OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · tecidos com estampas adinkra são usados no dia...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO – PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PROFESSOR PDE/2013
Título Biodiversidade humana: A Ciência de ontem e de hoje
na reflexão sobre o preconceito racial.
Autor Natalia Apolonia Belino Bonfim.
Disciplina/ Área Ciências.
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização Colégio Estadual Ambrósio Bini – Rua São Lucas s/nº
- Jd. Monte Santo – Almirante Tamandaré – PR.
Município da Escola Almirante Tamandaré.
Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Norte.
Professor Orientador Wanirley Pedroso Guelfi.
Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná.
Relação Interdisciplinar Biologia, História, Geografia, Antropologia,
Sociologia, Filosofia.
Resumo O trabalho visa a Inserção da Lei 10.639/03,
propondo que, ao mesmo tempo em que se trabalham
as definições dos conceitos básicos sobre as células e
seus componentes genéticos, promova-se uma
educação para as relações étnico-raciais através de
reflexões sobre o preconceito racial e as contribuições
das Ciências Naturais na racialização de diferentes
grupos humanos no decorrer da história, que ainda
permeiam o imaginário social no Brasil. Tais teorias
serão comparadas aos conhecimentos atuais, que
levam à desconstrução do conceito de raças biológicas
na espécie humana podendo, portanto, contribuir para
a desconstrução do preconceito. Para tal, será utilizada
a Metodologia da Problematização com o Arco de
Maguerez, visando evitar a abordagem do
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
conhecimento de forma descritiva e repetitiva e
preparar o estudante para tomar consciência de seu
mundo e atuar intencionalmente para transformá-lo de
maneira crítica. Espera-se com isso levar os alunos à
reflexão a respeito de que forma as Ciências
perceberam a biodiversidade humana através dos
tempos, aos conhecimentos atuais que desconstroem o
conceito de raças biologicamente bem demarcadas e
supostamente inferiores/superiores umas às outras,
promovendo através dessa reflexão e do conhecimento
de contribuições africanas em nossa cultura, ações que
possam interferir na desconstrução do preconceito
racial em nossa comunidade escolar.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) Ensino de Ciências – Biodiversidade Humana –
preconceito racial – Genética – étnico-racial
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico
Público Alvo Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental.
BIODIVERSIDADE HUMANA: A CIÊNCIA DE ONTEM E DE HOJE NA REFLEXÃO SOBRE O PRECONCEITO RACIAL. PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE/2013
NATALIA APOLONIA BELINO BONFIM
Adinkra é um sistema de símbolos artísticos com origem
no oeste da África que significa adeus. Esses símbolos eram utilizados em tecidos nas cerimônias fúnebres, onde expressavam as
qualidades atribuídas à pessoa que havia morrido. Atualmente, os tecidos com estampas adinkra são usados no dia a dia, mas
principalmente em celebrações. Também são esculpidos em peças de
ouro, bronze e madeira.
Além de estarem relacionados à tradição, eles incorporam, preservam e transmitem aspectos da história. O símbolo
acima é o sankofa que representa um pássaro, de duas cabeças, que
olha para o passado, para aprender com ele para o futuro. Significa
aprender com o passado e seguir.
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À DIREÇÃO, EQUIPE PEDAGÓGICA, COLEGAS PROFESSORES (AS) E
FUNCIONÁRIOS (AS) DO COLÉGIO ESTADUAL AMBRÓSIO BINI:
Esse caderno pedagógico faz parte do Projeto de Intervenção
Pedagógica que será aplicado em nossa escola durante o primeiro semestre
de 2014, como resultado de minha participação no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) o qual terá por finalidade abordar a
Biodiversidade Humana e a forma pela qual ela foi vista pelas Ciências no
decorrer da história, objetivando:
Refletir com os (as) alunos (as) sobre o preconceito em geral e de
maneira especial sobre o preconceito racial, abordando
indiretamente problemas como bullying, violência escolar e até
mesmo problemas com indisciplina e aprendizagem relacionados
ao preconceito.
Trabalhar com os (as) alunos (as) termos básicos de Genética.
Inserir na disciplina de Ciências, conteúdos de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana, assim como buscar uma
educação para as relações Étnico-Raciais em atendimento à Lei
10.639/03.
Utilizar a Metodologia da Problematização, como alternativa para
uma educação problematizadora, que leve os (as) alunos (as) a
desenvolver uma reflexão crítica de maneira a atuar no meio em
que vivem.
“Muito além da escolarização formal, é preciso reconhecer que a escola representa
espaço fundamental para o desenvolvimento da criança, do adolescente e do jovem,
constituindo-se como um importante contexto de socialização, de construção de
identidades, exercício de autonomia e do protagonismo, de respeito à diversidade
étnico-racial, de gênero e orientação sexual e, finalmente, de afirmação, proteção e
resgates de direitos.” ( Ministério da Educação, 2009 p.08)
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Oferecer a outros (as) professores (as) de Ciências uma
alternativa de material para ser utilizado na aplicação da Lei
nº10.639, de 09 de janeiro de 2003.
Acredito os estudos realizados por mim durante o PDE irão contribuir
de maneira significativa em minha prática pedagógica e espero que, da
mesma forma, esse caderno pedagógico e a aplicação de meu Projeto em
nossa escola, venham a contribuir de alguma maneira para todos nós.
Pois,
“ Educação não muda o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas
transformam o mundo.”
Paulo Freire
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COLEGAS PROFESSORES (AS) DE CIÊNCIAS:
Esse material didático, na forma de caderno pedagógico, tem como
público alvo os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, mas poderá ser
utilizado, com as devidas adaptações, com quaisquer alunos que já tenham
ou estejam tendo o seu primeiro contato com as noções básicas de Genética.
Aqui, ele será utilizado para repassar termos básicos de Genética,
atendendo ao conteúdo básico: “Mecanismo de Herança Genética”, previsto
para o 9º ano, nas diretrizes curriculares estaduais (DCE) de Ciências e
visando a inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana na disciplina de Ciências, assim como uma educação para as
relações Étnico-Raciais.
A Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, prevê em seu Art. 26.
Parágrafo 2º, que os conteúdos de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana sejam ministrados no âmbito de todo currículo escolar, visando a
uma Educação das relações étnico-raciais e ao combate ao racismo e todas
as formas de discriminação no espaço escolar.
As diretrizes curriculares estaduais de Ciências, do estado do Paraná,
(2008 p.68) também destacam que: “No âmbito das relações contextuais, ao
elaborar o plano de trabalho docente, o professor deve prever a abordagem
da cultura e história afro-brasileira (Lei 10.639/03)...”
Mesmo prevista em lei, a educação para as relações étnico-raciais
ainda não vem sendo efetivamente trabalhada nas escolas, principalmente
nas disciplinas não citadas claramente na lei, como é o caso da disciplina de
Ciências.
A proposta desse caderno pedagógico surgiu da necessidade de
A educação é um dos ambientes da cultura, um ambiente em que a sociedade se
reprocessa a si mesma, numa operação sem fim, recriando conhecimentos,
tecnologias, saberes e práticas. Independentemente da área em que nos formamos, nós
professores trabalhamos em territórios culturais. (Ministério da Educação, 2009 p.19)
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alternativas para trabalhar a inserção dos conteúdos de História e Cultura
Afro –Brasileira e Africana, bem como para viabilizar uma Educação para as
relações étnico-raciais na disciplina de Ciências.
Então, o objetivo é que, ao mesmo tempo em que se trabalham as
definições dos conceitos básicos sobre as células e seus componentes
genéticos, promova-se uma educação para as relações Étnico-raciais através
de reflexões sobre o preconceito racial e as contribuições das Ciências
Naturais na racialização de diferentes grupos humanos, bem como suas
teorias atuais, que levam a desconstrução do conceito de raças biológicas na
espécie humana e, portanto, podem contribuir para a desconstrução desse
preconceito.
Pena e Birchal (2006 p.13) afirmam que, embora a ciência não seja o
campo de origem dos mandamentos sociais ela tem um papel importante na
instrução da esfera social, pois ao mostrar “o que não é” ela liberta, pelo
poder de afastar erros e preconceitos.
Esse caderno pedagógico foi organizado em 06 capítulos, dos quais
cinco estão organizados em aulas, com 05 aulas no capítulo 01, 04 aulas no
capítulo 02, 04 aulas no capítulo 03, 03 aulas no capítulo 04 e 16 aulas no
capítulo 05.
O capítulo 06 é composto por sugestões de outros conteúdos
relacionados da disciplina de Ciências, que poderão ser trabalhados visando
à valorização da cultura Africana e Afro-brasileira e à reflexão sobre o
preconceito racial.
No final desse caderno você encontrará ainda um mini glossário, que
trará termos comumente utilizados na Antropologia e nas Ciências sociais.
Como os termos não são usados com frequência na disciplina de Ciências,
servirá como suporte para que o (a) professor (a) e o (a) aluno (a) esclareçam
eventuais dúvidas que possam surgir.
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CAROS (AS) ALUNOS (AS):
Nesse material didático, iremos refletir sobre um assunto que todos
(as) conhecemos: o preconceito (dando maior ênfase ao preconceito racial) e
iremos passear pela história das Ciências, percebendo como esta pode ter
influenciado na construção desse preconceito.
Também iremos ver qual a atual visão das Ciências, que nos prova
que o preconceito racial não tem o menor sentido, nos mostrando que as
Ciências estão em constante construção e mudança.
Para que posamos compreender tudo isso, também iremos ser
apresentados (as) à alguns termos básicos de uma parte das Ciências
denominada Genética, tão importante para a compreensão do passado e do
presente das Ciências no que está relacionado ao preconceito racial.
Para finalizar, iremos analisar algumas contribuições dos povos
africanos para as Ciências, tendo em vista que esses povos, juntamente com
os indígenas são os que mais têm sofrido com o preconceito racial.
E então, vamos lá?
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COLEGAS PROFESSORES (AS) DE CIÊNCIAS:
Este caderno pedagógico foi elaborado para atender alunos (as) da 9º
ano do Ensino Fundamental, com fundamentação voltada para professores
(as) e alunos (as), constituindo-se num plano de trabalho para as atividades
a serem realizadas.
Durante a aplicação do projeto será utilizada a metodologia da
problematização, visando evitar a abordagem do conhecimento de forma
descritiva e repetitiva e preparar o (a) estudante para tomar consciência de
seu mundo e atuar intencionalmente para transformá-lo de maneira crítica.
Dessa forma, tem- se a intenção que os (as) estudantes deixem de receber o
conteúdo de forma passiva, como se fosse uma verdade absoluta e passem a
construir o conhecimento de maneira crítica e reflexiva.
Segue uma breve apresentação da Metodologia da problematização e
do arco de Maguerez:
O arco de Maguerez é utilizado como base para a aplicação da
Metodologia da Problematização.
Segundo Colombo e Berbel (2007 p. 122), embora tenha sido
elaborado na década de 70 e tornado público por Bodernave e Pereira (1989)
a partir de 1977, não foi utilizado, durante algum tempo, embora atraente
como proposta para uma educação problematizadora. Isso, ainda de acordo
com Colombo e Berbel (2007 p. 122) devido à inexistência de exemplos que
servissem como estímulo para que outros (as) professores (as), além de seus
elaboradores, utilizassem essa metodologia.
Somente nas últimas décadas do século XX, com a necessidade de
um ensino voltado a construção do conhecimento pelo (a) aluno (a), passou a
ser considerada uma alternativa.
A metodologia foi utilizada em projeto especial de ensino em 1992 no
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina e depois
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disso vem sendo aplicada pela professora Neusi Aparecida Narvas Berbel e
seus colaboradores, na área de educação, desde 1994.
A nomenclatura utilizada pela autora desde 1995 é: A teoria e a
prática da Metodologia da Problematização com o arco de Maguerez.
A metodologia é uma alternativa a ser utilizada numa educação
problematizadora, que visa à formação de alunos que desenvolvam uma
reflexão crítica e possam atuar na transformação do meio em que vivem.
Conforme Bordenave e Pereira (1995) o método do arco se faz por
meio de cinco etapas: a) observação da realidade (problema); b) pontos
chaves c) teorização; d) hipóteses de solução; e) aplicação à realidade.
Teorização
Pontos- chave Hipóteses de solução
Observação Aplicação
da realidade (problema) à realidade
REALIDADE
FIGURA 1- ARCO DE MAGUEREZ
FONTE: A AUTORA (2013). Adaptado de BORDANAVE e PEREIRA
(1989)
A seguir, um resumo das etapas do Arco de Maguerez e suas
características básicas:
1. Observação da realidade (problema):
Nessa etapa ocorre à observação da realidade e através dela formula-
se o problema. Na metodologia da problematização, o problema é uma
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questão para a qual não se encontra resposta pronta. Nesse trabalho essa
etapa será abordada em dois momentos distintos.
