OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Os documentos não falam por si mesmos. Eles...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
A UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO FAMILIAR
COMO FONTE HISTÓRICA EM SALA DE AULA
MARGARETE FERLE
Londrina
2014
MARGARETE FERLE
A UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO FAMILIAR COMO FONTE HISTÓRICA EM SALA DE AULA
Unidade Didática apresentada à Coordenação do Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, em convênio com a
Universidade Estadual de Londrina, como requisito para o
desenvolvimento das atividades propostas para o período de
2014/2015. Sob a orientação da Professora Marlene Rosa
Cainelli.
LONDRINA 2014
1. IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: A UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO FAMILIAR COMO FONTE HISTÓRICA EM SALA DE AULA
Autor: MARGARETE FERLE
Disciplina/Área: História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Rui Barbosa
Município da escola: Jandaia do Sul
Núcleo Regional de Educação: Apucarana
Professor Orientador: Marlene Rosa Cainelli
Instituição de Ensino Superior: IES- UEL
Relação Interdisciplinar:
Resumo: Durante muito tempo se percebeu que os alunos pouco se interessavam em conhecer e valorizar documentos de arquivo familiar. Esse processo de reconhecimento das fontes de arquivo familiar, ganha significado quando possibilita e amplia as possibilidades de compreensão da própria identidade histórica, na medida em que não permaneçam apenas como “velharias” que se guarda em casa. A realização deste projeto está na concepção de que na utilização das fontes históricas de arquivo familiar em sala de aula, poderá contribuir para desvelar parte da história guardada em cada família, essas fontes são importantes porque nos permitem conhecer, através da sua observação e análise, a história de uma pessoa. Diante das dificuldades dos alunos em interpretar as fontes e da busca de significado das fontes em relação ao conjunto de fatores presentes na história dos objetos, o tema, deste projeto diz respeito ao mapeamento e identificação das fontes históricas eo reconhecimento da historicidade dos objetos que são guardados pelos alunos e suas famílias. Sendo assim, observou-se a necessidade de realizar este projeto para que o envolvimento dos alunos na preservação destas fontes e tornasse uma maneira de se preservar a memória e a historia dos documentos que fazem parte do arquivo familiar de cada um. Propor atividades para, a partir de um trabalho com a utilização de documentos de arquivo familiar nas aulas de História, torna o ensino com fontes históricas em um conhecimento mais significativo e propicia aos educandos motivação quanto à preservação e interesse em entenderem-se como sujeitos históricos.
Palavras-chave: Arquivo familiar, fontes históricas, memória
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos do ensino médio, matriculados no 1º ano em 2015, no período matutino.
APRESENTAÇÃO A Unidade Didática que esta sendo apresentada é uma produção didática
exigida pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE .
Esta Unidade tem como principal objetivo trabalhar o conceito de
documento histórico em arquivo familiar. Fornecer aos alunos uma proposta de
estudo da história a partir de diferentes fontes históricas, ou seja, de documentos
escritos, iconográficos, audiovisuais, entre outros, utilizados pelos historiadores
na construção do conhecimento. No processo de construção do saber histórico,
pesquisadores da área de Historia consideram imprescindível o trabalho com as
fontes. O uso de documentos históricos no processo de ensino-aprendizagem
também é recomendado pelas DCNs do Estado do Paraná.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica:
Para o ensino de História, ao trabalhar com vestígios na aula de
História, é indispensável ir além dos documentos escritos, trabalhando
com os iconográficos, os registros orais, os testemunhos de história
local, além de documentos contemporâneos, como: fotografia, cinema,
quadrinhos, literatura e informática. Outro fator a ser observado é a
identificação das especificidades do uso desses documentos, bem como
entender a sua utilização para superar as meras ilustrações das aulas de
História. Quanto à identificação do documento, a sugestão é determinar
sua origem, natureza, autor ou autores, datação e pontos importantes do
mesmo. (Paraná, 2008, p.69)
A História é uma forma de conhecimento sobre o ser humano em suas
relações sociais ao longo do tempo. E para nós professores de História, é sempre
um desafio procurar estratégias que chamem a atenção de nossos alunos para
aprender e entender História. Buscam-se diferentes metodologias, elenca-se uma
série de ações. Do ponto de vista do ensino de história, defende-se a ideia da
aula como “o momento em que, ciente do conhecimento que possui, o professor
pode oferecer ao seu aluno a apropriação do conhecimento histórico existente,
através de um esforço e de uma atividade que edificou este conhecimento"
(Schmidt, 1998, p. 57). Assim, o conhecimento histórico se torna real e ativo entre
professor e aluno, a exploração e a curiosidade para a aprendizagem propicia ao
aluno uma criatividade crítica, dando significado à aprendizagem.
