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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica –

Turma 2014

Título Alfabetização Cartográfica: o uso de mapas como recurso metodológico no ensino de Geografia.

Autor Professor PDE Ivanil Alves Cabral.

Disciplina/Área Geografia.

Escola de Implementação do Projeto

Colégio Estadual 11 de Abril – Ensino Fundamental e Médio EJA. Avenida Presidente Tancredo de Almeida Neves n° 440.

Município da Escola

Tapejara.

Núcleo Regional de Educação

Cianorte.

Professor Orientador

Dr. Victor da Assunção Borsato.

Instituição de Ensino Superior

Unespar – Campus de Campo Mourão.

Relação Interdisciplinar

Possibilidade de relação interdisciplinar com Arte, História, Matemática e Língua Portuguesa.

Resumo Esta produção didático-pedagógica busca superar as dificuldades encontradas no ensino-aprendizagem de Cartografia, percebidas nos alunos do 6° ano do Ensino Fundamental. Há necessidade de incentivar a leitura, a produção e a interpretação da linguagem cartográfica e desenvolver o gosto pela leitura de mapas, ampliando, assim, os conhecimentos dos alunos. O projeto tem como objetivo, alfabetizar em linguagem cartográfica, facilitando a compreensão de leitura do espaço geográfico a partir de atividades práticas como: construção de maquete (orientação e localização no espaço), jogos e quebra-cabeça geográfico entre outras, incentivando os alunos a se tornarem mapeadores da realidade geográfica. As atividades práticas, em sala de aula,

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envolverá os alunos como sujeitos de suas aprendizagens. A escola é o espaço de convivência do aluno com os saberes sistematizados e isto facilita sua aprendizagem espacial de como a sociedade se organiza na leitura do mundo. A metodologia utilizada é a pesquisa-ação, haja vista que todas as ações partem de resultados de diagnósticos aplicados nos alunos. Desta forma, o ensino de Geografia possibilitará que os alunos se tornem leitores da linguagem cartográfica e superem o senso comum, confrontando do dia a dia a realidade com o conhecimento científico.

Palavras-Chave

Espaço Geográfico; Cartografia; Escalas; Mapas.

Formato do Material Didático

Unidade Didática.

Público-alvo Alunos do 6° ano do Ensino Fundamental.

1. APRESENTAÇÃO

Na Era da Informação, século XXI, percebe-se que a importância social da

alfabetização de letras e números deve ser remetida à alfabetização cartográfica. O

domínio da própria lateralidade é fundamental para a Geografia e para a Cartografia,

pois, é a partir do corpo humano que inicia a alfabetização cartográfica. Portanto, os

professores devem ser mediadores críticos, capazes de planejar e organizar as

aulas em situações-problemas que levem em conta as etapas do desenvolvimento

dos alunos; a necessidade de diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos

para reconstrução de conceitos trabalhados em Geografia; e, ainda, para que os

alunos consigam transformar o espaço geográfico, entendendo seus direitos de

cidadãos (SIMIELLI, 1994).

O trabalho com mapas é iniciado logo nos primeiros anos de escolaridade

como instrumento pedagógico que possibilita a ampliação gradativa da percepção

espacial e a superação dessas dificuldades. Segundo Almeida & Passini (2001), o

estudo deve partir da realidade mais próxima para a mais distante.

Esta unidade didática está norteada nas propostas do Programa de

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Desenvolvimento Educacional (PDE), turma 2014, realizadas em parceria com a

Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR/Campus de Campo Mourão/PR –

Disciplina de Geografia, sob orientação do Professor Doutor Victor da Assunção

Borsato. Esta produção didático-pedagógica incentiva a leitura, a produção e a

interpretação da linguagem cartográfica, desenvolvendo o gosto pela leitura de

mapas, ampliando, assim, o universo de conhecimento dos alunos.

A proposta é alfabetizar em linguagem cartográfica, facilitando a compreensão

de leitura do espaço geográfico a partir de atividades práticas, pois esta linguagem,

expressa por meio de símbolos, dá informações do espaço geográfico que podem

ser analisadas. Partindo de conhecimentos cartográficos, é possível compreender a

espacialização dos mais diversos elementos geográficos. A unidade didática oferece

subsídios para melhorar o desempenho dos alunos e, consequentemente, sua

vivência em sociedade.

A avaliação dos conteúdos da unidade didática, ocorrer-se-ão de forma

contínua, ao longo de sua implementação, pois na medida em que as atividades são

ministradas, perceber-se-ão que os alunos desenvolverão habilidades de leitura,

escrita, produção interpretativa e análise da expressão oral; bem como será avaliado

o comprometimento dos alunos ao desenvolverem as atividades propostas, na

elaboração e na confecção dos materiais (maquetes, desenhos, leitura de

fotografias, mapas, jogos e quebra-cabeça geográfico). A finalidade de produzir

materiais didático-pedagógicos é auxiliar no processo ensino-aprendizagem nas

aulas de Geografia.

O problema que gerou a proposta de intervenção pedagógica foi o

questionamento sobre como a alfabetização/letramento cartográfica faz diferença na

vida do aluno. Assim, a aplicação da produção didático-pedagógica tem como

objetivo minimizar o problema de analfabetismo cartográfico, por meio de atividades

que os alfabetizem, pois, para Passini (1994), a escola é o ambiente adequado para

a aprendizagem de como a sociedade se organiza e as representações formais

espaciais que utiliza.

O professor deve adotar metodologia apropriada ao ensino de leitura

cartográfica, evitando postura passiva e mecânica, pois, a Geografia contemporânea

está voltada para o conhecimento participativo e crítico, com atividades práticas que

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permitem apreender noções de limites, orientação, localização, lateralidade,

representação, noção espaço-temporal, que ampliam o raciocínio lógico, ajudando

os alunos a entenderem as informações neles contidas.

As Diretrizes Curriculares de Geografia do Paraná (2008) propõem que os

mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos estudantes como se fossem textos,

passíveis de interpretação, problematização e análise crítica, jamais como meros

instrumentos de localização de eventos e/ou de acidentes geográficos.