2. Identificação dos problemas (postos-chaves)
Nessa etapa os (as) alunos (as) são conduzidos a levantar, ou definir
com os conhecimentos que têm nesse momento inicial os pontos a estudar, a
investigar, no caso os pontos – chaves. É o momento de definir o que precisa
ser conhecido e compreendido. Como enfatiza Berbel (1999) nessa etapa o
mais importante é o processo e não é o produto.
3. Teorização:
É o momento do estudo propriamente dito. Nesse momento buscam-
se embasamentos para avaliar os pontos chaves, diferentes ângulos do
problema são analisados. Pode-se ainda comparar as crenças iniciais com as
informações obtidas sobre seus diversos ângulos.
4. Hipóteses de solução (Planejamento)
É a etapa de elaboração das possíveis hipóteses de solução. Tendo o
aluno analisado a sua realidade, as possibilidades que podem transformar
essa realidade, mesmo que numa pequena parcela, tornam-se mais
evidentes.
Os (As) alunos (as) devem pensar estratégias de ação para poder
exercer uma diferença na realidade onde se extraiu o problema. Todas as
possibilidades sugeridas e pensadas serão registradas. Após o levantamento
das hipóteses de solução e seleção das mais viáveis, se passa para a próxima
etapa.
5. Aplicação à realidade
Analisam-se quais hipóteses podem ser aplicadas. Planejam-se as
ações que são colocadas em prática.
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Etapa de aplicação à realidade, de prática, de ação concreta de
acordo com as sugestões de interferência propostas pelos alunos. Nesse
momento o mais importante é promover uma transformação naquela parcela
da realidade, mesmo que essa transformação seja pequena (BERBEL1999, p.
6).
Em cada aula que constitui esse caderno pedagógico, estará descrito
a que etapa do Arco de Maguerez correspondem as atividades desenvolvidas.
Além disso, no decorrer desse caderno pedagógico serão utilizados
alguns símbolos, a fim de tornar o texto mais atrativo. O símbolo sankofa
também irá aparecer como marcador, devido ao seu significado comentado
anteriormente, que está bastante relacionado a esse trabalho.
A seguir temos uma lista, dos símbolos e seus significados.
Para representar o(s) objetivo(s) do capítulo.
Para representar o (s) objetivo(s) da (s) aula (s)
Para representar os materiais necessários para a realização
daquela aula.
Para representar o referencial teórico referente àquela aula.
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Para representar como fazer as atividades propostas para a aula.
Para representar as sugestões de referências no capítulo 5.
Para representar as atividades escritas a serem realizadas.
Também serão utilizadas diferentes caixas de texto, com diferentes
significados:
Traz aprofundamentos ou dicas de onde encontrar maior
aprofundamento sobre determinado assunto.
Traz indicações ao professor (a), de como utilizar esse material e/ou
dicas de outros materiais.
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“Para utilizar com seus (suas) alunos (as)”, ou seja, traz informações
que podem ser utilizados com os (as) alunos (as) em sala de aula.
“Relembrando”, ou seja, relembra conceitos necessários ao
entendimento do assunto que está sendo tratado no momento.
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Perceber qual a representação social dos (das) alunos (as) a
respeito de grupos historicamente classificados como pertencentes a raças
distintas.
Observar se os (as) alunos (as) classificam os seres humanos em
grupos distintos e em caso afirmativo, perceber quais os critérios utilizados
nessa classificação.
Levar os (as) alunos (as) a perceber como classificam cada grupo
de ser humano: espécie, raça, ambos ou nenhum deles e como essa
classificação pode estar associada com o preconceito racial.
Apresentar o Projeto de Intervenção Pedagógica aos (às) alunos
(as).
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AULAS 01 E 02:
OBSERVANDO AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS (AS) ALUNOS (AS)
SOBRE OS GRUPOS HISTORICAMENTE CLASSIFICADOS COMO
PERTENCENTES A RAÇAS DISTINTAS.
Reconhecer quais as representações sociais dos (as) alunos
(as) a respeito dos grupos de seres humanos historicamente classificados
como pertencentes a raças distintas, bem como analisar se esses grupos são
percebidos de forma estereotipada ou racializada.
Folhas de papel sulfite A-4
Impressão da página para a confecção dos desenhos pelos
alunos.
Lápis preto, lápis de cor e canetas coloridas.
Cada aluno (a) irá receber um papel sulfite dividido em quatro partes.
Em cada parte deverá ser elaborado um desenho representativo de um ser
humano, sendo, um (a) branco (a), um (a) negro (a), um (a) indígena e um (a)
japonês (a).
Recolher a atividade e proceder à interpretação, para utilizá-la em
discussão, juntamente com a próxima atividade proposta.
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ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
1ª etapa: a observação da realidade (problema)
Representação social:
De acordo com Sêga (2000 p.128 e 129)
As representações sociais são uma maneira de pensar a realidade cotidiana, um
conhecimento prático, que dá sentido aos eventos que nos são normais, forja as
evidências da nossa realidade consensual e ajuda a construção social da nossa
realidade.
Toda representação social é representação de alguma coisa ou de alguém. Ela não é
cópia do real, nem cópia do ideal, nem a parte subjetiva do objeto, nem a parte
objetiva do objeto, ela é o processo pelo qual se estabelece a relação entre o mundo
e as coisas.
Afirma ainda o autor:
“No caso das relações étnicas, inter-raciais ou intergrupais, como os julgamentos
sociais, os exemplos são explícitos quando a tendência é fixar a imagem do outro
dentro de um status “natural” ou biológico. Essa “biologização” do social transforma
diferenças sociais em diferenças de ser. Isso produz teorias sociais nas quais a
história nos ensina tristes lições.”
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AULA 03:
SEPARANDO SERES HUMANOS EM GRUPOS.
Perceber se os (as) alunos (as) classificam os seres humanos
em diferentes grupos.
Imagens de seres humanos retiradas de revistas.
Envelopes
Os (as) alunos (as) serão divididos em grupos, conforme o número de
alunos (as) presentes em cada sala, de forma que os grupos apresentem
cerca de 05 alunos (as) cada. Cada grupo receberá as imagens de alguns
seres humanos e quatro a cinco envelopes (antes do início das atividades
será explicado aos (às) alunos (as) que poderão ser solicitados mais
envelopes, caso achem necessário). Será solicitado aos (às) alunos (as) que
separem os seres humanos em grupos, conforme queiram.
Cada grupo deverá ser colocado num envelope distinto.
Nessa atividade faremos mais uma vez a observação da realidade
(problema)
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
1ª etapa: a observação da realidade (problema)
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AULA 04:
E NÓS, CLASSIFICAMOS OS SERES HUMANOS? UTILIZANDO
QUAIS CRITÉRIOS?
Determinar quais os critérios utilizados pelos (as) alunos (as) para
separar seres humanos em grupos, assim como observar se associam esses
grupos a diferentes raças, diferentes espécies, ou não.
Como essa aula será dialogada, visando à reflexão e a discussão sobre
o tema, não são necessários materiais.
Serão feitas com os (as) alunos (as) às seguintes reflexões:
Quais foram os critérios utilizados para separar os seres humanos
nesses grupos?
Quais foram os mais relevantes? Quais foram utilizados por primeiro?
Do ponto de vista biológico, podemos dizer que esses seres pertencem
a espécies diferentes?
Raças diferentes?
Ou nenhuma das duas?
Por que então separamos esses seres humanos em grupos distintos?
Ou, no caso de não haver separação: Esses seres humanos já foram
separados em grupos distintos? Com a utilização de quais critérios? Essa
separação os prejudicava de alguma forma?
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Nesse momento as respostas dadas pelos (as) alunos (as) devem ir
sendo anotadas no quadro e no papel.
Também serão utilizados ao final da reflexão, alguns desenhos
realizados pelos (as) alunos (as) na primeira atividade, visando observar se
percebem algum grupo de maneira estereotipada ou racializada. Porém, é
importante que o desenho não seja utilizado na mesma turma em que foi
feito e também que o nome do autor não seja revelado.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
A reflexão feita através dos questionamentos e da discussão realizada
com os alunos corresponde à identificação dos problemas (postos-chaves).
Conceito biológico de espécie: É um grupo de populações, em que os
indivíduos são capazes de se intercruzar, produzindo descendentes férteis e
estando em isolamento reprodutivo.
Duas espécies estão em isolamento reprodutivo quando não se cruzam em
condições naturais ou, mesmo que se cruzem a descendência não é fértil.
Raça: Mesmo entre os animais domésticos, como os cães, o termo vem sendo
questionado, inclusive pela Biologia Evolutiva. As raças poderiam ser
chamadas de variedades, uma vez que “há comportamentos particulares para
cada variedade e isso é bem conhecido, mas há também uma variedade
enorme de comportamentos que todos os cães compartilham” - Blog Biologia
Evolutiva.
Em termos genéticos, as raças animais só podem ser obtidas artificialmente,
tendo em vista que oque se chama de raças são grupos de animais cruzados
seguidamente entre si, visando à seleção de determinadas características.
Portanto, raças naturais não existem, nem mesmo entre os animais.
Raça também pode ser sinônimo de subespécie.
No entanto diversos dicionários trazem ideias distorcidas, atribuindo o termo
raça inclusive à espécie humana .
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Para saber mais sobre o uso do termo raças em espécies animais, acesse:
http://biologiaevolutiva.wordpress.com/2009/09/25/sobre-caes-
racas-e-preconceito/
http://www.olharanimal.net/adocao/artigos/98-voce-faz-questao-de-
um-cao-de-raca-pense-duas-vezes
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AULA 05: APRESENTANDO O PROJETO
Apresentar aos (as) alunos (as) o Projeto de Intervenção
Pedagógica dos quais estarão participando, quais os objetivos e como será
feito o trabalho.
A apresentação não será feita antes de iniciar o projeto, tendo em vista
que os desenhos e a classificação feita pelos (as) alunos (as) poderiam ser
influenciados por esse fato.
Data show ou TV pen drive
Apresentar, com o uso de slides, o projeto.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Essa aula não corresponde a nenhuma etapa, pois será utilizada para
apresentação do projeto.
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Oportunizar os (as) alunos (as) a reconhecer as diversas formas
como os seres humanos foram agrupados através dos tempos e como os
diferentes grupos eram percebidos nessa classificação.
Refletir a respeito de como essas classificações podem ter
contribuído para construção de estereótipos que permeiam o imaginário
social.
Possibilitar a reflexão a respeito da forma como os grupos
historicamente tratados como “inferiores” são percebidos pela sociedade
atual.
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AULA 01:
HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO DOS SERES HUMANOS EM
GRUPOS BIOLOGICAMENTE BEM DEMARCADOS E COM ESCALA DE
VALOR.
Não se sabe ao certo de onde vem a palavra raça. Alguns acham que
vem do italiano razza, que por sua vez veio do latim ratio, que significa sorte,
categoria, espécie. Outros, que veio do latim “radix”, que significa raiz ou
tronco ou ainda que a palavra razza seja sinônimo de linhagem ou criação.
A primeira vez que os seres humanos foram classificados em raças foi
em 1684, através da “Nouvelle division de la terre par les différents espèces
ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou
raças que a habitam") de François Bernier.
De acordo com Salzano (2007) o conde Georges Louis Leclerc de
Buffon (1707-1788) foi o primeiro a aplicar o termo raça às diferentes
variedades do Homo sapiens (ser humano), de acordo com as diferenças
morfológicas entre habitantes de diferentes continentes.
Lineu, que criou o sistema de classificação dos seres vivos utilizado
até hoje, classificava os seres humanos em quatro raças principais com
“tipos” fixos, atribuindo, inclusive, características psicológicas e morais aos
indivíduos de cada raça.
Dessa forma, as quatro raças seriam:
Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento,
subjugável).
Europeu (Homo sapiens europaeus: branco, sério, forte).
Asiático (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso).
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Africano (Homo sapiens afer : preto, impassível, preguiçoso).
Linnaeus reconheceu ainda uma quinta raça não geograficamente
definida, a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma
diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da América do Sul,
Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma
das quatro categorias "normais”.
Após essa divisão, foram feitas várias outras, e conforme afirma Pena
(2008 p.21), a mais influente, e que surpreendentemente persiste até hoje,
foi escrita por um discípulo de Lineu, Johann Friederich Blumenbach, que
descreveu cinco raças principais.