Se o objeto pode ser entendido como um documento, e como fonte de pesquisa
para o historiador, Meneses (1998, p. 92) diz que “o cerne da questão, para o
historiador [...] é, acredito, que os artefatos estão permanentemente sujeitos a
transformações de toda espécie, em particular de morfologia, função e sentido,
isolada, alternada ou cumulativamente. Isto é, os objetos materiais têm uma
trajetória, uma biografia”.
Fontes histórica
Os documentos não falam por si mesmos. Eles só falam quando são
interrogados. Tal percepção foi desenvolvida a partir do surgimento, na França, na
década de 1930, da Escola dos Annales, escola historiográfica fundada pelos
historiadores franceses Lucien Febvre e Marc Bloch, esse movimento se
desenvolveu como uma crítica à chamada historia tradicional, praticada pelos
historiadores metódicos, considerados positivistas, o entendimento e a
compreensão das fontes históricas se desenvolveram bastante, e se passou a
considerar toda produção humana como fonte histórica capaz de fornecer
informações sobre o passado.
E segundo Jacques Le Goff, o resultado dessa inovação seria a instituição
de uma história nova.
[...] a história nova ampliou o campo do documento histórico; ela
substituiu a história [...] fundada essencialmente nos textos, documento
escrito, por uma historia baseada numa multiplicidade de documentos:
escritos de todos os tipos, documentos figurados, produtos de
escavações arqueológicas, documentos orais etc. uma estatística, uma
curva de preços, uma fotografia, um filme, ou, para um passado mais
distante, um pólen fóssil, uma ferramenta, um ex-voto são, para a
história nova, documentos de primeira ordem [...](LE GOFF, 2005, p.36-
37)
Anteriormente aos Annales, eram utilizados pelos historiadores, em suas
pesquisas, as fontes escritas, principalmente os documentos ditos „oficiais‟
(documentos de governos, administrativos). Pós-Annales, a noção de documento
escrito também se ampliou: passou-se a recorrer às cartas, diários íntimos,
jornais, receitas culinárias, entre outros. A inovação das fontes históricas proposta
pela Escola dos Annales ampliou o universo das pesquisas históricas realizadas
pelos historiadores. Com isso, além dos documentos escritos e oficiais, passaram
a serem consideradas fontes válidas para o estudo da história, objetos pessoais,
pinturas, fotografias, filmes, móveis, roupas, músicas, cartas, histórias em
quadrinhos entre outras.
O trabalho com fontes históricas não se restringe mais ao uso de documentos
oficiais escritos, mas, hoje podem ser considerados como fontes, objetos que
estão guardados pelas famílias e que muitas vezes podem contar a história não
só do individuo, mas bem como da região.
São inúmeras as fontes históricas que possibilitam uma análise mais direta do dia
a dia das pessoas, sua cultura material, seus costumes, comportamentos. Nas
palavras de Bloch (2001, p.80) “a diversidade dos testemunhos históricos é quase
infinita. Tudo que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica tudo que toca pode e
deve informar sobre ele.” Deste modo, podemos entender que tudo o que existe e
faz parte da vida humana, tudo aquilo que o homem lida no seu dia a dia, pode
informar algo sobre a sua realidade, daí a aceitação da diversidade de fontes
históricas.
Para construir o conhecimento histórico é necessário levar em
consideração vários aspectos, por exemplo, qual é o tipo da fonte analisada,
quando ela foi produzida, quem a produziu e com qual finalidade ela foi produzida.
As fontes históricas podem ser escritas, icnográficas, orais, visuais, materiais e
sonoros, sendo estas, testemunhas das ações dos homens no tempo, podem ser
usadas na produção do conhecimento.