Neste nível do Ensino Fundamental, espera-se que os alunos façam relação

de cartas simples, leiam uma carta regional, levantem hipóteses sobre a origem de

uma paisagem e analisem uma carta temática com vários fenômenos.

Posteriormente, serão desenvolvidas noções de escala e legenda, de acordo com os

cálculos matemáticos e as convenções cartográficas oficiais. Os referenciais teóricos

servem para reflexão sobre estratégias de ensino no uso da linguagem cartográfica,

tendo os mapas como instrumento metodológico no processo ensino-aprendizagem

de Geografia.

Ao apropriar-se da linguagem cartográfica, os alunos estarão aptos a

reconhecer representações. Assim, os professores de Geografia formam alunos

capazes de ler seu espaço; analisar o sistema e as estruturas que produzem aquela

organização; enquanto leitor eficiente de mapas é capaz de realizar estudos e

pesquisas; e, ainda, os alunos se tornam reorganizadores e reconstrutores do

espaço geográfico (PASSINI, 1994).

A unidade didático-pedagógica será implementada no primeiro semestre do

ano de 2015, para os alunos do 6° ano do Colégio Estadual 11 de Abril – Ensino

Fundamental e Médio em Educação de Jovens e Adultos (EJA), na cidade Tapejara,

Estado do Paraná. Para o desenvolvimento desta proposta de intervenção serão

utilizadas 32horas-aulas.

Para que o projeto alcance os objetivos, a unidade didático-pedagógica foi

subdividida em nove subunidades, aprofundando a temática. Na primeira unidade,

será aplicado o teste diagnóstico a fim de verificar se há conhecimento básico dos

alunos em cartografia e, também, para que ao final do projeto, seja possível

mensurar os avanços destes. Na segunda unidade, serão apresentadas noções

espaciais de representação cartográfica do Município de Tapejara, Estado do

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Paraná, por meio do uso da planta cartográfica e de mapas mentais. Na terceira

unidade, serão mostrados textos e imagens relacionados aos conceitos de

Cartografia e sua importância na leitura de mapas. Na quarta unidade, será

produzida a maquete representando o espaço geográfico de vivência (município,

bairro, escola). Na quinta unidade, o Planeta Terra será representado por meio da

construção de um globo terrestre (paralelos, meridianos, coordenadas geográficas).

Na sexta unidade, será confeccionada a rosa dos ventos (orientação), utilizando-a

para brincar, no pátio da escola, de caça ao tesouro. Na sétima unidade, será

localizado no espaço geográfico os paralelos, os meridianos e as coordenadas

geográficas (noções básicas), usando as carteiras da sala de aula. Na oitava

unidade, serão apresentados os elementos básicos do mapa: leitura de mapas,

textos e confeccionado o jogo de quebra-cabeça geográfico. E na nona e última

unidade, a atividade é retomar ao diagnóstico e verificar os avanços.

2. PROPOSTA DE ATIVIDADES EM CADA UNIDADE

2. 1. DIAGNÓSTICO

A primeira unidade resume-se em explicar aos alunos que eles estarão

participando de um projeto e que o objetivo principal é ampliar o conhecimento em

Cartografia. A seguir, será aplicado um teste diagnóstico para verificar os pré-

conhecimentos em cartografia básica. As respostas serão subsídios para que o

professor possa avançar e aprofundar os conhecimentos.

Para realizar o diagnóstico, num primeiro momento, o professor dialogará com

os alunos sobre a importância da Cartografia para o aprendizado de Geografia e

também como cidadão. No diálogo, o professor passará o máximo de informações

possíveis sobre dimensões aproximadas da sala, lado em que o Sol nasce, entre

outros. Na sequência, distribuir-se-ão folhas de papel sulfite para que os alunos

realizem as atividades (desenhar a sala de aula). É provável que os alunos não

possuam noções de escala e de localização. Aqueles que apresentarem mais

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conhecimento desenharão em escala e, também, orientarão o desenho segundo os

pontos cardeais, considerando o leste como lado que o Sol nasce.

O teste será recolhido e analisado pelo professor e, também, utilizado como

parâmetro para avaliação final do projeto.

2. 2. NOÇÕES ESPACIAIS DE REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

A palavra “espaço” tem vários significados. Em Geografia, o espaço

geográfico é a natureza transformada pelo trabalho dos seres humanos constituído

por diferentes paisagens, podendo ser pequeno ou grande, movimentado ou não,

com elementos naturais e/ou construídos pelos homens (culturais), além de ser

formado por elementos compreendidos pelos sentidos humanos: barulhos, odores,

vento, laços de amizades etc. – noções espaciais e de divisão territorial básica. Mas,

por que os espaços são divididos?

Um grande espaço deve ser dividido em porções menores, para melhor ser

entendido e administrado. Por exemplo: o espaço de uma casa é dividido em vários

espaços menores chamados cômodos. Esta divisão é importante para organizá-la e

administrá-la, pois, se cada um fizesse o que bem entende, o ambiente se tornaria

um caos. Assim, os objetos da sala de estar, devem ficar organizados na sala de

estar; os do quarto, no quarto; e assim sucessivamente. Cada coisa em seu

respectivo lugar. Portanto, o que acontece com uma casa, acontece com os espaços

maiores fora dela.

O Brasil está dentro de um espaço maior chamado de Continente Americano.

O Continente Americano, também está subdividido (América do Norte, América

Central e América do Sul). O Brasil é uma porção da América do Sul. Portanto, o

Brasil ocupa um espaço do Continente Americano, que por sua vez, ocupa um

espaço na superfície do Planeta Terra (BELTRAME, 1999).

E os espaços maiores, como por exemplo, um País, como são divididos? O

Brasil está dividido em 5 Regiões (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste)

por ter uma superfície muito grande. É o 5º país do mundo em tamanho, possuindo

8.547.403 quilômetros quadrados (Km2). Para melhor administrar essa superfície, o

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território foi subdividido em espaços menores chamados Estados (26 Estados, mais

o Distrito Federal, cuja capital é Brasília). Os Estados, por sua vez, foram divididos

em espaços menores, chamados Municípios (Cidades).

