MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · avaliativos da ficha de avaliação da...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR: O ESTUDO DE CASO
DO ALUNO X
Márcia Regina Voltolini1
Lirane Elize Defante Ferreto de Almeida2
RESUMO:
Trata-se de um estudo de caso que se analisou o caso do Aluno X, com idade de 12 anos, cursando o 6º ano no período vespertino que frequenta as aulas na Escola Estadual Dom Carlos Eduardo, do município de Realeza – PE. Para tanto se utilizou carga horária de 32 horas, distribuídas em dois dias por semana com duas horas aulas, com a durabilidade de oito semanas, no período de fevereiro a maio de 2015, para desenvolver tal atividade. O Aluno X foi observado seguindo os critérios avaliativos da ficha de avaliação da Secretaria de Estado de Educação (SEED). O objetivo da pesquisa foi de verificar se os processos da avaliação diagnóstica são eficientes e oferecem subsídios para uma intervenção pedagógica adequada às necessidades do educando em situação de diagnóstico. Como resultado identificou-se um possível diagnóstico de hiperatividade, e ao mesmo tempo de apatia na relação do aluno com o ensino aprendizagem, associado a aspectos emocionais. Observou-se com o uso dos instrumentos que o aluno apresenta dificuldades em resolver desde problemas simples a complexos, tem dificuldades em realizar tarefas definidas, não consegue tirar conclusões lógicas de determinadas situações ou mesmo fazer críticas ao que está sendo comentado. Em relação à leitura: apresenta troca de letras, não faz leitura interpretativa, não respeita pontuação, omite e troca fonemas, lê soletrando palavras, frases ou textos, necessita de explicações constantes e complementares para realização das atividades propostas com vistas a assimilação/compreensão dos conteúdos. Concluí-se que a avaliação diagnóstica contribui para a identificação das dificuldades e fracassos do aluno bem como aponta um caminho para a equipe pedagógica, em especial ao professor de como atender a esse aluno.
PALAVRAS CHAVE: diagnóstico, encaminhamento, avaliação escolar,
aprendizagem.
1 Professora da SEED- Educação Especial – Realeza (PR). E-mail: [email protected] 2 Docente da UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão (PR). E-mail:[email protected]
INTRODUÇÃO:
O tema de pesquisa desenvolvido na atividade do programa de
desenvolvimento educacional do Paraná (PDE) tratou do tema da avaliação
diagnóstica do aluno e a sua relação com professor. A temática foi trabalhada dentro
dos fundamentos teórico-metodológicos de Vigoski (1997) e Piaget (1974) autores
que embasam as propostas de inclusão educacional, voltada para as ações
desencadeadas no contexto escolar – especificamente em relação aos processos de
avaliação das necessidades educacionais especiais e do atendimento às
peculiaridades dos alunos na aprendizagem.
Buscou-se descrever o fluxo da avaliação diagnóstica procurando analisar a
sua efetividade em produzir um diagnóstico o mais próximo do real. Para alcançar
esse objetivo foi necessário o uso de todos os instrumentos disponíveis para
avaliação diagnóstica, a participação da equipe pedagógica e profissionais que
auxiliam no diagnóstico final com a finalidade de identificar o aluno com dificuldade e
incluí-lo no ensino regular, sem prejuízos no aprendizado.
A inclusão, na escola, da pessoa com necessidades especiais é recente e
algumas normativas ainda não são conhecidas pela maioria dos profissionais em
educação, que muitas vezes apresentam dificuldade em entender como se trabalha
com uma criança que apresenta tal limitação. Esse é um processo difícil, pois o
profissional precisa desenvolver as atividades com os alunos ditos normais e incluir
o aluno que apresenta tal limitação.
Consequentemente também o aluno e a família sentirão essa dificuldade de
integração e aprendizagem, caso o processo não seja bem conduzido pela escola e
demais profissionais. Parece ocorrer uma dificuldade por parte dos profissionais da
educação em compreender a importância do processo avaliativo, como uma
ferramenta que pode auxiliar no trabalho com o aluno.
O aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um
processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual dos que a
cercam. As interações da criança com as pessoas de seu ambiente desenvolvem a
fala interior, o pensamento reflexivo e o comportamento voluntário. O fato de um
aluno não conseguir assimilar algumas tarefas não o caracteriza como um aluno
com limitações. Para tanto, faz-se necessário uma investigação com a aplicação de
todas as etapas avaliativas para identificar o potencial do aluno (VIGOTSKI, 1984).
O aluno inicia seu aprendizado muito antes de chegar à escola, mas o
aprendizado escolar vai introduzir elementos novos no seu desenvolvimento. A
aprendizagem é um processo contínuo e a educação é caracterizada por saltos
qualitativos de um nível de aprendizagem a outro, daí a importância das relações
sociais. Dois tipos de desenvolvimento foram identificados: o desenvolvimento real
que se refere àquelas conquistas que já são consolidadas no aluno, aquelas
capacidades ou funções que realiza sozinho sem auxilio de outro indivíduo.
Habitualmente costuma-se avaliar o aluno somente neste nível, ou seja, somente o
que ele já é capaz de realizar. Já o desenvolvimento potencial se refere àquilo que o
aluno pode realizar com auxílio de outro indivíduo. Neste caso as experiências são
muito importantes, pois ele aprende através do diálogo, colaboração e imitação. A
distância entre os dois níveis de desenvolvimento chamamos de zona de
desenvolvimento potencial ou proximal, o período que o aluno fica utilizando um
apoio até que seja capaz de realizar determinada atividade sozinho. Por isso
(VIGOTSKY, 1984, p. 98) afirma que “aquilo que é zona de desenvolvimento
proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que
uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha
amanhã”.
O desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-relacionados desde o
momento do nascimento. O meio físico ou social influenciam no aprendizado das
crianças de modo que chegam às escolas com uma série de conhecimentos
adquiridos. Na escola a criança desenvolverá outro tipo de conhecimento. Assim, se
divide o conhecimento em dois grupos: aqueles adquiridos da experiência pessoal,
concreta e cotidiana em que são chamados de „conceitos cotidianos ou
espontâneos‟ e onde são caracterizados por observações, manipulações e vivências
diretas da criança; já os „conceitos científicos‟ adquiridos em sala de aula se
relacionam àqueles não diretamente acessíveis à observação ou ação imediata da
criança. A escola tem papel fundamental na formação dos conceitos científicos,
proporcionando ao aluno um conhecimento sistemático de algo que não está
associado a sua vivência direta, principalmente na fase de amadurecimento
(VIGOTSKY, 1984).