As atividades desenvolvidas nesta Unidade Didática têm como objetivo
trabalhar o conceito de documento histórico em arquivo familiar. Entender que
muitos objetos que estão junto às famílias têm história e que ao resgatar esta
história pode-se promover o conhecimento junto aos alunos sobre as diferentes
fontes históricas e que isso possibilita que se relacione a vida deles com a história
geral. Muitos objetos, de familiares, podem mostrar aos estudantes a importância
de se conhecer e preservar essa história. Tem também o objetivo de exemplificar
os diferentes tipos de fontes históricas, através da coleta e exposição de fontes e
sua história.
ATIVIDADES 01 – (DURAÇÃO 6 AULAS)- CONHECIMENTO PRÉVIO
O objetivo desta atividade é fazer um levantamento prévio do conhecimento
que os alunos têm sobre fontes históricas, bem como, consolidar o conceito de
fontes história.
Em concordância com o trabalho a ser efetuado em relação ao estudo
sobre fontes históricas, citamos Schmidt e Garcia (2003, p.225): “Não se trata de
um trabalho trivial, mas de ter como ponto de partida da investigação o próprio
universo do aluno, dando ao conhecimento histórico um sentido...”.
AULA 01 - Reflexão com os alunos sobre o desenvolvimento das atividades a
serem realizadas durante o projeto, a importância tanto para o professor quanto
para os alunos, explicitando cada momento do projeto e a importância do
envolvimento de cada um nas atividades a serem realizadas, tanto aquelas
individuais quanto as de grupo.
Levantamento prévio sobre o conhecimento dos alunos quanto ao conceito de
fontes históricas.
Questionário:
01. O que você entende por fonte ou documentos históricos?.
02. O que você considera fonte histórica?
03. Só registros de cartório, leis, textos de jornais, documentos, etc são
considerados como fontes históricas legais?
04. Em que medida objetos da cultura material, como roupas, móveis, moedas,
construções etc., podem ser considerados fontes para que conheçamos o modo
de vida de uma sociedade?
AULA 02 e 03 – ESTUDO SOBRE FONTES HISTÓRICAS
Compreender a definição de fontes históricas, suas tipologias e possibilidades
de interpretação.
Sobre a importância do uso das fontes históricas em sala de aula, Erica da
Silva Xavier ressalta que: “As fontes históricas ao serem remetidas no auxílio da
produção do conhecimento em história, na prática de sala de aula, tornam-se
ferramentas culturais. As fontes históricas não devem ser simplificadas a uma
mera ilustração de conteúdos, uma vez que se traduzem em artefatos culturais
repletos de intencionalidades. As fontes devem assumir um papel fundamental de
significação na estrutura cognitiva do aluno: demonstrar as representações que
determinados grupos forjaram sobre a sociedade em que viviam como pensavam
ou sentiam, como se estabeleceram no tempo e no espaço; como servir para que
o aluno seja capaz de fazer diferenciações, abstrações que o permitam fazer a
leitura das distintas temporalidades as quais estamos submetidos”.
Entender a importância do estudo da História. Em qualquer grupo, é
fundamental que se entenda a história da sociedade em que se vive. Essa
consciência é construída principalmente através da compreensão das diferentes
sociedades, em espaços e tempos diferentes. Ao longo dos tempos os homens
foram deixando sinais de sua existência, pistas que nós pudéssemos conhecer o
passado, como: cartas, textos impressos em livros, casas, monumentos, pinturas,
fotografias ferramentas de trabalho, documentos, moedas, jornais, roupas, enfim,
isso tudo pode ser considerado como fonte histórica e a História é contada
principalmente por meio delas.
Fazer questionamentos aos alunos: Vocês sabem o que são fontes históricas? Para
que servem? Como podemos entendê-las? Dar oportunidade para que cada aluno
expresse os seus conhecimentos sobre o assunto. Em seguida, comentar que as fontes
históricas são todos os materiais que o homem produz e que podem informar sobre sua
existência em um determinado tempo e espaço. Salientando que as fontes históricas são
de extrema importância para o trabalho do historiador na produção da escrita da história,
pois elas trazem pistas e indícios do que aconteceu no passado. Comentar que as fontes
históricas são de diferentes naturezas o que nos permite classificá-las enquanto fontes
históricas iconográficas; fonte histórica escrita; fonte histórica sonora e fonte histórica
material. Apresentar o quadro abaixo:
QUADRO 1- TIPOLOGIA DE FONTES PRIMÁRIAS
Fontes materiais: utensílios, mobiliários, roupas, ornamentos (pessoais e
coletivos), armas, símbolos, instrumentos de trabalho, construções (templos,
casas, sepulturas), esculturas, moedas, restos (de pessoas ou animais mortos),
ruínas e nomes de lugar (toponímia), entre outros.
