OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · O tema cartografia a partir de sensoriamento...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

ELOÁ STABILLE RODRIGUES DA SILVA

SENSORIAMENTO REMOTO NA EDUCAÇÃO:

INTERPRETANDO AS IMAGENS DE SATÉLITE

LONDRINA - PR 2014

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ELOÁ STABILLE RODRIGUES DA SILVA

SENSORIAMENTO REMOTO NA EDUCAÇÃO:

INTERPRETANDO AS IMAGENS DE SATÉLITE

Artigo Apresentado ao Programa de Desenvol-vimento Educacional - PDE do Governo do Es-tado do Paraná. Orientadora: Profª. Drª. Adriana Castreghini de Freitas Pereira.

LONDRINA - PR 2014

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Sensoriamento Remoto na Educação: Interpretando as Imagens de Satélite

Autora: Eloá Stabille Rodrigues da Silva1

Orientadora: Prof. Dra. Adriana Castreghini de Freitas Pereira2

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal demonstrar a importância do estudo do sensoriamento re-moto para os alunos do Ensino Fundamental e Médio, visando incentivar, dinamizar e efetivar os resultados obtidos no decorrer do ensino da Ciência Geográfica. Reunindo teoria e prática por meio das imagens e mapeamento do espaço terrestre, oferecendo amplas oportunidades de aprendiza-gem da linguagem cartográfica. Do mesmo modo que, possibilita a resolução de conflitos referentes ao uso da tecnologia como recurso para o ensino/aprendizagem. O ponto de partida desse estudo deve-se também ao fato de que a modernidade da educação exige uma adaptação geral de sabe-res na prática pedagógica. Assim sendo, o aluno poderá aguçar seu interesse pela Cartografia, lendo e interpretando imagens de satélite do global para o local, codificando informações, amplian-do sua capacidade de observação, conhecimento, explicabilidade e caracterização do lugar em que vive, e atua como agente transformador do espaço. Na atualidade as imagens de satélite se fazem necessárias no cotidiano de todas as pessoas, e a identificação, interpretação dessas imagens, será cada vez mais utilizada nos estudos da Geografia. Os resultados obtidos foram satisfatórios, uma vez que os alunos sentiram-se motivados a participar das atividades resultando em maior aprendizado.

Palavras-chave: Educação. Sensoriamento Remoto. Imagens de Satélite. Cartografia.

1 Formada em Geografia, pela Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do Sul. [email protected]

2 Professora Doutora do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina - UEL.

[email protected]

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1 INTRODUÇÃO

O tema cartografia a partir de sensoriamento remoto foi escolhido devido à

observação das dificuldades encontradas pelos alunos do Ensino Fundamental e

Médio, quanto à interpretação da linguagem cartográfica.

O projeto de intervenção pedagógica foi desenvolvido em um Colégio Esta-

dual na região central da cidade de Apucarana, Paraná. De acordo com o cronogra-

ma do PDE, a primeira ação foi a apresentação desse Projeto à Equipe Pedagógica

e aos Professores que, após as explicações de como seria o andamento, entende-

ram ser pertinente ao momento pedagógico, uma vez que, o trabalho desenvolvido

em cartografia por meio do sensoriamento remoto, é assunto que atrai a atenção

dos alunos e é de grande importância dentro da Geografia.

Considerando os conhecimentos com o uso de tecnologias que são trazidos

pelos alunos, mesmo que muitos ainda carregados de informações baseadas no

senso comum, o presente trabalho busca dinamizar as aulas de geografia com o uso

do sensoriamento remoto como instrumento pedagógico de aprendizagem.

Ao trabalhar a superfície terrestre na Geografia surge a necessidade de ino-

var as formas de se ensinar, levando a uma maior participação dos alunos durante

as aulas com o uso de ferramentas que já fazem parte do mundo juvenil, mas que

são banalizadas pelo excesso de uso para fins tão somente de diversão.

O Laboratório de Informática oferece então um campo fértil de trabalho, pois

permite a utilização de programas atuais para o ensino de Geografia, como o senso-

riamento remoto aplicado na catalogação de dados sobre o espaço terrestre. Mister

enfatizar que a tecnologia pode ser um alicerce na aprendizagem e mesmo que os

alunos desconheçam a linguagem cartográfica, eles poderiam fazer uma interpreta-

ção aceitável da imagem apresentada.

