OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO … · Professor orientador do CEDF/UEPA...
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OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: um estudo de caso
Tássia Fernanda Miranda da Silva
Aluna concluinte do CEDF/UEPA [email protected]
Ricardo Figueiredo Pinto Professor orientador do CEDF/UEPA
[email protected] Resumo O presente trabalho prioriza a intervenção do professor de Educação Física no campo da Educação Especial. Sendo assim, este tem por finalidade: Apontar os desafios enfrentados pelo professor de Educação Física na instituição especializada; verificar as estratégias utilizadas pelo mesmo para trabalhar com o aluno deficiente, identificar as contribuições das aulas de Educação Física para este aluno e por fim elencar a opinião destes professores a respeito da educação inclusiva. Tal pesquisa constitui-se de pesquisa de campo. Como instrumento de informações utilizamos entrevistas semi estruturadas, as quais foram analisadas pela concepção metodológica ideográfica. Percebemos como principais problemáticas a falta de melhorias no espaço físico e de pessoal qualificado; falta de materiais; de recurso financeiro e pouca atualização na área. Em relação às estratégias estes (as) apresentaram respostas referentes à disciplina que ministram no espaço pesquisado Quando indagados (as) sobre as contribuições as respostas continham os seguintes eixos: socialização e aspecto bio psico social foram as mais citadas. Em menor número, um professor mencionou diminuição da timidez e o outro relatou troca de experiências. Em relação à última pergunta apontamos: Uma professora não se manifestou; um professor e uma professora apresentaram respostas semelhantes e o outro se expressou que a teoria diverge da prática. Portanto, investir nesse campo e proporcionar aos docentes formação continuada de qualidade pode trazer avanços tanto ao professor nesse campo quanto ao aluno deficiente. Palavras- chave: Professor de Educação Física. Educação especial. Aluno com deficiência. Instituição especializada. Educação inclusiva. INTRODUÇÃO
O interesse por estudar a temática da Educação Especial na Educação Física
apresenta vários motivos tais como: discussões tecidas na disciplina Educação
Física Adaptada e as demais que enveredassem para este debate; visita a uma
instituição especializada da cidade de Belém; contato com referenciais teóricos
críticos que direta ou indiretamente nos inquietaram para a realidade do aluno
deficiente; leitura de um trabalho de conclusão de curso (TCC) do Curso de
Licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado do Pará (CEDF/UEPA)
voltado a esse tema; anais do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE) e
pesquisas ao banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Ensino Superior (CAPES).
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A história das pessoas com deficiência sempre foi de exclusão do convívio
familiar e social e em casos mais extremos eram mortas. E com relação ao aspecto
escolar, como eram vistas essas pessoas?
Os estudos de Karagiannis; Stainback, S; Stainback, W., (1999) relatam que
nos Estados Unidos durante o final do século XIX até a década de 1950, as
instituições especializadas para pessoas com deficiência cresceram muito. É nesse
momento que surge às classes e escolas especiais.
Em relação ao Brasil, a literatura considera o “embrião” da educação especial
à criação do Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, conhecido hoje por Instituto
Benjamin Constant (IBC) e o Instituto dos Meninos Surdos, conhecido por Instituto
Nacional de Educação dos Surdos (INES), em 1857, ambos situados na cidade do
Rio de Janeiro.
Os estudos de Mendes (2010), Duarte (2009), Carmo (2002), Chicon (2008),
Soares (2012) dentre outros denunciam a realidade escolar vivida pelo aluno
deficiente nas aulas de Educação Física em escolas regulares. Já o último estudo
aponta como foi inserida a disciplina Educação Física Adaptada (EFA) na grade
curricular dos cursos de Educação Física e as políticas de formação de professores
nessa modalidade de ensino.
A leitura de trabalhos dentro desse campo investigativo ainda necessita de
pesquisas e de práticas que venham a contribuir para a permanência desse aluno no
ambiente escolar. Notou-se na leitura dos artigos certa agonia da escola pública em
inserir o aluno deficiente nas aulas de Educação Física. Além da escola outro agente
importante nesse debate é o professor. Para Duarte (2009) o professor é o principal
convocado a dar respostas através da sua intervenção pedagógica. Contudo nem
sempre estes profissionais conseguem atender a convocação e responder
concretamente a tais questões.
Ao discorrer a respeito desse tema percebeu-se a imensa fertilidade que a
temática nos trará no decorrer deste estudo. Abordaremos neste momento as
questões que nortearão e fundamentarão os objetivos dessa pesquisa: Quais os
desafios enfrentados pelo professor de Educação Física na instituição
especializada? Quais as estratégias utilizadas pelo professor para trabalhar com o
aluno com deficiência? Quais contribuições às aulas de Educação Física trazem a
este aluno? Qual a opinião deste professor a respeito da educação inclusiva?
