OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um...

45
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um...

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

NEUSA MARIA FRIGO

O MUNDO MÁGICO DOS CONTOS DE FADAS

LONDRINA2014

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

NEUSA MARIA FRIGO

O MUNDO MÁGICO DOS CONTOS DE FADAS

Produção Didático-Pedagógica apresentada à SEED- Secretaria de Estado da Educação, como parte integrante do PDE -Programa de Desenvolvimento Educacional, sob a orientação do Professor Doutor Vladimir Moreira.

LONDRINA2014

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

FICHA DE IDENTIFICAÇÃOProdução Didático-Pedagógica – PDE 2014

TítuloO Mundo Mágico dos Contos de Fadas

Autor: Neusa Maria Frigo

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Marechal Floriano Peixoto - EFMAvenida Paraná, Nº 159 - Ribeirão Bonito

Município da escola: Grandes Rios

Núcleo Regional de Educação: Ivaiporã

Professor Orientador: Professor Doutor Vladimir Moreira

Instituição de Ensino Superior: UEL

Relação Interdisciplinar: Não

Resumo: A falta de interesse dos educandos pela leitura, interpretação e produção de textos instigou-nos a pensar na necessidade de elaborar uma estratégia que possa despertar o gosto pela leitura, pois percebemos, por meio dos resultados apresentados pelo sistema de Avaliação Básica (Saeb) e da Prova Brasil, que ainda há um acentuado declínio na leitura, o que interfere na habilidade do educando em interpretar, identificar e contextualizar as estruturas e variações linguísticas (resultantes de fatores como o grupo social, região, idade a que pertence). Portanto, após análise, percebemos que dentre os gêneros textuais, o Conto de Fadas pode ser o trajeto mais agradável para amenizar tal situação, pois traz momentos de construção do imaginário, de descoberta de um mundo além do real, que poderá despertar o interesse pela leitura, e assim facilitar o seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional. O Conto de Fadas, é uma leitura impregnada de magia e encantamento, tendo uma linguagem

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

simbólica que leva o aluno a construir ponte de significação do mundo exterior para seu mundo interior fazendo com que eles reflitam sobre suas ações, desenvolvendo seu senso crítico, sua criatividade, sua expressão e linguagem. A proposta de intervenção é desenvolver uma ação pedagógica que contribua para a formação de leitores e ao mesmo tempo para a capacitação de produtores de textos orais e escritos, recontando histórias, reescrevendo e interpretando de modo a construir alunos críticos e participativos na sociedade em que vivemos.

Palavras-chave imaginação; encantamento; projeto; contos; letramento.

Formato do Material Didático: Unidade DidáticaPúblico: Alunos do 8º Ano A – Ensino Fundamental

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃOCOORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE.

NEUSA MARIA FRIGO

UNIDADE DIDÁTICA:O MUNDO MÁGICO DOS CONTOS DE FADAS

LONDRINA2014

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ÁREA PDE: Língua Portuguesa

PROFESSOR PDE: Neusa Maria Frigo

PROFESSOR ORIENTADOR IES: Vladimir Moreira

IES VINCULADA: Universidade Estadual de Londrina- UEL

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Marechal Floriano Peixoto –Ensino Fundamental e Médio.

PÚBLICO ALVO DA INTERVENÇÃO: 8º Ano A – Ensino Fundamental

TÍTULO: O Mundo Mágico dos Contos de Fadas

PALAVRA CHAVE: imaginação; encantamento; projeto; contos; letramento.

TEMA: Ensino e aprendizagem da leitura por meio do gênero Contos de Fadas

APRESENTAÇÃOSITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL

Esta Unidade Didática será implementada no 8º Ano A do Ensino

Fundamental, tendo como finalidade o desenvolvimento da competência interativa,

obedecendo aos moldes da pesquisa-ação, em função do desinteresse dos alunos

no que se refere à leitura e a dificuldade de interpretar o que está implícito no texto.

A leitura é valiosa, mas para adquirir conhecimentos sobre o mundo globalizado,

percebe-se que a maioria dos nossos alunos não tem acesso a ela. A leitura

também diversifica o vocabulário e promove um pensamento crítico e reflexivo, pois

facilita o contato com diferentes teorias, ideias e variados discursos que permeiam a

sociedade. Sendo assim, a escola necessita estimular o gosto e o prazer pela

leitura, levando nossos alunos a compreender diferentes gêneros textuais, tornando-

os leitores competentes, tendo autonomia responsável em suas conclusões,

subsidiando sua inserção na sociedade.

Para Martins (1994), nós professores devemos nos atentar para o que é

de interesse do aluno, buscando despertar o gosto pelo o que lhe é desprezado,

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

tendo consciência que sua atitude amistosa ou conflitante no ato de ler, resulta de

alguma situação vivenciada anteriormente nesse sentido. Conforme a autora,

(1994,P.36):

(...) o propósito é compreender a leitura, tentando desmistificá-la, por meio de uma abordagem despretensiosa, mas que permita avaliar aspectos básicos do processo, dando margem a se conhecer mais propriamente o ato de ler. Esses aspectos se relacionam à própria existência do homem, incitando a fantasia, o conhecimento e a reflexão acerca da realidade.

Dentre os gêneros textuais, O Conto de Fadas pode ser o trajeto mais

agradável, pois traz momentos de construção do imaginário, descobrindo um mundo

além do real, que poderá despertar o interesse pela leitura e facilitar o

desenvolvimento cognitivo, social e emocional do aluno.

INTRODUÇÃO

Esta Unidade Didática foi desenvolvida de acordo com as DCE’s- Diretrizes

Curriculares de Língua Portuguesa, após verificação das avaliações realizadas pelo

MEC, que revelam a deficiência dos educandos em ler e interpretar textos de todos

os gêneros. Isso está claro pelas notas e porcentagens de acertos da Prova Brasil e

do Saeb. Essa dificuldade pode ser solucionada com metodologias que despertem a

criatividade e o interesse pelo ato de ler, pois sabe-se que a leitura abre portas para

o conhecimento. Portanto, desenvolver o gosto e o hábito da leitura por meio dos

Contos de Fadas é uma estratégia que favorece a reflexão sobre a própria vivência,

a interpretação da realidade por meio de uma ótica privilegiada e solução de

conflitos, culminando assim, a uma interpretação crítica e reflexiva por parte dos

alunos.

Por conhecer a realidade social e o contexto da escola, é fundamental

levar em conta a realidade do aluno, organizando o trabalho didático de maneira

que fiquem claros quais objetivos e conteúdos realmente são necessários para

iniciar essa trajetória. O contato com textos faz parte da história de vida do aluno

que vem desde a infância e, a partir da aplicação do projeto, pretendemos dar

possibilidades interativas diversas, capacidade de estabelecer, de modo

concomitante, relação de parceria com familiares, despertando curiosidade

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

intelectual, expressividade, exploração, fantasia que convidam a se adentrar para

além do mundo real e experimentar um passeio por meio de um mundo imaginário.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver o gosto pela leitura por meio dos contos de fadas,

possibilitando a ampliação de suas concepções sobre o meio, a elaboração de

hipóteses para a resolução de seus problemas, indo além de sua experiência

cotidiana, buscando alternativas para a transformação da sua realidade e julgá-las

como pertinentes ou não a sua realidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a .Estimular a criatividade, sensibilidade, curiosidade e imaginação dos alunos;

b. Promover o gosto e o hábito pela leitura;

c. Estimular a linguagem oral, promovendo a socialização;

d. Debater soluções de conflitos presentes nos contos;

e. Desenvolver o pensamento reflexivo e crítico;

f. Melhorar a habilidade dos alunos de produzir textos;

g. Resgatar a importância do contar histórias no contexto familiar;

h. Identificar os valores encontrados nos personagens das histórias e contextualizar

com alguns valores sociais dos alunos;

i. Traçar relações entre o mundo mágico e o mundo real e mobilizar os limites do

imaginário pessoal e coletivo;

j. Reconhecer as características deste gênero literário.

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

http://www.gifscantinhoencantado.com.br/2013/07/fadas-imagens-de-

fadas-lindas.html

Esta Unidade Didática tem como finalidade o desenvolvimento da

competência interpretativa, obedecendo aos moldes da pesquisa–ação, em função

do desinteresse dos alunos no que se refere à leitura e a dificuldade de interpretar o

que está implícito no texto.

