OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · período de 32 horas, com educandos...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
TELMA AUGUSTA DINIZ
MECANISMOS NEOPLÁSICOS – ENTENDENDO O CÂNCER
MARINGÁ
2013
TELMA AUGUSTA DINIZ
MECANISMOS NEOPLÁSICOS –ENTENDENDO O CÂNCER
Produção Didático-Pedagógica, no Formato de
Unidade Didática, apresentado à Coordenação do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,
da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em
convênio com a Universidade Estadual de Maringá,
como requisito para o desenvolvimento das
atividades propostas para o período de 20013/2014.
Sob a orientação da Professora Maria Claudia Colla
Ruvolo Takasusuki.
MARINGÁ
2013
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA PDE/2013
Título: Mecanismos Neoplásicos – Entendendo O Câncer
Professor PDE: Telma Augusta Diniz
Disciplina/Área: Biologia
Escola de Implementação do Projeto e sua Localização:
CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – “Prof. Manoel Rodrigues Da Silva” – Maringá/Pr
Município da escola: Maringá
Núcleo Regional de Educação:
Maringá
Professora Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki
Instituição de Ensino Superior:
UEM - Universidade Estadual De Maringá
Resumo: Esta produção didático-pedagógica visa fornecer subsídios teóricos e práticos aos educandos da EJA, a fim de que compreendam e internalizem conceitos biológicos, tais como célula, cromossomo, DNA, genes, mutação, ciclo celular no intuito de que sejam capazes de discernir os processos envolvidos nos mecanismos neoplásicos, bem como a conscientização acerca da prevenção dos vários tipos de canceres. Para que os objetivos propostos sejam alcançados serão utilizados vídeos, confecção de maquetes, textos, documentários, entrevistas, questionários, pesquisas a sites, discussões, trabalho em equipe, exposição oral e palestra.
Palavras-chave:
Câncer, Mutação Gênica, Ciclo Celular, DNA, Genes
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos de EJA, do Ensino Médio, da disciplina de Biologia
1 INTRODUÇÃO
Esta Produção Didático-Pedagógica foi organizada para o 1º semestre de
2014, no qual será realizada a Intervenção Pedagógica do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), da Rede Estadual de Educação do Estado do
Paraná, referente ao Projeto elaborado durante o 1º semestre de 2013. Será
aplicada no CEEBJA “Prof. Manoel Rodrigues da Silva”, na cidade de Maringá, pela
professora PDE, Telma Augusta Diniz, da disciplina de Biologia, sob a orientação da
Prof.ª Dra. Maria Claudia Colla Ruvolo Takasusuki. O título do trabalho é
MECANISMOS NEOPLÁSICOS – ENTENDENDO O CÂNCER.
A saber, os educandos, de um modo geral, apresentam ideias alternativas de
senso comum em detrimento aos conceitos científicos. As razões são várias, desde
a gama de informações de recebem diariamente pelos meios midiáticos; pelas
analogias, muitas vezes mais fortes, que os conceitos que deveriam ser assimilados;
pela bagagem que possuem sobre os variados conteúdos, que foram repassados de
modo superficial ou errôneo ou entendidos assim; a ineficácia do sistema
educacional em identificar essas falhas e tentar supri-las; além de inúmeros outros
fatores de dificultam ou impedem a efetivação da aprendizagem.
É fato, porém, como afirmado por Freire que “se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” (FREIRE, 1979).
Desta forma, investir em ações que propiciem, através de diálogo, discussões,
debates, pesquisas, a possibilidade de que os educandos internalizem os conceitos
biológicos necessários para que haja a efetivação da aprendizagem e, por
conseguinte, a aquisição do conhecimento, o que implicará em desenvolvimento do
senso crítico, possibilitando-lhes agir em seu meio social, difundindo os
conhecimentos apreendidos, estando capacitados, assim, a transformar sua própria
realidade.
