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LARISSA FREITAS GRAD OS EFEITOS DA FISIOTERAPIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE LUXAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: RELATO DE CASO Tubarão, 2005

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LARISSA FREITAS GRAD

OS EFEITOS DA FISIOTERAPIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE LUXAÇÃO DA

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: RELATO DE CASO

Tubarão, 2005

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LARISSA FREITAS GRAD

OS EFEITOS DA FISIOTERAPIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE LUXAÇÃO DA

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: RELATO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Fisioterapia como requisito a obtenção de título de bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientada por Rita de Cássia Clark Teodoroski

Tubarão, 2005

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LARISSA FREITAS GRAD

OS EFEITOS DA FISIOTERAPIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE LUXAÇÃO DA

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: RELATO DE CASO

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo curso de graduação em Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina. Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão, 21 de novembro de 2005.

________________________________________ Profª MSc. Rita de Cássia Clark Teodoroski

________________________________________ MSc. Ricardo Beckauser Kuhnen

________________________________________ Profº. Esp. Ralph Fernando Rosas

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS que me iluminou durante todo o meu caminho acadêmico,

dando fé, esperança, harmonia e força de vontade para que eu nunca desistisse.

Agradeço aos meus pais que me proporcionaram essa oportunidade de estar

concluindo uma graduação e que estiveram sempre presentes em todas as etapas com muita

compreensão e paciência. E aos meus irmãos que me ajudaram em tudo no que foi preciso.

Agradeço a minha orientadora Rita, pela dedicação e incentivo a este estudo, e por

me proporcionar novos conhecimentos e experiências no meio acadêmico.

Agradeço aos participantes da banca, por aceitarem o convite de fazer parte da

avaliação do meu estudo.

Agradeço ao paciente deste estudo, que se mostrou voluntário para a realização

deste trabalho.

Agradeço a Dr. Grasiela pelo incentivo e o auxílio prestado.

Agradeço a minha família e aos meus amigos, que me auxiliaram na conclusão

deste trabalho e aqueles que me proporcionaram momentos de alegria, compreensão e paz

para que eu tivesse um desempenho mais eficaz.

Agradeço aquelas pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para o término

desta pesquisa.

Muito obrigada!!

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Estrela

Há dentro de ti uma estrela que quer projetar

raios o mais longe que puder.

Não colocas á frente dela um pano preto de

lamentações, revoltas e materialismo.

Deixa-a livre para expandir luz e calor.

Acredita na tua estrela, põe luz no que fazes e

confias no futuro.

Deixa essa luz interior brilhar e serás um ser

iluminado.

(Autor desconhecido)

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RESUMO

As disfunções craniomandibulares, também conhecidas como disfunções temporomandibulares, são um conjunto de sinais e sintomas que limitam ou incapacitam as atividades dos indivíduos. Dentre estas disfunções está a luxação temporomandibular, que ocorre quando o côndilo ultrapassa os limites da cavidade glenóide e não consegue retornar a posição inicial. Para restaurar essa disfunção existem os tratamentos conservadores, cirúrgicos e pós-cirúrgicos, realizado pela equipe multiprofissional. O tratamento de reabilitação, realizado pelo profissional de fisioterapia, restaura a função da articulação, alivia a dor e previne complicações pós-operatórias. Com essa justificativa, teve-se como objetivo deste estudo a elaboração de um plano de tratamento fisioterapêutico, baseado em cinesioterapia, para um indivíduo com história prévia de luxação temporomandibular, submetido à cirurgia ortognática de recuo mandibular e avanço maxilar. Ao ser encaminhado para o serviço de Fisioterapia e, após criteriosa avaliação, teve como diagnóstico cinético-funcional uma diminuição da amplitude de movimento (ADM) na abertura da boca e na lateralidade à direita, bem como perda de força da musculatura mastigatória, além de assimetria facial e desvio mandibular à esquerda. Após um período de tratamento de 17 (dezessete) atendimentos, os resultados obtidos foram satisfatórios, pois se observou ganho da ADM, da força muscular e, conseqüentemente, melhora da assimetria facial. Com base nos dados acima, pode-se afirmar que a fisioterapia contribuiu de forma significativa na recuperação do referido indivíduo, tendo em vista que o mesmo relatou melhora, não só no aspecto físico, mas também no âmbito psicossocial. Palavras-chave: síndrome da disfunção temporomandibular, luxação, fisioterapia.