Fontes escritas: documentos jurídicos (constituições, códigos, leis, decretos),
sentenças, testamentos, inventários, discursos escritos, cartas, livros de
contabilidade, livros de história, autobiografias, diários, biografias, crônicas,
poemas, novelas, romances, lendas, mitos, textos de imprensa, censos,
estatísticas, mapas, gráficos6e registros paroquiais, por exemplo.
Fontes visuais: pinturas, caricaturas, fotografias, gravuras, filmes, vídeos e
programas de televisão, entre outros.
Fontes orais: entrevistas, gravações (de entrevistas, por exemplo), lendas
contadas ou registradas de relato de viva voz, programas de rádio e fitas cassete,
por exemplo..
QUADRO 1- TIPOLOGIA DE FONTES PRIMÁRIAS. Fonte: SCHMIDT e CAINELLI, Marlene, 2004, p. 96-97.
Apresentação de imagens antigas através de Power Point.
Todas as fotos apresentadas são de acervo pessoal
É através da análise de diferentes fontes históricas que o historiador recria o
passado. Como um investigador, o historiador questiona suas fontes buscando
respostas para suas dúvidas, problematizando-as.
AULA 04 - O TRABALHO DO HISTORIADOR
O objetivo desta atividade é evidenciar a importância do trabalho do historiador na
análise e interpretação de um documento histórico.
Ao analisar um documento, o historiador obtém informações sobre o tema
pesquisado. Interessante observar que o tema de pesquisa leva o historiador a se
fazer algumas perguntas e a procurar determinados documentos que podem lhe
oferecer mais informações. O historiador muitas vezes tem de ler nas entrelinhas,
como um detetive.
Passar trechos do filme Narradores de Javé em que o personagem Antônio Biá
faz a pesquisa sobre a história da comunidade:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/ recursos didáticos/trechos de filmes.
Após a exibição, fazer uma análise com os alunos sobre o trabalho do historiador.
AULA 05 /06 e07 – HISTÓRIA DO RÁDIO
Com o objetivo de compreender as permanências e mudanças ao longo do
tempo, do rádio como meio de comunicação mais difundido e identificando-o na
vida cotidiana e na cultura material.
Nestas aulas iremos trabalhar um meio de comunicação muito importante em
diferentes épocas desde a sua invenção, o rádio. O rádio foi inventado no final do
século XIX, transformando-se num poderoso instrumento de comunicação de
massa. A primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil ocorreu em 7 de
setembro de 1922, no centenário da Proclamação da Independência, com o
discurso do presidente da República Epitácio Pessoa.
Levar para a sala de aula um rádio antigo. Listar questões relacionadas ao que
sabem e não sabem sobre ele, dando pistas do que precisam pesquisar, para
saber mais sobre ele. Deve-se observar:
a) Que tipo de objeto é?
b)Qual o tipo de material usado na sua fabricação?
c)Em que ano/época, foi fabricado?
d)Para que era utilizado?
e)Ainda é utilizado atualmente?
f)Quais as diferentes possibilidades de uso deste objeto?
g)Há valor financeiro ou apenas afetivo que pode existir?
h)Quais as transformações ocorridas ao longo do tempo?
Após os questionamentos, fazer uma análise sobre a história do Rádio,
apresentar aos alunos a história do rádio através do texto de apoio “O pai do rádio
no Brasil”. Link : http://www.locutor.info/
Apresentar documentário sobre o Rádio no Brasil: Globo Repórter (1983) - Rádio,
60 anos inauguração e os primeiros anos. Disponível no yotube. Link:
http://youtu.be/2jExXaayEpI
Após a apresentação promover um debate sobre o que viram da história do rádio
desde sua invenção até os dias de hoje, quais foram as transformações ocorridas
e como ele é utilizado hoje.
Organizar grupos para que façam uma pesquisa com amigos, familiar ou vizinho
e descobrir de que forma o rádio está presente nas famílias nos dias de hoje.