A classificação de Bluembach era baseada principalmente na origem
geográfica, mas também continha parâmetros morfológicos.
No século dezenove, passaram a ter ênfase características morfológicas
facilmente observáveis, de modo que a cor da pele passou a ser sinônimo das
raças descritas por Bluembach.
Ernest Haeckel chegou a dividir a humanidade em doze “espécies”,
ordenando-as em uma escala de valor. Nessa escala, a raça europeia era a
superior.
Nos séculos dezoito e dezenove, teve ênfase o “racismo científico” que,
segundo Pena (2008 p.17) “tratava as raças humanas como se fossem
espécies diferentes, biologicamente incompatíveis”. Além disso, a noção de
raça definia o indivíduo como um todo, inclusive no tocante a aspectos
psicológicos e morais e não apenas às características superficiais.
Nessa época, além de comprovar a existência de raças, alguns
cientistas tentavam comprovar a inferioridade biológica de alguns grupos,
como os africanos e seus descendentes.
O branco europeu era considerado como uma “raça superior”, que
teria como “fardo” a obrigação de levar o desenvolvimento e a civilização às
“raças inferiores”, ou seja, aos “povos menos evoluídos”. Isso justificava a
dominação de outros povos, invadindo os territórios e explorando os
recursos e a mão-de-obra disponível.
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No século dezoito foi criada ainda uma teoria conhecida como
eugenia.
O termo eugenia foi criado por Francis Galton em 1883 e segundo
Schwarcz, (1993 p. 79) transformou-se num movimento científico e social
vigoroso.
Galton acreditava que deveria haver uma seleção um controle da
reprodução para dessa forma “melhorar” a população. Ou seja, pretendia-se
a eliminação de características físicas indesejáveis.
Conforme afirma Schwarcz, (1993 p. 79) eugenia supunha,
“... uma nova compreensão das leis da hereditariedade humana,
cuja aplicação visava a ‘produção de nascimentos desejáveis e
controlados’ e preocupava-se em promover, casamentos entre
determinados grupos e desencorajar certas uniões consideradas nocivas à sociedade”.
Ou seja, sua intenção era promover a limpeza racial dos grupos
considerados inferiores ou inaptos, ou seja, dos grupos não brancos.
A teoria que considerava o homem branco europeu como “raça superior” era
denominada Darwinismo social e baseava-se na teoria evolucionista de Darwin,
embora não tenha sido criada por ele.
Segundo Schwarcz, (1993 p.73)
“ ... não são poucas as interpretações de 'A origem das espécies', que desviam
do perfil originalmente esboçado por Charles Darwin, utilizando as propostas e
conceitos básicos da obra para análise do comportamento das sociedades
humanas”.
Você poderá complementar seu conhecimento e assistir a um resumo a respeito
desse assunto em:
http://www.youtube.com/watch?v=YYg5rUwvsm0
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A eugenia foi colocada em prática em diversos países, inclusive no
Brasil, onde se fez presente através da política de branqueamento da
população.
FIGURA 2- A REDENÇÃO DE CAM (1895)
FONTE: BROCOS, 1895.
A imagem demonstra a influência da eugenia no Brasil, que
Um documentário interessante, que pode ser utilizado com os alunos
ou para aprofundamento do assunto Eugenia é o Homo Sapiens 1900,
disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=3ZzAJrLHt-U
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incentivava europeus a vir morar aqui, para que através de uniões conjugais
pudessem purificar e branquear a população brasileira.
Assim, o século dezenove e o começo do século vinte foram palcos de
debates acerca das similaridades e distâncias no plano moral e intelectual,
entre as raças, buscando-se na leitura do físico, subsídios para compreender
dinâmicas mais abrangentes, como possibilidades de vários grupos humanos
alcançarem o estágio de civilização (GOULD, 1991; SANTOS,1996;
SCHWARCZ,1993 apud SANTOS , BORTOLINI e MAIO, 2005)
A figura 2 representa a tela pintada por Modesto Brocos em 1895, que
atualmente encontra-se no Museu de Belas artes do Rio de Janeiro.
O título do trabalho faz referência a Cam, filho de Noé mencionado no livro de
Gênesis.
Segundo o livro de Gênesis, Noé se embriaga com vinho e deita sem roupa.
Sem e Jafé, outros dois filhos de Noé, cobrem-no com respeito. Cam, porém,
zomba da nudez de seu pai.
Noé então, profere uma maldição a seu filho e a todos os seus descendentes,
profetizando que Cam seria “o último dos escravos de seus irmãos.”
Segundo Ramon, no blog passado pensado:
“ Muitas são as interpretações para essa passagem. Uma delas é de que, durante o
repovoamento da Terra após o dilúvio, os três filhos de Noé tenham gerado as raças ou os
povos que temos hoje. No caso, Sem teria gerado descendentes que mais tarde formariam a
Europa, Jafé formaria a Ásia e Cam, com a sua maldição, teria gerado os africanos e outras
raças inferiores. Essa interpretação serviria como defesa para a escravidão dos negros.”
(RAMON,2013)
A obra de Modesto Brocos remete às teorias raciais do Séc. XIX e a ideologia
do branqueamento da população brasileira, onde são mostradas a avó, negra,
a mãe, mulata, e a criança, branca. A avó, emocionada, ergue as mãos aos
céus, em gesto de agradecimento pela "redenção": o nascimento do neto
branco.
30
Após o final da Segunda Guerra Mundial, segue-se uma pausa de
várias décadas... (BARBUJANI, 2007 p.12), havendo inclusive uma “grande
reação contra a divisão da humanidade em raças, especialmente através de
iniciativas da então recém-criada UNESCO” (PENA, 2008, p. 24).
Surge então um novo modelo, populacional, que divide os seres
humanos em populações internamente heterogêneas e sobrepostas do ponto
de vista genético, permitindo fazer cálculos estatísticos relacionados à
Genética.
Assim, foi publicado pelo geneticista Richard Lewontin em 1972, um
trabalho utilizando a análise de grupos sanguíneos e outros marcadores em
populações de várias partes do mundo, que demonstrou que 85,4% da
variação biológica é encontrada dentro (intra) dos chamados “grupos raciais”
ou “grupos continentais” e não entre eles (SANTOS, BORTOLINI e MAIO,
2005 p.27)
No entanto, de acordo com Pena (2008 p. 32) “... muitos geneticistas
e antropólogos passaram a lidar conceitualmente com populações, como se
elas fossem sinônimos de raças”. Dessa forma, a classificação em raças
distintas deixa de estar relacionada a um tipo específico, mas passa a estar
relacionada à população a que o indivíduo pertence ou ao continente onde
uma pessoa ou seus ancestrais nasceram.
No final do século vinte e início do século vinte e um, os avanços da
Genética molecular e o sequenciamento do Genoma Humano, demonstram
que a variabilidade genética da espécie humana está muito distante de poder
ser agrupada em raças ou populações, já que as diferenças
intrapopulacionais (dentro de uma mesma “raça” ou população) são muito
mais relevantes que as interpopulacionais (entre as “raças” ou populações) e
que as diferenças fenotípicas, tão determinantes nas classificações raciais,
são apenas uma pequeníssima porção desse genoma.
Perceber como os seres humanos foram separados em
grupos biologicamente distintos e marcadamente “superiores” ou
“inferiores”, no decorrer da História.
31
Como essa aula será dialogada, visando à reflexão e a discussão sobre
o tema, não são necessários materiais, embora o (a) professor (a) possa
utilizar-se de data show, TV pen drive e/ou quadro de giz.
O (A) professor (a) deverá fazer uma breve abordagem das diversas
classificações dos seres humanos no decorrer da história, bem como da
situação histórica que levou à crença na existência de raças humanas com
uma escala de valor, demonstrando as contribuições das Ciências Naturais.
A fala poderá ser elaborada por cada professor (a), baseando-se na teoria
apresentada no início do capítulo.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Nesse momento inicia-se a teorização.
32
AULAS 02 E 03:
UM POUQUINHO DE COMO OS SERES HUMANOS CONSIDERADOS
BIOLOGICAMENTE “INFERIORES” FORAM TRATADOS AO LONGO DA
HISTÓRIA:
Observar o tratamento recebido pelos grupos considerados
“inferiores” no decorrer da História.
TV pen drive
Pen drive com os trechos dos filmes e do documentário
utilizados.
Serão utilizados trechos de um documentário e de um filme, que
podem contribuir para a teorização do (a) aluno (a).
Antes de iniciar os trechos do documentário e do filme, será solicitado
aos(às) alunas que observem, nos filmes, como eram tratados os grupos
vistos como biologicamente “inferiores”.
O documentário utilizado será: “Racismo científico, darwinismo social
e eugenia”, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=NtHmmxcHvh0
O filme utilizado será:
33
“O elo perdido” – 2005, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=fGxl07P6jwc
SINOPSE DO DOCUMENTÁRIO RACISMO CIENTÍFICO, DARWINISMO
SOCIAL E EUGENIA.
PRODUÇÃO: BBC
DIREÇÃO/PRODUÇÃO: DAVID OLUSOGA
PRODUÇÃO EXECUTIVA: DAVID OKUEFUNA
COORDENADORES DE PRODUÇÃO: RUTH BANCROFT E MARIA CARAMELO
GERENTE DE PRODUÇÃO: SUE DAVIES
EDIÇÃO: JIMMY EDMONDS
VERSÃO BRASILEIRA: MG STUDIO
NARRADOR: SOPHIE OKONEDO
DURAÇÃO: 53 MINUTOS
SINOPSE:
O documentário retrata o extermínio de seres humanos baseado no racismo
cometidos pelo império inglês durante o século dezenove, o movimento
eugenista dos EUA e sua influência no movimento nazista na Alemanha,
demonstrando a ideia de superioridade racial.
TRECHOS DO DOCUMENTÁRIO QUE SERÃO UTILIZADOS:
Início – 05: 39 minutos
06:14 minutos – 09:54 minutos
17:09 minutos – 22:41 minutos
26:42 minutos – 28:03 minutos
33:40 minutos – 34:16 minutos
37:10 minutos – 42:07minutos
43:46 minutos – 49:30 minutos
34
SINOPSE DO FILME O ELO PERDIDO.
GÊNERO: DRAMA
DIREÇÃO: REGIS WARGNIER
DISTRIBUIÇÃO: WILD BUNCH
ROTEIRO: FRED FOUGEA, MICHEL FESSLER, RÉGIS WARGNIER, WILLIAN
BOYD
PRODUÇÃO: FARID LAHOUASSA
FOTOGRAFIA: LAURENT DAILLAND
TRILHA SONORA: PATRICK DOYLE
DURAÇÃO: 122 MINUTOS
SINOPSE:
O filme relata a história de um cientista ( Jamie Dodd) que vai à África para
capturar pigmeus. O cientista e sua companheira de expedição capturam um
casal de pigmeus: Toko e Likola. Jamie e seus companheiros de pesquisa
acreditam que os pigmeus são o elo perdido da evolução humana, estando “nos
primeiros galhos” da árvore da vida humana. No entanto, Jamie percebe que o
casal de pigmeus apresenta inteligência e sentimentos se desentendendo com
os colegas de pesquisa. Jamie passa então a ser vítima da segregação de seus
colegas cientistas que e de toda a sociedade e, para piorar, os pigmeus são
expostos no zoológico local, sendo tratados como animais. Ao final do filme
Likola fica grávida e Toko morre, ao defendê-la dos antigos colegas de Jamie
que querem ficar com o feto para estudos. Jamie então volta à África, para
levar Likola e seu bebê a seu local de origem.
TRECHOS DO FILME QUE SERÃO UTILIZADOS:
Início – 13:25 minutos
21:45 minutos – 23:00 minutos
25:05 minutos – 28:22 minutos
1 h.08:06 minutos – 1h 14:36 minutos
1 h.16:39 minutos – 1h 18:15 minutos
1 h.22:56 minutos – 1h 24:30 minutos
35
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
Outros títulos que podem ser utilizados são: Django Livre, 2013 e Austrália,
2009.
36
AULA 04:
AVALIANDO O QUE ENTENDEMOS SOBRE COMO FORAM FEITAS AS
CLASSIFICAÇÕES DOS SERES HUMANOS NO DECORRER DA HISTÓRIA.
Verificar de que forma os (as) alunos (as) perceberam a
classificação dos seres humanos no decorrer da história e o tratamento
recebido por alguns grupos de seres humanos devido a essas classificações e
as teorias de superioridade/inferioridade de das “raças” humanas, assim
como verificar como percebem essa questão nos dias atuais.
Folhas de papel A-4.
Canetas.
Lápis.
Borrachas.