Essa atividade procurou verificar se os processos da avaliação diagnóstica
são eficientes e oferecem subsídios para uma intervenção pedagógica adequada às
necessidades do educando em situação de diagnóstico.
REFERENCIAL TEÓRICO
A AVALIAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAS (NEE):
A necessidade de avaliar sempre se fará presente, não importando a norma
ou padrão pela qual se baseie o modelo educacional. Não há como fugir da
necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa, com efeito,
torná-la eficaz naquilo a que se propõe: a melhora de todo o processo educativo.
LUCKESI (2002).
Avaliar é um ato extremamente complexo, cuja responsabilidade não é
competência única do professor, mas sim de todos os elementos integrantes do
processo educacional (alunos, pais e administradores). Essa centralização no
professor apenas consolida o modelo econômico mundial e suas relações de poder,
plenamente exercidas nas escolas (SOUZA, 1991).
O aluno deve ser avaliado com ênfase nas suas potencialidades e não em
suas limitações e/ou deficiências. A avaliação tem por intuito entender como o aluno
aprende e quais as possíveis lacunas e/ou desvios no processo de aquisição de
conhecimentos. Por ser uma prática complexa, caracteriza-se como um dos
momentos mais difíceis do trabalho docente ao envolver procedimentos que
requerem uma ação conjunta de todos que, direta ou indiretamente, a ela estão
ligados. A avaliação deve indicar os caminhos a percorrer para um melhor processo
ensino-aprendizagem, embora ainda se encontre muitas vezes dicotomizada, em
momentos estanques, sem retorno imediato para a continuidade dessa missão.
(FERREIRA, 2009).
Neste contexto político-educacional, a avaliação das necessidades
educacionais dos alunos com deficiência é elemento fundamental para subsidiar sua
aprendizagem e assessorar o acompanhamento da escolarização desse aluno nas
classes comuns, através da oferta dos recursos necessários para viabilizar o seu
sucesso educacional. Os instrumentos de avaliação devem informar o
desenvolvimento atual da criança, a forma como ela enfrenta determinadas
situações de aprendizagem, os recursos e o processo que faz uso em determinada
atividade. Conhecer o que ela é capaz de fazer, mesmo que com a mediação de
outros, permite a elaboração de estratégias de ensino próprias e adequadas a cada
aluno em particular. (Oliveira, Poker, 2003; Oliveira, Leite, 2000).
O conceito de “necessidades educativas especiais”, empregado no início de
1960, apresenta quatro características principais: afeta um conjunto de alunos; é um
conceito relativo; refere-se principalmente aos problemas de aprendizagem dos
alunos na sala de aula e supõe a previsão de recursos suplementares. Com o intuito
de esclarecer acerca do fato de que, limitados por suas particularidades, os alunos
com necessidades educacionais especiais, no decorrer do tempo, mostrarão
necessidades educativas distintas, em maior ou menor grau de dificuldade. Todavia,
este conceito torna-se relativo, se levado em conta a influência do ambiente e o
contexto da aprendizagem no momento da avaliação da dificuldade do aluno (COLL,
MARCHESI E PALÁCIOS, 2004).
A suspeita da presença de um aluno com necessidades educativas especiais
(NEE) geralmente, ocorre na sala comum pelo professor regente, ao perceber as
dificuldades do aluno em seu desenvolvimento e desempenho nas tarefas cotidianas
da sala. Assim, o professor comunica à equipe pedagógica, para análise e
providências. No contexto da pesquisa, o processo de avaliação psicoeducacional é
de responsabilidade da equipe de coordenação da Educação Especial, que fará a
avaliação diagnóstica. A avaliação torna-se inclusiva, na medida em que permite
identificar necessidades dos alunos, de suas famílias, das escolas e dos
professores. Mas, identificá-las apenas, não basta. É preciso construir propostas e
tomar as providências que permitam concretamente satisfazê-las (MEC/SEESP,
2001).
A avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da
qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do
mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo. A avaliação é um julgamento de valor
sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de
decisão. Através deste instrumento identificam-se as características de
aprendizagem do aluno com a finalidade de escolher o tipo de trabalho mais
adequado a tais características (LUCKESI, 2002).
Uma das mais importantes características da avaliação diagnóstica é o seu
aspecto preventivo, já que ao conhecer as dificuldades dos alunos no início do
processo educativo, é possível prever suas reais necessidades e trabalhar em prol
de seu atendimento (LUCKESI, 2002).
A avaliação deve ser compreendida como um processo dinâmico de
permanente interação entre educador e educando no apontamento e no
desenvolvimento de conteúdos de ensino aprendizagem, na seleção e aplicação de
suas metodologias, bem como no diagnóstico da realidade social, visando a
mudança comportamental do aluno e do seu compromisso com a sociedade
(HAYDT,2000).
O diagnóstico poderá ser direcionado nos seguintes sentidos: determinar a
existência de comportamento de entrada do aluno, que sejam pré-requisitos para o
alcance dos objetivos formulados; determinar o domínio de certos objetivos por parte
do aluno, que possibilitem o ensino de assuntos de nível mais elevado; classificar os
alunos de acordo com seus interesses, aptidões e traços da personalidade
(MARTINS, 1988).
Avaliar e diagnosticar um distúrbio de aprendizagem é uma tarefa difícil e
para fazê-lo de modo preciso e eficiente há que se ter a participação de equipe
interdisciplinar e utilização de diferentes instrumentos para avaliação. Porém, uma
vez realizada essa constatação, cabe à equipe investigar a sua causa e, para tanto,
deve-se lançar mãos de todos os instrumentos diagnósticos necessários para esse
fim (COOL E MARTIN, 2006). Esse tipo de avaliação permite identificar até que
ponto o aluno desenvolveu determinadas capacidades contempladas nos objetivos
gerais da etapa do processo ensino aprendizagem (COOL E MARTIN, 2006).