Como pode se verificar, as inquietações do encontro do leitor/aluno com o

texto não é percebido nessa linha de análise, em que há a necessidade de buscar o

implícito. Por esse motivo, conforme nossa proposta, é que o professor precisa

supervalorizar o texto que traz o poder do encantamento, como apresentam os

textos de contos de fadas. Por outro lado, e acreditando na necessidade de se

trabalhar esse gênero literário, busca-se, de forma eficiente, uma leitura numa

perspectiva interativa, em que o leitor/aluno é convidado a participar da construção

do sentido do texto; então, importa que haja alguma coincidência entre os interesses

do aluno e os métodos e técnicas utilizadas para essa interação.

A leitura é vista como caminho viável, a ser percorrido pelos alunos para

despertar a criticidade, assim como estabelecer hipóteses, ampliando o poder de

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

questionar o que lhe é imposto, analisando o contexto social, as ideologias

expressas nos textos. Por intermédio da leitura, a Educação Básica, segundo as

DCEs (2008) deve:

propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leve o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude responsiva diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como mediador, provocando os alunos a realizarem leituras significativas [pois] somente uma leitura aprofundada, em que o aluno é capaz de enxergar os implícitos, permite que ele depreenda as reais intenções que cada texto traz (2008, p. 71).

O professor é o mediador no processo da inserção do aluno no mundo da

leitura, é um cúmplice, encoraja o aluno a mergulhar no mundo de aventuras

encontradas nos livros, ajuda-o a descobrir um mundo mágico, encontrado nos

contos de fadas, a viver personagens, imaginar, sonhar, provocar os mais diversos

sentimentos, ódio, amor, alegria, medo, além de expor suas ideias referentes aos

assuntos retratados nas obras por ele lida, e essas orientações encontramos nos

PCNs. O aluno deixaria de ser um mero expectador ou reprodutor de saberes

discutíveis. Apropriando-se do discurso, verificaria a coerência de sua posição.

Dessa forma, além de compreender o discurso do outro, ele teria a possibilidade de

divulgar suas ideias com objetividade e fluência (PCNs, 2000, p.9).

Uma das dificuldades do professor é que os alunos se afastaram da leitura,

tendo-a, em muitos casos, como castigo, pois buscam meios de comunicação de

fácil acesso, onde encontram tudo pronto para apresentar aos seus professores.

Precisamos resgatar o encantamento e o gosto pela leitura, pois este é um fator

preponderante para se ter uma educação de qualidade. Isso ocorre porque ler é

conhecer, e na releitura há uma maior compreensão do texto, do mundo a que ele

se refere e do qual o leitor participa, possibilitando uma atitude de diálogo com o

texto e, interagindo com ele, comparamos situações, analisamos, questionamos

suas teses, procurando possíveis e variadas respostas.

Para Gagliardi ( 2001,p.15), os Contos de Fadas são histórias muito

antigas. Sua origem se perde no tempo. Sabemos que, no início de sua existência,

eles eram transmitidos de boca em boca: quem ouvia uma história, memorizava-a e

contava-a para outras pessoas, que faziam o mesmo.

Portanto, eles fazem parte da nossa herança cultural que conhecemos

como tradição oral. A tradição oral é um modo de conservar conhecimentos e

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

transmiti-los de uma geração para outra pelas conversas, pelas histórias, sem

registros escritos.

Com o passar dos séculos, esses contos foram mudando. Como já ouvimos

dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao

recontarem uma história, acabam modificando. Porém, não é à toa que os

contadores de histórias aumentam, diminuem ou até mudam o que contam.

Gagliardi (2011, p.15 ) afirma que os contadores adaptam as histórias aos

diferentes públicos a que se dirigem. Eles são influenciados por seu tempo e pelo

lugar onde vivem. As histórias sofrem mudanças, porque incorporam os modos de

vida e de pensar das pessoas das diversas épocas e regiões por onde circularam e

circulam.

Sendo assim, os contos de fadas, durante muito tempo, foram contados

oralmente, passando de geração para geração. Um dia viraram livro. Como isso

aconteceu?

GAGLIARDI (2011, p.16) diz:

É que algumas pessoas, depois da invenção da imprensa ( século XVI), acharam importante registrar essas histórias em livros, entre outras coisas, para que elas não fossem esquecidas. Uma dessas pessoas foi Charles Perrault, um francês, nascido em 1628, que publicou Contos da mamãe gansa. Esse livro traz algumas das histórias que eram passadas de boca em boca naquela época, como, por exemplo, A Bela Adormecida no bosque, O Gato de Botas, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, O Pequeno Polegar.

Partindo dessa afirmação, percebemos logo que precisamos de condições

sociais e escolares, para que a leitura possa ser considerada e também

transformada.

Para SILVA (1998, p.47), a leitura é fundamental, uma prática social.

Enquanto tal não pode prescindir de situações vividas socialmente, no contexto da

família, da escola, do trabalho, etc.. Portanto, verifica-se a necessidade de se pensar

em uma política de leitura para o povo e para a escola, levando em consideração as

reais condições para a sua produção.

Ler contos de fadas que apresentem diferentes versões, personagens

diferentes ou finais diferentes pode estimular comparações por parte das crianças,

facilitando o pensamento intuitivo e imaginário.

KLEIMAN (2002,p.10) comenta:

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

a leitura é um ato social, entre dois sujeitos_ leitor e autor_ que interagem entre si, obedecendo a objetivos e necessidade socialmente determinados. Essa dimensão interacional, que para nós é a mais importante do ato de ler, está pressuposta neste trabalho; não e foco da discussão, mas é explicitada toda vez que a base textual sobre a qual o leitor se apóia precisa ser elaborada, pois essa base textual é entendida como a materialização de significados e intenções de um dos interagentes à distância via texto.

Assim, podemos afirmar que a leitura é um processo de reconstrução, pois

ler é captar os objetivos do autor, identificar suas ideias e intenções.

Gagliardi (2011, p.16 ) conta que dois irmãos alemães, no século XIX, Jacob

e William Grimm (os irmãos Grimm), que se interessavam muito pelos costumes da

sua terra, resolveram registrar por escrito contos que eram muito conhecidos em seu

país e conservados pela tradição oral. Publicaram um livro _ contos da criança e do

lar_ do qual fazem parte histórias que também circulavam na França de Charles

Perrault, como A Bela Adormecida no bosque , Chapeuzinho Vermelho, O Gato de

Botas e Cinderela. Além dessas histórias citadas, outras também são registradas por

eles, como O lobo e os Sete cabritinhos, Joãozinho e Mariazinha, Rapunzel, Branca

de Neve, O pássaro dourado e muitas outras.

A partir desse paralelo, os contos continuam sendo publicados até hoje, nos

mais diferentes países, em diferentes versões, de acordo com o público para o qual

são dirigidas. Da versão original de Perrault até as versões de Walt Disney, muita

coisa já foi alterada, como por exemplo as ilustrações e trechos da história, mas

muitos elementos permanecem, o que nos permite perceber que são os mesmos

contos.

Os elementos: castelos, reis e rainhas, príncipes e princesas, madrastas e

feiticeiras, valentes heróis que enfrentam terríveis perigos ( alguns deles ainda

crianças), indicam que essas histórias circularam na Europa durante a Idade Média.

Essa foi uma longa época da história da Europa, que durou cerca de mil anos, entre

o século V e o século XV. Por meio das histórias, analisamos que a vida era muito

difícil nessa época, existia grande pobreza, além de diversas doenças que

matavam as pessoas muito cedo, infelizmente, dentre elas, crianças. Todas tinham

que lutar muito para sobreviver. Partindo dessas dificuldades, verificamos que os

contos de fadas ficaram registrados nessa época.

É de suma importância analisar que em diversos contos temos uma figura

típica da história da Idade Média, que são as madrastas. Há de observar que

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

naquela época havia pouca higiene e a medicina não era tão desenvolvida, então

várias mulheres morriam na hora do parto, deixando seus esposos viúvos. Porém,

os homens casavam-se novamente. Assim, as madrastas eram figuras reais das

famílias daquele tempo. E como podemos ver, elas maltratavam seus enteados,

sendo vistas como verdadeiras bruxas.

Neste sentido, observamos que os contos de fadas trazem a magia que

alimenta a imaginação, ajudam a encarar os problemas da vida e, por vezes, trazem

esperança de dias melhores.

É um pouco por isso que ainda hoje esses contos continuam a ser tão

encantadores para adultos e crianças, que podem acreditar, pelo menos na fantasia,

que é possível “viver feliz para sempre”.

