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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

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A PRÁTICA DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS PARA

MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA

Autora: Luciane Regina Valenga1

Orientadora: Professora Doutora Akemi Teramoto Camargo2

RESUMO.Este artigo apresenta um relato da implementação do projeto inserido no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)-SEED/UEPG, sobre o tema "A prática de hábitos alimentares saudáveis para a melhoria na qualidade de vida", realizado com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Maria Loiola Guimarães, do município de Ortigueira-PR. O trabalho tem com objetivo de conhecer, analisar e refletir sobre os hábitos alimentares desses alunos, e posteriormente pretende-se a intervenção com ações que contribuam para a reeducação alimentar, conscientizando-os e propondo uma alimentação saudável como princípio de uma vida com qualidade.Para que a aprendizagem seja significativa foram realizadas atividades em sala de aula como a produção de cartazes, textos, paródias, teatros, jogos, entre outros. Estas ferramentas possibilitam aos alunos envolvidos compartilharem seus conhecimentos adquiridos com os demais alunos da escola, comunidade escolar e, ainda em casa, com familiares e vizinhos, fazendo com que as atitudes saudáveis aprendidas em relação à alimentação sejam multiplicadas e possam melhorar a qualidade de vida de todos. O desenvolvimento das atividades com os adolescentes proporcionou momentos de discussões e reflexões relevantes. O interesse demonstrado pelos alunos sugere que, embora esta fase da vida possa ser muito conflituosa, adolescentes também são capazes de participar ativamente quando estimulados. Palavras-chave: Alimentação saudável. Qualidade de vida. Saúde. Reeducação Alimentar

INTRODUÇÃO

A prática de atitudes simples e saudáveis, como hábitos alimentares com

ingestão de alimentos ricos em nutrientes e vitaminas, pode ser realizada no dia a

dia para melhorar o desempenho escolar, aumentando tanto a disposição quanto à

concentração dos estudantes.

Hábitos alimentares saudáveis proporcionam ao organismo humano

condições para uma vida saudável, exercem grande influência sobre a saúde, o

crescimento e o desenvolvimento dos indivíduos. As transformações corporais,

hormonais e até mesmo as comportamentais ocorridas na adolescência têm efeito

sobre o comportamento alimentar, influenciados por uma série de fatores

relacionados a autoimagem, valores, preferências, hábitos familiares, amigos, regras

sociais, culturais, mídia, entre outros.

1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. E-mail de contato: [email protected] ou [email protected] 2 Orientadora PDE da Universidade UEPG(Dep. de Biologia Geral). E-mail de contato:

[email protected]

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Na fase da adolescência, características como o crescimento físico pode

apresentar alta vulnerabilidade para deficiências nutricionais e constitui-se também,

em um período de risco para o desenvolvimento de obesidade e doenças crônicas

na vida adulta. Aliás, uma grande parcela da adolescência descarta a real

importância de seus hábitos alimentares e , por conseguinte, desconhecem a

potencial nocividade de tal atitude.

O estudo e a prática da alimentação saudável na fase da adolescência fazem

com que os adolescentes procurem analisar e refletir sobre seus hábitos

alimentares, buscando uma alimentação saudável, respeitando suas culturas e

costumes alimentares. Mostrar qual é a forma de se ter uma alimentação saudável,

sua influência no desenvolvimento da saúde e nutrição, ou seja, faz-se necessário

que esse tema seja abordado de forma contínua, visto que os alunos têm acesso às

informações, mas é indispensável que seja retomado para que realmente sejam

incorporados aos seus hábitos diários.

Para Azevedo (2004) a contextualização na resolução de situações-

problemas proporciona "a participação do aluno de modo que ele comece a produzir

seu conhecimento por meio da interação entre pensar, sentir e fazer, além do

conhecimento de fatos e conceitos adquiridos nesse processo". Dessa forma, o

assunto torna-se mais atrativo, pois traz o conforto das informações prévias com as

que estão sendo apresentadas.

Para a área do Ensino de Ciências, o estudo sobre “Hábitos Alimentares”

desenvolvido, contemplou os conteúdos sobre Nutrição no oitavo ano do ensino

fundamental, pois a nutrição é o conjunto de processos integrados que envolvem a

digestão, a respiração, a circulação e a excreção, no qual se trabalha o valor

nutricional dos alimentos, a importância da alimentação e dos nutrientes para as

funções vitais, bem como as doenças causadas pela deficiência dos mesmos e sua

prevenção.