Quanto aos objetivos deste projeto, pode-se dividir em dois grupos, sendo

de forma geral, implantar um projeto de incentivo à aprendizagem da Ciência Geo-

gráfica por meio do sensoriamento remoto. E de forma específica, demonstrar a im-

portância do sensoriamento remoto, aguçando nos alunos a leitura e interpretação

do mundo através das imagens de satélite e fotográficas e, finalmente, avaliar o de-

sempenho futuro dos alunos envolvidos no processo de aprendizagem, por meio do

sensoriamento remoto.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O mundo atual está cada vez mais adaptado a mapas, códigos, legendas,

relacionados com produtos em diferentes escalas, como fotografia ao nível do solo,

fotografias aéreas e imagens orbitais, e ainda a grande evolução da informática. É

evidente a necessidade de preparar o aluno, seja qual for sua idade, para enfrentar

os desafios tecnológicos que o progresso atribuir à sociedade.

O espaço geográfico organiza-se num conjunto de elementos naturais e de

objetos humanos que coexistem na superfície terrestre, é social e concreto e encon-

tra-se num constante movimento dinâmico, com possibilidades de sucessivas mu-

danças, na medida em que a sociedade também se modifica.

A Geografia descobriu inúmeros recursos que reproduzem o espaço em es-

cala local e global, manifestando as relações existentes entre o homem e o espaço,

a aprendizagem adquirida no ambiente escolar e o saber social, os conteúdos esco-

lares abordados e a vida cotidiana (SANTOS 2006).

Segundo os ensinamentos de José Willian Vesentini:

O bom professor deve adequar seu curso a realidade dos alunos. Realidade tanto local (a comunidade, o espaço de vivência e suas características) – nunca se deve esquecer que os estudos do meio constituem um dos mais importantes instrumentos da geografia esco-lar –, como também psicogenética, existencial, social e econômica. Se os educandos, são fascinados pelos computadores, pela imagem no lugar da escrita, por jogos, então é interessante incorporar tudo isso na estratégia de ensino, afinal, o professor também é um cida-dão que vive no mesmo mundo pleno de mudanças do educando, ele também deve estar a par e participar das inovações tecnológicas, das alterações culturais. [...] Cabe trabalhar com esses recursos de maneira crítica, levando o aluno a usá-los de forma ativa (VESENTINI, 2003).

O sensoriamento remoto é a utilização conjunta de modernos equipamen-

tos que conseguem registrar, rastrear e fotografar toda superfície terrestre. Por ser

resultado de um esforço multidisciplinar que envolve avanços na Física, na Quími-

ca, nas Biociências, Ciência da Computação e nas Geociências, esse sensoria-

mento é tido como um sistema de aquisição de informações (NOVO apud MELO et

al, 2004).

Outra maneira de entender o que é sensoriamento remoto é que a tecnolo-

gia que permite conseguir imagens e outros tipos de dados, da superfície terrestre,

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por meio de captação e do registro da energia refletida ou emitida por essa super-

fície, é feita, por conseguinte, à distância, sem o contato físico entre o sensor e a

superfície explorada (FLORENZANO, 2007).

Na era da globalização, da tecnologia, as inovações estão por toda parte,

portanto, o professor de Geografia deve estar vigilante a todas as mudanças que

acontecem no ambiente, trazendo para a sala de aula as discussões acerca dessas

transformações, avaliando o bem e o mal que isso pode acarretar ao ser humano e

ao próprio planeta.

O uso de dados de sensoriamento remoto na forma digital, como material di-

dático, permite que sejam realizados exercícios práticos, sobre aplicações em recur-

sos naturais. Isto possibilitará o uso desta tecnologia ao longo dos seus estudos.

E ainda, a cartografia sendo recurso metodológico, é importante para com-

preender como os fenômenos se distribuem e se relacionam no espaço geográfico.

Essa linguagem deve ser trabalhada ao longo da educação básica, tal qual um ins-

trumento efetivo de leitura e análise de espaços próximos e distantes, conhecidos ou

não.