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A partir destas questões este estudo tem como objetivos: Apontar os desafios
enfrentados pelo professor de Educação Física na instituição especializada; verificar
as estratégias utilizadas pelo mesmo para trabalhar com o aluno com deficiência,
identificar as contribuições das aulas de Educação Física para este aluno e por fim
elencar a opinião dos professores de Educação Física dessa instituição o que vem a
ser educação inclusiva.
2 PRIMEIROS INDÍCIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Educação Especial surgiu a partir de instituições religiosas e filantrópicas
(REIS; TAKESHITA, 2011). As pessoas com algum tipo de anormalidade física e/ou
mental eram alocadas nessas instituições.
Essa educação começa a engatinhar a partir do momento da democratização
da educação quando as minorias questionaram ser sempre excluídas dos benefícios
de uma educação de qualidade, a qual atende uma pequena parcela da população.
Leis e políticas1 surgem para garantir a esses grupos minoritários o acesso à
educação e os benefícios de uma vida digna.
Nesse sentido, a educação especial “se organizou tradicionalmente como
atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, (...) que
levaram a criação de instituições especializadas, classes e escolas especiais” (MEC,
2008).
Os estudos de Karagiannis, Stainback, S. e Stainback, W. (1999); apontam
que as Instituições Especializadas alavancaram no final do século XIX até a década
de 1950. Vale ressaltar que esse estudo mostra a realidade americana frente à
concepção de educação para alunos deficientes.
A Educação Especial começa a ter uma “preocupação” com os deficientes a
partir do final dos anos de 1950, mas com foco médico e não educacional.
Trazendo essa discussão para o cenário nacional, no inicio do século XIX, as
primeiras instituições de educação especial surgiram no Rio de Janeiro. Encontrou-
se na literatura o Instituto Pestalozzi- Instituto especializado no atendimento às
pessoas com deficiência mental e a Associação de pais e amigos dos excepcionais
1 Nas próximas seções daremos mais ênfase as leis e políticas relacionadas à educação especial.
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(APAE) (REIS; TAKESHITA, 2011). Além destas, destacam-se para o atendimento
dos cegos e superdotados, respectivamente: o Imperial Instituto dos Meninos cegos,
criado no ano de 1854, conhecido por Instituto Benjamin Constant e em 1945 o
primeiro atendimento realizado pela Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.
Existiam instituições especializadas para atender alunos com algum tipo de
deficiência tais como: mental, auditivo e visual. Em 1981, Ano Internacional das
pessoas deficientes, alguns países resolveram defender a ideia de que a sociedade
precisava se adaptar as pessoas deficientes e surge em meio a esse momento a
concepção de inclusão (IDEM, 2011).
Antes de ultrapassarmos para outro contexto é importante esclarecer o que
vem a ser “educação especial”. Para Santos (2000) vai muito além de instituições
especializadas pode tanto constituir um sistema paralelo de educação quanto fazer
parte do sistema regular de ensino. Já para Soares (2012) este termo tem sido
utilizado de forma abrangente, reunindo processos de reabilitação e de
escolarização, com predominância dos primeiros.
A Legislação Educacional Brasileira elaborou a Lei de Diretrizes e Bases
(LDB), nº 9.394/ 962, a qual considera em seu capítulo V, “Da Educação Especial”,
artigo 58, “educação especial é uma modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais” (BRASIL, 1996).
Partindo para outro cenário, especialmente o estado do Pará, a educação
especial contou com a criação em 1959, da escola de surdos do Pará, inaugurada
em maio de 1961. Para trabalhar com esse público, docentes foram encaminhados
para capacitação no Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES). Ao
retornarem introduziram atividades nas classes especiais.
A Educação Especial no estado do Pará, no ano de 2006 surgiu o Núcleo de
Atividades de Altas Habilidades e Superdotados (NAAHS), com o intuito de ampliar o
número de atendimento as pessoas com deficiência.
2 Ver detalhes em: LEI 9.394/96- Ministério da educação. Disponível em:
http://www.portal.mec.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_Idbn1/pdf
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2.1 Primeiros passos da Educação Física Adaptada
A preocupação dos professores de Educação Física com a sua formação
acadêmica voltada à Educação Especial sofreu embate dos movimentos sociais e
dos deficientes, os quais historicamente sofreram rejeição e discriminação.
Anteriormente a inserção da disciplina Educação Física Adaptada nos cursos
de Educação Física tínhamos ações isoladas realizadas por institutos a fim de
apresentar seus métodos para se trabalhar com deficientes.
