindo a seguir os mestiços, sobretudo mulatos (38,8%), os negros (6.0%), os amarelos (0,6%) e os sem declaração de cor (0,4%). É possível que o números de brancos esteja exagerado pela interiorização do preconceito por parte de pessoas que preferiram declarar-se “brancas” a declarar-se mestiças.”

(FAUSTO, 2002, p. 531)

12

2. QUESTÕES REFLEXIVAS:

A) Percebemos que o censo era utilizado pelas civilizações antigas e que

ainda continua sendo usado como instrumento informativo com a

finalidade de subsidiar ações dos órgãos governamentais. É

fundamental conhecer a população, saber quantos são, quem são, onde

estão e como vivem.

De acordo as informações já apresentadas, qual a importância

do censo demográfico?

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Em sua opinião, qual razão da obrigatoriedade em responder

ao questionário do censo demográfico?

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Percebemos que na trajetória histórica do censo demográfico

há inserção de novas categorias de cor/raça, por que isso

ocorreu?

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De acordo com as alternativas sugeridas pelo questionário do

IBGE percebe-se que há diversidade étnica?

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Quais são as cores/raças que compõem a nação brasileira?

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De que forma o Brasil tornou-se um país considerado um

caldeirão cultural?

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Você conhece os dados do último censo demográfico (2010)

referente à cor/raça de Teixeira Soares?

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Censo Demográfico 2010 - Município de Teixeira Soares

Imagem 3: Mapa de Teixeira Soares. Desenho feito pala Professora PDE Joanita Cardoso

COR/RAÇA POPULAÇÃO

BRANCA 7.389

PRETA 148

PARDA 2700

INDÍGENA 12

SEM DECLARAÇÃO DA

COR/RAÇA

-----

TOTAL 10.283

FONTE: IBGE - Censo Demográfico 2010

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De que forma a diversidade étnica cultural se manifesta em

sua cidade?

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Você sabia que no dia da sua matrícula na Secretaria da

Escola seu pai, sua mãe ou responsável declarou sua cor/raça

no preenchimento da Ficha Cadastral de Matrícula?

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Ficha Cadastral de Matrícula (com base na matrícula dos alunos (as) da

2ª Série A e B do Ano Letivo de 2013 do C.E.João Negrão Júnior)

COR/RAÇA ALUNOS(AS)

BRANCA 32

PRETA ------------

PARDA 11

ÍNDÍGENA ------------

SEM DECLARAÇÃO

COR/RAÇA

-----------

TOTAL 43

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De que forma a diversidade étnica cultural se manifesta em

seu cotidiano escolar?

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“É possível que o número de brancos esteja exagerado

pela interiorização do preconceito por parte de pessoas

que preferiram declarar-se “brancas” a declarar-se

mestiças.” (FAUSTO, 2002). De que preconceito Boris

Fausto está se referindo nesta citação?

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Há vocábulos carinhosos e pejorativos que se referem à

cor/raça, sendo que seus respectivos significados também

podem variar conforme o contexto empregado. Reflita

sobre alguns elementos pejorativos e carinhosos e após

vamos socializar com a turma.

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Exemplificando:

MÚSICA: NUVEM NEGRA (Munhoz e Mariano)

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Quando a noite chega, as estrelas se escondem de mim

E uma nuvem negra no meu céu de sonhos.

(...)

Saudade machuca demais (...)

Que amor da gente afaste essa nuvem negra.

Letra completa disponível em

http://www.kboing.com.br/munhoz-e-mariano/1-1113717/)

Negra: no sentido de ruim, tristeza.

Outro exemplo: DENEGRIR (v.t. Fazer negro; escurecer.)