Ao propor uma intervenção no intuito de corroborar com essa aprendizagem,
é mister pensar em educação como propulsora de atitudes que modifiquem a
realidade atual e, ao partir de temas do cotidiano do educando, que o instigue a
buscar explicações para os fenômenos abordados, há o enriquecimento da prática
pedagógica, pois ao sentir-se estimulado, o educando pode apresentar maior
interesse em desvendar os conteúdos implícitos ao tema.
Desta forma, ao abordar o assunto câncer nesta Produção Didático-
Pedagógica, há a “pretensão” de elucidar conteúdos biológicos a fim de garantir a
efetivação da aprendizagem de conceitos necessários ao entendimento dos
mecanismos neoplásicos, o que pode culminar em mudança de atitudes no sentido
de prevenir o câncer (os passíveis de prevenção), identificando essa situação como
melhor tratamento às neoplasias, principalmente as malignas.
A realização da implementação desta Produção Didático-Pedagógica, durante
o período de Intervenção Pedagógica na escola supracitada, será feita em um
período de 32 horas, com educandos matriculados na disciplina de Biologia do
Ensino Médio, no 1º semestre de 2014 pela professora PDE, atendendo a exigência
do Programa e para efeito de conclusão do mesmo.
2 REFLEXÕES SOBRE O CÂNCER
O número de casos de câncer no Brasil e no mundo tem crescido de forma
alarmante. É comum ouvir que, há tempos atrás, não se falava tanto de casos dessa
doença.
Um dos motivos para esse aumento significativo, apontado por Garófolo et al.
(2004), pode estar associado à industrialização, urbanização e degradação do
ambiente. Há que se pensar também, que a longevidade é fator favorável ao
aparecimento de neoplasias. Porém, o câncer não é uma doença atual, figurando
entre as mais antigas e estudadas.
Há tempos, não muito remotos, o diagnóstico de câncer era considerado
como sentença de morte e a doença, devido às circunstâncias, virou tabu, chegando
ao ponto de, ainda nos dias atuais, serem encontradas pessoas que não pronunciam
a palavra câncer, ao contrário, refere-se a ela como “aquela doença”, sendo,
implicitamente, assunto que não deve ser comentado.
Atualmente, há a possibilidade de detectar, com exames clínicos e
preventivos, o surgimento de anormalidades, que podem ser neoplasias benignas
(que podem evoluir para malignas) ou malignas. Assim, os números têm aumentado,
porém a mortalidade é mais baixa, devido ao fator preventivo e aos tratamentos que
se mostram mais eficazes.
A escola, por constituir-se em ambiente de divulgação de conhecimentos
científicos, deve colaborar para o esclarecimento dos mecanismos envolvidos nas
neoplasias, bem como propiciar discussões, possibilitar a troca de experiências,
elucidar dúvidas e apregoar as formas de prevenção, essenciais para o sucesso nos
tratamentos de neoplasias, desmistificando conceitos de senso comum arraigados
nos educandos.
3 PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
O desenvolvimento desta Unidade Didática, objetiva contribuir no sentido de
modificar a situação atual, de desconhecimento ou de ideias alternativas, acerca de
alguns conceitos biológicos necessários à compreensão dos mecanismos
neoplásicos, o que dificulta ou impossibilita o entendimento sobre os vários tipos de
cânceres.
Desta forma, a Implementação da Produção Didático-Pedagógica será, em
muitos momentos, sob a forma de pesquisa-ação, buscando “ao mesmo tempo em
que realiza um diagnóstico e a análise de uma determinada situação, propor ao
grupo mudanças qualitativas a reorganização das suas práticas” (SEVERINO, 2007).
3.1 UNIDADE 1 – CONSTRUINDO UMA CÉLULA ANIMAL
Será discutido, com os educandos, a Produção Didático-Pedagógica,
explicando aos mesmos os objetivos, justificativa e metodologia a ser utilizada.
Posteriormente será entregue o texto abaixo.
CÉLULAS – TODO SER VIVO TEM
Uma característica básica para classificar um ser vivo é a estrutura celular.