Em suma, os recursos oferecidos pela tecnologia são magnânimos e fasci-

nantes para serem negligenciados pelos professores que conseguem tornar suas

aulas mais dinâmicas e eficientes no ensino da Geografia e suas características,

somente com a utilização de ferramentas disponíveis na internet.

3 PROCEDIMENTOS

3.1 Metodologia

Para a elaboração do projeto foram reunidos ensinamentos teóricos e práti-

cos, por meio de imagens e mapeamento do espaço terrestre, proporcionando gran-

des momentos de aprendizagem da geografia.

A metodologia utilizada estabeleceu um esquema conceitual necessário

apoiando a fonte de toda atividade educativa que está nas ações e atitudes dos

alunos.

Fundamentado nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado

do Paraná, especificamente na disciplina de Geografia, considera-se que o ensino

dessa matéria, como conteúdo estrutural para todas as séries, serve para que os

alunos adquiram pré-requisitos imprescindíveis para sua formação e orientados pela

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professora, observou-se que os mesmos não apresentaram grande dificuldade na

aprendizagem.

Foi aplicado no Colégio Professor Izidoro Luiz Cerávolo, de Apucarana, uma

estratégia de ação, com os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, na disciplina

de Geografia.

A estratégia de ação englobou a utilização de exercícios com os principais

conceitos da cartografia, apresentando em sala de aula (as palavras) as tecnologias

do Sistema de Posicionamento global GPS, sensoriamento remoto, satélites, fotoin-

terpretação e SIG (Sistemas de Informação Geográfica), para perceber o quanto os

alunos sabem sobre o tema, explicando o que cada tecnologia significa e relatando o

processo histórico do sensoriamento remoto.

Para tanto, utilizou-se o laboratório de informática para que assistissem aos

vídeos explicativos sobre o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a utili-

zação do software Google Earth para trabalhar em diferentes escalas e também em-

pregar jogos educativos elaborados pelo Programa Educacional em Sensoriamento

Remoto EducaSERE (INPE), com o intuito de: interpretação de imagens aéreas e

de satélites; interpretação de imagens do Brasil, Paraná, Curitiba e Apucarana; e

exercícios de comparação entre imagens de satélites de capitais brasileiras.

3.2 Implantação do Projeto de Sensoriamento Remoto na Educação

O programa de implantação do projeto de Sensoriamento Remoto na Edu-

cação, com incentivo à interpretação das imagens de satélite, foi realizado com 30

alunos do sétimo ano do Ensino Fundamental, do Colégio Izidoro Luiz Cerávolo e foi

dividido em 12 etapas que serão apresentadas a seguir.

3.2.1 Apresentação

Na primeira etapa do projeto foi feita a apresentação aos alunos, bem como

os objetivos a serem alcançados e a importância de se aprender a analisar e inter-

pretar o espaço geográfico, utilizando ferramentas tecnológicas, como o sensoria-

mento remoto, objetivo de estudo dessa implantação.

3.2.2 Tempestade cerebral

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A segunda etapa do projeto teve o objetivo de diagnosticar conhecimentos

dos alunos e instigar sua curiosidade sobre o conteúdo a ser trabalhado. Foi realiza-

da uma discussão, com levantamento de palavras escritas no quadro relacionadas

ao tema, onde os alunos demonstraram dúvidas e impressões diante da visualização

das imagens, bem como dificuldades diante de siglas e palavras como “SIG e Geo-

processamento”.

3.2.3 Caça-palavras

Esta etapa compreendeu uma atividade voltada para os alunos. Após a vi-

sualização de imagens e leitura de textos, como auxílio complementar, os alunos

foram orientados a elaborar um jogo de caça-palavras, usando os termos que aca-

baram de conhecer.

3.2.4 Aprendendo a usar o Google Earth

A quarta etapa deveria ter sido desenvolvida na sala de informática, mas,

embora o Colégio conte com muitos computadores novos, quando ligados ao mes-

mo tempo, o acesso à internet torna-se limitado. Então, foi necessária uma adapta-

ção, o que foi feito em uma sala de aula, utilizando o Data Show e as imagens dos

satélites foram exibidas na televisão. Nesta mesma etapa foi sugerido como estudo

a introdução do conceito de mapa, perspectivas, elementos necessários para leitura

e interpretação (título, legenda, escala, orientação, fonte e data dos dados).