A partir de 1974 nasce o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP),
órgão criado no Ministério da Educação e Cultura (MEC), com a finalidade de gerir a
Educação Especial do Brasil. Foi através deste que houve uma preocupação com a
formação de professores em Educação Especial.
Diante desse quadro de preocupações referentes à formação, Gorgatti e
Costa (2008) revelam que o “Encontro de Planejamento do CENESP” realizado no
ano de 1985, mostra que um número reduzido de profissionais de Educação Física
atuava na Educação Especial. “Isso ocorria por falta de qualificação específica na
graduação e ausência de cursos de atualização, entre outros”. Em virtude disso,
foram “estruturados alguns cursos de capacitação profissional (...) e promover a
inserção da disciplina EFA no ensino superior” (IDEM, 2008).
Em meio a esse mar de problemáticas sofridas por esses profissionais a
disciplina Educação Física Adaptada surgiu no Brasil no início dos anos 80 com o
intuito de tratar da formação acadêmica e profissional da Educação Física como
citado abaixo
Surge num momento político de fortalecimento no âmbito internacional e nacional dos movimentos de luta e defesa pela integração plena e participação social das pessoas com deficiência. No âmbito nacional vivíamos um período de redemocratização do país que se tornou propício para a exposição de um amplo movimento de renovação crítica nas distintas práticas sociais, escolares e no interior da área de Educação Física, com consequências diretas nas políticas e práticas de formação e atuação
profissional dos professores de Educação Física (OLIVEIRA; SANTOS;
RABELLO, 2011, p. 2)
Com as mudanças ocorrendo a nível mundial e nacional a Educação Física
apresentaria os reflexos dessas novas reorganizações tanto no aspecto social,
cultural, econômico e principalmente educacional e político. Ao ter contato com
novas reivindicações e reformulações, a Educação Física começou a atentar para a
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inserção da disciplina Educação Física Especial e/ou Adaptada na grade curricular
dos cursos do país. A entrada desta nos ensinos superiores deu-se através da
resolução n.03/ 87 do Conselho Federal de Educação, no inicio da década de 90, a
nível de Brasil.
Apesar da nova proposta na grade curricular, houve um crescimento enorme
de conhecimentos voltados ao esporte adaptado e essa fundamentação teórica da
Educação Física Adaptada não atendia aos anseios da parte educacional.
Nos últimos tempos, nota-se o dialogo da EFA com outros ramos científicos
como: a Sociologia e principalmente a Educação, dentre outras. Essa comunicação
é fruto de críticas tanto dos segmentos sociais [em particular, os deficientes] quanto
dos educadores por ter-se fundamentado em uma concepção unilateral. Em virtude
disso, a EFA passou uma nova roupagem mostrando que pode alicerçar-se em
outros campos teóricos e avançar em outras discussões, assim como ocorreu com
os esportes adaptados.
Ao discutirmos a respeito da EFA no desenho curricular dos cursos de
Educação Física é importante abordamos como esta disciplina foi incluída no
CEDF/UEPA.
Como citado nessa discussão, apesar da resolução nº 03/87 ter dado parecer
favorável à inclusão da EFA, em especial, no CEDF/UEPA nota-se a continuação de
uma formação profissional voltada ao caráter técnico. Observa-se timidamente a
inserção de disciplinas de cunho humanista e reflexiva. Ainda nesse mesmo
raciocínio a inserção da disciplina “Fundamentos de Educação Física Especial” deu-
se a partir da grade curricular de 1988.
Treptow (2008) analisa em seu trabalho que “as mudanças preconizadas na
resolução nº03/87 [...] não obtiveram sucesso [...], pois, o CEDF/UEPA manteve sua
concepção e perfil em cima de um paradigma [...] direcionado a aptidão”.
Adiante veremos se essa disciplina supriu as expectativas dos futuros
professores que possivelmente viriam a trabalhar com pessoas deficientes seja na
escola regular ou em uma Instituição Especializada. Conforme fora explicitado a
EFA ainda apresenta bastante resquícios da matriz biológica.
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2.2 Inclusão e a Educação Física Escolar
A Educação Física ao adentrar nos currículos escolares era dominada ainda
pela ideia de corpo belo, atlético e forte. As aulas dessa disciplina eram de cunho
tecnicista. Para colaborar com essa afirmação nos apoiamos nos escritos de Chicon
(2008) que nos revela que antes dos alunos participarem das aulas de Educação
Física, primeiramente, tinha de ser avaliado por um médico e depois era
encaminhado ao seu instrutor.
Desde essa etapa percebe-se a exclusão daqueles que não possuíam
características compatíveis com o modelo a ser exigido daquele momento. Aqueles
considerados menos aptos ou com alguma anormalidade física e/ou mental eram
encaminhados às classes especiais.
