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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Jandra Mara Scolari

Atividades de matemática financeira

para alunos da EJA

Unidade Didática

Curitiba

2014

SECRETARIA DE ESTADO DA

EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

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Sumário

1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO .............................................................................................. 3

2. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 4

3. MATERIAL DIDÁTICO ......................................................................................................... 5

3.1. Questionário dos estudantes .......................................................................................... 5

3.2. Desenvolvimento das Atividades .................................................................................. 10

3.2.1. Vídeo: Matemática nas finanças ............................................................................ 10

3.2.2. Matemática Financeira .......................................................................................... 12

3.2.3a. Capitalização – Juros Simples ............................................................................... 20

3.2.3b. Capitalização – Juros Compostos ......................................................................... 26

3.2.4. Jogo: Trilha da Economia ....................................................................................... 32

3.2.5. Taxa de Juros ......................................................................................................... 35

3.2.6. Aumentos e Descontos Sucessivos ......................................................................... 39

3.2.7. Sistema de Amortização ........................................................................................ 47

4. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS .................................................................................... 62

5. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 65

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1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA PDE - 2104

Título: Atividades de matemática financeira para alunos da EJA

Autora Jandra Mara Scolari

Disciplina/Área Matemática

Escola de Implementação do Projeto

CEEBJA Ulysses Guimarães

Município Colombo/PR

Núcleo Regional de Educação

Área Metropolitana Norte

Professor Orientador Dr. Luiz Claudio Pereira

Instituição de Ensino Superior

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

Resumo O presente projeto lida com a elaboração de atividades, relacionadas à Matemática Financeira, para uma intervenção pedagógica na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do CEEBJA Ulysses Guimarães em Colombo/PR. A finalidade é contribuir para a melhoria na compreensão de temas da área mencionada, desenvolver a capacidade de resolver problemas, de raciocinar de modo articulado, de analisar criteriosamente uma situação e aplicar os conhecimentos adquiridos em suas vivências. Na fase de execução do projeto serão desenvolvidas as seguintes atividades: (a) aplicação de um questionário diagnóstico sobre os saberes dos estudantes a respeito do assunto; (b) exibição do vídeo “Matemática nas finanças” como forma de incentivo e ponto de partida para as tarefas subsequentes; (c) propositura de problemas inspirados em textos de jornais, revistas e experiências de vida dos próprios estudantes; (d) resolução de problemas com o uso de planilhas eletrônicas, construídas pelos estudantes nos computadores do laboratório de informática; (e) reaplicação do questionário diagnóstico. Ao longo da execução do projeto serão realizados testes avaliativos. Todo o material elaborado e os resultados obtidos serão organizados e apresentados posteriormente na forma de artigo.

Palavras-chave Educação; Jovens e Adultos; Matemática Financeira.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Estudantes da Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio

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2. APRESENTAÇÃO

Este trabalho propõe atividades relacionadas às operações mais usuais

em matemática financeira e inspiradas em situações extraídas da realidade.

A escolha deste tema se deu em razão de indagações trazidas pelos

alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sobre como lidar com

dificuldades quotidianas relativas à economia e finanças.

Questionamentos típicos levantados pelos alunos são: Como saber o

melhor modo de administrar as despesas pessoais, organizar e planejar o

orçamento familiar? Qual é o modo mais eficiente, se é que existe algum, de

programar uma poupança visando uma aposentadoria futura? De que maneira

se pode poupar para realizar uma viagem mais dispendiosa? Que desvantagens

existem em pagar o valor mínimo de um cartão de crédito? Como realizar

investimentos?

De certo ponto de vista, essas indagações pelos alunos da EJA são

naturais, porquanto tratar de pessoas já atuantes no mundo do trabalho e para

quem a resolução de problemas matemáticos está intrinsecamente ligada ao

cotidiano em várias situações.

Os alunos da EJA experimentam através de sua vivência que, para o

pleno exercício da cidadania também é importante ter conhecimento de

matemática financeira. Os saberes envolvidos nesta área permitem que o

indivíduo possa decidir racionalmente sobre questões ligadas ao capital, por

exemplo, ao consumo responsável e comedido, ao controle e planejamento

financeiro (de longo ou médio prazo).

Nesta perspectiva, o objetivo principal das atividades é promover a

apreensão de saberes importantes para a tomada racional de decisão em

questões cotidianas relacionadas à matemática financeira.

Aos colegas professores, recomenda-se que ao trabalhar os conteúdos

aqui propostos, considerem as experiências vivenciadas e o conhecimento que

seus estudantes já possuem, buscando assim, aproximar a matemática

financeira do cotidiano deles.

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3. MATERIAL DIDÁTICO

O trabalho inicia com a aplicação do questionário a seguir, cujo objetivo é

levantar a opinião dos estudantes em relação à Matemática Financeira e sua

importância, o nível de conhecimento que acreditam possuir sobre conteúdos

relacionados à área e o nível de contato deles com estes conteúdos.

O tempo estimado para esta ação é de 1/2 hora aula, ou seja, 25 minutos.

3.1. Questionário dos estudantes

IDADE: _________________________________________________________

PROFISSÃO: ____________________________________________________

SEXO: ( ) feminino ( ) masculino

1. Você já estudou algum conteúdo de Matemática Financeira?

( ) NÃO

( ) SIM. Qual (ais)?

( ) Razão

( ) Proporção

( ) Regra de três simples

( ) Regra de três composta

( ) Porcentagem

( ) Juros simples

( ) Juros compostos

( ) Aumentos e descontos sucessivos

( ) Sistemas de amortização

( ) Outro (s). Qual (ais)? _____________________________________

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Você se recorda dos cálculos envolvendo os assuntos referentes à

Matemática Financeira?

( ) NÃO

( ) SIM. Qual (ais)?

( ) Razão

( ) Proporção

( ) Regra de três simples

( ) Regra de três composta

( ) Porcentagem

( ) Juros simples

( ) Juros compostos ou capitalização composta

( ) Aumentos e descontos sucessivos

( ) Sistemas de amortização

( ) Outro (s). Qual (ais)? _____________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Você considera importante os conhecimentos em relação à Matemática

Financeira para a sua vida e para a vida das pessoas?

( ) NÃO

( ) SIM. Indique qual ou quais:

(a) Saber diferenciar o que é mais vantajoso em uma compra a prazo ou à

vista;

(b) Saber interpretar e calcular aumentos e descontos sucessivos sobre

valores, com o intuito de não sofrer prejuízos;

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(c) Calcular e compreender os reajustes salariais em termos percentuais,

bem como identificar o que de fato se considera como aumento real ou

reposição da inflação;

(d) Conhecer as vantagens e desvantagens de se comprar com cartão de

crédito;

(e) Calcular os juros em talões de água, luz, telefone, ou qualquer outra

conta, pagos com atraso;

(f) Saber planejar as finanças de forma consciente para obter: uma

aposentadoria futura (complementar) mais confortável; um bem maior

(veículo, imóvel); poder realizar investimentos rentáveis;

(g) Consumir de forma sustentável para evitar endividamentos;

(h) Outras. Especifique. _________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Você participa das decisões econômicas de sua família ou das pessoas

com quem convive?

( ) NÃO

( ) SIM. Indique o modo:

( ) compras à vista ou a prazo;

( ) compras no cartão eletrônico ou via Internet;

( ) crediários (compras com pagamento direto nas lojas);

( ) financiamentos (empréstimos de dinheiro ou aquisição de bens em

Bancos ou financeiras)?

( ) Acrescente outra (ou outras) forma (s) de decisão econômica que

você participa: ______________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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5. Abaixo estão elencadas algumas possibilidades de uso dos conteúdos

de matemática financeira. Assinale aqueles com os quais tenha se

defrontado em sua vida fora da escola.

( ) Financiamento de imóveis

( ) Financiamento de veículos

( ) Realizações de empréstimos

( ) Compras a crediário

( ) Compras com cartão de crédito

( ) Aplicações financeiras

( ) Pagamentos de aluguel.

( ) Pagamentos de água e luz.

( ) Gastos com alimentos

( ) Gastos com medicamentos

( ) Gastos com transporte

( ) Outros. Quais? _______________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Você utiliza conteúdos de Matemática Financeira em seu trabalho?

( ) NÃO

( ) SIM. Indique o (s) conteúdo (s) e o (s) modo (s), elencados abaixo.

Conteúdo (s)?

( ) Razão

( ) Proporção

( ) Regra de três simples

( ) Regra de três composta

( ) Porcentagem

( ) Juros simples

( ) Juros compostos ou capitalização composta

( ) Aumentos e descontos sucessivos

( ) Sistemas de amortização

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( ) Outro (s). Especifique. ____________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

De que modo (s)?

( ) Recebendo pagamentos e voltando troco

( ) Fazendo a contabilidade de gastos e lucros

( ) Vendendo produtos

( ) Recebendo contas

( ) Efetuando pagamento de despesas.

( ) Outro (s). Especifique. ____________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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3.2. Desenvolvimento das Atividades

Neste Projeto, os estudantes realizarão os trabalhos referentes a

assuntos de Matemática Financeira, com aplicações práticas, apresentadas a

seguir.

Estima-se que para conclusão das sete atividades, incluindo a aplicação

do questionário, seja necessário um tempo total de 32 horas aula, de 50 minutos

cada, aproximadamente 27 horas relógio.

3.2.1. Vídeo: Matemática nas finanças

Tendo em vista fornecer um panorama sobre a matemática financeira e

estimular o interesse dos estudantes para o assunto, será exibido o vídeo:

Matemática nas finanças da série Matemática em toda parte, da TV Escola.

Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/12534>.

Acesso em: 03 nov. 2014. Duração de aproximadamente 28 minutos. A

apresentação deste vídeo será realizada no laboratório de informática.

O tempo estimado para esta atividade é de 1 e 1/2 horas aula, ou seja, 80

minutos.

Atividade 1

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A proposta é levar os estudantes a analisar as várias transações

financeiras que ocorrem no dia a dia, relacionando-as aos assuntos de

matemática financeira estudados na escola.

Neste sentido, ao final da exibição, serão fomentadas discussões acerca

dos aspectos apresentados, conduzindo os alunos à reflexão sobre: a

importância de trabalhar a matemática financeira de forma realista; a

interpretação de juros simples e compostos na vida comercial e financeira; os

impactos causados pela inflação na vida das pessoas; a compreensão e os

motivos que certos produtos (carro, moto, computador, entre outros) perdem o

valor comercial no decorrer do tempo (depreciação); a decisão mais adequada

de pagamento (à vista ou a prazo), quando forem realizar uma compra; a

importância de utilizar a calculadora e as planilhas eletrônicas para otimizar os

cálculos desenvolvidos, como também a valorização dos cálculos mentais com

porcentagens, para tomada de decisões mais rapidamente em certas ocasiões.

