OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · redimensionamento de sua prática, na...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – CAMPUS UNIÃO DA
VITÓRIA
CADERNO PEDAGÓGICO
ROSICLER WENGLARCK SEMKIW
2014
"Não existem sonhos impossíveis para aqueles que
realmente acreditam que o poder realizador reside no
interior de cada ser humano, sempre que alguém descobre
esse poder, algo antes considerado impossível, se torna
realidade."
(Albert Einstein)
PDE - Produção Didático-Pedagógica
Turma 2014
Título: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL: ações
e práticas pedagógicas para melhorar o desempenho escolar
Autor: ROSICLER WENGLARCK SEMKIW
Disciplina/Área: PEDAGOGIA
Escola de Implementação do Projeto: Colégio Estadual São Mateus-Ensino
Fundamental, Médio, Profissional e Normal
Município da escola: São Mateus do Sul
Núcleo Regional de Educação: União da Vitória
Professor Orientador: Profª. Ms. Rosana Beatriz Ansai
Instituição de Ensino Superior: UNESPAR/FAFI
Resumo:
O termo Dificuldades de Aprendizagem, assim como a Aprendizagem,
está constantemente presente nas discussões elaboradas pelos
profissionais da educação nas instituições escolares. A aprendizagem é
um processo constante e contínuo, o qual provoca mudanças
sucessivas e interativas de comportamento. As dificuldades de
aprendizagem se constituem no fato do aluno não conseguir alcançar o
conhecimento desejado, mesmo não apresentando nenhuma
deficiência. É na escola, espaço de desenvolvimento do conhecimento
formal, que se percebe de forma mais consistente as dificuldades de
aprendizagem. Sendo assim, esse estudo tem por objetivo levar os
docentes a refletirem suas práticas e ações didático-pedagógicas, no
sentido de identificar e encaminhar o aluno com dificuldade de
aprendizagem, num espaço de tempo menor possível, ao serviço
especializado existente nas escolas, visando suprir as necessidades do
aluno. A pesquisa foi fundamentada em autores como Vitor da Fonseca,
António Manuel Pamplona Morais, Ana Maria Salgado Gomez e Nora
Espinosa Terán, os quais fazem um apanhado das Dificuldades de
Aprendizagem nas instituições escolares e suas implicações para o
indivíduo como ser social. Como metodologia será utilizada a pesquisa-
ação, partindo da aplicação de um questionário e a oferta de minicursos
com o propósito de debates, colóquios e mesas redondas, para a
discussão dos temas dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia,
também a apresentação de filmes que tratam dos temas citados e a
organização de um caderno pedagógico com orientações e atividades
voltadas à temática.
Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem; Escola; Ações
Didático-Pedagógicas; Serviço Especializado;
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público:
Professores do Ensino Fundamental, anos finais.
APRESENTAÇÃO
A presente Produção Didático-Pedagógica foi desenvolvida em cumprimento a uma
das etapas obrigatórias relacionada ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE),
política pública que estabelece o diálogo entre professores da Educação Superior e da
Educação Básica, através de atividades teóricas-práticas orientadas. Tendo como objetivo
proporcionar aos professores da Rede Pública Estadual subsídios teórico-metodológicos
para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, resultando no
redimensionamento de sua prática, na produção de conhecimento e mudanças qualitativas
na prática escolar da Escola Pública Paranaense.
A partir da vivência pedagógica no Colégio Estadual São Mateus, observa-se a
constante discussão entre os docentes sobre as Dificuldades ou Distúrbios de
Aprendizagem apresentados por muitos alunos do referido Colégio. Porém, percebe-se que
apesar dos mesmos terem conhecimento sobre o assunto, ainda apresentam certa
dificuldade em perceber um aluno como tal e encaminhá-lo para possível diagnóstico. Tal
fato evidencia-se quando alunos com dificuldades ingressam no 6 º ano do Ensino
Fundamental passam muitas vezes despercebidos por estes profissionais, sendo
despertada a atenção dos mesmos somente quando a notas bimestrais estão abaixo da
média. Somente neste momento, passa-se a questionar o motivo destes alunos estarem
apresentando baixo rendimento. Este problema implica numa intervenção pedagógica
tardia, a qual por vezes acaba levando o estudante ao fracasso escolar. Trazendo muitas
vezes sentimentos que afetam adversamente a motivação e receptividade do aluno,
levando-o a tornar-se indisciplinado.
Partindo da premissa que, para otimizar o aprendizado e o desenvolvimento dos
alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, é necessário metodologias
específicas às suas necessidades. Este Caderno Pedagógico sugere algumas reflexões
acerca do processo de como aprender e intervir nas dificuldades de aprendizagem,
buscando contribuir para a percepção da importância do profissional docente como elo
fundamental desse contexto quando do momento de busca por elementos para viabilizar
um diagnóstico preliminar dos discentes, o que resultará no encaminhamento a serviços
especializados num período de tempo hábil para as intervenções e ações pedagógicas
necessárias para o sucesso do processo de ensino aprendizagem de todos os alunos.
Desta forma, o objetivo primordial deste Caderno Pedagógico é promover reflexões
e ações didático-pedagógicas, voltadas para a capacitação de professores, visando à
identificação e encaminhamento dos alunos com Dificuldades de Aprendizagem nos Anos
Finais do Ensino Fundamental, para o atendimento especializado.
As ações desenvolvidas terão como base o seguinte mapa conceitual e
epistemológico1 da proposta dos estudos.
Como metodologia partiremos do estudo de conceitos e teorias da aprendizagem e
do processo de aprender, pois conforme nos relata Becker é importante
buscar saber as concepções dos docentes a respeito dessas questões fundamentais e de tantas outras derivadas dessas: sua concepção de conhecimento, seu entendimento da passagem de um conhecimento mais simples a um mais complexo, sua concepção da capacidade cognitiva – e, portanto, de aprendizagem – do aluno nas mais diferentes idades, sua compreensão das dificuldades de aprendizagem do aluno, da origem histórica dos conhecimentos contemplados num currículo escolar, etc. (BECKER, http://www.revistas.uniube.br/index.php/rpd/article/view/76/376, acesso em 11/12/2014)
O material está dividido em sete encontros, com o intuito de promover debates,
colóquios e mesas redondas, para a discussão dos temas dislexia, disgrafia, disortografia
e discalculia, dinâmicas, sugestões de filmes, literatura e atividades procurando desta forma
uma maneira prazerosa para o desenvolvimento do trabalho.
1 Mapa Conceitual e epistemológico elaborado pela autora.
1- Objetivos
Apresentar o Projeto de Intervenção Pedagógica - PDE 2014-2015:
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL:
ações e práticas pedagógicas para melhorar o desempenho escolar.
Convidar os professores para participarem do Grupo de Estudos, a fim de se
aprofundarem na temática.
2- Metodologia
Vídeo disponível em
https://www.dropbox.com/s/dzn88bfay0fyqqd/a%20flor%20e%20a%20borbol
eta%200001.flv?dl=0
https://www.youtube.com/watch?v=Se94puMJZ80
Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica para a Comunidade Escolar
na Semana Pedagógica, com o apoio de slides.
Formação do Grupo de Estudos que acontecerá durante os meses de março e abril;
PRIMEIRO ENCONTRO
Apresentação Do Projeto de Intervenção Pedagógica para a Comunidade Escolar
IMPORTANTE!
A apresentação para a comunidade escolar deve ser realizada para despertar o interesse dos profissionais da educação a fim de que os mesmos participem do Grupo de Estudos, com o propósito de desenvolver o tema, levando-os a refletirem sua postura frente ao aluno com dificuldade de aprendizagem.
Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica ao coletivo
escolar.
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Slide 9
ATIVIDADE DE REFLEXÃO
O mecânico, o médico e a professora Marialva2
O caso
2 ANTUNES, Celso. Casos, fábulas, anedotas, ou inteligências, capacidades, competências. Petrópolis: Vozes, 2003.
Como seu carro apresentasse sérios problemas mecânicos e a parte elétrica
revelasse potência menor que a esperada e desempenhada normalmente, a professora
resolveu procurar um mecânico.
Este solicitou que Marialva abrisse o capô e, após ouvir em silêncio o funcionamento do
motor recomendou procedimentos diversos como o de ligar e desligar o motor, acelerar
mais ou acelerar menos.
Após todos esses exames, diagnosticou o defeito, sugeriu as mudanças necessárias e,
após pleno consentimento da proprietária, executou-as. Ao perceber o defeito sanado,
ainda sugeriu a Marialva que desse uma volta no quarteirão e sentisse se as providências
se mostraram efetivamente válidas. Somente depois liberou o veículo e ainda assim
recomendou que ao menor sinal de ineficiência o procurasse para análise mais ampla e
acerto definitivo.
Como seu corpo apresentasse alguns problemas e sua respiração não cumprisse
sem dor a função de aspirar o ar, Marialva procurou o médico. Este, solícito, exigiu exame
apurado, providenciou as guias necessárias e, após análise dos resultados, tratou com
desvelo e cuidado da sua paciente. Deu-se por satisfeito apenas quando percebeu que o
mal fora extinto e que as condições cardiovasculares de Marialva podiam garantir
desempenho similar ao de antes da chegada da moléstia simples, agora devidamente
afastada.
Retomadas suas funções, ao corrigir a prova de Ricardo, Marialva constatou
imperdoável erro em sua redação. Na mesma hora, assinalou com caneta vermelha a falta
absurda, grafou em letras grandes pesada advertência e, dias depois, ao devolver a prova
para Ricardo, Marialva passou-lhe aguda reprimenda, expondo a toda classe o seu erro e
a vergonha absurda de sua não-aprendizagem. Não satisfeita, redigiu recado aos pais,
solicitando providências urgentes e castigo severo ao aluno, assim tão descuidado em sua
prova, tão displicente em seu aprender. Finalizou seu trabalho ameaçando-o com o rigor
inusitado de uma recuperação e com o pavor de incontestável retenção, caso não se
corrigisse.
CONTEXTUALIZANDO
Como foi tratado a falha do motor? E a problema da falta de respiração da
professora?
Como a professora tratou o erro cometido pelo aluno?
Será muito difícil pensar-se no erro como um sinal de diagnóstico e trabalha-lo como
instrumento para o desenvolvimento de uma aprendizagem melhor e verdadeira?
O erro não deveria ser visto como sintoma, promovendo mudanças para um trabalho
mais construtivo, uma ação saneadora sem culpas ou penas?
Seria muito complicado para o professor perceber nas respostas inseguras e
imperfeitas de seus alunos reação similar ao pulmão que arfa de forma indevida e, por esse
motivo, necessitar de cura e não de castigo? Será que ensinar se confunde com punir?
O que vale mais: a repreensão que humilha ou a ação que ajuda e ensina?
CONCLUINDO
No primeiro caso, um motor que falha; no segundo caso, uma respiração que
também falha – em ambos o erro foi tratado de maneira profissional e com incontestável
eficiência. Pesquisou-se sua origem, estabeleceu-se sua dimensão e definiram-se os
procedimentos para sua correção. Em instante algum Marialva foi advertida ou censurada
porque seu carro falhava e, menos ainda, recebeu qualquer dose de culpa pelo processo
imperfeito de sua respiração. Ao contrário, foi acolhida com presteza, compreendida em
sua ansiedade e satisfeita na solução que buscava.
Não foi entretanto igual procedimento observado ao constatar o erro do aluno. Neste
caso, o erro não foi visto como sinal para diagnóstico de um ensino imperfeito ou falha não
desejada em uma aprendizagem; ao contrário, foi transformado em única e exclusiva culpa
do aluno e utilizado como instrumento de duras advertências e sanções. O erro na prova
transformou-se em instrumento de expiação do aluno e em mecanismo para minar os
fundamentos de sua autoestima.
3- Dinâmica de Grupo - Nove Pontos3
Objetivo:
Desafiar o professor a resolver problemas saindo da mesmice, com ousadia.
3 MILITÃO, Albigenor & Rose. S.O.S, Dinâmica De Grupo, Rio De Janeiro: Qualitymark, 1999.
Material:
Folha de papel, lápis;
Desenvolvimento:
1- Distribuir uma folha de papel contendo o exemplo dos nove pontos, (vide a seguir) para
os participantes fazerem a tentativa;
2- Utilizando apenas QUATRO RETAS, tocar os nove pontos sem, no entanto, tirar o lápis
do papel;
3- Após algumas tentativas, mesmo surgindo alguns que acertam, vale a pena comentar:
“Imagine que, nem sempre, a solução para os nossos problemas esta DENTRO da nossa
área de ação. Portanto, seja criativo. Ouse”.
4- Você tem de sair do quadrado. Porque ninguém disse que as linhas não podiam ir ou
iniciar além dos pontos. Ninguém disse que você não devia ultrapassar os limites, romper
barreiras ou superar obstáculos. Portanto, motive-se a fazer diferente!
● ● ●
● ● ●
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1- Objetivos do Estudo
Refletir e analisar os conceitos de Aprendizagem citados por alguns autores.
Verificar a epistemologia do professor sobre os conceitos de: Dificuldades de
Aprendizagem, Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia.
2- Metodologia: Estudo Dirigido
Leitura do texto:
SEGUNDO
ENCONTRO
O que é Aprendizagem?
APRENDIZAGEM: ALGUNS CONCEITOS E PRINCÍPIOS
Rosana Beatriz Ansai4
No âmbito da Psicologia da Educação, o fenômeno da aprendizagem adquire um
papel relevante no desenvolvimento ontológico do ser, uma vez que uma grande parcela
do comportamento humano resulta desse fenômeno.
Embora na natureza se encontre animais com a capacidade de aprender, nenhuma
se iguala ao do animal racional homem, uma vez que ele se diferencia pela alta capacidade
de aprendizagem. Consequentemente se de um lado sua capacidade de aprendizagem é
infinitamente maior, por outro lado, ele depende mais da aprendizagem para sobreviver e
se adaptar ao meio em que vive.
Ao longo da existência, os seres humanos aprendem uma quantidade muito grande
de coisas a partir de suas necessidades. Por consequência, a aprendizagem é um fator
fundamental para se analisar e compreender o comportamento humano, segundo enfatiza
Delval (2001).
Entendemos que a compreensão do fenômeno da aprendizagem implica, num
primeiro momento, no estudo de alguns conceitos. Porém, por ser um fenômeno complexo,
os estudiosos têm uma árdua tarefa para conceitua-lo, pois a partir das pesquisas
realizadas se constatou a inviabilidade da observação direta das modificações que ocorrem
no sistema nervoso após uma aprendizagem. Para superar esta dificuldade, os conceitos
de aprendizagem são aferidos a partir dos efeitos deste fenômeno sobre o comportamento
do aprendiz. A complexidade deste processo não pode ser explicada por meio de recortes
do todo. Por outro lado, as definições estão impregnadas pela formação dos pesquisadores
que sofrem a influência dos conceitos que os mesmos têm a respeito do homem, de
sociedade e de conhecimento. A seguir apresentaremos alguns destes conceitos.
