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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

TÍTULO PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA LEITURA: O GÊNERO TEXTUAL CARTA DO

LEITOR EM FOCO.

Autora Eunice Screpka Pohlode

Escola de Atuação Colégio Estadual Padre José Orestes Preima - Ensino Fundamental e Médio.

Município Prudentópolis

NRE Núcleo Regional de Irati

Orientadora Viviane Schier Martins

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro-Oeste – Unicentro.

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-Pedagógica Caderno Pedagógico

Público Alvo Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental – Matutino.

Localização Localidade de Linha Esperança próximo a Prudentópolis no Colégio Estadual Padre José Orestes Preima.

Apresentação Este caderno pedagógico constitui-se um material didático-pedagógico a ser utilizado durante o processo de aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica no Colégio Estadual Padre José Orestes Preima. Faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional - 2014 (PDE), Enfocando a metodologia e relação professor-aluno tendo como público alvo os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental - matutino. O material está estruturado em unidade com variadas atividades e envolve a mobilização da comunidade escolar na superação de obstáculos para um trabalho conjunto. O que se espera é que este material torne-se um significativo instrumento de articulação, de reflexão teórica e de material de apoio para a efetivação de ações docentes no estabelecimento supracitado bem como junto aos Grupos de Trabalho em Rede – GTR – envolvidos no Programa de Desenvolvimento Pedagógico – PDE.

Palavras-chave Carta do leitor, leitura, produção, revista Galileu, gênero textual.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO - OESTE

CADERNO PEDAGÓGICO

EUNICE SCREPKA POHLODE

IRATI 2014

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CADERNO PEDAGÓGICO

PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA LEITURA: O GÊNERO TEXTUAL

CARTA DE LEITOR EM FOCO.

Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, pela acadêmica Eunice Screpka Pohlode sob a orientação da Prof.ª Viviane Schier Martins.

IRATI 2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e a

oportunidade de conhecer pessoas que me alegram a cada dia.

Especialmente a minha mãe Neli, bem como, todos os familiares

que souberam compreender todas as ausências de finais de semana, em

função, da minha dedicação às leituras e análises de textos na

elaboração deste trabalho.

Agradeço também as “meninas” do Núcleo Regional de Irati –

NRE, que me prestaram todo tipo de ajuda na condução das atividades

do PDE - e especialmente na elaboração deste Caderno Pedagógico.

Á Professora Viviane Schier Martins pela sua flexibilidade e toda

orientação destinada no melhor desenvolvimento das atividades do

programa e sua disposição de ser a parecerista desse trabalho.

Agradeço a todos (as) que me auxiliam e/ou me auxiliaram nessa

caminhada!

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................... 6

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 7

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS ................................. 16

ATIVIDADES PREVISTAS ............................................................ 18

AVALIAÇÃO .................................................................................. 38

REFERÊNCIAS ............................................................................. 39

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APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico está contemplado como uma das atividades a

ser desenvolvida no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, o qual

se apresenta como uma política de formação continuada e de valorização dos

professores da Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná.

O documento Síntese e Resolução 4341/2007 normatizam a

operacionalização do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - na

Rede Pública Estadual de Ensino.

Em consonância as atividades propostas pelo Plano de Integração e de

Formação Continuada – 2014 esse Caderno Pedagógico, abordará o tema:

―Ensino e aprendizagem de leitura.‖, sendo que o mesmo tem por objetivo

desenvolver as habilidades de leitura dos alunos do 9º ano - Ensino

fundamental a partir do gênero textual Carta de leitor. Aliado a esse objetivo

maior, estão os objetivos pontuais específicos, os quais visam Propiciar aos

alunos momentos de reflexão sobre o processo de construção de inferências a

partir das cartas de leitor da Revista Galileu; Discutir sobre o gênero textual

Carta do Leitor em suas dimensões social e linguística; Promover a leitura

prazerosa e significativa no contexto escolar; Instigar a busca do conhecimento

de forma autônoma;

Assim sendo, através do desenvolvimento desse trabalho que se

possam reconhecer como os alunos leem e produzem sentidos focando a carta

do leitor da revista Galileu.

Este Caderno Pedagógico está estruturado em uma unidade. A unidade

contempla a fundamentação teórica sobre os aspectos pertinentes a serem

debatidos e refletidos, e em seguida os encaminhamentos metodológicos e as

atividades a serem realizadas durante a aplicação do Projeto de Intervenção

Pedagógica – PDE visando à seguinte problemática: Quais são as

possibilidades de ampliar o conhecimento dos alunos a partir da leitura e

produção de carta de leitor numa turma de 9º ano do Colégio Estadual Padre

José Orestes Preima? Em que medida a Revista Galileu pode contribuir para

dinamizar as aulas? O que fazer para instigar a busca do conhecimento e sua

produção nas salas de aula?

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Esse Caderno Pedagógico tem como público alvo os alunos do 9º Ano

do Ensino Fundamental matutino e o envolvimento da comunidade estudantil

interna.

A Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica ocorrerá no

período do curso PDE (agost/set/out/ 2015) no Colégio Estadual Padre José

Orestes Preima no município de Prudentópolis - Paraná.

A expectativa é que este material torne-se um horizonte norteador de

ações que possam ser desencadeadas pela instituição escolar em prol de

uma leitura que se permita produtiva entre os adolescentes, e seja

significativo instrumento de produção de sentidos, de reflexão teórica e de

efetivação de ações que se pretendam realizadas, bem como, junto aos

Grupos de Trabalho em Rede – GTR – envolvidos no Programa de

Desenvolvimento Pedagógico – PDE reúna maiores subsídios para a

elaboração do Artigo Final.

Este documento foi elaborado sob a Orientação da Prof: Viviane Schier

Martins do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-

Oeste - UNICENTRO - Campus de Irati.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – doravante PCNs

(1998), quando se faz referência a produção de texto escrito, se deve

evidenciar quatro elementos considerados necessários na escrita, tais como:

finalidade, especificidade do gênero, lugares preferenciais de circulação e

interlocutor eleito. Esses quatro elementos precisam fazer parte do início do

processo de produção textual em situação de ensino. E o trabalho pretendido

com cartas do leitor subsidiado pela revista Galileu, será alicerçado nesses

quatro elementos.

Sem alunos leitores não se pode pensar em produção de textos que

contemplem a norma padrão e favoreçam a cidadania, na medida em que o

aluno perceba sua postura de ação na sociedade. Para que haja maior ênfase

na leitura é preciso mobilizar a comunidade escolar em relação a práticas de

leitura que reforcem a importância do processo de formação escolar e para a

vida. Ler textos em diferentes formatos já constitui uma realidade, uma vez

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que, a tecnologia tem oferecido essa forma de leitura. No entanto, nem sempre

encontramos pessoas dispostas a ler e que gostam de ler. Para poder ler mais,

a criança precisa sentir que há um esforço conjunto, dos familiares, da escola e

da sociedade em geral. Se há deficiência da leitura é preciso pensar formas de

promovê-la de forma dinâmica.

A leitura constitui uma atividade complexa onde cada um que lê, o faz de

acordo com saberes dos mais variados que possui, decodificando o texto e

estabelecendo relações com o seu contexto. Para tanto Koch & Elias (2011)

argumentam:

[...] a leitura é uma atividade altamente complexa de produção de sentidos que se realiza, evidentemente, com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas, que requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes. (p. 57).

Segundo essas autoras, um conjunto de saberes é mobilizado durante a

leitura, levando em consideração, tanto a leitura superficial, quanto a

organização textual. Isso requer atenção do aluno se comparamos com o que

será trabalhado em sala de aula com a revista Galileu. No entanto, por conter

imagens e texto, o trabalho pode ser mais dinâmico e produtivo, na medida em

que ocorrer a análise textual, a leitura e a escrita. Antunes (2003) defende que:

A leitura é parte da interação verbal escrita, enquanto implica a participação cooperativa do leitor na interpretação e na reconstrução do sentido e das intenções pretendidas pelo autor. (p. 66).

Compreende-se que sem a interação leitor - autor não se consegue

obter uma boa leitura e escrita, pois, uma complementa a outra. Assim

estimular a leitura significativa é um dos pontos mais relevantes do processo de

ensino e aprendizagem, e, é igualmente importante a mediação e articulação

do professor nesse processo.