A avaliação diagnóstica abre possibilidades de intervenção e dá início a um
processo de superação das dificuldades. É um processo no qual se analisa a
situação do aluno com dificuldade dentro do contexto da escola, da sala de aula, da
família; ou seja, é uma exploração problemática do aluno frente à produção
acadêmica.
A avaliação diagnóstica, sempre deve ser realizada dentro de uma proposta
pedagógica na perspectiva de que o aluno deverá apropriar-se criticamente de
conhecimentos e habilidades necessárias a sua formação cidadã. A avaliação
diagnóstica não se propõe e nem existe de uma forma solta e isolada. “É condição
de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica progressista”
(LUCKESI, 2003, p.82). Para efetivação de uma avaliação diagnóstica são aplicados
os seguintes instrumentos abaixo:
Etapas da avaliação diagnóstica e o papel do psicólogo no laudo final:
a) Anamnese
Significa Ana = trazer de volta, recordar mnese = memória, e é realizada
através da técnica da entrevista. A anamnese é definida como a primeira fase de um
processo, no qual se coletam dados. A história de vida ou anamnese
psicopedagógica é uma técnica direcionada aos pais ou responsável, que pode ser
aplicada em diferentes momentos, tanto antes quanto após a entrevista inicial com o
aluno, dependendo da necessidade; permitindo a obtenção e análise de dados por
se tratar de uma investigação profunda e detalhada. Através da anamnese serão
reveladas informações do passado e presente do aluno, juntamente com as
variáveis existentes em seu meio. Segundo Weiss (2003, p.61), o objetivo da
anamnese é “[...] colher dados significativos sobre a história de vida do aluno.”
Constitui-se em um instrumento muito útil para o processo diagnóstico, pois auxilia
na investigação do objeto focal e as possíveis causas das dificuldades de
aprendizagem do sujeito.
b) Entrevista familiar
Um segundo instrumento básico para a coleta de dados é a entrevista
familiar, pois a mesma estabelece uma relação de interesse e interação por parte da
escola, professor e demais envolvidos no processo. Nela reside, a possibilidade de
uma maior compreensão da queixa nas dimensões da escola, pelo fato de tornar
possível uma análise da dinâmica que envolve várias pessoas da família.
É através da entrevista familiar que se passa a conhecer melhor a família do
aluno, identificar possíveis dificuldades, sejam elas de ordem econômica, estrutural,
emocional e a forma como lidam com os problemas do dia a dia. Muitas famílias
conseguem se resolver sozinhas, porém tantas outras necessitam de ajuda para
alcançar um equilíbrio. Não é simples para os pais recorrerem a qualquer tipo de
ajuda externa diante de problemas internos da família. Quando os pais o fazem é
porque entendem que o ambiente familiar não consegue solucionar os sintomas da
criança, o que desperta neles, ansiedade e angústia (SAFRA, 2001). A importância
da entrevista, neste contexto é indispensável, uma vez que irá facilitar o
entendimento básico das possíveis causas do problema do aluno e possibilitará o
planejamento de mudanças.
Nesse tipo de diagnóstico, o grau de importância da entrevista com os pais
ou responsável pode variar. Há casos em que ela deve ser realizada no início e no
final do processo. Em outros casos é feita uma vez, quando não, em conjunto com
os professores. Vai depender da natureza do caso. Essa variação ocorre porque
geralmente não são os pais que solicitam o atendimento, mas o professor. Por esta
razão cabe ao psicopedagogo pedir a colaboração da família para amenizar os
conflitos, que por vezes eles nem sabem que existe. Portanto, os objetivos da
entrevista podem ser diferentes, dependendo de cada caso. A avaliação das
informações obtidas nesta etapa oferece uma contribuição para o planejamento dos
demais processos.
c) Entrevista inicial com o aluno
A entrevista inicial contribui para o esclarecimento das razões do
atendimento e de que forma esse atendimento irá ocorrer. Trata-se de um momento
importante para estabelecer um bom relacionamento que, consequentemente, irá
favorecer um clima de confiança e tranquilidade. É um procedimento realizado fora
da sala de aula. A avaliação da entrevista inicial com o aluno permite verificar a
atitude dele diante do interesse em estabelecer um vínculo e ajudar a equipe da
escola. Além disso, possibilita aprofundar o conhecimento da situação do indivíduo e
proporcionar uma visão prévia das suas necessidades com o fim de reconstruir a
história de vida do aluno (SARA PAÍN, 1995).
d) Ficha de referência pedagógica
O objetivo deste documento consiste em possibilitar o levantamento de
informações importantes a respeito do processo de aprendizagem e das condições
em que ocorre, bem como da eficácia e dos fracassos identificados no contexto
educacional. Trata-se de um instrumento útil para que os professores tenham
subsídios mais específicos para avaliar os eixos principais de sua disciplina, bem
como o comportamento e as habilidades de interação em sala de aula e em outros
ambientes escolares assim como a coleta de informações sobre os fatores que
possivelmente contribuem para a não aprendizagem do aluno e as estratégias que o
professor adota para diminuir as dificuldades acadêmicas do mesmo.
Essa etapa envolve a análise do planejamento das atividades pelo professor,
das produções dos alunos e o resultado das avaliações. Contudo, existe uma
ferramenta que vai direto ao ponto e permite um conhecimento mais estreito dos
problemas didáticos: é a observação feita na sala de aula. “Mais que o instrumento,
importa o tipo de conhecimento que põe à prova, o tipo de perguntas que se formula,
o tipo de qualidade (mental ou prática) que se exige e as respostas que se espera
obter conforme o conteúdo das perguntas ou problemas que são formulados”
(MENDEZ, 2002, p.98). O objetivo dessa ferramenta de formação é analisar as
interações que são construídas entre o professor, os alunos e os conteúdos
trabalhados.
e) Observação do material escolar e ficha de interesse social
A observação do material escolar para a avaliação no contexto escolar
possibilita analisar e averiguar como o aluno faz uso do material escolar, se é
organizado ou não, como é a letra, se faz troca de letras, omite ou acrescenta letras
nas palavras e se emprega o uso adequado da gramática. O formulário de
informações sociais permite observar e analisar o relacionamento interpessoal e
intrapessoal desse aluno (SEED, 2012).
f) Escala Optométrica Decimal De Snellen
A escala optométrica decimal de Snellen3 serve para medir a acuidade visual
para longe, ou seja, a percepção de forma e posição a uma distância de 6 metros;
as figuras E em negro, em diferentes posições são alinhadas sobre uma carta
branca, diminuindo seu tamanho de cima para baixo, numa proporção direta de
distância e tamanho baseados em uma escala decimal que varia de 0,1 a 1.