Cada grupo deverá elaborar um roteiro de perguntas a serem feitas, tais como:
Com que frequência ouve rádio? Quais são seus programas favoritos? Em sua
casa, as pessoas costumam se reunir para ouvir algum programa de rádio? Ou
outras questões que forem necessárias.
Após a pesquisa, apresentar os resultados à turma, para fazer uma comparação
com realidade das décadas de 40 e 50, período em que o rádio era o veículo de
informações mais importante e os dias de hoje.
AULA 08 – DOCUMENTO DE ARQUIVO FAMILIAR COMO FONTE HISTÓRICA.
Esta atividade tem o objetivo de fazer com que os alunos conheçam e
analisem diferentes objetos e sua utilização no contexto familiar.
Apresentar aos alunos novamente os slides dos diferentes tipos de fontes
históricas. Após a apresentação fazer uma conversação sobre quais os diferentes
objetos que eles conhecem e que talvez possam fazer parte do acervo familiar de
cada um.
Para refletir sobre a presença da história nos objetos, solicitar que façam uma
pesquisa na família, para verificarem o que encontram de objetos antigos e que
tenham um significado na história da família. Os alunos deverão trazer para a sala
de aula, objetos antigos que tenham em casa, isso deve ser previamente
solicitado aos pais ou avós, pois o objeto deverá fazer parte de uma exposição na
escola, no final deste projeto.
AULA 09-. Cada aluno deverá fazer a apresentação dos objetos aos demais
colegas. Contando um pouco da história que ele conhece sobre os objetos. Esse
será um momento em que os alunos terão a oportunidade de conhecer outros
tipos de objetos e suas histórias na família. O professor discute então as noções
de fontes, documentos, acervo, escrita da História.
ATIVIDADES 2 – ( DURAÇÃO 6 AULAS) ENTREVISTAS - FONTE ORAL
O objetivo destas aulas é compreender a importância da entrevista como uma
técnica de coleta de dados.
A pesquisa histórica não se baseia apenas em documentos ou imagens, ela
também pode ser narrada através das pessoas que participaram, presenciaram
ou que tem conhecimento maior sobre os mesmo. Neste caso a História Oral, é
uma ferramenta que pode ser utilizada para maiores informações sobre o objeto
estudado. A entrevista possibilita um envolvimento maior e pode resultar num
trabalho mais dinâmico e realista.
Acreditamos que a metodologia baseada nas entrevistas pode se constituir em
um recurso pedagógico interessante para a reconstituição do passado. “[...] a
história oral pode dar grande contribuição para o resgate da memória nacional,
mostrando-se um método bastante promissor para a realização de pesquisa em
diferentes áreas. É preciso preservar a memória física e espacial, como também
descobrir e valorizar a memória do homem. A memória de um pode ser a
memória de muitos, possibilitando a evidência dos fatos coletivos” (THOMPSON,
p. 17).
Aula 10
1º Momento: Apresentar aos alunos as etapas da proposta de elaboração das
entrevistas com os pais e/ou avós dos alunos sobre a história do objeto que
trouxeram para a sala de aula. Junto com a professora cada aluno ira definir qual
o objeto que deseja pesquisar, pois ele pode ter trazido mais de um objeto. A
primeira parte da pesquisa será baseada em entrevistas ou depoimentos, os
quais têm diversas etapas:
Escolha do entrevistado: escolher uma pessoa da família para fazer a
entrevista, nesse caso pode ser o dono do objeto ou familiar que conheça a
história do mesmo. No entanto o aluno poderá procurar alguém da
comunidade para lhe fornecer mais informações, visto que a escolha do
entrevistado deve ser pautada, sobretudo pela riqueza de informações que a
pessoa entrevistada puder oferecer.
Elaboração das perguntas: é importante que as perguntas ao entrevistado
sejam claras e objetivas, para que o mesmo responda, de modo que o aluno
consiga as informações desejadas.
Sugestão de algumas perguntas que poderão ser direcionadas ao entrevistado:
1) Qual é o seu nome?
2) Que idade você tem?
3) Como este objeto veio parar na família?
4) A quanto tempo ele está na família?
5) Como ele era usado?
6) Quantos anos tem isso?
7) Do que é feito?
8) Quando era usado?
9) Quem utilizava este objeto?
10) O que nos diz sobre a tecnologia da época em que foi feito e utilizado?
Outras perguntas podem ser acrescentadas de acordo com o objeto a ser
pesquisado com sugestões dos próprios alunos.