O Município de Tapejara está dividido em zona rural e zona urbana. Estas

duas zonas também estão subdivididas. A zona Urbana divide-se em: zona

comercial, zona residencial e zona industrial; a zona Rural divide-se em: chácara,

sítio e fazenda. Entender como os municípios são divididos é muito importante para

os responsáveis pela administração.

A atividade desta unidade trabalha com mapas e atlas geográfico expostos

em sala de aula.

ATIVIDADE

1) Responda às questões abaixo.

a) Encontre o seu lugar (endereço), indicando a localização de sua casa (rua, bairro,

município – área urbana ou rural –, Estado e País).

b) Cite o nome de alguns bairros e vilas do seu Município.

c) De qual Bairro você gosta mais? Por quê? Como é seu bairro (residencial,

comercial ou industrial)?

AVALIAÇÃO

A avaliação será através do desempenho, resolução das atividades propostas

e participação do aluno.

2. 3. CONCEITOS DE CARTOGRAFIA E LEITURA DE MAPAS

Mapa é o desenho que retrata de maneira reduzida as imagens dos

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elementos do espaço geográfico, visto de cima. Os mapas representam a realidade

numa superfície pequena. Esses desenhos, traços e cores representam os

elementos da paisagem.

Para fazer representação de um lugar plano, é necessário utilizar a escala.

Seu uso possibilita reduzir o tamanho desse lugar e, ao mesmo tempo, conservar as

suas proporções. Todo mapa é feito numa determinada escala. Ela indica quantas

vezes o tamanho real do lugar representado foi reduzido. Todo mapa tem escala, ou

seja, a relação entre o tamanho do desenho e o tamanho real. Essa indicação pode

ser feita de duas formas: por meio de escala numérica (apresenta a quantidade de

vezes que o desenho foi reduzido) e de escala gráfica (apresenta uma linha reta

dividida em partes iguais, como uma régua).

Em Escala Numérica 1:60000000, por exemplo: 1 para 60 milhões, significa

que cada 1cm no mapa equivale a 60000000cm reais, pois a redução é de 600

vezes. Para fazer leitura da escala é preciso transformar a medida em quilômetros

um modo que dê a noção concreta de distância: km600, hm0, dam0, m0, dm0, cm0.

Na escala 1: 60000000, portanto, cada 1cm do mapa equivale a 600 km. Na escala

1:1000, é de 1000 vezes. Assim, lê-se: 1 para 1000 – cada 1cm desenhado equivale

a 1000cm reais. Em Escala Gráfica, as distâncias reais do mapa estão indicadas ao

lado de cada espaço, por exemplo: 1cm corresponde a 600 km do terreno; 2cm

corresponde a 1200 km, e assim sucessivamente. Exemplo de Escala Gráfica e

Escala Numérica:

Escala gráfica

A escolha de uma escala depende, basicamente, da finalidade do mapa

porque não existe um melhor tipo. Os tipos básicos de escalas são:

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QUADRO 1- Grandeza das Escalas

GRANDEZA DAS ESCALAS

Categoria Escala Finalidade do Mapa

Grande

1:50 Plantas Arquitetônicas e de Engenharia.

1:500 a 1:20000 Plantas Urbanas, Cadastros e Projetos de

Engenharia.

Média 1:25000 a 1:250000 Mapas Topográficos.

Pequena acima de 1:250000 Mapas Topográficos.

Mapas em pequena escala (acima de 1:500000), proporcionam visão geral

de um grande espaço, devido o grau de detalhe estar reduzido – mais utilizado em

representar um País ou Continente; os em média escala (entre 1:100000 a

1:500000), proporcionam detalhamento razoável – mais utilizados para representar

uma Região em Carta Topográfica; e os em grande escala (até 1:100000), fornecem

elevado grau de detalhamento do espaço geográfico – mais utilizados nas

dimensões regionais ou locais. Segundo Fontanailles (2013), a escala grande de

uma planta cartográfica de 1:100000, tem denominador pequeno, área pequena,

detalhamento grande com pequena deformação; a escala pequena de uma mapa de

1:30000000, tem denominador grande, área grande, pequenos detalhes, com grande

deformação.

O objetivo da atividade é fazer com que o aluno reconheça a importância dos

mapas como representação reduzida do espaço geográfico.

ATIVIDADE

1) Responda às questões abaixo.

a) Para que servem as escalas?

b) A escala 1:60000000 é uma escala grande, pequena ou média? Por quê?

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c) Um mapa com escala de 1:60000000, quer mostrar que cada 1cm equivale a

quantos Km na realidade?

d) Um mapa com este tipo de escala , cada 1cm equivale a

quantos Km na realidade?

AVALIAÇÃO

A avaliação será por meio dos estudos de diversos tipos de mapas, com

diferentes escalas no atlas geográfico realizados com os alunos. Posteriormente,

haverá apresentação dos mapas pelos grupos, em sala de aula. As atividades serão

recolhidas corrigidas e devolvidas aos alunos.

2. 3. 1. MAPAS MENTAIS

Mapas Mentais são representações cartográficas que revelam os valores que

os indivíduos têm dos lugares, dando significado ou sentido ao espaço de vivência

(conjunto dos lugares onde cada indivíduo mora e cumpre sua rotina diária). Em

Geografia, “lugar” significa cada um dos espaços em que uma pessoa vive e com a

qual cria diferentes laços de afetividade.

Na primeira proposta de atividade, os alunos deverão desenhar seu espaço

de vivência trajeto casa/escola, sob orientação do professor, utilizando os meios de

orientação (lateralidade, legenda, título, escala etc.), e, posteriormente fazer leitura e

apresentação do mapa mental construído, tornando-se mapeador de sua realidade.