O ato de ler constitui um conectar-se com o outro, sintonizar-se, uma vez

que, sempre leva em conta um autor/enunciador, na medida em que,

fala/escreve também constrói o discurso enquanto direciona ao ouvinte/leitor. A

leitura constitui uma atividade riquíssima na obtenção de conhecimentos,

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porém complexa, quando, por exemplo, esta leitura é de um texto escrito, em

função de que, envolve conhecimentos linguísticos como as letras, os fonemas

e morfemas para basicamente decodificar a escrita. Mas além de decodificar, o

que importa mesmo é interagir, e isso pode ser estabelecido entre o leitor, autor

e o texto, mas não se deve esquecer de que estes três elementos se ajustam a

objetivos e necessidades socialmente condicionados.

Quando se referem à leitura, as Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná (2008) defendem que a leitura é vista como um diálogo, interlocutivo.

Assim o leitor apresenta um papel ativo durante a mesma, pois, para se efetivar

como coprodutor, formula e reformula hipóteses, bem como procura pistas,

aceita ou não as conclusões, se utiliza de estratégias com base no seu

conhecimento linguístico, nas experiências e na vivência sociocultural.

Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais: jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc. No processo de leitura, também é preciso considerar as linguagens não verbais. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano, deve contemplar os multiletramentos mencionados nestas Diretrizes. (DCEs 2008).

Ao realizar um trabalho em sala de aula com diferentes gêneros, Silva

(2005, p. 66) salienta que a escola deve se apresentar ―como um ambiente rico

em textos e suportes de textos para que o aluno experimente, de forma

concreta e ativa, as múltiplas possibilidades de interlocução com os textos.‖ E é

por isso que se optou em fazer uso da Revista Galileu, para a exploração

desse trabalho com foco na leitura significativa e produção de cartas em

resposta à carta do leitor.

Assim no processo de ensino e aprendizagem é imprescindível o

professor considerar o contexto de produção e circulação do texto para realizar

o planejamento das atividades de leitura. Não deve esquecer-se de atentar na

sala de aula, para as atividades de interpretação e compreensão de um texto

que concebam os conhecimentos de mundo que o aluno dispõe como os

conhecimentos linguísticos, o conhecimento da situação comunicativa, dos

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interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas esferas de produção, do suporte

em que o gênero está publicado, de outros textos (intertextualidade).

Koch (2003) defende que o trabalho com esses conhecimentos realiza-

se por meio das estratégias, quais sejam:

• cognitivas: como as inferências, a focalização, a busca da relevância; • sociointeracionais: como preservação das faces, polidez, atenuação, atribuição de causas a (possíveis) mal-entendidos, etc.; • textuais: conjunto de decisões concernentes à textualização, feitas pelo produtor do texto, tendo em vista seu ―projeto de dizer‖ (pistas, marcas, sinalizações).

Parafraseando Antunes (2003) se o aluno não estiver familiarizado com

esse tipo de leitura esse fator irá interferir também no modo de realização

dessa leitura. O professor enquanto mediador e provocador de leituras

significativas nesse processo cria as condições necessárias para o

desenvolvimento da atitude crítica que favorecerá a percepção do sujeito

presente no texto (carta do leitor), e assim o aluno poderá também formar uma

atitude responsiva diante desse gênero de texto também.

Não se trata das mais fáceis tarefas, mas, o professor pode fornecer

condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura, sugerindo a

formação de um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento da

sociedade.

Somente uma leitura aprofundada, em que o aluno é capaz de enxergar os implícitos, permite que ele depreenda as reais intenções que cada texto traz. Sabe- se das pressões uniformizadoras, em geral voltadas para o consumo ou para a não reflexão sobre problemas estéticos ou sociais, exercidas pelas mídias. (DCEs, 2008).

Lajolo (2001) afirma que essa pressão deve ser evidenciada a partir de

estratégias de leitura que propiciem ao aluno perceber e reconhecer mesmo

que seja de forma inconsciente, aqueles elementos de linguagem que o texto

manipula.

Desse modo, o aluno terá condições de se posicionar diante do que lê. É importante ponderar a pluralidade de leituras que alguns textos

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permitem o que é diferente de afirmar que qualquer leitura é aceitável. Deve-se considerar o contexto de produção sócio-histórico, a finalidade do texto, o interlocutor, o gênero. (DCEs, 2008).

Geraldi, (1997), argumenta que, do ponto de vista pedagógico, como

parâmetro de ação não se pode privilegiar a leitura do professor, ou aquela

historicamente privilegiada. O que importa mesmo é a busca da recuperação

de uma postura interpretativa, onde pistas do texto possam acionar outros

conhecimentos para que ele produza o sentido que produziu. Assim o professor

pode mostrar ao aluno que alguns mecanismos acionados por ele podem

constituir uma inadequada leitura como consequência, e, não porque assim o

professor deseja que se leia.

Na esfera literária, por exemplo, o gênero poema permite uma ampla

variedade de leituras, já na esfera burocrática, um formulário não torna possível

essa liberdade de interpretação. Antunes (2003) salienta que:

(...) conforme variem os gêneros de texto (editoriais, artigos, ensaios, notícias, anúncios, avisos, relatórios, instruções de uso, editais, contos, poemas,) conforme variem os objetivos pretendidos com a leitura (leitura informativa, leitura recreativa, leitura instrumental, etc), variam também as estratégias a serem usadas (p.77)

Nesse sentido, as formas de leitura empregadas em cada gênero textual

não são iguais, pois, cada gênero tem sua finalidade. Numa crônica se faz

pertinente considerar a data de publicação, a fonte, o contexto no qual foi

produzida, o diálogo que a crônica estabelece com outras notícias veiculadas

no suporte que está disponível. A leitura da crônica de um livro, de um poema

difere da leitura de um artigo de jornal ou revista. Quando se lê texto poético,

se pode observar o seu valor estético, o tema, o diálogo com os sentimentos

que se revelam, as figuras de linguagem, bem como, as próprias intenções do

texto. Já um artigo de opinião carece de contextualização do tema abordado, é

relevante também destacar a data e o local da publicação, estabelecer diálogo

com os argumentos que estão intrínsecos posicionando-se, e verificar as

marcas dos enunciados do discurso que revelem a posição do autor.

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Conforme argumenta Silva (2002, p.22), o ensino da prática de leitura

sugere um professor que ―além de posicionar-se como um leitor assíduo, crítico

e competente, entenda realmente a complexidade do ato de ler‖.

O educador precisa trabalhar também os textos não verbais, ou melhor,

aqueles em que predomina o não verbal, como a charge, a caricatura, as

imagens, as telas de pintura, os símbolos, como possibilidades de leitura em

sala de aula, o que requisitará do aluno leitor, colaborações diferentes daquelas

necessárias aos textos verbais.

Na sala de aula é preciso considerar também a leitura de suporte digital,

uma vez que, o contexto de hoje exige aliar o trabalho que se desenvolve em

sala levando em consideração as mídias presentes no cotidiano do aluno. Para

isso as DCEs (2008) apresentam que:

O hipertexto - texto no suporte digital/computador - representa uma oportunidade para ampliar a prática de leitura. Através do hipertexto inaugura-se uma nova maneira de ler. No ambiente digital, o tempo, o ritmo e a velocidade de leitura mudam. Além dos hiperlinks, no hipertexto há movimento, som, diálogo com outras linguagens (p.78).

Incorporar a leitura através de hipertextos no dia a dia escolar confere

um status mais moderno à prática da leitura e pode suscitar a procura por

assuntos que o aluno perceba agregadores de positividade na sua vida, bem

como, na vida escolar favorecendo-o.

Levy (1996) explica que diante de tantos suportes eletrônicos se faz

necessário leitores dinâmicos, ativos e que não só foquem a quantidade do que

leem, mas principalmente a qualidade das informações, visto que no hipertexto

o aluno escolhe o caminho, o percurso, os supostos, início, meio e fim, porque

seleciona o que vai ler antes ou depois.

Porém, devem ser levadas em conta as experiências que os alunos têm

com leitura, bem como, as expectativas deles, as sugestões do que gostariam

de ler, para que não ocorra uma leitura impositiva, mas que se torne uma

leitura significativa.

Acredita-se que ―a qualificação e a capacitação contínua dos leitores ao longo das séries escolares colocam-se como uma garantia de acesso ao saber sistematizado, aos conteúdos do

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conhecimento que a escola tem de tornar disponíveis aos estudantes‖ (SILVA, 2002, p. 07).