AULA 11 - Orientação dos alunos para realizarem a gravação do depoimento: o
aluno poderá utilizar-se de aparelho de gravação ao qual ele tenha fácil acesso.
No desenvolver da entrevista ele deverá estar ciente da seriedade de sua
pesquisa, pois a entrevista terá sucesso se o modo como o entrevistador se
comportar durante a entrevista, pois o entrevistado se sentirá seguro em estar
participando de uma atividade significativa tanto a ela quanto para o aluno. Suas
perguntas deverão ter caráter objetivo e seguro. Apresentar aos alunos o Termo
de Doação da entrevista, que deverá ser assinada pelo aluno e entrevistado para
que posteriormente possamos fazer uso das informações obtidas. Entregar para
cada aluno um Termo de Doação impresso. Após a entrevista realizada os alunos
deverão trazê-la, na aula seguinte.
AULA 12 e 13– Orientação dos alunos para realizarem a transcrição da entrevista:
essa etapa demanda tempo, visto que os alunos deverão se manter fiéis à fala do
entrevistado, mantendo a versão original.
AULA 14 e 15 – Nestas aulas os alunos farão a análise da entrevista realizada,
esse é o momento em que os alunos irão sistematizar as informações colhidas
nas entrevistas. Essa atividade permitirá que os alunos observem o que foi
pesquisado e se for necessário, voltar ao entrevistado para colher novas
informações. Os alunos deverão apresentar a entrevista aos demais, pois neste
momento poderá haverá uma troca de informações e conhecimentos, sobre os
objetos pesquisados.
ATIVIDADES 03 (4 AULAS) PESQUISA -
Esta atividade tem como objetivo fazer com que os alunos conheçam a história do
objeto em questão.
AULA 16/ 17 /18 e19– Nestas aulas os alunos irão realizar uma pesquisa mais
elaborada sobre o objeto em questão. Num primeiro momento, em sala de aula,
deverão elaborar roteiro de pesquisa, de acordo com o objeto a ser pesquisado.
1. Quem fez o objeto?
2. Onde?
3. Quando?
4. Para quem é destinado? (homem, mulher, criança, indústria, agricultor, etc.).
5. Para que? (qual sua utilidade)
6. Qual a sua importância para a sociedade em que se originou?
7. Houve alteração posterior em sua forma original? Qual?
8. Quais foram os materiais utilizados para sua fabricação?
8. Existem simbolismos identificáveis no objeto? Quais?
9. Quais as mudanças ocorridas ao longo do tempo deste objeto?
Os alunos poderão acrescentar outras informações de acordo com o objeto
pesquisado. No segundo momento, na sala de informática, os alunos já com o
roteiro em mãos, irão fazer a pesquisa mais detalhada, buscando informações
mais precisas sobre o objeto a ser analisado. Os alunos deverão entregar a
pesquisa escrita
ATIVIDADE 04 - ( 4 AULAS) - VISITA AO MUSEU
O objetivo desta atividade é levar o aluno a percepção do uso do passado para
legitimação de aspectos da cultura de um povo. Conhecer diferentes espaços de
preservação da memória existentes; discutir a importância da existência destes
espaços para a preservação da história.
Aula 20/21/22 e 23 – Como atividade externa, será programada a visita a um
museu. Quando visitamos um museu entramos em contato com diferentes objetos
de acordo com o acervo e a exposição. Sendo assim, a ideia é preparar os
alunos, desenvolvendo um roteiro próprio para a visita: definir os objetivos da
visita, preparar os alunos para a visitação com enfoque no conteúdo e nos
conceitos que foram estudados neste projeto. Como atividade de continuidade á
visita faremos a troca de experiências e impressões sobre o local, relatório sobre
o que aprenderam e auto avaliação dos alunos sobre a participação durante a
visita.
ATIVIDADE 05 - (5 AULAS) EXPOSIÇÃO DOS OBJETOS DE ARQUIVO
FAMILIAR
O objetivo desta atividade é apresentar as informações pesquisadas de todos
os objetos e sua história, de uma forma didática e apropriada, para o público
escolar.
AULA 24- Planejar a exposição com os objetos pesquisados, pensando em qual a
melhor maneira de organiza-los para comunicar a informação desejada sobre o
mesmo.
Fazer a relação de todos os objetos antigos disponíveis para a exposição.
