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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2014

Título:

Bullying nas aulas de Educação Física

Autor Aderlaine Aparecida Lopes Santos

Disciplina/Área Educação Física

Escola de Implementação do

Projeto de Intervenção e sua

localização

Escola Estadual Dr. Manoel Firmino de Almeida Ensino Fundamental

Município da Escola Santo Inácio – Paraná

Núcleo Regional de

Educação

Maringá

Professora Orientadora Professora Drª Roseli Terezinha Selicani Teixeira

Instituição de Ensino

Superior

(UEM) Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar

Resumo O presente trabalho destaca a problemática acerca do aumento das

discriminações de gênero dentro do ambiente escolar especificamente nas

aulas de Educação Física caracterizado como bullying gerando grandes

conflitos entre alunos alcançando proporções preocupantes. De que maneira

o professor poderá intervir e contribuir junto ao aluno na superação do bullying

nas aulas de Educação Física? Desenvolver ações de intervenção nas aulas

de Educação Física relacionadas ao bullying no combate à indisciplina;

promover práticas inclusivas de respeito e de valorização da diversidade;

trabalhar por meio de atividades sistematizadas as diferenças de gênero no

combate de conflitos que geram bullying nas aulas de Educação Física. Este

projeto de intervenção será desenvolvido na Escola Estadual Dr. Manoel

Firmino de Almeida - Ensino Fundamental, com alunos do 9º ano no município

de Santo Inácio- Paraná, com atividades planejadas apresentando momentos

de reflexão com questionamentos a serem debatidos entre os alunos,

apresentação de filmes sobre o tema bullying, palestras, confecção de mural,

atividades práticas com aplicação de jogos cooperativo, dinâmicas dentro das

aulas de Educação Física.

Palavras- chave Bullying; Educação Física; Indisciplina.

Formato do Material Didático Artigo

Público Alvo Alunos do nono ano do ensino fundamental

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BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Aderlaine Aparecida Lopes Santos1

Roseli Terezinha Selicani Teixeira2

Resumo: O presente trabalho busca discutir a problemática acerca do aumento das discriminações de gênero dentro do ambiente escolar especificamente nas aulas de Educação Física caracterizada como bullying gerando grandes conflitos entre alunos alcançando proporções preocupantes. Este estudo foi desenvolvido na Escola Estadual Dr. Manoel Firmino de Almeida - Ensino Fundamental, com alunos do 9º ano no município de Santo Inácio- Paraná e teve como objetivo desenvolver ações de intervenção nas aulas de Educação no combate ao bullying com atividades planejadas, apresentando momentos de reflexão com questionamentos a serem debatidos entre os alunos, apresentação de filmes sobre o tema bullying, palestras, confecção de mural, atividades práticas com aplicação de jogos cooperativos, dinâmicas dentro das aulas de Educação Física de maneira que o professor pode intervir e contribuir junto ao aluno na superação do bullying nas aulas de Educação Física. Por meio da organização das atividades e com base nas exposições dos cartazes de investigação, foi possível perceber que grande parte dos alunos sabe o que é o bullying e que muitos já sofreram, mas também já o praticaram, mediante a intervenção com jogos cooperativos puderam perceber e identificar que a cooperação é a melhor maneira de demonstrar uma melhor convivência no decorrer das aulas de Educação Física. Palavras Chave: Bullying. Educação Física. Indisciplina.

Introdução

Nos últimos anos observamos o aumento das discriminações de

gêneros dentro do âmbito escolar durante as aulas de Educação Física

gerando grandes conflitos entre alunos alcançando proporções preocupantes,

este fato não acontece somente nas aulas de Educação Física, mas nas

demais disciplinas pertencentes ao currículo escolar.

Ao se deparar com situações de indisciplina que se tornaram

rotineiras no ambiente escolar, causando desrespeito, violência,

discriminações, preconceitos, houve a necessidade de um trabalho mais

aprofundado sobre qual a causa dessas atitudes que vem aumentando a cada

dia entre alunos e que algumas delas resultam em consequências mais graves

envolvendo até professores e funcionários. Visto que é um problema mundial,

encontrado em qualquer escola não estando restrita a nenhuma instituição

sendo ela privada ou pública enfrentamos tais situações alcançando

proporções preocupantes de violência denominados bullying.