Fig. Atacar a reputação, o talento de alguém; desacreditar;

depreciar; manchar. http://www.dicio.com.br/denegrir/

3. QUESTIONÁRIO: Em nossa organização social nos deparamos, em

diversas situações com questionários, os quais objetivam retratar

informações que embasam o direcionamento de ações políticas,

culturais, econômicas, pedagógicas... Para início do trabalho será

distribuído um questionário sobre informações pessoais e sobre a

diversidade na sua escola e na sua cidade:

Leia e com atenção e procure responder com veracidade:

A) A sua cor ou raça é3:

( ) Branca

( ) Preta

3 As cores/raças colocadas como alternativas na questão A tem por base o

questionário do IBGE e a Ficha Cadastral de Matrícula do C. E. João Negrão Júnior –

Teixeira Soares/PR

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( ) Amarela

( ) Parda

( ) Indígena

B) No cotidiano escolar você tem colegas de cor/raça amarela, branca,

indígena, parda e preta?

( ) Sim

( ) Não

C) Você já presenciou acontecimentos preconceituosos que atingiram

agressivamente4 seus colegas por causa da cor, etnia? Se quiser

pode relatar o fato ocorrido:

( ) Sim

( ) Não

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D) Com base no cotidiano escolar, dentro e fora da sala de aula e na

convivência social na cidade, os (as) alunos (as) e suas respectivas

famílias de cor/raça amarela, indígena, parda e preta sofrem mais

com o preconceito?

( ) Sim

( ) Não

4 Refere-se à ações de preconceito e discriminação que prejudicam o educando nas

suas atividades escolares, inibem sua participação, prejudicando seu desenvolvimento

humano. Sendo que em algumas situações a referência à cor/raça do colega marca a

diversidade étnica da qual fazemos parte, sem a intenção de agressão. Cabe ressaltar

a importância de conscientizar os alunos a se auto identificarem como negro, pardo...

para que não se sintam agredidos quando mencionada a diversidade de cor/raça.

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UNIDADE II: O QUE É SER CIDADÃO?

Imagem 4: normal_6grito2006htp//www.sociologia.seed.pr.gov.br

OBJETIVOS:

Contribuir para o exercício da cidadania e respeito à

diversidade cultural;

Despertar a consciência política, a qual implica em

cidadania;

DURAÇÃO: 4 (Quatro ) horas aula.

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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

PROFESSOR (A): Iniciar discussão reflexiva sobre o que é ser cidadão nos

Brasil atual, bem como a construção histórica da conquista do exercício da

cidadania do negro na sociedade brasileira. Pode estabelecer diálogo entre

passado e presente, informando aos alunos (as) como era a prática da

cidadania entre os Hebreus, na Grécia Antiga e na Roma Antiga, ressaltando

quem eram os cidadãos deste contexto, bem como o sistema escravista

praticado na Antiguidade. Como suporte teórico para discutir a temática em

sala de aula, sugiro a leitura do livro “História da Cidadania” de Jaime Pinsky.

É importante discutir sobre a construção do preconceito racial como

ideologia de dominação, traçando os fatos históricos que excluíram e

marginalizaram os negros. De acordo com Nilma Lino Gomes (2007), o racismo

é visto como um problema cultural, moral e de mentalidades, sendo o

preconceito racial construído ao longo dos anos por interesses políticos e

econômicos. Constata-se que o preconceito não é natural do ser humano,

portanto pode ser desconstruído.

Esta unidade é composta de três partes: 1. Leitura e Reflexão: Tanto os

textos quanto as questões reflexivas podem ser impressas ou visualizadas

pelos alunos na TV Pendrive. Os vídeos sugeridos podem ser baixados do

Youtube nos respectivos endereços. 2. Questões Reflexivas: as questões

reflexivas poderão ser disponibilizadas impressa para cada aluno (a) ou para

dinamizar a atividade a turma poderá ser dividida em grupo, sendo assim

disponibilizada uma cópia por grupo. 3. Textos Fílmicos: uma proposta de

discussão sobre preconceito, racismo e discriminação.

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ATIVIDADES PARA OS (AS) ALUNOS (AS)

1. LEITURA E REFLEXÃO

Conto: “O nascimento de um cidadão?” de Moacyr Scliar.

(PINSKY, Jaime. PINSKY, Carla B. História da Cidadania.