Sob a concepção de Hilgard (1979, p.270) a aprendizagem é conceituada como
sendo uma “mudança relativamente permanente no comportamento e que ocorre como
resultado da prática”. Sendo assim compreende-se que para Hilgard (1979) a
aprendizagem é um fenômeno comportamental influenciado pela experiência e pelos
esforços realizados por quem aprende no sentido da sua adaptação ou ajustamento a uma
nova situação.
Na análise do Campos (1983, p. 30) ao se conceituar aprendizagem como mudança
de comportamento “[...] não se pretende significar qualquer tipo de mudança, porque, neste
4 ANSAI, Rosana Beatriz. A Importância das Teorias Psicológicas para a Compreensão da Aprendizagem na Andragogia. In
R.E.V.I.: Revistas de Estudos Vale do Iguaçu. – vol. 1, n. 1 – União da Vitória: UNIGUAÇU, 2009.
caso, poder-se-ia confundi-la com outras mudanças resultantes de crescimento,
maturação, fadiga”. Isto porque o organismo sofre mudanças orgânicas devido às
modificações das estruturas celulares que acontecem devido ao crescimento. Portanto a
aprendizagem se distingue da maturação, dos comportamentos inatos ou simples ou ainda
dos estados temporários do organismo como o cansaço, etc.
A partir da inferência do que pode se a aprendizagem, se observa que as
modificações do comportamento do aprendiz devem ser duradouras e originárias de
algumas experiências ou treinos anteriores. Sendo assim se concorda com Morgan (1977)
quando diz que a aprendizagem é um processo ativo de apropriação dos conhecimentos
construídos por uma determinada sociedade que conduz o homem a transformações.
Para Campos (1983, p. 31) “a aprendizagem é uma modificação sistemática do
comportamento ou da conduta, pelo exercício ou repetição, em função de condições
ambientais e condições orgânicas”. Barros (1993, p. 45) define a aprendizagem como
sendo uma “modificação do comportamento e aquisição de hábitos”. Como se pode
constatar, estes dois conceitos não dão conta de abarcar o processo de aprendizagem no
seu todo uma vez que a aprendizagem só altera a conduta do indivíduo porque ele passa
por diferentes transformações e apropriações do conhecimento socialmente construído,
fatores não colocados em evidência nos dois conceitos.
Outro aspecto muito importante não evidenciado nos conceitos acima, é que
ninguém aprende se não estiver motivado. A motivação tem um papel fundamental na
aprendizagem, uma vez que o psiquismo humano possui o caráter intencional de aprender.
Esta condição psicológica para que a aprendizagem ocorra acontece quando o sujeito
aprendente se mobiliza e direciona seus comportamentos na aprendizagem, informa
Zanella in La Rosa (2002).
Uma representação possível e sintética sobre o conceito de aprendizagem é o da
figura em espiral. Isto porque a aprendizagem é um processo de mudanças sucessivas e
interativas que estão complexamente interligadas, uma vez que uma aprendizagem
depende e leva à outra, pois o indivíduo quando aprende modifica seu comportamento por
meio da auto-organização neuronal sendo que essas organizações levam a novas
aprendizagens. Sendo assim, pode-se constatar que a aprendizagem é composta por
processos orgânicos, psicológicos e culturais, porém há de se ressaltar que estes
processos estão intrinsecamente relacionados sendo impossível quantificar a proporção
que se dividem, uma vez que de acordo com as suas características, este processo é
contínuo, ativo, dinâmico global, gradual e integrativo cumulativo. Aprender seria portanto,
o processo pelo qual os indivíduos desenvolvem suas competências e habilidades,
apreendem os conhecimentos acumulados historicamente e, a partir daí modificam o seus
comportamento e experiências.
Alguns teóricos como Jean Piaget e Vygotsky se aproximam de um conceito de
aprendizagem mais abrangente. A seguir apresentam-se as análises destas teorias e a sua
relação com a aprendizagem.
Ao se analisar a obra de Jean Piaget, se constata que este cientista não produziu
um conceito objetivo de aprendizagem, pois prefere dar ênfase ao desenvolvimento
cognitivo. Teoriza, portanto, o conhecimento que acontece pelo processo de equilibrações
cognitivas sucessivas que se efetiva pelo esquema de assimilação e acomodação de
objetos e situações, por meio do aprender a “fazer fazendo” de acordo com o
desenvolvimento das estruturas mentais do indivíduo. Sendo assim, Palangana (1994, p.
69) explica que
Piaget distingue a maturação, destacando que a maturação é baseada exclusivamente em processos fisiológicos e distingue aprendizagem de conhecimento, pois, para ele, o conhecimento se define pela soma de coordenações que, tendo passado por um lento processo de desenvolvimento, encontram-se disponíveis para o organismo em determinado estágio. Já o conceito de aprendizagem, em sentido estrito, está diretamente vinculado às aquisições que decorrem, fundamentalmente, das contribuições provenientes do meio externo. Dessa forma, Piaget diferencia, também, a aprendizagem do processo de equilibração que regula o desenvolvimento de esquemas operativos de acordo com as contribuições internas do organismo. Toda aprendizagem pressupõe a utilização de mecanismos não aprendidos, ou seja, pressupõe a utilização de um sistema lógico (ou pré-lógico) capaz de organizar novas informações. Este sistema encontra-se, justamente, no terreno da equilibração.
Portanto se pode concluir que para Piaget a aprendizagem acompanha o
desenvolvimento do indivíduo, não sendo possível forçar a criança a compreender
conceitos ou realizar determinadas tarefas para as quais ainda não dispõe de estruturas
mentais. A aprendizagem seria, portanto, o aumento do conhecimento num sentido amplo,
pois para este epistemólogo, nos desenvolvemos para aprender.
Para Vygotsky a aprendizagem é o processo de desenvolvimento que se enquadra
em vários níveis de acordo com o desenvolvimento do indivíduo e suas conquistas. Para
mais objetivamente se entender em que consiste a aprendizagem para este estudioso,
Oliveira (1993, p. 57) explica que
É o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir do seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a ideia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. O termo utiliza em russo (obuchenie) significa algo como “processo de ensino-aprendizagem”, incluindo sempre aquele que aprende, aquele que
ensina e a relação entre as pessoas. Pela falta de um termo equivalente em inglês a palavra obuchenie tem sido traduzida ora como ensino, ora como aprendizagem e assim re-traduzi-la para o português. Optamos aqui pelo uso da palavra aprendizado, menos comum que aprendizagem, para auxiliar o leitor a lembra-se de que o conceito de Vygotsky tem um significado mais abrangente sempre envolvendo interação social.
Sendo assim, se conclui que para Vygotsky (1996), aprendemos para nos
desenvolver, pois ele acredita que a aprendizagem é a via que desperta o desenvolvimento
do ser humano. Neste sentido explica como chegou a esta conclusão por meio das
pesquisas que realizou
Nossa segunda série de investigações centrou-se na relação temporal entre os processos de aprendizado e o desenvolvimento das funções psicológicas correspondentes. Descobrimos que o aprendizado geralmente precede o desenvolvimento. A criança adquire certos hábitos e habilidades numa área específica, antes de aprender e aplica-los consciente e deliberadamente. Nunca há paralelismo completo entre o curso do aprendizado e o desenvolvimento das funções correspondentes (VYGOTSKY, 1996, p. 87)
Neste processo o sujeito aprendente deve estar inserido em um determinado grupo
social, pois aprende o que o grupo social produz. O conhecimento num primeiro momento
pertence ao grupo e cabe ao indivíduo interioriza-lo. A aprendizagem acontece a partir do
inter-relacionamento entre o sujeito aprendente e os seus pares sociais, entre ele se
encontra o professor, segundo ressalta Oliveira (1993).