Nota-se que desde os primeiros indícios de sua prática esta desvalorizou
corpos imperfeitos. Em relação aos professores, estes encaminhavam os alunos ao
atendimento especializado e os últimos não se misturavam aos demais.
Na escola, o corpo docente teria de incluir os alunos com deficiência nas suas
estruturas junto com as demais crianças e jovens. Após a Declaração de
Salamanca3, a qual prima por um ambiente que os excluídos do convívio social,
pudessem ser integrados num ambiente público com as condições que merecem
para desenvolver-se. Esta declaração permitiu aos deficientes a inclusão na rede
regular de ensino, modificando a concepção adotada pela educação especial. A
partir dessa declaração todos os alunos têm direito ao ensino regular de qualidade.
A questão da inclusão escolar ganha força na sociedade brasileira em
meados da década de 90, com a intenção de incluir todas as classes sociais. Nesse
mesmo período destacam-se documentos internacionais que defendem a inclusão
das minorias em escolas comuns, a qual esta função cabe aos países em
desenvolvimento.
3 Em junho de 1994, realizou-se em Salamanca, na Espanha, uma conferência organizada pelo
governo da Espanha em cooperação com a UNESCO, a fim de promover a educação para todos. Esta se baseou na Política e nas Práticas da área das Necessidades Educativas Especiais e um Enquadramento da Acção. Está inspirada no princípio da inclusão e no reconhecimento da necessidade de atuar com o objetivo de conseguir “escolas para todos” – instituições que incluam todas as pessoas aceitem as diferenças, apoiem a aprendizagem e respondam às necessidades individuais. Neste momento ainda chamavam de necessidades educativas especiais.
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A manifestação da inclusão escolar encontra amparo nas declarações internacionais, dentre elas destacam-se a Declaração Mundial sobre a Educação para todos (1990), Declaração de Salamanca (1994) [...]. Em geral, esses documentos têm a finalidade de chamar a atenção dos países em desenvolvimento para a necessidade de reafirmar o compromisso com a educação, sempre sob o aspecto da política pública como elemento capaz de reduzir as distorções sociais (NERES, 2010, p. 31).
É importante nesse momento relembrar que as décadas de 60 e início da 70
foram marcadas pelas lutas dos grupos minoritários contra todas as formas de
discriminação. O conflito deu-se em virtude da concentração de renda, desemprego,
exclusão social e escolar, investimentos na economia do país enquanto que o setor
social sofria pela não assistência estatal. Relembrar o passado é fundamental para
entendermos o porquê do surgimento de documentos que garantem aos
desfavorecidos benefícios antes negado especialmente, os deficientes. Assim, o
excerto abaixo salienta
O cenário político- econômico da referida década, marcado pela lógica do capitalismo em sua configuração expressa pela globalização e neoliberalismo, determina a materialização de um jogo social em que as marcas do desemprego e da exclusão social refletem nas propostas educacionais, como expressão de uma política pública que seja capaz de dar respostas às crises sociais e à exclusão (NERES, 2010, p.28, grifo nosso).
Nesse sentido, a educação é usada para amenizar as tensões dessa época
com a inserção de políticas públicas que atendam as minorias. Diante desses
impasses ocorridos nasce a educação inclusiva com o objetivo de agrupar pessoas
com deficiência e sem deficiência num mesmo espaço escolar
Em relação à inclusão de alunos com deficiência nas escolas comuns a
Declaração de Salamanca assinala
19. A colocação de crianças com deficiência nas classes regulares deve constituir parte integrante dos planos nacionais que visam a educação para todos. Mesmo nos casos excepcionais, em que as crianças são postas em escolas especiais, a sua educação não deve ser inteiramente segregada, encorajando-se a frequência de escolas regulares a meio tempo (UNESCO, 1994, p. 24, grifos do autor).
Vale ressaltar que a Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva
assume outra vertente como denotado pela Política Nacional de Educação Especial
(...), “realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e
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recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto
a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular” (MEC, 2008).
Sobre o atendimento educacional especializado (AEE), esta dispõe
identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras (...), considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela (MEC, 2008, p. 16).
A Inclusão escolar constitui um terreno complexo de conceitos, de prática
pedagógica e apesar dos percalços sofridos conseguiu dar o primeiro passo, a de
incluir alunos com deficiência nas escolas regulares, porém, considera-se avancar
nesse campo.
O aluno com deficiência precisa de muito mais atenção do que o “normal”.
Chicon (2008) nos apresenta que apesar de termos avançado no campo jurídico de
aprovar documentos referentes a esse público, ainda sim estamos distantes de
alcançar uma educação de qualidade e um atendimento eficaz nesse campo. Nesse
sentido trazemos Mendes e Chicon (2009) para reafirmar essa situação e traduzem
da seguinte maneira: (...) é o professor que, se olhar as crianças com necessidades
educacionais especiais com os olhos da possibilidade já terá dado o primeiro e mais
importante passo rumo à inclusão.