Esta atividade vai de encontro ao objetivo de desenvolver habilidades de como

observar, localizar e codificar elementos, construir legenda, projeção, redução,

relações espaciais, fornecendo subsídios para os alunos apropriarem-se dos

conceitos e conseguirem interpretar diferentes formas de representação do espaço

geográfico, reconhecendo seu local de vivência, localizando os objetos, sabendo se

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deslocar e identificar as direções. Na segunda proposta de atividade, os alunos

redigirão um texto, partindo da observação do desenho, apresentando à sala como

forma dos demais alunos reconhecerem o lugar.

Na terceira atividade proposta, os alunos visitarão os locais representados

nas fotos, para uma conversa com moradores antigos (colonizadores/pioneiros), a

fim de elaborar cartazes, mapas mentais e com produção de um texto que ficará

exposto no mural do pátio do Colégio. Além disso, os alunos deverão responder a

atividade escrita.

ATIVIDADE I

1) Confeccione um Mapa Mental representando seu espaço de vivência.

2) Produzir um texto a partir das observações e também das conversas com

moradores. Os textos serão disponibilizados ou socializados com toda a sala.

AVALIAÇÃO

A avaliação se dará por meio da participação, da resolução das atividades

propostas e da elaboração dos mapas mentais. As respostas são recolhidas e

analisadas pelo professor para posterior debate com os alunos.

2. 3. 2. PLANTAS CARTOGRÁFICAS

Plantas Cartográficas são tipos especiais de mapa que representam

pequenas áreas, ricas em detalhes como bairros, casas, prédios, cidades etc.

Os mapas são representações cartográficas mais simples, sem grande

precisão (mapas escolares desenhados em escala pequena e plantas em escala

bem maior onde mostram mais detalhes). Tanto as plantas cartográficas quanto os

mapas são representações de um espaço sobre uma superfície plana, sob forma

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diferente. Mapas representam áreas maiores e plantas, áreas menores. As escalas

estabelecem a relação entre o tamanho real na superfície terrestre e sua

representação no mapa (escalas gráficas e escalas numéricas).

A Geografia recorre a diferentes linguagens na busca de explicações para

compreender as mudanças do espaço geográfico. Uma dessas linguagens é a

cartográfica. A Geografia foi criada pela necessidade de compreender a relação

espaço-homem-natureza e suas implicações no espaço.

Será disponibilizada a Planta Cartográfica da cidade para que os alunos

localizem os referenciais espaciais, valendo-se dos conceitos apreendidos,

reconhecendo seu local de vivência, sabendo se deslocar e identificar direções. O

professor reproduzirá a planta ou mapa do Município e distribuirá um para cada

aluno. Com o auxílio da planta, os alunos localizarão a escola e os pontos de

referência, observando os diversos tipos de símbolos encontrados (numeração das

casas e denominações das ruas).

ATIVIDADE II

1) De posse da reprodução da Planta Cartográfica do Município de Tapejara/PR.

a) Faça um “x” a rua onde você mora.

b) Faça um círculo no ponto onde está localizado o Colégio Estadual 11 de Abril.

c) Com lápis de cor, trace o trajeto pelas ruas de sua casa para o Colégio.

d) Crie símbolos para cada ponto de referência (escola, igreja, casa, Prefeitura) ou

elementos da paisagem (legenda).

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AVALIAÇÃO

A avaliação será por meio de participação e resolução das atividades que

serão recolhidas e socializadas.

2. 3. 3. FOTOGRAFIAS

Fotografias apresentam leitura verbal (oral e escrita). Estas serão projetadas

na TV-pendrive, com os alunos fazendo observações e anotações das

transformações ocorridas no espaço-tempo.

Figura 1: Município de Tapejara no período de sua implantação (1960) – vista aérea – algumas edificações. Fonte: Prefeitura Municipal de Tapejara/PR, Sr. Volnei Lopes da Silva.

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Figura 2: Trabalhadores da principal atividade econômica do Município de Tapejara (1969) – a colheita do café. Fonte: Prefeitura Municipal de Tapejara – Sr. Volnei Lopes da Silva.

Figura 3: Primeira Igreja Matriz Católica Apostólica Romana de Tapejara (1959). Fonte: Prefeitura Municipal de Tapejara/PR – Sr. Volnei Lopes da Silva.

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Figura 4: Segunda Igreja Matriz Católica Apostólica Romana de Tapejara – Praça Central (1978). Fonte: Prefeitura Municipal de Tapejara/Pr – Sr. Volnei Lopes da Silva.

A atividade tem como objetivo mostrar que o espaço é constantemente

produzido e reconstruído pelo homem. Por isso, será feita visita aos locais

representados nas fotografias, para que os alunos entrevistem moradores antigos

(colonizadores/pioneiros) e, confeccionarão cartazes, mapas mentais. Essa atividade

se encerrará com a produção coletiva de um texto para ser exposto no mural do

pátio do Colégio. Além disso, os alunos deverão responder a atividade escrita.

ATIVIDADE III

1) Por meio de Leitura das imagens apresentadas, responda em seu caderno de

Geografia para posterior comentários em sala de aula.

a) Escreva aspectos observados nas fotos e que mais chamou sua atenção.

b) Quais são as semelhanças entre as imagens da figura 3 e 4? E as diferenças?

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c) Vejam como as paisagens se transformaram. Descreva o que você observou e

que foi profundamente transformado nesse período?

d) Quem transformou as paisagens? Por quê?

e) Elabore cartazes, mapas mentais, e por meio de uma conversa com moradores

ou pioneiros, produza um texto.

AVALIAÇÃO

A avaliação se dará por meio da análise da produção dos cartazes, dos textos

e das respostas das atividades. Os cartazes serão expostos no mural do pátio do

Colégio.

2. 4. REPRESENTAÇÕES DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

O espaço geográfico pode ser representado por meio de maquetes.

MAQUETE: é uma construção em miniatura usada para representar objetos ou

elementos de um lugar, ou seja, é um tipo de representação cartográfica que

possibilita a comunicação cartográfica que o pesquisador (aluno) apresenta de sua

realidade.