Com relação aos princípios de aprendizagem, necessário se faz questionar: por que
o homem necessita aprender? As respostas para esta questão encontram-se em Abreu e
Masetto (1990) que apontam para a importância deste fenômeno no desenvolvimento dos
aspectos cognitivos do sujeito aprendente, entre eles o processamento de informações e a
organização das percepções. Também afirmam que a aprendizagem desenvolve
singularmente e de uma forma geral o ser aprendente e por fim, ela é imprescindível no
desenvolvimento das habilidades sociais, uma vez que o homem necessita da interação
entre o mundo particular e o mundo social para poder viver. Com relação à aprendizagem
das habilidades sociais, Delval (2001, p. 55) explica que
Embora, esse tipo de aprendizagem seja muito importante, a maior parte das sociedades presta mais atenção à aquisição das capacidades sociais, às formas de conduta social. Talvez isto possa parecer surpreendente sobe nossa perspectiva atual, na qual parece que a educação centra-se mais explicitamente na aprendizagem de técnicas concretas ou de conhecimentos abstratos. Porém, para a vida e a sobrevivência de um grupo social, torna-se extraordinariamente importante a manutenção de regras sociais de todo tipo (morais, jurídicas, consuetudinárias, etc.) que tornem possível o intercâmbio entre os indivíduos, motivo que faz com que, tradicionalmente, preste-se um cuidado especial à aquisição das formas de conduta estabelecidas e aceitas por todos. Estamos falando da aprendizagem das formas de conduta social do modo de comporta-se com os outros, do que se deve fazer em cada situação social, de como devemos nos dirigir a outras pessoas e trata-las, de qual é o nosso lugar na sociedade. [...]
Sendo assim se conclui que a aprendizagem é um fenômeno individual e
essencialmente social, exemplo disso é a história de Victor de Aveyron, o garoto selvagem
encontrado nas florestas do sul da França em 1800 relatada nos estudos do Dr. Jean Itard.
PARA REFLETIR
1- concepção de aprendizagem para Higard e Campos;
2- a relação entre aprendizagem e comportamento;
3- o papel da motivação na aprendizagem;
4- a aprendizagem para Piaget;
5- conceito de aprendizagem para Vygotsky;
6- aprendizagem para você/grupo;
Filme: “Aprender a Aprender” - disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI, acessado em
28/10/2014.
3- Descobrindo Ideias e Conceitos
QUESTIONÁRIO
Identificação:
Nome (opcional): ___________________________________________________________________
Área de formação: _________________________ Tempo que leciona: ________________________ Anos
em que leciona: ____________________________
Leia as questões seguintes e responda colocando um círculo à volta do número que melhor representa a sua resposta.
Discordo totalmente Discordo Não concordo nem
discordo Concordo
Concordo Plenamente
1 2 3 4 5
1-Alunos que apresentam DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM são alunos que:
a) Recebem exercícios e atividades apropriados para sua idade e capacidade e não rendem nas tarefas a
serem executadas.
1 2 3 4 5
b) Apresentam atraso no seu desenvolvimento global, causando um atraso no desenvolvimento cognitivo, por
conta de apresentarem uma deficiência mental.
1 2 3 4 5
c) Apresentam incapacidade de aprender por algum problema neurológico (déficit de atenção, memória,
percepção, problemas na linguagem oral, escrita, leitura, raciocínio matemático e comportamento social
inapropriado).
1 2 3 4 5
d) Apresentam comportamento social inapropriado, por conta de fatores emocionais e/ou familiares, que
causam problema de aprendizagem.
1 2 3 4 5
e) Não se adequam à metodologia de ensino utilizada pelo professor e, por esse motivo, apresentam
dificuldades no processo de aprendizagem.
1 2 3 4 5
2- Alunos com DISLEXIA apresentam:
a) dificuldades nos mecanismos específicos de leitura, sem que estejam presentes outros problemas ou déficit
cognitivo;
1 2 3 4 5
b) uma perturbação da escrita;
1 2 3 4 5
c) uma perturbação da leitura e da escrita;
1 2 3 4 5
3- Alunos com DISGRAFIA apresentam:
a) uma perturbação da leitura;
1 2 3 4 5
b) uma perturbação do tipo funcional que afeta a qualidade da escrita;
1 2 3 4 5
c) uma perturbação da leitura e da escrita;
1 2 3 4 5
4- Alunos com DISORTOGRAFIA apresentam:
a) uma perturbação específica que se caracteriza por erros na leitura e escrita;
1 2 3 4 5
b) uma perturbação específica que se caracteriza por erros na escrita, sem que implique erros na leitura
1 2 3 4 5
c) uma perturbação que se caracteriza por erros na escrita que implica erros na leitura
1 2 3 4 5
5- Alunos com DISCALCULIA apresentam:
a) dificuldade de aprendizagem específica da matemática, sem que estejam outros presentes e que surgem
como consequência de disfunções do sistema nervoso central
1 2 3 4 5
b) uma incapacidade de aprendizagem na área da matemática resultado de um QI (coeficiente de inteligência)
inferior à média.
1 2 3 4 5
c) incapacidade de aprendizagem na área da matemática resultado de uma perturbação física.
1 2 3 4 5
6- Na sua trajetória profissional você encontrou algum aluno que apresentasse alguma dificuldade de
aprendizagem?
Sim Qual?_____________________________ Não Não soube identificar
4- Dinâmica de Grupo - Aprendizagem5
Objetivo:
Refletir sobre a aprendizagem e seus conceitos;
Material:
Quadro de giz, papel, lápis/giz de cera/canetas hidrocolor e sulfitão/craft
Desenvolvimento:
1- Grupo em semicírculo;
2- Distribuir para cada pessoa uma folha de papel e lápis/giz de cera/canetas hidrocolor;
3- Escrever no quadro APRENDIZAGEM, pedindo ao grupo que crie novas palavras,
utilizando-se das letras que compõem esta palavra. As palavras criadas devem ter relação
com a palavra original;
4- Cada participante lê sua lista de palavras, enquanto o facilitador as escreve no quadro;
5- Formar subgrupos, solicitando que tentem construir uma frase sobre o conceito de
Aprendizagem que contenha o maior número possível das palavras ditas. Escrever no
sulfitão/craft;
6- Apresentação das frases.
5 Adaptado de MILITÃO, Albigenor & Rose. S.O.S, Dinâmica De Grupo, Rio De Janeiro: Qualitymark, 1999.
5- Avaliação do Encontro
ENCONTRO II – A APRENDIZAGEM
Após este encontro indique:
O que você já sabia e teve certeza;
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
O que você não sabia:
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
1- Objetivos do Estudo
Compreender como o cérebro, principal órgão do Sistema Nervoso, processa a
aprendizagem;
Refletir sobre o termo Dificuldades de Aprendizagem, percebendo seu papel como
mediador do processo ensino aprendizagem;
2- Metodologia Didática
Mesa Redonda:
Tema: Neurociência e Aprendizagem
Palestrante: Profª Cristiane Wenglarek da Silva6
6 Profª da Rede Estadual de Ensino, graduada em Ciências Biológicas, pós graduada em Bioengenharia e pós-graduanda em
Neuropsicologia.
