OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, ... A fala do sapo...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FAFIUV Produção Didático Pedagógica – Turma 2013
Título: A SOBREVIVÊNCIA DA ANTROPOFAGIA DE OSWALD DE ANDRADE NO
TROPICALISMO
Autor: Ilza Cristina Gawlik
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e localização:
Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio.
R.: João Gabriel Martins, 548
Município da escola: São Mateus do Sul – PR
Núcleo Regional de Educação: União da Vitória – PR
Professor Orientador: Prof. Dr. Caio Ricardo Bona Moreira
Instituição de Ensino Superior: FAFIUV – UNESPAR
Relação Interdisciplinar: História e Arte
Apresentação: Esta unidade didática tem como objetivo discutir a sobrevivência da Antropofagia de Oswald de Andrade no movimento tropicalista dos anos 60. Intenta-se mostrar como a ideologia da antropofagia oswaldiana preconizou a transformação da arte, cultura e estética e como esse movimento serviu de suporte para outros como o dos Concretistas, dos Tropicalistas e do Mangue Beat. Apresentar o contexto histórico do Tropicalismo, a estética desse movimento e sua contribuição para a música popular brasileira. Mostrar como a poesia concretista influenciou na construção estética da sua época e como os tropicalistas fizeram uso dessa concepção na composição de suas músicas. Traçar um paralelo entre o tropicalismo e o Mangue Beat com análise de música dos dois movimentos dentro dos seus contextos sociais. Por fim conhecer os poetas: Paulo Leminski e Wally Salomão e suas composições poéticas. Esta Unidade será desenvolvida com alunos do 3º ano do Ensino Médio e a intenção é de propiciar momentos de leitura e reflexão fornecendo subsídios
para que possam entender as conexões entre as produções e despertar o senso estético aos alunos.
Palavras-chave: Antropofagia, Tropicalismo, leitura, imagens, música.
Introdução
Esta produção didático-pedagógica será desenvolvida no Colégio Estadual Duque
de Caxias, no Município de São Mateus do Sul, com alunos do 3º ano do Ensino Médio.
A intenção é organizar momentos de leitura e reflexão sobre o movimento
Modernista, sua contribuição para a literatura moderna, pós-moderna e contemporânea.
A literatura é uma das formas de manifestação da arte e utiliza uma linguagem
propositadamente elaborada para efeito, através da criação e da recriação da realidade,
traduzindo a necessidade de compreender melhor o mundo.
Segundo Coutinho:
A Literatura é, assim, vida, parte da vida, não se admitindo que possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares porque são as verdades da mesma condição humana. (COUTINHO, 1978, p.10)
O Movimento Modernista inaugurou uma ruptura com a literatura até então
concebida. É das tendências da Vanguarda Europeia que Oswald de Andrade vai retirar
os instrumentos técnicos da nova escrita. Uma das propostas mais importantes do seu
projeto artístico é a ruptura com padrões da língua literária culta e a busca de uma
prosódia brasileira, que incorporasse todos os “erros” gramaticais, vistos por ele como
verdadeiras contribuições para a definição da nacionalidade.
Combatendo o nacionalismo ingênuo que novamente pairava nos meios de
comunicação – como na década de 20 –, os tropicalistas defendiam uma arte de
renovação que, inspirada em grande parte nas ideias da antropofagia oswaldiana, se
caracterizava por um nacionalismo crítico e antropófago, que deglutia ao mesmo tempo
Os Beatles e suas guitarras elétricas, João Gilberto e Luiz Gonzaga.
O trabalho será iniciado com um breve momento de reflexão sobre as Vanguardas
Europeias que serviram de base para as ideias modernistas. Em seguida serão
apresentados os manifestos da Poesia Pau- Brasil e o Manifesto Antropofágico, os quais
serão analisados observando-se as críticas presentes na literatura até então concebida.
Os poemas dos autores modernistas serão analisados, parodiados e declamados.
Em um segundo momento serão trabalhadas atividades de releitura da obra
“Abaporu”, de Tarsila do Amaral, com apresentação de vídeo sobre suas obras e
bibliografia da pintora.
A poesia concretista será analisada através de imagens e vídeos. Serão
mencionados os poetas que consagraram a poesia concreta. Os alunos produzirão
poemas concretos que farão parte de um livro.
Para o trabalho com o movimento Tropicalista será proposto o filme: “Futuro do
Pretérito - Tropicalismo Now” que é um documentário que retrata o contexto histórico do
tropicalismo, bem como comentários dos principais artistas envolvidos nesse movimento.
As atividades propostas envolverão leituras, canto, interpretação de algumas músicas.
Será proposto a criação de um programa de rádio, gravado em CD a ser apresentado,
durante uma semana, no intervalo do lanche.
Será apresentado o Movimento Mangue Beat, buscando-se traçar um paralelo
entre as músicas deste movimento com as do tropicalismo. Também comentado sobre os
idealizadores do Mangue Beat, sua música rapsódica e sua crítica social.
Por fim, serão apresentados os poetas Wally Salomão e Paulo Leminski, que tiveram
alguns de seus poemas musicados e participaram, através da poesia, dessa revolução
tropicalista. Os alunos produzirão Haicais que farão parte do livro aos moldes
“Therezinha Cartonera.”
Espera-se que ao final do Projeto os alunos tenham ampliado seus horizontes de
expectativas e possam ter compreendido que a literatura está presente em todas as
manifestações culturais.
UNIDADE DIDÁTICA
1ª Aula
1º Momento – Explanação de como será desenvolvida a Produção Didático- Pedagógica
e sua finalidade.
2º Momento – Apresentação do filme “Tempos Modernos1” e da música do compositor
Heitor Villa-Lobos “O Trenzinho Caipira2”.
3º Momento – Após a exibição do filme será realizado um questionamento oral para
socializar as ideias sobre a temática e o contexto da obra:
a) Qual o assunto abordado?
b) Qual o contexto histórico do filme?
c) Qual o comportamento esperado à época? Vestuário, hábitos, relações de trabalho, o
papel da mulher na sociedade.