Para ampliar a compreensão será projetado na Tv-pendrive a foto de uma

maquete, depois, os alunos observam a sala de aula para identificarem os objetos

que se encontram em seu interior, estabelecendo sua localização em função dos

pontos de referência (porta, janela), andam pela sala para observar o tamanho e

explorar a projeção dos elementos do espaço vivido (sala de aula) para o espaço

representado (planta), fazendo relações espaciais destes objetos em função do

ponto de referência escolhido. Ao término da maquete, o professor retoma as

noções de escala para mostrar o quanto as dimensões foram reduzidas em função

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do tipo de representação. O professor mostra o globo terrestre e chama a atenção

dos alunos para as reduções necessárias na elaboração dele para representar o

Planeta Terra.

O objetivo da construção da maquete é ampliar a compreensão e a

importância de se utilizar a linguagem cartográfica na leitura e organização do

espaço geográfico de sua vivência. Neste momento, é possível verificar como

ocorreu o conhecimento cartográfico.

ATIVIDADE

1) Trabalho em grupo, siga o roteiro.

a) Construa a maquete da sala de aula, dentro de uma caixa de sapato.

b) Considere a caixa de sapato como a sala de aula, posicionando, corretamente, os

elementos do ambiente: carteiras, quadro, mesa do professor, janelas, porta, lixeira

etc.

c) Observe a maquete de cima, pois pela visão vertical, pode-se fazer a planta da

sala de aula e projetá-la na folha de papel.

d) Cubra a caixa de sapatos com papel celofane transparente e com a caneta para

retroprojetor, desenhe sobre o celofane o contorno dos objetos que se vê. Esse

desenho é uma planta da sala numa visão bidimensional (comprimento e largura).

e) Use cores diferentes para identificar, por meio de uma legenda, cada objeto ou

elemento na sala de aula.

2) Materiais para construir a Maquete, de responsabilidade dos alunos (pode ser de

sucata):

caixa de sapatos,

caixa de fósforos,

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papel celofane transparente,

canetinha para retroprojetor,

fita adesiva e

cola.

AVALIAÇÃO

Os procedimentos avaliativos serão por meio da confecção da maquete, do

empenho em conseguir os materiais solicitados e na socialização do conhecimento

adquirido. As maquetes serão fotografadas e recolhidas pelos alunos para montar

uma exposição no pátio.

2. 5. REPRESENTAÇÃO DO PLANETA TERRA

2. 5. 1. DO LOCAL AO GLOBAL

Lugar é o espaço ocupado na superfície terrestre. Assim, nesta atividade, será

trabalhada representação do Planeta Terra. O principal ponto de referência para sua

localização é a casa onde o aluno mora, pois ela indica o lugar ou parte que esta

ocupa na superfície terrestre, identificando se está localizada em zona urbana ou na

zona rural, hierarquizando esse espaço (zona urbana: casa, terreno, bairro, rua,

avenida, cidade etc.; ou zona rural: chácara, sítio ou fazenda, gleba, bacia de um rio,

município etc.).

O espaço ocupado pela cidade é o Município. Portanto, um Município possui

dois tipos de paisagens: a urbana e a rural. Mas, há municípios só com zona urbana

(aqueles cuja sede – cidade – cresceu e ocupou toda a área. Por ex.: São Paulo).

Um Município está localizado em um espaço bem maior, o Estado, e, o Estado

localiza-se em um espaço maior ainda, o País – o Brasil está dividido em 26 Estados

e 1 Distrito Federal. Portanto, pode-se dizer que: estado é parte do país e que o

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território é a soma de todos os Estados – como observado nos mapas. O tamanho

dos espaços varia: pode ser pequeno, como o de uma casa, ou uma grande área, de

um Município, de um estado ou muito grande, como a área de nosso País, que faz

parte de um espaço maior. Aqui cabe ao professor explicar as características básicas

de uma República Federativa (Brasil e grande maioria dos países) para uma não-

Federativa (o próprio País).

O Brasil, por exemplo, ocupa uma grande parte de um espaço maior

(Continente Americano), este está subdividido em espaços menores (América do

Norte, América Central e América do Sul), sendo na América do Sul a localização do

Brasil – todos estes espaços ocupando uma porção da superfície do Planeta Terra

que, também é ocupada por enormes extensões de água, que formam os Oceanos e

Mares. Além do Continente Americano há mais outros 5 continentes: a Europa, a

África, a Ásia, a Oceania e a Antártida (BELTRAME, 1999).

Figura 5: Mapa Mundi. Fonte:http://anazevedo1.blogspot.com.br/2011/03/coordenadas-geograficas-mapa-mundi.html

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O objetivo da atividade é partir do nível mais próximo do aluno, o lugar onde

mora e sua percepção desse lugar, para níveis mais distantes, de forma que aborde

todo o espaço geográfico. As atividades serão recolhidas analisadas e devolvidas

aos alunos.

ATIVIDADE

1) Observe o mapa mundi (figura 5) e com auxílio do texto, assinale com “x” as

alternativas corretas:

( ) O Trópico de Câncer está situado no Hemisfério Norte.

( ) A Linha do Equador atravessa o norte do território brasileiro.

( ) Próximo ao Polo Norte encontra-se o círculo polar Antártico.

( ) O Brasil é cortado ao norte pelo Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio.

( ) O Brasil está situado no Continente Americano, na porção Sul.

( ) O Brasil possui a maior parte de seu território situado no Hemisfério Sul.

( ) O Continente Americano está dividido em 3 porções chamadas de Américas: do

Norte, Central e do Sul.

( ) Todo Continente Americano está situado no Hemisfério Ocidental.

( ) O Brasil é banhado pelo Oceano Atlântico.

( ) O Planeta Terra foi dividido em 6 porções de terras emersas, denominadas de

Continentes, que são: América, Europa, África, Ásia, Oceania e Antártida.

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada por meio da participação, desempenho e

resolução dos exercícios. Também será promovida uma discussão em grupo para

aprofundar os conhecimentos.

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2. 5. 2. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

Projeções Cartográficas são representações da superfície esférica da terra

em um plano. Elas servem de base para fazer um mapa. Os principais tipos são:

Projeção Cilíndrica: o plano da projeção é um cilindro, envolvendo a esfera

terrestre.