Silva (1989) defende que há uma crise ―da leitura na escola‖. O

professor precisa atentar para a relação triangular entre leitor, texto e a

realidade social, pois parece ter ocorrido certo apagamento ou

enfraquecimento dessa relação no âmbito escolar, no qual a prática referente à

leitura tem se tornado uma atividade com um fim em si mesma. Isso se explica

pela prioridade que é conferida a memorização e repetição das ideias dos

textos, sem acontecer uma passagem do texto para o contexto, com ênfase no

significante.

Ritter, (1999, p. 7), salienta que a ―leitura escolarizada‖ é trabalhada

dentro da seguinte ambivalência: avalanche de textos (leitura em grandes

quantidades, com cobranças e sem orientação) e ―cretinização do leitor‖ (não

expansão do repertório de leitura do aluno). Assim, forma-se, em relação à

leitura, um agente passivo, um ―fingidor‖ de leitura, um ―pseudo - leitor‖.

Essa conjuntura apontada pela autora compromete o aluno na sua

formação integral, porque contribui para que ele não perceba a importância da

leitura nem daquilo que lê, pois, não se estimula o gosto, o prazer, e isso pode

dificultar seu desempenho escolar, na medida em que, quantifica e não

qualifica a postura de criticidade que deveria ser desenvolvida também pela

escola. Por isso compreende-se o papel de formar leitores críticos a partir do

trabalho conjunto, num caminhar entre a sala de aula e a biblioteca da escola.

Assim, quando o aluno/leitor utiliza-se da leitura como prática sociocultural, de suas diferentes linguagens, ele deixa de ser um mero reprodutor de conhecimento e passa, sim, a ser sujeito da ação e a intervir no mundo; sendo, por isso, a leitura um processo de emancipação do indivíduo. Schutz ET AL (2009, p.64).

Quando o leitor se percebe como sujeito e não somente como objeto da

ação da leitura é que começa haver a interação nesse processo.

Além disso, para a leitura ter qualidade, é preciso que o leitor/aluno tenha claro os objetivos de sua leitura/atividade, uma vez que ele pode ler para adquirir conhecimentos; ler para treinar uma leitura em voz alta; ler para obter uma informação; ler

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para revisar um escrito próprio; ler por puro prazer. (Schutz ET AL 2009, p.60).

Independente do que o aluno estiver lendo é preciso tornar esse ato, um

ato que desperte a leitura diversificada de gêneros. Se o aluno for estimulado a

ler poderá continuar a fazer isso sempre, e embora nem sempre haja essa

pratica em casa, a escola não pode culpá-lo, mas, buscar sanar essa carência

de forma que ele se sinta apto para desenvolver a criticidade em relação aos

desafios que se impuserem na sua vida social ou pessoal. Uma escola

preocupada com o pleno desenvolvimento do educando não pode ser assim,

somente na teoria - no PPP – Projeto Político Pedagógico, mas transformar a

sua prática em busca de mudanças significativas e necessárias no processo de

ensino e aprendizagem.

Concepções de leitura: Em relação às diferentes concepções de

linguagem, Geraldi (1994), cita as seguintes definições as: (1) Linguagem como

expressão do pensamento; (2) Linguagem como instrumento de comunicação e

(3) linguagem como forma de interação.

Possuindo uma relação direta com as práticas de leitura, essas

concepções incorporam a sua essência. Dessa forma, nessa mesma relação,

coexistem diferentes perspectivas de leitura, como: (1) perspectiva do autor; (2)

do texto; (3) do leitor, e, por fim, (4) a perspectiva da interação entre autor-

texto-leitor.

Os pressupostos teóricos que amparam cada uma dessas diferentes perspectivas de leitura envolvem uma visão diferente do que consiste o ato de ler e orientam e/ou justificam determinadas propostas didáticas em torno da compreensão da leitura, e da formação e do desenvolvimento do leitor na escola brasileira. (MENEGASSI e ANGELO, 2005, p. 18).

Kleiman (2008) defende que a concepção de linguagem - expressão do

pensamento – correlaciona-se a concepção escolar de ensino à medida que

objetiva o domínio individual do código e vê a escrita como um conjunto de

atividades para se apoderar do bem falar (linguagem oral) e do bem escrever

(linguagem escrita).

Nas palavras de Bakhtin (2003), o leitor, na situação de interação com o

autor e com o texto, ―ocupa simultaneamente uma posição ativa e responsiva:

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concorda ou discorda dele (total ou parcialmente) completa-o, aplica-o, prepara

para usá-lo, etc. [...] Toda compreensão é prenhe de resposta‖ (BAKHTIN,

2003, p. 271).

Segundo Zago (2012), o conhecimento prévio que o aluno tiver em sua

memória, irá condicionar o sentido que o leitor irá atribuir ao texto. Seria o

diálogo entre professor e aluno um aliado da boa leitura.

Rojo (2002), diz que a leitura necessita passar não só pela

decodificação, transposição de códigos, mas pela compreensão que envolve o

conhecimento de mundo, com práticas sociais e conhecimentos linguísticos,

indo além de simples fonemas.

Koch e Elias (2010, p. 12), argumentam que as atividades de leitura

devem ir além da leitura linear e que se deve ―direcionar o foco interpretativo

para a interação autor-texto-leitor‖. Assim o sentido vai sendo construído, na

provocação de diálogos entre conhecimento e experiência do leitor, o texto

passa a compor o lugar do encontro, do diálogo e da ação. Já Rojo (2002)

define a leitura assim:

a leitura é vista como um ato de se colocar em relação um discurso (texto) com outros discursos anteriores a ele, emaranhados nele e posteriores a ele, como possibilidades infinitas de réplica, gerando novos discursos/textos (p.02).

Essa concepção apresenta a leitura como um processo de construção

de significado, levando em consideração fatores linguísticos e discursivos.

Dessa forma, é necessário que o aluno possa associar, relacionar, generalizar

e abstrair elementos do texto, evidenciando a perspectiva do leitor para

qualificar como proveitosa a leitura realizada.

Ao relacionar o texto com o conhecimento de mundo que o aluno traz, se

posicionar frente àquilo que lê, o aluno pode suscitar o diálogo entre o autor,

texto e leitor e alcançar a interação em leitura. E se comparar, deduzir, inferir, e

hierarquizar informações do texto demonstrará certo domínio delas. Agindo

assim o aluno demonstrará que pode construir sentidos, de acordo com seus

conhecimentos prévios, o gênero textual, as formas de se organizar o texto,

entre outros elementos.

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ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Este caderno propõe a intervenção pedagógica, proposta como prática

do PDE, bem como, pretende desenvolver o ―Ensino e aprendizagem de

leitura‖, através do título ―Produção de sentidos: Carta de leitor em foco‖, como

desafio de toda comunidade educativa do Colégio Estadual Padre José

Orestes Preima, especificamente com a turma do nono ano do período

matutino, no primeiro semestre de 2015.

A metodologia acertada nesse trabalho é a pesquisa – ação que se

encontra alicerçada na leitura de revistas Galileu com o objetivo de focar a

carta de leitor para ler e responder essa carta selecionada. Para tanto, os

alunos farão a leitura, debate, análise textual, produção de perguntas de leitura

conforme propõe Rodrigues (2011) e de respostas após a leitura, com o

objetivo de construir significados. Esse trabalho será mediado pelo professor.

Para a realização dessa investigação, utiliza-se como metodologia

básica a pesquisa-ação, pois exige o envolvimento ativo do pesquisador e a

ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema.

Conforme Gil (1999, p. 60), a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa com

base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma

ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual os pesquisadores e

participantes estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Para que os alunos possam fazer uma leitura significativa, crítica e sem

equívocos, esse trabalho leva em consideração propostas de Menegassi

(2010), que sugere alguns passos que serão os norteadores do trabalho em

sala de aula, para que sejam atingidos os objetivos propostos e para que

possamos responder à problemática que se persegue no desenvolvimento

deste trabalho. São esses os passos a serem seguidos:

- decodificação: A decodificação é a primeira das etapas do processo de leitura. Sem ela, todo o processo fica emperrado e não permite que as demais etapas se concretizem. Nessa etapa, ocorre o reconhecimento do código escrito e sua ligação com o significado pretendido no texto; - compreensão: Compreender um texto é captar sua temática; é resumi-lo. Para que isso aconteça, o leitor deve conseguir reconhecer as informações e os tópicos principais do texto, assim como, também, dominar as regras sintáticas e semânticas da língua usada;

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- interpretação: A interpretação é a etapa de utilização da capacidade crítica do leitor, o momento em que analisa, reflete e julga as informações que lê. Assim, para que a interpretação ocorra, é necessário que a compreensão a preceda, caso contrário, não há possibilidade de sua manifestação; - retenção: A última etapa do processo de leitura é responsável pelo armazenamento das informações mais importantes na memória do leitor. Para isso ocorrer, a retenção pode se dar em dois níveis. O primeiro é resultado do processamento da compreensão, isto é, o leitor não precisa fazer uso da interpretação. Nele, o leitor armazena na memória a temática e as informações principais do texto lido, sem analisá-las. O segundo nível de retenção vem do processamento da interpretação, que é um processo mais amplo do que a compreensão. (Menegassi, 2010, p. 10-22).

