OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · essenciais ao bom relacionamento da vida em...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA – PDE/2013

Título: SEJA DIFERENTE: FAÇA A DIFERENÇA

Autora

MARCIA REGINA PEREIRA RISTOW

Disciplina/Área (ingresso no PDE)

PEDAGOGIA

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

COLÉGIO ESTADUAL SÃO JUDAS TADEU –

Avenida 7 de Abril, 831 - Centro

Município da escola

PALMEIRA

Núcleo Regional de Educação

PONTA GROSSA

Professor Orientador

REGINA APARECIDA MESSIAS GUILHERME

Instituição de Ensino Superior

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA

GROSSA (UEPG)

Relação Interdisciplinar

Todas as disciplinas

Resumo

Os valores humanos sempre foram e serão essenciais ao bom relacionamento da vida em sociedade e no convívio escolar. Porém, percebe-se que a falta de tais valores torna muito difícil a convivência entre alunos, professores e direção e com isso há um grande prejuízo no processo ensino e aprendizagem. Este caderno pedagógico tem como principal objetivo proporcionar o resgate de valores éticos e morais, considerando estes como indispensáveis para disponibilizar ao aluno o direito de sonhar, ter esperança e

acreditar em uma perspectiva de vida, onde haja convivência “pacífica e harmoniosa” no ambiente escolar, levando à construção da cidadania e autonomia. Para tanto, se utilizará de atividades diversificadas como releitura de músicas, poemas, poesias, fábulas, rodas de conversas de integração, valorização da vida e socialização para alunos representantes das turmas do colégio, participantes da pesquisa como multiplicadores. Espera-se com este trabalho que se possa praticar mais os valores, ressignificando os espaços de convivência através dos estudos culturais, a partir do entendimento do que significa a alteridade e a identidade, sensibilizando o coletivo escolar face às diferenças e preconceitos, superando os estranhamentos entre alunos, melhorando a qualidade de vida, refletindo positivamente e diretamente no processo de ensino e aprendizagem, tendo em vista um futuro melhor para todos.

Palavras-chave

Valores, alunos, qualidade de vida

Formato do Material Didático

CADERNO PEDAGÓGICO

Público alvo

Alunos representantes das turmas do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e dos três anos

do Ensino Médio para atuarem como multiplicadores

APRESENTAÇÃO

É com grande alegria que apresentamos este caderno pedagógico

oferecendo dados para auxiliar os profissionais da educação na erradicação do

preconceito no cotidiano escolar que se torna um tema em pauta em todas as

áreas do conhecimento. Uma vez que não se pode descartar o compromisso

ético –profissional de todos os sujeitos que fazem parte do currículo escolar

rumo ao seu papel e responsabilidade com a formação humana que se

planifica em cada ação educativa. Ainda nesta direção, convém aproximar as

temáticas da ética e da moral numa perspectiva da Filosofia Intercultural a

partir dos estudos culturais acerca da tríade conceitual aqui delimitada a partir

da identidade, diferença e alteridade como desencadeadoras dos

enfrentamentos disciplinares e da erradicação do preconceito nas relações

humanas exercidas nos espaços de convivência do cotidiano escolar.

Este caderno pedagógico, construído durante o Programa de

Desenvolvimento Educacional PDE/2013, tem como objetivo proporcionar o

resgate de valores éticos e morais, considerando estes como indispensáveis

para dar ao(a) aluno(a) o direito de sonhar, ter esperança e acreditar em uma

perspectiva de vida, em que haja convivência pacífica e harmoniosa no

ambiente escolar, levando à construção da cidadania e autonomia na

perspectiva dos estudos culturais em torno da identidade e diferença.

Para propiciar melhor aproveitamento por parte do educando, as

atividades aqui propostas serão realizadas com alunos representantes das

turmas do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e dos três anos do Ensino

Médio para atuarem como multiplicadores. Dessa forma, o material está assim

organizado:

Unidade I – A atual sociedade do risco; Far-se-á um estudo situando a

escola na sociedade atual, evidenciando a realidade dos alunos na perspectiva

dos estudos culturais face a promoção de espaços de socialidade e

afetualidade;

Unidade II – Superando estranhamentos: Será dada ênfase ao diálogo

como fonte transformadora da sociedade onde através de dinâmicas se

procurará fazer o resgate e a valorização da identidade do aluno considerando

que em todos os tipos de relação, em todas as situações, o diálogo é o melhor

caminho.

Unidade III – Ressignificando valores: um compromisso interdisciplinar;

Será trabalhado detalhadamente com atividades variadas os valores amizade,

amor, autoestima, honestidade, humildade, justiça, lealdade, liberdade, paz,

perseverança, respeito, responsabilidade e solidariedade;

Unidade IV – A arte de conviver com as diferenças: A Educação em

Direitos Humanos deve ser construída com base na diversidade e na inclusão

de todos os estudantes devendo-se efetivar no ambiente educacional por meio

da (re)produção de conhecimentos voltados para a defesa e promoção dos

Direitos Humanos.

A articulação docente a partir do desenvolvimento desse material

demonstra o compromisso ético com uma parcela do conhecimento, que nas

mediações pedagógicas que se exerce, se configura a responsabilidade social,

ética e profissional frente a uma produção didático-pedagógica que irá

contribuir com a inclusão social na escola pública do Município de Palmeira, do

Estado do Paraná.

UNIDADE I

A atual sociedade de risco

Fundamentação teórica:

A complexidade do mundo onde vive-se hoje é gritante e até

angustiante, pois tudo ou quase tudo está sempre em mudança e esse mundo

conforme assevera Bauman (2011, p.8) se chama de “líquido moderno”, porque

como todos os líquidos, ele jamais se imobiliza nem conserva sua forma por

muito tempo.

... o que hoje parece correto e apropriado amanhã pode muito bem se tornar fútil, fantasioso ou lamentavelmente equivocado. Suspeitamos que isso possa acontecer e pensamos que, tal como o mundo que é nosso lar, nós, seus moradores, planejadores, atores, usuários e vítimas, devemos estar sempre prontos a mudar: todos precisam ser, como diz a palavra da moda, “flexíveis”. Por isso anciamos por mais informações sobre o que ocorre e o que poderá ocorrer. Felizmente dispomos hoje de algo que nossos pais nunca puderam imaginar: a internet e a web mundial, as “autoestradas da informação” que nos conectam de imediato, “em tempo real”, a todo e qualquer canto remoto do planeta, e tudo isso dentro de pequenos celulares ou iPods que carregamos conosco no bolso, dia e noite, para onde quer que nos desloquemos.

Nesse mundo desconhecido, imprevisível e que constantemente está

surpreendendo, há de se avaliar até que ponto o pesadelo da informação

insuficiente para nossos pais foi substituído pelo pesadelo ainda mais terrível

desse turbilhão de informações que estão aí no dia a dia e não se sabe como

filtrar e fazer uso coerente de tais informações. Não se pode nem se deve

culpar a eletrônica e a telemática, afinal ela apenas responde pelo que foi

criada, ou seja, colocar ao alcance de todos, de modo sedutor, toda e qualquer

tipo de informação sem exigir qualquer esforço maior que apertar algumas

teclas. E as relações humanas?

Neste novo tempo também a solidez das relações humanas vem sendo

interpretada como ameaça: qualquer juramento de fidelidade, qualquer

compromisso de longo prazo é considerado puro e simplesmente assustador,

até as coisas mais desejáveis envelhecem numa rapidez absurda, perdem seu

brilho num piscar de olhos se transformam de medalhas de honra, em estigmas

de vergonha. O consumismo tomou conta da sociedade atual onde evita-se a

posse de bens duráveis, pois não se visa mais o acúmulo de coisas, procura-se

bens descartáveis objetivando sua fruição instantânea e imediata.

Nesse sentido, os objetivos últimos da educação com hábitos

estabelecidos, estruturas cognitivas sólidas se tornam desvantagens na

preparação de seus alunos para a vida em sociedade como considera Bauman

(2011, p.125) quando cita que:

A educação assumiu muitas formas no passado e se demonstrou capaz de adaptar-se à mudança das circunstâncias, de definir novos objetivos e elaborar novas estratégias. Mas, permitam-me repetir: a mudança atual não é igual às que se verificaram no passado. Em nenhum momento crucial da história da humanidade os educadores enfrentaram desafio comparável ao divisor de águas que hoje nos é apresentado. A verdade é que nós nunca estivemos antes nessa situação. Ainda é preciso aprender a arte de viver num mundo saturado de informações. E também a arte mais difícil e fascinante de preparar seres humanos para essa vida.