Computadores.
Internet.
Após comentar sobre os trechos do documentário e do filme utilizados
na sala de aula, os (as) alunos (as) deverão realizar as atividades propostas
abaixo em duplas ou trios.
37
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
1- De acordo com oque vimos na aula e nos trechos de filmes, a
humanidade foi, no decorrer da história classificada pela Ciência
em “raças”.
a) Na maioria das vezes, quando se classificava uma pessoa como
pertencente a uma determinada “raça” atribuía-se a essa pessoa
características físicas e biológicas. Quais? Mas também
características psicológicas, mentais e sociais. Quais?
b) O tratamento recebido pelas pessoas era igualitário, ou mudava
de acordo com a “raça” a qual a pessoa pertencia? Justifiquem
sua resposta:
c) Façam um comentário sobre oque vocês pensam sobre isso:
2. Você acredita que nos dias de hoje as pessoas acreditam que
existem raças na espécie humana? O que caracteriza nos dias
atuais o pertencimento a uma determinada raça? Descrevam o
pensamento de vocês:
3. Será que nos dias atuais as pessoas são tratadas como se
fossem inferiores em nossa sociedade de acordo com as
características físicas que apresentam? Por quê?
4. Cite algumas características que uma pessoa pode apresentar
e que você acredita que podem fazê-la ser mal tratada em nossa
sociedade atual. Por quê?
5. O dicionário Michaelis on-line traz a seguinte definição
para racismo:
38
ra.cis.mo
SM (raça+ismo) 1 Teoria que afirma a superioridade de certas
raças humanas sobre as demais. 2 Caracteres físicos, morais e
intelectuais que distinguem determinada raça. 3 Ação ou
qualidade de indivíduo racista. 4 Apego à raça.
a) O racismo esteve presente nas classificações dos seres
humanos em raças, no decorrer da história? Justifique
sua resposta.
b) A nossa sociedade atual, se encontra livre do racismo? Por
quê?
c) Você consegue lembrar-se de alguma ocasião em que viu
ou ouviu alguma notícia falando sobre racismo em nosso
país? Qual?
d) Você consegue lembrar alguma ocasião em que presenciou
alguma forma de racismo? Como foi?
e) E de outro tipo de preconceito? Como foi?
6. Faça um desenho, ou uma frase, que representa o racismo em
uma determinada época da história que comentamos.
7. Faça um desenho que represente o racismo nos dias atuais.
8. Comente sobre uma ocasião em que você presenciou racismo. Se
você não se lembrar de nenhuma ocasião em que presenciou
racismo, procure uma notícia na internet e relate aqui. Em
seguida, comente sobre ela.
9. Relate aqui outra notícia ou ocasião em que presenciou outro tipo
de preconceito e em seguida comente-a:
39
Demonstrar oque diferencia do ponto de vista biológico, cada um
dos seres humanos do planeta Terra.
Conceituar termos básicos da Genética.
40
AULA 01:
RELEMBRANDO SOBRE COMO SÃO FORMADOS OS SERES VIVOS.
Como já sabemos, todos os seres vivos são formados por células. De
acordo com o número de células que apresentam, os seres vivos podem ser
unicelulares ou pluricelulares.
41
Unicelulares: são seres vivos que apresentam somente uma célula. Há casos em que os
seres unicelulares se agrupam formando agregados celulares, contudo, não são seres
pluricelulares. São extremamente pequenos e só podem ser vistos no microscópio. Ex.:
Reino Monera e alguns seres do Reino Protista.
1)
2)
Figura 1) Bactérias 2) Protozoário
Pluricelulares: São seres vivos que apresentam muitas células. Apresentam tecidos,
órgãos e sistemas bem especializados, formados por células. Ex.: Reino Animal e Reino
Vegetal. Nos seres pluricelulares podemos dizer que:
Célula tecido órgão sistema organismo.
3)
4) 5)
Figura 3) Aedes aegypti Figura 4) Maracujazeiro Figura 5) Arara
42
Portanto, possuir células é uma das principais características de um
ser vivo.
Essas células, por sua vez, apresentam alguns aspectos principais,
como o fato de que todas as células serão constituídas por membrana
plasmática, citoplasma e material genético, que pode ou não estar separado
do citoplasma por uma membrana dupla, chamada membrana nuclear ou
carioteca.
Membrana plasmática.
Citoplasma.
Material genético – DNA.
Membrana nuclear.
(Carioteca)
43
Pode ser oportuno trabalhar nesse momento os conceitos de células procarióticas
e eucarióticas.
Células procarióticas: São células que não apresentam o material genético
delimitado pela membrana nuclear ou carioteca. Pode-se dizer que o material genético
fica “solto” no citoplasma. Os únicos seres vivos que apresentam células procarióticas
são os seres vivos pertencentes ao Reino Monera, que tem como principais
representantes as bactérias.
Células eucarióticas: São células que apresentam o material genético delimitado
pela membrana nuclear ou carioteca. O material genético encontra-se delimitado pela
membrana nuclear ou carioteca. Todos os seres vivos, com exceção aos que pertencem
ao Reino Monera possuem células eucarióticas. Ou seja, animais, plantas, fungos e o
Reino Protista.
Célula animal Célula Vegetal
44
Perceber que todos os seres são formados por células,
unidades da vida onde está armazenado o material genético (DNA).
Quadro de giz.
Giz.
TV pen drive ou data show para mostrar imagens.
Relembrar através de aulas dialogadas, os conceitos de unicelulares e
pluricelulares, de células procarióticas e eucarióticas assim como levar os
(as) alunos (as) a conhecerem a constituição da célula e o local onde fica o
DNA.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
45
AULA 02:
O MATERIAL GENÉTICO NOS SERES HUMANOS.
O material genético é formado por DNA. As moléculas de DNA são
estruturas muito finas organizadas nos cromossomos.
Então, cada cromossomo é um longo e finíssimo fio de DNA. Antes da
divisão celular esses fios encontram-se formando um emaranhado. Quando
se aproxima a divisão, cada fio de DNA se enrola ao redor de si mesmo,
formando um cromossomo, que pode ser visto ao microscópio.
Emaranhado de fios de DNA Antes da divisão celular
Fios de DNA
organizados em cromossomos
No desenho A estão representadas seis moléculas de DNA, no desenho B, quatro
cromossomos.
Como a quantidade de material genético varia de uma espécie para
outra, o número de cromossomos também vai variar.
O ser humano apresenta em suas células somáticas 46 cromossomos,
23 herdados do pai e 23 herdados da mãe.
46
Células somáticas: São todas as células do organismo humano, com exceção àquelas
responsáveis pela reprodução. Na espécie humana as células somáticas apresentam
46 cromossomos. Ex.: célula da pele, célula do coração, neurônio.
Células reprodutivas: São aquelas destinadas à reprodução. Apresentam somente
metade do material genético existente nas células somáticas. Ex.: gametas (óvulos e
espermatozoides no caso dos seres humanos.) Na espécie humana as células
reprodutivas apresentam 23 cromossomos. Como seres humanos reproduzem-se de
forma sexuada, no momento da fecundação o espermatozoide lança seus 23
cromossomos no interior do óvulo, de forma que o núcleo do óvulo funde-se com o
núcleo do espermatozoide. Se as células reprodutivas tivessem 46 cromossomos,
quando um óvulo fosse fecundado por um espermatozoide, daria origem a uma nova
célula (zigoto) com 92 cromossomos, oque seria inviável para a espécie humana.
Humanos
Reprodutivas Somáticas Meiose
Gametas
♂ ♀
23 23 46
cromossomos cromossomos cromossomos
Zigoto
Mitose
Diferenciação
Celular
Tecidos órgão sistema organismo
47
Nos cromossomos estão localizados os genes.
Um gene é um trecho de cromossomo que contém a informação para a
produção de uma proteína, que será responsável pela expressão de uma
característica em nosso organismo.
Nem todo nosso DNA contém informação para a produção de
proteínas. Na verdade, somente 1% apresenta essas informações, sendo que
a função de uma grande parte do DNA ainda é desconhecida.
O conjunto de todos os diferentes genes que se encontram no núcleo
de cada uma das células de um ser vivo, trazendo toda a informação
genética desse ser juntamente com as partes do DNA cuja função ainda não
é conhecida é o seu genoma.
Nosso genoma é, portanto, a informação contida no DNA de cada uma
de nossas células. Esse genoma é exclusivo de cada ser humano, com
exceção dos gêmeos univitelinos.
Apesar dessa enorme diversidade, que faz de cada um de nós um ser
único, existe um genoma comum (uma parte do DNA) que nos diferencia de
todos os outros seres vivos da Terra e nos define como uma espécie única. A
espécie Homo sapiens.
Ou seja, compartilhamos um genoma comum que nos faz todos
parentes e, ao mesmo tempo, somos todos únicos, pois também temos um
genoma único.
Se o nosso genoma fosse representado por uma sequência de letras,
Os 46 cromossomos existentes nas células somáticas do organismo humano
estão agrupados, de acordo com suas características, como tamanho e forma em 23
pares diferentes entre si.
Os cromossomos de um mesmo par são chamados de cromossomos
homólogos.
Quando ocorre a produção de gametas, cada gameta recebe apenas um
cromossomo de cada par de homólogos.
Convencionou-se simbolizar por n o número de cromossomos presente nos
gametas, sendo n o número de cromossomos haploide da espécie.
Já as células somáticas, são chamadas de células diploides e apresentam 2n
cromossomos.
48
formaria uma pilha com cerca de 90 metros de altura de páginas
preenchidas por letras, totalizando três bilhões de letras.
Parte dessas letras é igual em qualquer ser humano, caracterizando a
espécie Homo sapiens. Algumas dessas letras diferem e, fazem com que cada
um de nós tenha um genoma único.
Caso esse material seja utilizado no Ensino Médio , poderá definir o
gene como um trecho do cromossomo ( da molécula do DNA) que terá certa
quantidade de nucleotídeos, que serão posteriormente traduzidos em uma
determinada proteína responsável pela expressão de uma característica em
nosso organismo.
Da mesma forma, quando se estiver utilizando o material com o
Ensino Médio, pode-se comentar sobre os nucleotídeos, não sendo
necessário falar em sequência de letras, mas em nucleotídeos,
representados pelas bases nitrogenadas que o constituem (utilizando-se as
iniciais das bases nitrogenadas (A, T, G, C), explicando que cada três letras
forma um códon ( sequência três nucleotídeos capaz de ser traduzida num
aminoácido).
Diversos aminoácidos irão formar uma proteína.
Gêmeos univitelinos ou monozigóticos: São os gêmeos idênticos. Apresentam
o mesmo genoma. São provenientes de um óvulo, fecundado por um
espermatozoide que posteriormente sofre segmentação e acaba gerando mais de
um embrião. Na maioria das vezes, os gêmeos monozigóticos apresentam
somente uma placenta. ( Somente 10 a 15% do univitelinos têm placentas
separadas.)
Gêmeos bivitelinos ou dizigóticos : São os gêmeos não idênticos. Não
apresentam o mesmo genoma, pois vieram de dois óvulos, fecundados por dois
espermatozoides. Dessa forma, em termos genéticos, são como dois irmãos não
gêmeos, mas com gestações ocorrendo ao mesmo tempo. Gêmeos bivitelinos
apresentam necessariamente duas placentas.
49
Perceber como é formado o genoma humano, bem como
que esse genoma é diferente em cada um dos seres humanos do planeta
Terra.
Quadro de giz.
Giz.
TV pen drive ou data show para mostrar imagens
Discutir com os alunos através de aulas dialogadas, o que é DNA, o
que são cromossomos, genes, para assim, construir a ideia de Genoma e
leva-los a perceber que cada ser humano apresenta um genoma único, com
exceção aos gêmeos monozigóticos.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
50
AULA 03:
FALANDO DE CONCEITOS RELACIONADOS AO GENOMA.
Divisão celular: Processo em que as células duplicam suas estruturas
internas e se dividem, originando novas células.
É fundamental para a manutenção da vida no planeta, pois:
Aumenta o número de células no organismo, levando ao crescimento.
Promove a substituição de células que morreram ou foram lesadas.
Promove a reprodução dos seres vivos, seja ela sexuada ou assexuada.
A divisão celular pode ser de dois tipos:
Meiose: Tipo de divisão celular que reduz o número de cromossomos
diploide a um número haploide, ou seja, reduz o número de cromossomos da
espécie à metade. No organismo humano a Meiose é responsável pela
formação de gametas.