3. Ed. São Paulo: Contexto, 2005. P. 585 - 588.)

2. QUESTÕES REFLEXIVAS:

A) Enquanto cidadãos brasileiros temos vários direitos garantidos, mas

também temos deveres a serem cumpridos. Respeitar o outro em suas

características particulares é um dever importante, para que ocorra um

relacionamento interpessoal harmonioso, sem preconceito e sem

discriminação, valorizando a diversidade cultural, na qual estamos inseridos.

1. Após a leitura do texto “O que é ser cidadão”, faça uma reflexão

sobre o desemprego e as condições de trabalho precárias que ainda

afetam a sociedade brasileira, trazendo consequências de exclusão

social.

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2. A diversidade econômica pode estar relacionada com a diversidade

étnica racial?

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3. O que é ser cidadão?

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4. De que forma exercemos nossa cidadania?

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TEXTO INFORMATIVO:

A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA DOS

AFRODESCENDENTES

Na trajetória histórica brasileira o negro foi alvo de exclusão

social e educacional, pois por muitos anos foi impedido de usufruir

de seus direitos políticos e educacionais. Sabemos que o Brasil

apresenta páginas tristes de uma história de escravidão. Nem

sempre tivemos decretos, leis e diretrizes educacionais que

garantissem a liberdade de participação a toda sua população. Por

muito tempo a população negra brasileira ficou excluída, mas

apesar da ideologia de inferioridade propagada, durante séculos de

escravidão e mesmo depois da Lei Áurea (que os aboliu do trabalho

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escravo, porém não proporcionou condições dignas de trabalho,

nem inserção na sociedade), os negros lutaram contra as forças de

opressão, foram bravos e determinados em contextos políticos que

pregavam sua incapacidade. É com base na resistência contra a

política de exploração e dominação que os negros brasileiros

constroem a história da conquista da sua cidadania, firmando seus

direitos e lutando por eles.

Na trajetória de luta e resistência contra a exclusão social e

econômica, houve uma intensa cobrança do Movimento Negro para

a consolidação de seus direitos de cidadão, assim, após a

Conferência de Durban, na África do Sul, no ano de 2001, iniciativas

no setor educacional são promovidas. Neste contexto, no Brasil é

aprovada a lei 10.639/ 03 e sancionada pelo presidente Luiz Inácio

Lula da Silva, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura

Afro brasileira na educação básica.

Professora PDE: Joanita Cardoso

No ano de 1988 foi promulgada uma nova Constituição, conhecida,

atualmente, como Constituição cidadã, por definir direitos dos cidadãos. De

acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei,

sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,

à igualdade, à segurança e à propriedade” .

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm) acesso

02/07/2013:

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O direito de igualdade de oportunidade é dada a todos os

brasileiros?

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Será que todos tem acesso à informação digital?

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Por que o capital cultural custa caro?

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De que forma o preconceito pode interferir na garantia da

cidadania a todos os brasileiros?

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1. TEXTOS FÍLMICOS

Episódio: “Tons de culpa” do Seriado “Além da imaginação” Parte 01

( dez minutos e quinze segundos) de Rod Serling ( disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=geGcFQI7Hxc, acesso 05/09/2013) e Parte

02 (dez minutos e 12 segundos) disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=JG4sWdzLUIA, acesso em 05/09/2013)

Documentário: Vista minha pele ( 24 minutos, disponível em http://educa-

tube.blogspot.com.br/2012/11/vista-minha-pele-usa-parodia-para.html, acesso

05/09/2013)

ATIVIDADES

Qual a diferença entre preconceito e discriminação?

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______________________________________________________

De acordo com MUNANGA (2008) é com base em estereótipos que

as pessoas julgam as outras. O estereótipo é a prática do

preconceito, pois objetiva justificar uma suposta inferioridade.

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Pesquise um estereótipo e seu contexto de criação para a

socialização na próxima aula:

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De que forma a mídia tem se manifestado em relação à criação de

estereótipos?

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Pesquise o que significa a palavra XENOFOBIA? E de que forma

podemos combatê-la?