2ª Aula
1Referência nº. 15, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=0gY0JR6s38g>. 2Referência nº. 9, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=DC8oFe5bkeY>.
Orientação ao (à) professor(a):
Neste primeiro momento será realizada uma explanação dos objetivos que se
pretende alcançar com o desenvolvimento do trabalho. Inicialmente será trabalhado o
Filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, em que é apresentado o conjunto de
transformações, em todos os domínios das atividades humanas, pelo qual passava a
Europa no início do século XX. Invenções, desenvolvimento científico e tecnológico, lutas
sociais, guerra mundial, revolução comunista – tudo isso forma o cenário em que surge a
arte moderna, um dos movimentos mais radicais de renovação artística.
Orientação ao (à) professor(a):
Nesta aula será apresentado um vídeo sobre as Vanguardas Europeias cujo
propósito é mostrar o desejo de libertar-se das amarras do passado e buscar uma nova
forma de expressão artística, de acordo com a mentalidade do século XX.
1º Momento – Os alunos assistirão ao vídeo sobre as Vanguardas Europeias3.
2º Momento – Discussão acerca do vídeo.
3º Momento – Os alunos deverão desenvolver as atividades propostas:
Atividade 1
A atividade consistirá em reunir objetos apanhados e reuni-los de modo a sugerir um
arranjo casual.
Atividade 2
Construção de um poema aos moldes da “Receita do Poema Dadaísta”.
Receita do Poema Dadaísta
Tristan Tzara
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este artigo e meta-as
num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço, um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que as palavras são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que
incompreendido do público.
3Referência nº. 25, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=_4g1j59AhEw>.
3ª Aula
1º Momento – Apresentação de vídeos4 e dos Manifestos aos alunos5.
2º Momento – Comentários sobre os manifestos.
3º Momento – Leitura silenciosa e oral (em forma de jogral) do poema proposto.
Atividade 1 – Poema “Os sapos”
Os Sapos
Manuel Bandeira
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
– "Meu pai foi à guerra!"
– "Não foi!" – "Foi!" – "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Realização dos exercícios6 de interpretação:
1. Os primeiros modernistas empregam com frequência a ironia, o deboche e a crítica à
4Referência nº. 7, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=tJKYZdGU4rA>. Referência nº. 17, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zc2AHqe9zrw>. 5Referência nº. 31, disponível em: <http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf>. 6Exercícios retirados de referência nº. 5, p.299,300.
Orientação ao (à) professor(a):
Início do Modernismo: neste momento será apresentado vídeo sobre a Semana de
Arte Moderna e também os dois manifestos: da Poesia Pau-Brasil e Antropofágico, sendo
discutidos, na sequência.
cultura oficial.
a) Aponte um exemplo de ironia ou deboche.
b) Que movimento literário, visto como representante da cultura oficial, é satirizado?
Comprove sua resposta com elementos do texto.
c) A fala do sapo tanoeiro, delimitada pelas aspas, veicula o princípio básico do
movimento literário satirizado. Qual é esse princípio?
2. Explique a oposição existente entre poesia e artes poéticas, referida na sétima estrofe.
3. Procure no dicionário o significado das palavras:
Aterra
Primo
Cognatos
Frumento
Céticas
Perau
Transido
4ª Aula
1º Momento – Apresentação de vídeos7 sobre a pintora Tarsila do Amaral e sua obra e
releituras8 do “Abaporu”.
2º Momento – O/ A professor(a) disponibilizará cópias da obra e materiais diversos para
que os alunos, através da sua criatividade, proponham outras releituras.
3º Momento – Exposição em mural dos trabalhos realizados.
7Referência n º. 28, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=7QWwhqxHsMs>. Referência n º. 30, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Hgwy1v7T8RI>. 8Referência n º. 13, disponível em: <http://tinyurl.com/qbmskqv>.
Orientação ao (à) professor(a):
Como Tarsila do Amaral foi a inspiradora do Movimento Antropofágico com a obra
“Abaporu” (“antropófago” em tupi), nesta aula será apresentado um vídeo sobre as obras
de Tarsila, e depoimentos da própria pintora. Em seguida será feito um breve comentário
sobre a obra principal (Abaporu) e proposto, aos alunos, a releitura da mesma. Serão
mostradas imagens de algumas, a título de inspiração.
5ª Aula
1º Momento – Apresentação de poemas.
2º Momento – Leitura.
3º Momento – Interpretação.
erro de português
Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Os alunos deverão responder as perguntas propostas9:
Atividade 1
1. A que fato histórico se refere o primeiro verso do poema?
2. A que se refere metaforicamente o terceiro verso do poema?
3. Leia o trecho da Carta de Caminha:
“Na noite seguinte ventou tanto sueste, com chuvaceiros, que fez caçar as naus, e
especialmente a capitânia.” (Registro do dia 23 de abril).
A versão oswaldiana do fato moderniza e sintetiza a linguagem da carta, optando por uma
expressão formada a partir do uso coloquial de um termo. Copie a expressão.
9Exercícios retirados da referência nº. 10, p. 147.
Orientação ao (à) professor(a):
Nessa aula serão apresentados os poemas: “erro de português”, “brasil” ambos de
Oswald de Andrade, e o “Poema tirado de uma notícia de jornal” de Manuel Bandeira.
Ressaltar aos alunos que, de modo geral, os escritores de maior destaque dessa fase
defendiam reconstruir uma cultura brasileira sobre bases nacionais, promover uma
revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais e eliminar de
vez o nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros.
4.O poema traz à tona uma hipótese: a inversão do fato histórico.
a) Que verso exprime a condição para que tal hipótese pudesse ter sido concretizada?
b) Identifique e explique os versos que exprimem a consequência histórica dessa possível
inversão.
c) A escolha do verbo vestir para metaforizar a superposição cultural que ocorreu na
colonização tem relação com o primeiro choque cultura relatado por Caminha em sua
carta. De que choque se fala?
