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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Título: LINGUAGEM E SUAS DINAMICAS NO CONTEXTO ESCOLAR:

INTERAÇÕES ENTRE ORALIDADE E ESCRITA NA CONTEMPORANEIDADE

Autor: Ivonete da Silva Mânica

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Reinaldo Sass - Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Francisco Beltrão

Núcleo Regional de Educação: Francisco Beltrão

Professora Orientadora: Me. Daniela De Maman Instituição de Ensino Superior: Unioeste – Campus de Francisco Beltrão

Relação Interdisciplinar: História, Geografia, Artes.

Resumo:

Esta unidade didática por objetivo a realização de práticas pedagógicas de leitura que viabilizem o contato com textos escritos, e formas de comunicação oral como condição para o desenvolvimento da linguagem e de atribuição de sentido a leitura. Entendemos que ao proceder à escolha pelo tipo de gênero textual, o professor estará refletindo sobre as diferentes formas em que a língua é utilizada e seu contexto social. Neste sentido, busca-se utilizar diferentes gêneros discursivos para motivar a leitura, a escrita e a oralidade, dentre eles destacamos a leitura de imagens, canções, contos e outros. Os procedimentos metodológicos serão quatro “circuitos pedagógicos, "aprender", "entender", "responder" e "produzir". Por meio destes circuitos serão disponibilizadas situações de leituras silenciosas e orais acompanhadas de atividades didático-pedagógicas próprias do tema de estudo gêneros textuais com a finalidade de elaboração de conceitos por parte dos alunos envolvidos nestas situações de ensino.

Palavras-chave: Leitura; escrita; oralidade; linguagem.

Formato do Material Didático: Unidade Didática.

Público: Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental –

Anos Finais

APRESENTAÇÃO

Em nosso cotidiano no espaço social-histórico e nas atividades humanas,

encontramos diversos gêneros textuais. Mas o que é um gênero textual? Segundo

Marcuschi (2003), “os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente

vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem

para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades

sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação

comunicativa (...) os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da

ação criativa. Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos” (2003, p. 19).

Para Rojo (2005) colabora com a definição de Marcuschi (2003) e acrescenta

que o gênero é “como uma designação convencional e histórica para uma família de

textos que apresentam semelhanças e à possibilidade de analisar textos a partir de

tipos ou sequências textuais” (2005, p. 190).

Sobre a definição dos gêneros, podemos encontrar em qualquer contexto, qualquer forma de informação ou comunicação pode ser considerada um gênero

textual, eles servem para interagir com as pessoas, essa situação é evidenciada por

Bakhtin, que destaca “a interação verbal constitui assim a realidade fundamental da

língua” (1997, p. 123). Deste modo, em sala de aula podemos utilizar os mais

diversos gêneros textuais, porque eles sempre querem dizer alguma coisa.

Nosso trabalho pedagógico se realizará através da proposição de situações

de ensino que se caracterizam por Circuitos pedagógicos, os quais envolvem uma

dinâmica de aprendizagem dividida em quatro etapas: No circuito "aprender", serão

desenvolvidas atividades que instiguem os alunos a trabalhar o significado da leitura

para o seu cotidiano escolar e social.

No circuito "entender", será abordada a leitura como forma para se comunicar com o exterior.

No circuito "responder" a leitura será trabalhada como forma de aquisição de

informação e documentação.

No circuito "produzir" será utilizado formas didáticas através de atividades que

possibilitem aos alunos a ação de criar e objeto maior deste circuito são estimular o

imaginário pessoal.

Espera-se que ao final da implementação do projeto de intervenção os alunos

envolvidos nas atividades didático-pedagógicas tenham desenvolvido habilidades e

capacidades ligadas a oralidade e escrita de forma prazerosa. Iniciaremos o circuito com o Gênero Imagem, como todo gênero que manter

uma comunicação entre o emissor/receptor, informando acerca de um determinado

evento. Então vamos iniciar nossas atividades por imagens do nosso cotidiano, do

bairro, da cidade e procurar entender o que essas imagens nos dizem, qual a

comunicação emitida por elas.

PLANO DE AULA I Objetivo:

Apresentar aos alunos fotografias da cidade para que reconheçam os lugares

e possam fazer a leitura dessas imagens;

Mostrar aos alunos que a linguagem está presente em outros espaços e

momentos diferentes do encontrado na escola e na sala de aula. Metodologia: Aulas expositivas, imagens, pesquisas, visitas.