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O que para muitos o bullying parece ser uma novidade para outros

se torna um tema recorrente e se tornando um problema frequente nas aulas,

inclusive nas aulas de Educação Física entre crianças e adolescentes afetando

o cotidiano escolar e deixando os professores incomodados e até mesmo sem

condições de se manifestarem contra ou a favor do aluno.

Por isso, sendo a escola uma instituição onde são construídos

conhecimentos que envolvem inclusive a formação moral do aluno, são

inúmeras as dificuldades em trabalhar a temática bullying. Assim, cabe a

escola repensar sua atuação frente ao aluno, projetos que minimizem as

manifestações de discriminação, preconceito, violência para com os membros

que fazem parte dessa instituição.

A escola deve estar comprometida com a aprendizagem e o bem

estar do aluno, mas se depara com comportamentos de agressividade,

indisciplina, falta de respeito, preconceito, repressão, violência até mesmo com

professores e funcionários da escola tornando essas atitudes frequentes no

ambiente escolar caracterizando atos evidentes de bullying. Esses

comportamentos podem transformar a vida de muitos alunos em um verdadeiro

tormento, uma realidade que muitas vezes desconhecem ou passam

despercebidos e que resulta sérios problemas na vida adulta. Mas o que é

bullying? Quais as causas? O que ocasiona o fenômeno bullying? Como

prevenir? Estudos vêm sendo realizados dentro do ambiente escolar sobre a

influência desses comportamentos agressivos dos alunos gerando

preocupação e temor, fazendo com que esse ambiente deixe de ser seguros,

modulados pela disciplina, amizade e cooperação, transformando em espaços

de violência, sofrimento e medo.

Neste sentido, durante o desenvolvimento do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, junto à atividade de intervenção,

pretende-se de forma interdisciplinar junto a Escola Estadual Dr. Manoel

Firmino de Almeida – Ensino Fundamental propor ações de intervenção

relacionadas ao bullying nas aulas de Educação Física.

Dessa forma o tema desse estudo foi promover práticas inclusivas

de respeito e valorização da diversidade, trabalhando por meio de atividades

sistematizadas as diferenças de gênero no combate de conflitos que geram

bullying nas aulas de Educação Física.

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1- REVISÃO DE LITERATURA

1.1 O Bullying na escola

Diante do enfrentamento da violência no ambiente escolar, nos faz

refletir sobre os comportamentos dos indivíduos quando se relacionam entre si

e se deparam também com a diversidade cultural que é um tema recente e que

muitas vezes pouco trabalhado pelos professores. Carvalho (2012, p. 19) diz

que:

O propósito é criar condições para um desenvolvimento humano mais

harmonioso e equitativo, de modo a aliviar a pobreza, enfrentar a

exclusão socioeconômica, amenizar as opressões e conflitos; quer

global quer interno a uma sociedade, enfim, atingir a “coesão social” e

a paz internacional entre sociedades diversificadas.

Para valorizar e reconhecer essas diferenças como o

reconhecimento e o respeito à diversidade cultural, a tolerância, o diálogo, a

cooperação, devem criar condições, ou seja, documentos para melhor

compreensão entre culturas garantindo à paz a solidariedade entre os povos. É

sabido que nossos alunos, ou uma boa parte deles, estão em contato com atos

violentos em todos os tipos de relacionamento, seja na escola, em casa e até

mesmo na rua. Longe de ser uma simples brincadeira, crianças e adolescentes

muitas vezes sofrem algum tipo de agressão caladas sem mesmo conseguir

reagir de maneira que possa se defender de tais agressões.

Fante (2012) refere-se a esses comportamentos uma contribuição

no aumento dos índices de violência escolar nesses últimos anos e uma

elevação do número de alunos envolvidos com drogas, porte de armas dentro

das escolas para uma intimidação e até mesmo encorajamento para enfrentar

seus agressores, uma vez que a escola está se tornando palco dessas

agressões. Esses comportamentos intimidadores e agressivos passam a fazer

parte de uma rotina diária desses indivíduos, aumentando o número de casos

violentos em escolas. Acredito que a capacidade do ser humano em distinguir o

que é certo do que é errado é algo que se aprende em casa com familiares e

que deve ser utilizados em todos os ambientes para um melhor convívio social.