5. Oswald lamenta que a história tenha sido como foi: “Que pena!”. Você acha que, se a
hipótese sugerida no poema tivesse ocorrido, nosso país seria melhor? Justifique sua
resposta.
Atividade 210
brasil
Oswald de Andrade
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
– Sois cristão?
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! Ua! Uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
– Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
1. Buscando uma revisão de nosso passado histórico-cultural, o poema faz referência a
três raças:
a) Qual a raça representada por Zé Pereira? Justifique.
b) Qual a importância dessas três raças para a cultura brasileira?
2. Os versos “Sou bravo, sou forte/ sou filho do norte” pertencem ao poema ‘l- Juca
Pirama’ do poeta romântico Gonçalves Dias.
a) Que novo sentido ganha o verso com a alteração de norte para morte?
10Exercícios extraídos da referência nº. 10, p. 148.
b) Qual o nome desse procedimento, frequentemente empregado pelos modernistas da
primeira geração?
3. Identifique no texto elementos que comprovem seu tom de piada e ironia.
4. Historicamente, as três raças mencionadas fazem parte de nossa formação étnica e
cultural. No entanto, no poema é com ironia e humor que Oswald a elas se refere.
a) De acordo com o texto, a que deram origem essas três raças?
b) Identifique qual é o significado do carnaval para a cultura brasileira, na visão do autor,
expressa no poema acima, e neste trecho do Manifesto da Poesia Pau-Brasil: “O
Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante
os cordões do Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica”.
Atividade 3
Poema tirado de uma notícia de jornal
Manuel Bandeira
João Gostoso era um carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num
[barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
1. Leitura silenciosa e oral do poema.
2. Comentários sobre o poema e resolução de atividades11.
a) O poema é narrativo, descritivo ou dissertativo?
b) Que traços identificam João Gostoso como um humilde malandro carioca?
c) Pode-se afirmar que João Gostoso perde a individualidade e transforma-se em símbolo.
De quê?
d) A personagem praticamente “despenca” do caos situado no alto, para o caos situado no
baixo. Que palavras simbolizam esses dois espaços?
e) Que características da poesia de Bandeira podem ser identificadas no poema?
3. O conto é um gênero textual construído em parágrafos e apresenta um enredo enxuto.
Após uma breve apresentação dos personagens, já introduz o elemento de conflito, em
11 Atividades propostas em referência nº. 10, p. 136.
poucas ações atinge o clímax, vindo então o desfecho. Com base no poema: “Poema
tirado de uma notícia de jornal,” produza um miniconto.
6ª Aula
1º Momento – Apresentação do poema com leitura silenciosa e oral.
2º Momento – Considerações acerca do poema, estrutura, época em que foi escrito, e
algumas características da poesia romântica.
3º momento – Produção de uma paródia do poema Canção do Exílio.
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores;
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Orientação ao (à) professor(a):
Nesta unidade pretende-se propor aos alunos a produção de uma paródia, visto que é
uma das características marcantes dos Modernistas. Para essa atividade será utilizado o
poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, por retratar em sua temática a questão da
identidade nacional, que sempre foi uma preocupação de nossos artistas. O Romantismo
introduz essa discussão, que foi retomada e aprofundada por escritores do século XX,
como Mário e Oswald de Andrade e retomada, nos anos 60, pelos tropicalistas.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Canção do Exílio
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas.
Os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossa flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil-réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de identidade!
Canto de Regresso à Pátria
Oswald de Andrade
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos aqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
Canção do Exílio Facilitada
José Paulo Paes
lá?
ah!
sabiá…
papá…
maná…
sofá…
sinhá…
cá?
bah!
7ª Aula
1º Momento – Os alunos assistirão ao filme Macunaíma12, e serão feitos comentários a
respeito da obra.
2º Momento – Apresentar um fragmento do capítulo VIII de Macunaíma13 e atividades14.
3º Momento – Os alunos realizarão as atividades propostas.
Atividades
Com base no fragmento13, responda:
1. Mário de Andrade buscava criar em Macunaíma uma língua brasileira, síntese da língua
portuguesa falada no Brasil, com todas as variações regionais, as influências estrangeiras
e as alterações da criatividade popular. O próprio autor deixa suas marcas ao empregar si,
milhor e siquer, por entender que é assim que o brasileiro pronuncia essas palavras.
Pesquise a procedência destes vários registros de língua presentes no texto;
a) ”aipim”, “murici”, “cunhãs”
b) “urucungo”
c) “senvergonhice”, “mexemexendo”
d) “em riba”
2. A cultura popular e o folclore são o material que serviu de base para a construção da
obra Macunaíma. Identifique no texto elementos que justifiquem essa afirmação.
3. Destaque do texto uma situação que exemplifique o contraste primitivo x civilizado,
constante na obra.
4. Caracterize a personagem Macunaíma a partir de suas ações ao longo do texto.
5.Macunaíma trai o pacto feito com Vei e, por isso, perde a imortalidade e a oportunidade
12Referência n º. 1, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=UzBLPx8g23c>. 13Fragmento retirado da referência n º. 6, p. 320, 321. 14Atividades da referência nº. 6, p. 322.
Orientação ao (à) professor(a):
Nessa aula será apresentada a obra “Macunaíma” de Mário de Andrade, que vinha sendo
escrita desde 1926 e foi lançada em 1928, o mesmo ano da publicação do Manifesto
Antropófago. Pela “deglutição” que Macunaíma faz de todos os aspectos da cultura
brasileira, primitivos e civilizados, e pelo tom irônico - crítico, atende plenamente às
propostas do grupo antropófago, mesmo que o autor não tenha feito parte de nenhum
grupo ou tendência, optando por um caminho mais pessoal.
de iniciar uma grande civilização tropical, filha da luz, como a indiana, a chinesa e a
asteca.
a) O que esse fato revela sobre o caráter de Macunaíma?
b) Se tomarmos Macunaíma como representante do homem brasileiro, que crítica Mário
faz sobre nossas relações com o estrangeiro?
c) Considerando as características de Macunaíma, você acha que ele simboliza a alma
nacional? Justifique.