A inclusão desses indivíduos na Educação Física é uma ação inovadora e
ainda gera desconforto para quem trabalha com esse público. Ressalta-se que
esses grupos, mais especificamente os deficientes conseguiram um lugar na escola
e tem a chance de mostrar aos demais alunos suas qualidades e como superar os
desafios.
Conviver dentro do meio escolar com a diversidade é permitir ao outro a
imersão no legado histórico e cultural da nossa sociedade, já que esta mescla várias
culturas e são estas que enriqueceram e continuam contribuindo com a nossa
história. A esses indivíduos é dada a oportunidade de conhecer sua história, como
se configurou até chegar aos dias atuais, já que antes era negada sua presença na
escola regular. Não somente a estes como os excluídos desse processo
educacional. É dentro e fora dos muros da escola que essas pessoas escreverão um
novo episódio.
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3 DESAFIOS DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO
ESPECIAL
Nesta seção será citado os desafios enfrentados pelo professor de Educação
Física na educação especial como a falta de melhorias no espaço físico, falta de
material adequado, desacordo com decisões tomadas pela direção da instituição,
falta de recurso financeiro entre outros.
Esses itens são os que mais ocorrem nos trabalhos lidos. Optou-se por
desenvolver essa seção mais adiante, pois será feito a análise das informações
juntamente com as falas dos sujeitos entrevistados e discutiremos com os estudos
dos pesquisadores citados nessa pesquisa.
3.1 Professores de Educação Física preparados ou não para atender o aluno com deficiência
Nossa discussão enveredou para o lado histórico, trouxe conceitos, discutiu a
inserção da educação especial nos cursos superiores e agora irá ater-se aos
professores de Educação Física.
Manter-se atualizado na área e basear-se em novos estudos da área
educacional constituem alguns dos desafios a ser enfrentados pelo professor de
Educação Física. Trabalhar com deficientes ou com qualquer outro público precisa
de bons referenciais para que sua prática pedagógica seja construída em bons
pilares.
Várias publicações concluem que o conhecimento referente à educação
inclusiva na graduação é tratado de forma precária e deficitária. Nota-se também
falhas na formação dos professores. Então, faz-se o seguinte questionamento:
Como podemos trabalhar nesse campo se ambos apresentam formações
deficitárias?
Esta questão pode ser respondida com a fala de Carmo (2002)
Acreditamos que isto esteja ocorrendo porque o conhecimento veiculado por essa área, historicamente, foi edificado visando atender concepções unas de saúde, de homem e corpo, deixando de levar em conta que a realidade em que vivemos é diversa e formada concretamente por homens diferentes em raça, cor, sexo, habilidades, capacidades, limites e possibilidades (CARMO, 2002, p. 8).
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Diante do exposto acima ainda há muito a ser modificado na Educação Física
e principalmente, na forma como o conhecimento está sendo tratado por pessoas da
área. É triste saber que o conhecimento está sendo negado aos futuros professores.
Este problema faz a prática pedagógica apresentar-se com várias lacunas
perante seus objetivos. Sabemos da complexidade de trabalhar com as diferenças e
com a multidiversidade no espaço escolar que antes era permeado pela
homogeneização dos corpos.
3.2 Será que adaptar as aulas é uma forma de educar?
Ao tratarmos da formação dos professores de Educação Física precisamos
nos atentar em outro tópico: a discussão da formação adaptação das aulas. Se o
curso negou esse conhecimento, a saída encontrada por muitos foi à adaptação nas
aulas.
O campo da pesquisa publica novos estudos em várias áreas e mostram
trabalhos com novos achados científicos. E porque a Educação Física também não
se esmera nesses estudos? O que falta para alavancarmos? Será orientação ou
falta de incentivo?
Nessa mesma linha de raciocínio este autor contribui
(...) a Educação Física conseguiu superar a visão parcial e limitada de corpo, temos clareza que ela ainda não está preparada para tratar o uno e o diverso simultaneamente, conforme sugere a política da inclusão. Seus conteúdos estão parados no tempo, o que lhe obriga a recorrer às adaptações (CARMO, 2002, p. 11).
Aguçando mais essa discussão, a Educação Física baseou-se em estudos
biológicos para tratar os deficientes, já que historicamente esteve ligada a esse
aspecto. Mendes (2010) reforça quando traz a Psicologia como principal subsídio
para a construção de um corpo de conhecimentos de visão individualista,
patologizante, baseada na oposição dos conceitos de anormalidade e normalidade.