Todo ser vivo é formado por células. Para alguns cientistas, por exemplo, os vírus
não são seres vivos, devido à falta dessa estrutura.
Enfim, os seres vivos são formados por células, sejam eles unicelulares e
procariontes, como as bactérias, sejam pluricelulares e eucariontes como os seres
humanos.
PARA RELEMBRAR!!!
Unicelulares são seres vivos formados por uma única célula.
Pluricelulares são seres vivos formados por várias células.
Quais são as três estruturas
principais de uma célula?
Veja o desenho ao lado,
localize-as e escreva, em seu
caderno, o nome de acordo com a
letra que indica cada uma delas.
Você lembra o que são
organismos procariontes e
eucariontes?
Reveja a diferença entre ambos.
Procariontes são os organismos
que não possuem núcleo definido, ou
seja, não possuem carioteca (membrana
que envolve o núcleo).
Eucariontes são os organismos que
apresentam núcleo delimitado pela
carioteca.
Bactéria: organismo com célula procarionte.
Fonte: Adaptado de http://www.cientic.com/
Célula do tecido nervoso (neurônio): um exemplo
de célula eucarionte.
Fonte: Adaptado de
http://www.pbslearningmedia.org
Obs.: As células acima estão com coloração fantasia e tamanhos ampliados para melhor
visualização e compreensão.
Nos organismos mais simples, unicelulares, a célula é o organismo. A morte
da célula significa a morte do organismo. Para seres pluricelulares, como é o caso
dos mamíferos, perder uma ou mais células, normalmente, não interfere nas
Célula eucariótica animal.
Fonte: Adaptado de http://www.cientic.com
atividades. Um organismo humano adulto, por exemplo, pode ser formado por
trilhões de células que se diferenciam em tamanho, função, normalmente de acordo
com a sua localização em nosso corpo.
Algumas dessas células, como por
exemplo, uma célula nervosa (neurônio)
pode atingir alguns centímetros de
comprimento, com um único núcleo.
Por outro lado, algumas células
musculares podem apresentar mais de um
núcleo.
Obs.: A célula ao lado é uma ilustração, por
isso apresenta coloração fantasia e tamanho
ampliado para melhor visualização e compreensão.
E há ainda as hemácias, células do nosso sangue, que são anucleadas.
Podemos dizer que as células são as menores estruturas que formam um
organismo e que cada uma delas funciona, em condições normais, de maneira
sincronizada.
O organismo humano é formado basicamente por dois tipos de células: as
diploides (2n) e as haploides (n).
As células diploides ou somáticas são as que compõem os tecidos, por
exemplo, os osteócitos, os neurônios, as hemácias.
Já as células haploides são as células sexuais (ou reprodutoras). No
organismo masculino essas células, quando adultas, recebem o nome de
espermatozoides. No organismo feminino as células sexuais são chamadas de
óvulos (ovócitos secundários).
Após o recebimento, a leitura e a discussão do texto os alunos serão divididos
em grupos e receberão uma representação (figura) de uma célula eucariótica
animal, e a representação de uma de suas principais organelas. Obs.: As figuras das
organelas foram retiradas e adaptadas do site http://www.cientic.com/.
Neurônio – célula nervosa.
Fonte: http://www.isurp.com.br/aula/ciencia/
Marcio/neuronio.jpg
Célula eucariótica animal
1= Nucléolo; 2= Núcleo Celular; 3= Ribossomos; 4= Vesícula; 5= Retículo Endoplasmático Granular;
6= Complexo Golgiense; 7= Citoesqueleto; 8= Retículo Endoplasmático Agranular; 9= Mitocôndria;
10= Vacúolo; 11= Citoplasma; 12= Lisossomos; 13= Centríolos; 14= Membrana Plasmática.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
Membrana Plasmática Núcleo e Membrana Nuclear
Membrana Nuclear Centríolos
Complexo Golgiense Mitocôndrias
Retículo Endoplasmático Agranular (Não
Granuloso)
Retículo Endoplasmático Granular (Granuloso)
Ribossomos Lisossomos
Além de livros didáticos que serão disponibilizados aos grupos, eles irão ao
laboratório de informática, pesquisarão sobre a célula eucariótica animal, com
ênfase nas partes: membrana plasmática, citoplasma e núcleo e respectivas
funções, a organela recebida pelo grupo, sua forma, textura e função. Farão as
devidas anotações.