BETTELHEIM (1980, p.19) comenta que:

Só partindo para o mundo é que o herói dos contos de fadas ( a criança) pode se encontrar e, fazendo-o, encontrará também o outro com quem será capaz de viver feliz para sempre; isto é, sem nunca mais ter de experimentar a ansiedade da separação. Os contos de fadas são orientados para o futuro e guia a criança - em termos que ela pode entender tanto na sua mente inconsciente quanto consciente - a ao abandonar seus desejos de dependência infantil e conseguir uma existência mais satisfatória independente.

O ato de fantasiar facilita a compreensão, pois aproxima mais da maneira

como veem o mundo, ela é encantadora, capaz de nos mover sem precisar sairmos

do lugar. Explorar a imaginação é mexer com os sentimentos mais íntimos, e isso

contribui para o desenvolvimento até mesmo da personalidade.

A magia de um conto de fadas, segundo Abramovischi (1989), não está no

fato de haver uma fada, já anunciada no título, mas na sua forma de ação, de

aparição de comportamento, de abertura de portas, na sua segurança. Se a criança

identificar- se por vezes como herói bom e belo, não é pela sua beleza ou bondade,

mas por sentir nele a própria personalização de seus problemas, seus medos e

anseios, e, principalmente, sua necessidade de proteção e segurança. A

identificação com o herói é um caminho para a criança resolver, inconscientemente,

seus conflitos, superando o medo que a inibe e ajudando-a a enfrentar os perigos e

ameaças que sente a sua volta e assim, gradativamente, poder alcançar o equilíbrio

adulto.

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Essas considerações nos levam a concluir que a leitura de contos de fadas

pode ajudar a criança a encontrar no universo simbólico e mágico, indícios

importantes para construir e solidificar sua constituição psíquica.

Segundo Bettlheim, “para a criança e para o adulto que, como Sócrates,

sabe que ainda existe uma criança dentro do indivíduo, mais sábio os contos de

fadas experimentam verdades sobre humanidade e sobre a própria pessoa.”

(BETTLHEIM, 1980, p.83).

SILVA (1998, p.24) comenta:

Em essência, a leitura caracteriza- se como um dos processos que possibilitará a participação do homem na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e passado em termos de possibilidades de transformação sociocultural futura. Sendo assim, o significado de leitura para as atividades das crianças são “ leitura de experiência”, pois toda criança passa por uma série de transformação de acordo com a etapa de desenvolvimento que atravessa,ou seja, muitas experiências que realiza torna- se essencial para o seu desenvolvimento e, logo para a aprendizagem.

O conto de fadas é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo

de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou imaginário. Como todos os

textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e

enredo.

Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão.

Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada,

desenvolve uma história e tem apenas um clímax.

Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não

acontece com o conto. O conto é conciso. Por outro lado, é um gênero literário que

apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica.

Os historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a lenda, a

parábola, o conto de fadas é mesmo a anedota.( Heidi strecker, Especial para a

página 3 Pedagogia & comunicação). Visitado em: 12 maio 2014,Site educação.

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

MATERIAL DIDÁTICO

Na Produção Didático Pedagógica será utilizado a sala de aula e o pátio

como espaço físico para ministrar as aulas, bem como a concretização da

Intervenção Pedagógica. Dentre alguns recursos e materiais serão utilizados os

seguintes:

Biblioteca;

Laboratório de Informática;

TV Multimídia;

Data show;

DVD’S;

Textos digitados de diversos contos;

Livros de Contos Infanto- Juvenis.

DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA

Professores (as), iniciem seu trabalho expondo aos alunos como será

desenvolvido o projeto com os Contos de Fadas. Conduza uma conversa sobre o

gênero, esclarecendo as diferenças existente entre outras histórias. É como um

levantamento do conhecimento prévio, para verificar se os alunos já conhecem esse

gênero, ou para estimular, comentar sobre dos Contos de Fadas que já conhecem

ou que já ouviram falar!

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

UNIDADE DIDÁTICAATIVIDADES

UNIDADE ITEXTO 1

1ª ETAPA: Determinação do horizonte de expectativas. Antes de iniciar o trabalho

com o conto de fadas é importante que os alunos tenham bem claro as

características desse gênero literário. O professor (a) aproveitará melhor o tempo,

levando o conceito do gênero para a sala de aula e estudará com seus alunos para

que eles sintam-se mais seguros no momento da realização do trabalho proposto.

CONTEÚDO: ”Conto –“Chapeuzinho Vermelho”.

OBJETIVO: Ouvir a história de Chapeuzinho Vermelho.

- Ler o texto com entonação;

- Identificar o explícito e o implícito no texto.

-DURAÇÃO: 4:00 horas.

METODOLOGIA:

O professor (a) dará início a aula fazendo vários questionamentos sobre a

história de Chapeuzinho Vermelho para verificar se os alunos conhecem.

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Em seguida, distribua a todos os alunos a folha impressa com a letra da

história de Chapeuzinho Vermelho, propondo a leitura silenciosa para interpretação

do texto, bem como debate, levando-os a se inteirarem do desfecho do conto;

Após esse momento, o professor fará a leitura do texto em voz alta e boa

entonação, levando-os a perceberem o explícito e implícito no texto;

Despertar nos alunos o prazer em ler em voz alta para a classe o texto dado;

Fazer uma leitura utilizando fantoches e fazendo a dramatização do texto;

A partir daí, distribuir as atividades propostas da interpretação do Conto de

Fadas de Chapeuzinho Vermelho, para então por meio dos resultados verificar se os

mesmos conseguiram entender a mensagem do texto após realização das

atividades concluídas.

Chapeuzinho Vermelho

Para quem pensa que os Irmãos Grimm escreviam histórias infantis meigas

e livres de conteúdo pesado está errado. A dupla de escritores alemãs do século XIX

não tinham o conceito de infância que hoje nossa sociedade possui e tanto se

esforça para conservar, suas histórias originais eram até macabras e pouco

inocentes. Trago a vocês uma versão adaptada do que foi o verdadeiro conto da

Chapeuzinho Vermelho, uma das histórias mais famosas e mais contadas dos

Page 19: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

irmãos. Os Grimm são famosos por roubar as histórias, passá-las para o papel e

levarem o crédito, além de às vezes amenizarem os finais.

CONTOCHAPEUZINHO VERMELHO

Era uma vez uma menina tão doce e meiga, que todos gostavam dela. A avó, então, a adorava, e não sabia mais que presente dar a criança para agradá-la.

Um dia presenteou-a com um chapeuzinho de veludo vermelho. xxO chapeuzinho agradou tanto à menina, que ela não queria mais

saber de usar outro. Não o tirava nem para dormir. Certa manhã, a Mãe chamou-a e disse:

- Chapeuzinho, leve este pedaço de bolo e essa garrafa de vinho para sua avó. Ela está doente e fraca, e isto vai fazê -la ficar melhor.

- Vá logo e comporte-se pelo caminho e não invente de correr pela mata. Você pode cair e quebrar a garrafa de vinho, e ele é muito importante para a recuperação de sua avó.xx

Chapeuzinho prometeu que obedeceria sua mãe, e pegando a cesta com o bolo e o vinho, despediu-se e partiu.. Por causa disso, ficou conhecida como Chapeuzinho Vermelho.Sua avó morava no meio da floresta, distante uma hora e meia da vila.

Logo que Chapeuzinho entrou na floresta, um Lobo apareceu na sua frente.

Como ela não o conhecia nem sabia que ele era um ser perverso, não sentiu medo algum.

- Bom dia Chapeuzinho - saudou o Lobo.- Bom dia, Lobo - ela respondeu.- Aonde você vai assim tão cedinho?- Vou à casa da minha avó.- E o que você está levando nessa cestinha?- Minha avó está muito doente e fraca, e eu estou levando para ela

um pedaço de bolo que a mamãe fez ontem, e uma garrafa de vinho. Isto vai deixá-la forte e saudável.

- Chapeuzinho, diga-me uma coisa, onde sua avó mora? - A uns quinze minutos daqui. A casa dela fica debaixo de três

grandes carvalhos e é cercada por uma sebe de aveleiras. Você deve conhecer a casa.

O Lobo pensou consigo:"Esta tenra menina é um delicioso petisco. Se eu agir rápido posso

saborear sua avó e ela como sobremesa."Então o Lobo disse:- Escute Chapeuzinho, você já viu que lindas flores há nessa

floresta? Por quê você não dá uma olhada? Você não está ouvindo os pássaros cantando? Você é muito séria, só caminha olhando para a frente. Veja quanta beleza há na floresta.

- Quem está aí? - perguntou a velhinha.