8ª Aula
1º Momento – Leitura silenciosa, oral e dramatizada dos poemas.
2º Momento – Comentários sobre os poemas.
3º Momento – Atividade de criação15
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e [manifestações
de apreço ao Sr. Diretor
Estou farto do lirismo funcionário que para e vai averiguar no dicionário o cunho
[vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis...
15Atividade retirada da referência nº. 5, p. 108.
Orientação ao professor(a):
Manuel Bandeira compõe, juntamente com Oswald e Mário de Andrade, a tríade maior da
primeira fase modernista. Porém, Bandeira, conseguiu resgatar o lirismo poético, quase
abandonado pelos demais modernistas na fase de luta antiacadêmica. Nessa aula serão
apresentados alguns de seus poemas para serem lidos, declamados e analisados
oralmente. Posteriormente será sugerido uma produção poética tendo por base os
próprios poemas de Bandeira.
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
– Diga trinta e três.
– Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
– Respire...
Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritssatd dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois-
Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância...
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca da Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser a contraparente
Da nora que eu nunca tive...
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força...
Boi Morto
Como em turvas águas de enchente,
Me sinto a meio submergido,
Entre destroços do presente
Dividido, subdividido,
Onde rola, enorme, o boi morto,
Boi morto, boi morto, boi morto.
Árvores da paisagem calma,
Convosco – altas, tão marginais! –
Fica a alma, a atônita alma,
Atônita para jamais.
Que o corpo, esse vai com o boi morto,
Boi morto, boi morto, boi morto...
Felicidade
A doce tarde morre. E tão mansa
Ela esmorece,
Tão lentamente no céu de prece,
Que assim parece, toda repouso,
Como um suspiro de extinto gozo
De uma profunda, longa esperança
Que, enfim cumprida, morre, descansa...
E enquanto a massa tarde agoniza,
Por entre a névoa fria do mar
Toda a minh’ alma foge na brisa:
Tenho vontade de me matar!...
Poema só para Jaime Ovalle
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
– Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.
Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou coroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
– Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar...
Atividade proposta16
1. Há um poema no livro Estrela da Tarde, chamado “Antologia”, feito com pedaços de
outros poemas de Bandeira. Faça uma releitura dos textos selecionados nessa unidade e
tente repetir o procedimento usado pelo poeta em “Antologia”: separe os versos que mais
gostar e depois os remonte, de modo a obter uma nova unidade significativa. Veja agora o
poema que Bandeira produziu com sua montagem;
A vida
Não vale a pena e a dor de ser vivida.
Os corpos se entendem mas as almas não.
A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Vou-me embora pra Pasárgada!
16Atividade retirada da referência nº. 5, p. 108.
Aqui eu não sou feliz.
Quero esquecer tudo:
– A dor de ser homem...
Este anseio infinito e vão
De possuir o que me possui.
Quero descansar.
Morrer.
Morrer de corpo e alma.
Completamente.
(Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de partir.)
Quando a Indesejada das gentes chegar
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
9ª Aula
Orientação ao (à) professor(a):
O Concretismo, foi um movimento criado por três paulistas, em 1956: Décio Pignatari e os
irmãos Augusto e Haroldo de Campos. Os poetas concretos pregam o fim da poesia
intimista, o desaparecimento do eu lírico, e propõem uma concepção poética baseada na
geometrização e visualização da imagem. Retomam procedimentos do Cubismo e do
Futurismo, criando uma poesia capaz de captar e transmitir a realidade das grandes
cidades, com seus anúncios propagandísticos, outdoors e néon. Serão apresentadas
várias poesias concretas, cujo intuito é fazer com que os alunos também produzam as
suas.
1º Momento – Explicação sobre a poesia concreta.
2º Momento – Apresentação de poesias concretas em forma de imagens17 e vídeos18.
3º Momento – Construção de poesias concretas usando os mais variados materiais.
Atividade
Com “Cidade/city/cité”, Augusto de Campos produziu um dos mais interessantes poemas
do Concretismo. A leitura só é possível se acrescentarmos a palavra cidade, city ou cité
depois de cada “pedaço” de palavra (atro, cadu,capa,causti, dupli, elasti,etc) para formar
palavras com significado em três línguas diferentes – português, inglês e francês.Ex.:
atrocidade, atrCITY, atroCITÉ. Procure outras palavras no poema abaixo.
Cidade/city/cité
Atrocaucapacaustiduplielastifeliferofugahistoriloqualubrimendimultiplicorganipriodiplastipu
blirapareciprorustisagasimplitenaveloveravivaunivoracidade.
Viva Português, Ensino Médio, 3º volume p.259
10ª e 11ª Aulas
1º Momento – Apresentação do filme Tropicalismo19, discutindo sobre o contexto histórico
brasileiro, a crescente industrialização, o surgimento do Teatro Oficina, que encena “O rei
da Vela”, de Oswald de Andrade, o Cinema Novo, com Glauber Rocha em “Terra em
17Referência n º. 12, disponível em: <http://preview.tinyurl.com/mmp2w6n>. 18Referência n º. 24, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=J3Gcto61Eh8>. Referência n º. 29, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=taHNoWInOf0>. 19NINHO, Moraes; FILHO, Francisco César. Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now! Lili Bandeira, 2011
Orientação ao (à) professor(a):
Em 1968, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé, os poetas Torquato Neto e
Capinam, além do maestro Rogério Duprat, dão início ao Tropicalismo, um movimento
musical que ganhou repercussão no teatro, na literatura e no cinema. Muitas coincidiam
com as propostas do Manifesto Antropófago. Por exemplo, no campo musical, o grupo
tropicalista misturava os ritmos e os instrumentos brasileiros ao rock e as guitarras
elétricas, fundindo o primitivo, o folclórico e o regional ao moderno civilizado; o nacional e
o estrangeiro, numa verdadeira deglutição cultural. Nas unidades seguintes passaremos a
discutir as músicas desse movimento.
transe”, constituindo uma verdadeira inspiração aos tropicalistas.