Considerando a amplitude do campo visual, os indivíduos com campo maior do que
5 graus e menor do que 10 graus ao redor do ponto central de fixação devem ser
colocados na categoria três e aqueles cujo campo visual não ultrapasse os 5 graus
ao redor do ponto central de fixação na categoria quatro, quando não está afetada a
agudeza visual central. A deficiência visual pode ser considerada pela baixa
acuidade visual ou campo visual restrito.
3 Maiores detalhes podem ser consultados na pesquisa de Marcio Zapparoli, Fernando Klein e
Hamilton Moreira, Avaliação da acuidade visual Snellen. Arq. Bras Oftalmol. 2009; 72(6): 783-8.
Este teste tem a finalidade de medir a acuidade visual em ambos os olhos. O
teste de Snellen não é adequado para avaliação de acuidade visual de crianças com
visão subnormal, é aconselhável apenas para triagem da população escolar
(BOWMAN, 1995/1997).
g) Avaliação de transtornos globais do desenvolvimento
A avaliação deve integrar o processo didático de ensino/aprendizagem de
forma constitutiva, subsidiando-o em sua construção bem sucedida, isto é, a
avaliação colocada a serviço da aprendizagem, não como um elemento aferidor
externo, mas na interação humana caracterizada pela criatividade, individualidade,
heterogeneidade e auto regulação. Dessa forma, a adaptação ao conteúdo escolar é
realizada pelo próprio aluno e atesta a sua emancipação intelectual (SÁNCHEZ
GAMBOA, 1996).
No que diz respeito à avaliação do aluno com transtorno global do
desenvolvimento, a escola precisa superar as concepções meramente
classificatórias. A avaliação passa a assumir um caráter diagnóstico, processual e
contínuo e implica à escola interagir nos processos de aprendizagem dos alunos,
vinculando a prática da avaliação da aprendizagem ao seu projeto pedagógico e à
sua visão epistemológica. Trata-se de uma visão formativa de avaliação, além do
rendimento, entendido como o que o aluno aprendeu na escola, considerando-se
todas as suas aquisições, as intenções demonstradas, o desenvolvimento de suas
habilidades independentemente de que as tenha conseguido na escola ou fora dela.
No caso de avaliação do aluno TGD (transtorno global do desenvolvimento), há que
se ter o cuidado de que o conteúdo da avaliação corresponda ao conteúdo escolar,
observado não só em provas ou exames, mas no que o aluno demonstra no dia a
dia, por meio de suas produções cognitivas, atitudinais ou procedimentais. O registro
diário torna-se um aliado importante neste processo de avaliação, pois ele conterá
as ações desenvolvidas, as intervenções propostas e a resposta dada pelo aluno,
sejam com mediação ou sem (Belisário Jr. e Cunha, 2010).
h) Relatório de avaliação psicoeducacional no contexto escolar
O relatório da avaliação pedagógica no contexto escolar se constitui na
descrição de todo o trabalho realizado pelos profissionais envolvidos no processo
avaliativo, após discussão e análise qualitativa das informações coletadas. Deve
apresentar linguagem clara e objetiva, evidenciando a natureza e a extensão da
dificuldade apresentada pelo aluno e seu perfil de desenvolvimento.
A avaliação psicoeducacional no contexto escolar é um conjunto de
procedimentos realizados com intuito de investigar o processo de ensino-
aprendizagem para entender a origem dos problemas de aprendizagem do aluno e
propor intervenções pedagógicas. Entende-se que o processo de avaliação
psicoeducacional no contexto escolar deve oferecer informações relevantes para
conhecer as necessidades educacionais dos alunos, seu contexto escolar, familiar e
social, bem como avaliar as condições de ensino-aprendizagem e subsidiar
mudanças na ação pedagógica do professor, na gestão escolar e na indicação dos
apoios pedagógicos adequados.
As intervenções indicadas a partir dos resultados obtidos durante todo o
processo de avaliação psicoeducacional no contexto escolar, têm como objetivo
orientar o processo educacional do aluno, atender as características individuais do
mesmo, assim como ajudar na reorganização da prática docente. O relatório de
avaliação pedagógica no contexto escolar deverá ser datado e assinado por todos
os profissionais envolvidos no processo avaliativo. Depois de tomadas as
providências necessárias, arquivar uma cópia na pasta individual do aluno.
(SEED/SUED, 2011).
Após a aplicação de todos esses instrumentos, deve-se sempre levantar
informações extra e intra escola para identificar as possíveis deficiências do aluno,
para que no final o psicólogo com o apoio da equipe pedagógica produza um
relatório que indiciará ou não a presença da necessidade de atendimento na sala de
recursos multifuncional. A partir deste diagnóstico é que iniciam as intervenções com
objetivo de contribuir para o processo ensino aprendizagem do aluno que foi
avaliado.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso com o aluno X, com idade de 12 anos,
cursando o 6ª ano no período vespertino, com a carga horária de 32 horas,
distribuídas em dois dias por semana com duas horas aulas, com a durabilidade de
oito semanas, no período de fevereiro a maio de 2015, na Escola Estadual Dom
Carlos Eduardo, do município de Realeza-PR.
Seguindo o roteiro distribuído pela SEED o aluno foi indicado pela professora
da classe comum, devido à presença de características como a dificuldade de
concentração em sala de aula, da realização de atividades educacionais e da
interação com a comunidade escolar.
O aluno X foi observado segundo os critérios das fichas de avaliação da
SEED. Diante do que foi observado, reuniram-se então a equipe pedagógica da
escola, professor PDE e alguns professores regentes para que se pudesse discutir e
fazer os encaminhamentos necessários sobre o aluno X. Nesta produção é realizado
o relato das etapas do fluxo de avaliação e como a equipe trabalhou com o aluno X
diante da sua necessidade educacional especial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fim de verificar a presença ou não de necessidades educacionais especiais
no aluno, em reunião, a equipe pedagógica juntamente com a professora e após
contato com a família decidiu-se pela aplicação dos instrumentos de diagnóstico.