Page 20: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Chapeuzinho então olhou a sua volta, viu a luz do sol brilhando entre as árvores, viu como o chão estava coberto com lindas e coloridas flores, e pensou:

"Se eu pegar um buquê de flores para minha avó, ela vai ficar muito contente. E como ainda é cedo, eu não vou me atrasar."

E, saindo do caminho, entrou na mata. E sempre que apanhava uma flor, via outra mais bonita adiante, e ia atrás dela. Assim, foi entrando na mata cada vez mais.

Enquanto isso, o Lobo correu à casa da avó de Chapeuzinho e bateu na porta.

"Quem está aí?" - perguntou a velhinha.- Sou eu, Chapeuzinho Vermelho! - falou o Lobo disfarçando a voz

- Vim trazer um pedaço de bolo e uma garrafa de vinho. Abra a porta para mim!

- Levante a tranca, ela está apenas encostada. Não posso me levantar pois estou muito fraca. - respondeu a vovó.

O Lobo entrou na casa, e antes que a vovó pudesse dizer qualquer coisa, engoliu-a inteira. Depois vestiu as roupas dela, colocou sua touca de dormir na cabeça, deitou-se na cama, fechou as cortinas, e ficou esperando Chapeuzinho Vermelho. X

E Chapeuzinho continuava colhendo flores na mata. Foi só quando não podia mais carregar nenhuma, que lembrou da avó. Então retomou o caminho para a casa dela.

Quando ela chegou lá, para sua surpresa, encontrou a porta aberta.Ela caminhou até a sala, e tudo parecia tão estranho, que pensou:"Oh, céus, por quê será que estou com tanto medo? Sempre me

sinto tão bem na casa da vovó..."Então ela foi até a cama da avó e abriu as cortinas. A vovó estava

lá deitada, com sua touca escondendo parte do rosto. Ela parecia muito estranha.- Vovó! Por que a senhora tem orelhas tão grandes? - perguntou então Chapeuzinho.

-É para te ouvir melhor.-Vovó! Por que a senhora tem olhos tão grandes?- É para te ver melhor. - E suas mãos, vovó, por que são tão

grandes? - São para te abraçar melhor.xxx- Credo, vovó! Por que a senhora tem essa boca grande e horrível?- É para te comer melhor! - e dizendo isto o Lobo saltou sobre a

indefesa menina e engoliu-a de um só bote. Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu,e

começou a roncar muito alto.xxUm caçador, que ia passando ali perto, escutou e achou estranho

que uma velhinha roncasse tão alto. Então ele decidiu ir dar uma olhada. Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava

há muito tempo.E o caçador pensou:"Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda possa ser

salva. Não posso atirar nele."Então ele pegou seu facão, e abriu a barriga do Lobo. Quando

começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou mais, e a menina pulou para fora exclamando:

Page 21: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

- Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo estava muito escuro!

E assim, a vovó foi salva também.Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e

colocou dentro da barriga do lobo. Quando o lobo acordou e viu todos ali, tentou fugir. Mas as pedras

estavam tão pesadas que ele caiu no chão e morreu. E assim, todos ficaram aliviados por se livrarem do perigo.

O caçador pegou a pele do lobo.A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia

trazido, e Chapeuzinho disse para si mesma:"Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e

desviar do caminho, nem andar na floresta sozinha e por minha conta."xx

Contos Tradicionais Ilustrados: Chapeuzinho Vermelho - © Copyright 1998-2008 http://www.sitededicas.com.br

Caros Colegas professores (as)!Neste conto, pode ser trabalhado com os alunos a violência existente na nossa

sociedade, onde tantas adolescentes seduzidas acabam perdendo a vida, por seguirem

caminhos obscuros ou até mesmo por desobediência aos pais. Aproveitando o conto

Chapeuzinho Vermelho, vale a pena rever esses conceitos.

ATIVIDADES - RESPONDA:

1. Quais são as características de Chapeuzinho Vermelho?

2. Os personagens da história são?

3. Em qual estação do ano acontece essa história?

4. Que adjetivo você daria ao Lobo?

5. O Lobo é um animal quadrúpede, é mamífero e tem o corpo coberto de pelos. Escreva o nome de cinco animais que têm as mesmas características do Lobo.

6. Qual é a parte mais emocionante do Conto?

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

7. O que esse conto retrata nos dias atuais?

8. Quem são os “Chapeuzinho Vermelho“ e Lobo Mal existente na nossa sociedade?

9. Quais são os ensinamentos que o Conto nos traz?

10.O que aconteceu quando ela encontrou o Lobo?

11.O que você mudaria nessa história? Por quê?

ATIVIDADE ESCRITA

- Faça uma descrição do Lobo MAL.

Page 23: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

UNIDADE 2TEXTO 2

2ª ETAPA: Atendimento do Horizonte de Expectativas- A leitura dos Contos feita

pela professora, lendo com entonação, ritmo e emoção para que os alunos

percebam por meio dela a beleza que o conto traz e sua estrutura. Em seguida,

perguntar se algum aluno gostaria de ler e, assim,o professor (a ) aproveitará para

observar o interesse dos alunos pela leitura do Conto de Fadas.

CONTEÚDO: Conto João e o pé de Feijão.

OBJETIVOS:

-Desenvolver a leitura;

-Trabalhar a interpretação, analisando o conflito vivido pelos personagens, ações e desfecho do texto.

DURAÇÃO: 6 horas.

METODOLOGIA

Por meio da conversação, motivar os alunos sobre a história que iremos ler.

Distribuir aos alunos o texto João e o pé de Feijão para leitura individual e

coletiva.

Propor um debate sobre o texto, deixando-os conduzir a partir da primeira

interpretação.

Em seguida, o professor (a) deverá ler em voz alta, com entonação para

despertar o interesse e a curiosidade dos alunos.

A partir do estudo do texto, o professor (a) selecionará os alunos em duplas

e, auxiliando, fará com que eles descubram o que está implícito no texto.

Por meio de diversos questionamentos feitos pelo professor (a) , levar o

aluno a pensar, deduzir e refletir sobre as ações de cada personagem.

Page 24: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

CONTO:João e o Pé de Feijão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ilustração deArthur Rackham.

João e o pé de feijãoé umconto de fadasde origeminglesa. A versão

conhecida mais antiga é a deBenjamin Tabart, publicada em1807 e popularizada por

Joseph Jacobs em1890, com a publicação deEnglish Fairy Tales. A versão de

Jacobs é mais comumente publicada atualmente e acredita-se que seja mais

próxima e fiel às versões orais do que a de Tabart, porque nesta falta a moral que há

naquela.

Enredo

A história conta que um menino, chamado João, vai ao mercado a mando de

sua mãe com o fim de vender uma vaca. Quando a criança chega ao mercado, um

estranho lhe propõe cinco feijões mágicos em troca do bovino. Barganha aceita,

retorna para casa com os grãos no bolso. Sua mãe se enfurece pela clara instrução

de vender a vaca ter sido ignorada. Fora de si, ela joga os feijões pela janela, que

caem na terra ao lado da casa deles.

Enquanto João dorme, os feijões germinam e dão origem a gigantes pés de

feijão despontando no céu. Ao acordar, o menino escala o colossal feijoeiro e

encontra a um castelo acima das nuvens, lugar habitado por um gigante que se

alimenta de gente.

Page 25: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Protegido pela esposa do grandalhão, João consegue fugir, após surrupiar

uma sacola de moedas de ouro. Retorna no dia seguinte para furtar a galinha dos

ovos de ouro do gigante e novamente escapa ileso. No terceiro dia, João escala o

feijoeiro de novo e tenta roubar storias-infa uma harpa de ouro. Dessa vez, o gigante

persegue João, mas o menino consegue descer o pé de feijão mais rapidamente e o

corta com um machado.

Esse conto é marcado por controvérsias porque, na versão original, de

Tabart, retrata um héroi que, após ser enganado por alguém sórdido, sem poder

defender-se, entra escondido na casa de outro homem, ganha a simpatia de sua

esposa para assim conseguir roubar-lhes e por fim o mata. Ele não encontra

nenhum conflito moral ou punição por seus atos, igualmente a seu algoz.

Na versão reescrita, reinterpretada e popularizada por Jacobs, há todo um

desdobramento em direção à moral da história, um desfecho bem demarcado, como

demanda a tradicional forma da estória. Acredita-se que por retratar a moralidade de

maneira mais evidente, tenha sido melhor aceita e propagada em meio ao grande

público.