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Para Neto (2005) esse comportamento violento gera uma

preocupação que resulta da interação do desenvolvimento individual e dos

contextos que está inserido, como a família, escola e comunidade, onde se

reproduz com maior frequência na escola, deixando de ser um ambiente

seguro, provocando medo e temor e transformando em um espaço de violência

e até mesmo acerto de contas. A escola é um ambiente onde os indivíduos se

relacionam entre si, aqueles alunos que gostam dos estudos tem maior

facilidade para se relacionar com os outros e aqueles que apresentam

dificuldades de aprendizagem acabam se tornando agressores, intimidadores,

pois o que esta sendo ofertado não lhe interessa, para que seja notado ele

utiliza de comportamentos agressivos chamando a atenção de alunos e

professores seja na agressividade, indisciplina entre outros. Sabe-se que nesta

etapa de escolaridade do ensino fundamental e médio é que se desenvolve o

processo de formação do indivíduo, construindo sua própria identidade.

Portanto deveria ocorrer em um ambiente agradável, onde houvesse respeito

às diferenças. Silva (2010, p. 73) coloca,

[...] o pensar e o agir de cada indivíduo não estão previamente

“moldados” em seus circuitos neuronais. De acordo com as vivências,

o cérebro reage ao ambiente externo e, nessa interação (cérebro -

meio ambiente), toda a sua biologia pode ser alterada de forma

positiva ou negativa.

Notando essas ações dos indivíduos percebe-se que tais atitudes

podem afirmar que o ambiente em que convivem seja ele familiares e de

convívio social realmente influenciam, por exemplo, na intolerância com as

diferenças provocando o preconceito gerando assim indisciplina dentro da sala

de aula. A comunidade escolar reproduz uma hierarquia onde esta composta

por diretores, supervisores, orientadores, professores, funcionários que cuidam

do espaço escolar em todos os segmentos. Neste sentido, encontramos

também o universo dos estudantes, onde eles também fazem uma divisão de

classes entre eles causando as aproximações, discriminações, agressões,

indisciplina entre outros e esses dois segmentos exigem regras que muitas

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vezes deixam de cumpridos pelos alunos transformando um ambiente sem

limites, causando a indisciplina, consequentemente o bullying.

Primeiramente é importante entender o que os termos violência,

agressão, indisciplina, bullying nos diz a respeito sobre os comportamentos

antissociais e quais conflitos resultam no desenvolvimento individual e os

contextos sociais que estão inseridos como família, escola e comunidade.

Lopes Neto (2005, p. 165) afirma que:

O modelo do mundo exterior é reproduzido nas escolas, fazendo com

que essas instituições deixem de serem ambientes seguros,

modulados pela disciplina, amizade e cooperação, e se transformem

em espaços onde há violência, sofrimento e medo.

Muitas dessas atitudes envolvendo agressões, violência,

discriminação, exclusão, preconceito, perseguição é uma problemática vista

como bullying, que de acordo com FANTE (2012) é um fenômeno mundial

antigo, um problema já existente nas escolas desde muito tempo, onde

educadores pouco se fazia em estudar sobre o assunto. Foi então que por volta

de 1970 na Suécia, surgiu o interesse de toda a sociedade em pesquisar sobre

o assunto e o que estava acontecendo para aqueles indivíduos identificados

como agressores e vítimas tivessem tais atitudes. Durante muitos anos o

fenômeno bullying, era motivo de preocupação entre pais e professores na

Noruega, sem que de alguma forma autoridades se manifestassem

oficialmente em comprometer-se com a situação dos fatos ocorridos em sala

de aula. Fante (2012, p.45), ainda cita:

Dan Olweus, pesquisador da universidade de Bergen, que

desenvolveu os primeiros critérios para detectar o problema de forma

específica, permitindo diferenciá-lo de outras possíveis

interpretações, como incidentes e gozações ou relações de

brincadeiras entre iguais, próprias do processo de amadurecimento

do indivíduo.