Este trabalho objetivou analisar e refletir sobre os hábitos alimentares dos

alunos por meio de questionário aplicado na turma e, a partir dos resultados,

elaborar atividades em sala de aula sobre Nutrição e alimentação saudável, além de

propor a prática de uma educação alimentar saudável como fonte de vida com

qualidade, já, que torna as aulas interessantes e úteis para o dia a dia dos

adolescentes, por se tratar de um assunto extremamente importante para o

desenvolvimento dos mesmos.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. HÁBITOS ALIMENTARES

As mudanças biológicas, psicológicas, cognitivas e sociais que ocorrem

intensamente na adolescência interferem de forma dinâmica no comportamento

alimentar do adolescente (STORY, 1984 apud VITOLO, 2008 p. 291).

Os hábitos das pessoas de todas as partes do mundo têm sido influenciados

por convicções e valores culturais, religião, clima, localização regional, agricultura,

tecnologia, situação econômica, etc. Consequentemente, os hábitos alimentares

variam de país para país e de região para região dentro de um mesmo país

(MEDVED, 1981 apud ABREU, et. al, 2001).

O comportamento alimentar pode ser entendido, levando-se em consideração

a inter-relação de vários fatores que influenciam de maneira direta e/ou indireta com

a faixa etária de adolescentes. Existem fatores externos, constituídos pela família,

amigos, pelas normas, valores sociais, culturais, pela mídia, "fast foods",

conhecimentos de nutrição e por manias alimentares. Existem os fatores internos,

constituídos pelas necessidades e características psicológicas, imagem corporal,

valores e experiências pessoais, autoestima e desenvolvimento psicológico.

Esses fatores estão atrelados ao sistema sócio-político-econômico, à

disponibilidade de alimentos, à produção e ao sistema de distribuição que levam

determinado estilo de vida, acarretando o hábito alimentar individual (SCHAFER e

YETLEY, 1975; STORY, 1984 apud VITOLO, 2008, p.291)

1.1 Influência da Família nos Hábitos Alimentares

Segundo Vitolo (2008) a situação nutricional da criança brasileira em

conformidade com publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), o qual apresenta o resultado das medidas antropométricas de crianças e

adolescentes de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares feita no período

de julho de 2002 a junho de 2003 em todo o Brasil:

Em face da necessidade de informações detalhadas sobre as condições de vida a partir do consumo, especialmente das famílias de menor renda, incluíram no âmbito da pesquisa as áreas rurais e foram investigadas as

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aquisições não-monetárias. A identificação de desigualdades no estado nutricional das crianças relacionadas às diferenças nas condições socioeconômicas e das condições de vida das famílias é fundamental para o desenvolvimento e a avaliação de políticas públicas voltadas para a equidade da saúde. Estudos feitos em diversas regiões brasileiras comparando o estado nutricional das crianças entre grupos de renda de escolaridade dos pais indicam que as crianças de famílias com piores condições socioeconômicas apresentam riscos significativamente maiores de baixo peso e retardo de crescimento (VITOLO, 2008 p.182)

A família é a primeira influência nos hábitos alimentares e a mais direta, seja

pela escolha dos alimentos, ou pelo ambiente que proporcionam durante as

refeições, Gambardella et al. (1999) dizem que “a família é a primeira instituição que

tem ação direta sobre os hábitos do indivíduo à medida que se responsabiliza pela

compra e preparo dos alimentos em casa, transmitindo dessa forma seus hábitos

alimentares à criança”.

Quando se analisam a relação dinâmica familiar e o comportamento alimentar, observa-se quanto as relações podem influenciar positiva ou negativamente o hábito alimentar, principalmente na fase complexa da vida que é a adolescência. Adolescentes cujo relacionamento familiar é desarmônico, baseado na rigidez e no autoritarismo dos pais, frequentemente utilizam o alimento como um veículo para expressar sua rebelião conta os mesmos. Com isso, desenvolvem-se práticas alimentares erradas, como aversão e recusa alimentar, dietas excêntricas, regimes alimentares e omissões de refeições. O mesmo acontece quando os pais são muito permissivos, sendo o alimento um reflexo da insatisfação interna do adolescente com a falta de limites. Os pais deveriam ser aconselhados a permitir a independência dos filhos, mas proporcionar um ambiente físico e emocional que facilite o desenvolvimento saudável do adolescente e que o adapte às novas escolhas. (STORY, 1984 apud VITOLO, 2008, p.293.)

Os adolescentes passam por um processo de independência crescente com

relação aos hábitos alimentares, e por esse motivo, as tentativas para auxiliá-los na

melhoria de seu estado nutricional devem ser cuidadosas. Faz-se necessário,

primeiramente, verificar a demonstração de interesse do adolescente para a

mudança. Diante disso, estimular o desejo de mudar deve ser uma tarefa contínua e

requer o desenvolvimento de atividades que oportunizem conhecimento, mudança

de comportamento e de atitudes aos adolescentes. A família deve ajudar no

processo de mudança, adquirindo também bons hábitos alimentares, e assim atuar

como encorajadores nesse processo.