Partindo da localização do Colégio até chegar no planeta Terra foram im-

pressas cópias, posteriormente foram colocadas no quadro para observação e me-

lhor entendimento. Como tarefa complementar, os alunos que possuem internet, fo-

ram incentivados a acessarem o Google Earth e Google Maps e encontrarem a rua

onde moram e o Colégio, também observaram e anotaram visualizaram a perspecti-

va vertical e horizontal; relatando suas experiências para a classe. Em seguida, fo-

ram selecionadas duas imagens de um mesmo espaço em escalas diferentes e fize-

ram a comparação entre as mesmas, para efetivar o aprendizado de escala.

Observou-se que a maioria dos alunos não demonstrou dificuldades quanto

ao acesso à internet e suas ferramentas.

Esta atividade foi importante para esclarecer que a internet não é uma fer-

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ramenta útil apenas para jogos e para brincadeiras. E, neste sentido, Vicente Del Rio

e, Lívia de Oliveira (1999) corroboram dizendo que muitos alunos já convivem com a

realidade virtual, por meio de jogos eletrônicos, na internet, televisão e vivenciam

igualmente os produtos em diversas escalas, e participam destas escalas diferentes

quando observam a cidade com vista superior (de cima) dos prédios. Desse modo,

muitos já possuem a percepção do espaço que convivem e estão em condições de

interpretá-lo. Entretanto, a maioria ainda deve ser preparada para a percepção do

espaço geográfico, para a leitura e visualização de mapas e imagens.

3.2.5 O Brasil no espaço

A quinta etapa foi desenvolvida em três partes, ainda utilizando o Data

Show, onde os alunos navegaram pelo site do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais). Os alunos se interessaram muito, pois foi a primeira vez que viram como

são feitos os satélites artificiais, suas finalidades e seu monitoramento no Brasil. Co-

nheceram também o CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), atra-

vés da cartilha “Um Passeio pelo INPE”, tudo de forma bem lúdica com desenhos,

segundo eles, “muito legais”. Neste momento entenderam: como são, qual a impor-

tância e finalidade dos satélites artificiais. Em seguida, houve uma discussão sobre o

avanço e a seriedade das pesquisas do Brasil nesta área.

3.2.6 Lançamento do foguete, pintando e montando o CEBRS

Aproveitando o momento de empolgação dos alunos, foi apresentado um ví-

deo de lançamento do foguete CBERS 1, em 1999, na base situada em Tayuanm na

China, mostrando como ocorre o lançamento e a colocação dos satélites em órbita.

Na sequência, cada um pôde fazer seu comentário a respeito do que mais chamou

atenção, além disso, foi distribuída uma atividade complementar lúdica.

A partir dessa atividade, foi realizado um trabalho de dobradura, que após a

entrega das partes de um CBERS para montar, foi colocado o passo a passo da

montagem na TV multimídia, e, como cada um pode montar seu satélite. Observou-

se que a curiosidade e o entendimento dos alunos foram satisfatórios depois do es-

tudo da cartilha e a confecção do satélite.

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3.2.7 Da imagem ao mapa

Foram apresentados por meio de textos e exercícios, os conceitos básicos

para leitura de um mapa como: visão horizontal, vertical, obliqua, 3D, o recurso da

estereoscopia, escala e legenda, para interpretação de mapas. Em seguida, reto-

maram-se os conceitos de SIG e Geoprocessamento para melhor entendimento.

3.2.8 Cartografia

Os alunos assistiram desenhos e conceitos explicativos sobre a utilização do

GPS, sensoriamento remoto ativo e passivo, imagens orbitais multiespectrais (ban-

das ou canais espectro eletromagnético) aerofotogrametria (estereoscopia), escalas,

convenções cartográficas através da animação do Atlas Escolar, disponível no site

do IBGE. Os alunos gostaram muito das animações, tiveram um pouco de dificulda-

de no entendimento sobre as imagens orbitais multiespectrais (Bandas de eletro-

magnético), e foram necessárias várias repetições para que os alunos se aproprias-

sem do conteúdo, uma vez entendido sobre a sobreposição das cores, que é neces-

sária para melhor visualização da imagem, pois cada cor destaca uma imagem, co-

mo atividade extra, fizeram uma cruzadinha para efetivar o aprendizado dos concei-

tos.