Este tipo de pesquisa citado pela autora teve como objetivo

desenvolver regras claras contra o bullying nas escolas, aumentado o

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envolvimento dos pais e professores na conscientização do problema para

eliminar os mitos e apoiar e proteger as vítimas do bullying. Existem diversos

pesquisadores envolvidos com estudos em todo o mundo apontando

preocupação significativa sobre o crescimento do bullying principalmente nos

primeiros anos de escolarização. No Brasil, o bullyng ainda é um tema pouco

estudado e discutido, pois não existem dados suficientes que forneçam uma

visão global para comparar com outros países (FANTE, 2012). Assim, o

bullying precisa ser estudado em todos os ambientes escolares, inclusive pela

disciplina de Educação Física, considerando uma aula onde estão envolvidos

vários tipos de comportamentos, reações dos alunos em diversas situações de

atividades que estão relacionados ao bullying. Além disso, a Educação Física

oferece também aos alunos, oportunidades de aprenderem a lidar com regras,

normas, valores morais e sociais, fator que contribuirá na formação de opinião

sobre a importância do trabalho coletivo e democrático, de forma que todos

sejam tratados de forma igualitária e obterem as mesmas oportunidades

(SOARES, 1993). Considerando que a aprendizagem por meio das aulas de

educação física exige de certa forma, atitudes que visam à capacidade de

aprender a ser e a conviver em sociedade, contribuindo na prevenção do

bullying (SOUZA, ALMEIDA, 2011).

1.2 Bullying e Educação Física

A escola tem uma difícil missão em despertar o interesse dos alunos

para o senso crítico, visando o respeito às diferenças, as tolerâncias pensando

sempre nos princípios éticos, morais e sociais. A Educação Física, ou seja, os

profissionais da área devem contribuir na superação dessas discriminações,

preconceitos, proporcionando um ambiente de socialização impedindo sua

proliferação.

Segundo Bastos e Souza (2013, p. 141),

A escola nem sempre consegue se posicionar como um espaço que

se desperta no ser humano a arte de posicionamento e reflexão; na

maior parte das vezes acabam por se tornar um microcosmo de

batalhas, pequenas no tamanho, mas grandes o suficiente para

causar estragos, muitas vezes, de improvável reparação.

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É comum depararmos com situações de conflitos em sala de aula de

diferentes maneiras e em todas as disciplinas. É necessária uma ação conjunta

entre os professores, pais, alunos, funcionários e equipe pedagógica para dar

suporte na execução das atividades. Para as DCEs (PARANÁ, 2008, p.50) a

Educação Física

[...] tem um papel relevante neste processo, pois esta fundamentada

nos reflexos sobre as necessidades atuais de ensino perante os

alunos, na superação de contradições e na valorização da educação.

Por isso é de fundamental importância considerar os contextos e

experiências de diferentes religiões, escolas, professores, alunos e da

comunidade.

Dessa forma, o ensino de uma maneira geral, deve propiciar ao

educando condições de entendimento crítico, as quais devem ser tratadas de

modo que organizem suas ideias, evitando consequências antissociais tais

como: agressividade, perseguição, individualismo, exclusão entre outros.

Compreende que a disciplina de Educação Física manifesta atitudes de

agressões muitas vezes banais, levando a discussões ofensivas num simples

jogo qualquer. Essas atitudes começam a fazer parte de um cotidiano do

educando de maneira que perturbam os menos favorecidos.

De acordo com Silva (2010) o papel do professor é fundamental para

diagnosticar precocemente os casos de bullying, pois em geral são eles que

estão em maior contato com os alunos na sala de aula.

Cabe aos professores incentivar os alunos a atitudes fundamentais para

a vida como: cooperação, ação positiva na resolução de conflitos, estando

atentos a atitudes de agressões, pois com tais atitudes acabam prejudicando o

desenvolvimento daquele que esta sendo vítima e deixando de desenvolver

posturas menos ativas diante dos problemas (MELLO, 2005).

Sendo assim, os professores de Educação Física que estão em contato

maior com esses casos de bullying, podem contribuir e muito no

desenvolvimento de atividades que estimulam a cooperação, o respeito às

diferenças presente no ambiente escolar.

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1.3 Jogos cooperativos e Educação Física

Vivemos em uma sociedade, onde nossa vida cotidiana se explica em

relações de competição, que para ser bom precisamos eliminar os outros. Essa

relação de disputa de forças onde o mais importante é ganhar reforça atitudes

de dominação e violência. Para que essa relação não se expande, é

necessário aprender a conviver juntos e conquistar objetivos comuns

respeitando o direto dos outros.

Como relata Cortez (1996, p.1),

Na sociedade capitalista em que vivemos o jogo e o brincar são

considerados como simples distração, distanciados do mundo real,

que afasta da tensão, da opressão material e espiritual. O lúdico é

considerado apenas um passatempo, uma atividade sem valor e isto

se reflete na nossa escola.