Foram aplicados os seguintes instrumentos: Anamnese, Entrevista Familiar,
Entrevista inicial com o aluno, Ficha de Referência Pedagógica, Observação do
Material Escolar e Ficha de Interesse Social, Escala Optométrica Decimal De
Snellen, Avaliação de Transtornos Globais de Desenvolvimento e Relatório de
Avaliação Psicoeducacional no contexto escolar, permitindo assim, a produção
individual de observações que serão importantes para o diagnóstico final.
Utilizaram-se todos os instrumentos disponíveis na SEED (2011) para avaliar
o aluno X, envolvendo todos os setores da escola e em especial a família do aluno.
Anamnese
Por meio da anamnese foi possível identificar que esse filho não foi planejado,
que foi no início do relacionamento dos pais e que os mesmos residiam no interior
do município. A mãe não realizou um pré-natal adequado, somente com duas
consultas, teve um parto normal com muitas dores e que devido à carência de
recursos, a mãe apresentou dificuldades durante a gestação, gerando um filho de
baixo peso (2.700 kg). Que a mesma amamentou no peito devido às dificuldades
financeiras, que ao longo dos primeiros anos a criança apresentou anemia, diversas
internações hospitalares, presença de verminoses e o uso recorrente de antibióticos
em decorrência de constantes infecções. Segundo relato da mãe, durante quase
toda a sua infância foi uma criança apática. Também durante a infância a mãe
separou-se do pai do aluno X e formou uma nova família com outros irmãos.
De acordo com Fonseca (1999), o processo de aprendizagem do ser humano
tem uma relação direta entre sujeito-objetivo. Após o nascimento, o indivíduo irá se
constituir em um ser psicológico em que as funções como percepção, memória,
pensamento, previsão, exploração, execução, controle e coordenação de ações
serão desenvolvidas a partir da relação mãe-bebê que ocorre desde o momento do
nascimento.
A afetividade é de suma importância para o desenvolvimento da criança e
para a sua aprendizagem escolar, “os sentimentos que os pais nutrem por ela
durante os anos anteriores à escola”, irão contribuir “para o desenvolvimento do
conceito de si própria (o autoconceito), o conceito do mundo e de seu lugar no
mundo”. A confiança estabelecida pelos pais na criança desenvolve a capacidade de
aprendizado e torna-se claro que ela “aprenderá muito mais do que se ela nutrir
sentimento de incapacidade” (FONSECA, 1999, p: 11-12). O mesmo autor destaca
que apesar da influência da família ser relevante, não se pode descartar a influência
de outros grupos e entidades sociais que também contribuem nesse processo.
Entrevista Familiar
O aluno X é proveniente de uma família que tem uma renda de um salário
mínimo, reside em uma casa alugada com cinco cômodos. A família tem despesas
que envolvem o aluguel, água, luz e alimentação, não sobrando recursos para
outras necessidades familiares como o lazer. Como não possuem carro próprio, para
o seu deslocamento, dependem do transporte da prefeitura, o que geralmente ocorre
quando precisam realizar consultas médicas em outros municípios. Na residência
do aluno X, moram o padrasto, a mãe e mais três irmãos. A mãe ajuda nas
despesas da casa, participando de frentes de trabalho ou de diarista. Os pais
estudaram até a quarta série. A mãe e o padrasto leem e escrevem muito pouco,
apenas o básico para poderem ir ao banco, ao supermercado, ler avisos e
comunicados. Os irmãos estudam na escola municipal: P., sete anos, segundo ano;
M. nove anos, terceiro e J. 10 anos, quarto ano respectivamente.
A família passa por certos problemas, pois a renda dos pais não é suficiente
para atender os requisitos básicos de subsistência da família, tendo limitações,
principalmente no lazer. Estes pais procuram acompanhar o rendimento dos filhos
na escola, porém, através do rendimento no boletim escolar. Não há uma procura
sistemática pela escola para ter retorno claro do desenvolvimento dos filhos.
A dificuldade financeira, somadas à presença de um novo pai, novos irmãos e
uma família distante da vida escolar do filho pode interferir no processo de ensino-
aprendizagem, pois esse aluno demonstra que foi pouco estimulado na primeira
infância e possui carência afetiva.
A conjuntura familiar permite levantar alguns apontamentos que podem
interferir diretamente no desenvolvimento da criança. Fonseca (1999) relata que os
pais são os responsáveis pela construção do aparelho psíquico dos seus filhos já
que quando nascem são totalmente dependentes dos adultos. Mesmo que o
indivíduo traga uma carga genética que pode interferir no seu destino, esse autor
acredita que esse fator será menos influente quanto mais influente for a educação.
(...) a influência do lar é sumamente importante para o crescimento emocional da criança, dada à importância das primeiras experiências. Se estas forem saudáveis, a criança terá segurança, fará uma avaliação realista do seu valor, de suas forças e de suas limitações. Aceitará a si mesma pelo que é, e estando livre de angústia, poderá empregar construtivamente suas energias a fim de solucionar problemas. (FONSECA, 1999, p: 17).
Outro fator importante é a harmonia entre o casal, já que os atritos constituem
um dos problemas mais comuns de desajustamentos emocionais nos filhos. A
afetividade dispensada pelos pais na primeira infância se reflete na personalidade da
criança.
Acredita que o tratamento afetuoso dos nenês conduza ao desenvolvimento de uma personalidade desembaraçada, generosa e confiante, enquanto as crianças criadas na atmosfera fria de orfanatos são frequentemente, frias e incapazes de ligações emocionais intensas (FONSECA, 1999, p:18).
A separação dos pais e a presença de novos irmãos da nova união da mãe
também podem influenciar no desajustamento emocional da criança, gerando
tensões na vida familiar que se refletirão na escola com dificuldades de adaptação e
ou na aprendizagem da criança (FONSECA, 1999).
Com relação à renda o mesmo autor, afirma que filhos de pais de classes
inferiores geralmente não valorizam a capacidade de realização de seus filhos, o
que resulta em um maior percentual de crianças que apresentam dificuldades no
estudo, não gostam da escola e geralmente são problemas na escola. Mudar esse
ambiente desanimador e desestimulante pode superar esse cenário.