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ANOTAÇÕES:

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UNIDADE III: O MOVIMENTO NEGRO E A

LUTA PELOS SEUS DIREITOS

Imagem 5 normal_465comunidadequilombolahttp//www.geografia.seed.pr.gov

OBJETIVOS:

Abordar a resistência africana contra a exploração,

ressaltando os feitos de personagens negros;

Romper com a imagem estereotipada do negro;

DURAÇÃO: 8 (Oito ) horas aula.

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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

PROFESSOR(A): Nesta unidade é importante discutir com os

(as) alunos (as) a Política de exclusão social e econômica vinculada ao dia

13 de maio de 1888, o contexto político econômico da época, bem como

problematizar a data comemorativa e a criação da heroína “Princesa

Isabel” como Redentora.

Sugiro a leitura do Artigo “Movimento Negro Brasileiro: alguns

apontamentos históricos de Petrônio Domingues”.

Nesta atividade serão propostas atividades de pesquisa e socialização dos

resultados para a turma, proporcionando troca de informações e

experiências. Para a o desenvolvimento da pesquisa será disponibilizado

material bibliográfico para leitura e também será usado o Laboratório de

Informática para consulta em endereços eletrônicos previamente

selecionados.

Esta unidade é composta por três partes: 1. Leitura e Reflexão: Serão

analisadas a Lei Imperial 3.353 (Lei Áurea), a Lei 10.639 de 2003, o

decreto 6.040 de 2007, o decreto 1331 de 1854, todas voltadas a trajetória

da construção da cidadania dos negros brasileiros. 2. Questões

Reflexivas: por meio destas pode-se problematizar as datas 13 de maio e

20 de novembro, os alunos serão instigados a refletir sobre: A) a ideologia

oculta na criação de heróis e heroínas, B) a criação de leis como

elemento necessário para garantir o exercício da cidadania e como são

interpretadas; C) a organização política, econômica e cultural dos povos

tradicionais para preservar sua memória histórica . 3. Leitura e Pesquisa:

Para evidenciar a trajetória histórica de lutas e conquistas dos negros

brasileiros será proporcionado à turma um momento para pesquisar sobre

a temática e posteriormente a socialização das informações obtidas. Esta

29

atividade despertará a possibilidade de compreensão de que os alunos

poderão ser sujeitos em defesa do respeito à diversidade étnico-racial.

ATIVIDADES PARA OS (AS) ALUNOS (AS)

1. LEITURA E REFLEXÃO

LEI Nº 3.353, DE 13 DE MAIO DE 1888.

Declara extinta a escravidão no Brasil.

A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:

Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM3353.htm

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

Altera a Lei no 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, que estabelece

30

as diretrizes e bases da educação

nacional, para incluir no currículo

oficial da Rede de Ensino a

obrigatoriedade da temática "História

e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras

providências.

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como

„Dia Nacional da Consciência Negra‟."

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm

DECRETO Nº 6.040, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2007.

Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável

dos Povos e Comunidades Tradicionais. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, DECRETA: Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais - PNPCT, na forma do Anexo a este Decreto. Art. 2º Compete à Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais - CNPCT, criada pelo Decreto de 13 de julho de 2006, coordenar a implementação da Política Nacional para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Art. 3º Para os fins deste Decreto e do seu Anexo compreende-se por: I - Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição; II - Territórios Tradicionais: os espaços necessários a reprodução cultural, social e econômica dos

31

“O decreto nº 1331, de 17 de fevereiro de 1854 estabelecia que nas

escolas públicas do país não seriam admitidos escravos, e a previsão de

instrução para adultos negros dependiam da disponibilidade de professores.

O decreto nº 7.031-A, de 6 de Setembro de 1878, estabelecia que os negros

só podiam estudar no período noturno e diversas estratégias foram

montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa população aos

bancos escolares.”

(Diretrizes Curriculares Nacionais, 2005: 7)

povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e demais regulamentações; III - Desenvolvimento Sustentável: o uso equilibrado dos recursos naturais, voltado para a melhoria da qualidade de vida da presente geração, garantindo as mesmas possibilidades para as gerações futuras. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 7 de fevereiro de 2007; 186º da Independência e 119º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Patrus Ananias Marina Silva Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.2.2007.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm

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2. QUESTÕES REFLEXIVAS

Analise historicamente as datas 13 de maio e 20 de novembro.