Enfim, muito precisa ser pesquisado, delimitado e analisado criteriosamente
para podermos dar conta de como podemos trabalhar com a diversidade nas aulas
de Educação Física.
4 METODOLOGIA
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A abordagem metodológica baseia-se na pesquisa qualitativa, com
características descritivas, valendo-se de estudo de caso e de pesquisa de campo,
referenciada por Gil (1999 apud DUARTE; BORDAS, 2011, p. 6) e Lakatos (2009),
respectivamente, buscando conhecer através do discurso de professores de
Educação Física que atuam na instituição especializada da cidade de Belém, seus
desafios na Educação Especial.
Para Gil (1999 apud DUARTE; BORDAS, 2011, p. 6), o estudo de caso se
caracteriza pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de
maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente
impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.
Levando em consideração a complexidade dessa problemática, optamos pela
pesquisa de campo, que segundo Lakatos (2007, p.188) “consiste na observação de
fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles
referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes para analisá-los”.
Como esta pesquisa utilizará para a análise das informações a concepção
ideográfica, trazemos para contribuir com o estudo o conceito dado por Gaya et al
(2009), o qual afirma
O objeto de investigação centra-se na compreensão e na valoração das interpretações do indivíduo sobre a realidade. Sua finalidade é compreender e interpretar os significados dos fenômenos e ações sociais. É compreender como os sujeitos experimentam, percebem, criam, modificam e interpretam a realidade em que se encontram imersos (GAYA et al, 2009, p. 55).
Como relatado nosso trabalho fará pesquisa de campo em uma Instituição
Especializada da cidade de Belém, Pará. Os critérios de escolha do espaço a ser
pesquisado foram: possui a educação especial, mais especificamente o AEE e
atende várias deficiências. Constituíram como sujeitos da pesquisa quatro
professores de Educação Física, os quais serão chamados (as) de P1; P2; P3 e P4
que atuam nas seguintes áreas, respectivamente: Psicomotricidade; danças
folclóricas; atividades aquáticas e Educação Física Adaptada.
Como se trata de uma pesquisa envolvendo seres humanos, assumimos
responsabilidade ética de cumprir todas as diretrizes e normas previstas na
Resolução do Conselho Nacional de Saúde n. 196/96 (BRASIL, 1996).
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Para a realização da pesquisa levamos a autorização condicionada, a qual
nos permitia realizar nossa pesquisa e o cronograma de atividades, com o intuito de
situar o vice diretor nos dias de nossas atividades.
O quadro abaixo mostra os dias das entrevistas realizadas com os
professores de Educação Física da instituição. Vale ressaltar que todos leram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual foi assinado por todos e
este nos dava autorização para fazer registros fotográficos apenas dos materiais
usados nas aulas assim como do local, como será apresentado logo a seguir.
Quadro 1- Dias e turnos das entrevistas
Sujeitos Dia da Entrevista Turno
P1 12 de setembro de 2012 Manhã
P2 12 de setembro de 2012 Manhã
P3 14 de setembro de 2012 Tarde
P4 17 de setembro de 2012 Tarde
No último dia entregamos a carta de agradecimento aos participantes e ao
vice diretor e nos colocamos a disposição para o esclarecimento de dúvidas. O local
de realização da entrevista ocorreu na escola, sendo que duas ocorreram em salas
onde as professoras atendem seus alunos e sentiram-se a vontade para responder
as indagações.
A professora P1 nos concedeu ouvir seu depoimento na sua sala de
Psicomotricidade e a professora P2 na sala de dança. Como mencionado
anteriormente tivemos permissão para fotografar os materiais e os espaços das
aulas de Educação Física, como será ilustrado abaixo
Fotografia 1: Materiais das aulas Fotografia 2: Sala de dança Psicomotricidade
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Fotografia 4: Piscina grande Fotografia 5: Campo de futebol
Após a etapa da realização das entrevistas e a transcrição na íntegra pela
pesquisadora chegamos à análise das informações. Retornando a análise fizemos a
releitura dos relatos da (o) P1, P2, P3 e P4 e retiramos argumentações
fundamentais, caracterizando a redução. Os discursos foram analisados pela técnica
de análise de conteúdo que segundo Gomes (2004 apud MINAYO, 2004, p. 74, grifo
do autor) uma de suas funções é a descoberta do que está por trás dos conteúdos
manifestos, indo além das aparências do que está sendo comunicado.
Para visualizarmos melhor o fenômeno estudado as frases mais significativas
dos relatos foram marcadas como unidades de significados, as quais estão
sintetizadas neste quadro abaixo.