Projeção Cônica: o plano da projeção é um cone, envolvendo a esfera

terrestre.

Projeção Azimutal: o plano da projeção é um plano tangente, à esfera

terrestre.

Os mapas procuram dar ideias do lugar representado, como se tivessem

sendo vistos de cima, de um avião. A melhor posição para analisar um mapa é

colocá-lo sobre uma superfície plana ou no chão. Como o mapa é uma

representação reduzida de uma superfície curva, pode haver deformações. Essa

redução deve ser realizada, portanto, de modo a manter as proporções das diversas

medidas. A redução proporcional é feita com o uso de escalas. Para representar uma

superfície curva, como a Terra, em uma superfície plana, faz-se necessário alterar

sua forma – Projeções Cartográficas (LUCCI, 2002).

Figura 6: Mapa Mundi – em gomos (Projeção Cartográfica). Fonte: Ivanil Alves Cabral, 2012.

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Observe a figura 6, ao unir os segmentos numa superfície plana e contínua

aparecem deformações. Por isso, os mapas nunca representam a superfície

terrestre exata. O globo terrestre é a forma mais fiel de representação da Terra, pois,

sua forma esférica é bastante parecida com a do nosso planeta. Uma desvantagem

é não poder representar com mais detalhes.

Figura 7: Globo Terrestre – representação do espaço global. Fonte: Ivanil Alves Cabral, 2012.

Figura 8: Globo Terrestre – confeccionado pelos alunos. Fonte: Ivanil Alves Cabral, 2012

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Para aprofundar o conhecimento em projeções, os alunos confeccionarão um

Globo Terrestre. O professor pergunta: ao unirmos os “gomos” que se formam, o que

acontece com a superfície dos Continentes, principalmente nos trechos próximos

dos Polos?

O objetivo da atividade é mostrar que o espaço de vivência se amplia até o

limite do global; na medida que os espaços se ampliam, os símbolos e as

convenções cartográficas tornam-se mais importantes, porque não é possível

mostrar maiores detalhes do espaço geográfico.

ATIVIDADE

1) Confecção de um Globo Terrestre, feita em sala de aula, com materiais dos

alunos.

a) Materiais para a construção do Globo Terrestre:

bola de isopor,

fita dupla face;

giz de cera,

lápis de cor,

tesoura,

cola,

massinha de modelar,

palito de dente,

cópia do mapa mundi em gomos,

atlas geográfico,

globo terrestre.

AVALIAÇÃO

A avaliação será individual, considerando a participação e o interesse dos

alunos. No final da atividade será organizada uma exposição no pátio do Colégio.

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2. 6. ORIENTAÇÃO NA SUPERFÍCIE TERRESTRE

Para facilitar a orientação sobre a superfície terrestre, foram estabelecidos

pelo homem, os Pontos Cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste), os Pontos Colaterais

(Nordeste, Sudeste, Noroeste e Sudoeste) e Subcolaterais (Norte-nordeste, Norte-

noroeste, Sul-sudeste, Sul-sudoeste, Oeste-sudoeste, Oeste-noroeste, Leste-

nordeste, Leste-sudeste). A junção de todos esses pontos deu origem a uma figura

denominada Rosa dos Ventos ou Rosa dos Rumos (LUCCI, 2002).

Observando o caminho diário do Sol é possível identificar os pontos cardeais.

Ao estender o braço direito, encontra-se a direção em que o Sol nasce ou Leste;

estendendo o braço esquerdo, encontra-se a direção em que o Sol se põe ou Oeste;

à frente, está o Norte; e atrás, o Sul.

Figura 9: Pontos Cardeais, orientação no espaço geográfico. Fonte: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto= 1086&evento=1

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Figura 10: Rosa dos Ventos ou dos Rumos – orientação no espaço. Fonte: Ivanil Alves Cabral, 2013.

O objetivo desta unidade é proporcionar aos alunos meios para que

identifique os referenciais espaciais (localização e orientação), de modo que se

desloque com autonomia, localizando objetos e identificando direções.

ATIVIDADE

1) Responda:

a) Localize na planta da escola os principais elementos de sua escola em relação

aos Pontos Cardeais, a partir da sala de aula:

Portões: ____________________________________________________________

Quadras: ____________________________________________________________

Diretoria: ____________________________________________________________

Laboratório: _________________________________________________________

Biblioteca: ___________________________________________________________

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Secretaria: __________________________________________________________

Refeitório: ___________________________________________________________

Cozinha: ____________________________________________________________

b) Localizar no mapa do município de Tapejara, quais Municípios fazem limites:

Ao Norte: ___________________________________________________________

Ao Sul: _____________________________________________________________

Ao Leste: ___________________________________________________________

Ao Oeste: ___________________________________________________________

2) Utilizando o mapa do Município de Tapejara, complete as lacunas com os Pontos

Cardeais.

a) O Município de Cruzeiro do Oeste fica: __________________________________

b) O Município de Cidade Gaúcha fica: ____________________________________

c) O Município de Cianorte fica: __________________________________________

d) O Município de Tuneiras do Oeste fica: __________________________________

3) Confeccione a Rosa dos Ventos em cartolina para brincar de Caça ao Tesouro no

pátio do Colégio.

O professor providenciará cartolina para o aluno confeccionar sua própria

rosa dos ventos e pintá-la.Também, orientará os alunos todos os passos para

construção da rosa dos ventos. Em seguida, o professor esconde vários objetos no

pátio da escola (atividade de Caça ao Tesouro). Cada aluno vai se posicionar com

sua Rosa dos Ventos e encontrar as direções dos objetos conforme orientação do

professor. Por exemplo: o objeto “y” encontra-se ao Norte; e assim sucessivamente

para que todos participem.

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada por meio da elaboração da rosa dos ventos e no

desempenho em localizar os objetos na Caça ao Tesouro, no pátio da escola.

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2. 7. LOCALIZAÇÃO NO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Meridianos e Paralelos são linhas imaginárias traçadas sobre mapas na

superfície do Globo Terrestre.