3.2.9 Observação de imagens, utilizando óculos 3D

Nesta etapa, foram confeccionados óculos 3D, atividade que os deixou bas-

tante eufóricos em ver mapas e imagens em terceira dimensão no Data Show. To-

das essas atividades colaboraram para melhor compreensão do conteúdo proposto.

3.2.10 Análise e interpretação das imagens

Foi realizada uma leitura dinâmica do texto “Interpretação de Imagens” utili-

zando imagens de satélite na TV multimídia, depois foram distribuídos alguns Geoa-

tlas. Esta atividade também apresentou dificuldades quanto ao material didático,

uma vez que o Colégio não possui número suficiente de Geoatlas atualizados. Foi

necessária, então, uma adaptação por meio de fotos colocadas no pen-drive e exibi-

da na TV Multimídia. Todos os alunos e a professora interpretaram os mapas de sa-

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télite da América, Região da Tríplice Fronteira que constavam no Geoatlas (Simielli,

2013, p.48 e 49). Através dos textos e dos mapas, eles perceberam o significado da

tonalidade da cor, textura, forma, localização geográfica. As aulas de leitura parece-

ram mais cansativas, enquanto que, com o Geoatlas foram muito mais produtivas.

3.2.11 Bandas Espectrais - interpretação

Nessas aulas foram visualizados diversas imagens de satélite do Rio de Ja-

neiro, em branco e preto; e colorido para exposição do conceito e interpretação de

bandas, o que para os alunos foi um tanto difícil o entendimento, principalmente

quando explicou sobre o espectro eletromagnético. O assunto foi retomado várias

vezes, inclusive contando com a ajuda de dois professores de Física, para facilitar o

entendimento. Muitos não conseguiram apropriar-se de tudo e outros gostaram so-

mente da interpretação visual.

3.2.12 Exposição da Pesquisa aplicada

Como etapa conclusiva, foi montada uma exposição na Biblioteca do Colé-

gio, com a divisão da sala em equipes, que confeccionaram cartazes, um satélite em

tamanho maior e visualização, através da TV Multimídia do lançamento de um satéli-

te, a qual foi visitada pelas outras turmas do colégio.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste tópico será colocado em discussão os resultados obtidos com a Im-

plementação da Unidade Didática com os alunos do 7º Ano do Colégio Estadual Pro-

fessor Izidoro Luiz Cerávolo do município de Apucarana –PR. A implementação da

Produção Didático Pedagógica sinaliza para os objetivos apontados, a fim de aguçar

nos alunos o gosto pelo conhecimento da cartografia, estimulando-os a realizar a

leitura e interpretação do mundo por meio das imagens de satélites e fotográficas

compreendendo a importância do sensoriamento remoto.

As discussões suscitadas na implementação desta proposta foram extre-

mamente relevantes uma vez que os alunos na Atividade 1 conheceram a proposta

do Projeto PDE, o título do projeto, objetivos, critérios de avaliação e a importância

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da participação deles no projeto. Na Atividade 2 os alunos analisaram a importân-

cia do Sensoriamento Remoto partindo do conhecimento prévio para depois introdu-

zir textos com bases fundamentas. Na atividade 3 os alunos realizaram o exercício

caça-palavras: Conceitos, a fim de direcionar o conteúdo estudado. Na atividade 4

os alunos aprenderam a usar o Google Earth. Na atividade 5 os alunos estudaram o

tema o Brasil no espaço utilizando o laboratório de informática por meio da Cartilha

educativa “Um passeio pelo INPE”( Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) opor-

tunizando –os o conhecimento do Instituto Brasileiro responsável por pesquisar,

construir e utilizar os satélites. Na atividade 6 o tema abordou o assunto: Os Fogue-

tes e Pintando e montando um CBERS (satélite) onde os alunos assistiram o lança-

mento do foguete CBERS 1 e sua desintegração e montaram um satélite por meio

da técnica simples de dobradura. Na atividade 7 a proposta para estudo trouxe os

conceitos básicos para interpretação de imagens de satélites. Para a realização des-