TERCEIRO ENCONTRO
O Cérebro e a Aprendizagem –Dificuldades de Aprendizagem
2.1- Estudo Dirigido
Leitura de um trecho do texto: TRANSTORNOS FUNCIONAIS
ESPECÍFICOS7
Introdução
As dificuldades de aprendizagem se manifestam de diferentes formas dentro da
escola com sintomas diversos que revelam que algo no processo de ensino e aprendizagem
não vai bem. Interferem no rendimento acadêmico do aluno, ou seja, indicam que a
apropriação de um determinado conteúdo e/ou conhecimento apresentasse abaixo do
esperado para idade/ano escolar.
Para Rebelo (1993) apud Capellini (2004) o termo dificuldades de aprendizagem:
"(...) podem ser entendidas como obstáculos ou barreiras encontradas por alunos durante o período de escolarização referentes à captação ou assimilação dos conteúdos propostos. Elas podem ser duradouras ou passageiras e mais ou menos intensas e levam alunos ao abandono da escola, à reprovação, ao baixo rendimento, ao atraso no tempo de aprendizagem ou mesmo à necessidade de ajuda especializada".
No contexto escolar, muitos alunos podem apresentar diferentes dificuldades de
aprendizagem em algum momento de sua vida acadêmica, com defasagem em uma ou
mais disciplinas (mas não necessariamente em todas elas). Estudiosos da educação como
Sara Pain, Alicia Fernández, Maria Lucia Weiss, consideram que as dificuldades de
aprendizagem interferem no domínio dos conteúdos acadêmicos - de leitura, escrita e
cálculo matemático - são identificadas quando o aluno entra na escola, onde lhe é exigido
a capacidade de abstração, raciocínio lógico e outras funções psicológicas superiores.
Não existe uma definição consensual acerca das causas das dificuldades de
aprendizagem. Podemos destacar algumas das principais causas, como: pedagógica,
neurológicas, intelectuais ou cognitivas.
"As dificuldades de aprendizagem ocorrem devido a várias razões. Uma delas é que a criança apresenta alguma dificuldade cognitiva particular que faz com que seu aprendizado de certas habilidades se torne mais difícil que o normal. Entretanto, algumas dificuldades - talvez a maioria delas - são resultantes de problemas educacionais ou ambientais, que não estão relacionadas às habilidades cognitivas da criança". (Dockrell e McShane, 2000, p.17).
7 MAKISHIMA, Édne Aparecida Claser e ZAMPRONI, Eliete Cristina Berti. TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS. Disponível
em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/toledo/arquivos/File/educacao_especial/materiais_apoio/texto_tfejunho2.pdf acessado em 16/04/2014.
Na maioria das vezes, o problema de aprendizagem não está centrado apenas no
aluno, mas no contexto em geral, portanto a não aprendizagem, requer de todos uma
reflexão, considerando o contexto sociocultural e pedagógico, no qual o aluno está inserido.
Em outros casos, o baixo rendimento na aprendizagem acadêmica está relacionado a
fatores intrínsecos ao aluno – cognitivo ou de alterações neurológicas sem especificação,
como por exemplo os transtornos funcionais específicos.
Pretende-se no presente texto, a partir de uma revisão bibliográfica, discutir as
dificuldades de aprendizagem, decorrentes de transtornos funcionais específicos, que se
configuram em um conjunto de sinais ou sintomas que provocam uma série de perturbações
no aprender do aluno.
Conceituando os Transtornos Funcionais Específicos
Os transtornos funcionais específicos abrangem um grupo de alunos que
apresentam problemas específicos de aprendizagem escolar manifestada por dificuldades
significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita ou habilidades
matemáticas, não existindo para os mesmos uma explicação evidente. Estas desordens
são intrínsecas ao sujeito, presumivelmente devem-se a disfunções neurológicas em
determinada área cerebral, que compromete a aquisição e o desenvolvimento das
habilidades escolares.
O aluno com transtornos funcionais específicos não deve ser 'classificado' como
deficiente, trata-se apenas de uma criança/adolescente que aprende de uma forma
diferente, pois apresenta capacidade motora adequada, inteligência na média ou acima,
audição e visão normais, assim como ajustamento emocional. Esse aluno possui uma
dificuldade específica em determinada aprendizagem, como por exemplo: não aprende as
quatro operações; não compreende o que lê; compreende o que lê, mas não sabe escrever.
As dificuldades especificas de aprendizagem podem ser classificadas de diferentes
formas, conforme sua origem, manifestação, idade cronológica do aluno e sintoma
apresentado na aprendizagem. Por entendermos a importância de se considerar diferentes
posicionamentos teóricos, apresentamos as seguintes classificações: Classificação do
DSM-IV_TR, Classificação CID-10, Classificação pedagógica proposta pela Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva (MEC – 2008)
a) Classificação do DSM-IV - TR: O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM), denomina as
dificuldades de aprendizagem como Transtornos de Aprendizagem, que se refere uma
perturbação no processo de aprendizagem, não permitindo ao aluno aproveitar as suas
possibilidades para perceber, compreender, reter na memória e utilizar posteriormente as
informações obtidas. São classificadas como: Transtorno de Leitura; Transtorno de
Matemática; Transtorno da Expressão Escrita.
b) Classificação do CID-10: No Manual de “Classificação Internacional de Doenças – CID
_ 10” publicado pela Organização Mundial da Saúde (2008), as dificuldades de
aprendizagem são denominadas de transtornos específicos do desenvolvimento das
habilidades escolares, classificam-se como: Transtorno Específico da Leitura; Transtorno
Específico de Soletrar; Transtorno Específico das Habilidades Aritméticas.
c) Classificação do MEC: No documento Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação inclusiva do Ministério da Educação e Cultura (MEC – 2008), no
grupo de alunos com dificuldades de aprendizagem, classificados com transtornos
funcionais específicos estão: os distúrbios de aprendizagem - dislexia, disgrafia,
disortografia, discalculia - e transtornos de atenção e hiperatividade, entre outros.
Independentemente do posicionamento teórico para classificação dos alunos que
apresentam dificuldades específicas de aprendizagem no contexto educacional, a
Secretaria de Estado da Educação/Departamento de Educação Especial e Inclusão
Educacional- SEED/DEEIN, tem como referência de nomenclatura a classificação adotada
pelo MEC.
Os casos, que implicam em transtornos funcionais específicos, segundo o MEC não
caracterizam público-alvo da Educação Especial. Devendo a educação especial atuar de
forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades
educacionais especiais desses alunos. No entanto, no estado do Paraná, por entendermos
que esse grupo de alunos necessita de um complemento à escolarização da classe comum
para obterem êxito na sua vida escolar, a SUED/DEEIN oferta este apoio especializado em
Sala de Recursos Multifuncionais, atendimento normatizado pela Instrução 16/11–
SEED/SUED – PR.
Distúrbios de Aprendizagem
Ciasca (2006) define os distúrbios de aprendizagem como:
“... uma disfunção do sistema nervoso central, portanto um problema neurológico relacionado a falha aquisição, processamento ou, ainda, no armazenamento da informação, envolvendo áreas e circuitos neuronais específicos, em determinado momento do desenvolvimento”.
Ainda, de acordo com a autora citada, o termo distúrbios de aprendizagem define
queixas de dificuldades específicas, como na leitura, escrita ou cálculo, ou seja, as
manifestações que indicam baixo rendimento escolar. Por serem dificuldades relacionadas
a alterações neurológicas, elas não são passageiras e necessitam de intervenções
pedagógicas diferenciadas e quando devidamente trabalhadas podem ser reduzidas e/ou
compensadas.
É importante ressaltar, que os distúrbios de aprendizagem não são resultados da má
alfabetização, desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou deficiência
intelectual. É uma condição hereditária por alterações genéticas, apresentando ainda
alterações no padrão neurológico.