Sinopse:

O vídeo apresenta um episódio do programa Matemática Em Toda Parte, da

TV Escola, explorando a matemática nas finanças do dia a dia. Demonstra

cálculos de juros simples e compostos, conceito de inflação e deflação. Mostra

como a taxa de juros, utilizada no comércio, pode influenciar no valor final de

um produto. Debate a importância de utilizar a calculadora, planilhas e outras

novas tecnologias nestes tipos de operações. Conta uma breve história das

operações e verifica modos de obter porcentagem através de cálculos

mentais.

Fonte: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/12534

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Fonte: SEED/PR – Livro didático público de matemática

3.2.2. Matemática Financeira

Na sequência serão abordados os assuntos relacionados à Matemática

Financeira.

Para que haja uma compreensão melhor das questões que serão

trabalhadas adiante, abordar-se-ão os cálculos de taxa de porcentagem de

forma bem acessível, propondo uma breve revisão acerca do assunto.

Neste sentido, serão introduzidos o conceito e o cálculo da taxa de

inflação num determinado período de tempo.

Calcular a inflação ou inflação negativa da cesta básica brasileira,

consumida pela população curitibana, em relação aos meses de agosto e

setembro de 2014.

A duração desta questão está prevista para 2 horas aula (50 minutos

cada).

Atividade 2

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Conteúdos explorados

Taxa de porcentagem;

Conceito de inflação, deflação e inflação negativa.

Objetivos

Identificar e calcular taxas de porcentagem;

Reconhecer e analisar o conceito de inflação, bem como o seu

impacto na vida das pessoas;

Identificar o conceito de deflação e inflação negativa, distinguindo

suas diferenças.

Para reflexão e curiosidade, será apresentada uma reportagem, extraída

do sítio da RPCTV – PARANÁ Disponível em:

<http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/10/preco-da-cesta-basica-em-

curitiba-fica-073-mais-barata-em-setembro.html>. Acesso em: 04 nov. 2014.

Nele se esclarece que, no mês de setembro a cesta básica curitibana foi a mais

barata em relação às outras capitais da Região Sul do Brasil.

Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/10/preco-da-cesta-basica-em-curitiba-fica-073-mais-barata-em-setembro.html

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Para a Economia, a inflação representa a diminuição do valor do

dinheiro em relação à quantidade de bens e serviços que se pode comprar com

esse dinheiro. Neste processo, a moeda perde o seu poder de compra. Como

afirma VIANNA, a “inflação é um conceito econômico que representa o aumento

de preços dos produtos num determinado país ou região, durante um período.

Num processo inflacionário o poder de compra da moeda cai”.

Ocorre que os salários dos trabalhadores não têm reajustes mensais para

compensar e corrigir pelo menos os índices inflacionários, que geralmente

acontecem mensalmente, acentuando a queda do poder de compra entre as

pessoas.

Por outro lado, uma causa que favorece a inflação, está associada aos

aumentos salariais, fazendo com que o custo unitário de um produto ou serviço

também aumente. Uma explicação para este aspecto é: um empresário que

concede aumento aos seus funcionários e, para manter a mesma margem de

lucro, evidentemente ele repassará esse percentual de aumento para o seu

produto de venda.

Outras razões que permeiam este efeito são: a demanda pela aquisição

de produtos ser maior do que a capacidade de produção do país (lei da oferta e

da procura); os aumentos nos custos de produção de bens e produtos (mão de

obra); aumento considerável no preço de um item, que tenha uma grande

relevância para a economia, como é o caso do petróleo – seus derivados – e da

energia elétrica; o aumento da emissão de dinheiro pelo Governo para cobrir os

gastos do Estado.

Neste último, como existe um volume excessivo de papel-moeda

circulando no mercado e, não tendo grande criação de riqueza ou aumento de

produção, é exigido maior quantidade de dinheiro para adquirir a mesma

quantidade de produto.

De maneira antagônica, existem períodos, relativamente longos, em que

os preços dos produtos caem de forma contínua, em função do excesso de oferta

de bens e a falta de consumidores, nesta situação temos a chamada deflação

dos preços. Foi o que ocorreu com a grande crise de 1929, onde os EUA

passaram por um período de instabilidade econômica (queda nos preços dos

produtos), devido à grande produção industrial e a diminuição da capacidade de

consumo – muita oferta e pouca procura.

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O que gerou essa realidade foi a diminuição das exportações de produtos

industriais para a Europa, em virtude da reestruturação europeia, após a primeira

guerra mundial.

Diante deste quadro, não só os EUA como o mundo todo sofreram com

as consequências da deflação ocorrida naquele período, pois além de grandes

exportadores, eles também importavam vários produtos de outros países,

desestabilizando várias nações que dependiam destes investimentos.

A situação culminou em muitas consequências indesejáveis como:

falências de inúmeras empresas; desemprego generalizado; falência de bancos

em decorrência das inadimplências e da falta de investidores; enfim, ocorreu um

efeito dominó na economia mundial naquele período.

Pelo exposto, não devemos confundir deflação com inflação negativa. A

inflação negativa acontece quando ocorre uma queda geral de preços, porém

em períodos curtos e esporádicos, não afetando a economia.

Mede-se a inflação por meio de índices que tentam acompanhar a

variação dos preços e o impacto desta na vida da população.

Logo abaixo estão relacionados os principais órgãos especializados no

Brasil que realizam essa medição, com seus respectivos índices. Cada índice

apresenta uma metodologia diferente que será mostrada a seguir:

ÓRGÃO ÍNDICE FINALIDADE SEMELHANÇAS

IBGE -

Instituto

Brasileiro de

Geografia e

Estatística

INPC -

Índice

Nacional de

Preços ao

Consumidor)

Oferece a variação dos preços da cesta de

consumo das populações assalariadas. É

utilizado para negociação de reajustes salariais.

Envolve famílias com renda mensal ente 1 e 5

salários mínimos.

Oferece a variação dos preços no mercado

varejista, referente ao consumo pessoal das

famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40

salários mínimos, qualquer que seja a fonte de

rendimentos. É considerado o índice oficial de

inflação do país.

- Abrangência geográfica: Regiões

Metropolitanas do Rio de Janeiro,

Porto Alegre, Belo Horizonte,

Recife, São Paulo, Belém, Vitória,

Fortaleza, Salvador e Curitiba,

além de Brasília e dos municípios

de Goiânia e Campo Grande.

- Residentes nas áreas urbanas

das regiões.

- Período coletado de 01 a 30 do

mês de referência.

IPCA -

Índice de

Preços ao

Consumidor

Amplo

FGV -

Fundação

Getúlio

Vargas

IGP -

Índice Geral

de Preços

É um indicador macroeconômico que representa

a evolução do nível de preços, é deflator de

valores monetários e indexador de contratos.

Abrange todo o território Nacional,

acompanhando os setores da indústria,

construção civil, agricultura, comércio varejista e

serviços prestados às famílias. Ele possui três

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versões o IGP-10 o IGP-M e IGP-DI, com

períodos de coletas de 11 a 10, 21 a 20 e 1 a 30,

respectivamente.

FIPE -

Fundação

Instituto de

Pesquisas

Econômicas

IPC -

Índice de

Preços ao

Consumidor

Mede a variação de preços de produtos e

serviços definidos por uma Pesquisa de

Orçamentos Familiares (POF), indicando o que

cada família gasta em média e quais itens são de

maior importância. Reflete o custo de vida de

famílias com renda mensal de 1 a 20 salários

mínimos, residentes na cidade de São Paulo. É

utilizado como indexador informal para contratos

da Prefeitura de São Paulo.

A inflação é muito prejudicial para a economia de um país. Essa realidade

reflete mais na população de baixa renda. Um exemplo para compreender a

situação consiste em observar que se a cesta básica passar de R$ 200,00 para

R$ 250,00 (valor hipotético), para uma família que possui uma renda mensal de

R$ 1.000,00, o impacto causado por este aumento será muito maior, do que para

uma família que tenha uma renda mensal de R$ 5.000,00.

Agora vamos para a execução da questão inicialmente proposta.

Para que os estudantes possam efetuar os cálculos sobre taxa percentual,

serão realizadas explicações acerca do assunto (breve revisão), com

exemplificações práticas.

Abaixo estão elencados numa lista, os alimentos que compõem a cesta

básica brasileira, com suas respectivas quantidades e preços médios mensal, do

município de Curitiba/PR. Os dados apresentados foram extraídos da

Metodologia da Cesta Básica Nacional do Departamento Intersindical de

Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE.

Os estudantes realizarão os cálculos apropriados para o preenchimento

dos espaços vazios da lista, baseando-se nos preços médios mensais e nas

quantidades de cada produto, relacionados aos meses de agosto e setembro do

ano de 2014. A utilização da calculadora auxiliará nos cálculos envolvidos.

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Tabela de provisões mínimas estipuladas pelo Decreto Lei nº 399 - DIEESE

Preços médios mensais extraídos do DIEESE – Município de Curitiba/PR

Agosto/2014 Setembro/2014

PRODUTO QUANTIDADE PREÇO por kg

(R$)

Subtotal (R$)

PREÇO por kg

(R$) Subtotal

(R$)

Carne 6,6 kg 17,63 116,36 17,91 118,21

Leite 7,5 l 2,54 2,60

Feijão 4,5kg 3,97 4,01

Arroz 3,0 kg 2,35 2,44

Farinha 1,5 kg 2,13 2,16

Batata 6,0 kg 1,65 1,51

Legumes

(Tomate) 9,0 kg 3,77 2,96

Pão francês 6,0 kg 8,02 8,00

Café em pó 600 g 13,45 13,29

Frutas

(Banana) 7,5 kg 2,53 3,01

Açúcar 3,0 kg 1,73 1,69

Banha/Óleo 1200 g 2,60 2,55

Manteiga 750 g 16,58 16,51

TOTAIS

Na sequência, responder-se-ão às seguintes questões:

a) À qual conclusão você chegou sobre a relação dos gastos totais dos

meses apresentados?

b) Qual é a diferença entre os gastos dos respectivos meses?

c) Expresse essa diferença de gastos por meio de uma porcentagem.

d) E em relação ao percentual encontrado no item anterior, o que se pode

considerar?

e) Qual produto sofreu maior aumento? Expresse este aumento em taxa

percentual.

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f) Qual o produto que sofreu maior diminuição de preço? De quanto foi a

taxa percentual de queda?

A atividade mostra que no mês de agosto foi necessário um valor para

adquirir os produtos relacionados na lista, enquanto que no mês de setembro, o

valor passou a ser menor. Isto demonstra que, para estes meses, ocorreu uma

queda de preço na aquisição da cesta básica, ou seja, houve uma inflação

negativa do valor.

Após a realização das questões acima, serão levantadas discussões que

estimulem os alunos a refletir sobre os aspectos envolvidos na atividade,

relacionando-a com a própria realidade.

Assim, eles serão conduzidos a expor suas conclusões acerca do que

vem a ser a inflação, inflação negativa e deflação, relatando suas causas, suas

consequências, suas implicações diretas em nossas vidas.