Ritter, (1999) aponta três importantes maneiras de se iniciar uma boa

leitura. Para isso sugere que antes de uma boa leitura em sala de aula se faça

necessária preparação para o encontro com o texto, questionando, por

exemplo, qual é o tema que será lido, a especificidade do gênero, da tipologia

textual. Durante o processo de leitura que se promova a compreensão textual,

nos momentos de confronto, de discussões, onde o professor precisa instigar a

busca de inferências, podendo elaborar exercícios de caracterização de

gêneros discursivos, não se limitando as características, mas abrangendo

também as discursivas na reflexão, de perguntas que seriam: Quem disse,

quando, por que, para quem e como disse. Após a leitura o professor poderá

promover a reflexão a respeito do processo de leitura, onde ambos, professor e

aluno passam a postura de reflexão. O professor pode levantar a ideia

principal, a ideia mais importante que o autor destaca com relação ao tema, do

que trata o texto, elaborar resumos, diagramas, mapas semânticos. Estimular

análises contrastivas, comparativas contextualizadas, sensibilizando o aluno

para os efeitos dos sentidos do texto, questionando por que este texto foi

escrito dessa forma? E se tivesse sido produzido em situações diferentes? E se

fosse produzido em outro gênero? E assim por diante.

Ao se utilizar dessas perguntas os alunos poderão além de ler, buscar

desmistificar o texto e a partir desse processo se interessar muito mais por

leitura, porque provocada para ser significativa.

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ATIVIDADES PREVISTAS

ATIVIDADES A princípio se fará a apresentação do projeto e uma conversa com os

professores sobre a importância da abordagem da leitura e produção

significativas no contexto escolar. Apresentação do projeto em slides com

palavras chave e imagens. Após a conversa com os professores apresentar os

passos do trabalho a ser realizado com os alunos e expor a importância de se

utilizar dos quatro passos propostos por Menegassi, 2010, p. 10-22 para uma

leitura significativa. Elaborar a avaliação final atentando para avaliar se os

alunos tiveram proveito ou não.

1ª ATIVIDADE: DINÂMICA PASSE –

REPASSE Duração: 2 horas

Objetivos: * Interagir de forma dinâmica com os alunos; * Realizar um

momento de desconstrução aliado ao compromisso de corresponder ao

trabalho de intervenção que será realizado com os alunos.

Recursos: Caixa de chocolates, música e aparelho de som.

Desenvolvimento: Essa dinâmica será realizada dentro da sala de aula

e consistirá no seguinte: uma caixa cheia de chocolates, com o cuidado de ter

o número de doces igual ao de alunos irá percorrer por todos eles, na medida

em que forem instigados pela professora para entregarem a caixa para o aluno

(a) que for mais identificado (a) à qualidade mencionada. O texto será narrado

pela professora e os alunos irão passar a caixa, cuidando que cada um deles

possa ser agraciado com uma qualidade lida pela professora. Essa atividade

poderá ser adaptada dependendo do número de alunos e das qualidades que

se pretenda elencar na turma. Essa atividade, ―Dinâmica caixa de chocolate‖,

encontra-se disponível em

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http://profsandrandia.blogspot.com.br/2009/10/dinamica-caixa-de-

chocolate.html, e foi acessada e adaptada em 12/09/2014, exposta a seguir:

1 – PARABÉNS! Você tem muita sorte, foi premiado com esta caixa de chocolate. Ela simboliza a compreensão a confraternização e a amizade durante esse tempo. Mas ela não será sua, observe os amigos e aquele que considerar mais organizado será o ganhador dela. 2 – A ORGANIZAÇÃO é algo de grande valor e você como possuidor dessa virtude, irá levantar-se para entregar esta caixa ao amigo que você achar mais feliz. 3 – ALEGRIA – aqui está uma caixa de chocolate que lhe entrego por ver em você muita alegria, alegria esta que anima nossos encontros, tornando-os sempre agradáveis. Mas infelizmente ela não é sua, com muita alegria entregue-a para a pessoa mais séria da turma. 4 – SERIEDADE é sua marca pessoal, ser séria faz de você uma pessoa respeitada, porém ao contrário das pessoas sérias, você é agradável e suportável, continue sendo assim. Portanto a caixa de chocolate não é sua, com toda seriedade passe-a para a pessoa mais elegante. 5 – ELEGÂNCIA, como você deve esforçar-se para manter todo este visual elegante e o bom é que você consegue alcançar o seu objetivo que é ser elegante, e através dela consegue muitos amigos, menos essa caixa de chocolate, por isso passe-a para a pessoa mais meiga da turma. 6 – A MEIGUICE é algo muito raro e você a possui, parabéns. Mas a caixa ainda não será sua, e você com o seu jeito tão especial de ser vai fazer questão de entregá-la a quem considera mais extrovertido. 7 – VOCÊ É EXTROVERTIDA, chega e já vai fazendo a festa, não importa o momento e o lugar, você chega fala e brinca com todo mundo. Com uma facilidade espetacular vai se instaurando no meio de todos. Parabéns, você deve ser muito feliz, daí cabe a você encontrar no meio de nós alguém que lhe transmite felicidade. 8 – Dizem que a FELICIDADE é como uma borboleta, quanto mais você a persegue, mais ela foge. No entanto, se você volta a sua atenção para outras coisas, ela vem e suavemente pousa no seu ombro. Não chego a ver a borboleta no seu ombro, mas vejo a felicidade estampado no seu rosto e isso torna-nos felizes. Com toda felicidade que existe em você passe a caixa de chocolate para a pessoa mais corajosa. 9 – Você foi contemplado com esta caixa e agora demonstrando a virtude da coragem pela qual você foi escolhido passe-a para a pessoa mais inteligente. 10 – A INTELIGÊNCIA nos foi dada por Deus, parabéns por ter encontrado espaço para demonstrar este talento, pois muitos de nossos irmãos são inteligentes, mas a sociedade impede que eles desenvolvam tal virtude. Demonstre mais um ato de sua inteligência passando este presente para quem você achar mais simpático. 11 – para comemorar a escolha do presente distribua um largo sorriso entre os amigos. O mundo está tão amargo e para melhorar um pouco necessitamos de pessoas SIMPÁTICAS como você. Parabéns pela simpatia. Não fique triste, o presente não será seu, passe-o para quem você acha mais amigo. 12 – A AMIZADE é uma das coisas mais importantes na vida. Você ter um verdadeiro amigo é como possuir um tesouro de valor exorbitante, por isso, conquiste outro amigo dando-lhe essa caixa de chocolate. Para isso ele tem que ser pontual nos compromissos. 13 – PONTUALIDADE é a qualidade marcante dos britânicos, portanto você é brasileiro e sabe respeitar seus compromissos honrando o horário. Você com certeza não gosta de deixar ninguém esperando. Mas aguarde a hora certa de ganhar uma caixa de chocolate, pois essa ainda não é sua, passe para a pessoa mais solidária.