A Educação Física é uma disciplina curricular de enriquecimento cultural,

fundamental à formação da cidadania dos alunos, baseada num processo de

socialização de valores morais, éticos e estéticos, que consubstancia princípios

humanistas e democráticos. (Chaves, 2006). Na escola temos obrigação de

repassar conhecimentos voltados para a formação de uma identidade individual

e coletiva, repassando valores como a solidariedade, cooperação e união para

que sejam compartilhados entre as pessoas. É por meio das aulas de

Educação Física utilizando o conteúdo dos Jogos cooperativos que se vê a

possibilidade de atividades que proporcionam aos alunos o prazer de jogar

juntos de uma maneira saudável sem utilizar a competição respeitando a

individualidade de cada um.

Como relata Brotto (2001), os jogos de uma maneira geral são capazes

de produzir situações de eliminação, tornando-se um espaço de sensações

negativas que visam a competição e deixando de lado a pura alegria de jogar.

A importância do jogo na escola é para apropriar-se de situações

vivenciadas no decorrer dos jogos, passando uma mensagem de valores

possibilitando refletir sobre suas ações. Ainda, de acordo com Brotto (2001,p.

55),

Os jogos cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas,

despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação

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com o fracasso e o sucesso em si mesmos. Eles reforçam a

confiança e interpessoal, uma vez que, ganhar e perder são apenas

referências para o contínuo aperfeiçoamento de todos.

Como conteúdo estruturante da disciplina de Educação Física, os jogos

compõem um conjunto de possibilidades que auxiliam na percepção e

interpretação da realidade envolvendo diferentes atividades que despertam o

interesse, a curiosidade por meio dos jogos.

De acordo com as DCEs (PARANÁ, 2008, p.37), tão importante quanto

selecionar conteúdos específicos para o ensino da Educação Física é a

escolha de estratégias pedagógicas adequadas à mediação do professor. A

estratégia contribui para que o aluno se aproprie de conceitos científicos de

forma mais significativa.

Os jogos podem ser abordados mediante a realidade regional ou cultural

do grupo, tendo como ponto de partida as manifestações culturais próprias

desse ambiente. As regras estão presentes nos jogos, mas deixam um espaço

de autonomia para que sejam adaptadas conforme a necessidade existente no

grupo.

2- METODOLOGIA

Esta pesquisa se caracterizou como descritiva qualitativa que

segundo Silva e Menezes (2005) pesquisa qualitativa teve como objetivo a

interpretação dos fenômenos e a atribuição dos significados numa relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito não requerendo o uso de métodos e

técnicas estatísticas, onde o ambiente natural é a principal fonte de dados e o

indivíduo é o instrumento-chave. Assim o pesquisador utiliza da particularidade

de cada um como o principal foco no processo de pesquisa. Foi utilizado como

instrumento inicial de coleta, cartazes em branco espalhados pelo colégio, por

um período de tempo contendo algumas questões de partida para que os

alunos pudessem escrever aleatoriamente sobre o tema que foram analisados

qualitativamente.

Esta pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Dr. Manoel

Firmino de Almeida - Ensino Fundamental, com aproximadamente 110 alunos

do sexo masculino e feminino do 9º ano do ensino fundamental, com faixa

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etária entre 13 e 15 anos, sendo uma turma no período matutino e outra no

período vespertino no município de Santo Inácio- Paraná. A aplicação

aconteceu em todas as turmas do 9º ano e, entretanto, a intervenção foi

desenvolvida em uma turma escolhida aleatoriamente.

Os envolvidos no trabalho, após a implementação desta pesquisa

desenvolveram sob a orientação do professor atividades que buscaram

estratégias a fim de minimizar o enfrentamento à violência de maneira que os

educandos procurassem combater as ações relacionadas ao bullying. As

atividades planejadas apresentaram primeiramente um questionário sobre as

manifestações do bullying no ambiente escolar, a partir daí foram realizados

momentos de reflexão com questionamentos a serem debatidos entre os

alunos, apresentação de filmes sobre o tema bullying, palestras, confecção de

mural, atividades práticas com aplicação de jogos cooperativos, gincanas por

meio das aulas de Educação Física.

Este estudo possibilitou ao educando uma vivência de atividades

voltadas à cooperação e a importância da participação e da colaboração do

outro para juntos tornarmos melhores.