Page 26: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

JOÃO E O PÉ DE FEIJÃOEra uma vez um menino chamado João que vivia com sua mãe,

uma pobre viúva, numa cabana bem longe da cidade.Um dia, a mãe de João disse: - Joãozinho, acabou a comida e o

dinheiro. Vá até a cidade e venda a nossa vaquinha, o único bem que nos resta.João foi para a cidade e, no caminho, encontrou um homem que o convenceu a trocar a vaquinha por sementes de feijão. O homem disse:- Com estas sementes de feijão jamais passarão fome. João acreditou e trouxe as sementes para casa. Quando a mãe de João viu as sementes, ficou furiosa. Jogou tudo pela janela.

Na manhã seguinte, João levantou com muita fome e foi até o quintal. Ficou espantado quando viu uma enorme árvore que ia até o céu. Nem chamou sua mãe. Decidiu subir pelo pé de feijão até chegar à copa.

João ficou maravilhado ao encontrar um castelo nas nuvens e quis vê-lo de perto. De repente, uma mulher enorme surgiu de dentro do castelo e o agarrou: - O que faz aqui, menino? Será o meu escravo. Mas o gigante não pode saber, por isso, vou escondê-lo. Se ele vir você, com certeza vai comê-lo.

O gigante chegou fazendo muito barulho. A mulher havia escondido João num armário. O gigante rugiu:

- Sinto cheiro de criança! E farejou em todos os cantos à procura de uma criança que estivesse escondida ali. A mulher adiantou-se e respondeu para o gigante: - Este cheiro é da comida que irei servir. Sente-se à mesa, meu senhor.O gigante comeu o saboroso alimento. Depois, ordenou a uma galinha prisioneira que pusesse um ovo de ouro, e a uma harpa que tocasse uma bela melodia. Então, o gigante adormeceu em poucos minutos.

Vendo que a mulher havia se esquecido dele, João saiu do armário e, rapidamente, libertou a galinha e também a harpa. Mas a galinha cacarejou e a harpa fez um som estridente. Por isso, o gigante despertou.

Com a galinha debaixo do braço e a harpa na outra mão, João correu e o gigante foi atrás dele. João chegou primeiro ao tronco do pé de feijão e deslizou pelos ramos. Quando estava quase chegando ao chão, gritou para sua mãe, que o esperava: - Mamãe,vá buscar um machado, tem um gigante atrás de mim!Com o machado, João cortou o tronco, que caiu com um estrondo. Foi o fim do gigante. E todas as manhãs, a galinha põe ovos de ouro e a harpa toca para João e sua mãe, que viveram felizes para sempre e nunca mais sentiram fome.

Page 27: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Caros colegas Professores (as)!

Explicar para os alunos que os contos de fadas são histórias milenares colhidas nas narrativas folclóricas de vários povos. Remotamente, os contos foram repassados de forma oral, pois faziam parte da cultura popular.

Os contos que conhecemos hoje são os registros dessas narrativas. Comentar também sobre os precursores dos contos, aqueles que registraram os contos ouvidos: Charles Perrault, irmãos Grimm e Hans Christian Andersen.

ATIVIDADES

Exploração oral da história.

1. Qual é o título da história?2. Qual é o personagem principal?3. Por que Joãozinho subiu pelo pé de feijão?4. Como era o comportamento do gigante?5. Podemos pegar o que não é nosso?Por quê?6. A mãe de Joãozinho podia ter aceitado as coisas que ele roubou?7. Você gostou da história? Por quê?8. Você mudaria o final desta história? Por quê?

- Assinale a alternativa correta:

1- Por que Joãozinho trocou a vaca pelos feijões?a-( ) Porque ele estava com fome.b-( ) Porque ele não queria mais a vaca.c-( ) Porque os feijões eram encantadores.

2- A mãe de Joãozinho acreditou que os feijões eram mágicos?a-( ) Sim, e ficou muito feliz.b-( ) Não acreditou, ficou brava e jogou os feijões fora.c-( ) Acreditou e logo foi plantar os grãos.

3- Joãozinho era corajoso e destemido?a-( ) Não, ele era medroso.b-( ) Ele gostava de aventuras.c-( ) Ele era covarde.

4- Quais os crimes cometidos por Joãozinho?a-( ) Espionagem e pancadaria.b-( ) Furto e assassinato.c-( ) Trapaça e roubo.

5- Joãozinho teve que vender a vaca por quê:a-( ) Porque ela estava doente e velha.b-( ) Porque ele e sua mãe estavam em dificuldades.c-( ) A vaca era muito valiosa.

Page 28: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

6- O assunto do texto é:a-( ) Joãozinho sobreviveu mesmo com as dificuldades.b-( ) Joãozinho venceu o gigante.c-( ) Joãozinho enganou e roubou o gigante.

7- Conhecendo as atitudes de Joãozinho, dá a entender que:a-( ) Ele era um herói.b-( ) Ele era um ladrão.c-( ) Era um pobre coitado

- Responda as perguntas abaixo:

1. Quais são as personagens que estão nesta história?2. Joãozinho foi vender a vaca a pedido de sua mãe, mas no caminho encontrou

um homem que ofereceu o que em troca da vaca?3. Qual a reação que sua mãe teve quando Joãozinho chegou em casa com

feijões e não dinheiro?4. O que nasceu ao lado da casa de Joãozinho?5. O que Joãozinho roubou do castelo do gigante e levou para casa?6. Quais os elementos no 1º parágrafo do texto que nos levam a perceber que

Joãozinho e sua mãe viviam com dificuldades?7. Quando Joãozinho faz a troca da vaca em feijões mágicos, podemos dizer

que o menino era ingênuo ao efetuar a troca? Justifique.8. Até o momento em que a velha abriu a porta para Joãozinho, escondeu-o no

armário e ajudou-o a roubar o gigante ela era sua funcionária de confiança. O que a leva a tomar essas atitudes?

9. Joãozinho sai do armário e leva consigo a galinha e a harpa que pertence ao gigante. Depois derruba o pé de feijão matando o gigante. Quais arbitrariedades foram cometidas por ele nesse trecho do texto?

10. “Daquele dia em diante Joãozinho e sua mãe viveram felizes”? É correto sermos felizes com aquilo que não nos pertence? Por quê?

Page 29: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

UNIDADE 3TEXTO 3

3ª ETAPA: Ruptura do horizonte de expectativas. O professor(a) apresentará

muitos contos com vários temas e, por meio de uma investigação em um diálogo

com seus alunos, debaterão os contos lidos ou ouvidos, fazendo uma análise dos

quais foram importantes na sua infância.

CONTEÚDOS: CONTO- O Patinho Feio e outros diversos levados pelo professor (a)

na sala de aula para leitura, debate e análise.

OBJETIVOS: Conduzir a escolha dos Contos variados com o propósito da atividade

de leitura.

DURAÇÃO: 6 horas.

METODOLOGIA:

Apresentar as variedades de contos possíveis e permitir o contato e leitura

dos diversos textos, levando-os a manuseá-los e em seguida fazer a leitura.

Dar o tempo adequado para que eles possam demonstrar suas preferências,

com o intuito de ampliar o seu desejo pela aquisição da leitura e o contato com os

materiais disponíveis o que mais o identifica.

Oportunizar esta interação de um Conto de Fadas, seus personagens e os

elementos da narrativa;

Levar os alunos à reescrita do texto e com sua criatividade dar um final

diferente para o Conto de Fadas que ele escolheu.

Em seguida faça a leitura do Conto :

Page 30: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

O Patinho Feio

A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.

Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus

ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.

Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.

Impaciente, deu umas bicadas no ovo e ele começou a se romper.No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.

Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.

Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.

Tranquilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.

Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!

— É grande e sem graça! — falou o peru.— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas.O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação.

Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia.

A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.

O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.

Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam. Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença:

Page 31: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o suficiente.Infelizmente, a fase tranquila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os caçadores!

Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu se salvar, escondendo-se no meio da mata.

Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram os disparos, o patinho fugiu de lá.

Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse.Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num cantinho e logo dormiu.

Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.

Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente.

— Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte!Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.

Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo.

Caminhou, caminhou e achou um lugar tranquilo perto de uma lagoa, onde parou.Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento suficiente.

Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras e o vento esfriava cada vez mais.

Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.

Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram voo, bem alto.

O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.

Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes.

Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.

Page 32: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança.

Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo.

— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.

Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas.

Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio.

Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:

— Vamos fazê-lo voar!— Vamos escondê-lo em algum lugar!E seguravam o patinho, apertavam-no,

esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!

Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.

Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.

Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca.

Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.

Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.

O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.

— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.

Page 33: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranquilamente na água.

— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria

imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.

Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os

pescoços, em sinal de saudação.Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio,

humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho! Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade.

Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.O menorzinho disse, surpreso:

— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.

— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.

Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade.

Mais em: http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=8#ixzz3GinbTDMo visitado em 20/10/2014

HORA DO FILME

A partir da exibição do filme O Patinho Feio, o professor (a) poderá utilizar

a história como instrumento de aprendizagem e introduzir questões do processo

educacional e psicológico de acordo com as situações vivenciadas dentro e fora da

escola. O vídeo pode auxiliar para debates sobre comportamentos dos alunos,

levando-os a perceberem que tudo o que é diferente, acaba sendo isolado, porém é

um momento propício para uma reflexão sobre a rejeição, frustração e aceitação de

si mesmo e dos outros(Bullying ).

Page 34: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Caros colegas professores (as)! Nesta atividade, o professor (a) formará um círculo com os alunos e solicitará a

leitura silenciosa do conto, em seguida, o professor fará a leitura expressiva e em seguida pedirá aos alunos que cada um leia um trecho da obra.Não se esqueça de observar o ritmo e a entonação. No final da leitura, o professor (a) fará uma discussão sobre o texto verificando se os alunos perceberam o que está implícito. Em seguida, distribuirá as questões para serem refletidas e respondidas.

RESPONDA:

• Quem são os personagens do conto? • O conto retrata algo parecido ao que acontecem nos dias atuais? • O patinho era rejeitado porque era feio ou porque era estranho ? • O que é uma pessoa feia? • Qual é o conceito de diferente. • Em que consiste a beleza verdadeira? • Quando podemos afirmar que uma pessoa é inteiramente bela? • Por que as pessoas valorizam a beleza física, muito mais que a beleza

interior?• Como podemos avaliar a atitude daqueles que rejeitaram o patinho? • Existem “patinhos feios” em nossa escola/sociedade? • Como você se sentiria se estivesse no lugar do patinho feio? • Será que na realidade ele era realmente um patinho feio?- Você já vivenciou algumas atitudes na sua escola que tem relação com a história do patinho feio? - Qual a atitude que deveria ser tomada a este respeito?

PRODUÇÃO ESCRITA

Se você fosse o patinho feio, como você explicaria para sua mãe, o fato de ter

saído de sua casa?

Page 35: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

UNIDADE 4TEXTO 4

Caros colegas professores(as):Registrar na lousa a palavra Príncipe e pedir que os alunos citem palavras relacionadas com ela, anotando-as na lousa todas as palavras mencionadas por eles. Questionar sobre histórias de príncipes e princesas que já ouviram e se são parecidas com as histórias tradicionais.

É importante a leitura dramatizada efetuada pelo professor com o apoio de

um álbum seriado, contendo as imagens do conto lido, para despertar o interesse

dos alunos. (Preparar com antecedência um álbum seriado com as gravuras do

conto).

A boa leitura e o incentivo, principalmente, dos professores, deve fazer parte

do cotidiano das crianças, pois para Bamberger (2006 p. 20) entre os oito e treze

anos, mais ou menos, o interesse pela leitura e visitas às bibliotecas é maior. Ainda

de acordo com Bamberger (2006, p.66), o quarto e o quinto ano de escola, os anos

de transição entre a “idade do conto de fadas” e a “idade das aventuras”, isto é,

entre os onze e doze anos, a leitura deve ser incentivada e trabalhada para que o

aluno adquira o hábito de ler, caso contrário dificilmente se conseguirá reverter a

situação.

4ª ETAPA: Questionamento do horizonte de expectativas. Atividade para

explorar as características discursivas do gênero, sua estrutura, ações, personagens

e tema, sempre verificando a interpretação que o aluno obtém do texto. Partindo

desse método para perceber se estão fazendo uma leitura superficial ou se

realmente conseguem perceber o que está implícito. No texto, farão uma análise,

que exigirá um certo conhecimento de mundo para fazer sua autocrítica, e das

dificuldades que encontraram. Em seguida, um debate com a turma, separando em

grupos para argumentar e reconhecer a mensagem que o texto traz.

CONTEÚDO: Conto: A Gata Borralheira ( CINDERELA )

OBJETIVO: Análise do conto de fada

METODOLOGIA: Conduzir o educando a perceber o momento mágico que aprecem no decorrer da história.

DURAÇÃO: 8 horas.

Page 36: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

CONTOA gata borralheira (Cinderela)

Um conto de fadas dos Irmãos Grimm

https://www.google.com.br/search?q=imagens+relacionadas+ao+conto+Cinderela&es_sm=93&tbm=isch&imgil=y89jrxcEV-_piM%253A%253BqiuQFLJiy-RCuM

%253Bhttp%25253

Caro colegas professores (as)!Entregue uma cópia impressa da história para cada aluno e peça a eles que façam a

leitura silenciosa do texto e que circulem todas as palavras que não conheçam o significado para depois procurar no dicionário. Agora é sua vez de ler o texto com entonação e voz alta para que eles posssam entender melhor.

Era uma vez um homem muito rico, cuja mulher adoeceu. Esta, quando sentiu o fim aproximar-se, chamou a sua única filha à cabeceira e disse-lhe com muito amor:

-Amada filha, continua sempre boa e piedosa. O amor de Deus há de acompanhar-te sempre. Lá do céu velarei sempre por ti.

E dito isto, fechou os olhos e morreu. A menina ia todos os dias para junto do túmulo da mãe chorar e regar a terra com suas lágrimas. E continuou boa e piedosa. Quando o inverno chegou, a neve fria e gelada da Europa cobriu o túmulo com um manto branco de neve. Quando o sol da primavera o derreteu, o seu pai casou-se com uma mulher ambiciosa e cruel que já tinha duas filhas parecidas com ela em tudo.Mal se cruzou com elas a pobre órfã percebeu que nada de bom podia esperar delas, pois logo que a viram disseram-lhe com desprezo:

- O que é que esta moleca faz aqui? Vai para a cozinha, que é lá o teu lugar!!!

E a madrasta acrescentou:- Têm razão, filhas. Ela será nossa empregada e terá que ganhar o

pão com o seu trabalho diário.

Page 37: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Tiraram-lhe os seus lindos vestidos, vestiram-lhe um vestido muito velho e deram-lhe tamancos de madeira para calçar.

- E agora já para a cozinha! - disseram elas, rindo.E, a partir desse dia, a menina passou a trabalhar arduamente,

desde que o sol nascia até altas horas da noite: ia buscar água ao poço, acendia a lareira, cozinhava, lavava a roupa, costurava, esfregava o chão...

À noite, extenuada de trabalho, não tinha uma cama para descansar. Deitava-se perto da lareira, junto ao borralho (cinzas), razão pela qual puseram-lhe o apelido de Gata Borralheira.

Os dias se passavam e a sorte da menina não se alterava. Pelo contrário, as exigências da madrasta e das suas filhas eram cada vez maiores.

Um dia, o pai ia para a cidade e perguntou às duas enteadas o que queriam que ele lhes trouxesse.

- Lindos vestidos - disse uma.- Joias - disse a outra.- E tu, filhinha, Gata Borralheira, o que queres? - perguntou-lhe o

pai.- Um ramo verde da primeira árvore que encontrares no caminho

de volta.Terminada a compra, ele comprou os vestidos para as enteadas e

as joias que tinham pedido e no caminho de regresso cortou para a filha um ramo da primeira árvore que encontrou. De uma Oliveira.

Ao chegar em casa, deu às enteadas o que lhe tinham pedido e entregou à filha um galho de oliveira, árvore que produz azeitonas. Ela correu para junto do túmulo da mãe, enterrou o ramo na terra e chorou tanto que as lágrimas o regaram. Começou a crescer e tornou-se uma bela árvore.

A menina continuou a visitar o túmulo da mãe todos os dias e certa vez ouviu uma bonita pomba branca dizer-lhe:

- Não chores mais, minha querida. Lembra-te que, a partir de agora, cumprirei todos os teus desejos.

Pouco depois o rei anunciou a todo o reino que ia dar uma festa durante três dias para a qual estavam convidadas todas as jovens que queriam casar-se, a fim de que o príncipe herdeiro pudesse escolher a sua futura esposa.

Imediatamente as duas filhas da madrasta chamaram a Gata Borralheira e disseram-lhe:

- Penteia-nos e veste-nos, pois temos que ir ao baile do príncipe para que ele possa escolher qual de nós duas será a sua esposa.

A Gata Borralheira obedeceu humildemente. Mas quando viu as duas luxuosamente vestidas, desatou a chorar e suplicou à madrasta que também a deixasse ir ao baile.