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14 – A SOLIDARIEDADE é coisa rara no mundo em que vivemos, onde encontramos muitas de egocêntricas. Você está de parabéns por ser solidário aos colegas, mas o presente ainda não será seu, passe-o para a pessoa mais bonita. 15 – Que bom! Você foi escolhido como o colega mais BONITO do grupo, por isso desfile para todos observarem o quanto é bonito. Obrigado pelo desfile, mas o presente não será seu, passe-o para quem lhe transmite PAZ. 16 – O mundo inteiro clama por PAZ, e você gratuitamente, transmite esta tão grande riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta as grandes potências do mundo, responsáveis por tantos conflitos entre a humanidade. Com muita paz passe esta caixa para a pessoa mais dinâmica. 17 – Você sabe mesmo como fazer as coisas, nada é difícil sempre procura dar um jeito de tornar tudo muito simples e eficiente, não é à-toa que você é DINÂMICA, portanto eficientemente escolha entre todos, a pessoa que é mais trabalhadora, que mereça a caixa de chocolate. 18 – Dizem que o TRABALHO dignifica o homem e você leva a sério o trabalho, não perde tempo e nem tem moleza com você. Fazendo do trabalho até motivo de farra e folia, é isso aí. Acredito que gostando de trabalhar desse jeito você é capaz de encontrar entre os demais alguém responsável para dar essa caixa de chocolate. 19 – RESPONSABILIDADE é com você, nunca desaponta ninguém nos compromissos, sempre cumpre como que se compromete de forma espetacular. Sendo você a mais responsável receberá o encargo de maior responsabilidade; cabe a você encerrar esse passe-repasse, dando essa caixa de chocolate a pessoa mais caridosa da turma. 20 – Bem... a pessoa CARIDOSA não é egoísta, não tem inveja, gosta de todo mundo e tem como satisfação ajudar o próximo, servir e dividir o que tem, principalmente, quando se trata de uma caixa de chocolate. Por isso divida os chocolates com todos aqui presentes.

REFLEXÃO PARA O PROFESSOR!

Observar como os alunos interagem e se ocorre o respeito entre os alunos, bem como, com o professor. Aliado a

isso, promover a ação conjunta na construção do conhecimento com a soma de ideias e divisão de

responsabilidades na condução do projeto de intervenção.

2ª ATIVIDADE: CONHECENDO A

BIBLIOTECA E A REVISTA GALILEU Duração: 2 horas

Objetivos: * Conhecer a biblioteca e como está organizada; * Socializar

as experiências da bibliotecária com a dos alunos; * Perceber o que tem na

biblioteca que o aluno tenha interesse em conhecer; * Aproximar os alunos

desse ambiente; * promover o prazer em ler e conhecer sempre mais.

Recursos: Textos escritos em suportes diversos.

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Desenvolvimento: Nessa atividade de conhecimento prévio, os alunos

serão conduzidos até a biblioteca e assistirão uma explanação sobre as

categorias de leitura disponíveis na biblioteca e a importância de ler variados

gêneros, bem como, a relevância de fazer leituras prazerosas e significativas

que possibilitem utilizar o que foi lido ao produzir narrativas orais e escritas. A

professora pode intervir falando das revistas e de sua relevância na produção

textual em sala de aula, inserindo a temática que será trabalhada com a turma

em atividades variadas que possibilitem atingir os objetivos propostos no

projeto de Intervenção. Com ênfase na leitura de uma revista escolhida pelos

alunos na própria biblioteca, propor a seguinte atividade a ser realizada em

sala de aula, após a visita.

1) Se você fosse sugerir um assunto para veicular na revista que você leu, o

que você iria propor para ser exibido? Escreva em um parágrafo a sua ideia:

REFLEXÃO PARA O PROFESSOR! Como proceder numa aula de leitura?

Processo anterior à leitura: a preparação para o encontro com o texto:

Levantar questões aos alunos estrategicamente na pré-leitura perguntando qual a temática, o gênero textual, o tipo do texto, entre outros.

Durante o processo de leitura e do encontro com o texto:

Promover a compreensão do texto, confrontando ideias, discutindo e o professor passa de questionador a instigador, onde através da (leitura lacunar), o professor e o aluno formulam previsões do texto, tentam inferir resultados do texto. Elaborar exercícios de caracterizar os gêneros discursivos, refletindo sobre (quem, quando, por que, para quem e como disse)

Após a leitura no intuito de extrapolar o texto.

Qual foi a ideia principal do texto lido? Do que trata o texto? Elaborar e caracterizar um diagrama, mapa semântico e/ou resumo. Fazer análises contrastivas, comparativas, contextualizadas, sensibilizando o aluno para efeitos dos sentidos provocados ao se usar a materialidade linguística (o porquê do texto ser escrito dessa forma, e se tivesse que ser produzido em situação diferente, que outro gênero poderia ser utilizado?)

Adaptado de RITTER, L. C. B. Em busca dos produtores de sentido nas aulas de leitura. 1999,124 p. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada). Universidade Estadual de Maringá, Maringá.

3ª ATIVIDADE: TRABALHANDO COM

RECONHECIMENTO DE GÊNERO Duração: 3 horas

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Objetivos: *Conhecer a variedade de gêneros textuais, agrupamento e

situações de produção através de um quadro representativo; * Reconhecer a

importância da interpretação textual; * Apresentar vários tipos de cartas e sua

importância; * Discutir com os alunos a importância das cartas; *

Reconhecimento do gênero com slides; * Conhecer a história das cartas com o

uso dos fantoches.

Recursos: Variedade de cartas, slides e vídeos, com músicas e/ou uso

do pendrive na lousa digital e fantoches da família disponíveis na escola.

Desenvolvimento: Apresentar uma pequena historinha sobre as cartas,

com diálogo de dois alunos, adaptada do texto disponível em

https://sites.google.com/site/evolucaodacarta/carta.

Diálogo sobre “História da carta”

João: Olá coleguinha, a nossa turma tá empolgada em saber do que vamos

falar hoje, será que eles já conhecem o assunto?

Maria: Ah! Penso que alguns até conhecem e aqueles que não conhecem vão

gostar de conhecer, tenho por mim que eles estão tão curiosos...

João: Vocês sabem qual é o meio de comunicação mais antigo do mundo?

Todos: As cartas.

Maria: Não ouvi, alguém sabe? Ainda não ouvi, mesmo, tão falando tão

baixinho!?

Todos: Caaaaaaartas!

João: Nossa que legal nossa turma sabe que são as cartas, no entanto, não

podemos definir bem ao certo quando elas surgiram.

Maria: João você sabia que os reis do antigo Oriente médio já escreviam

cartas. Veja aqui no mapa onde fica o antigo oriente. (No mapa pendurado no meio

da lousa apontar com a régua de madeira, na parte que corresponde ao antigo oriente médio).

João: Por ser um dos registros mais antigos, alguns estudiosos afirmam que a

carta é a mãe de todos os gêneros textuais, ao lado de mitos e contos

populares.

Maria: Antes de Cristo, mais ou menos 4 mil anos antes, havia no Egito

mensageiros chamados (sigmanacis) que levavam recados escritos, a pé ou

montados a cavalo ou camelo.

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João: Na bíblia tem 21 cartas publicadas e escritas por Paulo e outros

seguidores de Cristo, para romanos e os habitantes da cidade de Corinto na

Grécia antiga.

Maria: Por isso carta aos romanos ou carta aos Coríntios, agora entendi.

João: E no Brasil, Maria?

Maria: Ah, No Brasil as cartas chegaram junto com os primeiros portugueses.

Assim que a esquadra de Cabral aportou, Pero Vaz de Caminha enviou uma

correspondência ao rei, comunicando o descobrimento das novas terras. A

carta de Pero Vaz de Caminha.

João: O escrito foi levado a Portugal por um dos navios, que retornou dez dias

depois. Em 25 de janeiro de 1663, o rei de Portugal nomeou João Cavalheiro

Cardozo como ―correio‖ — o responsável por enviar informações da Colônia.

Maria: Quando surgiu o primeiro serviço postal?

João: O primeiro serviço postal semelhante ao que conhecemos hoje, com

pagamento de selos para o envio da correspondência, surgiu na Inglaterra em

1840. O Brasil foi o segundo país do mundo a usar o selo, em 1843.

Maria: Então pra gente recapitular, vocês compreendem a importância que as

cartas já tiveram?

Todos: Sim.

João: Muito bem colegas, antigamente, a base das comunicações eram as

cartas. Cartas de amor, cartas oficiais, cartas dramáticas.

Maria: Depois, veio o telefone. Todo mundo se ligava, por mais cara (e pior)

que fosse a ligação. Agora, com a evolução tecnológica, quase tudo se resolve

através do computador ou celular.

Maria: Meu pai disse que escreveu cartas de amor pra mamãe quando

namoravam.

João: cartas de amor eram comuns há algum tempo atrás, hoje a maioria envia

mensagens pelo celular mesmo.

Maria: Mas já é legal reler essas cartas, eram tão carinhosas.

João: É mais um exemplo de carta, mas há também carta de reclamação, de

solicitação, carta de leitor, ao leitor, entre muitas outras e há um propósito para

cada uma, que veremos na aula da professora.