Demais, deve-se discorrer sobre a importância de compreender o cálculo

de taxa percentual para indicar um aumento ou a diminuição dos preços e

conscientizá-los para a prática do consumo comedido, evitando os exageros e o

consumo desnecessário, pois assim, além de economizar, estarão contribuindo

para que não incida inflação sobre os produtos.

Esta atividade ocupará o período de dois meses, para então ser realizada

uma nova reflexão.

Decorrido os dois meses, estima-se que o tempo para a nova reflexão

seja de 1hora aula (50minutos).

Seguindo o raciocínio da atividade anterior, será proposto aos estudantes

que façam o controle da inflação dos produtos alimentícios da cesta básica

consumida em suas residências.

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Desta maneira, eles utilizarão uma tabela com os produtos já

relacionados, anotando os preços no 1º mês e, no mês subsequente continuarão

a realizar as anotações dos preços.

Abaixo estão relacionados os produtos que serão consultados e

estudados posteriormente.

Mês 1 Mês 2

PRODUTOS

QUANTIDADE

Preço unitário

(R$)

Subtotal

(R$)

Preço unitário

(R$)

Subtotal

(R$)

Carne

Leite

Feijão

Arroz

Pão Francês

Café em pó

Açúcar

Banha/Óleo

Manteiga

Tomate

Batata

Banana

TOTAL

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3.2.3a. Capitalização – Juros Simples

Neste momento será abordado o conceito de capitalização, como

também a sua natureza (Juros Simples e Juros Compostos).

Estima-se que o desenvolvimento desta atividade ocorrerá em 6 horas

aula (50 minutos cada).

Conteúdos explorados

Juros Simples

Juros Compostos

I. Valor Presente (𝑃)

II. Valor Futuro (𝐹𝑛)

Regra de Três Simples

Objetivos

Reconhecer os tipos de capitalização, identificando qual é a mais

utilizada em operações cotidianas.

Compreender cálculos de juros simples, reconhecendo a sua

aplicação em certas operações financeiras na vida real.

Reconhecer e compreender os juros compostos, como também o

seu processo de cálculo nas várias aplicações financeiras reais.

Determinar o valor Futuro (𝐹𝑛) de uma operação, aplicando-se uma

taxa de juros a um valor Presente (𝑃) por um determinado período

de tempo.

Determinar o valor Presente (𝑃) a partir de um valor Futuro (𝐹𝑛),

tempo e taxa de juros.

Realizar cálculos de Regra de Três Simples para transformação de

períodos de tempo.

Atividade 3

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A capitalização é o processo de aplicação de taxa de juros sobre um

capital, do qual resulta um montante.

Existem vários tipos de capitalização, os mais comuns são: os juros

simples e os juros compostos.

Inicialmente, estudaremos os juros simples.

No regime de juros simples, o cálculo dos juros é realizado uma única vez

sobre o capital principal.

Na vida real, esta capitalização não é muito utilizada nas transações

financeiras.

No entanto, existem algumas aplicações a juros simples que fazem parte

do cotidiano de muitas pessoas, como é o caso de quem utiliza o cheque

especial no mês ou quem atrasa um dia (ou mais) o pagamento da fatura do

cartão de crédito dentro do mês.

A explicação para estas transações consiste no fato do montante

adquirido pelos juros simples ser maior do que o montante dos juros compostos

capitalizados dentro do período inferior a 1 – os dias relativos ao mês, por

exemplo.

Vejamos um exemplo: Um empréstimo de R$ 1.000,00 foi realizado, a

uma taxa de 10% ao mês.

Para comparar as duas capitalizações (simples e composta) em relação

ao tempo, observem os cálculos a seguir.

TEMPO JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS

0,3 de um mês (equivale a

9 dias de 30)

𝑀 = 1000 × [1 + (0,1 × 0,3)] 𝑀 = 𝟏𝟎𝟑𝟎, 𝟎𝟎

𝑀 = 1000 × (1 + 0,1)0,3

𝑀 ≈ 𝟏𝟎𝟐𝟗, 𝟎𝟏

0,5 de um mês (equivale a

15 dias de 30)

𝑀 = 1000 × [1 + (0,1 × 0,5)] 𝑀 = 𝟏𝟎𝟓𝟎, 𝟎𝟎

𝑀 = 1000 × (1 + 0,1)0,5

𝑀 ≈ 𝟏𝟎𝟒𝟖, 𝟖𝟏

0,8 de um mês (equivale a

24 dias de 30)

𝑀 = 1000 × [1 + (0,1 × 0,8)] 𝑀 = 𝟏𝟎𝟖𝟎, 𝟎𝟎

𝑀 = 1000 × (1 + 0,1)0,8

𝑀 = 𝟏𝟎𝟕𝟗, 𝟐𝟑

1 mês 𝑀 = 1000 × [1 + (0,1 × 1)] 𝑀 = 𝟏𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎

𝑀 = 1000 × (1 + 0,1)1

𝑀 = 𝟏𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎

2 meses 𝑀 = 1000 × [1 + (0,1 × 2)] 𝑀 = 𝟏𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎

𝑀 = 1000 × (1 + 0,1)2

𝑀 = 𝟏𝟐𝟏𝟎, 𝟎𝟎

3 meses 𝑀 = 1000 × [1 + (0,1 × 3)] 𝑀 = 𝟏𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎

𝑀 = 1000 × (1 + 0,1)3

𝑀 = 𝟏𝟑𝟑𝟏, 𝟎𝟎

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Através do exposto, verifica-se que os juros simples são maiores que os

compostos quando o período for menor que 1 e, quando for maior do que 1, que

os juros compostos se tornam maior. Observa-se ainda que, quando o período

for igual a 1, ambas as capitalizações serão iguais.

Para que o estudante tenha a compreensão do cálculo de juros simples,

será demonstrado a seguir, por meio de um exemplo prático, a aplicação desta

capitalização.

Exemplo 1:

Em um determinado mês, seu Pedro precisou utilizar o cheque especial

do seu Banco. Os seus saldos devedores começaram a partir do dia 08/jul. Nesta

data, a sua dívida era de R$ 421,08. Decorridos 21 dias em relação a este débito

na referida data, qual foi os juros cobrados, sabendo que a taxa de juros que o

Banco cobra é de 8,9% ao mês.

Cliente: Pedro

Data Histórico Valor (R$) Saldo (R$)

01/jul Compra com cartão 45,33 D 4678,26 C

04/jul Saque no TAA 370,00 D

04/jul Pagto telefone 49,00 D 4259,26 C

05/jul Pagto de Título 993,30 D

05/jul Compra com cartão 113,91 D

05/jul Pagto de Título 579,00 D

05/jul Pagto cartão de crédito 1585,95 D

05/jul Pagto Pedágio 69,54 D 917,56 C

06/jul Cheque Compensado 250,00 D 667,56 C

07/jul Compra com cartão 235,54 D 432,02 C

08/jul Pagto de Título 623,30 D

08/jul Cheque Compensado 210,00 D 401,28 D

10/jul Saque no TAA 100,00 D 501,28 D

12/jul Cheque Compensado 85,39 D 586,67 D

20/jul Pagto IPVA 145,76 D 732,43 D

25/jul Cheque Compensado 54,12 D 786,55 D

28/jul Pagto IPTU 65,38 D

28/jul Saque no TAA 50,00 D 901,93 D

29/jul Recebimento de Proventos 4560,72 C 3658,79 C

30/jul Cobrança de Juros ? ?

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Note que a taxa cobrada está ao mês, enquanto que a dívida (ou dívidas)

ocorre (m) em relação ao dia e, como o tempo e a taxa devem ser expressos na

mesma unidade de tempo, assim, os ajustes devem ser realizados no tempo em

relação à taxa.

Neste sentido, inicialmente, deve-se descobrir a que fração do mês 21

dias corresponde, realizando a aplicação da regra de três simples.

Dedução Resolução

30 𝑑𝑖𝑎𝑠 ↔ 1 𝑚ê𝑠21 𝑑𝑖𝑎𝑠 ↔ 𝑥 𝑚ê𝑠

30

21=

1

𝑥 → 𝑥 =

1×21

30 → 𝑥 = 0,7

𝐷𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎, 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑙𝑢𝑖-𝑠𝑒 𝑞𝑢𝑒 21 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑚 𝑎 0,7 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑚ê𝑠.

Conhecendo a fração dos dias relativo ao mês, determinam-se os juros

da dívida cobrados pelo Banco em relação a 21 dias de atraso, através da

fórmula de juros simples descrita a seguir:

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑱 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝑪 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝒊 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝒏 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

Desenvolvimento do exemplo:

Dados coletados Resolução

𝐽 = ? 𝐽 = 401,28 × 0,089 × 0,7

𝐶 = 401,28 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎) 𝐽 = 24,9997 ≈ 25,00 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

𝑖 = 8,9% =8,9

100= 0,089 (𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑐𝑖𝑚𝑎𝑙)

𝑛 = 21 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 0,7 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑚ê𝑠

𝑃𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜, 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑜𝑟𝑎𝑚 𝑑𝑒 𝑅$ 25,00 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒.

𝑱 = 𝑪 × 𝒊 × 𝒏

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Na sequência, um exemplo que mostra o cálculo em regime a juros

simples, quando se trata em determinar o montante final.

Exemplo 2:

Uma pessoa atrasou por seis dias a fatura do seu cartão de crédito. Sua

dívida era de R$ 1.200,00. Sabendo que a taxa de juros cobrada pela operadora

era de 9,5% a.m., determine o montante que será pago após este atraso.

Para ser calculado o montante da dívida, é comum que se pense em

determinar primeiramente os juros e após, obter o montante através da soma da

dívida (valor principal ou inicial) com os juros cobrados.

Este raciocínio é sintetizado através da expressão algébrica a seguir

deduzida:

𝐽 = 𝐶 × 𝑖 × 𝑛 ⇒ 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝑀 = 𝐶 + 𝐽 ⇒ 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑀 = 𝐶 + (𝐶 × 𝑖 × 𝑛) ⇒ 𝑗𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑓ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎

𝐶𝑜𝑙𝑜𝑐𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑒𝑣𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐶, 𝑡𝑒𝑚-𝑠𝑒:

𝑀 = 𝐶 + (1 + 𝑖 × 𝑛), 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑚:

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑴 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

𝑪 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝒊 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝒏 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜)

Agora, voltando ao exemplo, o cálculo do montante a ser pago será

realizado através da fórmula deduzida acima, veja:

𝑴 = 𝑪 × [𝟏 + (𝒊 × 𝒏)]

𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑗𝑢𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

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Dados Resolução

𝑀 = ? 𝑀 = 1200 × [1 + (0,095 × 0,2)]

𝐶 = 1200,00 (𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎) 𝑀 = 1200 × [1 + 0,019]

𝑖 = 9,5% = 9,5

100= 0,095 𝑀 = 1200 × 1,019

𝑛 = 6 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 6

30= 0,2 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑚ê𝑠 𝑀 = 1222,80

𝐴𝑠𝑠𝑖𝑚, 𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑝𝑎𝑔𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑟á 𝑑𝑒 𝑅$ 1.222,80.