Posteriormente, haverá a discussão sobre a construção de uma
representação tridimensional (maquete) de uma célula eucariótica animal,
destacando a construção de cada uma das partes e organelas que compõem essa
célula. A proposta é que se construa uma representação grande de célula animal,
onde os grupos devem trabalhar juntos para decidir de que forma se realizará a
atividade, valorizando desta forma o trabalho em equipe e possibilitando a troca de
experiências.
Certamente, surgirão muitas ideias para a construção coletiva da
representação tridimensional, mas uma sugestão para a confecção da célula é
utilizar massa de modelar caseira, como segue a receita abaixo.
RECEITA DE MASSA DE MODELAR
MATERIAL
4 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de sal
1 e ½ xícara de água
1 colher de (chá) de óleo
Corante ou tinta e pincel.
MODO DE FAZER
Numa vasilha, misturar todos os ingredientes, amassar bem até ficar boa para
modelar. Guardar em saco plástico ou vidro bem tampado.
Pode-se utilizar o corante na massa antes de amassar, de acordo com as
cores escolhidas para cada organela ou modelar as organelas e depois de secarem,
pintar com pincel e tinta colorida.
Outra alternativa à massa de modelar, é propor que os educandos procurem
materiais que se assemelham na forma, textura e proporção das organelas celulares
e criem organelas com materiais alternativos (por exemplo, botões, macarrão
parafuso, canudinhos, gel de cabelo, etc.).
Após a conclusão da representação tridimensional, cada grupo deve
apresentar aos demais a sua organela e função, e ao final de cada apresentação, os
educandos deverão, juntamente com o educador, avaliar se as organelas estão no
formato e textura correta e proporcional à célula elaborada por todos. Estes critérios
deverão ser utilizados para a avaliação do grupo, juntamente com a apresentação.
3.2 UNIDADE 2 – ENTENDENDO O NÚCLEO CELULAR
Para realizar essa atividade será utilizado o artigo Cromossomos, Gene e
DNA: Utilização de Modelo Didático, disponível no endereço eletrônico
http://geneticanaescola.com.br/wp-home/wp-content/uploads/2012/10/Genetica-na-
Escola-61-Artigo-03.pdf, que auxilia no ensino de conceitos básicos, para entender o
núcleo celular, como cromossomos, DNA, genes, nucleotídeos, bases púricas e
pirimídicas, pareamento de bases.
Será discutido com os educandos a função do núcleo celular, seus
componentes e as definições de cromossomos, gene e DNA. Após observação da
representação da célula eucariótica confeccionada por eles será proposta a
construção do material didático, que oportunizará a reflexão e auxiliará no
entendimento necessário dos conceitos em questão.
3.3 UNIDADE 3 – QUESTIONANDO O CÂNCER
Os educandos receberão um questionário com questões sobre o câncer para
ser detectado o conhecimento que cada um tem sobre as neoplasias.
O questionário a seguir, será respondido pelos educandos para posterior
retomada e análise sobre os conceitos que cada um tem sobre o assunto.
QUESTIONÁRIO
1) O que é câncer?
2) Quais fatores podem desencadear essa doença?
3) Câncer é uma doença hereditária?
4) Como ocorre essa doença?
5) Câncer é uma doença contagiosa? Por quê?
6) É uma doença que pode ser prevenida? De que maneira?
7) Pode ser curada? Como?
8) Qual é a relação entre câncer e ciclo celular?
9) Qual é a relação entre câncer e mutação?
10) Câncer é uma doença do DNA. O que você entende por isso?