Gênero textual

São fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social.

Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as

atividades comunicativas do dia-a-dia. [...] Surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio-culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas. Sua

nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações

concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.

(MARCUSCHI, 2005, p.19 e 23) Ilustração: Ato ou feito de ilustrar; conjunto de conhecimentos; saber: homem

de notável. Imagem ou figura de qualquer natureza com que se orna ou elucida o texto de livros, folhetos e periódicos (grifos do autor).

A ilustração pode ser: narrativa ou informativa e tem como função pontuar,

descrever, narrar, ela é simbólica, expressiva/ética, estética, lúdica, metalinguística

(CAMARGO, 1995, p.33-40).

Entre a ilustração e a pintura existem diferenças:

– Ilustração sempre narra uma história e está ligada à temporalidade dos

fatos; está comprometida com a representação das formas e do universo tangível; o trabalho do ilustrador é elaborado conceitual e tecnicamente para ser reproduzido

em larga escala através da indústria; fruição através do livro; o ilustrador tem limites

e condicionamentos devido ao psiquismo infantil.

– Pintura: pode ser narrativa ou não; requer o conhecimento direto da obra

original em museus e galerias de arte; o pintor exerce total domínio sobre seu ofício

(OLIVEIRA, 1998, p.66-69).

Dentro desses conceitos, o trabalho em sala de aula com ilustrações, figuras,

imagens, pinturas, requer uma leitura, interpretação, reflexão e análise do contexto

em que ela ocorre, é rica em conteúdo para ser explorado despertando e motivando

o aluno para pensar, observar e produzir textos, relatos, desenvolvendo a

imaginação e a criatividade, além de ser diferente, instigante, motivador, fugindo em partes das aulas expositivas, com inúmeros textos para ler e resumir.

APRENDENDO SOBRE A CIDADE

Museu do Colonizador Fonte: http://pt.wikipedia.org/ Atividades 1) Observe atentamente a imagem e responda:

a) Você conhece este lugar?

b) O que você sabe sobre ele?

c) Você saberia dizer qual a importância deste monumento para a cidade? d) Se você conhece este museu, que informações ele traz para a sociedade?

Monumento Cultural na Cango (Francisco Beltrão-PR, Brasil) http://www.panoramio.com/photo/2704213

a) Você conhece esse monumento? b) Em que bairro está localizado?

c) O que o artista quis retratar?

d) Ele conta uma história, você saberia relatar um pouco dessa história?

Sugestão de Atividade Convidar a professora de História ou Geografia para dar uma aula sobre a

colonização ou ocupação territorial do município.

c) E esta cidade você conhece?

d) O que tem de comum entre as duas imagens?

e) Escreva uma redação sobre a cidade.

Sugestões de atividades Propor uma visita ao Museu do Colonizador - Parque Jaime Canet Junior.

Visitar o Monumento Cultural e descobrir mais sobre ele.

Trabalho em Grupo

Montar slides ou um mural com fotos da cidade tiradas pelos alunos e de

monumentos históricos, resgatando as mensagens e datas, partindo das mais

antigas para as mais recentes, apresentar os trabalhos oralmente e expor os

trabalhos.

Para saber mais...

HISTÓRIA DE FRANCISCO BELTRÃO

“Coração do Sudoeste” – assim denominado pela sua localização central na região, pela liderança econômica, política e populacional no Sudoeste do Paraná -, o município de Francisco Beltrão começou como “Vila Marrecas”. Sua transformação em cidade foi rápida. Em menos de cinco anos do início do povoado, sem nunca ter sido distrito, a vila era elevada à condição de sede do município, em dezembro de 1952.

O povoado começou a se formar em 1947, quando Damásio Gonçalves construía a primeira pensão (em frente à atual Praça da Liberdade) e abriam-se as primeiras “bodegas”, como a de Otávio Araújo, quase em frente à pensão. É que a Cango(Colônia Agrícola Nacional

General Osório), criada em 12 de maio de 1943 (Decreto nº 12.417, assinado pelo presidente Getúlio Vargas) e instalada provisoriamente em Pato Branco, estava chegando.