𝑂𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑜𝑟𝑎𝑚 𝑑𝑒 𝑅$ 22,80.

Com o propósito de desenvolver o que foi abordado, sugere-se aos

estudantes que resolvam individualmente os problemas da questão a seguir. A

utilização da calculadora será imprescindível para cálculos praticados.

Baseado no exemplo 1 (página 22), qual o valor total de juros

recebidos pelo Banco na data 30/jul, sobre os débitos ocorridos desde o dia 08/jul

até o dia 28/jul? Determine o montante pago ao banco e o saldo apresentado no

dia 30/jul.?

Uma pessoa pagou com atraso de 3 dias a fatura do financiamento

de seu veículo. O Banco cobra uma taxa de 1% ao mês mais uma multa de

R$ 19,95 em caso de atraso. Sendo o valor da fatura de R$ 997,50, qual o

Questão 1

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montante a ser pago ao Banco, considerando o atraso?

. Foi realizada uma aplicação de R$ 6.000,00. Após 4 meses e 15

dias, o montante dessa aplicação a juros simples será resgatado. Calcule o valor

de resgate, considerando uma taxa de 10,28% a.a.

Um empréstimo foi realizado pela capitalização a juros simples,

produzindo um montante de R$ 3.000,00, em 4 anos, a uma taxa de 5,2% a.a.

Calcule o valor do empréstimo?

3.2.3b. Capitalização – Juros Compostos

A capitalização a juros compostos se baseia através da aplicação de juros

a um capital principal, de forma que os juros gerados a cada período,

eventualmente variável, são incorporados a este capital para o recálculo dos

juros do período seguinte.

A maioria das operações financeiras no mundo real está relacionada a

juros compostos, por se tratar de capitalização de maior rentabilidade quando o

período for superior a 1. Estão incluídas, entre outros: aplicação em caderneta

de poupança, financiamento de imóvel ou veículo, empréstimos bancários,

operações com cartão de crédito e compras a prazo.

Cabe ressaltar que compreender cálculos de matemática financeira

significa entender o deslocamento de quantias no tempo, ou seja, entender a

relação existente entre um valor em certo momento e o que ele representará

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(ou representou) em outro instante, após (ou antes) de incidência de juros,

descontos, acréscimos, etc.

Desta forma, dar-se-á prosseguimento ao estudo aplicando os conceitos

de valor Presente (𝑃)e de valor Futuro (𝐹𝑛).

O valor Futuro (𝐹𝑛) relativo a um montante (𝑃) corresponde ao valor que

se obteria investindo (𝑃) a uma taxa de juros 𝑖 por 𝑛 períodos de tempo. Neste

contexto, (𝑃) é dito valor Presente.

O valor Presente também é chamado valor Principal ou de Origem.

O valor Futuro é também denominado Montante (𝑀), valor de Resgate ou

valor Final.

Para demonstrar a relação entre o valor Presente (𝑃) e Futuro (𝐹𝑛),

seguir-se-á um exemplo, determinando o valor Futuro (𝐹𝑛) a partir do valor

Presente (𝑃).

Exemplo 1:

Você pega de um amigo R$ 1.000,00 emprestados para ser pago daqui a

3 meses. Suponha que neste período a moeda se desvalorize a 2,5% ao mês,

sendo o regime de capitalização a juros compostos. Quanto você deverá pagar

ao final do período combinado para manter o mesmo valor do dinheiro?

Dados

𝑃 = 1000 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 / 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 )

𝑖 = 2,5% 𝑎. 𝑚. = 0,025

𝑛 = 3 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

𝐹𝑛 =? (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 / 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 )

Resolução

𝑀é𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑑𝑖çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 − 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

𝟏º 𝒎ê𝒔 − 𝐹1 = 1000 × [1 + (0,025 × 1)] = 1000 × (1 + 0,025) = 1000 × 1,025 = 1025

𝟐º 𝒎ê𝒔 − 𝐹2 = 1025 × (1 + 0,025) = 1025 × 1,025 ≈ 1050,63

𝟑º 𝒎ê𝒔 − 𝐹3 = 1050,63 × (1 + 0,025) = 1050,63 × 1,025 ≈ 1076,90

𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑣𝑜𝑐ê 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟á 𝑎 𝑠𝑒𝑢 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑅$ 1.076,90 𝑎𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 3º 𝑚ê𝑠.

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Matematicamente falando e, de forma direta, o que ocorreu foi:

𝐹1 = 1000 × (1 + 0,025)1 = 1000 × 1,025 = 1025

𝐹2 = 1000 × (1 + 0,025) × (1 + 0,025) = 1000 × (1,025)2 ≈ 1050,63

𝐹3 = 1000 × (1 + 0,025) × (1 + 0,025) × (1 + 0,025) = 1000 × (1,025)3 ≈ 1076,90

Portanto, a solução da equação 𝐹3 = 1000 × (1 + 0,025)3 apresenta

diretamente o resultado desejado.

A partir do exemplo acima, percebe-se que para deslocar um valor

presente para o futuro, multiplica-se o valor Presente (𝑃) por (1 + 𝑖)𝑛 .

Cabe ressaltar, que a taxa (𝑖) e o período (n) devem estar na mesma

unidade de tempo.

Em geral, a fórmula algébrica utilizada para cálculos de valor Futuro (𝐹𝑛)

a juros compostos é:

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑭𝒏 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜

𝑷 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒

𝒊 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝒏 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

Resolvendo o problema pela fórmula:

𝐹𝑛 = 𝑃 × (1 + 𝑖)𝑛

𝐹3 = 1000 × (1 + 0,025)3

𝐹3 = 1000 × (1,025)3

𝐹3 = 1000 × 1,0768906

𝐹3 ≈ 1076,90

Em suma, o resultado do problema é calculado de forma bem simples e

direta pela aplicação da fórmula.

O próximo exemplo ilustrará de forma clara como descobrir ao valor

Presente (𝑃) partindo de um valor Futuro (𝐹𝑛).

𝑭𝒏 = 𝑷 × (𝟏 + 𝒊)𝒏

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Exemplo 2:

Você está devendo à operadora de cartão de crédito há 5 meses. Nenhum

pagamento foi efetuado até então, logo a dívida hoje está em R$ 1.587,00. Se a

taxa cobrada foi de 8% ao mês, qual o valor que deu origem a sua dívida?

Dados:

𝐹𝑛 = 1587 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑎𝑝ó𝑠 5 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠)

𝑖 = 8% 𝑎. 𝑚. = 0,08 (𝑒𝑥𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑛𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑑𝑒𝑐𝑖𝑚𝑎𝑙)

𝑛 = 5 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

𝑃 =? (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎)

Resolução:

A partir da fórmula do valor Futuro, 𝑭𝒏 = 𝑷 × (𝟏 + 𝒊)𝒏, obtém-se a fórmula do valor Presente,

isolando P, observe:

𝑷 =𝑭𝒏

(𝟏 + 𝒏)𝒏

𝑃 =1587

(1 + 0,08)5

𝑃 =1587

(1,08)5

𝑃 =1587

1,469328

𝑃 = 1080,09

𝑂 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑅$ 1.080,09 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜, 𝑓𝑜𝑖 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑛𝑜𝑢 𝑎 𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎.

Partindo deste exemplo, pode-se inferir que para deslocar o valor Futuro

(𝐹𝑛) para o Presente (𝑃), divide-se o valor Futuro (𝐹𝑛) por (1 + 𝑖)𝑛.

Em geral, a fórmula que calcula o valor Presente (𝑃) dado o valor Futuro

(𝐹𝑛) é expressa por:

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑷 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒

𝑭𝒏 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜

𝒊 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝒏 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

𝑷 =𝑭𝒏

(𝟏 + 𝒊)𝒏

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Para exercitar o que foi estudado sobre capitalização a juros compostos,

propõe-se que os estudantes resolvam individualmente os problemas da questão

a seguir.

A utilização da calculadora será imprescindível para os cálculos.

Ao visitar sua agência, o gerente lhe informa que as aplicações com

prazo de 18 meses são remuneradas a 0,9% ao mês. Seu saldo disponível para

aplicação é de R$ 1.000,00. Você decidiu fazer a operação. Calcule o valor a ser

resgatado ao final do período.

Uma calculadora científica custa R$ 240,00 à vista. Ela pode ser

paga em 30 ou 60 dias. Considerando a taxa de juros de 5% ao mês, determine

o valor a ser pago em cada um dos prazos.

Você precisará de R$ 10.000,00 daqui a 24 meses para realizar uma

viagem. Quanto é preciso aplicar hoje em um fundo de renda fixa, para resgatar

essa quantia, à taxa de juros de 0,86% ao mês?

Sua dívida com uma financeira atualmente está em R$ 24.311,39.

Se ela foi contraída há 4 trimestres, qual o valor original devido, considerando os

juros cobrados de 1,2% a.m.?

(ENEM-2011) Um jovem investidor precisa escolher qual

investimento lhe trará maior retorno financeiro em uma aplicação de R$ 500,00.

Para isso, pesquisa o rendimento e o imposto a ser pago em dois investimentos:

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poupança e CDB (Certificado de Depósito Bancário). As informações obtidas

estão resumidas no quadro:

Rendimento mensal % IR (Imposto de Renda)

POUPANÇA 0,560 ISENTO

CDB 0,876 4% (sobre o gasto)

a poupança, pois totalizará um montante de R$ 502,80.

a poupança, pois totalizará um montante de R$ 500,56.

o CDB, pois totalizará um montante de R$ 504,38.

o CDB, pois totalizará um montante de R$ 504,21.

o CDB, pois totalizará um montante de R$ 500,87.

Após a realização do problema anterior e, baseado no mesmo, será

proposto aos estudantes que realizem pesquisas atuais a respeito das taxas de

investimentos que o mercado financeiro disponibiliza, para que possam analisar,

dentro de uma situação hipotética, qual a melhor opção de investimento no

momento, considerando a questão da cobrança do IR (Imposto de Renda) a

determinados tipos de investimentos.

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3.2.4. Jogo: Trilha da Economia

Para complementar o estudo realizado sobre capitalização a juros simples

e compostos, os alunos serão encaminhados ao laboratório de informática para

a realização de uma atividade lúdica envolvendo a aplicação destas

capitalizações.

A duração desta atividade está prevista para 5 horas aula (50 minutos

cada).

Esta atividade encontra-se disponível em:

<http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/fabrica_virtual/Jogo_matematica

_financeira/objeto/index.html>. Acesso em: 20 nov. 2014. A mesma foi

desenvolvida por professores da UNIJUÍ (Universidade Regional do Noroeste do

Estado do Rio Grande do Sul).