João: Além de conhecer outras cartas, nós teremos uma boa experiência com

cartas de leitor que a nossa professora Eunice irá coordenar.

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Maria: Para isso observem o quadro exposto na lousa que a professora

preparou para estudarmos:

Maria: Vamos aplaudir essa iniciativa.

Todos: palmas.

Exposição do quadro representativo na lousa que foi adaptado, do vídeo

―Gêneros Textuais‖ onde consta um breve resumo sobre o que é este gênero.

Explicação da professora a seguir:

QUADRO REPRESENTATIVO DE GÊNERO TEXTUAL

AGRUPAMENTO

SITUAÇÃO DE PRODUÇÃO GÊNEROS

NARRAR Ficção e criação contos, lendas, romances, fábulas e crônicas.

EXPOR

Divulgação de um evento científico

artigos científicos, conferências, seminários, verbetes de enciclopédia.

ARGUMENTAR

Defesa de um posicionamento

Cartas de leitor, debates políticos, artigos de opinião e

editoriais.

INSTRUIR

Informação de procedimentos

Manuais de instrução, bulas de remédio, receitas, regras

do jogo.

RELATAR

Relato de algo que realmente aconteceu

Diários de bordo, depoimentos, reportagens,

relatos históricos.

Adaptado do conteúdo constante no vídeo Gêneros textuais, Disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=iTmfkaIux5M

a) Observando o quadro a que gêneros o relato de algo que realmente

aconteceu se encaixa?

b) A situação de uma produção como um livro de ficção, a que gênero textual

pertence?

c) Artigo de opinião, uma carta de leitor, um debate político como

assistimos (presidentes e governadores) no ano eleitoral, a que situação de

produção atende?

d) Uma carta de leitor tem por objetivo relatar, instruir, narrar ou argumentar?

e) Você sabe o que é um SMS?

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Explicar aos alunos com a ajuda de um Vídeo do youtube intitulado

matéria SMS jornal da globo 110309, disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=RfUDlFybqhc.

SMS: Em inglês, é a sigla de serviço de mensagens curtas.

Basicamente, é um método de comunicação que envia texto entre telefones

celulares, ou de um PC ou palmtop para um celular.

Após a explicação, perguntar:

1) Você observou as vantagens do SMS através da explanação na

reportagem, e quanto às desvantagens desse recurso SMS, você acredita que

existem? Quais seriam?

4ª ATIVIDADE : PRIMEIRO CONTATO COM A REVISTA GALILEU

Duração: 3 aulas

Objetivos: * Conhecer a revista e verificar as possibilidades de explorá-

la. * Reconhecer a importância da leitura e suas implicações na vida pessoal e

social; * Ler e socializar o que leu; Fornecer as suas impressões sobre a carta.

Recursos: Leitura e manuseio de várias revistas disponíveis na

biblioteca.

Desenvolvimento: Distribuição de uma Revista Galileu diferente para

cada aluno e solicitação de que façam a leitura da carta ao leitor na contracapa

da revista, e, em seguida a reportagem evidenciada na capa. Socialização do

que foi lido por cada aluno em sala de aula com a mediação da professora.

Perguntas de leitura passadas no quadro para os alunos responderem no

caderno:

Atividade a:

a) O que você entendeu por carta ao leitor na contracapa da revista? Quem

escreveu a carta, foi um jovem, idoso, ou adolescente? Que função exerce o

autor da carta?

b) Em relação à reportagem evidenciada na capa, qual a temática abordada

pela revista?

c) Que linguagem é utilizada na carta ao leitor?

d) Que linguagem é utilizada na reportagem da revista?

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e) Você gostou do que leu? Por quê?

Atividade b:

a) Elabore um pequeno resumo do que leu na reportagem da revista e

entregue para a professora.

Essa primeira leitura visa um contato que se espera positivo dos alunos

na leitura dirigida e necessária para iniciar a produção de cartas de leitor. Essa

atividade será realizada com a mediação da professora. Após o término a

professora recolherá os resumos e fará a leitura e análise com o objetivo de

observar se os alunos atenderam ao que foi solicitado.

5ª ATIVIDADE : UM OLHAR SOBRE

LEITURA E CARTA DE LEITOR Duração: 4 aulas

Objetivos: Trabalhar com os alunos diversos suportes onde constem

cartas de leitores e aos leitores focando nas diferenças de cada uma. *

Comentar sobre a aversão e o prazer de ler livros, revistas e outras mídias.

Recursos: Fragmentos de vídeos, cartolina, canetões, lousa digital e

pendrive.

Desenvolvimento: Com a análise do vídeo adaptado do livro de

Manjusha Pawagi, ―A menina que odiava livros‖, disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q com 7.20’. A introdução será

realizada com a análise em forma de perguntas orais:

1) Do que trata o vídeo?

2) O que fez a menina se interessar por leitura?

3) Qual a contribuição da família no gosto pela leitura?

4) Que atitudes são evidenciadas dos pais da menina?

5) Por que a menina odiava livros?

6) E você, o que pensa da leitura? Reflita sobre isso e escreva uma carta

sincera endereçada para a professora, falando sobre você e sua experiência

com a leitura. Entregue a carta ao final da aula para a professora.

Como exemplo, após essa atividade mostrar que há matérias voltadas

para o público adulto nas revistas Veja, Época, Exame, Galileu, entre outras.

Público adolescente como as revistas Capricho, Toda Teen, entre outras. O

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público infantil como a revista Ciência Hoje das Crianças, Recreio, entre outras.

Na leitura das cartas, conduzir os alunos no sentido de entender que os

conteúdos apresentam diferenças, uma vez que, cada revista é direcionada

para públicos diferentes. Os objetivos, o nível de linguagem e a maneira de

construir um discurso mudam dependendo do público – alvo, porque se trata de

propósitos distintos, sendo assim, as condições de produção também

direcionam a escrita das cartas.

Ao exemplificar a professora evidencia que as revistas de adolescentes

podem tematizar orientações que se relacionem ao sexo, podem evidenciar os

conselhos em relação à saúde, beleza, voltadas mais aos sentimentos da fase

da adolescência. Já as revistas infantis podem priorizar a interação entre leitor

e a revista, a troca de cartas entre os leitores, divulgação de clubes, entre

outros. Nas cartas de revistas que se direcionam aos adultos o tema pode ser

voltado para assuntos veiculados anteriormente pela revista e os leitores

redigem as cartas com o intuito de opinar, comentar, parabenizar, completar

informações sobre reportagens anteriores. Não se pode deixar de falar aos

alunos, de que a carta de leitor é produzida em coautoria, quando se envia a

edição da revista, ou outro veículo, na medida em que, os editores constroem o

discurso de acordo com a apreciação valorativa que fazem sobre a revista e o

tema. Quando são escolhidas as cartas que se referem às matérias já

mostradas pelas revistas, o veículo se auto referencia pela fala do leitor.

Atividade:

Após a explicação da professora, essa atividade será realizada em

grupo onde se irá distribuir as cartas de diferentes suportes e os alunos farão a

apreciação em grupos de 3 alunos respondendo as questões a tipo de suporte,

tipo de carta, público-alvo e assunto se referiam.

SUPORTE CARTA PÚBLICO-ALVO ASSUNTO

Revista Galileu Carta de leitor Adultos Uso de drogas

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6ª ATIVIDADE: PRODUÇÃO DE TEXTO

Duração: 6 horas

Objetivos: * Conhecer diferentes letras de músicas que falem de cartas;

* Escrever uma carta respondendo o que a letra de música evoca. * Analisar a

mistura de gêneros entre carta e letra de música; * Analisar os recursos usados

pelos músicos na escrita da letra; * Destacar a importância das cartas mesmo

após o advento do SMS e dos e-mails; * Evidenciar a importância das cartas na

cultura nacional; Abordar uma parte do filme ―Central do Brasil - As cartas de

Dora‖, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ZQryoP4pNXg, 5:07

minuto, onde Dora personagem de Fernanda Montenegro escreve cartas e

cobra por essa prática; * Comentar sobre o analfabetismo no Brasil.

Recursos: Fragmentos de vídeos, data show, notebook, caixinhas de

som, e músicas variadas.

Desenvolvimento: A princípio o professor utilizará o Data show, o

Notebook e as caixinhas de som, ou a lousa digital. Com músicas do youtube

selecionadas o professor iniciará o trabalho dividindo a turma em grupos.