2n
n n
Mitose: Tipo de divisão celular que mantém o número de cromossomos
ATENÇÃO COLEGA PROFESSOR (A):
Essa aula não precisa ser necessariamente trabalhada em sequência às aulas
09 e 10, tendo em vista que o objetivo nesse momento é tratar especificamente
do assunto Genoma, relacionando-o a forma como a Biodiversidade humana foi
vista durante a História das Ciências e como é vista hoje. Porém, assim como
os quadros “Relembrando” e “Utilize com os alunos” , podem surgir perguntas
a respeito. Todos esses temas estão aqui para contextualizar o tema Genoma e
devem ser somente citados, podendo ser abordados com maior profundidade ao
final desse caderno pedagógico.
51
presente na célula que está se dividindo, seja ela haploide ou diploide. No
organismo humano a Mitose é responsável pelo crescimento do organismo e
pela regeneração de tecidos.
2n n
2n 2n n n
A reprodução pode ser sexuada e assexuada
Sexuada: Quando ocorre mistura de material genético. Proporciona maior
variabilidade para a espécie.
Ex.: ser humano.
Assexuada: Quando não ocorre mistura de material genético. Os indivíduos
filhos são cópias (clones) dos indivíduos-mãe.
Ex.: Bactérias e esponjas-do –mar.
Compreender a divisão celular e sua função para a
manutenção da vida e para a reprodução dos diversos tipos de organismos
vivos e diferenciar reprodução sexuada e assexuada.
Quadro de giz.
Giz.
TV pen drive ou data show para mostrar imagens
52
Discutir com os alunos através de aulas dialogadas, o que é divisão
celular, quais os tipos, como ocorrem e qual a sua função biológica nos
organismos vivos, que tipos de reprodução existem e qual a principal
diferença entre eles.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
53
AULA 04:
OBSERVANDO OQUE APRENDEMOS SOBRE COMO OS SERES
VIVOS SÃO FORMADOS E SOBRE O GENOMA.
Através de atividades, perceber se os (as) alunos (as)
compreenderam os conceitos biológicos trabalhados durante o capítulo 2.
Quadro de giz.
Giz.
Cadernos.
Lápis.
Borracha.
Canetas.
Observar como os alunos respondem as atividades, auxiliando-os
sempre que necessário e discutir as dúvidas.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
54
1. Diferencie seres unicelulares e pluricelulares, citando um exemplo
de cada:
2. Desenhe uma célula e indique suas principais partes, pintando de
vermelho o local onde está localizado o genoma nessa célula.
3. Todas as nossas células de seu corpo apresentam o mesmo
genoma?
4. Como é formado o material genético? Como ele está organizado?
5. O que são cromossomos e genes?
6. Represente através de um esquema, como se forma um ser
humano, iniciando com a união de um óvulo com um
espermatozoide.
7. De acordo com oque vimos sobre genoma, uma pessoa negra nunca
pode apresentar genoma semelhante ao de uma pessoa indígena ou
ao de uma pessoa branca? Explique:
8. Podemos saber, olhando a aparência de duas pessoas, se elas
apresentam genomas semelhantes? Por quê?
9. Se nos dias atuais fosse permitida a manipulação genética para a
escolha das características de um bebê, você acha que voltaria à
tona a eugenia? Comente sobre isso:
55
Demonstrar os conhecimentos atuais das Ciências, que
comprovam que os seres humanos não podem ser agrupados em “raças
biológicas”, nem em qualquer outro grupo que utilize como critério (s)
caractere(s) biológico(s)
Levar os (as) alunos (as) a refletir se esses conhecimentos estão
de acordo com a atitude dos seres humanos em relação a outros seres
humanos nos dias atuais.
56
AULA 01 E 02:
A ATUAL VISÃO DAS CIÊNCIAS SOBRE A BIODIVERSIDADE
HUMANA: INEXISTÊNCIA DE RAÇAS OU OUTRAS CATEGORIAS QUE
CLASSIFIQUEM SERES HUMANOS DO PONTO DE VISTA BIOLÓGICO.
Como vimos, o genoma é exclusivo de cada ser humano.
A espécie humana apresenta uma grande diversidade morfológica,
visível somente com uma simples observação e, principalmente, uma grande
diversidade genômica, que, segundo Pena (2008 p. 52) faz de nós seis bilhões
de indivíduos, com graus diferentes de parentesco em suas várias linhagens
genealógicas. Ressalta o autor ainda, que a palavra indivíduo, “refere-se a
uma pessoa só, distinta de um grupo, com um genoma singular e uma
história de vida particular”, o que torna inviável a separação dos seres
humanos em grupos, biologicamente bem demarcados.
Além da análise do Genoma Humano, estudos de outras áreas das
Ciências demonstram que não faz sentido classificar os seres humanos em
raças distintas.
Pode-se esclarecer a inexistência de raças na espécie humana, pelo
simples fato que os traços fenotípicos habitualmente utilizados para
classificação em raças (cor da pele, cor e textura dos cabelos, formato dos
olhos, nariz, boca e estrutura facial) “... dependem de um número muito
restrito de genes e representam adaptações morfológicas superficiais ao meio
ambiente, sendo assim, produtos da seleção natural” (PENA, 2008, p.29).
A cor da pele, por exemplo, é determinada pela quantidade e pelo tipo
de pigmento melanina na derme e sua variação é controlada por apenas
quatro a seis genes, número insignificantemente pequeno perto dos trinta e
cinco mil genes que existem no genoma humano. (PENA e BORTOLINI, 2004
p.35).
Mas, estudos recentes nos mostram que, além desses fatos, devemos
levar em consideração que as diferenças entre as chamadas raças são
absurdamente menores que as diferenças entre os indivíduos. Podemos
57
observar claramente que existem diferenças fenotípicas entre os seres
humanos, sejam elas interpessoais (dentro das populações) ou
interpopulacionais (entre as populações), mas quando essa análise passa a
ser feita em nível genômico, as diferenças interpopulacionais tornam-se
muito pequenas, enquanto as diferenças interpessoais evidenciam-se ainda
mais, já que genomicamente somos todos diferentes uns dos outros, com
exceção aos gêmeos idênticos.
A esse respeito, Araújo e Tizioto (2009, p. 36) ressaltam que:
“O genoma humano é idêntico quanto ao número de bases
nitrogenadas, à forma e aos genes que codificam as proteínas que
constituem o organismo, o que permite classificar todas as pessoas
em uma única espécie. Porém, o genoma de cada indivíduo é único, com exceção de gêmeos homozigóticos (idênticos), podendo diferir,
por exemplo, na sequência das bases nitrogenadas.”
Além da diversidade genômica, devemos considerar também, que o
homem moderno teve sua origem única e recente na África, existindo duas
evidências biológicas para esse fato:
A primeira é o fato de que a diversidade genética é maior na África que
em qualquer outro continente. Isso ocorre por que as populações mais
antigas tiveram mais tempo para acumular variabilidade genética através de
sucessivas mutações no genoma. (PENA, 2008 p.43)
A segunda, por que análises filogenéticas realizadas através de DNA
mitocondrial demonstram que a primeira bifurcação separa populações
africanas de todas as outras (PENA, 2008, p.43).
58
Além das evidências biológicas, pode-se citar ainda uma evidência
antropológica, pois, conforme trabalho de McDougall, Brown e Fleagle (2005)
foram encontrados na região de Kibish, na Etiópia, dois crânios exibindo
características modernas de Homo sapiens e datados de 195 mil anos.
Esse fato demonstra que a origem do homem moderno é recente e
ocorreu na África.
Dessa forma, afirma-se que todos os seres humanos apresentam
ancestrais comuns, pois são originados de uma população “mãe”,
proveniente da África e a distribuição mundial de características genéticas
ocorreu em razão da deriva genética e seleção natural.
Assim, a diversidade genética de uma população cai em proporção
direta com a distância geográfica da África. (PENA, 2008 p.48).
O parentesco existente entre todos os seres humanos atuais pode
ainda ser demonstrado através de cálculos estatísticos.
Considerando-se que o número de antepassados de uma pessoa cresce
exponencialmente, há apenas 1.000 (mil) anos, cada ser humano atual teria
um trilhão de antepassados, o que é um número maior que o número
estimado para a população mundial na mesma época. Isso ocorre, porque na
realidade esses antepassados são virtuais, já que o casamento entre
consanguíneos diminui o número de antepassados. Segundo Barbujani
(2007, p.15) precisamos admitir que dentre os muitíssimos casamentos de
que acabamos derivando pelos milênios afora, houveram uniões
consanguíneas em que os membros dos casais não eram cientes do fato,
mas de todo modo eram descendentes de antepassados comuns.
A análise é feita utilizando-se o DNA mitocondrial, porque as
mitocôndrias são organelas citoplasmáticas que apresentam DNA
próprio. Essa DNA é transmitido através das gerações, somente pela
mãe, tendo em vista que as mitocôndrias do espermatozoide ficam
próximas à cauda e são perdidas junto com ela, no momento da
fecundação.
59
Ou seja, os componentes da população mundial existente há mil anos,
só não seriam todos antepassados dos seres humanos que vivem hoje
porque nem todos apresentam descendentes atualmente. Mas mesmo assim,
quaisquer dois seres humanos atuais apresentam antepassados comuns em
determinada época não muito distante.
Em dados citados por Pena (2008, p.50), onde são feitas simulações
por computador e considera-se todo tipo de complexidade possível, como as
diferentes regiões geográficas do globo e a taxa de migração entre elas, o
primeiro ancestral comum a toda humanidade teria vivido entre dois a três
mil anos, demonstrando a existência de ancestrais comuns bem recentes.
Barbujani (2007 p.15) relata os cálculos realizados por Douglas
Rodhe, do Massachusetts Institute of Technology, que demonstram que o
ancestral comum de quaisquer duas pessoas do nosso tempo viveu há pouco
mais de três mil anos.
Em dados citados por Pena (2008, p.50), onde não são realizados
simples cálculos, mas são feitas simulações por computador, onde se
considera todo tipo de complexidade possível, como as diferentes regiões
geográficas do globo e a taxa de migração entre elas, o primeiro ancestral
comum a toda humanidade teria vivido entre dois a três mil anos,
demonstrando a existência de ancestrais comuns bem recentes.
60
Conhecer a atual visão das Ciências que leva a
desconstrução do conceito de raças biologicamente bem demarcadas. Tal
conceito, embora totalmente refutado pelas Ciências se mantem no
imaginário social, de forma a contribuir para a racialização de alguns
grupos.
Folhas de papel sulfite A-4
Impressão do texto.
Os (As) alunos (as) receberão um texto, que poderá ser elaborado pelo
(a) professor (a), tendo como base as informações fornecidas nesse capítulo
e/ou em outras leituras adicionais, que esclareça a inexistência de raças
biologicamente bem demarcadas na espécie humana, de acordo com os
conhecimentos atuais das Ciências.
O texto abaixo é uma sugestão, que será utiliza por mim na
implementação do projeto na escola em que atuo.
A leitura será realizada num primeiro momento de forma individual,
em seguida toda a turma acompanhará a leitura de voluntários (as) que
queiram ler em voz alta. Nesse momento, o (a) professor (a) poderá fazer
algumas pausas para discutir com os alunos os assuntos que estão sendo
comentados.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
61
Porque não faz sentido classificar seres humanos em
raças biologicamente bem diferentes umas das outras?
É comum a ideia de que as pessoas podem ser separadas em grupos de acordo
ALGUNS traços físicos iguais ou muito semelhantes que as fazem pertencer a uma
determinada “raça”, demonstrando dessa forma a crença na existência de ”raças”, que se
diferenciam por suas características físicas. Também é muito comum a ideia de que
todas as pessoas da mesma “raça” apresentam obrigatoriamente as mesmas
características físicas e até psicológicas e que algumas “raças” são melhores que as
outras, fato demonstrado pelo uso frequente de estereótipos em nossa sociedade. Todos
esses fatos podem ser facilmente observados, por exemplo, através de frases que
ouvimos em nosso dia-a-dia que tratam de forma estereotipada e racista alguns grupos
de pessoas.
“Vejamos algumas dessas frases: “preto de alma branca”; “serviço de preto”;
“preto quando não suja na entrada suja na saída”; “nas coxas”; “um negro parado é
suspeito, um negro correndo é ladrão.”
Isso não significa que, pelo fato de você ter utilizado essas expressões em algum
momento você seja racista. Porém, precisamos pensar a respeito de certas expressões
que utilizamos diariamente, pois essas frases demonstram o quanto a teoria de que
existem raças e que elas apresentam uma escala de valor, embora seja totalmente
refutada pela Ciência atualmente, permanece no imaginário social e contribui para o
racismo.
E afinal...