1.2 Influência da Escola nos Hábitos Alimentares

A educação nutricional é essencial e deve basear-se em um processo ativo,

lúdico e interativo, em que educar consiste em ensinar e treinar, motivando as trocas

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entre o aluno e o educador por meio de palavras de fácil compreensão, aliada a um

ambiente favorável ao aprendizado (JORGE e PERES, 2004 apud SILVEIRA,

ANDRADE e GUIMARÃES, 2009).

Quando ingressam na escola, as crianças tornam-se mais independentes em

relação à escolha dos alimentos, pois, passam a conhecer alimentos diferentes

daqueles que já estavam habituadas no meio familiar, assim sendo, é importante a

orientação para que possam fazer as melhores escolhas alimentares.

Para que realmente o aluno entenda a importância de uma alimentação

saudável, torna-se essencial que lhe seja propiciado reflexões que auxiliem na

sistematização do conhecimento por meio da interação entre pensar, sentir e fazer.

Desta forma, o discente deixará de ser apenas um observador e passa a participar

ativamente, argumentando, expondo suas opiniões e dúvidas. Santos (2005)

salienta a “importância de estimular os alunos a conhecerem, valorizarem e

aceitarem novos alimentos, adquirindo boas práticas alimentares”.

As Diretrizes Curriculares de Ciências do Estado do Paraná (DCE) fazem a

importante relação entre o conhecimento prévio do aluno e o conhecimento

científico, onde há o reconhecimento que é preciso envolver os alunos, discutindo

seus próprios hábitos de consumo de forma que se conscientizem da necessidade

de melhorá-los.

A apropriação do conhecimento científico pelo estudante no contexto escolar implica a superação dos obstáculos conceituais. Para que isso ocorra, o conhecimento anterior do estudante, construído nas interações e nas relações que estabelece na vida cotidiana, num primeiro momento, deve ser valorizado. Denominam-se tais conhecimentos como alternativos aos conhecimentos científicos e, por isso, podem ser considerados primeiros obstáculos conceituais a serem superados. (PARANÁ, 2008, p.60)

2. QUALIDADE ALIMENTAR

Contento et al. (1988 apud VTOLO, 2008, p.291) referem que a análise do

hábito alimentar de adolescentes, deve considerar diferentes subgrupos ou

segmentos, que diferem nas variáveis que motivam a escolha dos alimentos. Ora há

adolescentes que são influenciados pelo hábito alimentar de amigos, ora há os que

apresentam críticas aos mesmos.

É importante ressaltar que, muitas vezes, os adolescentes têm o conhecimento adequado sobre nutrição e sobre quais seriam as atitudes

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saudáveis nesse campo, mas tem dificuldades de se sobrepor as barreiras que os impedem de agir de acordo com o que “deveriam”. Acrescenta-se ainda a associação psicossocial, inconsciente, de atividades prazerosas, como estar com os amigos, shopping, parques, bares com alimentos do tipo junkfood. Por outro lado, as atividades “chatas” (estar em casa, estar com os pais) estão associadas aos alimentos considerados saudáveis. (SPEAR, 2002 apud VITOLO, 2008, p.292)

Grande parte da população desconhece, ou quando conhece, por cultura ou

descuido, deixa de praticar uma alimentação saudável. Segundo Oliveira (2007), a

alimentação e a consequente nutrição são fatores que embasam e garantem o pleno

desenvolvimento físico e intelectual de cada pessoa e, consequentemente, sua

qualidade de vida.

O organismo humano precisa de consumo diário e contínuo de alimentos, em

qualidade e quantidade capazes de suprir todas as necessidades e o funcionamento

normal. É necessário verificar e dar importância ao valor nutricional do que se come.

A falta de conhecimento sobre alimentação, nutrição, sua importância para o

desenvolvimento físico, mental e para a qualidade de vida induz as pessoas ao não

desenvolvimento de bons hábitos alimentares e, consequentemente, ao

aparecimento de problemas relacionados à alimentação. Assim, é necessário

discutir e propor medidas de prevenção em educação alimentar (OLIVEIRA, 2007).

METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Maria Loiola Guimarães,

ensino fundamental, localizada no município de Ortigueira, Paraná, com alunos do 8º

A do ensino fundamental. O projeto de intervenção pedagógica foi apresentado aos

professores, direção, equipe pedagógica e demais funcionários da escola, na

semana pedagógica do início do ano letivo 2014 para que todos ficassem cientes e

conhecessem o trabalho a ser desenvolvido. Na primeira semana de aula, o mesmo

trabalho foi feito com os alunos que participariam da realização do projeto.