Com certeza, este sim é o desafio atual da educação: preparar seres

humanos para essa vida que se apresenta nos dias de hoje, mas os desafios

são enormes, pois todos dizem que a educação é fundamental para o

desenvolvimento do ser humano e, consequentemente, do nosso país, mas

isso fica apenas no discurso quando as pessoas se deparam com a realidade

escolar, pois percebemos o estado reinante de falta de compromisso com tudo

e com todos, indicando um sombrio quadro de pessimismo e de descalabro

institucional. Segundo Abramovay (2004, p. 25)

A escola pública se constitui em um campo vasto, plural e diversificado, marcado por uma série de dificuldades, ancoradas, principalmente, nas precárias condições educacionais. No entanto, ao lado dessa realidade complexa, própria de uma instituição que reúne diferentes dimensões do campo social, observam-se práticas, soluções e respostas inesperadas que buscam construir outro tipo de história, longe daquelas que reproduzem o fracasso e a descrença na construção de uma Cultura de Paz.

Por esse caminho temos exemplos de ações desenvolvidas por escolas

inovadoras que apontam que é possível a implantação concreta de uma política

pública voltada, tanto para a prevenção e o enfrentamento da violência, quanto

para a melhoria das condições de acesso e permanência na escola. Assim, a

perspectiva de estudos culturais estará alicerçando a presente investigação,

que contempla a articulação entre os conceitos de identidade e diferença como

desencadeadores das relações sociais e pedagógicas presentes na escola e

estarão redimensionando as práticas educativas e as percepções sobre a

alteridade.

As relações de espaço e tempo no universo das relações interpessoais e

das representações sociais exercidas dentro da escola pública e em seu

entorno complexificam as práticas educativas, que, muitas vezes se misturam

aos quadros de enfrentamento disciplinares e, na crise do papel da escola

frente a tais chamadas e demandas sociais. Por isto, cabem novas

implementações pedagógicas neste universo escolar que se fragmenta

perdendo o foco e o sentido do que representa a arte de educar quando os(as)

alunos(as) necessitam restaurar juntamente com seus(as) educadores(as) a

sensibilização ao que significa estar na escola pública e lutar por ressignificá-la

à luz dos espaços de socialidade e afetualidade.

Para a concretização das reflexões aqui delineadas estão previstas

atividades, dentre as quais evidenciamos as abaixo relacionadas.

ATIVIDADES

1. Teste: Você sabe ser GentiL COM AS PESSOAS?

Você já parou pra pensar em como seria bacana se as pessoas se tratassem com mais

humanidade? Será que ultimamente o seu dia-a-dia anda tão agitado que você já se

esqueceu de fazer uma gentileza a um amigo, parente ou outra pessoa querida? Preste

atenção nas afirmações abaixo, assinale apenas aquelas que tenham a ver com a sua

realidade e confira a análise no final...

( ) Quando alguém lhe pede uma ajuda na rua, mesmo desconfiado(a) você

acaba ajudando – nem que seja com uma palavra amiga...

( ) No ônibus, quando um idoso está em pé ao seu lado, você logo levanta

para ceder o lugar a ele...

( ) Você não vê o menor problema ao agradar as pessoas que ama, por isso

faz questão de mimá-las com presentinhos - e quando elas menos esperam!

( ) Os(as) seus amigos(as) sempre choram no seu ombro quando estão com

problemas...

( ) Na hora de tomar uma decisão difícil, você procura ao máximo não ofender

as pessoas...

( ) Quando está com muita raiva de alguém (ou de alguma situação), você faz

o possível para se manter calada e não agredir a primeira pessoa que passe

pela sua frente...

( ) Quando chega alguma visita na sua casa, você não vê problema em deixá-

la dormir na sua cama...

( ) Você não costuma pensar duas vezes para doar as roupas do armário que

já não lhe servem mais...

( ) As crianças gostam de sua companhia porque você sempre procura

brincadeiras divertidas para alegrá-las...

( ) Na escola, os seus amigos sempre puderam contar com sua “ajuda” na

hora da prova...

( ) Você aceitaria numa boa se o seu namorado não pudesse sair com você

para cuidar da mãe dele que está doente...

( ) Durante uma competição você entra para ganhar, mas quando perde sabe

como parabenizar o vencedor sem nenhum tipo de mágoa...

( ) A sua avó resolve morar em sua casa porque não tem para onde ir. Você

faz de tudo para recebê-la com carinho e deixá-la bastante à vontade...

( ) Você encontra uma amiga que não vê a muito tempo. Ela engordou pelo

menos uns vinte quilos, mas você não deixa que ela perceba a sua

indignação...

( ) Quando os seus pais resolvem viajar, você dá o maior incentivo para que

eles não se preocupem com você ou com a casa e curtam bastante o passeio...

( ) Você se emociona facilmente e chora quando assiste a cenas dramáticas

na televisão...

( ) Para deixar o seu namorado feliz você é capaz de fazer qualquer coisa...

( ) Dificilmente você não perdoa alguém que tenha lhe magoado...

( ) Você pensa na maioria das vezes mais com o coração do que com a

razão...

Atenção para a análise final!!!

De 0 A 9 afirmações assinaladas De 10 a 18 afirmações assinaladas

Você gosta de ser agradável com as Parabéns!Você tem muita habilidade

pessoas e se esforça para não “pisar

na bola” com os amigos, mas quando

se sente contrariado(a) dificilmente

consegue se expressar com

delicadeza. Tente segurar um pouco

mais os seus impulsos para não se

arrepender tarde demais daquilo que

fez de errado... Lembre que as

pessoas não são obrigadas a

aguentar o seu mau humor ou a sua

angústia excessiva. Tenha paciência

para resolver as situações mais

difíceis, vá com calma e muita sorte!

para lidar com as pessoas e é isso

que o(a) torna alguém tão especial...

Seus amigos gostam de sua comnhia

justamente pelo jeito amável com que

você os trata, usando a palavra certa

no momento certo e atingindo em

cheio o coração de todos que o(a)

cercam. É claro que, como todo ser

humano, você as vezes se altera e

perde a paciência, mas até nesses

momentos, você age com elegância e

gentileza.

Fonte: http://www.jornalfontedosaber.com.br/caderno.php

2. EDUCANDO ATRAVÉS DE FÁBULAS: Fábula do gato e do rato

Certo dia, um gato viu um ratinho correndo pela casa e pôs-se a

persegui-lo. O rato, que não estava nos seus melhores dias, em vez de fugir,

foi para junto do dono da casa, que dormia profundamente.

O cachorro tratou de acalmar os dois briguentos, mas não conseguiu:

enquanto segurava um, o outro batia, e vice-versa. Decidiu, então, pedir ajuda

aos demais moradores do terreiro. Dirigiu-se ao galo, que respondeu:

- A mim enxotam toda vez que entro aí; pois que eles se danem.

O cachorro então recorreu ao cavalo. Este disse:

- Nunca saio deste lugar e não serei eu que vou entrar hoje em uma

casa para separar esses dois insanos.

Falou com um cabrito que disse:

- Estou aqui no meu canto e não quero Mem meter no que acontece fora

daqui.

O cachorro afastou-se da propriedade e dirigiu-se a um boi, que

respondeu:

- Eu nunca vou lá para a propriedade; por isso não vejo razão para

entrar na casa.

Aflito, o cachorro retornou à casa e viu que durante a luta alguns objetos

haviam caído no chão; um deles, muito pesado, havia matado o dono da casa.

Na manhã seguinte, organizaram-se os funerais e a primeira coisa que

fizeram foi mandar avisar o patrão. Mas como diante deste não se deve

aparecer de mãos vazias, pegaram o galo e lhe ofereceram como presente.

O cachorro ficou muito abalado ao ver o galo de cabeça para baixo, e

este lhe disse:

- Isto é conseqüência da história do gato e do rato.

- Se me tivesse ajudado – respondeu o cachorro -, isso não teria

acontecido.

Depois tiveram que avisar as pessoas que moravam mais distante e,

para isso, entregaram o cavalo a um rapaz que por pouco não o matou de tanta

pancada. O costume manda que se mate um cabrito quando morre um chefe

de família, portanto foi a vez daquele cabrito pagar a conta. É também tradição

celebrar algum tempo depois uns funerais por um chefe de família, e desta vez

coube ao boi ser oferecido como churrasco.

Quando alguém, usando seus próprios meios, pode ajudar a resolver os

problemas dos outros e não o faz, mais cedo ou mais tarde seu próprio

egoísmo se voltará contra ele.

Fonte:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/recurso

metod/6322_Fabula_do_gato_e_do_rato.doc.