As aulas foram ministradas de forma expositiva utilizando recursos

pedagógicos como audiovisuais, discussão, práticas de leitura seguindo a

abordagem das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

A organização das intervenções foi distribuída em momentos tais

como: primeiro momento a produção didática pedagógica foi apresentada à

equipe pedagógica, aos professores e aos funcionários da Escola Estadual Dr.

Manoel Firmino de Almeida – Ensino Fundamental com a intenção de que

todos os envolvidos no processo pedagógico tomem conhecimento dos seus

objetivos.

Segundo momento pretendeu aplicar em forma de cartazes

espalhados nos espaços do ambiente escolar com perguntas baseado no tema

do assunto e referencial teórico pesquisado. Foram três perguntas distribuídas

uma pergunta para cada cartaz, investigando qual o conhecimento dos alunos

frente ao tema abordado.

Nas demais aulas, os alunos participaram de maneira prática (jogos

cooperativos), teórica, filmes relacionados ao tema e no final confeccionaram

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painéis com cartazes espalhados pelo ambiente escolar sobre o tema do

estudo abordado.

Ficaram expostos aos alunos perguntas em forma de cartazes

espalhados pela escola de acordo com o referencial teórico pesquisado como:

O que é bullying para você? Você já praticou bullying? Você já foi vítima de

bullying? Com isso os alunos tiveram a oportunidade de responder as questões

sem serem identificados. Após a exposição dos cartazes foram recolhidos para

averiguação e investigação sobre o conhecimento dos alunos referente ao

tema abordado.

Dando continuidade à intervenção os alunos assistiram ao filme:

Elephant: O bullying na escola e ao término fizemos uma reflexão e assim a

continuidade das ações planejadas.

Após a execução e discussão do filme os alunos participaram de

algumas aulas teóricas que falam sobre o bullying, conceituando,

caracterizando e colocando os problemas que causam essas atitudes. Essas

aulas teóricas foram intercaladas com aulas práticas que envolveram jogos

cooperativos na forma de prevenção e diminuição nas atitudes de preconceito,

agressões para com os colegas que fazem parte do seu cotidiano minimizando

atitudes de bullying.

Cada aula teve uma duração de 50 minutos e fora, ministradas em

cada turma na intervenção/aplicação do projeto. As aulas práticas aconteceram

na quadra da escola e as teóricas, assim como as confecções de painéis,

panfletos e a projeção do filme em uma das salas da escola.

As turmas do 9º ano do ensino fundamental foram selecionadas para

fazerem parte deste projeto, visto que durante alguns anos de experiência no

ensino fundamental percebi que há uma grande manifestação de atitudes

relacionadas ao bullying nessas turmas efetivamente. Diante do exposto foi

observado no início do ano letivo de 2015 qual dessas turmas apresentava

maiores casos de comportamentos relacionados ao bullying.

3- APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Vivemos diante de uma realidade que a violência na escola é o

reflexo da sociedade em que vivemos. Assim, o bullying que antes pouco

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acontecia, ultimamente vem aumentando e nós professores percebemos o

quão frequente está nos ambientes escolares.

É fato que convivemos com uma diversidade generosa de palavrões

entre alunos e percebi que na escola as agressões verbais são as mais

frequentes, a falta de respeito entre eles é muito comum.

A partir da pesquisa de campo feita por meio da exposição de

cartazes nos espaços escolares com perguntas relacionadas ao bullying, onde

foram detectados que os alunos têm conhecimento sobre o que é o bullying e

como acontece dentro ou fora do ambiente escolar. Percebeu que na maioria

das vezes o aluno que sofre bullying também o pratica, de maneira que

fazendo isso acha que está agindo corretamente, mas não sabe exatamente

como se defender sem estar praticando a mesma ação fazendo bullying com o

outro.

Os encaminhamentos das atividades se deram a partir da

apresentação do projeto de implementação aos alunos com aulas teóricas

utilizando recursos áudio visuais que objetivaram apresentar o conceito sobre o

bullying promovendo uma discussão entre os eles.