2º Momento – Apresentação da música, “Alegria, Alegria” 20 , de Caetano Veloso
representante do III Festival da Música Popular Brasileira, da antiga TV Record, realizado
em 1967.
3º Momento – Apresentação da música “Domingo no Parque”21, de Gilberto Gil, análise da
música e proposta de produção de texto22.
Alegria, Alegria
Caetano Veloso
Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em Cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não...
20Referência n º. 16, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=4tzSETbQcJk>. 21Referência n º. 26, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=nrstmBhpZts>. 22Atividades retiradas da referência nº. 11, p. 34 e 108.
Atividade23
1. O contexto geral da época é evidenciado nos versos que se justapõem. Aparentemente
desconectados, os elementos se combinam para formar o panorama da sociedade
complexa em que o sujeito poético se encontra e do qual se sente simultaneamente livre.
a) Qual o verso que sugerira essa pretensa liberdade?
b) A referência aos mitos cinematográficos, assim como à difusão de programas de
televisão estão representados em quais versos?
c) O que sugerem as rimas: revista/ preguiça; casamento/ documento; escola/coca - cola?
d) Na sua opinião, o que poderia sugerir os versos: Eu quero seguir vivendo, amor/Eu
vou/Por que não, por que não...?
Domingo no Parque
Gilberto Gil
O rei da brincadeira – ê José
O rei da confusão – ê João
Um trabalha na feira – ê José
Outro na construção – ê João
Na semana passada, no fim de semana,
João resolveu não brigar.
No domingo de tarde saiu apressado
E foi pra ribeira jogar
Capoeira.
Não foi par lá pra ribeira,
Foi namorar.
O José, como sempre, no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu.
Foi fazer, no domingo, um passeio no parque,
Lá perto do rio.
Foi no parque que ele avistou
Juliana,
Foi que ele viu
23Atividades adaptadas da referência n º. 13, p. 298.
Juliana na roda com João,
Uma rosa e um sorvete na mão.
Juliana, seu sonho, uma ilusão,
Juliana e o amigo João....
Atividade 2
A partir da letra de Domingo no Parque, tente escrever uma crônica policial narrando
aquele episódio. Utilize-se do registro peculiar a este estilo jornalístico (para tanto, leia
nos principais jornais da cidade as seções relacionadas ao assunto).
12ª Aula
1º Momento – Explicação sobre a composição da capa do LP. Em seguida.
2º Momento – Apresentação da música24 e comentários.
3º Momento – Atividades25 relacionadas à música.
Panis et circenses
VELOSO, Caetano; GIL, Gilberto
Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos, sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões, nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
24Referência n º. 3, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=TgWFL0jP0Qc>. 25Atividades retiradas de referência nº. 13, p. 285.
Orientação ao (à) professor(a):
Será apresentado nessa aula o LP “Tropicália ou Panis et circenses”, com comentários a
respeito da composição da capa do disco, bem como da escolha do nome.
A canção a ser trabalhada é: “Panis et circenses”, composta por Caetano Veloso e
Gilberto Gil, cantada pelos Os Mutantes. Lembrar aos alunos que a expressão Panis et
circenses (Pão e circo) foi criada pelos antigos romanos, que se diziam preocupados com
a falta de alimento e diversão. Sangrentas lutas foram criadas para divertir o povo que
também recebia pão durante o espetáculo.
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor, e matei
Às cinco horas na Avenida Central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer...
Atividade 1
1. Percebe-se uma tensão estabelecida entre as ações idealizadas pelo eu lírico e o modo
de vida das pessoas que ocupam a sala de jantar, representação da acomodação
burguesa. Que tensão é essa?
2. O que o eu lírico quis dizer com os versos:
a) Cantar minha canção iluminada de sol.
b) Soltei os panos, sobre os mastros no ar.
c) Soltei os tigres e os leões nos quintais.
3. Por que, mesmo o eu lírico tentando chamar a atenção das pessoas, como sugerem os
versos da segunda estrofe, não é ouvido?
4. Na quarta estrofe o eu lírico, já não conseguindo chamar a atenção com atitudes
radicais, toma uma nova postura: plantar folhas de sonho no jardim do solar. O que
sugerem os versos:
a) As folhas sabem procurar pelo sol:
b) E as raízes, procurar, procurar.
13ª Aula
1º Momento – Apresentação da música.
2º Momento – Análise da estrutura da música/ poema, com o significado de seus
vocábulos.
3º Momento – Produção de um poema concreto aproveitando o espaço em branco da
página, a disposição geométrica, o conteúdo voltado para o visual/sonoro e o uso de
neologismos.
Atividades
1. Considerando o espaço em preto, que figuras podem ser percebidas?
2. O poema/ música mostra um jogo entre o estrangeiro/ nacional. Que elementos das
duas culturas podem ser percebidos?
3. Construa um poema concreto.
Batmacumba
Gilberto Gil
Batmacumbaiêiê batmacumbaobá
Batmacumbaiêiê batmacumbao
Batmacumbaiêiê batmacumba
Batmacumbaiêiê batmacum
Batmacumbaiêiê batman
Batmacumbaiêiê bat
Batmacumbaiêiê ba
Batmacumbaiêiê
Batmacumbaiê
Batmacumba
Batmacum
Batman
Orientação ao (à) professor(a):
Nessa aula será apresentada a música Batmacumba, por apresentar uma estrutura que
remete à poesia concreta. A aglutinação de dois vocábulos – Batman e macumba –,
demarcados pelo ieiê e pelo oba,- interjeições da música popular americana e do jargão
oba-, estabelecem um curioso elo entre as duas culturas. Seu ritmo melódico é de
inspiração negra; uma toada ao sabor dos batuques tribais. O objetivo é fazer com que os
alunos analisem os vocábulos e produzam um poema concreto explorando o espaço do
papel.
Bat
Ba
Bat
Batman
Batmacum
Batmacumba
Batmacumbaiê
Batmacumbaiêiê
Batmacumbaiêiê ba
Batmacumbaiêiê bat
Batmacumbaiêiê batman
Batmacumbaiêiê batmacum
Batmacumbaiêiê batmacumbao
Batmacumbaiêiê batmacumbaobá"
14ª Aula
1º Momento – Explicação sobre a ligação da música Tropicália 26 com o Movimento
Modernista.