A forma mais comum de descrever os sintomas dos distúrbios de aprendizagem, isto
é, os tipos de dificuldades manifestadas pelos alunos, é o emprego do prefixo DIS, que
remete noção de dificuldade. De forma geral são: dislexia, disgrafia, discalculia,
disortografia.
PARA REFLETIR
1- Em minha disciplina de _______________ ministrada no _____ ano, de um total
de ____________ alunos, _____ aprendem com facilidade, ______ com
dificuldade e ______ com muita dificuldade.
2- O que entendo por dificuldades de aprendizagem?
3- Qual é a minha maior dificuldade ao ensinar?
4- Tenho conhecimento para reconhecer uma criança que apresenta um quadro de
alguma dificuldade ou transtorno de aprendizagem?
5- O que posso fazer para auxiliar meu aluno com dificuldade de aprendizagem?
4- Dinâmica de Grupo – Quebra-cabeça8
Objetivos:
Perceber que necessitamos de auxílio do próximo para superar dificuldades;
Refletir sobre nossa postura diante do aluno que apresenta alguma dificuldade em
sala de aula;
Material:
Quebra-cabeça com peças grandes e simples, venda, fita adesiva, carteira, cadeira;
Desenvolvimento:
1- Separar os professores em grupos com 4 (quatro) elementos;
2- Distribuir cartões numerados de 1 a 4;
3- Utilizando uma carteira e duas cadeiras, solicitar que o detentor do cartão com o
número 1, sente-se de frente ao detentor do número 2;
4- Os com os cartões 3 e 4 permanecem em pé, posicionando-se próximo a carteira;
5- Explicar que para montar o quebra-cabeça a pessoa que possuir o número 1, utilizará
as mãos, tendo seus olhos vendados e não podendo sair de seu lugar;
6- Ao possuidor do número 2 será permitido orientar o colega utilizando-se da fala, não
podendo mexer seus braços e sair do lugar;
7- Ao número 3 é permitido movimentar-se e proibido de utilizar a fala e os braços/mãos
para auxiliar os colegas.
8- Ao número 4 caberá a função de observador;
9- Distribuir o quebra-cabeça as duplas, este deverá ser montado seguindo os itens
citados anteriormente;
PARA PENSAR
1- Como você se sentiu realizando a atividade?
2- A ajuda do colega foi importante? Por que? Relate suas impressões.
3- Como você pode auxiliar o aluno a vencer obstáculos?
8 Adaptado de http://www.lemeconsultoria.com.br/v3/quebra-cabeca/ acesso em 13/11/2014.
5- Avaliação do Encontro
ENCONTRO III – O CÉREBRO E A APRENDIZAGEM
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Após este encontro indique:
O que você já sabia e teve certeza;
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______________________________________________________
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______________________________________________________
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O que você não sabia:
______________________________________________________
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1- Objetivo do Estudo
Conhecer o conceito de Dislexia, sua classificação e características de alunos
disléxicos.
2- Metodologia
Vídeo - Reportagem exibida no Fantástico em março de 2008, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ziQhPUGd4qw –, acessada em
13/11/2014.
Leitura de um trecho do texto: TRANSTORNOS FUNCIONAIS
ESPECÍFICOS9.
9 MAKISHIMA, Édne Aparecida Claser e ZAMPRONI, Eliete Cristina Berti. TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS. Disponível
em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/toledo/arquivos/File/educacao_especial/materiais_apoio/texto_tfejunho2.pdf acessado em 16/04/2014.
QUARTO
ENCONTRO
Dislexia
2.1- Estudo Dirigido
Dislexia
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), aproximadamente de 5% a 17%
da população mundial é disléxica, portanto a dislexia é o distúrbio de maior incidência
dentro de sala de aula.
Na literatura encontramos muitas definições e explicações sobre o assunto, no
entanto, apesar das diversas posições, existe um consenso de que o termo dislexia refere-
se a uma dificuldade de leitura e escrita.
De acordo com o DSM – IV – RT, a Dislexia do Desenvolvimento é definida como
um transtorno de leitura, caracterizado por um desempenho acadêmico para a
aprendizagem da leitura e escrita, abaixo do esperado para idade cronológica, ano escolar
de nível cognitivo do aluno.
A atual definição usada pela International Dyslexia Association - IDA (2003) apud
Kappes, descreve:
Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit no componente fonológico da linguagem que é inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária.” (2003)
Na abordagem neuropsicológica, a dislexia é considerada uma disfunção do Sistema
Nervoso Central. De acordo com Condemarim & Blomquist (1989) a dislexia é
um conjunto de sintomas reveladores de uma disfunção parietal (o lobo do cérebro onde fica o centro nervoso da escrita), geralmente hereditário, ou às vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura num contínuo que se estende do leve sintoma ao severo. É frequentemente acompanhada de transtorno na aprendizagem da escrita, ortografia, gramática e redação”.
Ainda do ponto de vista neuropsicológico o diagnóstico da dislexia deve ter como
critério de exclusão o rebaixamento intelectual, déficit sensoriais (visual, auditivo), déficit
motores significativos e com condições adequadas de aprendizagem.
De acordo com Johnson e Myklebust (1987) constitui uma desordem cognitiva e uma
desordem de linguagem; a desordem cognitiva porque se concentra na problemática da
significação da linguagem interior, da abstração, da formação dos conceitos e das
metáforas. Para o autor, a dislexia constitui um deficit no processo de simbolização -
decodificar e simultaneamente compreender são um todo no processo da leitura e da
escrita.
Ainda, de acordo com Johnson e Myklebust (1987) citado por Morais (2006), a
dislexia geralmente está associada a outros distúrbios, como:
Distúrbios de memória:
a) Distúrbios de memória auditiva manifestam-se na incapacidade de recordar os sons
das letras ou relacionar os diferentes sons para formar palavras.
b) Distúrbios da memória visual manifestam-se na dificuldade de relacionar os sons que
se ouve, ou as palavras que são elaboradas mentalmente, com os correspondentes
sinais gráficos que as representam.
c) Distúrbios de memória para sequências: na construção de palavras e frases, as letras
e os sons obedecem uma determinada sequência espacial e temporal. Alunos disléxicos
tem dificuldades para recordar as sequências e as séries. Exemplo: a sequência dos
dias da semana, dos meses do ano.
Orientação esquerda-direita: as dificuldades de identificação do lado direito e
esquerdo, em si mesmo e no outro, pode acarretar problemas em atividades de
leitura e escrita.
Orientação temporal: dificuldade em avaliar intervalos de tempo e de dominar os
conceitos de tempo.
Imagem corporal: dificuldades de perceber-se e perceber o mundo a partir do seu
próprio corpo.
Escrita e soletração: a leitura soletrada prejudica a análise e síntese de palavras e
frases.
Distúrbios topográficos: caracteriza-se pela dificuldade de 'ler' e se situar em mapas,
globos e gráficos.
Distúrbios na coordenação motora ampla, fina e visomotora.
Classificação da Dislexia
A SUED/DEEIN, adota a classificação de Johnson e Myklebust (1987) apud Morais
(2006), por entender que esta oferece subsídios teóricos para realização do trabalho
pedagógico em Sala de Recursos Multifuncional:
a) Dislexia Visual: é a dificuldade em diferenciar, interpretar e recordar palavras
visualmente, por apresentar deficiência na percepção visual e na coordenação visomotora.