O desenvolvimento das ações aconteceu em 32 horas-aula, práticas e

teóricas, no conteúdo sobre “Alimentação Saudável,” distribuído em quatro aulas

semanais em contraturno.

Como início do trabalho na turma, foi aplicado um questionário para 27 alunos

do 8º A, com faixa etária de 12 a 14 anos, tendo a prévia autorização dos pais para

sondagem diagnóstica de seus hábitos alimentares, destacando os tipos de

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alimentos mais consumidos durante suas refeições diárias e quais as doenças mais

conhecidas relacionadas à alimentação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para conhecer um pouco da realidade dos alunos, a primeira pergunta foi

relacionada ao horário que levantam, pois, a escola recebe muitos alunos oriundos

da zona rural, o que leva os alunos a levantarem muito cedo para pegar o transporte

escolar. Feita a tabulação das respostas do questionário aplicado, percebeu-se que

34% dos alunos acordam entre 5 a 6 horas da manhã (zona rural) e 53% acordam

entre 6 a 7 horas (residem próximo a escola).

Figura 1: Que horas os alunos acordam.

entre 4 a 5 horas

3%

entre 5 a 6 horas34%

entre 6 a 7 horas53%

após 7 horas10%

Que horas você acorda?

Fonte: Arquivo do autora, 2014

Quando perguntados se costumavam tomar café da manhã, 50% toma café

da manhã todos os dias, 39% algumas vezes e 11% não tomam café da manhã,

este dado foi relevante e preocupante, pois, sabe-se que o café da manhã é a

primeira refeição do dia e fundamental para o organismo. Segundo Gambardella et

al. (1999), a ausência dessa refeição pode inviabilizar a elevação da glicemia

necessária às atividades matinais, e uma possível deficiência de cálcio uma vez que

é nessa refeição que se concentra o maior consumo de alimentos fontes desse

mineral, principalmente no leite integral.

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Figura 2: Pergunta sobre o costume de tomar café da manhã.

sim50%

não11%

as vezes39%

0%

Você costuma tomar café da manhã?

Fonte: Arquivo do autora, 2014

Observou-se que quando perguntados se comem a merenda escolar: 3%

responderam que comem todos os dias, 64% algumas vezes e 33% não a comem,

alegando não gostarem das merendas servidas no intervalo.

Figura 3: Pergunta se os alunos comem a merenda escolar.

sim3%

as vezes64%

não33%

0%

Você come a merenda escolar?

Fonte: Arquivo do autor, 2014

Com relação ao almoço e jantar uma média de 70% almoça e janta todos os

dias e 30% às vezes, ainda sobre essas duas refeições, observa-se a

predominância no consumo de arroz e feijão, o consumo de saladas e carne

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vermelha também é considerável, porém o peixe (3%) e os legumes (4%), ainda

são pouco consumidos entre os adolescentes.

Figura 4: Que tipo de alimento os alunos costumam ingerir no almoço e jantar.

arroz21%

feijão17%

massas7%

saladas16%

legumes4%

carne bovina e suina14%

carne de frango

15%

peixe3%

outros3%

Que tipo de alimento costuma ingerir no almoço e jantar?

Fonte: Arquivo do autora, 2014

Como mostra a figura 5, o consumo de líquidos ingeridos durante as refeições

é de 36% refrigerantes, 30% suco artificial, 15% água, 14% suco natural e 5% não

tomam líquido junto às refeições.

Figura 5: Se os alunos costumam ingerir liquido junto com as refeições

água14%

suco em pó com açucar

30%suco natural14%

refrigerante36%

não tomo nenhum líquido

3%outro

3%

Costuma ingerir líquido junto com as refeições?

Fonte: Arquivo da autora, 2014

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Quando perguntados sobre a quantidade de água que ingerem por dia: 10%

ingerem um copo por dia, 83% ingerem entre 3 a 5 copos, 7% mais que 5 copos por

dia. Dessa maneira, considera-se baixo este consumo, pois, o ideal é de 2 litros de

água por dia, logo, está longe de ser atingido.

Figura 6: Média de água ingerida pelos alunos durante o dia

1 copo6%

de 3 a 5 copos52%

mais de 5 copos42%

0%

Qual a média de água que ingere por dia ?

Fonte: Arquivo da autora, 2014

Já, sobre o lanche da tarde: 43% fazem pelo menos uma vez, 42% não

fazem lanche durante a tarde, 15% fazem mais que uma vez ingerindo com maior

frequência salgados (48%), bolachas (39%), doces (10%) e outras guloseimas (3%).

Figura 7: O que os alunos ingerem nos lanches da tarde

salgados48%

bolachas39%

doces10%

outros3%

O que ingere nos lanches a tarde?