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ABSTRACT

The temporomandibular disorder, also known as craniomandibular disorder, consists in a whole of signs and symtomps that limits and incapacitates daily life activities. Within these dysfunctions, is the temporomandibular dislocation, which occurs when the condyle passes over the limits of the glenoidal cavity and does not return to its normal position. In order to restore this function there is a multiprofisional work, which includes a pre-operative, surgical, and post-operative treatment. The physical therapy on the post-temporomandibular joint surgery prevents adhesion formation on the joint, in order to recuperate its functions and decrease pain. Considerating this fact, this study intended to elaborate a physical therapeutic treatment plan for a pacient that presented a previous history in temporomandibular dislocation and that was submitted to a surgical treatment. The kinestetic-funcional diagnostic indicated reduction on the amplitude of the dynamic temporomandibular joint movements and facial asymmetry. After 17 sessions of treatment, the final results were considerated positive. The pacient improved on dynamic movements and facial asymmetry, as well as on physchosocial ambit. Key words: temporomandibular disorder, temporomandibular dislocation, physical therapy.

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LISTA DE FIGURAS

Figura1 – Músculo temporal ....................................................................................................20

Figura2–Músculo masseter ......................................................................................................21

Figura 3 – Músculo pterigóideo medial ...................................................................................21

Figura 4 – Músculo pterigóideo lateral ....................................................................................22

Figura 5 – Musculatura supra-hiódea ......................................................................................23

Figura 6 – Músculos da face ....................................................................................................25

Figura 7 – Mentoneira com apoio pericraniano .......................................................................37

Figura 8 – Goniometria (abertura da boca) ..............................................................................40

Figura 9 – Goniometria (lateralidade) ......................................................................................40

Figura 10 – Palpação muscular extra-oral ................................................................................40

Figura 11 – Palpação muscular intra-oral ................................................................................40

Figura 12 – Aspecto geral (avaliação) .....................................................................................41

Figura 13 a – Aspecto geral (avaliação) ...................................................................................45

Figura 13 b – Aspecto geral (reavaliação) ...............................................................................45

Figura 14 – Movimento de lateralidade esquerda ...................................................................61

Figura 15 – Movimento de lateralidade direita ........................................................................61

Figura 16 – Movimento de depressão mandibular ...................................................................62

Figura 17 – Movimento de protrusão .......................................................................................62

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Figura 18 – Exercício resistido de depressão mandibular ........................................................62

Figura 19 – Exercício resistido de lateralidade ........................................................................62

Figura 20 – Exercício resistido de elevação mandibular .........................................................63

Figura 21 – Exercício resistido de protrusão ...........................................................................63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Função do sistema estomatognático pré e pós cirurgia .........................................43

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Dinâmica mandibular.............................................................................................46

Gráfico 2 – Força muscular da musculatura mastigatória.........................................................48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14

2 FISIOTERAPIA NA LUXAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR................................ 16

2.1 Articulação temporomandibular (ATM) .................................................................. 16

2.1.1 Anatomia da articulação temporomandibular............................................................. 17

2.1.1.1 Estruturas ósseas...................................................................................................... 17

2.1.1.2 Componente articular .............................................................................................. 17

2.1.1.3 Disco articular.......................................................................................................... 18

2.1.1.4 Cápsula articular ...................................................................................................... 18

2.1.1.5 Ligamentos articulares............................................................................................. 19

2.1.1.6 Musculatura envolvida ............................................................................................ 19

2.1.2 Músculos da face ........................................................................................................ 23

2.1.3 Dinâmica da articulação temporomandibular............................................................. 25

2.1.3.1 Depressão e elevação............................................................................................... 26

2.1.3.2 Protrusão e retrusão ................................................................................................. 27

2.1.3.3 Deslizamento lateral ou desvio lateral..................................................................... 27

2.1.4 Disfunção temporomandibular ................................................................................... 28

2.1.5 Luxação temporomandibular...................................................................................... 29

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2.1.5.1 Manifestações clínicas............................................................................................. 30

2.1.5.2 Etiologia .................................................................................................................. 30

2.1.5.2.1 Hipermobilidade mandibular................................................................................ 30

2.1.5.3 Incidência................................................................................................................. 31

2.1.5.4 Classificação............................................................................................................ 31

2.2 Tratamento das disfunções temporomandibulares (DTMs).................................... 32

2.2.1 Fisioterapia nas DTMs ............................................................................................... 33

2.2.1.1 Recursos fisioterapêuticos nas DTMs. .................................................................... 34

2.2.1.2 Recursos fisioterapêuticos na luxação temporomandibular .................................... 34

2.2.2 Tratamento cirúrgico de luxação temporomandibular................................................ 35

2.2.3 Aparelho de contenção mandibular ............................................................................ 37

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 38

3.1 Caracterização do sujeito da pesquisa....................................................................... 38

3.2 Caracterização da pesquisa ........................................................................................ 38

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados........................................................... 39

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados ................................................................ 39

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ..................................................... 41

4.1 Caracterização do sujeito............................................................................................ 41

4.2 Avaliação cinética-funcional....................................................................................... 43

4.2.1 Hábitos funcionais ...................................................................................................... 43

4.2.2 Hábitos parafuncionais .............................................................................................. 44

4.2.3 Inspeção ...................................................................................................................... 45