Trata-se de um aplicativo - Jogo: Trilha da Economia – que primeiramente

faz uma explanação do conceito de juros compostos de forma bem acessível,

propondo uma atividade para cálculos dos juros mês a mês, para logo após

introduzir a fórmula que calcula de modo prático esta capitalização.

Faz um comparativo entres os juros simples e compostos de maneira a

elucidar suas diferenças.

Após toda explanação, inicia-se o jogo sendo disputado entre dois

estudantes, no qual cada jogador receberá inicialmente um capital equivalente a

R$ 30.000,00, onde conforme forem percorrendo a trilha, encontrarão problemas

referentes a juros compostos que deverão ser solucionados, sendo que a cada

resposta correta o aluno receberá uma quantia de R$ 1.000,00 e em caso de

erros perderá R$ 2.000,00. Vence o aluno que chegar ao final com o maior

montante.

Esta atividade será realizada em dupla. As resoluções dos problemas, no

teor da atividade, deverão ser registradas no caderno, para que posteriormente

Atividade 4

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33

sejam discutidas e avaliadas. Os estudantes poderão utilizar a calculadora como

auxílio e a planilha eletrônica para cálculos de potências muito elevadas, caso

juguem necessário.

Fonte: http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/fabrica_virtual/Jogo_matematica_financeira/objeto/index.html

Fonte: http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/fabrica_virtual/Jogo_matematica_financeira/objeto/index.html

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Fonte: http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/fabrica_virtual/Jogo_matematica_financeira/objeto/index.html

A função funciona como um dado, determinando quantas casas

que cada jogador deverá avançar.

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3.2.5. Taxa de Juros

Esta atividade tem por objetivo trabalhar o cálculo da taxa de juros

aplicada a um capital.

A estimativa para o desenvolvimento desta atividade será de 3 horas aula

(50 minutos cada).

Conteúdo explorado

Taxa de juros

Objetivo

Desenvolver o cálculo da taxa de juros que incide sobre o valor

presente gerando um valor futuro num determinado período de

tempo

Os juros se referem ao valor que se paga ou que se recebe nas relações

financeiras. Por exemplo, nas compras a prazo ou financiamentos de qualquer

espécie, como também na remuneração quando se aplica o dinheiro em

investimentos.

Ele é entendido como uma espécie de aluguel que se cobra pelo

empréstimo do dinheiro imediato, é uma compensação que se paga para quem

empresta uma quantia monetária pelo tempo que essa pessoa (jurídica ou física)

ficará sem utilizar o respectivo dinheiro.

Para calcular a taxa aplicada sobre um valor, pode-se utilizar a fórmula do

valor Futuro (𝐹𝑛) (juros compostos), anteriormente estudado.

Neste sentido, basta isolar a incógnita 𝑖 que representa a taxa de juros,

porém é necessário conhecer os valores Presente (𝑃) e Futuro (𝐹𝑛), assim como

o período de tempo considerado.

Atividade 5

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A seguir, apresenta-se a dedução algébrica da fórmula de juros

compostos para o cálculo da taxa 𝑖.

𝐹𝑛 = 𝑃 × (1 + 𝑖)𝑛

𝐹𝑛

𝑃= (1 + 𝑖)𝑛

(𝐹𝑛

𝑃)

1𝑛

= [(1 + 𝑖)𝑛]1𝑛

(𝐹𝑛

𝑃)

1𝑛

= 1 + 𝑖

𝒊 = (𝑭𝒏

𝑷)

𝟏𝒏

− 𝟏

Esta fórmula sempre será utilizada, toda vez que se queira descobrir a

taxa de juros Vejamos um exemplo para ilustrar:

Exemplo:

Você tem R$ 1.000,00 hoje disponíveis para aplicar. No entanto, uma

viagem está em seus planos para daqui a 5 meses e ela custa R$ 1.610,51.

Sendo o regime de capitalização a juros compostos, a que taxa seu dinheiro

deve ser aplicado para que o montante da viagem seja adquirido?

Dados: Resolução:

𝑖 =? 𝑖 = (𝐹𝑛

𝑃)

1

𝑛− 1

𝐹𝑛 = 1610,51 𝑖 = (1610,51

1000)

1

5− 1

𝑃 = 1000 𝑖 = (1,61051)1

5 − 1

𝑛 = 5 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑖 = 1,10 − 1

𝑖 = 0,10

O valor encontrado (0,10) corresponde ao valor da taxa de juros na sua forma

decimal. Para transformá-lo em porcentagem, basta multiplicá-lo por cem, veja:

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𝑖 = 0,10 × 100

𝑖 = 10%

Assim, a taxa de juros paga por esta aplicação é de 10% a.m.

A seguir, serão apresentados problemas sobre taxa de juros para que os

estudantes possam realizar os cálculos pertinentes.

É conveniente a utilização da calculadora científica para os cálculos

envolvidos, principalmente os cálculos de potências muito elevadas e potências

fracionárias.

Neste sentido, os estudantes serão encaminhados ao laboratório de

informática para a utilização da calculadora científica instalada nos

computadores.

Fonte: print screen da calculadora científica do sistema operacional Windows 8

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Calcule a taxa mensal de uma aplicação feita em um CDB (Certificado

de Depósito Bancário) no valor de R$ 10.000,00, para que após 12 meses seja

produzido um valor de resgate de R$ 10.990,29.

No final do ano passado você aplicou seu 13º salário no valor total de

R$ 2.500,00 em um fundo de ações. Após um ano, você resolve fazer o resgate

e verifica que o valor total disponível é de R$ 3.174,39. Qual a taxa média mensal

de rendimento apurada nessa operação?

Uma pessoa deixou de pagar a fatura do cartão de crédito no valor de

R$ 540,00. Após um ano e meio a administradora informou-lhe que o saldo

devido era de R$ 2.948,77, sem considerar multa e outros encargos. Calcule a

taxa mensal de juros cobrada pelo atraso nesse período?

Um colega lhe paga hoje R$ 12.196,76 por um empréstimo concedido

há dois anos. Se o valor emprestado foi de R$ 6.000,00, considerando a

capitalização composta de juros, calcule a taxa média dessa aplicação.

Problemas

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3.2.6. Aumentos e Descontos Sucessivos

É hodiernamente comum deparar-se com aumentos sucessivos em

salários, nos preços de produtos e serviços, ou ainda descontos sucessivos em

faturas e até mesmo em preços de mercadorias.

Seguramente é importante que se tenha o domínio destes cálculos, afim

de não sair no prejuízo quando se depara com tais situações, como também para

verificar se realmente o que é informado está sendo aplicado.

Partindo destas ideias, explorar-se-á no exemplo a seguir o mecanismo

de aumentos sucessivos de preços em um cenário de inflação.

O tempo estimado para o desenvolvimento desta atividade, será de 5

horas aula (50 minutos cada).

Exemplo 1:

Em função da elevação da taxa de inflação semanal, um comerciante

obrigou-se a aumentar os preços de suas mercadorias em 8%, visando à

redução de prejuízos. Na semana seguinte em decorrência de outra alta no

índice inflacionário, necessitou aumentar novamente o preço das mercadorias

em 12%. Diante da situação, responda as questões:

a) Qual foi a taxa (equivalente) única de aumento?

b) Uma mercadoria que custava R$ 25,00 antes do primeiro aumento,

passou a custar quanto após o segundo?

Observação: O valor original a ser reajustado corresponde a 100% que, na situação, sofre, em

uma primeira etapa, um reajuste de 8%, correspondente a 108% do valor original, assim, 108

100=

1,08 (fator de capitalização). Numa segunda etapa, este valor intermediário será reajustado em

12%. Sendo este valor intermediário um inteiro, ou seja, 100%, pelo raciocínio anterior, o valor

vidade 6

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final corresponderá a 100% + 12% = 112%, ou seja, 112

100= 1,12 (fator de capitalização), logo

temos:

Dados:

1º aumento: 1,08 (fator de capitalização sobre o valor original)

2º aumento: 1,12 (fator de capitalização sobre o valor intermediário, obtido do primeiro aumento)

Valor inicial do produto = R$ 25,00

Resolução item a Resolução item b

A taxa equivalente única, que se

refere ao aumento percentual efetivo, é dado

pelo produto dos fatores de capitalização

vistos acima.

1,08 × 1,12 = 1,2096

Em continuidade, o inteiro (unidade)

apresentado juntamente ao resultado,

representa a totalidade, ou seja, 100%, como

visto acima. Assim, extraindo esta unidade,

através da subtração de 1,2096 por 1, será

obtido 0,2096, o que corresponde a 20,96%.

1,2096 − 1 = 0,2096 = 20,96%

Portanto, o aumento percentual

efetivo aplicado equivale a 20,96%.

Para atualizar o preço da mercadoria

em relação aos aumentos, será realizado o

produto da taxa única de aumento (aumento

efetivo), encontrada no item a, pelo valor

inicial da mercadoria, observe:

Lembre-se: 100% + 20,96% = 120,96%

120,96

100= 𝟏, 𝟐𝟎𝟗𝟔 → 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒

𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜.

Cálculo:

25 × 1,2096 = 30,24

Desta forma, o preço da mercadoria

após os aumentos sucessivos é de R$ 30,24.

Para uma situação como esta, é muito comum as pessoas somarem os

aumentos percentuais consecutivos para chegar a um único aumento, ou seja,

efetuam o cálculo da soma entre 8% e 12%, relatando um aumento único de

20% sobre o valor de R$ 25,00, o que traduz uma situação que não corresponde

efetivamente aos fatos.

Como incide juros sobre juros sobre um valor, a maneira correta de

calcular os juros efetivos seria descobrir primeiro o aumento percentual em

relação ao valor inicial e após, aplicar o segundo aumento percentual sobre o

novo valor.

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Do mesmo modo acontece com os descontos sucessivos, ou seja, deve-

se realizar o primeiro desconto percentual sobre o valor inicial e, sobre o

resultado, aplicar o segundo desconto. E assim sucessivamente, acontece com

os demais descontos ou aumentos sequencias que venham ocorrer.

A simples soma dos juros cobrados no período, é chamada taxa nominal.

Conforme visto no exemplo acima, esta taxa nominal não corresponde

efetivamente aos fatos, isto é, à taxa realmente cobradas.

A taxa que em realidade é cobrada é dita taxa efetiva.

Exemplo 2:

A loja BOMPRA realizou a queima de estoque de seus aparelhos

eletrônicos, determinando um desconto promocional de 30% sobre as vendas.

Uma pessoa se interessou em comprar um aparelho de som. A loja, com o intuito

de realizar a venda, lhe oferece um desconto ainda maior de 15% sobre a

dedução promocional, caso realizasse a compra à vista. O valor anunciado deste

aparelho, sem os descontos, era de R$ 850,00. Determine o que se pede:

a) Qual será a taxa única de desconto que de fato será aplicada ao

produto, caso o cliente realize a compra à vista?

b) O valor final da mercadoria com os descontos recebidos?