A pedido de Júlio Assis Cavalheiro e Luiz Antônio Faedo, proprietários da maior parte das terras da margem direita do rio Marrecas, um topógrafo da Cango (talvez Pedro Hyaudochen) traçava o primeiro mapa da futura cidade. Em 1947, Júlio Assis e Faedo começaram a vender e até doar lotes, quase todos padronizados em 22×44 metros. E o povoado foi crescendo rapidamente.

Em 1954 Francisco Beltrão transformava-se também em sede de Comarca. O desenvolvimento era grande, impulsionado pela extração da madeira e a agricultura. O que brecou o desenvolvimento foi a disputa de terras, entre posseiros e as companhias colonizadoras, resultando na histórica Revolta dos Posseiros, que abrangeu quase todo o Sudoeste, mas teve seu ponto culminante em Francisco Beltrão, que era a sede das companhias de terra Citla e Comercial. Dia 10 de outubro de 1957, milhares de posseiros tomaram conta da cidade e expulsaram as companhias, com todos os seus funcionários.

Fonte: http://franciscobeltrao.pr.gov.br/o-municipio/historia/

PLANO DE AULA II REFLEXÕES SOBRE O MUNDO Objetivo:

Trabalhar com o gênero textual "tirinhas", motivando os alunos para a leitura

reflexiva.

Apresentar diferentes formas de expressão facial.

Trabalhar tipos de balões, gramática e pontuação.

Conscientizar para a preservação ambiental. Metodologia: Aula expositiva, leitura, tirinhas, imagens.

O gênero textual (cartoon) é uma crítica (social, política, religiosa, etc.) universal,

atemporal e não perecível, expressa por meio de (uma (mais comum), duas ou três)

imagens sequenciadas. A imagem pode ser apresentada por meio de quadrinhos ou

em aberto, e pode utilizar balões e legendas como forma de expressão/construção.

Fonte: AMOP. Sequência Didática – Caderno Pedagógico 1, 2007. Cascavel: Assoeste. Costa Hübes, T. da C. (Org.).

Tirinha 1

Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br/

Atividades

1) Leia e observe a tirinha de Mafalda e responda:

a) Em sua opinião o que Mafalda ouviu no rádio?

b) Porque Mafalda pegou os cremes?

c) Que tipo de cremes ela pegou?

d) Para que ela usou os cremes? e) Qual era a intenção de Mafalda? Por quê?

f) Nas tirinhas os balões tem um significado para o texto. No segundo quadrinho

a mãe de Mafalda está:

( ) Falando alto

( ) Falando baixo ( ) Falando normal

g) O olhar de Mafalda enquanto ouvia a notícia do rádio era de:

( ) Espanto

( ) Indignação

( ) Felicidade

2) Solicitar aos alunos que tragam imagens, fotografias chocantes as sobre cidades,

planeta terra (essas imagens serão arquivadas numa pasta para o trabalho final).

Tirinha 2

Fonte: http://mundoletras2009.blogspot.com.br/2012/11/predicacao-verbal-objeto-direto-e.html

Atividades: 1) Leia atentamente a tirinha e responda:

a) Sobre o que Mafalda e Miguelito estão falando?

b) Na frase que Mafalda deu o exemplo: Qual o sujeito? E qual o

predicado?

c) O ponto de exclamação está em que quadrinho? E o de interrogação?

d) Porque a frase "esse lixo enfeia a rua" está entre aspas?

2) O lixo jogado na rua quando chove são levados pelos bueiros para os rios

da cidade.

Fonte: http://vejasp.abril.com.br/materia/lixo-sao-paulo-enchente

Atividades

a) Você joga lixo na rua?

b) Quais as consequências desse lixo?

c) O lixo jogado na rua é culpa de quem?

d) O prefeito é responsável pela limpeza da cidade?

e) Como é feita a coleta de lixo?

f) O lixo eletroeletrônico é: ( ) celulares, smartphones, tablets, Iphod, Iphone, computadores.

( ) televisores, batedeiras, liquidificadores, controles.

( ) Pilhas, baterias.

g) Você sabia que esses produtos não podem ser jogados no lixo comum?

h) Em que lugar estes produtos devem ser jogados?

i) Pesquise sobre reciclagem do lixo eletrônico e traga para a sala de aula, apresente sua pesquisa e o que é possível fazer com o lixo eletrônico.

j) Escreva uma redação sobre o lixo nas cidades e no mundo, causas e

consequências. PLANO DE AULA III Objetivos:

Trabalhar com o gênero canção.