2º Momento – Apresentação da música em vídeo.
3º Momento – Atividades relacionadas à música.
26Referência nº. 18, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=1QDewD54yMA>.
Orientação ao (à) professor(a):
Nessa aula será apresentada a música Tropicália, de Caetano Veloso. O texto, em
linguagem fragmentada, refere-se a um conjunto de elementos da realidade brasileira
(chapadões, carnaval, planalto central, etc.). Tal como a poesia pau-brasil de Oswald de
Andrade, o texto aproxima aspectos contraditórios da nossa realidade, tais como o lado
civilizado de aviões, de Brasília, e o lado primitivo de palhoça, de miséria (“a criança
sorridente feia e morta”). Aproveita sugestões concretistas, quanto à disposição dos
versos como “viva a palhoça ça ça ça ça”. O texto faz uma verdadeira “devoração” de
variadas tendências da época.
Tropicália
Caetano Veloso
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta para os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central
Do país
Viva a bossa sa sa
Viva a palhoça ça ça ça ça...
Atividade
Neste texto Caetano Veloso tematiza o próprio movimento da Tropicália e o espaço
histórico em que acontece: o panorama político, a miscigenação, a modernização em
contraste com o arcaico
1. Quais elementos referem-se a realidade brasileira?
2. Que elementos mostram o lado primitivo e de miséria?
3. Na quinta estrofe a crescente burguesia é representada por objetos de consumo. Quais?
4. A fala nordestina vai atuar como um contraponto. Por quê?
5. Na mão direita tem uma roseira/ autenticando eterna primavera/ e nos jardins os urubus
passeiam a tarde inteira/ entre os girassóis. Em se tratando de um momento de ditadura o
que poderiam sugerir esses versos?
6. Caetano Veloso também faz referência a músicas e programas da época. Identifique-os
no texto.
15ª Aula
1º Momento – Apresentação da música27.
2º Momento – Leitura e comentários da música.
3º Momento – Atividades28 de análise da letra da música.
Geleia geral
Torquato Neto e Gilberto Gil
Um poeta desfolha a bandeira
E a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira
Num calor girassol com alegria,
Na geleia geral brasileira
Que o jornal do Brasil anuncia.
É bumba - iê-iê boi...
Ano que vem, mês que foi,
É bumba – iê-iê-iê
É a mesma dança meu boi.
A alegria é a prova dos nove
E a tristeza é meu porto seguro,
Minha terra é onde o céu é mais limpo
E a Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora da selva selvagem,
Pindorama, país do futuro!
27Referência nº. 21, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=TUGAvbIzNjo>. 28Retirado de referência nº. 10, p. 106 e 107.
Orientação ao (à) professor(a):
No Modernismo, vários poetas fizeram uso da paródia como instrumento eficaz para
ridicularizar a ideologia do nacionalismo ufanista, assim como nas manifestações
artísticas contemporâneas, a exemplo de O rei da Vela feita por Celso Martinez Correa.
Em Geleia Geral, encontramos também o propósito parodístico de denunciar o caráter
pomposo- ufanístico do discurso beletrista no interior do poema. A apresentação dos
contrastes da vida nacional, aponta mais uma vez para semelhança da antropofagia na
música tropicalista.
Atividades
1. Que elementos do texto evocam o caráter tropical do Brasil? Comece entendendo
tropical como sentido climático e geográfico.
2. Aprofundando agora a interpretação de “país tropical”, identifique os elementos da
cultura brasileira popular e folclórica a que o texto alude.
3. O Brasil de que o texto fala não é formado apenas de elementos de cultura popular.
Forma-se também a partir de elementos naturais. Tente identificá-los.
4. O Brasil de hoje para Gil e Torquato Neto, é mais do que a soma das manifestações
folclóricas com a natureza. O Brasil de hoje são “brasis” e a cultura tradicional coexiste
com manifestações culturais urbanas, modernas e sofisticadas. Tente identificar, no texto,
alusões a estes últimos elementos.
5. Com tudo isso, fica evidente que o Tropicalismo de Gil e Torquato neto não tem apenas
uma dimensão geográfica e climática. A partir de certos momentos tropicalismo passa a
ser a denominação de um certo tipo de cultura híbrida e heterogênea como a nossa.
Nesse sentido, como você interpreta “geleia geral brasileira/ Que o Jornal do Brasil
anuncia”?
6. Leia o final do Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade, para responder às
questões restantes:
a) Tente encontrar pontos de semelhança entre o Manifesto e Geleia geral; ideias
próximas, sugestões semelhantes quanto a realidade brasileira etc.
b) Na aparente falta de nexo entre as partes, você vê algum ponto em comum entre a
redação de Geleia Geral e a do Manifesto Antropofágico?
c) Organize agora suas respostas em um pequeno parágrafo, uma análise do poema de
Gil e Torquato, comparando-o ao Manifesto Antropofágico.
16 ª Aula
1º Momento – Apresentação da música Maracatu Atômico29.
2º Momento – Comentários orais sobre a composição.
3º Momento – Análise da composição através de perguntas:
Maracatu Atômico
Nelson Jacobina e Jorge Mautner
O bico do beija-flor
Beija a flor, beija a flor
E toda fauna-flora grita de amor
Quem segura o porta-estandarte
Tem a arte, tem a arte
E aqui passa com raça eletrônico o maracatu atômico
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê, auêia, aê
Anamauê
Atrás do arranha-céu tem o céu tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva, tem a chuva tem a chuva,
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las...
29Referência nº. 22, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=kYH82BdpRfw>.
Orientação ao (à) professor(a):
O movimento Mangue Beat, criado por Francisco de Assis Lisboa – Chico Science – &
Nação Zumbi, representa, segundo estudiosos, uma continuação do que foi o
tropicalismo. Sua música englobando vários ritmos (coco, maracatu, embolada, samplers,
hip hop funk e música eletrônica) e sua crítica social foi o que mais se aproximou de um
movimento depois de Tropicália.