Quais suas contribuições e limitações para a construção da

cidadania dos negros brasileiros?

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Percebe-se que há uma substituição de “herói”, a Princesa Isabel

por Zumbi. A criação de um herói é uma via de mão dupla, pois

ao mesmo tempo em que evidencia o fazer histórico deste

personagem se esquece de mencionar outros sujeitos históricos

que contribuíram para o fortalecimento da luta contra a

escravidão e o preconceito que marginalizam o povo negro na

sua trajetória histórica de reivindicações. Devemos ter cuidado

com as datas comemorativas, pois elas também referenciam

apenas aquele dia, como se fosse necessário ações de combate

à discriminação racial somente na data prevista. Em sua opinião

quais as razões para a criação de leis que obrigam o ensino da

temática História e cultura afro-brasileira, e a inclusão no

calendário escolar da data 20 de novembro como o dia Nacional

da Consciência Negra?

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De acordo com MUNANGA (2008) não existem leis no mundo que

sejam capazes de erradicar as atitudes preconceituosas

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existentes nas cabeças das pessoas, atitudes essas provenientes

dos sistemas culturais de todas as sociedades humanas. Você

acha que as leis são importantes para o combate ao racismo?

Além da criação de leis que outras ações poderiam ser

desenvolvidas para diminuir a discriminação contra os negros?

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No Brasil, inclusive no Paraná, há comunidades negras

organizadas socialmente e economicamente, conhecidas como

“Comunidades Quilombolas”. De acordo com Decreto Nº 6.040,

de 7 de Fevereiro de 2007, pode-se classificar tais comunidades

como povos tradicionais? Justifique sua resposta.

____________________________________________________

____________________________________________________

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____________________________________________________

3. LEITURA E PESQUISA

Para a realização desta atividade a turma será dividida em

equipes, com a finalidade de aprofundar a leitura sobre um

determinado tema que será direcionado aos grupos, para

posterior socialização. Sendo os temas:

Formação de Quilombos;

Revolta da chibata;

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Comunidades quilombolas no PR;

Conferência de Durban e aprovação da Lei

10.639/03;

21/03 Dia Internacional de luta pela eliminação da

Discriminação Racial;

Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo;

Entidades do Movimento negro: Agentes de Pastoral

Negros;

Comunidades Negras Rurais;

Fórum Nacional de Entidades Negras;

Fórum de Mulheres Negras;

Movimento Negro Unificado;

Movimento pelas Reparações, União de Negros pela

Igualdade;

Algumas Lideranças: José Correia Leite, Francisco

Lucrécio, Abdias do Nascimento, Hamilton Cardoso,

Lélia Gonzalez:)

Para finalizar esta atividade será exibido por meio de slides na TV

Pendrive informações sobre sujeitos históricos negros, que durante a

trajetória de luta e reivindicações destacaram-se tornando referência

para seus descendentes. (Aleijadinho, Mãe Menininha, Juliano Moreira;

Lima Barreto; Ernesto Carneiro Ribeiro; Abdias do Nascimento; Luis

Gonzaga Pinto da Gama; Pixinguinha; clementina de Jesus; Machado de

Assis; Luísa Mahin; Mestre Bimba; Agenor de Oliveira; Professor Milton

Santos; Manuel Querino; José Bispo Clementino dos Santos, Francisco

José do Nascimento; Dandara Carolina Maria de Jesus; André

Rebouças; Cruz e Souza; Aqualtune; Tereza de Benguela. Cabe lembrar

que tais personagens, com exceção de alguns, são raramente citados

nos livros didáticos.