Características de alunos com Dislexia Visual:
Dificuldades na interpretação e diferenciação das palavras;
Dificuldades de memorização das palavras;
Confusão na configuração de palavras ou letras;
Frequentes inversões, omissões, substituições, adição e repetição de letras ou
sílabas;
Problemas de comunicação não verbal;
Problemas grafo e visomotor;
Dificuldades na percepção social;
Dificuldades em relacionar a linguagem falada com a linguagem escrita;
Dificuldades em conceitos como em cima e embaixo, esquerdo e direito.
Exemplos de Dislexia Visual:
Ele tem poucos lápis Ele tem poncos lápis
O papai foi viajar o aluno lê O qaqai foi viajar
O homem foi ao cinema O homem toi ao cinema
O boi dorme no estábulo O doi borme no estábulo.
b) Dislexia Auditiva: é a dificuldade em distinguir semelhanças e diferenças entre sons
acusticamente próximos; em perceber sons no meio de palavras; em análise-síntese,
memória e sequência auditivas, causado pela deficiência na percepção e memória auditiva.
Estes possuem acuidade auditiva normal, porém não conseguem discriminar e relacionar
sons que constituem as palavras.
Características de alunos com Dislexia Auditiva
Atraso na linguagem;
Erros na leitura ou na escrita por problemas de não-associação dos fonemas
gráficos;
Confusão de sílabas iniciais, intermediárias e finais;
Problemas de percepção e imitação auditiva;
Problemas de articulação;
Dificuldades de seguir orientações e instruções;
Dificuldade de memorização auditiva;
Problemas de atenção;
Dificuldades de comunicação visual;
Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons
são semelhantes: d/t, j/x, c/g, m/b, b/p, v/f.
Exemplos de dislexia auditiva:
F (faca) V (vaca)
P (pão) B(bão)
CH (chato) o aluno lê J (jato)
T (toca) D (doca)
S (seca) Z (Zeca)
C (cola) G (gola)
Como Identificar a Dislexia
O diagnóstico de dislexia se efetiva a partir de um estudo de caso realizado por
equipe multiprofissional, composta por professores, psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista,
psicopedagogo, entre outros. A troca de informações das observações e avaliações
realizadas por cada profissional são importantíssimas para um diagnóstico preciso e
principalmente para descrever intervenções de trabalho clínico e pedagógico que possam
realmente ajudar o aluno a vencer as dificuldades acadêmicas impostas pela dislexia.
No contexto escolar atual é difícil e poderíamos dizer quase impossível, contar com
uma equipe multiprofissional (psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, psicopedagogo, entre
outros) para realização do diagnóstico da dislexia, no entanto o professor deve ficar atento
para alguns exemplos abaixo descritos de sinais de dislexia observados em sala de aula.
Estas constatações pedagógicas poderão subsidiar os profissionais externos a escola na
realização da avaliação clínica, quando indicada.
Ianhez (2002) descreve alguns sinais de dislexia possíveis de serem observados na
sala de aula:
Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita;
Trocas ortográfica;
Problema para reconhecer rimas e alterações (fonemas repetitivos em uma frase);
Desatenção e dispersão;
Desempenho escolar abaixo da média, em matérias específicas, que dependem da
linguagem escrita;
Melhores resultados nas avaliações orais, do que nas escritas;
Dificuldade de coordenação motora fina (para escrever, desenhar e pintar) e grossa
(é descoordenada);
Dificuldade de copiar as lições do quadro ou de um livro;
Problema de lateralidade (confusão entre esquerda e direita);
Dificuldade de expressão: vocabulário pobre, frases curtas, estrutura simples,
sentenças vagas;
Dificuldade em manusear mapas e dicionários;
Esquecimento de palavras;
Problema de conduta: retração, timidez excessiva e depressão;
Desinteresse ou negação da necessidade de ler;
Leitura demorada, silabada e com erros;
Esquecimento de tudo o que lê;
Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo;
Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar sequências;
Desnível entre o que ouve e o que lê (entende o que ouve, mas não o que lê);
Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa;
Não gosta de ir à escola;
Apresenta 'picos de aprendizagem', nuns dias parece assimilar e compreender os
conteúdos e noutro, parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente;
Pode evidenciar capacidade acima da média em áreas como: desenho, pintura,
música, teatro, esporte, etc.
PARA REFLETIR
MITO OU REALIDADE
A dislexia pode ter determinantes genéticos. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
A dislexia é sinônimo de baixa capacidade intelectual. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Não existe meios de diagnóstico da dislexia. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Toda criança que apresenta dificuldade na leitura tem dislexia. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Ignorar uma perturbação não ajuda a ultrapassa-la, pelo contrário, contribui para o seu agravamento. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Existe tratamento para a dislexia. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Existem sinais de alerta para a dislexia. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O disléxico não gosta de ler e escrever. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Repetir o ano ajuda a ultrapassar a dificuldade. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Como é de origem constitucional, a dislexia acompanha o indivíduo ao longo de toda a sua vida. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Dinâmica de Grupo - Medo de Desafios10
Objetivo:
Mostrar como podemos ser covardes diante de situações que possam
representar perigo ou vergonha.
Material:
Caixa, chocolate e música.
Desenvolvimento:
1- Encha a caixa com jornal para que não se perceba o que tem dentro;
10 Adaptado de http://educamais.com/dinamica-da-caixa-surpresa/ acesso em 17/11/2014
2- Coloque no fundo o chocolate e um bilhete: COMA O CHOCOLATE!
3- Embrulhe a caixa;
4- Com os participantes em círculo, o coordenador segura a caixa e explica o seguinte para
todos: - Estão vendo esta caixa? Dentro dela existe uma ordem a ser cumprida, vamos
brincar de batata quente com ela, e aquele que ficar com a caixa terá que cumprir a tarefa
sem reclamar. Independentemente do que seja… ninguém vai poder ajudar, o desafio deve
ser cumprido apenas por quem ficar com a caixa (é importante assustar a turma para que
eles sintam medo da caixa, dizendo que pode ser uma tarefa extremamente difícil ou
vergonhosa);
5- Começa a dinâmica, com a música ligada, devem ir passando a caixa de um para o outro.
Quando a música for interrompida (o coordenador deve estar de costas para o grupo para
não ver com quem está a caixa) aquele que ficou com a caixa terá que cumprir a tarefa…é
importante que o coordenador faça comentários do tipo: Você está preparado? Tem certeza
que quer abrir? Se não tiver coragem pode passar para frente. Caso o participante
concorde, continua-se com a brincadeira. Caso contrário, o participante abre encontra a
gostosa surpresa;
4- Aprofundando o Estudo
Documentário elaborado pelo projeto ELO: leitura, escrita e oralidade, coordenado
pela Prof. Dra. Renata Mousinho, da UFRJ, com o apoio de seus parceiros e do
Instituto ABCD, mostrando a importância da escola para o aluno com dislexia,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Rz-
Wb0AAvPk&feature=youtu.be - acesso em 13/11/2014.
Filme: Como estrelas na Terra, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=oTqMHlBHQyQ, acesso em 29/08/2014.
O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre
de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e
está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam
em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai
acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.
Atividades para disléxicos disponível em:
http://jucienebertoldo.wordpress.com/2013/07/29/apostila-sobre-dislexia-com-
atividades/ acesso em 26/10/2014.
5- Avaliação do Encontro
ENCONTRO IV – DISLEXIA
Após este encontro indique:
O que você já sabia e teve certeza;
______________________________________________________
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O que você não sabia:
______________________________________________________
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______________________________________________________
.
1- Objetivos do Estudo
Conceituar, classificar e identificar a disgrafia e a disortografia;
2- Metodologia
Análise de textos produzidos e copiados por alunos da rede pública municipal de
educação;
Relato por escrito das impressões sobre os textos dos alunos;
Texto para Leitura Complementar11;
11 MAKISHIMA, Édne Aparecida Claser e ZAMPRONI, Eliete Cristina Berti. TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS. Disponível
em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/toledo/arquivos/File/educacao_especial/materiais_apoio/texto_tfejunho2.pdf acessado em 16/04/2014.