Fonte: Arquivo da autora

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Além disso, também foi perguntado sobre a presença de algumas doenças

relacionadas a alimentação e, observou-se as doenças existentes em familiares dos

entrevistados, sendo que a pressão alta e a diabete são as doenças mais

frequentes, sendo que, 46% tem algum familiar com hipertensão, 28% tem alguém

na família com diabetes, 3% com colesterol alterado e obesidade e 20% não

souberam responder.Essas doenças podem estar relacionadas à prática errônea

dos hábitos alimentares.

Figura 8: Doença nas famílias relacionadas com a alimentação

diabetes28%

Pressão alta46%

obesidade3%

colesterol elevado

3%

Não sei20%

Existe alguem na família que apresente alguma dessas doenças?

Fonte: Arquivo da autora, 2014

Já, com a análise dos dados coletados, deu-se início aos encontros em

contraturno com as seguintes atividades:

Investigação do conhecimento: nessa atividade os alunos responderam algumas

questões abertas sobre o tema abordado, partindo do seu conhecimento prévio, bem

como o porquê de alimentar-se, o porquê de sentir fome, o que significa para eles ter

uma alimentação saudável e elaboraram desenhos junto com colagens de revistas

sobre sua preferência alimentar. Posteriormente houve a realização das atividades

num grande grupo, foram expostos os desenhos, relatadas e analisadas as

respostas obtidas, valorizando seus conhecimentos prévios e visando uma evolução

do assunto nas atividades futuras.

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Figura 9: Trabalhos produzidos pelos alunos, sobre o que mais gosta de comer

Fonte: Arquivo da autora, 2014

Elaboração do Cardápio Semanal: foi distribuída aos alunos uma agenda

elaborada pelo professor, na mesma os alunos preencheram com os alimentos

consumidos por eles em todas as refeições do dia no período de uma semana. Após

uma semana, os alunos apresentaram à turma seus relatos, sendo observado seus

hábitos alimentares, bem como, a importância de uma alimentação variada e

colorida para a saúde, além das possíveis consequências que uma alimentação

inadequada pode causar no organismo.

Figura 10: Cardápio para relatar as refeições dos alunos por uma semana

Fonte: Arquivo da autora, 2014

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Palestra com Nutricionista e Enfermeiro: Com o apoio da Prefeitura Municipal, o

qual cedeu uma Nutricionista e um Enfermeiro para ministrar palestra, enfatizando a

importância de hábitos alimentares saudáveis, mostrando a importância dos

nutrientes, e as consequências para o organismo a ingestão de alimentos

prejudiciais a saúde. Em seguida, o enfermeiro falou sobre as doenças relacionadas

a alimentação, além de comentar sobre bulimia e anorexia. Os alunos fizeram

algumas perguntas aos profissionais, que as responderam, esclarecendo as

dúvidas apresentadas. Os alunos também elaboraram relatórios que formam

entregues posteriormente, no qual demonstraram terem gostado das palestras e que

a mesma servirá para seu cotidiano, além de poderem compartilhar com seus

familiares.

Figura 11: Palestra sobre alimentação saudável e saúde

Fonte: Arquivo da autora, 2014

Conhecendo sobre Nutrientes: A proposta desta atividade foi levar os alunos até a

biblioteca escolar para a pesquisa dos diferentes tipos de nutrientes, suas funções e

em quais alimentos são encontrados. Houve também a oportunidade de utilizar o

laboratório de informática, que viabilizou ainda mais a pesquisa. A turma foi dividida

em grupos, onde cada grupo pesquisou um tipo de nutriente e, posteriormente,

elaborou cartaz com as informações obtidas, apresentou em um grande grupo com

objetivo de socializar seus conhecimentos junto dos demais participantes do projeto.

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Figura 12 : Pesquisa sobre nutrientes realizada no laboratório de informática da escola.

Fonte: Arquivo da autora, 2014

Doenças relacionadas à alimentação: No laboratório de informática, em grupos, os

alunos pesquisaram doenças relacionadas a uma alimentação inadequada, tais

como: diabetes, colesterol, hipertensão, obesidade, bulimia, anorexia e anemia;

fazendo anotações das suas consequências para o organismo, e o que se pode

fazer para prevení-las. Cada grupo escolheu também uma imagem para representar

a doença pesquisada, que foram montadas em folhas de sulfite e apresentado aos

demais colegas, que gerou uma troca de informações úteis para cada um, bem

como para os seus familiares.