3.4 UNIDADE 4 – RELAÇÃO ENTRE CICLO CELULAR E MUTAÇÃO
Será apresentado um vídeo sobre ciclo celular, disponível no site
http://www.youtube.com/watch?v=7C7Opp-Yfo4. Após a apresentação haverá uma
discussão sobre as possíveis dúvidas sobre o ciclo celular.
Posteriormente, será apresentado, um vídeo sobre mutação, disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=3pOH5_2taHc.
Será feita a discussão sobre a relação existente entre ciclo celular e
mutações.
3.5 UNIDADE 5 – MUTAÇÕES GÊNICAS E CÂNCER
Os educandos receberão o texto abaixo para ser discutido e utilizado como
subsídio para entender como as mutações gênicas são fatores determinantes das
neoplasias.
___________________________________________________________________
MUTAÇÕES GÊNICAS E CÂNCER
As alterações que ocorrem no material genético de um indivíduo são
chamadas de Mutações.
Elas ocorrem porque o material genético não permanece estático no interior
da célula, dessa forma, vários agentes mutagênicos, que podem ser de origem
física, química ou biológica podem causar alterações nesse material, que podem ser
benéficas ou causar anomalias ou doenças, como por exemplo, os variados tipos de
cânceres. É válido também lembrar que essas alterações podem ocorrer de forma
espontânea, ou seja, sem a interferência de um agente externo ou podem ser
induzidas.
As mutações que acontecem de forma espontânea, normalmente são
causadas por erros em mecanismos de controle dos organismos, por exemplo, o
mecanismo de síntese proteica, mesmo que isso ocorra muito ocasionalmente,
devido à existência de alguns fatores que podem inibir essa ocorrência, chamados
de mecanismos de reparação do DNA.
Já as mutações induzidas podem ser desencadeadas por exposição a
determinadas radiações (raios X, raios gama, radioatividade, por exemplo) e
substâncias químicas, como o gás mostarda, que potencializam as mutações que
ocorrem de forma espontânea. Essas alterações, ditas mutações, podem ocorrer
tanto em células somáticas, nesse caso, manifestando-se no indivíduo, não sendo
transmitida para os seus descendentes, como em células reprodutoras, situação em
que a mutação pode ser transmitida para os seus descendentes.
Segundo Griffiths et.al. (2009) “as células desenvolveram sistemas
sofisticados para identificar e reparar DNA danificado, impedindo assim a ocorrência
de mutações”. Porém, as mutações espontâneas ou induzidas podem ocorrer em
todas as células, visto que esse mecanismo de reparação, pelos mais variados
motivos, pode tornar-se falho.
As mutações que ocorrem pode ser classificadas em dois tipos:
cromossômicas, sendo estas estruturais ou numéricas, que afetam uma maior
porção do genoma, partes de um cromossomo, um cromossomo inteiro ou mesmo
conjunto deles; e gênicas, ou seja, mutações que alteram os nucleotídeos de um
gene, o que dá origem a uma nova versão do mesmo.
As mutações gênicas são as que ocorrem com maior frequência e podem
afetar tanto células somáticas quanto reprodutoras.
Para entender como essas mutações podem ocasionar um câncer é
importante saber quais são os genes envolvidos nos mecanismos neoplásicos.
Os dois principais genes envolvidos nesses processos são os oncogenes e os
genes supressores de tumor.
Os oncogenes, genes relacionados ao surgimento de neoplasias (malignas ou
benignas), visto que podem aumentar a proliferação celular, ao mesmo tempo em
que inibem a apoptose celular, são originados a partir da mutação dos proto-
oncogenes, genes responsáveis pelo controle das atividades celulares normais.
Já os genes supressores de tumor expressam proteínas que regulam de
forma negativa o ciclo celular.