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UNIDADE IV: CAMPANHA “RESPEITO À

DIVERSIDADE ÉTNICA-RACIAL”

Imagem 6 : normal_263bonecosdireitoshumhttp//geografia.seed.pr.gov

OBJETIVOS

Socializar o conhecimento apropriado sobre diversidade étnica cultural;

Contribuir para a desconstrução de ideologias preconceituosas;

DURAÇÃO: 15 (quinze) horas aula;

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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

PROFESSOR (A): Nesta unidade faremos a socialização das informações

apropriadas no decorrer da implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica. A unidade é composta de três partes. 1. Leitura e Reflexão:

Será exibido o documentário “Café com Leite (água ou Azeite)”, o qual

proporcionará reflexões sobre racismo, discriminação, (mito) democracia racial,

a desconstrução da festa carnavalesca como cultura afro-brasileira; o início do

processo de mestiçagem; diversidade econômica e diversidade racial;

identidade e auto afirmação. 2. Organizando uma Campanha: A turma será

instigada à organizar uma campanha com ênfase no respeito à diversidade

étnico-raciais. Motivar os alunos e alunas a construir materiais para a

campanha, como confecção de cartazes e panfletos, criação de frases,

músicas, teatros sobre a temática. 3. “Bora fazê” Campanha: Para esta

atividade, os alunos e alunas serão divididos em grupos e por meio dos

materiais construídos irão mobilizar seus colegas da escola para a importância

de respeitar o outro, numa tentativa de romper com ações preconceituosas e

encorajar os (as) alunos (as) negros (as) em se auto declarar. Serão

desenvolvidas atividades nos três turnos em que a escola funciona, para a

participação dos alunos fora do seu turno de aula é indispensável à autorização

dos pais ou responsáveis, para isso será enviado bilhetes para a ciência dos

pais. Todas as atividades serão acompanhadas pela Professora PDE.

ATIVIDADES PARA OS (AS) ALUNOS (AS)

1. LEITURA E REFLEXÃO

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Exibição do Documentário “Café com Leite (água e

azeite)”

Parte1: 10 minutos e 47 segundos

Parte 2: 10 minutos e 54 segundos

Parte 3: 11 minutos e 29 segundos

Parte 4: 11 minutos e 20 segundos

Parte 5: 11 minutos e 17 segundos

Parte 6: 11 minutos e 16 segundos

2. ORGANIZANDO UMA CAMPANHA

Sabemos que nós somos sujeitos históricos,

cidadãos inseridos numa sociedade, sendo assim,

nossas ações diárias constroem nossa História e a

História do grupo em que fazemos parte, portanto

somos agentes propagadores de ideias, nesta

perspectiva proponho a realização de uma

campanha de „Respeito à diversidade étnica-racial.

Vocês já observaram como funciona uma campanha

eleitoral? Quais materiais são utilizados numa

campanha?

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Que tal criarmos um jingle para a campanha, slogan,

músicas... para a divulgação das nossas ideias

sobre diversidade étnico-racial?

O discurso dos candidatos numa campanha política

é direcionado ao público que vai ouvi-lo. Portanto

prestem atenção nas escolhas de materiais para o

público para o qual vocês irão falar.

Os materiais de apoio utilizados para discussão em

sala de aula poderão ser usados na campanha.

3. “BORA FAZÊ” CAMPANHA

De acordo com a lei 9394/96, artigo 22 “A educação básica tem

por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação

comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios

para progredir no trabalho e em estudos posteriores“. Assim, as

atividades pedagógicas desenvolvidas procurou estabelecer relação

entre a educação, a prática social e a formação da cidadania.

Queridos alunos e alunas da 3ª Série do Ensino Médio, do ano

letivo de 2014, do C. E. João Negrão Júnior... VOCÊ pode fazer a

diferença, chegou a hora de socializar o que aprenderam.

Por meio das informações apreendidas possam contribuir na

transformação da sociedade, pois é importante conscientizar seus

colegas sobre o respeito à diversidade cultural. Você e seu grupo

organizarão um momento de interação com as outras turmas, para isso

podem utilizar os materiais disponibilizados durante as aulas, pesquisar

outros recursos para refletirem com seus pares sobre a trajetória

histórica étnica do nosso país, considerando que para respeitar e

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valorizar é necessário ter consciência histórica, o que implica no

exercício da cidadania.

ANOTAÇÕES:

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