Motivar os alunos para a leitura de imagens e para a compreensão do mundo a sua volta

Metodologia: aulas expositiva, letras de canções, aparelho de som, Tv pen driver,

data show, vídeos.

A canção é um gênero híbrido, de caráter intersemiótico, pois é resultado da conjunção de dois tipos de linguagens, a verbal e musical (ritmo e melodia). Defendemos que tais dimensões têm de ser pensadas, sob a pena de confundirmos a canção com outro gênero [...] Assim, a canção exige uma tripla competência: a verbal, a musical e a lítero-musical, sendo esta última a capacidade de articular as duas linguagens.

Fonte: COSTA, Nelson de Barros. As letras e a letra: o gênero canção na mídia literária, 2010, p.107. http://www.cj.uenp.edu.br/ch/congresso/2010/site/artigoss/01.pdf

1) Apresentar o vídeo

Canção Sal da Terra - Roupa Nova e Ivete Sangalo Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=bC5FLEAGW2w

O sal da Terra (Fragmento da letra)

[...] És o mais bonito dos planetas Tão te maltratando por dinheiro Tu que és a nave nossa irmã Canta, leva tua vida em harmonia E nos alimenta com teus frutos Tu que és do homem a maçã Vamos precisar de todo mundo Um mais um é sempre mais que dois Pra melhor juntar as nossas forças É só repartir melhor o pão Recriar o paraíso agora Para merecer quem vem depois [...]

Atividades 1) Após assistir ao vídeo e ler o fragmento da canção reflita e responda:

a) De que planeta o autor se refere? b) Na frase "E nos alimenta com teus frutos", o que o autor quis dizer?

c) Que indicação aparece na letra que contribui para melhorar a vida no

Planeta?

d) Na frase "Para merecer quem vem depois", sobre o que a canção está

falando?

e) Como poderíamos "Recriar o Paraíso"? De sua opinião:

2) Observe a Tirinha 3, a seguir e responda:

a) O que há de semelhante entre a canção e a tirinha de Mafalda?

b) Na tirinha, o que Mafalda gostaria de fazer com o mundo?

c) No segundo quadro qual ação executada por Mafalda?

d) Qual a opinião citada por Mafalda, que a mosca deixou sobre o mundo?

e) Disserte, escrevendo sua opinião a respeito do mundo atual e o que você gostaria ou poderia de fazer para melhorá-lo.

Tirinha 3

Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br/

Sugestão de Vídeo A natureza pede socorro Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DHqMmFzAjP8 Preservação ambiental.

Duração: 5:19 min.

Sugestão de atividades

Solicitar aos alunos que pesquisem notícias atuais sobre o mundo e tragam

para apresentar e discutir na sala de aula. Trazer recortes de revista e jornais para montar um mural sobre as ações

humanas (boas e ruins) no mundo (jardins, plantações, cuidado com

pessoas e animais, preservação, devastação das florestas, lixo, violência,

poluição e outras).

PLANO DE AULA IV Objetivo: Refletir sobre a escola e a educação através de leitura e interpretação.

REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO 1) Leia atentamente a tirinha e responda as questões:

a) Você saberia dizer quem é o nosso presidente? E o que ele faz? b) O que você pensa sobre o que aprende na escola? É importante? Serve para

sua vida? Para a utilização prática como citado na tirinha?

Fonte: http://clubedamafalda.blogspot.com.br/

c) Porque Susanita justificou com tanta veemência, o motivo para entregar a tarefa

para a professora?

d) Susanita estava falando a verdade ou mentindo? e) Você já ouviu dizer: "A mentira tem perna curta e a língua comprida", o que isso

significa? Explique:

Canção: Estudo Errado de Gabriel O Pensador Eu tô aqui pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater Sem recreiode saco cheioporque eu não fiz o dever. A professora já tá de marcação porque sempre me pega Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!" Então, dessa vez, eu vou estudar até decorar cumpádi Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde Ou quem sabe aumentar minha mesadaPra eu comprar mais revistinha (do Cascão?) Não. De mulher pelada A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!) A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão) Na hora do jornal eu desligo, porque eu nem sei nem o que é inflação - Ué não te ensinaram? - Não.