RODAS DE CONVERSAS DE INTEGRAÇÃO:

Relatar situações reais da vida parecidas com as narradas na fábula;

Você ajuda sempre que lhe pedem? Quando percebe alguma

necessidade, presta ajuda sem que a peçam? Em que ocasiões?

Dialogar em grupo sobre a necessidade da ajuda mútua na classe.

Você gosta do título da fábula? Qual você daria? Procure outros títulos

possíveis.

Explicar a moral da história e fazer um desenho sobre ela.

3. VÍDEO: Resgate seus valores

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=cJYsTg6WLa0

4. REFLETINDO SOBRE O TEMA: O que você planta, você colhe!

Mal o sol começara despontar, quando se encontram dois amigos, numa

esquina qualquer da cidade.

- Como vai? – perguntou Pedro.

- Cada vez pior – respondeu João.

- Que acha desse tempo?

- Não dá para agüentar.

- Que me diz da situação política?

- Está mais para urubu do que para colibri.

- E os preços?

- Uma roubalheira.

- E a vida, como é que anda?

- Uma desgraça – lamentou João, secamente.

Pedro tentou temperar a acidez do amigo:

- Nem tanto.

- Nem tanto para você, que não chegou à minha idade. Meu carro é um

exemplo da vida que eu levo.

- O que é que tem a ver seu carro com você? – estranhou o amigo.

- Tem. Ambos bebemos demais, expelimos fumaça e temos dificuldade

em começar a trabalhar de manhã cedo, com esse frio de cortar as orelhas.

- Não vai me dizer que tudo anda mal – emendou Pedro, procurando

melhorar o diálogo.

- De fato, nem tudo anda mal. Muita coisa já está pior.

- Você é muito negativo – censurou-o Pedro.

- Negativo eu? Nunca fui tão positivo.

- Você vê tudo errado. Não há alguma coisa certa para você?

- Há sim senhor.

- O quê?

- Minha idéia sobre as coisas.

- Noto que você está muito deprimido. O que aconteceu?

- Se lhe contar, você não acredita.

- Por que não hei de acreditar?

- Você não ia acreditar por isso não conto.

- Acredito. Juro que acredito.

-Estou assim porque trabalhei demais.

- Não acredito!

- Viu?

- É que você trabalha devagar, anda devagar, pensa devagar, age

devagar. Diga-me: tem alguma coisa que você faz depressa?

-Tem. Canso-me depressa.

- Mas, meu amigo – tentou ajudá-lo Pedro – o trabalho adoça a vida.

- Eu sei. Mas sou diabético e o médico me proibiu todo tipo de doce.

- Por que você detesta a vida?

- Porque a vida é uma cebola que se descasca chorando.

- As coisas nunca vão bem para você? – indagou, intrigado Pedro.

- Nunca, porque depois da bonança vem sempre a tempestade.

E a conversa continuou se arrastando pelos meandros do amargor e do

pessimismo.

Fonte: http://www.jornalfontedosaber.com.br/caderno.php

PARA REFLETIR:

VOCÊ É

• Muita gente passa o dia resmungando contra tudo e contra todos e depois se queixa que nada dá certo.

• É preciso compreender que o ser humano é resultado dos seus pensamentos.

O QUE

• Somente convivendo com pensamentos otimistas, alegres, positivos, agradáveis e exitosos é que alcançará uma vida alegre, positiva e agradável.

• Busque a explicação da sua vida dentro de si e mude para melhor.

PENSA!• Se pensa negativamente, sua vida será negativa.

• Se pensa positivamente, os resultados serão positivos.

6. PALAVRAS CRUZADAS:

Fonte: http://www.jornalfontedosaber.com.br/caderno.php

7. ATIVIDADE DO ANJO DA GUARDA

Objetivos

Integração, socialização, relacionamento interpessoal, empatia,

comunicação,descontração.

Participantes

Indefinido

Recursos

Filipetas com nomes dos participantes, canetas, caixa ou similar.

Tempo

Indefinido

Instruções

• O Facilitador escreve os nomes dos participantes em uma filipeta e

os deposita numa caixa.

• Cada participante sorteia um papel (como em um amigo secreto).

• Orientar o grupo que ninguém poderá retirar seu próprio nome. Se

isso acontecer, refazer o sorteio.

• Cada participante será o anjo daquele que sorteou e, portanto,

também terá seu anjo.

• Os nomes não devem ser revelados até o término do jogo.

• O papel de cada anjo é de aproximar-se, dar atenção e integrar-se

com a pessoa sorteada, de forma sutil, sem que esta perceba

imediatamente quem é seu anjo.

• A caixa deve ser colocada em local apropriado para que, durante o

evento, os anjos se comuniquem por bilhetes, mandem mensagens,

etc. O sigilo deve ser mantido.

• Ao final do último encontro, cada um tenta adivinhar quem é o seu

anjo.

Fonte: http://wata-eh-legal.blogspot.com.br/2008/09/anjo-da-guarda.html

UNIDADE II

Superando estranhamentos

Fundamentação teórica:

A complexidade nas relações desencadeadas pelos valores morais e

éticos está ocasionando o agravamento de situações geradoras de “violência e

indisciplina nas escolas”, as quais são observadas no desempenho escolar dos

alunos, nos relacionamentos, na repetência, na evasão, gerando ausências de

reflexão e participação coletiva. Para tanto tem-se que pensar em como educar

nos dias de hoje, como os educadores enfrentam as dificuldades de seu

trabalho, mas também se não fosse assim, com certeza essa profissão poderia

ser descartada com facilidade. Sendo assim a porta de entrada para a

resolução dos conflitos está na capacidade de dialogar e é nesse enfoque que

escola e educadores precisam, podem e devem alicerçar sua prática. Por essa

razão ABRAMOVAY (2004, p. 96-97) cita:

O exercício do diálogo assume importante papel nas escolas inovadoras, tornando-se, possivelmente, instrumento político essencial a uma reestruturação de suas práticas cotidianas. O diálogo cria a possibilidade de se estabelecerem relações de amizade entre alunos e professores, a partir da descoberta do que pensa e de como vive o grupo. Possibilita, também, conhecer e compartilhar novos olhares e atitudes sobre o tema em discussão que, numa perspectiva de formação, vai repercutir na vida dos sujeitos envolvidos. Sem, dúvida, é também o exercício do diálogo fator decisivo no processo de transformação da escola em instância de pertencimento e identidade. ... Quando o diálogo passa a ser mais valorizado dentro da escola, as hierarquias existentes, consequentemente, deixam de se configurar como empecilhos entre aqueles que convivem a maior parte do tempo juntos no espaço escolar.

Na verdade, quando se fala que há diálogo na comunidade escolar, há

também abertura para sugestões de alunos, professores, funcionários e,

portanto, mudanças no ambiente escolar para melhor. A mediação da gestão

face a como trazer o diálogo à tona, conhecer experiências, atribuir valor ao

que o outro pensa e faz, instigar e estar aberto a novas propostas deverão ser

práticas comuns entre direção, alunos e professores.

Por esse caminho, CAMACHO (2004) afirma que é necessário colocar o

aluno em discussão, onde não se concebe mais considerá-lo como “problema”

irresponsável ou desinteressado e sim como um sujeito que tem direitos a uma

escola que realmente ensina, que seja democrática e respeitosa de sua

identidade de aluno, de pessoa e de jovem:

O reconhecimento de que a condição de jovem precede a condição de aluno e de que ambas estão intimamente ligadas poderia ser o primeiro passo a ser dado pela escola em direção a visibilidade da juventude no espaço escolar e à transformação de seus alunos em jovens alunos.

Nessa linha de raciocínio fica clara a importância de estabelecer

relações baseadas no diálogo, na confiança e no respeito mútuo entre escola

e alunos, nutrindo uma afetividade que permite que os problemas cotidianos

sejam solucionados de maneira democrática. Para ARAÚJO (2002, p. 65)

É nesse tipo de respeito e de autoridade que uma escola que busca a construção do cidadão e da cidadã deve pautar suas relações. Professores, professoras, dirigentes, funcionários, funcionárias, alunos e alunas, todos devem procurar que o respeito mútuo permeie

suas relações na escola.