Observação: O valor total que sofrerá o desconto corresponde a 100%. Desta forma, incidindo

o desconto de 30% em relação a 100% temos, 100% menos 30% correspondendo a 70% em

relação ao valor inicial. De maneira análoga acontece para o desconto de 15% em relação a

100%, correspondendo a 85%, sendo este o percentual a ser aplicado ao valor intermediário,

obtido após o primeiro desconto. Assim, se tem:

Dados:

1º desconto equivale: 70% = 70/100 = 0,70 (fator de descapitalização sobre o valor inicial)

2º desconto equivale: 85% = 85/100 = 0,85 (fator de descapitalização sobre o valor

intermediário)

Valor anunciado = R$ 850,00

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Resolução item a Resolução item b

O cálculo da taxa única de desconto,

se realizado através do produto entre os

fatores de descapitalização, vistos acima,

veja:

0,70 × 0,85 = 0,5950

Desta maneira, o resultado

encontrado corresponde à taxa de desconto

efetivo (única) que se deve aplicar ao valor

inicial para obter o valor final correspondente.

Assim, conclui-se que 0,5950

equivale a 59,50% de desconto efetivo em

relação aos descontos sucessivos aplicados.

Para calcular o preço final do

aparelho de som, será realizado o produto do

preço atual da mercadoria pela taxa única de

desconto determinada no item a, observe:

𝑇𝑎𝑥𝑎 = 59,50% =59,50

100= 0,5950 → 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒

𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜.

Cálculo:

850 × 0,5950 = 505,75

Deste modo, o resultado obtido,

R$ 505,75, representa o valor do aparelho de

som, caso o cliente compre-o à vista.

Observa-se que o desconto real ou efetivo que está sendo aplicado é de

59,50% e não 30+15=45 por cento, que erroneamente muitos acreditariam ser o

praticado na situação.

Na sequência, outro exemplo ilustrará qual a taxa que deve ser aplicada

sobre um valor que, após ter sofrido um desconto percentual, volte ao seu valor

original.

Exemplo 3:

Findada a promoção, a loja BOMPRA retornou os preços originais dos

produtos que ainda restaram. Qual a taxa utilizada para que os produtos voltem

ao seu preço original?

Primeiramente, será calculado o desconto aplicado pela promoção. Para isso,

considere uma mercadoria que custe R$ 120,00 e a ele seja aplicado o desconto de

30%, logo, a porcentagem que representa o que será pago da mercadoria deverá ser:

100% − 30% = 70% =70

100= 𝟎, 𝟕𝟎

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Resolução:

120 × 0,70 = 84 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

O valor desta mercadoria passaria custar R$ 84,00 com a promoção.

Assim, para retornar ao preço antigo de 120 reais, deve-se acrescentar a 84 o

valor de 36 reais. Ora, 36 corresponde a 42,86% de 84, porquanto:

36

84= 0,4286

Deste modo, 42,86% representa a taxa a ser utilizada para que o produto volte

ao seu preço original, após o desconto promocional.

Para verificar, é suficiente efetuar o cálculo e assim obter o preço original:

𝑳𝒆𝒎𝒃𝒓𝒆-𝒔𝒆: 42,86% + 100% = 142,86% =142,86

100= 1,4286

Resolução:

84 × 1,4286 = 120 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

Observe que o valor encontrado corresponde ao valor original.

Agora, propõem-se aos estudantes os problemas a seguir para a prática

deste assunto. Os problemas devem ser resolvidos individualmente com o

auxílio da calculadora.

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Em três meses consecutivos, um fundo de renda fixa rendeu,

respectivamente, 1,1%, 1,3% e 1,0%. Sendo o capital aplicado no início do

primeiro mês de R$ 12.000,00, pede-se:

a) A taxa de rentabilidade acumulada ao final do trimestre.

b) O montante ao final.

Suponhamos que você seja um lojista e compra um produto por

R$ 60,00 colocando-o à venda com 30% a mais sobre o preço de custo. Passado

algum tempo, você anuncia este mesmo produto com 10% de desconto para

pagamento à vista. Calcule o que se pede:

a) Qual é o preço do produto para pagamento à vista?

b) Qual é a taxa que está sendo aplicada no lucro da venda à vista deste

produto.

Segundo o Jornal do Sindicato dos Comerciários de Curitiba e Região

Metropolitana, os trabalhadores no comércio conseguiram reajuste acima da

inflação em 2014, o que corresponde a recomposição da mesma mais um ganho

real. Disponível em: <http://www.sindicom.org/site/noticias/folha1654.asp>.

Acesso em: 28 nov. 2014. Segundo a notícia, a categoria das concessionárias –

que teve a melhor negociação – obteve um aumento de 5,90% referente a

inflação mais um aumento real de 1,40%. Baseado nos dados, determine:

a) Qual é a taxa real de aumento incidido?

b) Suponhamos que um trabalhador dessa mesma categoria receba um

salário de R$ 2.500,00. Quanto receberá após o aumento?

Problemas

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O preço do tomate sofreu dois aumentos consecutivos no primeiro

semestre de 2014, segundo dados do DIEESE. Disponível em:

<http://jboss.dieese.org.br/cesta/>. Acesso em: 28 nov. 2014. Os aumentos

foram de 8,95% (janeiro a fevereiro) e 90% (fevereiro a março). Qual foi o

aumento acumulado nesse período? O preço do tomate em janeiro era de R$

2,57, qual será o seu preço em março?

Também baseado nos dados do DIEESE, o feijão sofreu três

decréscimos seguidos entre maio e agosto de 2014. Os descontos formam:

4,73%, 4,49% e 1,73%. Determine qual foi o desconto único aplicado e quanto

passou a custar o feijão, sabendo que seu preço em maio era de R$ 4,44.

(ENEM – 2013) Para aumentar as vendas no início do ano, uma loja

de departamentos remarcou os preços de seus produtos 20% abaixo do preço

original. Quando chegam ao caixa, os clientes que possuem o cartão fidelidade

da loja têm direito a um desconto adicional de 10% sobre o valor total de suas

compras.

Um cliente deseja comprar um produto que custava R$ 50,00 antes da

remarcação de preços. Ele não possui o cartão fidelidade da loja.

Caso esse cliente possuísse o cartão fidelidade da loja, a economia

adicional que obteria ao efetuar a compra, em reais, seria de:

15,00.

14,00.

10,00.

5,00.

4,00.

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A depreciação média dos carros entre dezembro de 2012 e dezembro

de 2013 foi de 14,2%, segundo informa o site da revista exame - publicado em

07/02/14. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/veja-

a-lista-completa-de-depreciacao-dos-carros-em-2013>. Acesso em: 25 nov.

2014. Considerando essa mesma depreciação também para 2014 e, sendo um

carro zero quilômetro comprado naquela época pelo valor de R$ 35.000,00,

determine as questões a seguir:

a) Quanto valerá o carro ao final de 2014, ou seja, após dois anos de

uso?

b) Qual é a taxa de depreciação acumulada neste intervalo de tempo?

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3.2.7. Sistema de Amortização

Este assunto é muito significativo na vida das pessoas, uma vez que trata

de questões ligadas à aquisição de bens patrimoniais como, entre outros,

imóveis e veículos.

Muitas famílias recorrem a financiamentos para adquirir a casa própria,

entre outras razões, por não dispor de recursos financeiros integrais no ato da

compra.

Neste sentido, quando o financiamento é inevitável, é preciso que os

sistemas de amortização sejam bem compreendidos, como também seus

mecanismos de cálculos, para que se tenha condições de decidir racionalmente

sobre qual a melhor opção a ser contratada, verificando o mais vantajoso,

buscando optar por aquele que gera menos ônus.

As instituições financeiras e o comércio oferecem várias opções de

financiamentos, sendo as mais recorrentes o Sistema de Amortização Constante

(SAC) e o Sistema de amortização francês (Price), os quais serão objeto de

estudo desta atividade.

O sistema de amortização consiste no processo de quitação de uma

dívida através de pagamentos periódicos, envolvendo, o abatimento da dívida, a

incidência de juros e as prestações.

A amortização representa o pagamento da dívida, ou seja, a devolução

do capital emprestado, por meio de parcelas pagas periodicamente.

Os juros são a cobrança paga pela dívida adquirida, sendo calculados

sobre o saldo devedor ainda restante.

Cabe ressaltar que a maioria dos contratos de financiamentos imobiliários

de longo prazo estabelece um índice como fator de correção monetária referente

aos juros.

Atividade 7

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Por sua vez, as prestações são formadas por dois componentes: a

amortização e os juros. Elas são pagas periodicamente até a finalização do

empréstimo realizado.

Importante ressaltar, que o desenvolvimento desta atividade será

realizado no laboratório de informática, por meio da utilização de planilha

eletrônica do BrOffice.

Estima-se que o desenvolvimento desta atividade tomará 8 horas aula (50

minutos cada).

Conteúdos explorados

Sistema de Amortização Constante (SAC)

Sistema de amortização francês (Price)

Objetivos

Conhecer os modelos mais praticados de sistemas de amortização

de dívidas (empréstimos) no mercado atual.

Compreender os fundamentos dos principais sistemas de

amortização, identificando as vantagens e desvantagens para o

comprador.

Este sistema é muito utilizado para financiamentos imobiliários. Nele o

pagamento da dívida é realizado através de parcelas de amortizações

constantes (parcelas iguais), sendo as prestações e os juros decrescentes.

As parcelas das amortizações são obtidas através da divisão do saldo

devedor inicial pelo número de prestações, igual ao número de períodos,

envolvido no financiamento.

Desta forma, estabelece-se a seguinte equação algébrica:

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𝟏ª 𝑬𝒒𝒖𝒂çã𝒐

→ 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑨𝒏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜

𝑺𝑫𝟎 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜)

𝒏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜𝑠

Por sua vez, os juros de cada período são calculados com base no saldo

devedor anterior remanescente.

O valor de cada prestação é obtido pela soma do valor amortizado e dos

juros calculados em cada período.

Disto decorrem as duas seguintes equações algébricas:

𝟐ª 𝑬𝒒𝒖𝒂çã𝒐

→ 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟

𝟑ª 𝑬𝒒𝒖𝒂çã𝒐

→ 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑱𝒏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜𝑠 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠

𝑺𝑫𝒏−𝟏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟

𝒊 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝑷𝒏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑝𝑎𝑔𝑎

𝑨𝒏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒 𝑎𝑏𝑎𝑡𝑖𝑑𝑎

𝑨𝒏 = 𝑺𝑫𝟎 ÷ 𝒏

𝒏

𝑱𝒏 = 𝑺𝑫𝒏−𝟏 × 𝒊

𝑷𝒏 = 𝑨𝒏 + 𝑱𝒏

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Para que se compreenda como funciona o processo de cálculo pelo

sistema SAC, seguir-se-á um exemplo explicativo, detalhado passo a passo.