Entrevista inicial com o aluno
Nesta etapa foi possível observar que o aluno X não gosta de atividades de
raciocínio lógico matemático, pois tem dificuldades em relação ao abstrato, mas
consegue resolver atividades que envolvem o concreto (material dourado, dominó de
tabuadas, adição, subtração e quebra cabeças). Apresentou bastante interesse em
atividades no computador, como jogo de matemática, quebra cabeças, formação de
palavras, criação de histórias em quadrinhos. Gosta de ler gibis e outras leituras
(textos não muito longos). Tem facilidade em interpretar oralmente textos simples.
Apresentou habilidades ao desenhar ou interpretar textos através de desenhos. Não
gosta de realizar atividades em grupo e ao fazer não participa nem interage com os
demais componentes da equipe.
Em decorrência de um ambiente familiar sem grandes estímulos esse aluno
traz da sua infância, experiências pobres que não o auxiliam na aprendizagem na
escola (FONSECA, 1999). Se os pais tem dificuldade de leitura, provavelmente
nunca tiveram interesse em apresentar um livro ou ler uma história a essa criança.
Ficha de Referência Pedagógica
A Ficha de Referência Pedagógica apresentou o relato das queixas principais
dos professores sobre fatores que têm contribuído para as dificuldades do aluno: as
dificuldades acadêmicas e defasagens encontradas (intervenções realizadas pelo(s)
professor (es) e equipe pedagógica), a descrição dos aspectos observados na leitura
e escrita, na matemática ( números e operações, grandezas e medidas, espaço e
forma) e no tratamento da informação. A descrição dos aspectos observados nas
áreas de Ciências, História, Artes, Geografia, Inglês, Ensino Religioso e Educação
Física.
O aluno apresenta grande dificuldade para acompanhar o processo de ensino
previsto para as disciplinas na qual está inserido. Apresentou dificuldades
principalmente nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Nas demais
disciplinas mantêm-se atento por poucos minutos, e não consegue se concentrar,
com exceção de Educação Física e Artes, cujas atividades demonstra simpatia e
prazer em realizá-las.
Observação do Material Escolar e Ficha de Interesse Social
A observação do material escolar e a Ficha de Interesse Social permitiram
recolher as informações sobre o aluno X, suas dificuldades de aprendizagem e o seu
desenvolvimento pessoal, analisando-as compreensivamente, com ênfase para os
fatores que, eventualmente, estivessem impedindo ou dificultando sua participação
no processo ensino aprendizagem. Esta análise qualitativa das informações
reunidas serviu como subsídios para a tomada de decisões, no caso do aluno X.
O aluno X apresentou ser bastante desorganizado em relação aos seus
materiais escolares. Raramente traz os materiais solicitados pelos professores, e
quando o faz não apresenta ordem ou capricho nos deveres apresentados. Não
demonstra interesse em fazer melhor. O básico para ele é o suficiente.
Escala Optométrica Decimal De Snellen
Também conhecida como a Discriminação Auditiva. Foram aplicados no aluno
X os testes de visão e audição, e o mesmo apresentou uma boa conceituação em
relação à discriminação visual e auditiva diante dos materiais apresentados. Isso
significa que o aluno X tem boa acuidade visual em ambos os olhos assim como não
apresentou problemas em relação à discriminação auditiva (Dantas, Pagliuca e
Almeida, 2009).
Avaliação de Transtornos Globais de Desenvolvimento
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas
interações sociais recíprocas que costumam manifestarem-se nos primeiros cinco
anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e
repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Os TGD
englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a
Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.
Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades
em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato visual e demonstram
aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por
meio de comportamentos não verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no
lugar ao invés de movimentarem-se junto às demais crianças. Ações repetitivas são
bastante comuns.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na
atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de
humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns
casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem
fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por
exemplo.
Os professores do ensino regular descrevem-no como um aluno com carência
afetiva, insegurança, baixo rendimento escolar, problemas de comportamento e
problemas emocionais. Em relação à conduta, apresenta agressividade, mentira,
exibicionismo e inquietação.
O aluno apresenta com frequência as características: deixa de prestar
atenção em detalhes e comete erros por descuido nas atividades escolares, no
trabalho ou em outras atividades; dificuldades em manter a atenção nas tarefas ou
nas brincadeiras/jogos; não escuta, mesmo quando falam diretamente com ele; tem
dificuldade para organizar tarefas e atividades; evita ou fica relutante em se envolver
em tarefas que exijam esforço mental contínuo; parece não escutar quando lhe
dirigem a palavra; dificuldade para seguir instruções e não termina deveres
escolares, tarefas domésticas, ou deveres profissionais; perde objetos necessários
às tarefas ou atividades (brinquedos, livros ou pertences pessoais – nunca sabe
onde guarda as coisas); distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa; se
esquece de suas atividades diárias.
Os professores do ensino regular ainda relatam que o aluno X procura
chamar a atenção tanto dos alunos quanto dos professores regentes em diversas
situações: levanta-se a todo o momento da carteira, não copia os conteúdos, faz
perguntas inerentes ao que está sendo explicado, pega material dos colegas, pede
para ir ao banheiro muitas vezes, é dispersivo, desatento, apresenta dificuldades em
resolver problemas simples, problemas complexos, não consegue explicar uma
situação, apresenta dificuldades em realizar tarefas definidas, não consegue tirar
conclusões lógicas de determinadas situações ou mesmo fazer críticas ao que está
sendo comentado.
Após o relato do professor regente, juntamente com professora especialista
em educação especial e a equipe pedagógica foi identificado que o aluno devido às
características acima e conforme o seu comportamento na escola necessita de uma
avalição para o diagnóstico da sua necessidade educacional especial, pois não se
trata somente de indisciplina ou autoestima.
Ainda na reunião observou-se que em relação à leitura: apresenta troca de
letras, não faz leitura interpretativa, não respeita pontuação, omite e troca fonemas,
lê soletrando palavras, frases ou textos, necessita de explicações constantes e
complementares para realização das atividades propostas com vistas a
assimilação/compreensão dos conteúdos.