Além disso, como encaminhamento pedagógico articulador está a

valorização do aluno, do professor e da escola como um todo, onde se percebe

a importância da construção de mecanismos de valorização no sentido de

resgate de suas identidades como afirma ABRAMOVAY (2004, p.95) quando

aponta que;

A estratégia de “valorização” revela uma visão da escola que a considera para além de um lugar de aprendizagem, na medida em que exerce funções de cuidado e atenção para com o outro, fato que repercute positivamente. A valorização dos alunos se dá na medida em que a escola lhes dá ouvidos e considera suas opiniões, criando mecanismos onde suas sugestões, referentes a mudanças que gostariam de ver implementada, são analisadas, sendo suas decisões posteriormente socializadas. No que se referem à valorização dos professores, muitos estabelecimentos têm investido em ações capazes de gerar um clima de satisfação entre eles, caracterizado por acolhimento, suporte e condições para que desenvolvam seu trabalho. Assim, o bom entrosamento, o coleguismo, a abertura e o incentivo a ideias novas tornam marcas importantes.

Como apontam as Diretrizes Curriculares Estaduais em Paraná (2007), a

educação deve procurar formar indivíduos que tenham suas condutas guiadas

por valores alicerçados na dignidade do ser humano. Isto implica o

desenvolvimento de valores éticos e morais, como a justiça, o respeito mútuo,

a solidariedade (generosidade) e o diálogo. Nesse sentido ABRAMOVAY(2004)

afirma que quando o diálogo passa a ser valorizado dentro da escola, as

hierarquias existentes, consequentemente, deixam de se configurar como

empecilhos entre aqueles que convivem a maior parte do tempo juntos no

espaço escolar.

Na verdade a questão é que para a ocorrência do processo educativo

satisfatório e de qualidade, torna-se fundamental ser resistente à insatisfação,

aos contratempos e aos erros cometidos. Para TIBA (2002) nossa mente é tão

rica, que cria e desenvolve soluções para conflitos e problemas que ela mesma

produz. Limites não são quebrados, mas ampliados e expandidos. A pessoa

que não tem organização nem empenho obtém piores resultados que aquele

que compreende com disciplina e ética, a formação de um cidadão feliz e

competente para o trabalho requer bastante disciplina e diálogo.

ATIVIDADES

1. DINÂMICA: HISTÓRIA DO CARTEIRO DE BORRACHA

Objetivos:

- Adquirir consciência corporal, lateralidade e equilíbrio, respeitando as

diferenças individuais de cada um;

- Acreditar que apesar das intempéries, SEMPRE há chances de vencer.

Desenvolvimento: Narrar a história enquanto todos os presentes vão andando

pela sala fazendo os gestos de acordo com a história:

- Era uma vez um CARTEIRO de borracha que ficava de todos os jeitos com o

corpo, mas não falava, não fazia barulho e mexia-se bem devagar.

- Ele gostava de passear no jardim olhando as flores coloridas, os pássaros, as

borboletas e as abelhas que voavam no alto.

- De repente, veio um vento forte...Nossa! O CARTEIRO de borracha ficou torto

e agora ele anda todo torto, virado só para um lado. E assim ele continuou o

passeio. Ufa! O vento parou, e ele então voltou ao normal. Agora ele conseguia

andar tanto para frente como para trás.

- O vento voltou de novo. Aí, ele entortou-se para frente e anda olhando para

baixo. Parece até que procura alguma coisa no chão.

- Mas de repente, o vento mudou de direção e fez o carteiro entortar-se para

trás. Agora ele só vê o que está lá no alto: O céu, os pássaros e as borboletas.

- Finalmente o vento parou de vez. O carteiro de borracha endireitou-se e

continuou o passeio observando tudo que estava ao seu redor.

- Engraçado é que quando o carteiro de borracha chegava perto de uma árvore

ficava bem magrinho e bem comprido, do tamanho da árvore. Então o boneco

andava elegante, esticado e comprido, quase alcançando o céu.

- Quando chegava perto de uma roseira e sentia o cheiro das rosas, o boneco

ficava todo gordo e pesado, como um elefantinho. Para andar, até fazia um

barulhão.

-Ah! O CARTEIRO de borracha estava cansado de tanto passear. Então ele

deitou-se no chão para descansar e... surpresa! Ele ficou pequenininho,

encolhidinho. Podia até caber numa caixa de sapato. Bem pequeno mesmo.

- De repente crescia, crescia, espalhava-se para todos os lados, crescia,

crescia e crescia. Crescia tanto que ocupava um grande espaço no chão.

-Ficava pequeno de novo, pequeno, pequeno, bem pequeno e adormecia todo

pequenininho.

- Até que amanheceu o sol. O CARTEIRO de borracha, que estava quietinho,

foi se mexendo devagar, esticando-se para todos os lados, esticando os pés,

as pernas, o tronco, os dedos, as mãos e os braços.

- Ele levantou-se e virou GENTE, agora sim, ele consegue CONVERSAR,

FALAR bem baixinho, com quem está perto dele.

Essa é a história do carteiro de borracha que apesar das dificuldades

virou gente e ficou famoso. Entrou em um livro o qual o autor intitulou : “O

Carteiro Chegou.” Você quer conhecê-lo? È só passar na biblioteca da nossa

escola.

Fonte: AHLBERG, Allan e Janet. O carteiro chegou. Tradução de Eduardo

Brandão. São Paulo: Companhia da Letrinhas, 1986. 1.ed. 2007.

2. TRABALHANDO COM O VÍDEO: CONVIVÊNCIA

Quando falamos em trabalhar valores no ambiente escolar, muitas vezes

isso é encarado como uma tarefa árdua e cansativa, mas não é preciso ser

assim. Este vídeo exemplifica como, de forma lúdica e prazeirosa, pode-se

trabalhar o valor da convivência harmoniosa na vida, pois é difícil aceitar os

outros, mas precisamos deles.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Bn3wZcDTLlg

3. TRABALHANDO COM TEXTOS

Trazer para os alunos textos de revistas diversas com o tema: Preconceito

- Fazer a leitura e comentários sobre os mesmos.

4. TESTE: Você é do Bem?

Você não precisa ser um(a) voluntário(a) nem o(a) mais certinho(a) da classe,

mas você pensa nas conseqüências de suas ações e na vida em conjunto?

1. Você está sem grana e encontra uma nota de R$10 no chão da classe.

O que faz?

a) Deixa o dinheiro onde está.

b) Guarda o dinheiro e cola um cartaz convocando o dono.

c) Entrega para o professor e pede para ele identificar o dono.

d) Se ninguém se manifestar você fica com o dinheiro.

2. Sua amiga gosta de um menino que a atrai. Ele não dá bola para ela,

mas sim para você. O que faz?

a) Fica na sua. Melhor ficar com a amiga e sem o menino.

b) Pede a opinião dela sobre o assunto.

c) Se o menino interessar muito, fica com ele, e depois conta para ela.

d) Se ele tiver um amigo bonitinho, por que não chegar nele?

3. Você descobre que um amigo está usando drogas no banheiro da

escola. Qual sua reação?

a) Em uma conversa, sugere que ele procure ajuda.

b) Conta à professora, sabendo que ele pode ser expulso.

c) Decide dar uma gelada nele.

d) Não se intromete na vida dele.

4. Você está disputando um emprego temporário. O responsável pela

seleção é um fofo. O que você faz?

a) Fica na sua, mas se der mole...

b) Não dá margem a esse tipo de coisa, pois não é hora e nem lugar

c) Dá umas indiretas depois da seleção.

d) Mesmo que ele demonstre interesse, fica na sua. Se você for

reprovada, aí sim, liga e combina uma balada.

5. Você descobre que o seu professor de português dá as notas sem nem

ler as redações. O que você faz?

a) Escreve uma carta anônima e deixa embaixo da porta da diretoria.

b) Lidera um abaixo-assinado para a investigação da história.

c) Não fala nada, pois sua nota é a melhor da turma.

d) Comenta o assunto com a turma, mas pede pra ninguém falar nada.

Resultado

Fonte: http://www.jornalfontedosaber.com.br/caderno.php

5. EDUCANDO ATRAVÉS DE FÁBULAS

A fábula das Três Árvores

Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam

depois de grandes.

A primeira, olhando as estrelas, disse: "Eu quero ser o baú mais precioso do

mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada."

A segunda olhou para o riacho e suspirou: " Eu quero ser um grande navio para

transportar reis e rainhas."

A terceira árvore olhou o vale e disse: " quero ficar aqui no alto da montanha e

crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem

em Deus."

Mais A – BOM-CARÁTER

Você é super-honesta e pode continuar sendo sem ferir a si mesma.

Busque o equilíbrio nas suas ações e faça a

diferença.

Mais B – EXAGERADA

Muitas vezes é preciso assumir uma posição e buscar soluções para os problemas que afetem o

grupo.