No desenvolvimento da solução será usada a planilha eletrônica do

BrOffice.

Importante notar que na exposição abaixo está elaborado um

procedimento para a implementação da planilha eletrônica do BrOffice.

Exemplo 1:

Necessitando de recursos financeiros para uma pequena reforma de seu

estabelecimento comercial, dona Elisa precisa realizar um financiamento no

valor de R$ 30.000,00 e quer pagá-lo em 5 prestações mensais. Assim, procura

um determinado banco estatal para simular o empréstimo, onde o mesmo lhe

oferece pelo sistema SAC. Os pagamentos das prestações serão efetuados no

final de cada período. Sendo a taxa de juros de 2,94% ao mês, quanto será pago

ao banco, após o término do período?

Primeiramente, os cálculos serão efetuados somente com o auxílio da

calculadora, baseando-se nas fórmulas já estudadas. Todos os dados obtidos

serão inseridos em uma tabela simples para exemplificar.

Posteriormente, o mesmo exemplo será executado em uma planilha

eletrônica, na qual serão mostrados os detalhes dos cálculos envolvidos.

Para dar início, o primeiro passo será determinar o valor das parcelas de

amortização, utilizando a 1ª fórmula.

Dados: Resolução

𝐴𝑛 = ? (𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑝) 𝐴𝑛 = 𝑆𝐷0 ÷ 𝑛

𝑆𝐷0 = 30000 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜) 𝐴 = 30000 ÷ 5

𝑛 = 5 (ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜) 𝐴 = 6000 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠

Assim, as amortizações mensais serão fixas e iguais à R$ 6.000,00.

Conhecida as amortizações, o valor do saldo devedor em cada período

pode ser calculado por uma simples subtração. Por exemplo: no início

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(𝑆𝐷0 – período 0) o saldo devedor era de R$ 30.000,00. No período 1, R$

6.000,00 foram amortizados (R$ 30.000,00 – R$ 6.000,00), passando a R$

24.000,00 o saldo devedor. Esse procedimento se repete até que o saldo

devedor seja zerado. Observe:

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação

0 R$ 30.000,00 _____ _____ _____

1 R$ 24.000,00 R$ 6.000,00

2 R$ 18.000,00 R$ 6.000,00

3 R$ 12.000,00 R$ 6.000,00

4 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00

5 R$ 0,00 R$ 6.000,00

Totais

De acordo com o segundo conceito, os juros devem incidir sempre sobre o saldo

devedor do período anterior.

Assim, segue-se o cálculo dos juros de cada período, sendo utilizado a 2ª

fórmula.

Dados: Resolução

𝑖 = 3,53% =3,53

100= 0,0353 𝐽𝑛 = 𝑆𝐷𝑛−1 × 𝑖

𝑆𝐷0 = 30000 𝐽1 = 𝑆𝐷1−1 × 𝑖

𝑆𝐷1 = 24000 𝐽1 = 30000 × 0,0294 = 882,00

𝑆𝐷2 = 18000 𝐽2 = 24000 × 0,0294 = 705,60

𝑆𝐷3 = 12000 𝐽3 = 18000 × 0,0294 = 529,20

𝑆𝐷4 = 6000 𝐽4 = 12000 × 0,0294 = 352,80

𝐽5 = 6000 × 0,0294 = 176,40

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação

0 R$ 30.000,00 _____ _____ _____

1 R$ 24.000,00 R$ 6.000,00 R$ 882,00

2 R$ 18.000,00 R$ 6.000,00 R$ 705,60

3 R$ 12.000,00 R$ 6.000,00 R$ 529,20

4 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 352,80

5 R$ 0,00 R$ 6.000,00 R$ 176,40

Totais

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O próximo momento mostrará como obter as prestações.

Sabe-se que a mesma é composta pela soma da amortização com os

juros calculados em cada período.

Seguindo a 3ª fórmula, obtêm-se as prestações em cada período:

Resolução:

𝑃𝑛 = 𝐴𝑛 + 𝐽𝑛

𝑃1 = 6000 + 882,00 = 6882,00

𝑃2 = 6000 + 705,60 = 6705,60

𝑃3 = 6000 + 529,20 = 6529,20

𝑃4 = 6000 + 352,80 = 6352,80

𝑃5 = 6000 + 176,40 = 6176,40

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação

0 R$ 30.000,00 ____ ____ ____

1 R$ 24.000,00 R$ 6.000,00 R$ 882,00 R$ 6.882,00

2 R$ 18.000,00 R$ 6.000,00 R$ 705,60 R$ 6.705,60

3 R$ 12.000,00 R$ 6.000,00 R$ 529,20 R$ 6.529,20

4 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 352,80 R$ 6.352,80

5 R$ 0,00 R$ 6.000,00 R$ 176,40 R$ 6.176,40

Totais ____ R$ 30.000,00 R$ 2.646,00 R$ 32.646,00

Em resposta ao problema, observa-se que o total do empréstimo que

deverá ser devolvido ao banco, caso venha ser contratado, será de R$

32.646,00, sendo cobrados juros de R$ 2.646,00.

Na sequência será demonstrado como se resolve pelo BrOffice o mesmo

exemplo:

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Exemplo 1: Sistema de Amortização Constante (SAC)

Fórmulas utilizadas para resolução das operações efetuadas na planilha

acima:

Fórmula (nº) Célula (local) Descrição

1 B7 =B2

2 C8 =$B$2/$B$4

3 B8 =B7-C8

4 D8 =B7*$B$3

5 E8 =C8+D8

6 C13 =SOMA(C8:C12)

7 D13 =SOMA(D8:D12)

8 E13 =SOMA(E8:E12)

Procedimentos:

1. Digite o valor financiado, a taxa e o período nas células B2, B3 e B4,

respectivamente.

2. Na célula B7, aplique a primeira fórmula.

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3. Na célula C8, aplique a segunda fórmula. Uma vez digitada, ela deve

ser arrastada até a célula C12.

4. Na célula B8, aplique a terceira fórmula. Uma vez digitada, ela deve

ser arrastada até a célula B12.

5. Na célula D8, aplique a quarta fórmula. Uma vez digitada, ela deve ser

arrastada até a célula D12.

6. Na célula E8, aplique a quinta fórmula. Uma vez digitada, ela deve ser

arrastada até a célula E12.

7. Aplique as fórmulas de soma (6, 7 e 8) nas células C13, D13 e E13,

respectivamente.

Observação: O símbolo $ quando acrescentado à esquerda do símbolo

representativo da coluna ou à esquerda do número indicativo da linha, fixa a

referida coluna, no primeiro caso, ou fixa a linha, no segundo caso. Um exemplo

de tal situação é a aplicação da fórmula 1 na célula C8, sendo acrescentados os

cifrões, tanto na célula B2 quanto na célula B4, indicando que os seus valores,

impreterivelmente, serão os mesmos para toda extensão da coluna.

Em síntese, estes cálculos permitiram obter o valor de cada prestação, o

saldo devedor para a quitação em cada período, os juros pagos e o valor total

pago pelo tomador do empréstimo.

Diferentemente da modalidade SAC, as prestações neste sistema são

constantes, ou seja, todas iguais, o que incorre em uma de suas virtudes.

A amortização é crescente ao longo do período e os juros são

proporcionalmente decrescentes em relação ao saldo devedor.

Normalmente, o sistema Price é utilizado para financiamentos de carros,

eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, empréstimo pessoal, crediários com

prestações fixas em geral.

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Pode-se identificar facilmente este sistema, quando um vendedor utiliza

uma tabela de fatores para calcular o valor das prestações fixas.

Suas prestações são determinadas segundo uma série uniforme de

pagamentos, por se tratar de pagamentos constantes (prestações fixas),

levando-se em consideração o valor Futuro (𝐹𝑛) do empréstimo Presente (𝑃).

Para o cálculo destas prestações, utilizar-se-á a fórmula que se segue:

𝑃 = 𝑆𝐷 × [𝑖 × (1 + 𝑖)𝑛

(1 + 𝑖)𝑛 − 1]

𝑂𝑛𝑑𝑒: 𝑷 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠

𝑺𝑫 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟, 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜

𝒊 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑎 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠

𝒏 → 𝑟𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜

Para os cálculos da amortização do saldo devedor em cada período, como

também dos juros, serão utilizadas as mesmas relações usadas no sistema SAC.

Com o intuito de ilustrar este processo, utilizar-se-á o exemplo anterior.

Exemplo 2:

Não satisfeita com a proposta do banco estatal, dona Maria procurou outra

agência bancária, porém agora privado. Nesta agência, lhe ofereceram o modelo

Price de amortização de empréstimo, com a mesma taxa de juros, 2,94%. Os

pagamentos das prestações serão efetuados no final de cada período. Sendo o

mesmo valor a ser financiado (R$ 30.000,00), pelo mesmo tempo (5 meses),

qual o montante a ser devolvido ao banco ao final do período?

Inicialmente os cálculos serão realizados utilizando-se as equações

anteriormente vistas no sistema SAC, como também a fórmula que determina as

prestações fixas, para então, de posse dos resultados, registrá-los em uma

tabela.

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Posteriormente, as operações serão executadas em uma planilha

eletrônica, na qual será detalhado passo a passo todo o procedimento.

As etapas a seguir exibirão o desenvolvimento dos cálculos para a

composição da tabela.

1º Etapa: O ponto de partida para a montagem da tabela será o cálculo

da prestação em cada período. Observe:

𝑃 = 𝑆𝐷 × [𝑖 × (1 + 𝑖)𝑛

(1 + 𝑖)𝑛 − 1]

𝑃 = 30000 × [0,0294 × (1 + 0,0294)5

(1 + 0,0294)5 − 1]

𝑃 = 30000 × [0,0294 × 1,155901

1,155901 − 1]

𝑃 = 30000 × [0,033984

0,155901]

𝑃 = 30000 × 0,217981

𝑃 = 6539,42

2º Etapa: Em seguida, os juros devem ser calculados para o primeiro

período, com base no sado devedor anterior; neste caso, inicial (SD0), utilizando-

se a 2ª equação.

𝐽𝑛 = 𝑆𝐷𝑛−1 × 𝑖

𝐽1 = 𝑆𝐷1−1 × 𝑖

𝐽1 = 30000 × 0,0294

𝐽1 = 882,00

3º Etapa: Do valor da parcela deve-se subtrair os juros pagos no período

para que a amortização seja encontrada. Desta forma, utilizar-se-á a 3ª equação.

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𝑃1 = 𝐴1 + 𝐽1

6539,42 = 𝐴1 + 1059,00

𝐴1 = 6539,42 − 882,00

𝐴1 = 5657,42

4º Etapa: Cálculo do saldo devedor do primeiro período.