Maracatu Atômico é uma canção composta por Nelson Jacobina e Jorge Mautner,
lançada em 1974 por Jorge no álbum homônimo Jorge Mautner. No mesmo ano, Gilberto
Gil regravou para o álbum Cidade do Salvador.
Vinte e dois anos depois o grupo Chico Science & Nação Zumbi, expoentes do Mangue
Beat, a regravaram mais uma vez.
Atividades
1. O Maracatu é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente. Surgiu
durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII. Você
saberia apontar em que região do país?
2. O que sugere o título da música?
3. Você saberia identificar alguns ritmos musicais presentes na composição?
4. Na segunda estrofe a música faz alusão a uma cidade. Qual?
5. Maracatu atômico é chamado por Jorge Mautner de “o canto da esperança total.” Muita
coisa mudou após a ditadura militar. Você acha que o Brasil de hoje é melhor para se
viver? Em que aspectos ainda precisa melhorar?
6. A música é uma sequência de mini poemas ao estilo concretista: “Todo quadro negro é
todo negro é todo negro”. Encontre outros no texto.
17ª Aula
1º Momento – Apresentação das duas músicas30.
2º Momento – Leitura e discussão sobre os contextos histórico/social de cada uma.
3º Momento – Análise das duas músicas
Tropicália
Caetano Veloso
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta para os chapadões
Meu nariz
30Música Tropicália referência nº. 18, disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=1QDewD54yMA>. Música Da Lama ao Caos referência nº. 27, disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=W6yCx_42Icc>.
Orientação ao (à) professor(a):
O objetivo dessa aula é traçar um paralelo entre as canções: Tropicália, de Caetano
Veloso e Da Lama ao Caos de Chico Science e Nação Zumbi, analisando os elementos
presentes nas duas músicas e suas críticas sociais.
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o movimento
No planalto central
Do país
Viva a bossa sa sa
Viva a palhoça ça ça ça ça...
Da lama ao caos
Chico Science e Nação Zumbi
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu vi um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru
Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça...
Atividades31
1. O que sugere as duas primeiras estrofes da música?
2. Ao se analisar as duas músicas percebe-se dois contextos bem diferentes. Uma
remete-se ao deslumbre do urbano enquanto a outra, àqueles que vivem no mangue,
mostra suas mazelas e contradições. Nos versos: “E nos jardins os urubus passeiam a
tarde inteira/Entre os girassóis”; “Oh Josué, eu nunca vi tamanha desgraça/Quanto mais
miséria tem mais o urubu ameaça”. Qual o sentido da palavra urubu nos dois contextos
31Adaptado da referência nº. 19.
3. Pode-se observar que as duas músicas propõem uma análise crítica de seus contextos
sociais. Como a sociedade é representada na música Tropicália e em Da Lama ao Caos?
Justifique com trechos das músicas.
18ª Aula
1º Momento – Apresentação dos poetas, música e poema.
2º Momento – Leitura de poemas.
3º Momento – Produção e ilustração de haicais. Distribuição de tintas e papel para que
outros alunos construam seus poemas aos moldes de “Therezinha Cartonera”32.
Haicais
Paulo Leminski
jardim da minha amiga
todo mundo feliz
até a formiga
ameixas
ame-as
ou deixe-as
amar é um elo
entre o azul
e o amarelo
o mar o azul o sábado
liguei pro céu
mas dava sempre ocupado
32Referência nº. 20, disponível em <http://therezinhacartonera.blogspot.com.br>.
Orientação ao (à) professor(a):
Os poetas da década de 60/70 especialmente Paulo Leminski e Wally Salomão, ficaram
conhecidos através da música em razão de sua penetração mais eficaz junto ao grande
público. O objetivo dessa aula é conhecer um pouco da obra desses dois poetas.
cortinas de seda
o vento entra
sem pedir licença
Se Houver Céu33
Paulo Leminski
Se houver céu depois da terra
E nessa estrela eterna primavera
Pudera, tomara que a vida quisera
Que a gente se encontrara
Pra outra vida fica nosso amor mais louco
Fica tudo muito mais bonito
Fica dita que faltou por pouco
Se houver céu
Se houver céu
Como nessa vida não há
A gente se encontrou bichinha
A gente se encontrará
A gente se encontrará
Razão de ser
Paulo Leminski
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
33Música referência nº. 32, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=v9bn5zLqjKw>.
Mal secreto34
Wally Salomão
Não choro
meu segredo é que sou rapaz esforçado
fico parado calado quieto
não corro não choro não converso
massacro meu medo
mascaro minha dor
já sei sofrer
não preciso de gente que me oriente
Se você me pergunta
como vai
respondo sempre igual
tudo legal
Mas quando você vai embora
movo meu rosto do espelho
minha alma chora
vejo o Rio de Janeiro
vejo o Rio de Janeiro
comovo, não salvo, não mudo
meu sujo olho vermelho
não fico parado
não fico calado
não fico quieto
corro choro converso
e tudo mais jogo num verso
intitulado MAL SECRETO
Hoje
Wally Salomão
O que menos quero pro meu dia
polidez, boas maneiras.
Por certo,
34Música referência nº. 2, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=L--VJI5CsF0>.
um Professor de Etiquetas
não presenciou o ato em que fui concebido.
Quando nasci, nasci nu,
ignaro da colocação correta dos dois pontos,
do ponto e vírgula,
e, principalmente, das reticências.
(Como toda gente, aliás...)
Hoje só quero ritmo.
Ritmo no falado e no escrito.
Ritmo, veio-central da mina.
Ritmo, espinha-dorsal do corpo e da mente.
Ritmo na espiral da fala e do poema.
Não está prevista a emissão
de nenhuma “Ordem do dia”.
Está prescrito o protocolo da diplomacia.
AGITPROP – Agitação e propaganda:
Ritmo é o que mais quero pro meu dia-a-dia.
Ápice do ápice.