Mais C – DESONESTA

Coloque-se no lugar dos outros e imagine como

você gostaria que as pessoas agissem como

você em algumas situações

Mais D – DIPLOMÁTICA

Diplomática é o seu nome. Você consegue

pensar no bem comum e ao mesmo tempo não

prejudicar seus próprios interesses. Sabe dizer

“sim”, “não” e “talvez” na hora certa.

Muitos anos se passaram e certo dia vieram três lenhadores pouco ecológicos e

cortaram as três árvores, todas ansiosas em serem transformadas naquilo com que

sonhavam.

Mas, lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!... Que pena!

A Primeira árvore acabou sendo transformada num cocho de animais, coberto de

feno.

A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e

peixes todos os dias.

E a terceira, mesmo sonhado em ficar no alto da montanha, acabou cortada em

altas vigas e colocada de lado em um depósito.

E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes: "Para que isso?"

Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia mil melodias no ar,

uma jovem mulher colocou seu neném recém-nascido naquele cocho de animais.

E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do

mundo...

A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou

dormindo no barco, mas quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o

homem se levantou e disse: "Paz"! E num relance, a segunda árvore entendeu que

estava carregando o Rei dos Céus e da Terra.

Tempos mais tarde, numa Sexta-Feira, a terceira árvore espantou-se quando suas

vigas foram unidas em forma de Cruz e um homem foi pregado nela. Logo sentiu-

se horrível e cruel.

Mas, logo no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que

nela havia sido pregado um homem para salvação da humanidade, e que as

pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu Filho Jesus Cristo ao olharem para

ela.

MORAL DA HISTÓRIA:

As árvores haviam tido sonhos... mas as suas realizações foram mil vezes

melhores e mais sábias do que haviam imaginado.

Temos os nossos sonhos e nossos planos que, por vezes, não coincidem

com os planos que Deus tem para nós; e, quase sempre, somos

surpreendidos com a sua generosidade e misericórdia.

É importante compreendermos que tudo vem de Deus e crermos que

podemos esperar Nele, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada

um.

Fonte: http://www.acheoracao.com.br/mensagens.html

6. Atividade: ÁRVORE DOS SONHOS

Representar uma árvore no papel pardo ou cartolina; afixá-la no painel;

Em cima da árvore, escrever uma pergunta relacionada com o assunto

regras de convivência no ambiente escolar (Ex: Como gostaríamos que

fosse...?)

Cada aluno receberá uma “folha da árvore” para escrever seu sonho, o

sonho é o que o aluno espera que “aconteça de melhor” para o assunto

em questão;

Depois pedir para cada aluno colocar sua folha na árvore dos sonhos;

Retomar esta atividade ao final do período que for trabalhado o assunto

(bimestre, ano) para que haja uma reflexão sobre o que eles queriam e o

que conseguiram alcançar.

Fonte:

http://www.prof2000.pt/users/maceira/act_sede/01_arvoresabedoria/arvore1.jpg

UNIDADE III

Ressignificando valores:

um compromisso interdisciplinar

Fundamentação teórica:

No ambiente escolar, se faz necessário ressignificar valores como

decorrência dos estudos em educação objetivando a participação dos

alunos(as) na delimitação do tema “preconceitos”, como ainda na identificação

das suas percepções face às situações vividas e geradoras de preconceito em

sala de aula, na escola, ou em seu entorno, tendo em vista a erradicação de

todo e qualquer preconceito. A articulação docente deve demonstrar

compromisso ético com uma parcela do conhecimento, que nas mediações

pedagógicas que se exerce planifica a responsabilidade social, ética e

profissional frente a uma produção didático-pedagógica que irá contribuir com a

inclusão social na escola pública.

Isto porque entende-se os estudos culturais como sendo uma

possibilidade e um compromisso de todas as áreas do conhecimento

interdisciplinar em aproximação com temas essenciais para chamar a atenção

da comunidade escolar frente às suas inserções nos atuais problemas com

indisciplina, violência, alcoolismo e preconceito como geradores da evasão, do

abandono escolar, da reprovação e da ausência de valores de pertencimento

na comunidade escolar, pois está se vivendo o que o sociólogo polonês,

Zygmunt Bauman (2001) já denominou de Modernidade Líquida onde a fluidez

dos conceitos se faz presente.

Assim, percorre-se por possibilidades para a efetivação da erradicação

do preconceito velado, explícito ou inconsciente nas práticas do cotidiano vivido

no cotidiano escolar. Um demonstrativo de mudança de olhares face ao

preconceito justifica a intencionalidade, que se apresenta como condição de

ressignificar o clima escolar mediante a participação coletiva nos espaços de

afetação das relações de pertencimento. Portanto, quando os(as) alunos(as) e

professores(as) se sentirem pertencentes das atividades em construção, em

seguida os olhares não se pautarão de formas justapostas, mas em sintonia e

em prol das relações e cultura da paz, da solidariedade e dos ideais e direitos

humanos postados na convivência vinculada ao ideário da alteridade.

ATIVIDADES

1. Trabalhando com o conto: O ESPELHO

Análise e comentário:

“- nada menos de duas almas. cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que

olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro... a alma exterior pode ser

um espírito, um fluído, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação”

Machado de Assis

Um grupo de senhores, por várias noites, reuniu-se para discutir sobre os assuntos de

alta transcendência – coisas metafísicas. no grupo, um dos participantes se destacava

pelo silêncio. numa das noites, incitado por um dos participantes, o casmurro usou a

palavra – narraria um fato de sua vida e não consentia réplica. não se tratava de

opinião ou conjectura, era apenas uma demonstração da matéria debatida.

“em primeiro lugar, não há uma só alma, há duas...” a

afirmação causa perplexidade, mas o narrador não se

intimida e reitera que existem duas almas: uma exterior, outra, interior... a alma

exterior não é sempre a mesma, modifica-se com as circunstâncias. as duas juntas,

metafisicamente, se completam, quem perde sua alma exterior vive incompletamente, e

há caso de pessoas que perdem a existência inteira.

o homem continua relatando sua experiência de quando tinha 25 anos e fora nomeado

alferes da guarda nacional tornou-se o centro de atenção de sua humilde família e

passou a ser identificado como o sr. alferes. Não tardou e uma tia que morava a

algumas léguas, convidou-o a passar alguns dias em sua casa, com a farda

naturalmente. os dias passavam nas formalidades próprias de uma autoridade. a

grande relíquia da casa, um grande espelho, fora colocado em seu quarto como sinal

de admiração e orgulho.

“- o alferes eliminou o homem. durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se,

mas não tardou que a primeira cedesse à outra; ficou-me uma parte íntima de

humanidade aconteceu então que a alma exterior, que era dantes o sol, o ar, o campo,

os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa,

tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem. a única parte do

cidadão que ficou comigo foi aquela que entendia com o exercício da patente, a outra

dispersou-se no ar e no passado.”

Ocorreu o imprevisto e a tia teve que se ausentar por alguns dias. Restaram os

escravos que utilizaram suas cortesias e louvores “nhô alferes é muito bonito, nhô

alferes há de ser coronel”. um concerto de louvores escondia suas reais intenções. na

manhã seguinte, todos haviam fugido. O homem, após alguns dias, no silêncio vasto

tornara-se um boneco que mal comia, seu corpo era dominado de dor ou cansaço, nada

mais... durante muitos dias não se olhou no espelho num impulso inconsciente, mas

findo oito dias olhou-se no espelho com o fim de encontrar-se dois, mas o que viu foi

uma figura vaga, dispersa, mutilada... sabia que pelas leis físicas aquilo não era

possível, mas sua sensação era real – o espelho refletia uma decomposição de

contornos. em desespero, em meio a feições fragmentadas, teve a idéia de vestir a farda

de alferes e tornou a mirar-se. O homem, alferes, enfim, havia encontrado sua alma

exterior. “essa alma ausente com a dona do sítio, dispersa e fugida com os escravos, ei-

la recolhida no espelho.”

Assim, Machado de Assis esboçou uma nova teoria da alma humana, espelhando o

homem em sua enorme ambigüidade de ser para si e ser para o outro. até que ponto as

imagens convergem? o que antecede o objeto ou a reflexão? o espelho pode ser o outro

a recriar a alma exterior? definir-se no que espelha do mundo, sentir-se importante ao

assumir um papel representativo na sociedade. tornara-se um alferes e isto o

identificava mais do que seu nome próprio, do que sua intimidade sem projeção. ele

precisava da sombra sob seus pés para sentir-se imponente no mundo, precisava da

palavra alferes repetida com orgulho para incorporar sua autoridade.