Há dois tipos principais desses genes, os que regulam diretamente o ciclo
celular, portanto, apresentam maior suscetibilidade para o câncer, pois aumentam a
capacidade proliferativa da célula, e os que atuam no reparo de danos causados ao
DNA, estes últimos, que por si só não induzem ao surgimento de neoplasias,
facilitam a ocorrência de mutação nos primeiros tipos, o que pode acarretar o início
de uma carcinogênese.
___________________________________________________________________
3.6 UNIDADE 6 – CÂNCER E AS FORMAS DE TRATAMENTO: É
POSSÍVEL A CURA?
Será discutido com os educandos se eles acreditam que o câncer tem cura.
Serão levantados alguns questionamentos, como: “Quais cânceres têm cura? Por
quê? De que forma? Quando é possível a cura?”
Após esses levantamentos será apresentado o vídeo “Quais as novas
descobertas para o tratamento do câncer?”, disponível em
http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-ciencia/t/edicoes/v/quais-as-novas-
descobertas-para-o-tratamento-do-cancer-integra/1992945/.
Após a exibição do vídeo serão retomadas as questões iniciais da discussão
e discutidas outras questões apresentadas no vídeo sobre as novas formas de
tratamento do câncer: quimioterapia, radioterapia, cirurgia.
Serão apresentados alguns vídeos com pessoas que se curaram do câncer.
Reinaldo Gianecchini. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=xQLX0QxcxaU.
Neguinho da Beija-Flor. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=v2bofRrO17I.
Drica Moraes. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=HqDWaE_Cnd4.
Betty Lago. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=6qdy6dvOqng.
Herson Capri. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=_BNde4i2KV4.
3.7 UNIDADE 7 – PREVENÇÃO: A MELHOR FORMA DE TRATAMENTO
Será entregue para os educandos o folheto do INCA (Instituto Nacional do
Câncer), publicado no ano de 2004 e intitulado Dez dicas para se proteger do
câncer, que, certamente, ainda é válido atualmente.
1) Pare de fumar! Esta é a regra mais importante para prevenir o câncer.
2) Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer em pelo
menos 40%. Coma mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos
alimentos gordurosos, salgados e enlatados. Sua dieta deveria conter
diariamente, pelo menos, cinco porções de frutas, verduras e legumes. Dê
preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra virgem, óleo
de soja e de girassol, entre outros, lembrando sempre que não devem ser
expostos a altas temperaturas. Evite gorduras de origem animal (leite e
derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de frango etc.) e algumas
gorduras vegetais como margarinas e gordura vegetal hidrogenada.
3) Evite ou limite a ingestão de bebidas alcoólicas. Os homens não devem
tomar mais do que duas doses por dia, enquanto as mulheres devem limitar
este consumo a uma dose. Além disso, pratique atividades físicas
moderadamente durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.
4) É aconselhável que homens, entre 50 e 70 anos, na oportunidade de uma
consulta médica, orientem-se sobre a necessidade de investigação do câncer
da próstata.
5) Os homens acima de 45 anos e com histórico familiar de pai ou irmão com
câncer de próstata antes dos 60 anos devem realizar consulta médica para
investigação de câncer da próstata.
6) As mulheres, com 40 anos ou mais, devem realizar o exame clínico das
mamas anualmente. Além disto, toda mulher, entre 50 e 69 anos, deve fazer
uma mamografia a cada dois anos. As mulheres com caso de câncer de
mama na família (mãe, irmã, filha, etc.), diagnosticado antes dos 50 anos, ou
aquelas que tiverem câncer de ovário ou câncer em uma das mamas, em
qualquer idade, devem realizar o exame clínico e mamografia, a partir dos 35
anos de idade, anualmente.
7) As mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem realizar exame preventivo
ginecológico. Após dois exames normais seguidos, deverá realizar um exame
a cada três anos. Para os exames alterados, deve-se seguir as orientações
médicas.
8) É recomendável que mulheres e homens, com 50 anos ou mais, realizem
exame de sangue oculto nas fezes, a cada ano (preferencialmente), ou a
cada dois anos.
