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Os desafios da Universidade no século XXI: no agora e nos futuros possíveis a USP é fruto de um projeto de vanguarda: visionário, construtivo, de transformação genealogia: a USP é modernista a USP é singular e contextual considerando esta matriz e a singularidade de nossa instituição , qual o caminho a seguir? como vislumbrar futuros possíveis?

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Os desafios da Universidade no

século XXI: no agora e nos futuros

possíveis

a USP é fruto de um projeto de vanguarda:

visionário, construtivo, de transformação

genealogia: a USP é modernista

a USP é singular e contextual

considerando esta matriz e a singularidade de nossa

instituição , qual o caminho a seguir?

como vislumbrar futuros possíveis?

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O Brasil é

modernista

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São

Paulo

é modernista

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são

são

modernistas

São Paulo e a

USP

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Torre do relógio (1954-73) —projeto arquitetônico de Rino Levi, com baixos-relevos de autoria de Elizabeth Nobiling, marco escultórico na paisagem do campus, que, no nível da praça e na borda do espelho de água que circunda esta estrutura traz a seguinte frase cunhada por Miguel Reale (1910-2006), reitor da USP por duas gestões: no universo da cultura o

centro está em toda parte.

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as várias culturas da USP

A USP abriga uma diversidade de culturas: as

científicas, as das profissões, as das

especialidades, as geracionais, as das

diferentes “castas”, as ideológicas, as sindicais,

etc. e claro as de referencial estético (aquelas

que abrigam as atividades comumente

reconhecidas como culturais)

a USP é uma confederação de culturas, saberes,

conhecimentos, e claro, poderes.

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A USP se firmou como universidade em um

cenário mundial internacional, em uma geopolítica

dominada por um modelo de influência global que

imperou do pós-guerra à queda do muro de Berlin:

um “norte” constituido por uma parceria entre o

Novo Mundo norte-americano e o Velho

Continente europeu. No entanto, nesta situação

“imperialista” fomos capazes de modelar não só

nossa própria paisagem, como também estruturas,

formas, conteúdos (conhecimentos) próprios,

modernistas. No melhor estilo antropofágico.

Isto é mais fácil e comumente relacionado às artes

e à arquitetura, mas é igualmente verdadeiro no

processo de regionalização (nacionalização) da

Ciência. A seguir, para exemplificar, alguns dos

principais agentes modernistas uspianos:

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Estes senhores, professores, pesquisadores,

intelectuais, entre outros tantos, foram

responsáveis pela transposição do

conhecimento do “norte” para o “sul”. No mais

alto espírito modernista, visualizaram a

possibilidade desta transposição e, de forma

iluminada e visionária, colocaram em marcha

esta visão de um novo mundo, ao “sul”,

participando assim ativamente na configuração

de uma outra matriz de modernismo, em um

contexto geopolitico de ordem internacional.

Nacionalizaram, modernizaram, regionalizaram,

“customerizaram”, ou melhor, contextualizaram

o conhecimento, a arte, a cultura, enfim, os

vários saberes necessários na constituição de

uma nova estrutura: uma nova e original “placa

mãe”.

“nosso norte é o sul!” (Torres Garcia 1943)

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No entanto, um novo paradigma geopolítico e pós-

colonial, que começa a ser esboçado nos anos 60-70, só

de fato se consolida a partir da década de 80.

No Brasil com o fim da ditadura e o restabelecimento da

democracia,

No mundo com a queda do muro de Berlim (1989),

ganhando corpo e complexidade com o ataque em 11 de

setembro em Nova Iorque (2001)

A matriz tecnológica também ser torna mais sofisticada

com o desenvolvimento de dimensões virtuais, como

por exemplo a internet e sua world wide web.

O mundo, desde então, é evidentemente outro. O

moderno começa a ser denominado de pós-moderno, a

situação deixa de ser internacional (termo que

pressupõe centralidades dominantes: “o norte”) e

termos como “globalização” começam a ser

empregados.

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"A Terra é Azul !" Yuri Gargari (1961)

"Ninguém nasce mulher, torna-se mulher" Simone de Beauvoir (1949)

“Women who seek to be equal with men lack ambition” Timothy Leary (2005)

transformações, mutações, reversibilidades,

a cidade virou mundo: antropoceno

em grande parte o jogo da vida está em nossas mãos

ecologia, sustentabilidade, ambiente e sociedade...

da noção de povo para a de multidão e para o comum;

a coletividade; a esfera pública; creative commons

acessibilidade cultural, intelectual, fisica,universal…

+ do que Globalização: GLOCALIDADES

pós-pós-colonialismo: consciência aguçada, crítica,

alteridade, inclusão,integração, interatividade, minorias,etc.

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“Na terceira dimensão temos uma sala de aula, na quarta

temos oito. Todas essas, potencialmente, se relacionam

no mesmo espaço-tempo. Isso se repete em relação ao

museu e à biblioteca. Passamos de uma arquitetura

cubóide para uma hipercubóide. Se a ciência já estuda a

existência de universos paralelos, por que não

pensarmos e planejarmos uma universidade que permita

a existência de salas de aula, laboratórios, museus e

bibliotecas paralelos (virtuais), interconectados as suas

versões materiais?”

GROSSMANN, Martin, A Universidade na Virtualidade” Revista da USP, n.35 (1997)

A Universidade na Virtualidade

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A Universidade poderia assim ser imaginada e modelada na

virtualidade como uma combinatória de ambientes, um

complexo n-dimensional. Isso foi elaborado criticamente na

implementação do projeto USPonline (1995-98) em

contraposição à dispersão que encontramos na USP, em

particular em seu campus no Butantã, onde não existe uma

centralidade definida, um centro cívico, e tampouco,

originalmente, um plano-piloto ou diretor. A bem da verdade,

as unidades de ensino, os institutos especializados, museus

e outros organismos que compõe essa paisagem modernista

foram dispostos nesta grande área sem a orientação de um

projeto urbanístico e acadêmico, claro, de base,

característica que também se repete nos outros 12 campi da

USP espalhados no Estado.

Seria esta frase uma justificativa da falta de uma centralidade

deste campus?

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Ou seja, a USP, nessa composição modernista de campus

universitário, nunca houve um projeto claro de circulação,

integração e organização dos elementos que compõe esse

rico território gerador e mantenedor de informação,

conhecimento, cultura, inovação e arte.

Se não há uma centralidade, um núcleo central desse

território e de sua comunidade, não existe uma interface

sócio-científica-acadêmica-cultural que represente/simbolize

institucionalmente a universidade. Sua estrutura

confederativa, descentralizada, espelha-se assim

claramente nesse campo de estrutura amorfa.

Diferentemente de outros campi universitários modernistas,

esse campus quase que rejeita essa necessidade não só

simbólica como corporativa, societal e logísitica de oferecer,

desde sua concepção, um desenho no qual suas

construções e vias de circulação se relacionem em prol de

sua atividades fins da universidade.

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INVESTIR NA ESTRUTURA POÉTICA DA UNIVERSIDADE:

NA INVENÇÃO, NAS TEMPORALIDADES

A UNIVERSIDADE COMO LUGAR, CONTEXTO, CAMPO,

AMBIENTE, INTERFACE, TERRITÓRIO, LABORATÓRIO,

EXPERIMENTO, DISPOSITIVO, PLATAFORMA, VOLTADA À

AMPLIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E APRIMORAMENTO

DA CIÊNCIA, DA ARTE E DA CULTURA.