Sozinho no silêncio, perde-se na “sombra da sombra”, num eu fragmentado de um

espelho que não conseguia projetar a alma exterior com a simples projeção do corpo.

Era necessário o uso da farda para manter viva a alma que dominara sua alma

interior. vestia-se num ritual e gesticulava diante do espelho todos os dias e pode

atravessar mais seis dias sem perceber... o signo do espelho, tantas vezes objeto de

especulação, ganha aqui o papel de destaque – o encontro do homem com sua alma

exterior. as reflexões de Lacan demonstram que o espelho é um fenômeno limiar que

demarca as fronteiras entre o imaginário e o simbólico. a criança até se perceber no

espelho é um ser fragmentado. É o que percebe ser. Para lacan são três as fases: a

criança compreende o espelho como uma realidade; depois como uma imagem, e até

que numa terceira fase percebe que a imagem refletida é sua.

A primeira consciência da completa individualidade vem do exterior. a criança

reconstrói seus fragmentos num corpo externo. Será que serão sempre duas existências

a coabitarem um corpo e uma imagem? qual a alma que transcende a relação

especular e ganha corpo e espaço num eu absoluto?

Como disse Machado de Assis - são muitas as almas exteriores: a família, as

realizações profissionais, o contato com os outros. Muitos objetos espelham nosso eu,

encontramo-nos muitas vezes nas atitudes alheias, nos valorizamos nos elogios que

ouvimos, nos sentimos vivos na percepção dos outros. São inúmeros os espelhos, ou

almas exteriores, e um único e definitivo sujeito. Não deixemos que as coisas no mundo,

seja ela qual for, ofusque e aniquile nossa alma interior. Aproveitando o esboço de

nosso grande escritor, tentemos elaborar um novo enredo em que o espelho se

interioriza e possamos nos reconhecer no vasto mundo.

A crônica finaliza com um trecho do brilhante ensaio “sobre os espelhos”, de Umberto

Eco: “em todo caso, por mais fortes que sejam as ilusões, as ambigüidades, as

confusões “sobre o limiar”, a tentação de homologar imagens especulares e registros,

basta recorrer ao experimentum crucis: reproduza-se um espelho numa fotografia, num

enquadramento cinematográfico ou televisivo, num quadro. Essas imagens de imagens

especulares não funcionam como imagens especulares. do espelho não surge o registro

ou ícone que não seja um outro espelho. o espelho, no mundo dos signos, transforma-se

no fantasma de si mesmo, caricatura, escárnio lembrança.

Fonte: http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=300

2. ATIVIDADE COM ESPELHOS:

Junto com os alunos espalhar espelhos pelos corredores da escola para que

todos se percebam enquanto pessoas, valorizando-se, respeitando-se e

respeitando o seu próximo.

3. REFLETINDO SOBRE O TEMA:

A fábula da águia e da galinha

Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por

um educador popular, James Agrey, nos inícios deste século, quando se davam os

embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.

"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de

mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.

Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.

Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais

águia. É uma galinha como as outras.

- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia

voar às alturas.

- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e,

desafiando-a, disse:

- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra

suas asas e voe!

A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao

redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

O camponês comentou:

- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma

águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.

Sussurrou-lhe:

- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto

delas.

O camponês sorriu e voltou a carga:

- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!

- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de

águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia,

levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e

dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas

asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou.

Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus

olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.

Foi quando ela abriu suas potentes asas.

Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada

vez mais para o alto.

Voou. E nunca mais retornou."

Moral da história:

Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos que somos

efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as

águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”

Fonte: http://www.catequisar.com.br/mensagem/reflexoes/06/msn_147.htm

4. CAÇA-PALAVRAS: RECEITA DE FELICIDADE

Fonte: http://www.jornalfontedosaber.com.br/caderno.php

5. PRODUÇÃO DE TEXTO “MALUCA”

REGRAS:

- Dividir a turma em grupo (de no máximo 3 componentes)

- Solicitar a cada grupo que escreva, em uma folha de sulfite os comandos

que o professor irá ditar;

- Depois do ditado ter sido concluído, fazer a socialização das palavras e em

seguida os alunos deverão montar uma produção de texto com as palavras que

foram escritas.

- Vence quem apresentar o texto primeiro. Leitura de todos os textos.

PALAVRAS A SEREM DITADAS PELO PROFESSOR: (Sugestão)

a) Nome de palavra positiva que comece com a letra C;

b) Nome de uma coisa da natureza que começa com a letra P;

c) Nome de elogio com a letra I;

d) Nome de flor com a letra M;

e) Nome de cor com a letra B;

f) Nome de sentimento com a letra A;

g) Nome de cidade com a letra R;

h) Nome de fruta que comece com a letra L;

i) Nome de um valor com a letra H;

j) Nome de coisas feitas de madeira com a letra D;

6. REFLETINDO SOBRE O TEMA: MADRE TEREZA DE CALCUTÁ

Ao responder algumas perguntas, Madre Tereza de Calcutá mostrou um

pouco da filosofia que norteou sua vida religiosa e humanitária:

Qual o dia mais BONITO? HOJE

Qual o maior OBSTÁCULO? O MEDO

Qual a RAIZ de todos os males? O EGOÍSMO

A coisa mais fácil? ERRAR

O maior erro? O ABANDONO

Qual a DISTRAÇÃO mais bonita? O TRABALHO

Qual a pior DERROTA? O DESÂNIMO

Qual o melhor PROFESSOR? A CRIANÇA

O que mais traz FELICIDADE? SER ÚTIL aos outros

Qual a primeira necessidade? COMUNICAR-SE

Qual o melhor REMÉDIO? O OTIMISMO

Qual o pior defeito? O MAU HUMOR

Qual a pessoa mais perigosa? O MENTIROSO

Qual a FORÇA mais potente do mundo? A FÉ

Qual a coisa mais FÁCIL do mundo? EQUIVOCAR-SE

Qual a primeira NECESSIDADE? COMUNICAÇÃO

Qual o maior MISTÉRIO? A MORTE

Qual o mais belo presente? O PERDÃO

Qual a rota mais rápida? O CAMINHO CERTO

Qual a sensação mais agradável? A PAZ INTERIOR

Qual a proteção afetiva? O SORRISO

Qual o mais imprescindível? O LAR

Quais as pessoas mais necessárias? OS PAIS

A mais bela de todas as coisas? O AMOR

A sabedoria de Madre Tereza, nestas singelas palavras, revela uma verdadeira poesia

para nossos corações. Ensinamentos tão simples e, ao mesmo tempo, tão complexos! Porém,

quem já tentou buscar viver estar palavras, sabem que elas encerram um tesouro - a chave

para a felicidade, tão almejada por todos nós, e tão pouco encontrada e/ou vivenciada nos dias

de hoje... Faz pensar!

FONTE: http://abuscadoequilibrio.blogspot.com.br/2007/08/filosofia-de-

madre-tereza.html

7. TRABALHANDO COM MÚSICA: PRA SER FELIZ

Cantor: Daniel Compositor: Elias Muniz

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=0eX-cctKqPM

Fonte: http://www.google.com.br/url?sa

UNIDADE IV

A arte de conviver com

as diferenças

Fundamentação teórica:

A Educação em Direitos Humanos (EDH) envolve também valores e

práticas considerados como campos de atuação que dão sentido e

materialidade aos conhecimentos e informações. Para o estabelecimento de

uma cultura dos Direitos Humanos será necessário que os sujeitos os

signifiquem, a partir dos valores e atuem na sua defesa e promoção. A

Educação em Direitos Humanos tem por finalidade uma formação ética, crítica

e política. A primeira se refere à formação de atitudes orientadas por valores

humanizadores, como a dignidade da pessoa, a liberdade, a igualdade, a

justiça, a paz, a reciprocidade entre povos e culturas, servindo de parâmetro

ético-político para a reflexão dos modos de ser e agir individual, coletivo e

institucional. A formação crítica diz respeito ao exercício de juízos reflexivos

sobre as relações entre os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos,

promovendo práticas institucionais coerentes com os Direitos Humanos. A

formação política deve estar pautada numa perspectiva emancipatória e

transformadora dos sujeitos de direitos.

Uma formação ética, crítica e política (in)forma os sentidos da EDH na

sua aspiração de ser parte fundamental da formação de sujeitos e grupos de

direitos, requisito básico para a construção de uma sociedade que articule

dialeticamente igualdade e diferença.