9) No lazer, evite exposição prolongada ao sol, entre 10h e 16h, e use sempre
proteção adequada como chapéu, barraca e protetor solar. Se você se expõe
ao sol durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga,
camisa de manga longa e calça comprida.
10) Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista
regularmente.
Cada uma das dicas será discutida com os educandos, incitando-os a
participar da discussão, apresentando suas considerações.
3.8 UNIDADE 8 – CÂNCER: HERDADO OU ADQUIRIDO?
O trabalho de elucidação sobre o câncer ser uma doença herdada ou
adquirida será realizado utilizando-se o texto do Instituto Oncoguia – CÂNCER
GENÉTICO, disponível em http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-
genetico/99/6/.
O texto será discutido e haverá a tentativa de sanar as possíveis dúvidas
apresentadas pelos educandos.
3.9 UNIDADE 9 – PESQUISANDO OS TIPOS DE CÂNCER
Os educandos serão divididos em oito grupos. Cada grupo ficará incumbido
de pesquisar um tipo de câncer, a saber: pulmão, mama, colo do útero, próstata,
cólon e reto, boca, estômago e leucemia.
Deverão pesquisar as possíveis causas, formas de detecção, tratamento e
prevenção.
Após a pesquisa, que será realizada no laboratório de informática, os grupos
confeccionarão cartazes com os resultados obtidos, farão a apresentação para os
demais e espalharão os cartazes pelo colégio.
3.10 UNIDADE 10 – PALESTRA: O VENENO NOSSO DE CADA DIA
Para finalizar o trabalho realizado será realizada uma Palestra com a
Professora Doutora Carmem Lucia de Mello Sartori Cardoso da Rocha, do corpo
docente da Universidade Estadual de Maringá, com o tema “O veneno nosso de
cada dia”. Serão convidados todos os educandos do colégio, bem como a
comunidade em geral.
Após a palestra, o questionário, da Unidade 3, será entregue aos educandos,
os mesmos farão as considerações sobre suas respostas iniciais e retomarão o
mesmo, expondo para o grupo se deve haver modificações em suas respostas e
quais são elas, explicando também o por quê.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É muito importante a assimilação de algumas definições prévias, como,
células, cromossomos, DNA, genes, para que haja o entendimento dos mecanismos
neoplásicos, possibilitando que se entenda que o câncer, um nome genérico, dado a
um conjunto de mais de 100 doenças, porém, que tem em comum a proliferação
anormal das células, pode, se não tratado, causar doenças gravíssimas e levar à
morte.
É necessário que se compreenda que não é uma doença atual, apesar de
muitos acreditarem ser uma doença da época moderna, que diferentemente de
tempos atrás, hoje, se diagnosticada precocemente, tem cura.
Há que se frisar, também, que estratégias de prevenção, tanto individual
quanto coletiva, são as formas mais eficazes no tratamento das neoplasias.
REFERÊNCIAS
Bactéria. Adaptado de http://www.cientic.com. Acesso em 08/08/2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer: INCA. Dez dicas para
se proteger do câncer, 2013. Disponível em
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=22. Acesso em 27/08/2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Oncoguia. Câncer Genético, 2013.
Disponível em http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-genetico/99/6/. Acesso
em 28/09/2013.
Célula do tecido nervoso. Adaptado de http://www.pbslearningmedia.org. Acesso
em 08/08/2013.
Célula eucariótica animal. Adaptado de http://www.cientic.com. Acesso em
08/08/2013.
Célula eucariótica animal. Disponível em http://pt.wikipedia.org. Acesso em
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FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lillian Lopes
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GRIFFITHS, Antony J. F. et al. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2009.
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Vídeo “Quais as novas descobertas para o tratamento do câncer?”. Disponível em
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Vídeo “Reynaldo Gianecchini e a emoção da volta”. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=xQLX0QxcxaU. Acesso em 20/08/2013.
Vídeo sobre ciclo celular. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=7C7Opp-
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http://www.youtube.com/watch?v=3pOH5_2taHc. Acesso em 31/08/2013.