Assim a equipe concluiu que provavelmente o aluno X é portador de TDAH,
mas faz-se necessário os testes para confirmação. O Transtorno do Déficit de
Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas
genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por
toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade. Os portadores do TDAH apresentam dificuldades consideráveis em
conter suas respostas frente a uma situação e pensarem antes de agir, pois realizam
atos que dificilmente fariam se refletissem antes. Acabam, dessa forma,
verbalizando coisas de forma impulsiva, muitas vezes carregadas de uma carga
emocional muito forte, apresentando um comportamento rude e insensível. Tendem
a agir com rapidez quando uma idéia lhes vem à mente, sem levar em conta se
estão no meio de outra tarefa ou em um ambiente inadequado (Barkley, 2002).
Relatório de avaliação psicoeducacional no contexto escolar
As informações obtidas através dos relatórios descritivos e de observações
permitiram conhecer, descrever, compreender, explicar, prever e formular
encaminhamentos e orientações para prevenir possíveis distorções ou
disfuncionalidades, possibilitando assim uma tomada de decisões que se dá no
coletivo da escola. A avaliação das informações obtidas nesta etapa é de suma
importância e de grande contribuição para o planejamento dos demais processos
que envolvem toda a comunidade e o contexto escolar para garantir o
desenvolvimento do aluno.
A partir do relatório psicoeducacional é possível o aprimoramento de estudos,
a elaboração de material didático específico e a intervenção junto a um grupo de
professores com o intuito de favorecer as mudanças pretendidas. Os resultados
atingidos indicam, ainda, a necessidade de buscar outros caminhos de acordo com
as peculiaridades da realidade vivenciada na escola e na comunidade em que ela se
insere, dando continuidade ao tipo de ação aqui desencadeada (MEC/SEESP,
2001).
De posse de todos os instrumentos de avaliação4 o profissional de psicologia
produziu o seu relatório de avaliação psicoeducacional no contexto escolar. Após a
produção do relatório, o profissional de psicologia concluiu que o aluno X apresenta
significativas dificuldades de aprendizagem escolar classificada como: Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A avaliação do TDAH inclui
frequentemente, um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e
emocional.
O aluno X apresentou sintomas de inquietação, impulsividade e agitação. O
portador de TDAH continua agitado diante de situações novas, isto é, não consegue
controlar seus sintomas. Percebeu-se que as características visivelmente
observadas no aluno X com Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade são
inquietação, agitação e dificuldade de relacionamento pacífico e de interação com a
comunidade escolar. Assim, confirmaram-se as suspeitas dos professores do ensino
regular e equipe pedagógica. A partir de então se sugeriu que o aluno X realizasse
acompanhamento psicopedagógico, bem como frequentasse a sala de recursos da
instituição educacional solicitante da avaliação para obter um melhor desempenho
educacional, psicológico e social.
É necessária a intervenção de outros profissionais, de psicólogos, de
fonoaudiólogos, e demais especialistas. Outra possibilidade é unir o
acompanhamento psicopedagógico a um desses profissionais ou a mais de um. É
importante ressaltar que em alguns casos os pais e ou a família também devem
passar por algum processo terapêutico. O acompanhamento psicopedagógico parte
das questões investigadas no diagnóstico. Através de atividades variadas pretende-
se vencer os obstáculos que se impõem ao processo de aprendizagem para que o
aluno X possa retomá-lo com maior autonomia e sucesso. O trabalho
4 Importante destacar que o profissional utiliza-se do instrumento Escala de Inteligência Wechsler
Para Crianças – WISC III, que permite avaliar as possíveis dificuldades apresentadas pelo aluno X. Foram realizadas ainda entrevistas comportamentais com o aluno X com o objetivo de compreender como o mesmo estabelece suas relações interpessoais, além de avaliar seus vínculos e crenças a respeito do ambiente escolar, social e familiar onde atua.
psicopedagógico visa desencadear novas necessidades, de modo a provocar o
desejo de aprender e não somente uma melhoria no rendimento escolar (SÁNCHEZ-
CANO, 2011).
O contato com os pais
Os pais acreditam que a integração entre a escola e a família é importante.
Assim como o acompanhamento dos pais é fundamental para estimular o
desenvolvimento dos filhos, não só na escola, mas na vida.
De posse da documentação sobre o aluno X a professora regente, professora
especialista e pedagoga da escola conversaram com os pais, informando sobre o
diagnóstico do filho e a necessidade de participação ativa dos pais para garantir um
melhor aprendizado por parte do aluno.
Na percepção de todos os envolvidos no processo, para que as crianças
adquiram conhecimentos, todos devem trabalhar conjuntamente: a escola e a
família. O envolvimento entre essas instituições é essencialmente importante para o
desenvolvimento do aluno, pois essas instituições são responsáveis por ajudar os
sujeitos a desenvolver as suas habilidades. Deste modo quando família e escola
adotam os mesmos princípios, permite ao aluno ampliar com mais entusiasmo seus
conhecimentos.
Acredita-se que a participação dos pais na escola amplia as possibilidades
para uma relação mais próxima no desenvolvimento do aluno. Apesar de tantas
dificuldades, é preciso que pais e escola busquem, da melhor maneira possível,
desenvolver uma parceria e estimular o desenvolvimento dos alunos. A escola deve
procurar convidar os pais de uma forma que os mesmos se sintam confortáveis
neste espaço e onde os mesmos possam expor suas dúvidas e insatisfações. A
escola deve se tornar um ambiente onde haja participação recíproca quando envolve
a aprendizagem de seus alunos (OLIVEIRA, 2001).
O retorno dos testes do aluno X para equipe escolar e as ações adotadas
A avaliação diagnóstica é um processo:
(...) de coleta e análise de informações relevantes sobre os diferentes elementos que intervêm no processo de ensino e aprendizagem – não somente das competências do aluno, mas também do ambiente educacional – com a finalidade de fundamentar as decisões sobre as respostas educacionais mais adequadas às necessidades do aluno (SOLÉ, 2001, p.186).
A fim de consolidar o diagnóstico foi realizada uma reunião da equipe
pedagógica com a professora especialista e professores do ensino regular para
repassar informações e sugerir atendimento diferenciado em relação às avaliações
feitas pelos mesmos para o aluno X. Importante destacar que uma das dificuldades
da escola é não dispor constantemente do psicólogo para estar fazendo o
acompanhamento regular e atendimento semanal como sugerido.