As escolas, assumem importante papel na garantia dos Direitos

Humanos, sendo imprescindível, nos diversos níveis, etapas e modalidades de

ensino, a criação de espaços e tempos promotores da cultura dos Direitos

Humanos de acordo com as seguintes leis:

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Parecer

CNE/CEB nº 20/2009 e Resolução CNE/CEB nº 5/2009), por sua vez,

reconhece a criança como sujeito de direito, inserindo-a no mundo dos Direitos

Humanos, no que diz respeito aos direitos fundamentais à saúde, alimentação,

lazer, educação, proteção contra a violência, discriminação e negligência, bem

como o direito à participação na vida social e cultural.

Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Parecer

CNE/CEB nº 5/2011 e Resolução CNE/CEB nº 2/2012), ao levarem em

consideração as deliberações do Programa Nacional de Direitos Humanos

(PNDH 3) no que diz respeito à implementação do Plano Nacional de

Educação em Direitos Humanos (PNEDH), colocam como pressupostos e

fundamentos para o Ensino Médio de qualidade social o tema dos Direitos

Humanos como um dos seus princípios norteadores.

O Parecer CNE/CEB nº 5/2011 que fundamenta essas diretrizes

reconhece a educação como parte fundamental dos Direitos Humanos. Nesse

sentido, chama a atenção para a necessidade de se implementar processos

educacionais que promovam a cidadania, o conhecimento dos direitos

fundamentais, o reconhecimento e a valorização da diversidade étnica e

cultural, de identidade de gênero, de orientação sexual, religiosa, dentre outras,

enquanto formas de combate ao preconceito e à discriminação.

Além dessas diretrizes, o Conselho Nacional de Educação (CNE) ainda

aborda a temática dos Direitos Humanos na Educação por meio de normativas

específicas voltadas para as modalidades da Educação Escolar Indígena,

Educação Para Jovens e Adultos em Situação de Privação de Liberdade nos

Estabelecimentos Penais, Educação Especial, Educação Escolar Quilombola

(em elaboração), Educação Ambiental (em elaboração), Educação de Jovens e

Adultos, dentre outras.

É, portanto, papel da educação realizar as mudanças que se fazem

necessárias para tornar o indivíduo crítico com formação humana, nesse

sentido o Costella (2012) em sua palestra e artigo escrito para o 4º Congresso

Internacional de Educação do ISAPG comenta que:

Na condição de renovação epocal, de desafio entre modelos culturais

por parte do modelo único e vencedor da globalização econômica,

numa sociedade mundial, cheia de conflitos e, por enquanto incapaz

de construir um modelo de convivência planetária, a dificuldade que

caracteriza a nova cultura – de paz, de solidariedade, de respeito dos

direitos humanos... - um papel insubstituível cabe à educação. Aqui

evidentemente entendemos a educação no sentido forte, isto é, como

ajuda, pessoal e social, ao desenvolvimento das capacidades

fundamentais pessoais (consciência, liberdade, responsabilidade,

solidariedade) para viver uma vida humanamente digna junto com os

outros na história e na perspectiva de um desenvolvimento

sustentável para todos e cada um.

Nessa linha de raciocínio Costella (2012) cita os quatro aspectos mais

urgentes e decisivos para caracterizar uma globalização antropológica na

perspectiva da vivência da pluralidade cultural:

a. Construir democracia: interiorizar, nas comunidades e nos sujeitos

tal princípio-valor: isto exige treinamento para a convivência

democrática (=participativa, dialógica, responsável). Tal formação à

democracia necessita de um nexo constante e ativo entre política e

pedagogia.

b. Difundir laicidade. Laicidade como espírito de tolerância e como

legitimação do pluralismo, por estar naquele mundo plural atual e que

será o modelo planetário do futuro. Laicidade que ultrapassa o mundo

das separações e que se coloca na fronteira de uma Terra-Pátria,

relembrada também por E. Morin, como tarefa agora universal. Uma

cultura aberta à compreensão e ao diálogo.

c. Elaborar compreensão. Aí o diálogo joga um papel fundamental.

Um diálogo que não esconde as tensões, mas que se constrói a partir

das mesmas, na elaboração permanente de um espaço comum. Tudo

isso impõe a prática da intercultura, da formação intercultural.

d. Fixar os direitos humanos, como horizonte da convivência

planetária e como regra para tal convivência (cf. tese de Habermas).

Direitos humanos que emergem como âmbito novo e comum da

convivência planetária e que devem ser fixados, interiorizados,

difundidos e partilhados (CNE/CP: Parecer n. 8/2012 e a Resolução

n. 1 de 30 de maio de 2012).

Face ao exposto Costella (2012) menciona que a escola é o lugar

possível de se realizar concretamente o diálogo intercultural e que a pedagogia

intercultural coloca no centro da sua atenção educativa três atitudes

fundamentais: a aceitação, a acolhida e a convivência pacífica e democrática.

É preciso portanto construir uma sociedade fundamentada na

cooperação pela convivência de todos. Um termo que expressa muito bem a cultura da solidariedade ativa é a convivência das diferenças.

É preciso passar do espírito da tolerância (grande aquisição cultural, política, ética, religiosa, jurídica) para um espírito de cooperação e convivialidade. Por outro lado, que outra coisa é a educação para a paz, o desenvolvimento, a diferença, os direitos humanos, ao cuidado com a natureza, ao diálogo inter-religioso, senão uma grande aposta sobre a possibilidade de mudar a realidade nas suas dimensões locais e planetárias e de construir uma sociedade mais justa, um mundo mais humano e um ambiente natural mais vivível?

A fim de entender melhor esse assunto, BAUMAN (2011) aponta para a

questão da “arte de conviver com as diferenças” problema e tarefa que impõem

a urgente necessidade de desenvolver novas artes e habilidades de ensiná-las

e aprendê-las. (p. 184):

... Com grande dificuldade, a nova definição de direitos humanos sedimenta, no melhor dos casos, a tolerância; ainda é preciso consolidar a noção de solidariedade. Permanece a questão controversa de saber se é possível conceber a solidariedade de grupo sob qualquer outra forma que não por meio das redes instáveis e desgastadas, sobretudo virtuais, impulsionadas e continuamente remodeladas pela interação de indivíduos conectados e desconectados, que fazem chamadas e se recusam respondê-las.

Ao longo dessa discussão percebe-se que nos dias atuais tem-se uma

nova ideia de Direitos Humanos, onde se entende como novas formas de vida

que flutuam, se encontram, se chocam, se unem ou se afastam. Na verdade,

estabelece-se uma nova perspectiva para os Direitos Humanos, que devem ser

permanentemente construídos e reconstruídos, em consonância com as

mudanças e transformações objetivando a conquista da paz.

ATIVIDADES

1. EDUCANDO ATRAVÉS DE FÁBULAS

Fábula do porco-espinho

Durante uma era glacial, quando o globo

terrestre esteve coberto por grossas camadas de gelo,

muitos animais não resistiram ao frio intenso e

morreram, por não se adaptarem ao clima gelado.

Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e

sobreviver, começou a se unir, a juntar-se um pertinho do outro. Assim, um podia

aquecer o que estivesse mais próximo. E todos juntos, bem unidos, aqueciam-se,

enfrentando por mais tempo aquele inverno rigoroso. Porém, os espinhos de cada um

começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes

forneciam mais calor, calor vital, questão de vida ou morte. Na dor das “espinhadas”,

afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.

Dispersaram-se por não suportar os espinhos dos seus semelhantes. Doíam

muito. Mas essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a

morrer congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com

jeito, com precaução, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa

distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem

magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar, resistiram ao gelo.

Sobreviveram.

Moral da história:

Nem sempre é fácil se relacionar bem. Um bom convívio não é aquele que une as

pessoas perfeitas, mas aquele em que cada um aprende a conviver respeitando o outro. A

convivência entre as pessoas sempre foi muito discutida.

Fonte:

http://www.paulinas.org.br/familia-crista/?system=news&id=3835&action=read

2. TÉCNICA LEQUE DAS QUALIDADES:

Cada aluno recebe uma folha de papel sulfite dobrada em forma de

leque que deverá ser colada nas suas costas. Ao som de uma música todos

andam pela sala escrevendo qualidades que julgam que seu colega tenha, em

suas costas, escrevem uma em cada parte do leque, então assim como

escrevem, recebem qualidades e ao final da música, cada um pega seu leque e

lê as qualidades que seus colegas lhe deram, sem saber quem as escreveu.