Em seguida irá propor as seguintes questões:

Atividades:

1. Você escreve cartas? Se afirmar que sim, para quem?

2. Como realiza a entrega? Pessoalmente ou pelo correio?

3. Na sua família se recebe cartas? Quais os remetentes mais comuns?

4. Você conversa com alguém que escreve cartas? Quais os motivos que

fazem com que essa pessoa escreva cartas? Pergunte a ela.

5. Você acha que a carta é usada hoje como era usada antigamente? Por quê?

6. A carta ainda constitui um meio de comunicação importante no Brasil?

Em seguida formar um círculo com as carteiras e conversar sobre a

importância das cartas e que embora haja o SMS e e-mails a carta ainda é

escrita e mantém seu caráter de importância e suas inúmeras vantagens.

7) Solicitar que escrevam cartas para seus colegas da turma contando algum

fato interessante da vida. E que respondam as cartas que receberem. (Explicar

os recursos que compõem uma carta).

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A partir dessa atividade trabalhar com a ―carta‖ nas letras de música

extraídas do youtube, para que os alunos percebam o conteúdo das letras das

músicas e como eram escritas, para quem eram escritas, quem era o eu lírico,

e assim por diante.

Na primeira dessas letras será focado conteúdo e a análise da letra, bem

como a noção do gênero carta e letra de música.

De Renato Russo & Erasmo Carlos: A Carta está disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=wx9YK36vCrY com 4 minutos de duração.

VAMOS OUVIR LER E INTERPRETAR???

A carta Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor Porque veio a saudade visitar meu coração Espero que desculpes os meus erros por favor Nas frases desta carta que é uma prova de afeição Talvez tu não a leias mas quem sabe até darás Resposta imediata me chamando de meu bem Porém o que me importa é confessar-te uma vez mais Não sei amar na vida mais ninguém Tanto tempo faz, que li no teu olhar A vida cor-de-rosa que eu sonhava E guardo a impressão de que já vi passar Um ano sem te ver, um ano sem te amar Ao me apaixonar, por ti não reparei Que tu tivestes só entusiasmo E para terminar, amor assinarei Do sempre, sempre teu...

Atividades:

a) Falar com os alunos sobre o perfil do remetente dessa carta, discutir com os

alunos o destinatário da carta, para quem será que a carta foi escrita, por quais

motivos foi escrita, como se pode dizer que essa letra trata de uma carta? O

que espera o remetente com essa carta?

b) Solicitar que os alunos respondam essa carta e entreguem para a

professora.

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Em seguida entregue para os alunos a letra da música Cartas, de

Marcus e Belutti, e apresente o vídeo com a música disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=Ckm2NnPkxx0. Em seguida, eles deverão

responder as questões propostas, ao ouvirem e lerem a música.

VOCÊ GOSTOU DA ATIVIDADE ANTERIOR? CONTINUANDO...

VAMOS OUVIR LER E INTERPRETAR???

Cartas

Eu sempre recebi suas cartas E todas começavam com eu te amo Mas de um tempo pra cá Eu sei, só quis brigar E as cartas não começam mais assim Eu sei, você me disse Que se você parasse De escrever te amo Eu podia chorar Já tinha me esquecido Já tinha me deixado E o pior de tudo isso É que eu fui o culpado Faz parte da minha vida Faz parte da minha história E essa despedida Eu guardo na memória Já nem recebo as cartas Ah, que falta que me faz Eu pago qualquer preço Pra recebê-las mais Só sei que ontem de manhã Recebi uma Quase nem olhei de medo Pensei que não fosse sua No envelope eu vi seu nome, o remetente Eu fiquei muito contente Saí a gritar na rua Briguei comigo Eu nem sei se isso é certo Com meu coração deserto Quase que eu me engano Hoje eu tenho certeza que és minha Pois a carta inteirinha só dizia "eu te amo".

Atividades - Após ouvir essa música instigar os alunos:

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a) Quem é o eu-lírico nessa música, o remetente ou o destinatário? Em que

pessoa foi escrita a carta?

b) Escreva o perfil do remetente dessa carta:

c) O que eu-lírico diz sobre as cartas já recebidas e o que ele espera que

contém na nova carta?

d) Que motivos houve para se escrever a carta?

e) Que motivos levaram o destinatário a pensar estar recebendo a tão

esperada carta?

f) Que valor as cartas possuem para o destinatário?

Após essas atividades falar sobre analfabetismo no Brasil e abordar uma

parte do filme Central do Brasil, extraído do endereço

https://www.youtube.com/watch?v=ZQryoP4pNXg e intitulado Central do Brasil

- As cartas de Dora, onde a personagem de Fernando Montenegro escreve

cartas em troca de alguns trocados.

Após assistir, questionar:

1) Qual era a função desempenhada por Dora no filme?

2) Que características eram reunidas nas pessoas que a procuravam?

3) Quais causas você pode apontar como influenciadoras do analfabetismo no

Brasil?

4) Que assuntos eram abordados nas cartas?

5) Que tipo de cartas escritas por Dora aparecem no fragmento do filme?

6) Por que as pessoas pediam que Dora escrevesse?

7) Descreva como você viu a carta no filme?

Após instigar os alunos a analisar a carta anterior, ouvir a música ―A

Carta, juntamente com a leitura da letra interpretada por Milionário e José Rico

disponível em https://www.youtube.com/watch?v=k0AWM8kW2BA.

PARA CONCLUIR ESSE CONJUNTO DE ATIVIDADES SIMILARES, VAMOS PARA

ÚLTIMA ANÁLISE!!!

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A Carta Estou escrevendo esta carta meio aos prantos Ando meio pelos cantos Pois não encontrei coragem De encarar o teu olhar Está fazendo algum tempo Que uma coisa aqui por dentro Despertou e é tão forte que eu não pude te contar Quando você ler Eu vou estar bem longe Não me julgue tão covarde Só não quis te ver chorar Perdão, amiga, são coisas que acontecem Dê um beijo nos meninos Pois eu não vou mais voltar Como eu poderia dar a ela esta carta Como eu vou deixar Pra sempre aquela casa Se eu já sou feliz Se eu já tenho amor Se eu já vivo em paz E por isso decidi Que eu vou ficar com ela A minha passagem, por favor, cancela Vá sozinha não vou mais Quando cheguei no portão da minha casa Como se eu tivesse asas Me senti igual criança Deu vontade de voar Quase entrei pela janela Minha esposa ali tão bela Dei um forte e longo abraço E comecei a chorar E com as lágrimas as palavras vinham E rolavam como pedras E ela só a me escutar Ao enxugar minhas lagrimas com beijos Revelou que já sabia Mas iria perdoar Como eu poderia...

Atividade - Após ouvir essa música perguntar para os alunos:

a) O texto lido é uma música ou uma carta? Explique.

b) Em qual estrofe da música acontece a transcrição da carta enviada pelo eu-

lírico?

c) Existem duas mulheres envolvidas na situação contada pelo eu-lírico. Quem

são e qual é a mensagem do eu-lírico a cada uma delas?

d) A quem se dirige a carta transcrita na música?

e) A carta chegou ao destino? Por que?

f) Foi apresentado pelo eu-lírico no texto uma mudança de pensamento e de

atitude. Cite-os e explique-os:

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g) Instigar os alunos sobre a leitura da letra da música onde o eu-lírico percebe

o relacionamento que tem em casa. Em seguida solicite aos alunos que

mudem a carta que seria enviada para a esposa, de forma que deixem claro a

transformação nos sentimentos do eu-lírico.

7ª ATIVIDADE: LEITURA E PRODUÇÃO DE CARTA DE LEITOR

Duração: 6 horas Objetivos: * Realizar leituras diversas; * Explorar um artigo da última

revista do mês que se estiver trabalhando e elaborar uma carta com o intuito de

enviar a revista.* Realizar a refacção da carta caso se cometa erros.* Analisar

os erros; * Analisar gráficos sobre escrita de cartas; * Analisar gráficos sobre

leitura; * Ler e escrever com prazer.* Promover um trabalho onde haja

interação em equipes.

Recursos: Lousa digital e slides.

Desenvolvimento: A princípio verificar um dado relevante para analisar

a leitura no Brasil. A pesquisa evidenciada mostra que o hábito de ler tem

reduzido no Brasil. Mas as revistas aparecem em primeiro lugar.

http://coral.ufsm.br/revistalappe/?p=276

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Questionar os alunos:

1) Do que trata a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil?

2) Que anos são comparados?

3) O que o brasileiro mais lê?

4) Por que há brasileiros que não leem segundo a pesquisa?