𝑆𝐷𝑛 = 𝑆𝐷(𝑛−1) − 𝐴𝑛

𝑆𝐷1 = 𝑆𝐷0 − 𝐴1

𝑆𝐷1 = 30000 − 5657,42

𝑆𝐷1 = 24342,58

Vale ressaltar que as etapas 2, 3 e 4, que determinam os juros, a

amortização e o saldo devedor, serão repetidas a cada período de tempo.

Período Saldo Devedor Prestação Juros Amortização

0 R$ 30.000,00 _____ _____ _____

1 R$ 24.342,58 R$ 6.539,42 R$ 882,00 R$ 5.657,42

2 R$ 18.518,83 R$ 6.539,42 R$ 715,67 R$ 5.823,75

3 R$ 12.523,87 R$ 6.539,42 R$ 544,45 R$ 5.994,97

4 R$ 6.352,65 R$ 6.539,42 R$ 368,20 R$ 6.171,22

5 R$ 0,00 R$ 6.539,42 R$ 186,77 R$ 6.352,65

Totais _____ R$ 32.697,10 R$ 2.697,10 R$ 30.000,00

Conclui-se que o montante que dona Maria deverá devolver ao banco,

caso venha contrair o empréstimo nesta agência, será de R$ 32.697,10, sendo

os juros totais pagos iguais a R$ 2.697,10.

A seguir serão mostrados os cálculos na planilha eletrônica.

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Exemplo 2: Sistema de amortização francês (Price)

Fórmulas utilizadas para resolução das operações efetuadas na planilha

acima:

Fórmula

(nº)

Célula

(local) Descrição

1 B7 =B2

2 E8 =$B$7*(($B$3*(1+$B$3)^$B$4)/((1+$B$3)^$B$4-1))

3 D8 =B7*$B$3

4 C8 =E8-D8

5 B8 =B7-C8

6 C13 =SOMA(C8:C12)

7 D13 =SOMA(D8:D12)

8 E13 =SOMA(E8:E12)

Procedimentos:

1. Digite o valor financiado e a taxa nas células B2 e B3, respectivamente.

2. Na célula B7, aplique a primeira fórmula.

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3. Na célula E8, aplique a segunda fórmula (sequência uniforme de

pagamentos), para que o valor das prestações seja encontrado. Uma

vez digitada, ela deve ser arrastada até a célula E12.

4. Na célula D8, aplique a terceira fórmula. Uma vez digitada, ela deve

ser arrastada até D12.

5. Na célula C8, aplique a quarta fórmula. Uma vez digitada, ela deve ser

arrastada até C12.

6. Na célula B8, aplique a quinta fórmula. Uma vez digitada, ela deve ser

arrastada até B12.

7. Aplique as fórmulas de soma (6, 7 e 8) nas células C13, D13 e E13,

respectivamente.

Dona Maria pode constatar que, mesmo sendo altas as prestações no

início do período, ainda se torna mais vantajoso realizar o empréstimo no banco

estatal, que oferece o modelo de amortização pelo sistema SAC, pois verifica-se

que ao final do período se pagará menos juros, em função das amortizações

serem maiores no início, realizando maior abatimento no saldo devedor e,

consequentemente, incidindo menor cobrança de juros.

Após realizar os cálculos, compreende-se que, independente de qual

sistema de amortização for escolhido, as perguntas que interessam ao tomador

são:

1ª Qual é o valor das prestações em determinado período?

2ª Qual é o saldo devedor para a quitação em cada período?

3ª Qual é o valor total de juros que será pago pelo tomador do

empréstimo?

4ª Qual é o montante pago pelo tomador do empréstimo?

Outro aspecto relevante é o tempo de financiamento, que acaba refletindo

muito na vida das pessoas, pois dependendo do período pelo qual se é

contratado, ele se torna o melhor amigo do financiador e, consequentemente, o

pior inimigo do financiado (consumidor). Quanto maior o tempo financiado, mais

juros se pagam. Assim, o ideal seria preferir períodos de curto prazo.

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Na sequência são propostos aos estudantes que, em dupla, desenvolvam

os problemas a seguir, utilizando a planilha eletrônica do BrOffice.

Você financia, pelo sistema SAC, um terreno de R$ 45.000,00 em 45

meses à taxa de 2% ao mês. Com base nessas informações, calculo:

a) O valor da parcela de amortização que deve ser fixo em todo o

período.

b) O valor da primeira prestação.

c) O valor pago na última prestação.

d) O valor total pago pelo terreno ao final do período.

e) Os juros totais.

Considere que você tenha realizado um empréstimo pessoal em uma

agência bancária de R$ 2.500,00 e terá que pagá-lo em 24 períodos mensais. O

sistema de amortização empregado foi o SAC. Monte a planilha para os cálculos

e, sabendo que a taxa de juros aplicada foi de 2,94% ao mês, determine qual o

montante que será pago ao banco no final do período?

Com base nos dados do problema anterior, faça o cálculo para o

sistema de amortização Price e determine qual o valor final pago pelo

empréstimo.

Um amigo lhe pede para determinar quanto ele pagará no total, por

um imóvel financiado pelo sistema SAC. O valor d imóvel é de R$ 180.000,00

roblemas

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dos quais 70% foram financiados. A taxa de juros cobrada pelo banco é de 0,6%

ao mês o equivalente a 7,4% ao ano, e o prazo de 160 meses. Determine:

a) O valor da primeira e da última prestação, bem como o valor das

prestações que iniciam o período a cada 12 meses por 4 anos.

b) A parcela 160.

c) O valor pago de juros em todo o período?

d) Quanto se pagará pelo imóvel ao final dos 160 meses?

Uma casa no valor de R$ 80.000,00 é financiada pelo sistema Price

em 12 anos. A taxa de juros é de 0,76% ao mês. Monte uma planilha mensal do

primeiro ano e calcule quanto você pagou nesse período e quanto ainda deve

pela compra do imóvel.

Você resolve comprar um carro 0 km no valor de R$ 25.000,00. No

momento você só possui R$ 9.000,00 como reserva pessoal, e pretende usá-lo

como entrada. O restante do valor será financiado pelo sistema Price no prazo

de 36 meses. Os juros cobrados pela financeira são de 1,27% ao mês.

Determine:

a) O valor da prestação.

b) O valor pago pelos juros.

c) O total pago pelo financiamento.

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4. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

As atividades devem iniciar com a aplicação de um questionário para

verificar o conhecimento prévio que os estudantes possuem acerca da

matemática financeira e a percepção deles sobre sua importância no cotidiano.

Desta forma, o professor, que aplicar o material ora apresentado, poderá

fazer os ajustes necessários para o bom andamento das demais atividades.

Visando incentivar o interesse dos estudantes para o assunto matemática

financeira, na atividade 1, deve ser exibido o vídeo Matemática nas finanças, do

programa “Matemática Em Toda Parte”, da TV Escola, no qual se explora a

matemática nas finanças do dia a dia.

Nesta atividade, devem ser levantados questionamentos acerca dos

aspectos apresentados, conduzindo os estudantes a refletir sobre operações de

juros simples e compostos na vida comercial e financeira; sobre como tomar a

decisão mais adequada de pagamento (à vista ou a prazo), quando forem

realizar uma compra; sobre a importância dos cálculos mentais para tomada de

decisões mais rapidamente diante de situações do cotidiano, entre outros.

Na sequência, serão trabalhados os assuntos da atividade 2. Nesta

atividade será abordado o cálculo de taxa percentual envolvendo os conceitos

de inflação, inflação negativa e deflação. Calcular-se-á a inflação (ou inflação

negativa) da cesta básica curitibana, entre os meses de agosto e setembro de

2014.

Esta atividade foi concebida com o intuito de trabalhar cálculos de taxa

percentuais e de promover uma conscientização dos impactos causados pela

inflação na vida das pessoas.

Na atividade 3, serão introduzidos os cálculos de capitalização simples e

composta. Pretende-se com esta atividade desenvolver uma abordagem voltada

para situações reais, mostrando, e. g., quando se deve aplicar os juros simples

para obter um valor maior em relação aos juros compostos. Além do mais,

buscar-se-á trabalhar com análise de dívida em cartão de crédito, com questões

relacionadas a empréstimos, compras a prazo, aplicações em renda fixa, entre

outros.

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A finalidade desta atividade é fazer com que o estudante adquira o

conhecimento necessário para, criticamente, diante das situações que vivencia,

tomar as decisões mais adequadas no que se refere às operações financeiras.

Recomenda-se ao professor que analise a realidade dos estudantes,

buscando verificar quais as efetivas necessidades, de forma a trabalhar com

situações que tenham sentido para suas vidas.

Depois, será complementado o estudo de juros simples e compostos com

a atividade 4 que se desenvolverá com a aplicação do jogo Trilha da Economia,

um software educacional que estimula o estudante a realizar cálculos

matemáticos envolvendo as operações de juros simples e compostos. A

execução, em dupla, deve ocorrer no laboratório de informática.

Ressalta-se a importância de, ao aplicar esta atividade, verificar com

antecedência a disponibilidade de computadores na escola e a funcionalidade

de cada um, de forma que a tarefa se desenvolva a contento.

A atividade 5 tem por objetivo trabalhar o cálculo de taxa de juros de

maneira simples, abordando questões relacionadas a realidade dos estudantes.

Por exemplo, o cálculo da taxa aplicada em uma aplicação que produza um

determinado valor de resgate após um período de tempo ou saber qual é a taxa

aplicada a uma dívida de cartão de crédito vencida por um determinado tempo.

Em continuidade, na atividade 6, serão estudados os aumentos e

descontos sucessivos em produtos e serviços. O objetivo desta atividade é

desenvolver o domínio dos cálculos para que se possa, de maneira concisa, lidar

com operações deste gênero e identificar qual é o aumento efetivo (real) do

salário de um trabalhador após sofrer uma sequência de aumentos seguidos ou

saber qual é o desconto efetivo aplicado a um produto sobre o qual incida vários

descontos sucessivos.

Para finalizar, na atividade 7, serão abordados sistemas de amortizações:

SAC e Price. Considera-se que as exemplificações trazidas à baila sejam bem

próximas da realidade do estudante, porquanto compreendem como são

calculados os financiamentos (ou empréstimos) pelas financeiras quando se

realiza um financiamento imobiliário ou de veículo, a compra de certos produtos

por longo prazo e empréstimos pessoais.

O professor deve procurar desenvolver no estudante, além do domínio em

relação aos cálculos, uma consciência crítica diante das situações que possam

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vivenciar, abordar critérios que se pode utilizar para escolha do que é mais viável

em certa situação, clarear os mecanismos que eventualmente são usados para

mascarar algumas ofertas a que todos, enquanto consumidores, estamos

expostos.

Como a atividade deve ser trabalhada no laboratório de informática,

recomenda-se ao professor que verifique se na escola existem computadores

suficientes, com o programa apropriado, para as atividades propostas.

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5. REFERÊNCIAS

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______ . Caderno 7 Azul. Exercício 163. 2013, p. 26. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2013/caderno_enem2013_dom_azul.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2014.

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