- Ao baile, tu??? - respondeu ela - Já te olhaste ao espelho?A madrasta, face à insistência da Gata Borralheira, acrescentou, ao

mesmo tempo que atirava um pote de lentilhas para as cinzas:- Está bem! Se separares as lentilhas em duas horas, irás conosco.

A menina saiu para o jardim a chorar e lembrando-se do que a pomba lhe tinha dito, expressou o seu primeiro desejo:

Page 38: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

- Dócil pombinha, rolinhas e todos os passarinhos do céu, venham ajudar-me a separar as lentilhas.

- Os grãos bons no prato, e os maus no papo.Duas pombinhas brancas, seguidas de duas rolinhas e de uma

nuvem de passarinhos entraram pela janela da cozinha, e começaram a bicar as lentilhas. E muito antes de terminarem as duas horas concedidas, separaram as lentilhas. Entusiasmada, a menina foi mostrar à madrasta o prato com as lentilhas escolhidas. - Muito bem. – disse a madrasta, com ironia - Mas que vestido vais usar? E além disso, tu não sabes, dançar. Será melhor ficares em casa.

Desconsolada, a Gata Borralheira começou a chorar, ajoelhou-se aos pés da madrasta e voltou a suplicar-lhe que a deixasse ir ao baile.

- Está bem. - disse ela com cinismo - Dou-te outra oportunidade.E voltou a espalhar dois potes de lentilhas sobre as cinzas.- Se conseguires escolher as lentilhas numa hora, irás ao baile.A doce menina saiu a correr para o jardim e gritou:- Dóceis pombinhos, rolinhas e todos os passarinhos do céu,

venham ajudar-me a separar as lentilhas.- Os grãos bons no prato, e os ruins no papo.De novo, duas pombas brancas entraram pela janela da cozinha,

depois as pequenas rolas e um bando de passarinhos, e pic-pic-pic escolheram-nas e voaram para sair por onde entraram.

A menina logo correu e mostrou à madrasta as lentilhas escolhidas, mas de nada lhe serviu.

- Deixa-me em paz com as tuas lentilhas! Vais ficar em casa e pronto! Ponto final! E cest fini. pronuncia-se: Cé finí).Virou-lhe as costas e chamou as filhas.Quando já não havia ninguém em casa, a Gata Borralheira foi junto ao túmulo da mãe, debaixo da oliveira, e gritou:

- Arvorezinha. Toca a abanar e a sacudir. Atira ouro e prata para eu me vestir.A pomba que lhe tinha oferecido ajuda, apareceu sobre um ramo e, estendendo as asas, transformou os seus farrapos num lindíssimo vestido de baile e os seus tamancos em luxuosos sapatos bordados a ouro e prata.

Quando entrou no salão de baile, todos os presentes se admiraram perante tamanha beleza. Mas as mais surpreendidas foram as duas filhas da madrasta que estavam convencidas que seriam as mais belas da festa. Porém, nem elas, nem a madrasta ou o pai reconheceram a Gata Borralheira.

O príncipe ficou fascinado ao vê-la. Tomou-a pela mão e os dois começaram o baile. Durante toda a noite esteve ao seu lado e não permitiu que mais ninguém dançasse com ela.

Chegado o momento de se despedirem, o príncipe ofereceu-se para acompanhá-la, pois ardia de desejo por saber quem era aquela jovem e onde morava. Mas ela deu uma desculpa para se retirar por momentos e aproveitou para abandonar o palácio a correr e deixar em baixo de uma árvore o seu formoso vestido e os sapatos.A pomba, que estava à sua espera, pegou neles com as suas patinhas e desapareceu na escuridão da noite. Ela vestiu o vestido cinzento, o

Page 39: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

avental e os tamancos e, como de costume, deitou-se junto à chaminé e adormeceu. No dia seguinte, quando se aproximou a hora do início do segundo baile, esperou até ouvir partir a carruagem e correu para junto da árvore:

- Arvorezinha. Toca a abanar e a sacudir. Atira ouro e prata para me vestir.E de novo apareceu a pomba e a vestiu com um vestido ainda mais lindo que o da noite anterior e calçou-lhe uns sapatos que pareciam de ouro puro. A sua aparição no palácio causou sensação maior ainda do que da primeira vez. O próprio príncipe, que a esperava impaciente, sentiu-se ainda mais deslumbrado. Pegou-lhe na mão e, de novo, dançou com ela toda a noite.

Ao chegar a hora da despedida, o príncipe voltou a oferecer-se para acompanhá-la, mas ela insistiu que preferia voltar sozinha para casa. Mas desta vez o príncipe seguiu-a. De repente, parecia que tinha sido engolida pelo chão. Em vez de entrar em casa, a jovem Gata Borralheira, de vergonha, escondeu-se atrás de uma frondosa oliveira que havia no jardim. O príncipe continuou a procurá-la pelas redondezas, até que decepcionado regressou ao palácio.

A Gata Borralheira abandonou então o seu esconderijo, e quando a madrasta e as filhas chegaram ela já tinha tirado as vestes faustosas (bonitas) e posto os seus trapos velhos.

No terceiro dia, quando o pai fustigou o cavalo e a carruagem se afastou com a sua a esposa e filhas, a menina aproximou-se de novo da árvore e disse:

- Arvorezinha. Toca a abanar e a sacudir. Atira ouro e prata para me vestir.E a pomba, uma vez mais, trouxe-lhe um vestido de sonho, de seda com aplicações de suntuoso chale e uns sapatos bordados a ouro para os seus pequeninos e delicados pés. E depois, colocou-lhe sobre os ombros uma capa de veludo dourado.

Quando entrou no salão de baile, a belíssima Gata Borralheira foi recebida com uma exclamação de assombro por parte de todos os presentes.

O príncipe apressou-se a beijar-lhe a mão e a abrir o baile, não se separando dela toda a noite.

Pouco antes da meia-noite, a jovem despediu-se do príncipe e pôs-se a correr. O príncipe não conseguiu alcançá-la mas encontrou na escadaria uns sapatinhos dourados que ela tinha perdido durante a sua precipitada fuga. Apanhou-o e apertou-o contra o coração.

Na manhã seguinte, mandou os seus mensageiros difundirem por todo o reino que se casaria com aquela que conseguisse calçar o precioso sapato.

Depois de todas as princesas, duquesas e condessas o terem inutilmente experimentado, ordenou aos seus emissários que o sapato fosse provado por todas as jovens, qualquer que fosse a sua condição social e financeira.

Quando chegaram à casa onde vivia a Gata Borralheira, a irmã mais velha insistiu que devia ser ela a primeira a experimentar e, acompanhada pela mãe que já a imaginava rainha, subiu ao quarto,

Page 40: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

convencida que lhe servia. Mas o seu pé era demasiado grande. Então a mãe, furiosa, obrigou-a a calçá-lo à força, dizendo-lhe:

- Embora te aperte agora, não te preocupes. Pensa que em breve serás rainha e não terás que andar a pé nunca mais.

A jovem disfarçou a dor que sentia e subiu para a carruagem, apresentando-se diante do filho do rei.

Embora ele tenha notado de imediato que aquela não era a bela desconhecida que conhecera no baile, teve que considerá-la como sua prometida. Montou-a no seu cavalo e foram juntos dar um passeio. Mas, ao passar diante de uma frondosa árvore, viu sobre os seus ramos duas pombas brancas que o advertiram:

- Olha para o pé da donzela, e verás que o sapato não é dela...O príncipe desmontou e tirou-lhe o sapato. E ao ver como o pé

estava roxo e inchado, percebeu que tinha sido enganado. Voltou à casa e ordenou que a outra irmã experimentasse o sapato.

A irmã mais nova subiu ao quarto, acompanhada da mãe, e tentou calçá-lo. Mas o seu pé também era demasiado grande.

E a mãe obrigou-a a calçá-lo à força, dizendo-lhe:

- Embora te aperte agora, não te preocupes. Pensa que em breve serás rainha e não terás que andar a pé nunca mais.