Quadro 2: Unidades de significados dos entrevistados
Sujeitos
Categorias
P1 P2 P3 P4
Trabalhou antes
com deficientes
Não Sim Sim Sim
Graduação Sim Não tive Sim Sim
Cursos Seduc Sim Sim Sim Não
Desafios Falta de
material,
recursos
humanos e
físico, pouca
atualização.
Falta de recurso
financeiro e de
lugar adequado.
Divergência
com a direção
da escola, não
trabalha com
faixas etárias
exatas.
Falta de eventos
voltados a esse
público.
Estratégias Adaptação das
aulas
Falou em
relação a sua
disciplina.
Ganhar a
confiança do
aluno.
Aulas voltadas
de acordo com
a necessidade
do aluno.
Contribuições Físico, Aspecto bio Socialização, Diminuição da
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psicológico e
social.
psico social. benefícios
psicomotores,
bio psico social.
timidez e maior
socialização.
Educação
inclusiva
Sem resposta. Inserir o aluno
deficiente no
ensino regular.
Incluir o aluno
deficiente.
Discorda do que
está sendo
proposto na
prática.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao nos depararmos com as falas dos professores P2, P3 e P4 a respeito do
seu trabalho antes com deficientes percebemos que eles antes de trabalharem na
instituição especializada já tinham uma noção de como poderiam desenvolver seu
trabalho. Diferente da P1, que não havia trabalhado antes com esse público e foi
uma novidade.
Em relação ao item “Graduação”, três indivíduos tiveram contato com a
disciplina Educação Física Adaptada na sua graduação e apenas P2 não a obteve.
Isso remonta o período de implementação dessa disciplina nos cursos superiores e
no caso específico do CEDF/UEPA, esta disciplina só foi implementada a partir da
resolução nº03/87. Apesar da inserção desta no CEDF/UEPA, esta não atendeu as
expectativas dos graduandos da sua época como pode ser notado nos relatos de
dois entrevistados abaixo
P1: Não atendeu as necessidades, pois, faltou termos mais vivência e não
tivemos prática dessa disciplina.
P3: era muito jogado teoria, entendeu? Nós sabíamos teoricamente o que era
a Síndrome de Down, sabíamos diferenciar uma síndrome da outra e tal, mas nós
não tínhamos um direcionamento pra atender o aluno especial na prática. Nós não
tivemos dentro da faculdade é... é formas de tratar o aluno especial(...)
A realidade dessas duas pessoas se complementam nesse terreno fértil e ao
mesmo tempo inseguro, pois, como poderemos trabalhar com o aluno deficiente se
não tivemos uma educação que não deu subsídio desse novo conhecimento?
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Teoricamente os futuros professores sabiam diferenciar uma criança Down de
uma hiperativa, porém, resta-nos aqui fazer a seguinte provocação: Como trabalhar
em uma turma tendo 1 aluno Down ou surdo? No caso especifico do AEE, como
seria o atendimento do professor de Educação Física, visto que não lhe foi ofertada
a disciplina Educação Física Adaptada?
Essas e outras indagações são feitas por profissionais que trabalham nessa
área. Diante dos relatos, fica evidente que por mais que se tenha estudado a
disciplina Educação Especial, percebemos o descontentamento dos professores e
também aos que ministraram a referida matéria na graduação. Por mais que na fala
do entrevistado seu mestre fosse dedicado a esse novo conteúdo, a EFA ainda
engatinhava no inicio de consolidação. Nesse sentido, Oliveira, Santos e Rabello
(2011) argumentam que não se tinha na fase da inserção dessa disciplina
profissionais dominando esse conhecimento. Outra questão vem à tona? Quem iria
ministrar a aula?
Antes de tentarmos responder essa pergunta ela já nos impulsiona para outra
categoria, cursos oferecidos pela Secretaria de Educação (SEDUC). Das quatro
respostas obtidas, apenas P4 afirmou que a Seduc não ofereceu cursos voltados
para sua área.
Retornando a questão feita anteriormente e agora aos cursos ofertados pela
SEDUC, notamos que para suprir essa carência os cursos tiveram uma curta
duração, como bem nos fala Soares (2012) a formação em cursos de licenciatura
seria o ideal, mas reconhecendo que não havia implicitamente que não havia
condições para tanto, privilegiou-se cursos de curta duração (...).
Os três tópicos importantes desse estudo: desafios, estratégias e
contribuições envolveram respostas convergentes em alguns momentos das
entrevistas. Trataremos dos desafios enfrentados pelo professor na instituição
especializada. P1 e P2 relataram falta de recurso financeiro e de material, o espaço
não é adequado para a realização das atividades. Sendo que, P3 e P4
apresentaram falas diferentes das demais
P3: Às vezes a gente entra em divergências com a direção da escola porque
a gente pensa de um jeito e ela pensa de outro.