MERIDIANOS (Leste e Oeste): são linhas verticais traçadas sobre a

superfície do Planeta, sendo o principal Meridiano de Greenwich que divide o

planeta Terra em dois Hemisférios. Partindo do Meridiano principal, foram traçados

360 Meridianos: 180 no Hemisfério Oeste e 180 no Hemisfério Leste. Os Meridianos

são indicados por graus, sendo o Meridiano de Greenwich 0 grau. Os Meridianos

não formam círculos como os Paralelos, eles formam semicírculos, de 0 a 180

graus.

Figura 11: Globo Terrestre com os respectivos Meridianos. Fonte: BELTRAME,1999.

PARALELOS (Norte e Sul): são linhas horizontais imaginárias traçadas na

superfície do Planeta, sendo o Paralelo Central a Linha do Equador, que divide o

planeta em dois Hemisférios. Partindo do Paralelo principal, foram traçados 180

Paralelos: 90 círculos no Hemisfério Sul e 90 no Hemisfério Norte. Como a Terra tem

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forma esférica, essas linhas foram numeradas em graus (de circunferência) que

variam de 0 a 90 graus. (0° a 90°). A Linha do Equador recebeu o número 0.

OS PARALELOS

Figura 12: Globo Terrestre com os respectivos Paralelos. Fonte: BELTRAME,1999.

Ambos, Paralelos e Meridianos, fazem a volta completa na superfície do

Planeta Terra. Onde um Paralelo cruza com um Meridiano, forma uma Coordenada

Geográfica, que dá a localização exata de um ponto no Globo Terrestre.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS (Latitude e Longitude): são duas medidas

angulares tomadas a partir de dois referenciais (BELTRAME, 1999), ou linhas

imaginárias traçadas sobre os mapas, essenciais para localização de um ponto na

superfície terrestre. Essa localização é o resultado do encontro de um Paralelo e sua

respectiva Latitude e de um Meridiano e sua Longitude.

da Linha do Equador mede-se a Latitude: distância em graus, de qualquer

lugar da superfície da Terra ao Equador, variando de 0 a 90 graus, Norte e

Sul;

do Meridiano Greenwich mede-se a Longitude: distância em graus de um

lugar qualquer da superfície da Terra até o Meridiano de Greenwich, variando

de 0 a 180 graus, Leste e Oeste.

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Esta observação é uma preparação para a leitura das Coordenadas

Geográficas (Latitude e Longitude) – noção de localizar um ponto na superfície

terrestre, através do cruzamento de duas linhas. O professor poderá dividir a sala

usando barbante colorido para Linha do Equador e para o Meridiano de Greenwich.

O objetivo é fazer com que o aluno aproprie-se dos elementos da linguagem

cartográfica e compreenda a função da representação cartográfica.

ATIVIDADE

1) Siga o roteiro:

a) Organize a sala, colocando as carteiras enfileiradas no sentido vertical e

horizontal do espaço da sala.

b) Cada fila no sentido horizontal (colar na parede uma folha sulfite com os números

para cada fileira: 1, 2, 3, 4, 5...).

c) Cada fila no sentido vertical (colar letras do alfabeto, para cada fileira: A, B, C, D,

E...).

d) O aluno deve localizar as linhas verticais e horizontais a partir de sua carteira:

linha na horizontal 1 na vertical A.

e) O aluno terá de conseguir apresentar sua localização, utilizando-se de linhas

verticais e horizontais (Paralelos e Meridianos).

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada por meio de um desenho da planta da sala de

aula, feito pelos alunos, que irão criar legenda para representar cada objeto, bem

como, pela participação na atividade prática realizada dentro da sala de aula. O

desenho será recolhido e analisado e depois exposto num painel, dentro da sala.

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2. 8. ELEMENTOS BÁSICOS DO MAPA

CARTOGRAFIA: é a Ciência que se dedica a representação e a comunicação de

informação espacial por meio de mapas.

Os elementos básicos da Cartografia são:

Título: identifica o assunto que trata o mapa, pode mencionar a data da

informação.

Legenda: torna possível a leitura do mapa, com o recurso de cores ou

símbolos que permitem interpretar as informações contidas no mapa.

Escala: razão entre as distâncias representadas no mapa.

Orientação: aponta a direção correspondente no terreno (Rosa dos Ventos

ou dos rumos).

O objetivo desta unidade é alfabetizar o aluno na leitura de mapas se valendo

de conceitos da linguagem cartográfica utilizada nas representações cartográficas.

ATIVIDADE I

1) Responda:

a) Quais são os elementos básicos da Cartografia?

b) Para que serve a legenda?

c) Explique qual o objeto de estudo da Cartografia.

d) Explique o que é Cartografia.

e) Para que servem as Coordenadas Geográficas?

f) Conceitue:

Latitude: ____________________________________________________________

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Longitude: ___________________________________________________________

Paralelos: ___________________________________________________________

Meridianos: __________________________________________________________

g) Complete as lacunas com as palavras: escala – título – legenda.

O ______________ indica o fenômeno representado no mapa.

O significado de cada símbolo ou cor usada no mapa é explicado na

________________.

A ____________ de um mapa indica quantas vezes a área representada foi

reduzida.

AVALIAÇÃO

A avaliação será por meio do desempenho na resolução dos exercícios e na

participação nos grupos de discussões.

ATIVIDADE II

1) Construa um jogo geográfico com o mapa do Brasil (Regiões, Estados, Capitais e

Siglas). Siga o roteiro:

Figura 13: Mapa do Brasil por Regiões. Fonte: Ivanil Alves Cabral, 2013.