Figura 13: Resultado da pesquisa sobre doenças relacionadas a má alimentação

Fonte: Arquivo da autora, 2014

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Roda de leitura: Foi disponibilizado o texto “Dieta dos brasileiros é pobre em

nutrientes e rica em calorias”, do qual os alunos fizeram leitura coletiva e reflexão,

onde destacaram o que mais lhes chamou atenção no texto, quais as consequências

para nossa saúde do baixo consumo de vitaminas e cálcio e o porquê da

necessidade de melhorar a prática alimentar. Dessa forma, instigando-os a

pesquisar de quais são os malefícios do refrigerante, doces e salgadinhos para a

saúde.

Pirâmide alimentar: Apresentou-se aos alunos a pirâmide alimentar tradicional,

informando-os que ele é o guia de informações nutricionais mais conhecido no

mundo, explicou-se sua formação a distribuição gráfica dos alimentos na pirâmide.

Também foi apresentada a nova pirâmide alimentar, explicando suas mudanças e

inovações, bem como a recomendação da prática regular da atividade física,

promovendo um estilo de vida saudável. Para complementar o estudo sobre a nova

pirâmide alimentar, foi exibido um vídeo "Pirâmide Alimentar"3. Após assistirem ao

vídeo, em um grande grupo, foi feito um debate, fazendo as considerações sobre as

mudanças observadas entre os modelos de pirâmides alimentar, quais vantagens e

se ingere adequadamente os alimentos. Em grupos, fizeram recortes de revistas e

jornais para elaboração da nova pirâmide em cartaz, explicando as mudanças

realizadas, e os benefícios para o organismo de se ter uma alimentação saudável

aliada à prática de atividades físicas. Após terem aprimorado seus conhecimentos

sobre a pirâmide alimentar, os alunos foram encaminhados ao laboratório de

informática, para uma competição com um jogo da pirâmide alimentar4, cada aluno

jogava e sua pontuação era anotada no quadro de giz, para ver qual grupo

conseguia o maior número de acertos na colocação dos alimentos na pirâmide

alimentar, os alunos divertiram-se e ao mesmo tempo ampliaram seus

conhecimentos. Concluiu-se esta atividade com a participação de um professor de

educação física da escola, que além de explicar sobre a importância da prática de

atividade física, realizou com os alunos exercícios práticos de alongamentos.

Análise dos rótulos de Alimentos: Para realização desta atividade, foi solicitado

antecipadamente aos alunos, para que trouxessem rótulos de embalagens de

alimentos variados. Ao iniciar o trabalho com as embalagens, foi trabalhado com os

3 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FiSFe7frsjA

4disponível em www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=339

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alunos o texto "Entendendo sobre as informações dos rótulos", pois é fundamental

conhecer as propriedades dos alimentos consumidos, explicando o significado de

cada item contido nos rótulos dos alimentos. A turma foi dividida em grupos e, em

seguida receberam uma ficha para cada rótulo, na qual deveriam colá-lo e preencher

a ficha com o nome junto com as informações do produto, além de analisar se as

informações contidas no rótulo. Desta forma, justificando-se se o uso do produto é

saudável e se pode ser consumido livremente sem nenhuma restrição. Com essa

atividade, os alunos relataram que, a partir de agora irão prestar mais atenção nas

informações contida nas embalagens.

Jogo Batalha Naval: As atividades lúdicas motivam a aprendizagem e despertam o

interesse dos alunos, melhorando seu desempenho na aprendizagem. Para essa

atividade o professor deverá elaborar previamente o material a ser utilizado em sala

de aula, tais como: folhas em EVA com cores variadas, papel cartão ou sulfite, cola

e clips. A confecção de um painel em EVA, nos moldes do jogo da batalha naval -

vertical, números de 1 a 5 e na horizontal, letras de A à E, foram colados 25 "bolsos"

quadrados c no painel, dentro de cada bolso foi distribuído aleatoriamente 15

cartões com perguntas sobre os nutrientes, 6 cartões com desenho de "bombas",

que significa que a equipe perderá pontos, e 4 cartões "passa a vez", onde a equipe

perderá a vez de jogar. Em seguida, os alunos foram divididos em duas equipes,

fazendo a escolha da equipe que começará o jogo (par ou impar); a equipe

escolherá a letra e o numero do painel, que, se for uma pergunta terá um tempo

para responder, acertar e ganhar ponto, ou errar e somar ponto para equipe

adversária, passando a vez para próxima equipe; se a escolha for bomba, o ponto

também será da equipe adversária; se a ficha for "passa a vez", a equipe adversária

terá a chance de escolher novamente no painel, vencendo o jogo a equipe que

obtiver maior pontuação. Para maior estímulo, os alunos que acertaram as

respostas, foram premiados com alguns brindes como lápis, canetas, réguas, etc.