P4: Agora a dificuldade maior é não ter promoção de eventos voltados pra
eles porque a gente trabalha o ano todinho e quando a gente tem que procurar
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alguma atividade voltada para o jogo muitas vezes essas são bem curtas e uma vez
ao ano.
Em relação às estratégias adotadas também identificamos respostas
parecidas e a mais latente referia-se as adaptações das aulas. Em relação a esse
aspecto temos convicção que adaptar não representa apenas uma forma de mostrar
ao deficiente que existe um modo de ensinar, podem existir outros.
Partindo para um dos momentos finais de nosso estudo a visão destes em
relação às contribuições da Educação Física foram mais citados os aspectos bio
psico sociais. Cabe- nos aqui fazer uma inferência a respeito dessa resposta dadas
pelos (as) entrevistadas (os) pois, como discutido em seções anteriores este fato
nos mostra os resquícios da EFA que trabalhou muito a parte biológica e esqueceu-
se do psicológico e social.
A última categoria trouxe-nos uma pergunta com um ar de simplicidade,
todavia, alguns dos nossos sujeitos souberam dissertá-la bem e apenas uma não a
respondeu.
O objetivo dessa questão era conversar com os professores e saber como
definiria educação inclusiva num momento em que estamos lendo referenciais que a
conceituam, mas ainda não é chegada uma conclusão desse movimento inclusivo.
6 CONSIDERAÇÕES NÃO FINAIS
A construção desse trabalho nos permitiu ter contato com a realidade
enfrentada pelos professores que trabalham na Educação Especial. Apesar de
enfrentarem muitas problemáticas de várias ordens, todos que entrevistei gostam do
que fazem e quando veem progresso em seus alunos para eles é muito gratificante.
O campo da Educação Especial é um solo fértil para muitos debates que
ainda ocorrerão e é necessário ter mais espaços para área, dar uma reconfigurada
na sua matriz de sustentação, pois, observamos a prevalência da parte biológica.
Não queremos com isso extirpar esse pilar da área, mas, que ela tenha mais contato
com a área educacional.
Compreendemos também a necessidade de retornamos um pouco na história
da EFA para entendermos como o passado influenciou a trajetória da Educação
Física e a inclusão desta nos currículos superiores. Deixamos evidente como as
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mudanças político econômicas afetaram a escola e a Educação Física, já que
ambas não são corpos estranhos ou isolados dos processos históricos.
Discutimos e exemplificamos através de leis e documentos a importância do
aluno com deficiência ser matriculado na escola regular, porém, ainda há um certo
receio dos pais em matricular seus filhos nesse ambiente. Enfatizamos a Declaração
de Salamanca, a qual primou pela inclusão desses alunos na escola regular.
A discussão a respeito do des (preparo) dos professores de Educação Física
perante seu aluno com deficiência e não podemos nos esquecer da própria
Educação Física que excluiu essas pessoas da prática de exercícios físicos.
Todo nosso debate nesse trabalho ainda convém a propor mais uma
provocação: Será que conseguiremos responder o que vem ser a educação
inclusiva? E a Educação Especial ainda terá espaço, já que alguns professores não
querem aceitá-la? Enfim, essas e outras questões surgirão nesse trabalho ou até
mesmo em outrora, mas, sempre acreditando que os obstáculos não sejam barreiras
eternas que façam com que não conseguimos refletir nossa prática pedagógica.
The challenges of the physical education teacher in the special education:
Case study.
Abstract
The article is insert in education field, and limited in theme “Socio Anthropological
Study and Corporal”, in specific in special education. The objective of this study is:
appoint the challenges that teachers’ physical education face in specialty institute;
verify the strategies of teachers for work with handicapped students; identify the
contributions of Physical Education class for this students and; finally make a list the
teachers’ opinion about the inclusive education. The present research is constituted
of field research. The semi-structured interview was utilized as information tool and it
was analyzed by ideographic methodological conception. The principal problem
about challenge of teachers’ physical education is absence of improvement in the
physical structure of the place and qualified people; absence of material e financial
recourses; the family doesn’t have any compromise and little update in field. The
strategies appoint answers about disciplines that classes are ministered in place
searched. When questioned about the contributions, the answers contained the axis:
socialization and aspect bio psychosocial were the most cited. Just one teacher cited
distinctness loss, and other cited exchange experiment. About the last question: one
teacher didn’t know answer, one man teacher and one woman teacher showed
similar answers: insert the handicapped students in the regular education and the
other affirm that theory differs of practice. Therefore, the advances for the teacher in
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this field and for the handicapped students need invest in this field and provide to
teacher training continues.
Keywords: Physical Education Teacher. Especial Education. Handicapped Students.
Specialty Institute. Including Education.
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