A filha obedeceu, enfiou o pé no sapato e, dissimulando a dor, apresentou-se ao príncipe que, apesar de ver que ela não era a bela desconhecida do baile, teve que considerá-la como sua prometida. Montou-a no seu cavalo e levou-a a passear pelo mesmo sítio onde levara a sua irmã. Ao passar diante da árvore onde estavam as duas pombas, ouviu-as de novo adverti-lo:

- Olha para o pé da donzela, e verás que o sapato não é dela...O príncipe tirou-lhe o sapato e ao ver que tinha o pé ainda mais

inchado que a irmã, percebeu que também ela o tinha enganado.- Aqui vos trago esta impostora. E dai graças a Deus por não

ordenar que sejamcastigadas. Mas se ainda tendes outra filha, estou disposto a dar-vos nova oportunidade e eu mesmo lhe calçarei o sapato.- Não. Não temos mais filhas - disse a madrasta.- Mas o pai acrescentou:- Bem, a verdade é que tenho uma filha do

meu primeiro casamento, a qual vive conosco. É ela que faz a limpeza da casa e por isso anda sempre suja. É a Gata Borralheira.

https://www.google.com.br/search?q=imagens+relacionadas+ao+conto+Cinderela&es_sm=93&tbm=isch&imgil=y89jrxcEV-_piM%253A%253BqiuQFLJiy-RCuM%253Bhttp%25253

Page 41: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

- As minhas ordens dizem que todas as jovens sem exceção devem experimentar o sapato. Tragam-na à minha presença. Eu mesmo lho calçarei.

A Gata Borralheira tirou um dos pesados tamancos e calçou o sapato sem o menor esforço. Coube-lhe perfeitamente.

O príncipe, maravilhado, olhou bem para ela e reconheceu a formosa donzela com quem tinha dançado.

- A minha amada desconhecida! - exclamou ele - Só tu serás minha dona e senhora.

O príncipe, radiante de felicidade, sentou-a ao seu lado no cavalo e tomou o mesmo caminho por onde tinha ido com as duas impostoras. Pouco depois, ao aproximar-se da árvore onde estavam as pombas, ouviu-as dizer: - Continua, Príncipe , a tua cavalgada, pois a dona do sapato já foi encontrada.As pombas pousaram sobre os ombros da jovem e os seus farrapos transformaram-se no deslumbrante vestido que ela tinha levado ao último baile.

Chegaram ao palácio e de imediato foi celebrado o casamento. Quando os habitantes do reino souberam da forma como o marido e desnaturado pai, a madrasta e as duas filhas tinham tratado aquela que agora era a sua adorada princesa, começaram a desprezá-los de tal modo que eles tiveram que abandonar o país.

A princesa, fiel à promessa feita à mãe, continuou a ser piedosa e bondosa como sempre e continuou a visitar o seu túmulo e a orar debaixo da árvore, testemunha de tantas dores e alegrias.

http://www.grimmstories.com/pt/grimm_contos/a_gata_borralheira_cinderela

ATIVIDADES

1-Quais são os personagens dessa história?2- Onde se desenvolve os fatos narrados no conto?3-Como eram as irmãs de Cinderela?4- Como eram as roupas que Cinderela usava?5- Qual o motivo pelo qual o Rei promoveu uma festa?6- Cinderela foi ao baile com as irmãs ou não? Por quê?8-As irmãs de Cinderela eram realmente sinceras com ela? Justifique sua respostas.9-De que maneira o problema de Cinderela foi resolvido e por quem?10-Qual personagem você considera como vilã e quais como herói ou heroína?

Page 42: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

Caro colegas professores ( as) ! Nesta atividade pode falar um pouco sobre a importância da família.Seria interessante dar um espaço para que os alunos comentassem sobre algum caso

que tenha presenciado dentro ou fora da escola e que é semelhante a história de Cinderela. Conduza-os a perceberem o quanto é valiosa a presença materna e fraterna dentro do lar.

UNIDADE 5 - ATIVIDADE 5

Caros colegas Professores (as)!A 5ª etapa será uma conclusão do trabalho realizado: a produção de contos feitos

pelos educandos. Porém, em atendimento às DCE’s, será interessante que a produção escrita seja afixada no mural da escola para a leitura de outras turmas, bem como de toda comunidade escolar, de maneira a ficar evidenciada a oralidade e as marcas de escritas, tendo o aluno como esritor do seu próprio conto.

5ª ETAPA: Ampliação do horizonte de expectativas. Em seguida será o

momento da realização das atividades, em que o aluno interpretará e irá produzir

seus próprios contos. Lembrando que a primeira produção será rascunho, pois serão

feitos os ajustes necessários quanto ao sentido que pretendem dar ao texto,

ortografia, sempre sendo acompanhado pelo professor(a).

CONTEÚDO: Produção Escrita

OBJETIVO: Percepção do aprendizado do aluno.

METODOLOGIA:Conforme as atividades forem sendo realizadas, é

fundamental que o professor (a) perceba as descobertas e as constatações sejam

registradas, assim poderá fazer as considerações finais sobre o desenvolvimento e

habilidades dos alunos.

Page 43: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

DURAÇÃO: 8 horas.

PRODUÇÃO ESCRITA

Era uma vez...

CONTEÚDO: AVALIAÇÃO DO PROJETO

OBJETIVO: Avaliar a participação de todos os alunos no decorrer do projeto.

METODOLOGIA

1. Conduzir um diálogo aberto com todos os alunos, permitir que avaliem a

aprticipação de toda a turma na realização de todas as atividades propostas

pela professora no decorrer da implementação do projeto.

2. Permitir que eles façam autoavaliação oralmente.

3. Avaliar o trabalho da professora no andamento da aplicaçõa do projeto.

AVALIAÇÃO

A avaliação dessa prática será realizada de forma contínua com base no que

estabelece as Diretrizes Curriculares, de acordo com a realização de cada atividade

proposta e no desempenho da qualidade e rendimento do educando.

Ao final, a avaliação será sobre a produção escrita dos textos, a qual

constituírá sobre a capacidade de expressão oral e nas diferentes maneiras de

reelaboração textual, onde será possível perceber se o educando foi capaz de

expressar-se convenientemente, utilizando os recursos linguísticos de forma culta,

ajustando-os a exposição da fantasia reelaborada nesses textos produzidos. O

resultado obtido será divulgado em murais da escola para apreciação da

comunidade escolar.

Page 44: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVISCH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione. 1989 ( Série: Pensamento e Ação no Magistério).

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Estética da criação verbal. 3 ed. São Paulo: Martins Pontes,2000 ( p. 277 – 287).

BETTELHEIM, Bruno, A Psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1980.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: SAEB: ensino médio: matrizes de referência, tópicos e descritores. brasília: MEC, SEB, INEP,2008.

DOLZ, Joaquim, Noverraz, Michele; SCHEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHEUWLY, Bernardi; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.( p. 35-60).

GAGLIARDI,Eliana Trabalhando com os gêneros do discurso: narrar: conto de fadas/ Eliana Gagliardi, Heloisa Amaral._ São Paulo:FTD,2001, _( Coleção Trabalhando com os gêneros do discurso)

KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura, São Paulo. 5ª edição 1997.

______. Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura/ 8ª edição. Campinas, SP: Pontes 2002.

______. Gêneros textuais: teoria e prática II/ Vera Lúcia Lopes Cristovão, Elvira Lopes Nascimento ( organizadoras) -Palmas e União da Vitória, PR: Kaygangue,2005.200.p. :il.

KOCH, Ingedore Vilhaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2 ED. São Paulo: Contexto, 2011.

LAJOLO, Marisa. Do Mundo da Leitura para a Leitura do Mundo. Série Educação em Ação. 2006. 6ª edição. Editora ática. S.P.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica, 2006.

PARANÁ. Diretrizes curriculares de Língua Portuguesa para a educação básica. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2008.

Page 45: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · dizer, “quem conta um conto aumenta um ponto”. Ou seja, as pessoas sempre, ao recontarem uma história, acabam modificando.

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio, PateII Línguagens, códigos e suas tecnologias Secretaria da Educação l, Ministério da Educação. Brasília, 2000.SILVA, Ezequiel Theodoro da, 1948- Elementos de pedagogia da leitura/ Ezequiel T. Da Silva.- 3ª ed.- São Paulo: Martins Fontes, 1998.- (Texto e Linguagem)

VIGOTSKY, Levi Seminovitch. O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes, 1999. MARTINS, M.H. O que é leitura. 19. ed.São Paulo: Brasiliense,1994.

Contos Tradicionais Ilustrados: Chapeuzinho Vermelho - © Copyright 1998-2008 http://www.sitededicas.com.br. Visitado em 21/10/2014

http://www.hi João e o Pé de Feijão

http://www.grimmstories.com/pt/grimm_contos/a_gata_borralheira_cinderelaVisitado em: 21/10/2014

https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1440&bih=775&q=contos+de+fadas&oq=contos+de+fadas&gs_l=img.3...34331.6779.0.74.Visitado em: 21/10/2014.

http://www.gifscantinhoencantado.com.br/2013/07/fadas-imagens-de-fadas-lindas.html. Visitado em 21/10/2014