Dando continuidade a pesquisa desenvolvida, os alunos tiveram

várias atividades organizadas em aulas teóricas onde foi discutido e debatido o

bullying e também assistiram ao filme Elephant- bullying na escola para

complementar o conceito de bullying e também reconhecerem a prática do

bullying distinguindo os em diferentes representações: autores, vítimas e

espectadores. Após os questionamentos sobre o filme foram realizadas aulas

práticas onde tiveram a oportunidade de participar de atividades com jogos

cooperativos, onde a cada jogo cooperativo desenvolvido havia um debate

sobre a ação que estava sendo realizada naquela atividade sempre

relacionada ao bullying.

Como resultado foi possível perceber que, as ações voltadas para os

jogos cooperativos contribuíram na tolerância e respeito entre os alunos

minimizando a violência, indisciplina instigando a cooperação diminuindo o

bullying e aumentando a interação entre eles. O envolvimento nos jogos

cooperativos fez que os alunos interagissem entre si reconhecendo suas

potencialidades e as dos outros aumentando uma melhor participação nas

atividades, respeitando as diferenças existentes no grupo. Tal fato pôde ser

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observado, por que eles próprios se manifestam terem se aproximado de

alunos que não tinham contato anteriormente, resultando numa melhor

convivência. De acordo com Furtado e Morais (2010, p. 4),

A Educação Física ao tratar de temas como a Ética pode atuar de

maneira positiva na prevenção do bullying, pois ao levantar questões

relevantes onde se prioriza o convívio escolar, como o respeito

mútuo, o diálogo, a justiça, a solidariedade, valores que podem ser

exercidos dentro de contextos significativos, estabelecidos em muitos

casos de maneira autônoma pelos próprios participantes. E podem,

para além de valores éticos tomados como referência de conduta de

relacionamento, se tornar procedimentos concretos a serem

exercidos e cultivados nas práticas da cultura corporal.

A maneira correta de agir em situações de bullying é fazer com que

o aluno reflita sobre o acontecido e sempre manter o diálogo, fazendo-o

lembrar de que o bom relacionamento é o melhor meio de evitar conflitos

constrangedores.

Após iniciar a intervenção com os alunos, foi possível detectar

durante as aulas de Educação Física que o tipo de bullying, mais comum que

acontece é quando o aluno em uma determinada atividade apresenta

características frágeis não deixando fazer parte da equipe no qual está

participando, ou até mesmo ficam por último para serem escolhidos. Após

várias aulas discutindo o fenômeno bullying, as suas causas e consequências,

os alunos passaram a executar algumas atividades com jogos cooperativos. Ao

longo das aulas percebeu que por meio de jogos cooperativos a interação entre

eles é mais interessante, pois a cooperação é algo em que eles puderam

perceber que a amizade, o respeito e a cooperação são fundamentais para a

participação de todos e menos discriminação com aquele que sabe menos, ou

seja, mais frágil. Segundo, Brotto (2001), os jogos cooperativos são

determinantes para a interação e a participação de todos, o que permite o

aflorar da espontaneidade e da alegria de jogar.

Durante as aulas de Educação Física, no qual foram desenvolvidos

diversos jogos cooperativos, os alunos conseguiram entender que trabalhar em

grupo, sem distinção aos demais colegas é muito mais importante. Assim,

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surgiu a ideia de elaborar uma gincana cooperativa de diversos jogos

cooperativos disputando sala contra sala. No decorrer dessas competições

observou-se que os alunos não faziam distinção de nenhum aluno, pois cada

aluno tinha uma qualidade que iria ajudar naquela prova específica da gincana

e, no entanto estava ajudando a equipe a conseguir pontos. Ao chegar a

próxima aula, a melhora no comportamento dos alunos foram visíveis,

passaram a ter mais respeito entre eles e com o professor.

Para concluir as atividades realizadas, foram construídos vários

cartazes com informações, desenhos, paródias que envolvem o tema bullying

apresentados na Semana da Comunidade/Família na Escola que faz parte do

calendário escolar de todas as escolas estaduais do Paraná com atividades

culturais e esportivas, com o intuito de conscientizar nossos alunos sobre o

bullying.

As atividades que envolveram na intervenção proporcionaram aos

alunos a tolerância e respeito entre eles, observou-se que os resultados foram

satisfatórios e os objetivos de minimizar as atitudes de bullying através de

intervenções do professor contribuíram na interação dos alunos reconhecendo

suas potencialidades, fazendo-os aproximar daqueles que não se davam bem,

o que resultou num melhor relacionamento entre ambos.