Alguém acha que ritmo jorra fácil,
pronto rebento do espontaneísmo?
Meu ritmo só é ritmo
quando temperado com ironia.
Respingos de modernidade tardia?
E os pingos d’água
dão saltos bruscos do cano da torneira
e
passam de um ritmo regular
para uma turbulência
aleatória.
19ª Aula
1º Momento – Seleção dos textos para serem lidos e posteriormente gravados em CD.
2º Momento – Elaboração do CD no laboratório de informática.
3º Momento – Divulgação do material criado.
Orientação ao (à) professor(a):
As demais aulas serão utilizadas para a elaboração de um programa de rádio, que será
desenvolvido em contraturno, no laboratório de informática. O programa será em forma de
CD que entrará no ar durante o intervalo de recreio. Serão preparados textos sobre os
movimentos trabalhados, juntamente com músicas, notícias etc. Para a divulgação serão
elaborados cartazes pelos alunos e distribuídos pelo colégio.
Referências Bibliográficas
1. ARQUIVODIGITAL. Macunaíma – Filme (1969). Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=UzBLPx8g23c>, acessado em 31 de outubro de
2013.
2. BARROS, Adriano F.S. Luiz Melodia – Mal Secreto. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=L--VJI5CsF0>, acessado em 31 de outubro de
2013.
3. BOLZAN, Juliana. Panis et Circenses – Os Mutantes. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=TgWFL0jP0Qc>, acessado em 31 de outubro
de 2013
4. CAMPOS, Elizabeth; CARDOSO, Paula M.; ANDRADE, Sílvia L. de. Viva
Português: Ensino Médio. Vol 3. São Paulo: Ática 2010 1ª. ed.
5. CARA, Salete de Almeida in Manuel Bandeira. Literatura Comentada. São Paulo:
Abril Educação, 1981.
6. CEREJA, William R. & MAGALHÃES, Thereza C. Literatura Brasileira, São Paulo:
Atual, 1995.
7. COIOTEMAROLA, Semana da Arte Moderna (1922) – Globo News. Disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=tJKYZdGU4rA>, acessado em 30 de
outubro de 2013.
8. COUTINHO, Afrânio. Notas de Teoria Literária. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1978.
9. DROCON, Mou Marques, Heitor Vila-Lobos – O Trenzinho do Caipira.
Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=DC8oFe5bkeY>, acessado em
30 de outubro de 2013.
10. FARACO, Carlos Emílio & MOURA, Francisco Marto. Língua e Literatura. 18ª. ed.
São Paulo, SP: Ática, 1998. V. 3.
11. GOES, Fred de. in Gilberto Gil. Literatura Comentada. Abril Educação, São Paulo,
1982.
12. GOOGLE, Busca de imagens: Poemas Concretos. Disponível em:
<http://preview.tinyurl.com/mmp2w6n>, acessado em 31 de outubro de 2013.
13. GOOGLE, Busca de imagens: Releitura do Abaporu. Disponível em:
<http://tinyurl.com/qbmskqv>, acessado em 30 de outubro de 2013.
14. HERNANDES, Roberta A.; MARTIN, Vima L. Projeto Eco – Língua Portuguesa.
Curitiba: Positivo, 2010. Vol. 3.
15. LIMA, Jadson R. F. De, Charlie Chaplin – Tempos modernos (1936). Disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=0gY0JR6s38g>, acessado em 30 de
outubro de 2013.
16. LUMATHIAS. 21-10-1967 – Festival MPB_6 Caetano. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=4tzSETbQcJk>, acessado em 31 de outubro de
2013.
17. M4RTH, Semana de Arte Moderna – Um Só Coração. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=zc2AHqe9zrw>, acessado em 30 de outubro de
2013.
18. MAZZUCO, Helcio. Caetano Veloso – Tropicália. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=1QDewD54yMA>, acessado em 31 de outubro
de 2013.
19. MINDURI, Loianne Q. Movimento Mangue Beat: da musicalidade caótica ao
pós modernismo. Monografia. Brasília, 2006.
20. MOREIRA, Caio R. B.. Therezinha Cartonera. Disponível em:
<http://therezinhacartonera.blogspot.com.br>, acessado em 31 de outubro de 2013.
21. MURICY CULTURAL. Geleia Geral – Quilombo 1984 – Torquato Neto e Gilberto
Gil. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=TUGAvbIzNjo>, acessado
em 31de outubro de 2013.
22. NECNIT. Chico Science e Nação Zumbi – Maracatu Atômico. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=kYH82BdpRfw>, acessado em 31 de outubro de
2013.
23. NINHO, Moraes; FILHO, Francisco César. Futuro do Pretérito: Tropicalismo
Now! Lili Bandeira, 2011.
24. OLIVEIRA, Roh. Poemas Concretos. Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=J3Gcto61Eh8>, acessado em 31 de outubro de
2013.
25. PACE, Frederico, História Do Brasil Semana De Arte Moderna. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=_4g1j59AhEw>, acessado em 30 de outubro de
2013.
26. PONZAUM. Gilberto Gil – Domingo no Parque. Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=nrstmBhpZts>, acessado em 31 de outubro de
2013.
27. REVERBERRE CANAL. Chico Science e Nação Zumbi – Da Lama ao Caos.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=W6yCx_42Icc>, acessado em
31 de outubro de 2013.
28. RTC, Tarsila do Amaral – Entrevista de 50 anos da Semana de Arte Moderna
de 1922. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=7QWwhqxHsMs>,
acessado em 30 de outubro de 2013
29. THAIS, Maria. Cinco Poemas Concretos. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=taHNoWInOf0>, acessado em 31 de outubro de
2013.
30. TORARMX, Tarsila do Amaral – Biografia artística. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=Hgwy1v7T8RI>, acessado em 30 de outubro de
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31. UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Manifesto antropófago e
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<http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf>, acessado em 30 de outubro
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32. VIDAL, Júnior. Leminski tocando e cantando "Se Houver Céu", disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=v9bn5zLqjKw>, acessado em 31 de outubro de
2013