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Figura 14: Peças utilizadas para o jogo da batalha naval

Fonte: Arquivo da autora, 2013

Teatro de Fantoches e Paródia: a mesma constituiu em outra atividade lúdica, na

qual o professor elaborou com os alunos um teatro de fantoches, partindo do

conhecimento adquirido na participação das aulas do projeto sobre a da prática de

hábitos alimentares saudáveis para a promoção de uma vida saudável. Foi também

ensaiada uma paródia sobre a alimentação saudável com a música "Show das

poderosas" 5. Os alunos mostraram-se estimulados com esta atividade, que mais

que aprendizagem, foi também um momento de diversão e descontração entre os

mesmos.

5http://www.youtube.com/watch?v=QTML4JtNrQQ

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Figura 15: Apresentação do teatro de fantoches produzido pelos alunos

Fonte: Arquivo da autora, 2014

Mostra de Alimentação Saudável: esta atividade resume-se no mural com todas as

atividades realizadas durante o projeto em forma de exposição do material

confeccionado pelos alunos, apresentação do teatro de fantoches e paródias para as

demais turmas da Escola Estadual Maria Loiola Guimarães, sendo convidados

também os pais para participarem desta mostra. A participação dos alunos e pais foi

satisfatória, pois, os alunos envolvidos no projeto puderam expor e mostrar para a

comunidade escolar, a importância de se ter uma alimentação saudável,

consequentemente, uma melhor qualidade de vida e de saúde.

Figura 16: Mostra dos trabalhos elaborados durante a implementação do projeto

Fonte: Arquivo da autora, 2014

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CONTRIBUIÇÕES DAS DISCUSSÕES DO GTR

Simultaneamente com as atividades de implementação do projeto na escola,

acontecem as atividades do GTR (Grupo de trabalho em rede) uma das atividades

obrigatórias do PDE. Durante o desenvolvimento das atividades propostas no GTR

os professores participantes tiveram oportunidade de conhecer, analisar e fazer

contribuições em relação ao material produzido pelo professor PDE. Neste

momento, foi apresentado o projeto de intervenção pedagógica e a unidade didática,

materiais estes que mostram as atividades propostas para o desenvolvimento da

implementação.

As discussões e atividades realizadas no decorrer do GTR, visam a contribuir

para o resultado final do trabalho. A primeira discussão foi em relação ao projeto de

intervenção pedagógica, neles os professores contribuíram com as discussões nos

ambientes de aprendizagem, e apontam suas expectativas além de opiniões em

relação aos referenciais teóricos apresentados e sobre a idéia principal do projeto,

para que haja uma intervenção efetiva na escola.

Com relação ao projeto de intervenção pedagógica, os professores

participantes deram suas contribuições, fazendo comentários da sua aplicabilidade,

coerência, e a viabilidade de aplicação do projeto na escola em que trabalha.

Todos os participantes relataram ter gostado do projeto apresentado, que o

assunto trabalhado sobre a alimentação saudável possibilita uma comparação entre

seus hábitos alimentares e o que é viável para nossa saúde. O projeto, segundo

eles, tem atividades dinâmicas e lúdicas, proporcionando um aprendizado de

qualidade.

Em um segundo momento, é socializada a Produção Didático-pedagógica, em

que os professores participantes relataram se concordam com a mesma, e se seria

viável a aplicação em suas aulas, ou ainda, se necessitariam de algumas

adequações. A maioria dos participantes demonstrou entusiasmo em relação ao

material, e sua aplicabilidade nas suas aulas. Segundo os participantes, as

atividades propostas na produção didático pedagógica são de grande importância,

pois proporcionam o aprendizado envolvendo a metodologia diferenciada aos

conteúdos abordados. Analisando as atividades, acharam todas ótimas,

conjeturando-se que será possível trabalhá-las no decorrer do ano letivo, de acordo

com a realidade de cada escola.

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Conforme relata a Professora N.M.O, " nas turmas de 8° anos, onde há

muitos alunos interessados e também desinteressados, sei que não vai ser uma

tarefa fácil, mas devido as atividades serem bem ilustradas e diversificadas,

envolvendo o contexto do dia a dia, será de forma prazerosa para os alunos,

significativa e fácil compreensão”.

A terceira discussão é em relação Produção Didático pedagógica, sobre sua

importância para a realidade da escola. Neste momento, os professores tiveram a

oportunidade de cooperar e opinarem sobre o trabalho, relatando se concordam com

o material didático, se o mesmo está bem produzido e é de fácil entendimento para

os alunos, e se seria viável sua aplicação nas escolas públicas do Paraná.

Os professores, em maioria, concordaram com a proposta e contribuíram

dando suas opiniões, considerando necessário que se tome algumas atitudes, que

estejam dispostos a procurar e aplicar metodologias diferenciadas, tornando as

aulas mais interessantes e significativas.