ta atividade foram utilizados textos e exercícios impressos com conceitos necessá-

rios para interpretação de imagens e no laboratório de informática acessaram o Go-

ogle Earth para aproximar, afastar, inclinar, iluminar e girar a imagem, possibilitando

situações que os alunos puderam refletir na perspectiva vertical, horizontal e obliqua,

observando as escalas pequena, média e grande. Na atividade 8 o estudo estava

direcionado a Cartografia, a fim de reforçar os conceitos anteriormente estudados

sobre este tema. Tais conceitos fazem referência aos métodos de levantamento do

terreno, utilizando GPS, sensoriamento remoto ativo e passivo, imagens orbitais

(bandas), aerofotogrametria (estereoscopia), altimetria, escalas, convenções carto-

gráficas e projeções cartográficas. A atividade 9 apresentou aos alunos a observa-

ção de mapas, utilizando óculos 3D. A presente atividade reside na observação dos

mapas, utilizando óculos 3D. Na atividade 10 houve análise e interpretação das ima-

gens propostas. A Atividade 11: Bandas – interpretação, os alunos acessaram o site

da INEP >EducaSere>interpretar mapas>imagens de satélite LANDSAT e interpreta-

ram os mapas de satélites LANDSAT do Rio de janeiro, suas cores e banda. A ativi-

dade 12 culminou no término da aplicação do projeto onde foi realizada a Exposição

na Escola com as atividades desenvolvidas pelos alunos.

A avaliação foi realizada de acordo com o sistema de avaliação descrito no

PPP, com carácter formativo, diagnóstico e processual, que contempla teste parcial

(5,0), prova escrita (10,0) e outros instrumentos (5,0) escolhidos pelo professor de

acordo com a necessidade de se verificar o nível de aquisição de conhecimento do

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aluno conforme o momento pedagógico, como: trabalho em grupo, interpretação e

produção de textos, apresentação e discussão de trabalhos, relatórios, interpretação

de fotos e imagens de satélite.

Os instrumentos de avaliação utilizaram como critérios para correção, o en-

volvimento do aluno nas atividades propostas, pertinência de informações nos traba-

lhos, a cooperação com o grupo, o conhecimento específico sobre o assunto abor-

dado, o interesse, desenvoltura e responsabilidade na montagem da exposição das

atividades.

Apresento a seguir imagens que representam o trabalho desenvolvido acer-

ca desta temática e a participação dos alunos durante a aplicação do projeto.

Atividades Propostas para Estudo

Figura 1- GPS-Esquema

Fonte: Disponível em: http://www.geografia.seed. pr.gov. br/modules/galeria/detalhe.php?foto=

1065&evento=1 - Acesso em: 08 out. 2013. Figura 3 – Geoprocessamento

Figura 5 - SIG

Figura 2 - Satélites: GPS

Fonte: Disponível em: http://www.geografia.seed.pr. gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1065&evento =1 - Acesso em: 08 out. 2013.

Figura 4 - Imagem de Satélite obtida por sensori-amento remoto: Manaus, AM

Fonte: Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1065&evento=1 - Acessoem: 08 out. 2013

Fonte: Disponível em: http://www.geografia.seed.pr. gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto= 1065&evento=1 - Acesso em: 08 out. 2013

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Figura 5 - SIG

Fonte: Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov. br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1065&evento=1 - Acesso em: 08 out. 2013 Figura 7 - Página inicial do projeto Google Earth. Figura 8 - Recurso "voar para"

Fonte: Organizado pela autora (2011) Fonte: Google Earth

Figura 9 - Recursos "Camadas" Figura 10 - Opções de marcadores

Fonte: Google Earth Fonte: Google Earth

Fonte: Google Earth

Figura 6 - Fotointerpretação

Fonte: Disponível em:

http://www.geografia.seed.pr.gov.br/

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Figura 11- relevo Capitais Brasileiras

Fonte: CD EducaSERE: Capitais Brasileiras, INPE, 1998 Fonte: Google Earth. Disponível em:

http://cartografiaescolar.wordpress.com/relevo-em-3d/ 3d-dispensa-oculos/ Acesso em: 27

out. 2013

Atividades realizadas pelos alunos Foto 01: Atividades INPE Brasil. Foto 02: Montagem do satélite CEBERS.