5) A pesquisa comparou e percebeu que o brasileiro lê mais ou menos?

Falar sobre a importância de se ler e interpretar o que se lê, para buscar a

tão reiterada democratização e que hoje ainda se encontra em processo de

construção e fortalecimento no Brasil. Abordar os problemas sociais e o

analfabetismo no Brasil evidenciando o quanto ainda há para melhorar. Mas

não negligenciar o esforço do aluno e seu compromisso em buscar mudanças

sociais. Abordar a importância da leitura mais atenta das revistas seja de cunho

científico ou não, e, analisar os dados da Pesquisa Retratos da leitura no

Brasil. Fazer a análise sobre penetração de leitores 2007-2011 por região:

http://www.blogacesso.com.br/wp-content/uploads/2012/04/leitores2007-2011.jpg

Questionar os alunos:

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1) Como podemos perceber que reduziu a penetração de leitores nas regiões

brasileiras? Onde não reduziu?

2) Que fatores explicam essa redução?

Realizar a leitura de uma matéria da última Revista Galileu e posicionar-

se em relação ao assunto escrevendo uma carta para o suporte da publicação.

Será mais interessante que nesta atividade a situação de produção em

sala de aula precise se aproximar da situação de produção na sociedade.

Assim sendo, se faz importante que o professor possibilite essa situação em

sala de aula.

Ler uma reportagem da revista Galileu e escrever uma carta de leitor

para possível publicação. Após a refacção escolher entre os alunos algumas

cartas para postar no endereço http://biblionacuca.blogspot.com.br/ e socializar

com os colegas da escola. Exemplo de reportagem a ser lida e exposta a

seguir:

Perguntas a serem feitas para os alunos:

1) Do que trata o artigo? 2) Que revista você leu? 3) Que artigos costumam ser tratados pela revista? 4) Como deve ser uma leitura significativa para você?

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Já após a escrita nos processos de refacção de texto mediados pelo

professor se faz necessário considerar aspectos das condições de produção

como o número máximo de palavras ou caracteres exigidos pela revista,

seguindo os critérios para o envio da carta. Que o aluno escritor tenha objetivos

de escrita como elogiar ou criticar algum aspecto da reportagem; opinar sobre

o tema, com argumentação pertinente; complementar as informações trazidas

na reportagem, revisar cuidadosamente a carta, atentando para os seguintes

aspectos:

Levar em conta quem vai ler (leitor) e o veículo de publicação do texto

(revista);

Lembrar que o objetivo é comentar sobre a publicação do texto;

Empregar a linguagem formal de forma adequada;

Marcar as expressões de polidez;

Após a escrita das cartas e a refacção das mesmas a professora

solicitará que se construa um painel de divulgação de todas as cartas escritas

pelos alunos e referentes a uma reportagem do último mês, bem como postará

juntamente com os alunos no blog já feito na escola

biblionacuca.blogspot.com.br.

8ª ATIVIDADE : REFACÇÃO DE TEXTO

Duração: 2 horas

Objetivos: * Rever, corrigir os erros e refazer o texto; * Conversar para

lembrar a proposta de Menegassi na análise dos textos; * Refletir sobre a

recuperação paralela, sobre o ato de refazer o que erramos e reparar danos se

por ventura causamos.

Recursos: Tabela em slide, lousa digital.

Desenvolvimento: A refacção consistirá no seguinte: O aluno receberá

a carta corrigida pela professora e submeterá a mesma a tabelinha que segue

abaixo, elaborada pela professora para essa finalidade. Assim sendo,

procederá a reescrita da carta, agora com a correção da professora e do

próprio aluno.

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TABELA DO ALUNO PARA REFACÇÃO DA CARTA DE LEITOR

Observações na carta do leitor escrita por mim

Está bom assim Eu preciso melhorar

A carta tem título?

Tem saudação(vocativo)

Tem apresentação?

O desenvolvimento está claro, demonstra opinião,

crítica, ou sugestão, elogio?

Usou expressão de despedida?

Assinou a carta?

Colocou Cidade e Estado onde reside?

Todas as palavras estão escritas corretamente?

A pontuação está adequada?

Tem palavras que se repetem várias vezes?

A concordância está correta?

Tabela elaborada com o intuito de tornar a atividade de refacção mais dinâmica.

Após submeter a carta a essas perguntas, o professor solicitará que o

aluno a refaça para a análise a ser feita e a posterior publicação. Corrige

novamente assim até a versão final.

Assim sendo quando concluírem as cartas e tiverem corrigidas serão

conduzidos ao laboratório de informática para digitarem para que seja feita a

postagem no blog e no site da escola.

9ª ATIVIDADE DEBATE SOBRE LER E NÃO LER NOS DIAS DE HOJE

Duração: 2 horas

Objetivos: * Debater as estratégias de leitura; * Evidenciar as causas

das pessoas lerem pouco; * Discutir propostas para ler mais e melhor; *

Compreender melhor como os alunos leem; * Verificar como constroem

argumentos e ideias; * Avaliar a participação;

Recursos: Lousa e giz.

Desenvolvimento: Os alunos ficarão divididos em dois grandes grupos

onde um grupo defenderá a leitura e o outro a não leitura. O professor mediará

o debate.

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AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO Duração: 2 horas

Embora tenha sido realizada avaliação em forma de atividades orais e

escritas em cada momento trabalhado, é importante avaliar para averiguar se

houve de fato aproveitamento e se os alunos gostaram do trabalho

diferenciado.

Objetivos: * Verificar se houve apreensão e/ou construção do

conhecimento; * Conhecer por quais mecanismos utilizados os alunos

demonstraram maior aprendizado.

Recursos: lápis, caneta, borracha, folha a4, lousa, giz e apagador.

Confraternização e comentários sobre o trabalho após a avaliação.

A avaliação precisa ser contínua e diagnóstica para que haja qualidade e

desempenho do aluno durante o processo de formação dele.

A avaliação formativa considera que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Informa ao professor e ao aluno acerca do ponto em que se encontram e contribui com a busca de estratégias para que os alunos aprendam e participem mais das aulas. (PARANÁ, 2008, p. 81)

Para que haja maior proveito durante a implementação dessa proposta,

as avaliações em cada atividade já evidenciada no texto serão focadas levando

em consideração os limites e as possibilidades de cada aluno no

desenvolvimento deste trabalho na sala de aula. Enfatizando a leitura de

revistas, entre outras mídias impressas ou não, o trabalho estará alicerçado

nas ideias de Menegassi (2003), para que os objetivos sejam passíveis de

serem alcançados.

Praticar a leitura em diferentes contextos requer que se compreendam as esferas discursivas em que os textos são produzidos e circulam, bem como se reconheçam as intenções e os interlocutores do discurso. (PARANÁ, 2008 P. 57)

Ensinar os alunos a ler não constitui a mais fácil das tarefas, pois, nos

dias de hoje, encontram-se entre os alunos diferentes suportes onde se pode

ler, como ao celular, o computador, entre outras mídias, bem como a mídia

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impressa que é pouco procurada pelos adolescentes, e que carece de um novo

olhar para se pensar formas de dinamizar esse processo que favorece a

educação como um todo no Brasil e nas escolas principalmente interioranas,

como na qual sugere essa proposta de trabalho.

REFERÊNCIAS

A Carta. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wx9YK36vCrY Acesso em 10/10/2014. A Carta. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=k0AWM8kW2BA. Acesso em 14/10/2014. A menina que odiava livros. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q com 7.20’.Acesso em 10/10/2014. ANTUNES, Irandé. Aula de português encontro e interação. São Paulo, Parábola Editorial, 2003. BAKHTIN, Mikhail. O problema do texto na Linguística, na Filologia e em outras ciências humanas. In.: ______. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 307-335. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. (1998). PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SE Carta. Disponível em https://sites.google.com/site/evolucaodacarta/carta. acesso em10/10/2014. Cartas de Marcus e Belutti. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=Ckm2NnPkxx0. Acesso em 10/10/2014. Central do Brasil - As cartas de Dora. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ZQryoP4pNXg, 5:07. Acesso em 10/10/2014 DCEs - Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa - 2008. Disponível em http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_port.pdf, Acesso: em 21/03/2014. Dinâmica da caixa de chocolate. Disponível em http://profsandrandia.blogspot.com.br/2009/10/dinamica-caixa-de-chocolate.html acesso em 14/10/2014. Acesso em 14/10/2014.

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em Letras, Cascavel: UNIOESTE, 2012.