Com relação às atividades, eles acharam claras, organizadas, possíveis de

se trabalhar com alunos de qualquer idade, podendo adaptá-las sempre que

necessário, que despertam a curiosidade e o interesse dos alunos tornando-os

participativos, e o resultado geralmente é surpreendente, bem diferente de quando

trabalha-se apenas com a utilização do livro didático.

O Professor J.P.T.S relata que "o presente trabalho possibilita ao aluno

perceber a importância de ter hábitos alimentares saudáveis visando uma qualidade

de vida, e que atividades desse tipo, pode levar o aluno a tornar-se multiplicador

desta prática, mostrando aos pais e sociedade que a escola é capaz, por meio de

trabalhos diferenciados, formar cidadãos críticos, conscientes e sabedores da

importância de práticas alimentares saudáveis".

Após a realização das atividades propostas no GTR, é certo afirmar que os

professores participantes acreditam no trabalho a ser realizado utilizando-se de uma

metodologia que vise mudar a dinâmica da sala de aula, como pode ser comprovado

pela participação dos professores, nas discussões realizadas. O que fica claro é que

o trabalho proposto não é uma nova invenção, mas sim, a sistematização de um

trabalho, que tem o objetivo de mostrar os benefícios e as vantagens de termos

hábitos alimentares saudáveis e uma vida saudável.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A integração dos conceitos básicos que o educando tem com os conceitos

científicos produzidos levará a apropriação e produção de novos conceitos

científicos corretos, bem como a superação de conceitos errôneos produzidos pelo

senso comum.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Ciências, a apropriação do

conhecimento científico pelo estudante no contexto escolar implica a superação de

obstáculos conceituais. Para que isso ocorra, o conhecimento anterior do estudante,

o qual é construído nas interações e nas relações que estabelece na vida cotidiana,

deve ser valorizado. Denominam-se tais conhecimentos como alternativos aos

conhecimentos científicos e por isso podem ser considerados como primeiros

obstáculos conceituais a serem superados. (PARANÁ, 2008).

Ao educando cabe desenvolver a percepção da vida como um todo por

meio através da contextualização do seu aprendizado. Em suma, a convicção que

realmente a escola contribui para o desenvolvimento de bons hábitos alimentares

proporcionou a realização do projeto, além de verificar-se grande satisfação por

parte do público alvo em participar de atividades lúdicas e diferentes da forma

tradicionalmente lecionada. Além disso, o desenvolvimento das atividades com os

adolescentes proporcionou momentos de discussões e reflexões relevantes. O

interesse demonstrado pelos alunos sugere que, embora esta fase da vida possa ser

muito conflituosa, adolescentes também são capazes de participar ativamente

quando estimulados.

Enfim, concluiu-se que não foi possível a identificação de um resultado

imediato, porém foi percebido a preocupação diante do assunto e a disponibilidade

para as mudanças nos hábitos alimentares necessários para uma vida saudável.

Salienta-se ainda, a importância que esse tema seja abordado de forma contínua,

visto que os alunos têm acesso às informações, mas é necessário que seja

retomado para que realmente sejam agregados nos hábitos diários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AZEVEDO, M. C. P. S. Ensino por investigação: Problematizando as atividades emsala deaula. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.).Ensino de Ciências – Unindo a pesquisa e a prática.São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004, p.19-32.

GAMBARDELLA, A. M. D. et al. Prática alimentar de adolescentes. Revista de Nutrição, Campinas, 12(1): 5-19, jan./abr.,1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52731999000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em: 25 abr. 2013

OLIVEIRA, J. E. D. Educação e direito à alimentação. Rev. Estudosavançados Vol. 21 nº. 60, São Paulo, Mai/Ago. 2007. Disponível em: http://revistas.usp.br/index.php/eav/article/viewFile/10242/11865 Acesso em 15 abr. 2013

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Ciências. Curitiba: SEED, 2008 SANTOS, M. A.Biologia Educacional. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2005, p. 158 – 199. SILVEIRA, J.C.; ANDRADE, L.A.D.C.; GUIMARÃES, E.M.A. Avaliação do aprendizado de crianças sobre alimentação e nutrição comparada a dois métodos de abordagem didático.NUTRIR GERAIS- Revista digital de Nutrição, Ipatinga, v.3, n.4, fev/jul.2009, p.371-383 Disponível em: <http://www.unilestemg.br/nutrirgerais/downloads/artigos/4_edicao/Artigo_AVALIACAO_DO_APRENDIZADO.pdf> Acesso em: 25 mai. 2013

VITOLO, M. R. Nutrição: da gestaçãoaoenvelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008.