Incluir também objetos atuais que sejam relacionados ao antigo para fazer parte
da exposição.
Algumas questões para ajudar na reflexão sobre a organização:
1. Os objetos serão expostos aleatoriamente ou terão uma sequencia?
2. Serão organizados por seções?
3. Os objetos serão acompanhados de legendas que podem chamar a atenção
para algum aspecto importante?
4. A exposição terá nome? Qual seria?
AULA 25 E 26 - Ficha técnica sobre o objeto a ser exposto. Utilizando a pesquisa
realizada, os alunos deverão transcrever as informações, organizando todos os
dados obtidos sobre o objeto, de forma que o visitante possa identificá-lo com
facilidade. Seguindo o roteiro de informações abaixo, os alunos irão organizar a
identificação técnica dos objetos:
a. Nome do objeto.
b. Nome do dono do objeto.
c. Ano em que foi fabricado.
d. Para que ele era utilizado.
e. Onde ele era utilizado.
f. O que se diz da tecnologia utilizada da época em que foi feito.
g. Que objeto é semelhante a ele hoje.
Se houver necessidade e de acordo com os objetos, os alunos poderão
acrescentar outras informações.
AULA 27 e 28 - Organização da exposição: fazer a preparação da sala para a
exposição, expor os objetos, fazer os cartazes e dispor com as devidas
explicações, convidar os alunos das outras turmas e a comunidade escolar para a
visitação.
VISITAÇÃO
AULA 29/30/31e 32 - Estas aulas serão utilizadas para a visitação da Exposição.
Os alunos irão orientar os visitantes sanando as possíveis dúvidas sobre os
objetos.
AVALIAÇÃO
O que norteará o processo de verificação da aprendizagem dos educandos
é o próprio cotidiano na sala de aula, em que o interesse e o envolvimento dos
alunos nas tarefas propostas poderão dar margem a formas variadas de
avaliação: desenvolvimento das atividades em sala de aula e fora dela,
pesquisas, texto produzidos, relatórios.
De acordo com Luckesi(1997), a avaliação “é um julgamento de valores
sobre manifestações relevantes da realidade tendo em vista uma tomada de
decisão”.(p.33). Sendo assim, é importante que a avaliação tenha seu sentido
ampliado, isto é, o de mostrar aquilo que o aluno já conseguiu como progresso na
aprendizagem, deve ser uma forma de mostrar para alunos e professores o
andamento do processo de ensino-aprendizagem-avaliação. Dessa maneira ele
adquire um sentido comparativo do antes e do depois da ação do professor e da
valorização dos avanços.
REFERÊNCIAS
BLOCH, Marc. Apologia da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
LE GOFF, Jacques. (Dir.). A História nova. Trad. Eduardo Brandão. 5. Ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 6.ed.São Paulo:Cortez,1997.
MENESES, U. T. B.. Memória e cultura material: documentos pessoais no espaço
público. In: Estudos Históricos, 1998.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – História. Curitiba: SEED, 2008. (p.69) SCHMIDT, M.A. A formação do professor de história. In: BITTENCOURT,
C:(Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.
SCHMIDT, M.A.; GARCIA, T.M.F.B. Construindo a sala de aula como espaço de
conhecimento compartilhado: cultura e ensino de história. In:CONGRESSO
INTERNACIONAL DESENVOLVIMENTO HUMANO: ABORDAGENS
HISTÓRICO-CULTURAIS,1., 1999, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo:
Universidade São Marcos, 1999. p. 47.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. As fontes históricas e o
ensino de história. In Ensinar história. São Paulo, Scipione, 2004, p. 96-7.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora; GARCIA, Tânia Braga. O trabalho histórico na sala
de aula. História e Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História /UEL,
Londrina, 2003, p. 225.
Thompson Paul. A voz do Passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1992, p.17
XAVIER, Erica da Silva; CUNHA, Maria de Fátima de Ensino de História: o uso das fontes históricas como ferramentas na produção de conhecimento histórica.Disponívelem: http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/ensino_e_historia_o_uso_das_fontes_historicas_como_ferramentas_na_producao_de_conhecimento_historico.pdf. Acesso em 11 de Novembro de 2014.
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/ recursos didáticos/trechos de filmes.
http://www.locutor.info/
http://youtu.be/2jExXaayEpI