Foto 03: Montagem do Óculos 3D. Foto 04: TV Multimídia. Satélites

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Exposição dos trabalhos dos alunos na escola.

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Fonte: Eloá Stabille R. Silva, 2013

Fonte: Eloá Stabille R. Silva, 2013 Fonte: INPE, 2013. Disponível em: http://www.inpe.br

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo reúne os resultados e reflexões suscitadas durante a participação

do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) que apresenta subsídios teóri-

co-metodológicos para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas,

objetivando o aperfeiçoamento do professor e melhorias na educação paranaense.

A linha de pesquisa Tecnologias e Linguagens no Ensino de Geografia pro-

pôs neste estudo refletir sobre a aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica na

Escola, a partir das atividades sugeridas na Unidade Didática Sensoriamento Remo-

to na Educação: Interpretando as Imagens de Satélite, visando dinamizar a aprendi-

zagem da Ciência Geográfica, articulando teoria e prática, a fim de desenvolver no

aluno interesse pela Cartografia, de modo que este possa ler e interpretar as ima-

gens de satélites a partir do global para o local, codificando informações, ampliando

suas capacidades de observar, conhecer, explicar e caracterizar o lugar em que vive

inserido como agente transformador do espaço.

Partindo da problematização que abre as discussões do projeto de Inter-

venção Pedagógica esta proposta se torna relevante uma vez que ao analisar o es-

paço geográfico percebe-se que este se organiza por meio de um conjunto de ele-

mentos naturais e de objetos humanos que coexistem na superfície terrestre, é soci-

al e concreto e encontra-se num constante movimento dinâmico, com possibilidades

de sucessivas mudanças, na medida em que a sociedade também se modifica.

Nesta perspectiva, verificou-se a necessidade de expandir o trabalho de

campo do meio por ser parte importante do processo de ensino e aprendizagem ao

utilizar dados do sensoriamento remoto, tanto para a verificação da realidade do ter-

reno, quanto à contextualização das informações obtidas, utilizando o sensoriamento

remoto como ferramenta ideal para que os alunos aprendam e entendam a cartogra-

fia de modo satisfatório.

De modo geral, os objetivos apresentados neste PDE foram atingidos na

medida em que evidencia-se a importância de implantar um projeto de incentivo à

aprendizagem da Ciência Geográfica por meio do sensoriamento remoto.

Neste sentido, pode-se concluir que ao utilizar metodologias diferenciadas

na disciplina de Geografia direcionadas ao estudo da interpretação de imagens de

sensoriamento remoto, possibilitou aos alunos a utilização dos recursos tecnológicos

disponíveis na Escola, onde os alunos puderam adquirir os conhecimentos de forma

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dinâmica através de uma atuação mais participativa, que resultou em um maior de-

senvolvimento, compreensão e busca de soluções para o ambiente no qual estão

inseridos.

Ficou evidente que os recursos disponíveis na Escola, muitas vezes não

são satisfatórios para a realização desses estudos, sendo necessária uma adap-

tação para que a aplicação de algumas atividades da Unidade Didática fosse rea-

lizada.

Considera-se relevante também, a contribuição desta pesquisa junto aos

professores da Rede Publica do Estado do Paraná, uma vez que as analises reali-

zadas, apresentam-se como sugestões para o trabalho com as novas tecnologias no

ensino de Geografia.

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REFERÊNCIAS

DEL RIO, Vicente.; OLIVEIRA, Lívia de (Org.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 1999.

FLORENZANO, Tereza Gallotti. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

MELO, Adriany de Ávila et al. O uso de dados do sensoriamento remoto como recurso didático para o ensino da cartografia na Geografia. Uberlândia: 2004. Disponível em: <www.ig.ufu.b/caminhos_de_geografia.html>. Acesso em: 15 maio 2013.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Curitiba: Jam3 Comunicação, 2008.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. 2. reimpr. São Paulo: Edusp, 2006.

SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas / Maria Elena Ramos Simielli 34. ed. - São

Paulo : Ática, 2013.

VESENTINI, José Willian (Org.). Educação e ensino de geografia: instrumento de dominação e/ou de libertação. São Paulo: Contexto, 2003.