O resultado desta produção resultou em ações voltadas às

discussões e reflexões com os alunos no intuito de minimizar as atitudes

voltadas ao bullying, contribuindo para a formação de valores importantes para

sua cidadania.

O papel do professor tem fundamental importância na prevenção e

combate ao bullying na sala de aula, porém se ele adota uma postura ausente

e não interfere nestes atos agressivos, o fenômeno continua presente. (Furtado

e Morais, 2010).

É essencial promover a orientação, conscientização e a discussão

do assunto sempre que houver uma ação de bullying lembrando que deve

haver pareceria com toda a comunidade escolar e família. Devemos combater

a violência através de atividades que estimulam o respeito, a amizade,

companheirismo e ao diálogo.

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4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ultimamente nos deparamos com frequência uma sociedade

extremamente individualista, onde o capitalismo transforma as pessoas e os

valores humanos ficam em segundo plano na vida das pessoas.

A escola por sua vez, passa a ser um ‘campo de batalha’ na luta

contra essas mudanças, realizando ações de intervenções contra tais atitudes.

A conscientização é uma das maneiras de prevenir as manifestações de

bullying, por isso se não houver uma intervenção por parte dos professores

essas atitudes irá trazer consequências trágicas a aqueles que sofrem ou

praticam o bullying.

Neste sentido esse trabalho buscou desenvolver ações de

intervenção por meio das aulas de Educação Física minimizando o bullying e

assim combatendo a indisciplina. Proporcionou aos professores e profissionais

uma preparação com essa temática, fornecendo subsídios teóricos que

propiciem a ação docente e melhoria em sua prática.

É muito importante que nós professores estejamos atentos a toda e

qualquer manifestação de bullying de maneira que possamos atuar como

mediadores através de diálogos e atitudes na busca de contribuir para um

processo de sensibilização fazendo-os refletir sobre sua prática e assim intervir

partindo de uma educação de valores morais construindo esses valores e

refletindo sobre seus direitos e deveres. Não existe uma receita pronta para

extinguir o bullying entre os alunos, mas não podemos ignorar ou desprezar o

que está acontecendo, ou seja, deixar crescer a violência e o preconceito no

ambiente escolar e posteriormente em sua vida adulta. O profissional da

Educação Física cabe saber identificar, distinguir e diagnosticar o fenômeno

bullying, para promover as estratégias de intervenção e prevenção, adequadas

à realidade da escola. Não existem soluções prontas para o combate efetivo

deste fenômeno, frente à complexidade do mesmo. (CHAVES, 2006).

Uma das dificuldades encontradas no decorrer dessa

implementação, refere-se à falta de atenção, concentração dos alunos nas

aulas teóricas para que pudessem entender o que estava sendo exposto e

participar da aula compreendendo sua finalidade. Muitas vezes a falta de

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atenção de alguns alunos fazia com que uma minoria ficasse desinteressada

sobre o assunto. Ao contrário das aulas práticas envolvendo os jogos

cooperativos os alunos se encontravam bastante empolgados com as

atividades possibilitando assim uma melhor explicação entre a aula teórica e a

aula prática.

Ao final da implementação do projeto, concluiu-se que os objetivos

foram alcançados, onde foram desenvolvidas ações de intervenção para

minimizar o bullying nas aulas de Educação Física por meio de aulas práticas

inclusivas valorizando o respeito à diversidade de gênero. Após a

implementação os alunos se sentem mais a vontade com o professor para

perguntar sobre o assunto de maneira a contribuir a não violência na escola e

passaram a entender que o diálogo antes de uma ação violenta é a melhor

atitude que pode ocorrer. Neste sentido, essa pesquisa teve um passo

importante para minimizar o bullying na escola, mas ainda precisa trabalhar

muito mais, pois é um trabalho contínuo que deve ser realizado com todas as

disciplinas, a direção, equipe pedagógica, além da família.

Em consequência do tema apresentado e aliados a estes fatores,

pesquisas podem ser feitas com relação a diversos tipos de bullying como

(homofobia, racismo, ciberbullying) que estão bem evidentes em nosso cenário

da vida real, ou seja, fora do contexto escolar.

Esperamos que esta produção venha contribuir de alguma forma nas

construções de uma convivência social harmoniosa onde existem as diferenças

e que estas sejam respeitadas.

5- REFERÊNCIAS

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