Como a Ciência nos prova que não podemos classificar os seres humanos em raças
biológicas e nem outros grupos através de critérios biológicos?
1- Cada um de nós, com exceção aos gêmeos idênticos apresenta um genoma
único.
2- Os traços fenotípicos (características apresentadas por um indivíduo, sejam
elas morfológicas, fisiológicas e em alguns casos) geralmente utilizados para
classificação em raças (cor da pele, cor e textura dos cabelos, formato dos
olhos, nariz, boca e estrutura facial) “... dependem de um número muito
restrito de genes e representam adaptações morfológicas superficiais ao
meio ambiente, sendo assim, produtos da seleção natural” (PENA, 2008 p.29).
3- As diferenças entre os grupos historicamente classificados como “raças” são
extremamente menores que as diferenças entre os indivíduos. Podemos
observar claramente que existem diferenças fenotípicas entre os seres
humanos, sejam elas interpessoais (dentro das populações) ou
interpopulacionais (entre as populações), mas quando essa análise passa a ser
62
feita em nível genômico, as diferenças interpopulacionais tornam-se muito
pequenas, enquanto as diferenças interpessoais evidenciam-se ainda mais, já
que genomicamente somos todos diferentes uns dos outros, com exceção aos
gêmeos idênticos.
4- O homem moderno teve sua origem única e recente na África – Esse fato pode
ser comprovado devido à diversidade genética ser maior na África que em
qualquer outro continente, isso porque populações mais antigas acumulam
maior variabilidade no genoma devido às mutações ocorridas no decorrer do
tempo. Também foram encontrados na região de Kibish, na Etiópia, dois
crânios exibindo características modernas de Homo sapiens e datados de 195
mil anos.
5- Através de cálculos estatísticos pode-se demonstrar o parentesco existente
entre todos os seres humanos atuais. Com esses cálculos, demonstra-se que há
apenas 1.000 (mil) anos, cada ser humano atual teria um trilhão de
antepassados, o que é um número maior que o número estimado para a
população mundial na mesma época. Então, toda a população da época seria
antepassado de qualquer ser humano atual. Na realidade esses antepassados
são virtuais, já que o casamento entre consanguíneos diminui o número de
antepassados.
6- Em outros tipos de cálculos e simulações por computador, onde se considera
todo tipo de complexidade possível, como as diferentes regiões geográficas
do globo e a taxa de migração entre elas, o primeiro ancestral comum a toda
humanidade teria vivido entre dois a três mil anos, ou seja, o ancestral comum
de quaisquer duas pessoas do nosso tempo viveu há pouco mais de três mil
anos.
COISAS QUE PODEM PARECER ESTRANHAS...
Na maioria das expressões citadas fica bastante evidente a depreciação e a
estereotipagem das pessoas de pele negra. No entanto, talvez vocês não saibam a origem
da expressão “nas coxas”.
Esse ditado tem origem no período colonial, quando os escravos modelavam as
telhas de formas arredondadas utilizadas nas casas do Brasil nas coxas, para dar-lhes,
dessa forma, um formato de canal. As telhas produzidas nessas condições ficavam
irregulares e pouco uniformes, vindo desse fato a expressão.
Estereótipo É uma suposição, que as pessoas fazem sobre as características ou
comportamentos de grupos sociais específicos ou tipos de indivíduos. O estereótipo é
geralmente imposto, segundo as características externas, tais como a aparência
(cabelos, olhos, pele), roupas, condição financeira, comportamentos, cultura, sexualidade,
sendo estas classificações (rotulagens) nem sempre positivas e podendo muitas vezes
causar certos impactos negativos nas pessoas.
63
AULA 03:
ANALISANDO E A ATUAL VISÃO DAS CIÊNCIAS SOBRE A
BIODIVERSIDADE HUMANA: A INEXISTÊNCIA DE RAÇAS E OUTRAS
CATEGORIAS QUE CLASSIFIQUEM SERES HUMANOS DO PONTO DE
VISTA BIOLÓGICO.
Refletir a respeito da atual visão das Ciências que leva a
desconstrução do conceito de raças biologicamente bem demarcadas e sobre
a permanência desse conceito no imaginário social.
Folhas de papel sulfite A-4.
Impressão das atividades.
Utilizar as seguintes atividades com os alunos que os mesmos deverão
responder utilizando o texto acima e as reflexões feitas durante a leitura.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
64
Agora, vamos pensar um pouco sobre o texto?
Para fazer isso, vamos responder às questões abaixo:
1 – De acordo com o texto, os seres humanos podem ser separados em
raças, de acordo com as suas características biológicas, como cor da pele ou
tipo de cabelo, por exemplo? Por quê?
2- Cite dois motivos pelos quais os seres humanos não podem ser
classificados em raças ou em qualquer outro grupo, que tenha como base
características biológicas:
3 – Comente a respeito dos dois motivos que citou:
4- De acordo com oque vocês leram no texto, podemos dizer que somos todos
muito diferentes, já que apresentamos um genoma individual exclusivo e, ao
mesmo tempo, somos todos parentes. Qual trecho do texto remete a esse
“parentesco”
5 - Podemos estabelecer alguma outra característica física em uma pessoa
pela cor da sua pele? Por quê?
6 - Podemos estabelecer alguma característica positiva ou negativa em uma
pessoa pela cor da sua pele? Por quê?
7 – Lemos no texto que somente o fato de utilizarmos algumas frases de
efeito racista não nos faz, necessariamente, racistas. Que tipos de atitudes
você consideraria como racismo? Explique sua resposta:
65
8- De acordo com o texto, a existência de raças permanece no imaginário
social e contribui para o racismo. Oque seria o “imaginário social”
9- Um aluno escreveu em um trabalho que negros são muito diferentes
dele, que apresenta pele branca. Tão diferentes, que apresentam um genoma
muito diferente do dele, mas muito parecido com o de outro negro. O
professor disse que ele estava errado. Você saberia explicar por quê?
10- (Adaptada do livro Projeto Araribá – 8º ano – Ciências). De que modo a
compreensão do “parentesco genômico”, ou seja, a consciência de que todos
somos geneticamente parentes, já que temos genomas muito semelhantes e
ao mesmo tempo únicos, poderia modificar nossa relação com os demais
membros de nossa sociedade?
11- Qual dos itens a respeito da comprovação das Ciências de que não
podemos agrupar seres humanos de acordo com critérios biológicos está
relacionada ao fato de sermos todos “sermos parte de uma grande família”?
66
Demonstrar aos (às) alunos (as) que existe diferença entre o
conceito de raça, do ponto de vista biológico e o conceito cultural de raça,
bem como que o termo pode ser usado de maneira popular, sem, no entanto
conter o conceito raças biologicamente bem demarcadas e “superiores” ou
“inferiores” umas às outras.
Levar os (as) alunos (as) à percepção que o maior preconceito
não se encontra no uso do termo raça, mas na visão de raças biológicas que
se encontra enraizada em nossa sociedade, levando a situações de
preconceito racial.
67
AULA 01:
SE NÃO EXISTEM RAÇAS BIOLÓGICAS NA ESPÉCIE HUMANA,
PORQUE CONTINUAMOS A UTILIZAR EXPRESSÕES COMO RAÇA NEGRA E
PORQUE QUANDO VAMOS RESPONDER A UMA PESQUISA SOMOS
PERGUNTADOS SOBRE A RAÇA OU A COR A QUE PERTENCEMOS?
Como vimos, o conceito de raças, do ponto de vista biológico é total e
comprovadamente descartado pelas Ciências, no entanto, ainda é bastante
utilizado, das seguintes maneiras:
No vocabulário informal de muitas pessoas, que se referem a “negro”,
“branco” quando tratam das diferenças fenotípicas entre os indivíduos e que
podem utilizar o termo com ou sem ter conhecimento de seu significado
biológico. Nesse caso, fica difícil afirmar se o fazem de forma racializada ou
por hábito e cultura popular.
Porque, no Brasil, cor da pele passou a ser sinônimo de raça. Este fato
é claramente perceptível inclusive em muitos documentos preenchidos por
nós na escola, serviços de saúde e outros que solicitam a “cor” e não a etnia.
O grande problema aqui é que a “cor” passou a significar muito mais
que cor, sendo associada a outras características fenotípicas e até
características sociais, declarando-se assim, o pertencimento a uma raça.
Destarte, O termo cor acaba por trazer a ideia de “raça”, mas mantém “as
aparências” não entrando em conflito com o imaginário de que no Brasil não
existe racismo.
O termo também é utilizado como construção social.
A noção de raça entendida como construção social segundo Guimarães
(2002 p. 50) “tem existência nominal, efetiva e eficaz somente no mundo
social”.
O termo raça , segundo Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004) apud
Nogueira, Felipe e Teruya, (2008 p.04) tem uma conotação política, e é
utilizado com frequência nas relações sociais brasileiras, para informar como
determinadas características físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre
68
outras, influenciam, interferem e até mesmo determinam o destino e o lugar
social dos sujeitos no interior da sociedade brasileira.
Nesse caso, o termo tem um efeito político, tornando-se necessário
para os estudos do campo social e para a luta contra as desigualdades
definidas pela ideia de raça já que, o conceito de raças biológicas mantém-se
enraizado em nossa sociedade, influenciando de forma negativa sua
organização.
Assim, a expressão “raça negra” é utilizada pelo movimento negro em
sua luta pela igualdade de direitos, estando reunidos nesse grupo às
categorias estatísticas pretos e pardos.
Desse modo, podemos dizer que atualmente o termo raça é utilizado
no campo social, como construção histórica que influencia as práticas e
organizações, e tem o efeito político de lidar contra as desigualdades
definidas pela ideia de raça.
Por vezes, o termo encontra-se também no discurso dos diversos
sujeitos como forma de tratar diferenças fenotípicas entre os indivíduos e,
nesse caso, não há como identificar se é utilizado tendo em vista a
racialização ou não.
Cabe ressaltar que embora o uso do termo raça nas situações
descritas possa não conter a ideia de racialização, diversas práticas sociais
mantém vivos os conceitos de raças - marcadamente diferentes e/ou
inferiores inclusive do ponto de vista intelectual e psicológico – e o racismo.
Levar os (as) alunos (as) a perceber que o conceito biológico de
raça é diferente do conceito cultural bem como que o termo
pode ser usado de maneira popular, sem, no entanto, conter o
conceito de raças biologicamente bem demarcadas e
“superiores” ou “inferiores” umas às outras.
69
Demonstrar que a situação sobre a qual se deve refletir não é
o uso do termo em si, mas a maneira como as pessoas
pertencentes a uma determinada “raça” são tratadas.
Folhas de papel sulfite A-4
Impressão do texto e das atividades de reflexão.
Será entregue aos (às) alunos (as) uma folha de papel com as seguintes
reflexões:
Raça? Negro? Branco?
Em nossa sociedade é fácil perceber que se evita falar em racismo, em
raça e até dizer que alguém é negro (a), ou branco (a) é algo muito grave.
Vamos pensar um pouco a respeito disso?
1 - Vamos começar, procurando no dicionário qual o significado da
palavra raça:
Ra.ça
Sf ( ital razza e este do lat ratio) 1. Conjunto dos ascendentes e
descendentes de uma mesma família ou de um mesmo povo. 2 Estirpe,
geração, origem, casa, brasão. 3. Cada uma das grandes famílias em que se
costuma dividir a espécie humana. 4. O tronco comum, onde têm origem as
várias classes de animais. 5. Grupo de seres caracterizados por qualidades
70
análogas. 6. Categoria, classe ou grupo de pessoas com certas e
determinadas qualidades e predicados. 7. Descendente (de qualquer sexo).