3. CAÇA-PALAVRAS: DICAS PARA UM MUNDO MELHOR

Fonte: http://www.jornalfontedosaber.com.br/caderno.php

7. TRABALHANDO COM MÚSICA: SOL DE PRIMAVERA

Cantor: Beto Guedes

Quando entrar setembro

E a boa nova andar nos campos

Quero ver brotar o perdão

Onde a gente plantou

Juntos outra vez

Já sonhamos juntos

Semeando as canções no vento

Quero ver crescer nossa voz

No que falta sonhar

Já choramos muito

Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim não custa inventar

Uma nova canção

Que venha nos trazer

Sol de primavera

Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor

Só nos resta aprender

Já choramos muito

Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim não custa inventar

Uma nova canção

Que venha trazer

Sol de primavera

Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor

Só nos resta aprender

Link: http://www.vagalume.com.br/beto-guedes/sol-de-primavera.html#ixzz2lWHWzcRL

8. DINÂMICA PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

JOGO: "Gato e Rato"

Definição: Trata-se de interiorizar o conto e ir vivendo-o, a medida que vai se lendo.

Objetivos: Reflexionar sobre as relações de superioridade-submissão e definir os

elementos que devem existir para que uma relação seja equilibrada.

Participantes: Em grupos.

Observação: Ler atentamente, mas com animação, e marcar largas pausas entre uma

seção e outra, com a intenção de deixar tempo para sentir a situação.

Desenvolvimento:

Narração do seguinte texto:

"Fecha os olhos e imagina que você saiu desta sala e anda por uma calçada muito longa.

Chega na frente de uma casa velha e abandonada. Você já está no caminho que conduz

à ela. Suba as escadas de uma porta de entrada. Empurre a porta, que ao abrir, chia; olhe

ao redor, para o interior de um quarto escuro e vazio.

1. De repente, você tem uma sensação estranha. O seu corpo começa a tremer e

arrepia, e você sente que vai ficando pequeno. Por enquanto você só chega à altura do

marco da janela. Continua diminuindo até o ponto que o teto parece que está agora

muito longe, muito alto. Você só chega ao tamanho de um livro, e continua diminuindo.

2. Agora você muda de forma. Seu nariz alonga cada vez mais e o seu corpo se enche

de pêlo. Neste momento você está com quatro patas e você entende que se transformou

num rato.

3. Olhe ao seu redor, na sua situação de rato. Sentado no extremo do quarto. Depois

vê a porta mover-se, ligeiramente.

4. Entra um gato. Ele senta e olha ao redor lentamente, com ar indiferente. Levanta e

avança tranqüilamente pelo quarto. Você está imóvel, petrificado. Você escuta o seu

coração bater; sua respiração fica entrecortada. Olhe o gato.

5. Acaba de vê-lo e vai na sua direção. Se aproxima lentamente, muito lentamente.

Depois ele pára diante de você, se abaixa. O que você sente? O que você pode fazer?

Neste instante, que alternativas você tem? O que você pode fazer? Um longo silêncio...

6. Exatamente neste instante em que o gato pretende se jogar para cima de você, seu

corpo e o dele começam a tremer. Você sente que se transforma de novo. Desta vez

você cresce. O gato parece que fica cada vez menor e muda de forma. Agora você tem o

mesmo tamanho de antes... agora ele é menorzinho.

7. O gato se transforma em rato e você se converte em gato. Como você se sente

agora que você é grande? E agora que você não está encurralado, o que te parece o rato?

Você sabe o que sente o rato? E você, o que sente agora? Decida o que você vai fazer e

faça. Um longo silêncio... Como você se sente?

8. Tudo volta a começar. A metamorfose. Você cresce mais e mais. Você quase

recupera a sua estatura e agora você se converte em você mesmo. Saia da casa

abandonada e volte a esta sala. Abra os olhos e olhe ao teu redor.

Avaliação: Faça a reflexão sobre o que é que acontece nas relações quando uma pessoa

encontra-se numa situação de superioridade. Analisar a relação entre a força e o direito.

Observação: A partir de aqui podem estudar as relações internacionais: a relação de

força entre os países ricos e pobres; ou as relações entre as pessoas ricas e pobres; ou

entre pais e filhos; ou entre o professor e o aluno.

Fonte: http://pt.scribd.com/doc/55767075/Dinamica-Gato-e-Rato

9. DINÂMICA: A VIDA DEVE SER FLORIDA

Objetivo: Esta dinâmica fará o aluno perceber o valor da vida e o mistério que a envolve.

Material necessário: Papel de seda de várias cores.

1º - A professora deve cortar o papel de seda para que fique do tamanho de um

papel sulfite cortado ao meio.

2º - Deve distribuir um pedaço para cada participante, procurando diversificar as cores.

3º - Motivar todos, dizendo que a folha que eles têm na mão é a vida de cada um deles. Pedir para que notem que um lado da folha é liso e o outro, um pouco mais áspero. Isso também ocorre em nossa vida: em alguns momentos é mais tranqüila, em outros, mais áspera. Mas, apesar de tudo, nossa vida vibra.

4º - A professora deve pedir aos alunos que segurem as folhas numa das pontas, fazendo-as balançar para ouvir o barulho (a vibração). Deve explicar que nem sempre tudo é tão bom, nem sempre a nossa vida vibra tanto. Todos passam por maus momentos.

5º - A professora deve perguntar o que "mata" a nossa vida, o que faz com que ela vibre menos, e exemplificar: desemprego, inveja, ciúme, violência... Deve solicitar a ajuda dos participantes para que citem outros exemplos, e cada palavra "morte" enunciada, pedir que amassem o papel, até ficar uma bolinha.

6º - Com a bolinha na mão, a professora pergunta ao grupo: "O que devemos fazer com esta bolinha agora?". Talvez alguns digam para jogá-la fora. Nesse momento, a professora questionará: "Como vamos jogar fora a nossa vida? O que podemos fazer?". Alguém poderá dizer para reconstruí-la. "Mas como?" A professora, então, deve motivar o grupo a falar palavras de vida (emprego, amor, amizade, justiça...), e a cada palavra vai-se abrindo novamente o papel. 7º - Com o papel todo aberto, a professora deve questionar: "Mas e agora? Está cheio de rugas? São as rugas do tempo; assim é a nossa vida. O que fazer? Vamos ver se a vida ainda vibra?".

Nesse momento, pede ao grupo para balançar a folha. Agora a vibração é bem menor.

8º - A professora, então, pede aos alunos para dobrarem as folhas ao meio e recortá-las em duas partes. Juntando essas duas partes, pede para recortá-las novamente, ficando agora com quatro partes. 9º - A professora instrui os alunos a trocar os pedacinhos com os colegas, de maneira que cada um fique com quatro pedacinhos de cores diferentes.

10º - Agora pede para colocarem os pedacinhos de maneira que fiquem um na horizontal e outro na vertical, formando duas cruzes. 11º - A professora pede aos alunos que coloquem o dedo indicador no centro das "cruzes" e modelem uma flor. E acrescenta que a vida, por mais dolorida e cheia de rugas, ainda pode florescer. Às vezes, perde a vibração, mas nunca é tarde para florescer.

Fonte: http://profgege.blogspot.com.br/2008/01/dinmica-sobre-vida.html

REFERÊNCIAS: ABRAMOVAY, Mirian et allii. Escolas inovadoras: experiências bem-sucedidas em escolas públicas. Brasília: UNESCO, Ministério da Educação, 2004. ARAÚJO, Ulisses F. A construção de escolas democráticas: histórias sobre complexidade, mudanças e resistências. São Paulo: Moderna, 2002. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida/ Zygmund Bauman; tradução, Plínio Dentzien – Rio de Janeiro: Zahar, 2001. BAUMAN, Zygmunt. 44 Cartas do mundo líquido moderno/ Zygmund Bauman; tradução Vera Pereira – Rio de Janeiro: Zahar, 2011. BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 20/2009. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Publicado no D.O.U de 09/12/2009, Seção 1, pág. 14. BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 5/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18. BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 5/2011. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. publicado no D.O.U. de 24/1/2012, Seção 1, Pág. 10. BRASIL. Resolução CNE/CEB 2/2012. Diário Oficial da União, Brasília, 31 de janeiro de 2012, Seção 1, p. 20. CAMACHO, Luiza Mitiko Yshiguro. A invisibilidade da juventude na vida escolar. PERSPECTIVA, Florianópolis, v 22, nº 2, p. 325-343, jul./dez. 2004 COSTELLA, D. O respeito e a convivência das diferenças: um caminho para a paz. In: 4º CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO ISAPG, 1., 2012, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: UEPG, 2012. PARANÁ. Diretrizes Curriculares Estaduais, Curitiba: SEED, 2007. SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais/Tomaz Tadeu da Silva (org). Stuart, Hall, Kathryn Woodward. 9 ed – Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. TIBA, Içami. Quem ama educa. São Paulo: Gente, 2002.