A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil Em vão, pouco interessantes, eu fico pu... Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!) Então, eu fui relendo tudo até a prova começar Voltei louco pra contar: Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (Boa, filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente E sei que o estudo é uma coisa boa O problema é que sem motivação a gente enjoa O sistema bota um monte de abobrinha no programa Mas pra aprender a ser um ingonorante Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir) Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste - O que é corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita. Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! Vamos fugir dessa jaula! "Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?) Não.

A aula Matei a aula, porque num dava Eu não aguentava mais E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!) Iiih... Sujô (Hein?). O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!) Achei que ia ser suspenso, mas era só pra conversar E me disseram que a escola era meu segundo lar E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano Não tenho outra saída Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida Discutindo e ensinando os problemas atuais E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais Com matérias das quais eles não lembram mais nada E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada Encarem as crianças com mais seriedade Pois na escola é onde formamos nossa personalidade Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios. Quem devia lucrar só é prejudicado Assim vocês vão criar uma geração de revoltados

Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio. Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio... Juquinha, você tá falando demais assim... eu vou ter que lhe deixar sem recreio! Mas é só a verdade professora! Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego. Fonte: http://letras.mus.br/gabriel-pensador/66375/

Atividades

1) Leia com atenção a letra da canção "Estudo errado" de Gabriel O Pensador.

a) Sobre o que a canção fala?

b) A canção fala da realidade ou é apenas imaginação do cantor? c) Você concorda com a opinião do autor?

d) A canção é direcionada para quem? Pais, alunos, professores?

2) Pesquisar e trazer para a aula:

a) O que é inflação?

b) O que é corrupção.

c) Para que serve um deputado?

d) O Brasil foi descoberto por acaso?

e) A minhoca é hermafrodita?

f) O que é uma ameba?

3) No texto tem palavras e frases em negrito, escreva o que você entendeu de cada uma delas.

Sugestão de Atividades Trabalhar diversidade linguística, dialeto, vocabulário regional

Texto para leitura e compreensão

O Brasil foi o país que apresentou a maior evolução em matemática nos últimos anos,

mas ainda assim ocupa uma das últimas posições. O país ficou em 58º lugar entre 65

nações. Em matemática, o Brasil obteve 391 pontos. Já no ranking da leitura, o país

ficou com a 55ª posição (410 pontos). Em ciências, o Brasil obteve 405 pontos, e ficou na 59ª posição. Na média geral, o país registrou 402 pontos (veja o ranking geral). A

prova é feita por estudantes de 15 anos de idade matriculados na rede pública ou

privada de ensino a partir do 7° ano do ensino fundamental.

Documentário: http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/v/educacao-no-brasil-melhora-mas-ainda-ocupa-ultimas-posicoes-em-ranking-mundial/2995616/

Atividades

1) Você já participou de alguma avaliação de ensino (Provinha Brasil, Olimpíadas

de Matemática)?

2) Em sua opinião porque a maioria dos alunos vai mal nessas avaliações?

Avaliação Para o encerramento das atividades será feito um mural com exposição de cartazes

e textos sobre a cidade (imagens de pontos turísticos e dos problemas urbanos),

mostrando os pontos bons e ruins e como devemos agir para cuidar da cidade. Cartazes sobre imagens do lixo, lixo eletrônico e cuidados com o meio ambiente,

com textos explicativos.

Cartazes sobre a educação com opinião dos alunos de como deveria ser e como a

escola poderia melhorar a motivação e atração dos alunos para os conteúdos.

BIBLIOGRAFIA

CAMARGO, Luís. Ilustração do livro infantil. Belo Horizonte: Lê, 1995

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: Definição e Funcionalidade: In DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Ana Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Orgs.). Gêneros Textuais & Ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

OLIVEIRA, Rui. A arte de contar histórias por imagens. Presença Pedagógica, v.4, n.19, p.63-74, jan/fev 1998.

ROJO, Roxane. Gêneros do discurso e gêneros textuais: questões teóricas e aplicadas. In: MEURER, José. L.; BONINI, Adair; MOTHA-ROTH, Désirée. (Orgs.). Gêneros: teorias, métodos e debates. São Paulo: Parábola Editorial, 2005, p. 184-194.

MARTINY, Franciele Maria; BORSTEL, Clarice Nadir Von. Os gêneros textuais emergentes e o internetês. IV Congresso Internacional das Linguagens – URI / Erechim / RS, maio / 2010. Disponível em: http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_010/artigos/artigos_vivencias_10/t6.htmAcesso em: 10 out. 2014