Realizou-se o contato com a escola e equipe pedagógica explicando os
objetivos para que os pais deste aluno X fossem convidados para participarem da
reunião. Após os esclarecimentos gerais repassados por toda a equipe pedagógica,
psicóloga e professor especialista sobre os procedimentos utilizados com o aluno X,
bem como o diagnóstico e encaminhamento deste para a sala de recursos
multifuncional.
Ao produzir um diagnóstico condizente com a realidade do aluno e que
envolva todos os atores torna-se possível propor ações educativas com reflexos
diretos no processo de aprendizagem do aluno. A aprendizagem, fruto da interação
social, é o motor do desenvolvimento humano. No campo da avaliação
psicopedagógica, isso remete à necessidade de compreender a conduta, as
competências e as limitações dos indivíduos em um enfoque ampliado.
O objeto primário da avaliação psicopedagógica é o aluno no sistema de
ensino e aprendizagem, ou seja, na interação que estabelece com seu professor e
com seus colegas em torno dos conteúdos escolares. A avaliação amplia assim, seu
foco, envolvendo, embora em graus diversos, pessoas diferentes (não somente o
aluno, mas também seus professores, sua família, seus colegas, os profissionais
que lhe oferecem apoio e o próprio psicopedagogo (SOLÉ, 2001)).
De posse das informações relativas ao aluno, após amplo debate por parte da
equipe e da compreensão dos pais sobre o diagnóstico do filho, os professores que
tem ligação direta com o aluno iniciaram o processo de preparação de atividades
adaptadas, como por exemplo, atividades envolvendo nomeação, identificação e
escrita com operações matemáticas, números, leitura e textos diversos, para
melhorar o conhecimento desses pré-requisitos acadêmicos básicos. Incluíram
atividades de leitura de livros de histórias, identificação e nomeação de figuras
variadas, utilização de calendário e atividade de pareamento de cores, tudo com o
objetivo de facilitar a aprendizagem do aluno.
Também foram dadas orientações gerais aos professores e também para os
colegas de sala. Foi recomendado aos professores e colegas que ignorassem (não
dessem atenção) aos comportamentos inadequados do aluno X na sala de aula.
Para os professores, também foi indicado redirecionar a atenção dos alunos nesses
momentos e dar atenção e elogios ao aluno X quando ele estivesse se comportando
bem, como por exemplo, fazendo alguma atividade.
O que se tem observado na prática profissional é que as atuais políticas de
educação inclusiva ainda necessitam de melhor implementação para garantir o
acesso dos alunos a processos efetivos de escolarização. Pois nem sempre todos
os envolvidos no processo de avaliação diagnóstica tem acesso às informações e
resultados. Um dos principais problemas observados é a ausência de profissionais
da área de psicologia para auxiliar no processo de aplicação, interpretação e
produção de relatórios de diagnóstico bem como no acompanhamento deste aluno.
Na prática docente geralmente as devolutivas dos laudos psicológicos com os
pareceres de apto ou não apto para a sala regular de ensino tem se concentrado no
professor especial, havendo a necessidade de ampliar para a participação da equipe
pedagógica. Entende-se que são responsáveis pelo aluno todos os membros da
escola e que a devolutiva deveria orientar os profissionais de como atender esse
aluno para não comprometer o seu aprendizado e nem para expô-lo a
discriminações.
Diante de tais questionamentos, a análise dos processos de avaliação,
diagnóstico e encaminhamentos e desta nova configuração da rede regular de
ensino e possibilidades de remanejamento de alunos das salas regulares para
outros espaços educacionais (salas de recursos multifuncionais) foi imprescindível
analisar de que forma tais processos são avaliados e encaminhados, subsidiando
assim numa intervenção pedagógica adequada às necessidades do aluno em
situação de diagnóstico.
A escola enquanto instituição responsável por transmitir e repassar
conhecimentos, competências, crenças, hábitos e valores, deve criar um espaço de
debates e reflexão sobre as mudanças que ocorreram nos últimos anos em relação
à educação especial. A escola é também responsável por provocar mudanças no
paradigma dominante de ensino, promovendo a inclusão social da pessoa com
necessidades especiais.
A colaboração de todos os envolvidos no processo educativo foi de grande
valia para a realização da pesquisa aqui apresentada, onde se buscou identificar as
limitações do aluno em questão: o porquê do seu não aprendizado, suas dúvidas,
defasagem de conteúdo, questões sociais e aprendizagem lenta bem como a
constante falta de interesse em relação aos conteúdos aplicados em sala de aula.
Sendo assim, o trabalho apresentado, veio a auxiliar os professores da rede regular
de ensino, colaborando juntamente com os mesmos e com toda a comunidade
escolar numa busca de possíveis soluções, sendo possível identificar as dificuldades
do aluno no ambiente da sala de aula e o que estava comprometendo a sua
aprendizagem.
CONCLUSÃO
A identificação de um aluno considerado com “problema” em sala de aula
deve ser um processo bem conduzido para não produzir danos que terão reflexos no
aprendizado e na vida do aluno na escola e fora dela. Observa-se que ao aplicar os
instrumentos avaliativos, existe a necessidade de um envolvimento de todos aqueles
responsáveis pelo aluno, a fim de garantir um diagnóstico o mais próximo possível
da realidade do aluno.
Concluí que ao conhecer o processo de avaliação diagnóstica, contribuí com
a prática pedagógica do professor, assim como os instrumentos avaliativos
possibilitam a identificação dos sucessos e fracassos do aluno. As informações
obtidas através dos relatórios descritivos e de observações permitiram conhecer,
descrever, compreender, explicar, prever e formular encaminhamentos e orientações
para prevenir possíveis distorções ou disfuncionalidades, possibilitando assim uma
tomada de decisões que se dá no coletivo da escola e beneficiará o aluno
diretamente através da adoção de práticas pedagógicas adaptadas a sua
necessidade.
Apesar dos avanços em termos de divulgação e incentivo à incorporação da
educação especial nas salas de aula do ensino regular com a presença do professor
da sala de recursos, ainda existem muitos aspectos a serem melhorados para de
fato garantir o acesso ao ensino de qualidade para alunos com necessidades
educacionais especiais. Entender o fluxograma do processo, o que cada etapa
significa na avaliação e ter acesso ao parecer final faz a diferença na prática do
professor que se apropria do conhecimento da realidade do aluno para estabelecer
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