QUINTO ENCONTRO
Disgrafia e Disortografia
Slide 15 Slide 16
Slide 17 Slide 18
Slide 19 Slide 20
4- Dinâmica – Análise de textos12
Primeiramente serão distribuídos aos professores modelos de textos produzidos,
e/ou copiados por alunos. Em grupo, os professores deverão analisa-los e registrar suas
impressões, considerando as seguintes categorias de análises:
12 Elaborado pela autora.
Análises Empíricas dos Textos dos Alunos com Disgrafia e Disortografia
organização da página e das letras: ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
erros de formas e proporções: ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
traçado das letras; ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
nível de composição das frases, sílabas e palavras: ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
dificuldades gramaticais e trocas ortográficas: ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Deverá ser escolhido um relator que socializará com o grande grupo as impressões
e observações discutidas no pequeno grupo.
4.1- Textos para Análise13
13 Textos produzidos por alunos do 5º Ano da Rede Municipal de São Mateus do Sul em 09/12/2014.
5- Avaliação do Encontro
ENCONTRO V – DISGRAFIA E DISORTOGRAFIA
Após este encontro indique:
O que você já sabia e teve certeza;
______________________________________________________
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______________________________________________________
______________________________________________________
O que você não sabia:
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
1- Objetivos do Estudo
Conceituar e caracterizar a discalculia;
Reconhecer as dificuldades matemáticas apresentadas pelos alunos, intervindo com
jogos e atividades prazerosas.
2- Metodologia
Slides;
Jogos;
Texto para Leitura Complementar14;
14 MAKISHIMA, Édne Aparecida Claser e ZAMPRONI, Eliete Cristina Berti. TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS. Disponível
em: http://www.nre.seed.pr.gov.br/toledo/arquivos/File/educacao_especial/materiais_apoio/texto_tfejunho2.pdf acessado em 16/04/2014.
SEXTO ENCONTRO
Discalculia
Slide 23
4- Dinâmica de Grupo - Jogos15
Além de colaborar com a socialização dos alunos, a utilização de
atividades lúdicas na Matemática e de materiais concretos está totalmente relacionada ao
desenvolvimento cognitivo da criança. Os jogos, de certa forma, promovem o
desenvolvimento do senso crítico e investigador, o que ajuda na compreensão e
entendimento de determinados tópicos relacionados ao ensino da Matemática.
Palitos
O jogo é composto de um tabuleiro e dezesseis palitos e é desenvolvido por apenas
um participante, que tem por objetivo formar três quadrados, com o movimento de quatro
palitos. O jogador inicia o jogo com os 16 palitos formando os 5 quadrados, conforme a
configuração, e deve movimentar apenas quatro palitos de modo a atingir o objetivo do
jogo.
Os movimentos são observados na figura a seguir.
15 Disponível em http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMATICA/Monografia_Silva.pdf
acesso em 06/09/2014.
Soma Quinze
O jogo é composto de um tabuleiro retangular, numerado de 1 a 9, e de seis fichas,
sendo três brancas e três pretas, e é desenvolvido por dois participantes que têm por
objetivo conseguir a soma quinze, utilizando três fichas.
O jogo inicia-se com a distribuição de três fichas da mesma cor para cada jogador.
A seguir, decide-se por sorteio quem colocará a primeira ficha na casa correspondente a
um dos nove numerais inscritos no tabuleiro. O segundo jogador procede da mesma forma,
retornando a vez ao primeiro e, assim, sucessivamente, até acabarem as fichas.
Vencerá o jogo aquele que obtiver a soma quinze, somando-se os valores das casas
ocupadas pelas três fichas. Caso nenhum dos dois jogadores vença depois de colocada a
sexta ficha no tabuleiro, o jogo prossegue com os jogadores mudando suas fichas de
posição, uma a uma, alternadamente, buscando atingir o objetivo do jogo.
Tangram
O jogo é composto de sete peças (cinco triângulos, um quadrado e um
paralelogramo), de cartelas com diferentes figuras e é desenvolvido por um participante,
que tem por objetivo formar um quadrado com as sete peças.
Para início do jogo, deve-se procurar uma superfície plana. Encontrado o local
adequado, o participante deve ter em mente que todas as sete peças devem,
obrigatoriamente, ser utilizadas na formação de uma figura, sem a sobreposição de peças.
O Tangram permite milhares de combinações.
Jogo dos Hexágonos
O jogo é composto de sete hexágonos regulares, cujos lados devem estar
numerados de 1 a 6, conforme figura abaixo, e é desenvolvido por um participante, cujo
objetivo é unir seis hexágonos, a um hexágono central, de modo que os lados coincidentes
correspondam a numerais de mesmo valor.
As figuras devem estar dispostas numa superfície plana, sobre a qual o jogador as
move, buscando atingir o objetivo do jogo.
PARA REFLETIR
1- Os jogos em sala de aula devem ter regras? Por quê
2- O trabalho com jogos em sala de aula trazem benefícios para o aluno?
Justifique?
5- Avaliação do Encontro
ENCONTRO VI – DISCALCULIA
Após este encontro indique:
O que você já sabia e teve certeza;
______________________________________________________
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O que você não sabia:
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______________________________________________________
1- Objetivos
Avaliar a proposta da Intervenção Pedagógica;
2- Metodologia
Mensagem;
Seaescolafosseumaorquestra16
Seaescolafosseumaorquestra,seriapossívelouvirseasinfoniadacompreensã
ohumana?Comohaversinfoniasecadamúsicoestácomseuinstrumentoemumt
om?Ondeestáoautordasinfonia?Ouseráqueaorquestraéquenãoquertocála?A
orquestraestádesafinada.Eomaestro?Deveserresponsabilizadopeloinsucess
o?Eosouvintes,porquenãogritam?Estãomudos?Nãonãosabemgritar.Gritam,
àsvezes,buscandoemoutromúsicoofracassoadvindodotomdesafinadoqueem
item.Evocê?Tambémémúsiconestaorquestra?Aescolanuncaseráorquestra,s
ecadamúsiconãoseafinar.Osmúsicosdeveminterpretarapartituradacompreen
sãohumana,paraatenderacadaouvintenasuaindividualidade.Nãobastasimple
smentetocar.Aharmoniaentreosmúsicoseosouvinteséacompreensão,orespei
to,adoação,o"assumir",éaresponsabilidade,oenvolvimentocomotrabalho.Re
ajadiantedamúsica.Seumtomsoalhedesafinado,pare!Opontodeesperaécalm
oelongo;comsuaajudaviráoutramúsica.Comcertezaseráoiníciodeumaverdad
eiraorquestraondetodospossamentoaramúsicadaPaz,daHarmonia,daColabo
ração,doRespeitoMútuo.
(autor desconhecido)
16 Adaptado de http://salamultiespecialdaandrea.blogspot.com.br/2013/02/sugestao-de-mensagem-para-reflexao-no.html acesso em
15/10/2014
SÉTIMO ENCONTRO
PARA REFLETIR
1- Como se sentiu ao receber a mensagem?
2- E após decifrá-la?
3- Conseguiu decifrá-la sozinho ou obteve ajuda?
3- Atualizando conceitos
Após os encontros
O que eu levo O que eu deixo
Vídeo “O Olhar do Educador”; disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=C3trLt0IoOw acesso em 18/08/2014
REFERÊNCIAS
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