8. Os homens em geral; a humanidade. 9. Tipo, casta, classe, espécie, jaez,
qualidade, padrão. 10. Boa raça: Cavalo de raça. 11. Sociol. Conjunto dos
indivíduos com determinada combinação de caracteres físicos geneticamente
condicionados e transmitidos de geração a geração em condições
relativamente estáveis. 12. Greta no casco das bestas. R. amarela: a que se
caracteriza pela pele amarela, rosto largo, maxilas salientes, olhos
amendoados, cabelos pretos, ásperos e luzidios, nariz largo e achatado,
pescoço curto, pouca barba e ângulo facial menos aberto que o da raça
branca. R. azeitonada: a que se caracteriza pela pele cor de azeitona, olhos
negros, nariz curto, boca grande, olhos pretos e brilhantes, maxilas salientes
e estatura média. R. branca: a que se caracteriza pela pele branca, olhos
azuis, castanhos ou pretos, rosto oval, ângulo facial muito aberto, nariz
saliente, lábios delgados e róseos, maxilas sem saliência, barba espessa,
cabelos finos, lisos ou ondeados, ordinariamente louros ou negros. R.
caucásica: V raça branca. R. de víbora: gente de muito má índole. R.
etiópica: V raça preta. R. humana: os homens. R. indígena: V raça
vermelha. R. malaia: V raça azeitonada. R. mongólica: V raça
amarela. R. negra: V. raça preta. R. preta: a que se caracteriza pela pele
mais ou menos escura, cabelos curtos e muito crespos, nariz achatado e
maxilas proeminentes. R. vermelha: raça humana que abrange todos os
povos indígenas da América e se caracteriza pela pele avermelhada ou cor de
cobre, testa inclinada para trás, cabelos pretos, grossos e lisos, pouca barba,
nariz saliente e estatura alta. R. futuras: gerações porvindouras. R.
latinas: povos que provêm dos romanos. Ser da raça do diabo: ser de mau
gênio; ter maus instintos; ser excessivamente inquieto, impulsivo ou
agressivo. Ser de má raça: ser de má índole, ter maus instintos, ser de má
qualidade. Ter raça: a) provir de ascendência africana; b) ter linhagem,
brasão; c) ter fibra.
Essa pesquisa pode ser feita na aula, pelos alunos, de preferência
em diferentes dicionários.
71
2 - A seguir, vamos observar o trecho de uma reportagem que fala em
movimento negro:
Entidades sindicais protestam nesta terça contra suspensão do feriado da Consciência Negra
Da Redação
Para defender o feriado municipal de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o movimento negro
realiza nesta terça-feira (12) uma manifestação que visa à derrubada da liminar que suspendeu a data. O ato
está marcado para começar às 13 horas, em frente ao Tribunal de Justiça, que emitiu a liminar, e seguirá
para a Associação Comercial do Paraná, que é a autora do pedido de suspensão.
Na semana passada, um grupo formado por mais de 20 entidades do movimento social negro, movimentos
sociais e sindicais da cidade montaram um comitê que busca a defesa do feriado, o Comitê Zumbi dos
Palmares.
Também será entregue à população uma carta de repúdio à atitude da ACP e do Sinduscon-PR e à decisão
do Tribunal de Justiça. Ainda será fomentada uma campanha de boicote ao comércio, incentivando as
pessoas a não fazer compras no dia 20 de novembro, caso a decisão não seja revertida a tempo.
FONTE: http://www.bandab.com.br/jornalismo/movimento-negro-
protesta-nesta-terca-suspensao-feriado-consciencia-negra/ em 11/11/13.
3 – Agora vamos nos lembrar de fatos que ocorreram em nossa vida:
a) Em algum momento, na sua vida, você preencheu o item cor, num
formulário?
b) Alguma vez você ouviu alguma expressão que dizia que a pessoa
era negra, branca ou indígena como:
“Veio um menino te procurar. Não lembro o nome dele, mas era alto e
negro.”
“Os protestantes eram indígenas.”
Comentar com os alunos as questões através de aula dialogada e em
seguida, responder as seguintes questões:
72
1- No dicionário encontramos diversos significados para o termo raça.
Algumas com característica racista e outras não. Por exemplo, no
significado três:
“Cada uma das grandes famílias que se costuma dividir a espécie
humana”. Existem várias famílias na espécie humana? Explique:
2- Observe a quantidade de raças descritas a partir do significado 12.
Pense em suas características físicas, observe em quantas raças
você poderia se encaixar e escreva aqui:
3- No primeiro parágrafo da notícia fala-se apenas em movimento
negro. No segundo parágrafo fala-se em movimento social negro.
Isso esclarece que o termo negro e mesmo raça negra (embora o
movimento social esteja deixando de usar esse termo) pode ser
utilizado como construção social. Porque seu uso nesse sentido é
aceitável?
4- Na frase: “Veio um menino te procurar. Não lembro o nome dele,
mas era alto e negro” muitas vezes o termo negro é trocado por
moreno. A mudança no termo faz alguma diferença?
5- Ainda sobre a frase da pergunta 04: Quando digo que um menino é
negro, posso concluir mais alguma coisa a respeito dele? O quê?
6- O termo “cor” presente no preenchimento de muitos formulários
visa conseguir dados sobre diferenças sociais entre negros (as) e
brancos (as). (Quantos terminam o Ensino Médio, quantos
concluem o Ensino Superior). Além de servir para dados
estatísticos, a cor da pele de uma pessoa pode nos dar mais alguma
73
informação sobre ela? Qual?
O importante aqui é levar os (as) alunos (as) a perceber que o maior
problema não está no uso do termo raça nem em dizer que uma pessoa é
branca, negra ou indígena.
A questão são as ideias de superioridade/inferioridade de alguns
seres humanos sobre os outros e a formação de estereótipos, assim como o
tratamento diferenciado para pessoas com diferentes características físicas.
Não adianta mudar o termo utilizado se a ideia que permanece
enraizada na sociedade é de que as pessoas apresentam uma escala de valor
de acordo com suas características e de que uma característica física, como
cor da pele pode apresentar diversos significados, como características
psicológicas e lugar na sociedade.
Nesse momento poderá ser utilizado o filme
“Vista a minha pele” disponível no seguinte endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM
O filme conta uma história, onde ao contrário do que ocorre no Brasil
hoje, os negros são a classe dominante. Os brancos foram escravizados e os
países europeus são pobres.
Maria é uma menina que deseja ser rainha da festa junina. No
entanto, ela é branquela e pobre. Só conseguiu estudar na escola particular
porque sua mãe trabalha como faxineira nessa mesma escola.
Colocando-se no lugar do outro, fica mais fácil perceber o preconceito
embutido em muitas ações diárias.
74
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
75
AULA 02:
BIODIVERSIDADE HUMANA E DIVERSIDADE CULTURAL
Podemos dizer então que os seres humanos apresentam uma enorme
biodiversidade já que, do ponto de vista genético nenhum ser humano
apresenta o mesmo genoma, com exceção de gêmeos idênticos.
Segundo Pena, (2008 p. 61)
“[...] cada um de nós tem uma individualidade genômica absoluta,
que interage com o ambiente para moldar uma trajetória de vida exclusiva”.
Além de nossa enorme biodiversidade ou diversidade biológica somos
também ricos em diversidade cultural.
Embora no Brasil fale-se em um povo único, formado pela
miscigenação e mestiçagem, que deu origem a uma nação singular com
indivíduos culturalmente diversificados, presenciamos muitas vezes, em
nossas atividades diárias, práticas preconceituosas, discriminatórias e
racistas em relação a alguns grupos, como as mulheres, os indígenas e os
negros.
Segundo Nogueira, Felipe e Teruya, (2008 p.02) falar sobre diversidade
não pode ser só um exercício de perceber os diferentes e tolerar a diferença.
É preciso explicar como essa diferença é produzida e quais são jogos de
poder estabelecidos por ela.
Tomaz Tadeu da Silva (2000), alerta que a diversidade biológica pode
ser um produto da natureza, mas o mesmo não se pode dizer sobre a
diversidade cultural, pois, de acordo com autor, a diversidade cultural não é
um ponto de origem, ela é em vez disso um processo conduzido pelas
relações de poderes constitutivos da sociedade que estabelece “outro”
diferente do “eu” e “eu” diferente do “outro” como uma forma de exclusão e
marginalização.
Segundo Santos (1983 p.21) existem duas concepções de Cultura. A
primeira diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um
povo ou de uma nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade,
76
dando conta das características dos agrupamentos a que se refere, em sua
totalidade, digam elas respeito às maneiras de conceber e organizar a vida
social ou a seus aspectos materiais.
A segunda concepção diz respeito mais especificamente ao
conhecimento, às ideias, as crenças e as maneiras como eles existem na vida
social.
No entanto, é difícil apresentar um conceito do que é cultura, pois a
cultura apresenta diferentes aspectos na sociologia, na antropologia e
mesmo na linguagem popular.
Mas a cultura está ligada a tudo que caracteriza uma população
humana. Fazem parte da cultura de um povo as artes, costumes, crenças,
mitos, passados através de gerações. É um processo inacabado e dinâmico,
ou seja, a cultura está em constante processo de mudança através da inter-
relação entre diferentes formas de pensar e agir.
Poderíamos ficar por muito tempo discutindo oque é cultura, porém,
o que nos interessa é independente da concepção que se tem dela, a mesma
está sempre no campo social, sendo que os valores e significados
pertencentes à determinada cultura não podem ser reduzidos a dimensões
físicas ou biológicas.
Geertz (2008) ratifica o aspecto social da cultura, relatando estarmos
diante de estruturas de significado socialmente estabelecidas, interpretáveis
enquanto algo público, o contexto no qual a vida das pessoas de um lugar
faz sentido.
Outro conceito importante ao se falar de cultura é o conceito de
relativismo cultural.
Segundo o conceito consagrado por Melville Herskovits.
Relativismo seria uma atitude deliberada, um esforço consciente, de procurar perceber como culturas distintas expressam maneiras
distintas de viver, socialmente e historicamente construídas como
respostas diferentes a outros problemas que a existência colocou
para outras pessoas em outros lugares. (HERSKOVITS, 1999)
77
Sendo que a cultura é construída em sociedade e transmitida através
de gerações, cada grupo étnico que contribuiu para a formação de nosso país
trouxe um pouco da cultura de seu povo de origem para formar a cultura
brasileira.
Então, dependendo do local de origem de seus antepassados, os
diferentes grupos étnicos podem apresentar formas distintas de agir, pensar,
acreditar e sentir e todas devem ser conhecidas, respeitadas e valorizadas.
Nesse sentido, à educação para as relações étnico-raciais deve
demonstrar que cada indivíduo é único, apresentando ancestralidade
comum com todos os seres humanos e que, portanto, não existe uma escala
de valor nos seres humanos, mas existe uma cultura comum a alguns
grupos étnicos que compõem hoje a cultura brasileira e que deve ser
valorizada.
Principalmente no que diz respeito ao conhecimento da cultura
africana e indígena, historicamente desvalorizadas pelo véu do folclore que
minimiza sua importância junto a matriz europeia.
Levar os alunos a perceber que além da diversidade
genômica que caracteriza cada ser humano existente no planeta Terra, existe
também uma diversidade cultural que caracteriza os diversos grupos
humanos, seja uma etnia, pessoas com origem na mesma região do planeta,
ou uma família.
Quadro de giz.
Giz.
Lápis.
78
Canetas.
Vamos iniciar a aula perguntando aos (às) alunos (as) oque, na visão
deles, é cultura?
Vamos anotando as respostas no quadro e em seguida poderemos
formar uma ideia do que é cultura. É importante destacar nessa ideia que o
termo cultura pode apresentar diferentes aspectos, mas está ligada a tudo
que caracteriza uma população humana no campo social, não podendo ser
reduzida a dimensões físicas e/ou biológicas, assim como exemplificar esse
“tudo”.
Em seguida poderemos trabalhar com as seguintes perguntas:
Na sua casa, vocês costumam fazer orações antes das refeições?
Costumam pedir benção para pais, padrinhos e/ ou outras pessoas
mais velhas?
A que horas costumam almoçar?
No horário do jantar, se alimentam com comida semelhante ao almoço,
ou com lanche?
A família tem alguma religião?
Todos os membros da família apresentam a mesma religião?
A família costuma ir a algum lugar em todos ou na maioria dos finais
de semana?
Existe alguma coisa que os pais aprenderam fazer e ensinaram a seus
filhos? (Como tocar um instrumento musical, cozinhar e outros).
Em seguida, explicar aos alunos que oque tentamos descrever aqui
foram alguns aspectos da cultura da família de cada um deles.
Da mesma forma que cada família apresenta uma cultura, cada grupo
de seres humanos (seja um grupo religioso, étnico ou com origem na mesma
região do planeta) também apresenta.
79
Das culturas familiares que apresentamos aqui, qual é a “correta”?
Se a maioria dos (as) alunos (as) responderem que todos (as) são
corretas, podemos relacionar diretamente com as culturas das diferentes
etnias. Todas, mesmo as que podemos ter dificuldades em compreender por
serem diferentes da nossa, devem ser valorizadas e respeitadas e têm muito
a nos ensinar.
Caso os (as) alunos (as) defendam a cultura de sua família, em
detrimento das outras, pode-se falar em relativismo cultural, esclarecendo
que devemos procurar perceber, como culturas distintas expressam
maneiras distintas de viver, construídas em diferentes circunstâncias
históricas e sociais, nesse caso, relacionando às famílias.