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a) O professor faz cópia do mapa do Brasil e distribuirá para cada aluno.

b) Pede para os alunos utilizarem o atlas geográfico e o livro didático.

c) Os alunos pintam o mapa do Brasil, com 5 cores diferentes (Regiões do Brasil,

segundo o IBGE).

d) Os alunos elaboram uma legenda para cada Região.

e) Os alunos escrevem as siglas dos Estados nas Regiões no mapa.

f) Os alunos colam o mapa em uma cartolina, recortando nos limites das regiões.

g) Em tirinhas de papel, o aluno escreve os nomes dos Estados, com suas

respectivas Capitais.

h) Dobra-se os papeis e coloca-se em um saquinho para fazer o sorteio.

i) Cada aluno, marca no seu mapa o Estado e Capital, que o professor sortear.

j) Vence o aluno que preencher uma Região primeiro.

3) Construa um quebra-cabeça geográfico com o mapa do Brasil (Estados, siglas e

Regiões).

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Figura 14: Mapa do Brasil por Estados. Fonte: Ivanil Alves Cabral, 2013.

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Figura 15: Mapa do Brasil por Regiões. Fonte: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=348&evento=5

Na montagem do jogo e do quebra-cabeça, os alunos, entrarão em contato

com os elementos básicos da alfabetização cartográfica: título, legenda, escala

(proporcionalidade) e os referenciais de orientação e localização.

4) Siga o roteiro:

a) O professor distribuirá duas cópias do mapa do Brasil para cada aluno e pede-se

para pintar cada Estado de uma cor. No mapa das Regiões brasileiras, pintar cada

região de cor diferente (uso do atlas geográfico e livro didático).

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b) Os alunos devem colar os mapas na cartolina e recortar nos limites de cada

Estado e Região.

c) Os alunos escrevem dentro do mapa, as siglas dos Estados e no caderno os

nomes dos Estados de acordo com suas Regiões.

d) Os alunos criam a legenda de cores para cada Região e seus respectivos

Estados.

e) O professor orientará os alunos como montar o quebra-cabeça.

f) Em seguida, o professor, embaralhará os nomes dos Estados e Regiões juntos e ,

depois, ele solicitará que os alunos iniciem a montagem, encaixando os Estados em

suas respectivas Regiões, formando assim, o território brasileiro.

O objetivo é ampliar a compreensão da organização espacial do território

brasileiro, verificando se os alunos conseguem relacionar o espaço próprio com o

espaço geográfico; se percebem e administram distâncias, pontos de referências e

localização geográfica, compreendendo a função da escala, sendo capaz de

reproduzir, em tamanho reduzido, o que observa em tamanho natural, entendendo

que em linguagem cartográfica é necessário compreender e estabelecer raciocínios

que ajudem na elaboração de explicações sobre os fenômenos representados nos

mapas.

ATIVIDADE

1) Faça leitura do Mapa do Brasil (figura 15) e responda em seu caderno:

a) Qual é a maior e a menor região do Brasil?

b) Qual quantidade de Estados por região?

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c) Em que Cidade, Estado e Região do Brasil você nasceu?

d) Localize e escreva quais Estados e Regiões fazem fronteira com seu Estado.

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada por meio da resolução dos exercícios, participação

e desenvolvimento das atividades práticas e na confecção do material. Os mapas

serão expostos em sala de aula.

2. 9. RETOMANDO O DIAGNÓSTICO

A nona e última unidade retoma a sondagem diagnóstica, verificando o nível

que os alunos conseguiram avançar no processo de ensino-aprendizagem, partindo

dos seus conhecimentos prévios.

O material da atividade será recolhido e analisado. É provável que os alunos,

a grande maioria, possuam noções de escala e de localização. De forma subjetiva,

verifica-se, se os objetivos estabelecidos foram amplamente alcançados ou

parcialmente alcançados.

ATIVIDADE

1) O professor distribuirá uma folha de papel sulfite para que os alunos desenhem a

sala de aula, utilizando os conhecimentos adquiridos destas unidades.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação cartográfica deve ser explorada desde o início da escolarização,

partindo da noção de espaço vivido e percebido para que, posteriormente, o aluno

venha a entender os espaços mais distantes.

A linguagem cartográfica é importante para o entendimento da Geografia e

deve ser explorada desde cedo, com o objetivo do aluno desenvolver a habilidade

de representar e decodificar a realidade, questionando o porquê das informações

representadas, ainda que de forma simples o aluno, ao final dos anos iniciais, ele

deve ser capaz de ler e interpretar mapas.

O trabalho com mapas mentais e jogos em sala de aula contribuem para

melhorar a percepção espaço-temporal dos alunos. Os trabalhos por eles produzidos

serão selecionados para apresentação à comunidade escolar. Os resultados desta

proposta serão analisados e organizados em um artigo científico.

REFERÊNCIAS

ADAS, Sérgio. Expedições Geográficas. São Paulo: Moderna, 2011. p. 272 ALMEIDA & PASSINI, Rosângela Doin de & Elza Yasuko. O Espaço Geográfico: ensino e representação. 15 ed. São Paulo: Contexto, 2001, p. 90. BELTRAME, Zoraide Victorello. Geografia Ativa: investigando o ambiente do homem. Volume 1, Manual do professor, 32ed. São Paulo: Ática, 1999, p. 200. BLEY, Berenice. Sistema de Ensino, aprende Brasil, Geografia, 6º ano, 5ª série. Curitiba/PR: Positivo, 2008, vol. 2. p. 280. FONTANAILLES, Gilvan. Cartografia – Escalas Cartográficas: relação denominador e riqueza de detalhes. Disponível em: <http://geografalando.blogspot.com.br/2013/03/grandeza-escalar-escolha-de-uma-escala.html>. Acesso em junho/2014. KAERCHER, Nestor A. Práticas e Textualizações no cotidiano – Ensino de Geografia. Porto Alegre/RS: Editora Mediação, 2000, p. 239. LUCCI, Elian Alabi. Geografia: Homem e espaço – a natureza, o homem e a

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organização do espaço. 5ª série do ensino fundamental/Anselmo Lazaro Branco – 17ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 240. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Geografia. 2008. PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização Cartográfica e o Livro Didático: uma análise crítica. Belo Horizonte: Lê,1994, p. 233. SIMIELLI, Maria Elena. Cartografia e Ensino. Tese de Doutorado em Ciências Humanas – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo/SP, 1994.