Nesse momento pode-se, então, fazer uma reflexão com os alunos,
sobre quais são as diversas culturas que contribuíram para formar a cultura
brasileira, ou seja, quais os povos que formam nosso país.
As diferentes culturas citadas pelos (as) alunos (as) irão sendo
anotadas no quadro.
É possível que os alunos não citem nem a (s) cultura (s) africana (s) e
nem as culturas indígenas. Caso isso ocorra, o próprio professor (a) deve
citar tais culturas e ao final da atividade, aproveitar a oportunidade para
refletir sobre quais seriam as razões delas serem pouco conhecidas pelos(as)
alunos(as).
Tendo o nome dos vários povos que contribuíram para formação de
nosso país escritos no quadro, deve-se perguntar o que os (as) alunos(as)
conhecem a respeito da cultura de cada um deles e ir anotando: comidas
típicas, religião, artes, costumes, tipo de moradia e outros.
Com tudo isso no quadro, pode-se então perceber quais as culturas
mais conhecidas e falar sobre a importância e valorização de se conhecer as
outras culturas, a fim de valorizar todos os povos que formam nosso país E
APRENDER CONVIVENDO COM ELES.
80
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
Alguns sites que podem ser utilizados para saber mais sobre a cultura
africana e afro-brasileira:
http://www.geledes.org.br/
http://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/3_III.php
http://centroculturalafricano.org.br/
http://afrologia.blogspot.com.br/
81
AULA 03:
PENSANDO EM OUTRAS FORMAS DE PRECONCEITO
Levar os (as) alunos (as) à reflexão sobre os diversos tipos de
preconceitos que presenciamos em nossa sociedade, além do
preconceito racial.
Quadro de giz
Giz
Perguntar aos (às) alunos (as), que outros tipos de preconceito, além
do preconceito racial, existem em nossa sociedade.
Ir anotando no quadro e questioná-los sobre qual deles consideram os mais
graves e por que.
Questionar também sobre como poderíamos fazer para conscientizar
sobre cada um deles.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Teorização.
82
AULA 04 E 05:
ORGANIZANDO AS IDEIAS
Planejar com os (as) alunos (as), hipóteses de solução, ou
seja, que formas podem utilizar para levar à reflexão nossa comunidade
escolar sobre o preconceito, em especial sobre o preconceito racial e formas
de divulgação da cultura africana e afro-brasileira, visando a aspectos
relacionados à área das Ciências, como forma de combater o preconceito que
se encontra enraizado em nossa sociedade.
Folhas de papel sulfite A-4.
Os (As) alunos (as) serão divididos em grupos de aproximadamente 04
alunos, dependendo do tamanho das turmas.
Em seguida, o (a) professor (a) irá sugerir alguns meios que podem ser
utilizados para levar a comunidade escolar à reflexão.
Os meios sugeridos serão:
Histórias em quadrinhos.
Animações stop—motion.
Cartaz para ser exposto na escola.
Imagem, filme, animação ou texto para expor em rede social ou
blog.
Para que possam se organizar, cada equipe receberá um roteiro, que
83
deverá entregar preenchido ao final da aula. Conforme o modelo abaixo:
Equipe: (Nome e número de chamada)
Meio utilizado para conscientização sobre o preconceito, em especial sobre o
preconceito racial e/ou sobre a inexistência de raças biológicas na espécie
humana:
Meio utilizado para divulgação de algum aspecto relacionado à história e
cultura africana e afro-brasileira:
Roteiro utilizado para conscientização sobre o preconceito, em especial
sobre o preconceito racial e/ou a inexistência de raças biológicas na
espécie humana:
1- Oque vocês pretendem demonstrar?
2- Como irão fazer?
84
3- Quais os materiais necessários para elaborar o material?
Roteiro utilizado para divulgação de algum aspecto relacionado à
história e cultura africana e afro-brasileira:
1- Que assunto vocês irão pesquisar?
2- Que tipo de material pretendem produzir sobre esse assunto?
3- Como irão fazer?
4- Quais os materiais necessários para elaborar o material?
Cada grupo deverá programar nesse momento oque pretende
85
organizar, para levar à reflexão sobre a inexistência de raças biológicas na
espécie humana e/ou sobre o preconceito, com ênfase ao preconceito racial,
bem como sobre que assunto vai pesquisar e que tipo de material pretende
produzir a respeito da cultura africana e afro-brasileira.
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Hipóteses de solução - Planejamento
86
AULA 06 A 14:
ELABORANDO NOSSAS IDEIAS NA PRÁTICA:
Colocar em pratica as hipóteses de solução levantadas pelos
alunos, realizando as pesquisas necessárias e construindo os materiais
planejados por eles.
Papel.
Cartolina.
Canetas coloridas.
Lápis de cor.
Revistas.
Papéis coloridos.
Computadores.
Internet.
Os grupos irão nesse momento elaborar suas pesquisas e confecção do
material, com o auxílio do (a) professor (a).
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Aplicação à realidade
87
AULA 15 E 16:
APLICANDO NOSSOS MATERIAIS À NOSSA REALIDADE.
Utilizar os materiais produzidos em nosso planejamento de ação,
visando levar a comunidade escolar à reflexão sobre a inexistência de raças
do ponto de vista biológico, bem como sobre o racismo enraizado em nossa
sociedade que traz muitas vezes essa ideia, desencadeando ações de
estereotipagem, racialização e preconceito racial que devem ser combatidas,
assim como abordar formas de combate a esse preconceito.
Utilizar os materiais produzidos em nosso planejamento de ação,
visando levar à comunidade escolar o conhecimento sobre a cultura africana
e afro-brasileira, em especial na disciplina de Ciências.
Histórias em quadrinhos.
Animações stop—motion.
Cartazes
Exposição de imagem, filme, animação ou texto em rede social
ou blog.
Os grupos irão nesse momento expor os materiais que produziram,
seja na escola ou nas redes sociais.
88
ETAPA DO ARCO DE MAGUEREZ:
Aplicação à realidade
89
Fornecer aos (às) alunos (as) sugestões para sua pesquisa sobre
um aspecto relacionado à história e cultura afro-brasileira e africana,
relacionado à disciplina de Ciências e fornecer aos professores de Ciências
outros temas a serem abordados nessa disciplina visando o atendimento à
Lei 10.639/03.
A abordagem feita nesse caderno pedagógico foi somente uma sugestão
dentre as diversas formas que podem ser utilizadas para o atendimento à Lei
10.639/03 na disciplina de Ciências, visando à inserção de conteúdos de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a uma Educação das relações
étnico-raciais que leve ao combate ao racismo e todas as formas de
discriminação no espaço escolar.
Outras sugestões são:
Comparar a forma de desenvolvimento capitalista de
nossas cidades com o desenvolvimento sustentável realizados
nas comunidades quilombolas.
90
Podem ser abordados os seguintes temas:
1- Produtos obtidos através de extrativismo vegetal e animal e uso
desses produtos.
2- Principal forma de obtenção de energia elétrica.
3- Agricultura (Uso de fertilizante, agrotóxicos, como é feito o plantio).
4- Cuidados com a Mata Nativa.
5- Obtenção de lucro com agricultura, extrativismo, criação de
animais.
MOREIRA, A.P. da C.; SILVESTRE, D. de O. Uso, vivência e conservação do meio ambiente em populações tradicionais: O caso da comunidade
quilombola de Caiana dos crioulos, Alagoa Grande (PB). Cadernos do Logepa. v.06 n.02 jul-dez 2011.
<http://www.escolaviva.com.br/7serie/aqui_mariajulia.htm>
<http://www.jorgeamaro.com.br/noticia-108.htm>
<http://pessoas.hsw.uol.com.br/quilombolas4.htm>
Ao abordar conteúdos relacionados às folhas vegetais,
relacionar aos orixás. Cada orixá apresenta uma folha.
Também se pode falar sobre Oxum, orixá associado ao saber
científico e popular, pesquisando os usos populares de
determinadas folhas.
Podem ser abordados os seguintes temas:
1- Os usos medicinais das folhas pelo conhecimento popular
91
e sua relação com os usos medicinais nas religiões de
matriz afro.
2- Pesquisas sobre estudos realizados com essas folhas,
visando à comprovação de suas propriedades medicinais.
3- Pesquisa do nome científico de algumas folhas.
4- Analisar as substâncias químicas presentes nas folhas que
lhe dão suas características farmacológicas.
CAMARGO, M.T. L. de A. Plantas rituais de religiões de influência africana no Brasil e sua ação farmacológica. Dominguezia. Buenos Aires, V.15 n.1,
p. 21-26, 1999. Disponível em: <http://www.dominguezia.org.ar/volumen/articulos/1512.pdf>
CARDOZO, E.C.P. Plantas Medicinais e Cultura Afro-Brasileira. In: PARANÁ. Secretária do Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense: produção
didático-pedagógica 2009. Curitiba: SEED PR., 2012.v. 2 (Cadernos PDE). Disponível em:
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20>. Acesso em:
<http://folhadeorixa.blogspot.com.br/>
Relacionar as principais contribuições da cultura afro-
brasileira e africana na nossa alimentação.
Podem ser abordados os seguintes temas:
1- Pesquisar quais os alimentos de origem africana utilizados
em nossa alimentação.
2- Pesquisar quais os nutrientes presentes nesses alimentos.
3- Analisar a constituição química de alguns deles como os
92
temperos (pimenta-malagueta, noz-moscada e outros).
4- Associar procedimentos utilizados na produção de pratos
típicos coma tecnologia de alimentos.
http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/planos-de-
aula/planos-mais-lidos/20675-plano-de-aula-voce-conhece-as-principais-
comidas-tipicas-da-africa
http://culinaria.culturamix.com/comida/comida-africana
Ao abordar os sentidos, falar da importância da oralidade
nas culturas africanas, ao conhecimento transmitido de
geração para geração.
http://afrologia.blogspot.com.br/2008/03/tradio-viva.html
Utilização de lendas da África para trabalhar os diversos
grupos animais.
Podem ser abordados os seguintes temas:
1- Iniciar a aula com a lenda e pesquisar os grupos a que
pertencem os animais citados, seus hábitos alimentares,
93
habitat.
2- Comparar com animais de mesmo grupo que vivam no Brasil.
BRAZ, J. E. Lendas da África. [adaptação]. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2005.
Abordar a associação entre desempenho de atletas e sua
etnia.
<http://www.biologiadasaude.org/search?updated-
max=2013-09-23T21:00:00-07:00>
As sugestões aqui colocadas são para que você, caro (a) aluno (a) possa
ter algumas ideias do que pode vir a pesquisar para fazer seu trabalho, bem
como para que você, colega professor (a) de Ciências possa ter outras formas
de inserir em nossa disciplina uma educação voltada para as relações
étnico-raciais.
Agradeço por termos estado juntos nesse trabalho e espero que
tenhamos todos, de alguma forma, ampliado nossos conhecimentos e
crescido como pessoas.
Encerro esse material citando as declarações de um personagem negro
94
do conto “O Embondeiro Que Sonhava Pássaros”, do escritor moçambicano
Mia Couto, que em suas declarações à polícia, ao ser perguntado sobre sua
raça relata:
“– A minha raça sou eu, João Passarinheiro.
Convidado a explicar-se acrescentou:
-Minha raça sou eu mesmo. A pessoa é uma humanidade individual. Cada
homem é uma raça, senhor polícia”.
95
MINI GLOSSÁRIO:
Estereótipo: É uma suposição, que as pessoas fazem sobre as características ou comportamentos de grupos sociais específicos ou tipos de
indivíduos. O estereótipo é geralmente imposto, segundo as características externas, tais como a aparência (cabelos, olhos, pele), roupas, condição
financeira, comportamentos, cultura, sexualidade, sendo estas classificações (rotulagens) nem sempre positivas e podendo muitas vezes causar certos impactos negativos nas pessoas.
Símbolo adinkra NKYINKYIM, que significa “torcer”, símbolo da iniciativa,
dinamismo e versatilidade.
Racialização: Processo pelo qual, certos grupos da população, de
etnias diferentes, são identificados em relação à maioria da população. Essa
identificação está diretamente ligada às suas características fenotípicas ou a
sua cultura étnica e associada a preconceitos de inferioridade e de desprezo
à diferença. Qualquer atitude, situação ou processo que induzisse à
caracterização de uma parte da população segundo a valorização “racial”.
96
REFERÊNCIAS: BARBUJANI, G. A invenção das raças. [tradução Rodolfo Ilari] São Paulo:
Contexto, 2007. BERBEL, N.A.N. Metodologia da Problematização. Londrina: UEL, 1999.
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DESENHOS DOS ÍCONES E ADINKRAS UTILIZADOS:
Antônio Neto Falcão