4.2.4 Palpação ..................................................................................................................... 45

4.2.5 Dinâmica mandibular ................................................................................................ 46

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4.2.6 Força muscular ........................................................................................................... 48

4.3 Tratamento proposto .................................................................................................. 49

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 53

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 55

APÊNDICES ...................................................................................................................... 59

APÊNDICE A - Protocolo de atendimento fisioterapêutico ............................................... 60

ANEXOS ............................................................................................................................ 65

ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................................... 66

ANEXO B - Termo de Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações .................. 70

ANEXO C - Ficha de Avaliação ......................................................................................... 72

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INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial, bilateral que

liga a mandíbula ao osso temporal do crânio (MALONE; McPOIL; NITZ, 2000). Esta

articulação está destinada a suportar sobrecarga, pois os movimentos desta, através da

musculatura facial, se repetem várias vezes ao dia, nos atos de respiração e postura, sucção,

mastigação, deglutição, fala e de produção da voz (HARRINSON, 2000; SZUMINSKI,

1999).

As alterações na musculatura mastigatória, nas articulações temporomandibulares

ou em ambos, levam a sinais e sintomas que limitam ou incapacitam as atividades fisiológicas

dos indivíduos (POMPEU et al, 2001). Para o mesmo autor, estas alterações são chamadas de

disfunções craniomandibulares ou disfunções temporomandibulares.

O desequilíbrio do complexo côndilo-disco, na opinião de Harrison (2000) é um

achado bastante comum. No caso da luxação temporomandibular, o côndilo não consegue

retornar sem auxílio à posição inicial funcional, devido a ultrapassagem dos limites da

cavidade glenóide/eminência articular (RODE; RODE, 1995).

Para a correção da luxação temporomandibular há o tratamento cirúrgico na ATM,

que segundo Oh, Kim e Lee (2002) faz-se necessário quando o tratamento conservador não

obtém sucesso. Neste caso, o tratamento pós-cirúrgico de reabilitação, realizado pelo

profissional de fisioterapia, é importante para a restauração da função da articulação, alívio da

dor e prevenção de complicações pós-operatórias. O tratamento multidisciplinar é

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indispensável para indivíduos em pós-operatório de cirurgia na ATM, uma vez que a

interação entre os profissionais propicia um tratamento mais completo, otimizando a

recuperação.

Embasado nos fatos acima, propõe-se neste estudo, elaborar um plano de

tratamento fisioterapêutico para um indivíduo pós-operatório de cirurgia ortognática de recuo

mandibular e avanço maxilar, tendo como história prévia luxação de ATM. O objetivo geral é

analisar os efeitos da fisioterapia no tratamento pós-cirúrgico de luxação da ATM. Para tanto,

os objetivos específicos constituem-se de verificar o efeito da cinesioterapia na ATM,

verificar o efeito da ativação motora da musculatura facial, descrever a eficácia das técnicas

utilizadas no ganho de amplitude de movimento (ADM) e força muscular na ATM e comparar

antes e após a intervenção fisioterapêutica realizada.

O tipo de pesquisa quanto ao procedimento é estudo de caso, tendo um nível

exploratório de pesquisa. Esta pesquisa é constituída de cinco capítulos; sendo que o primeiro

capítulo refere-se à introdução; no segundo capítulo é descrito o referencial teórico; no

terceiro capítulo é mostrada a metodologia utilizada, bem como instrumentos e procedimentos

utilizados na coleta de dados. No quarto capítulo é apresentado o sujeito submetido ao

tratamento fisioterapêutico, os resultados obtidos e correlaciona este estudo com a literatura

pesquisada. Por fim, as considerações finais encontram-se no quinto capítulo.

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2 FISIOTERAPIA NA LUXAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

2.1 Articulação temporomandibular (ATM)

Segundo Malone, McPoil e Nitz (2000), a articulação temporomandibular (ATM)

é uma articulação sinovial, bilateral que une a mandíbula ao osso temporal do crânio. Para

esses autores é uma articulação destinada para suportar pressões, pois os movimentos se

repetem várias vezes ao dia continuamente. Possui movimentos de translação e rotação, sendo

responsável por funções essenciais aos seres humanos como mastigação, deglutição, fala,

expressão de emoções (MALONE; McPOIL; NITZ, 2000).

Esta articulação é suprida por nervos craniais e cervicais. De acordo com a

afirmação de Iglarsch e Snyder-Mackler (1994), a sobreposição dos nervos craniais e

cervicais pode explicar o grande envolvimento de sintomas na cabeça e nas disfunções e dores

no pescoço. Estes autores ainda relatam que o suprimento arterial e venoso e a drenagem

linfática também podem ser clinicamente significantes em um paciente com dores na cabeça e

pescoço, traumas, espasmos, na qual o comprometimento circulatório pode causar dor e perda

funcional.

2.1.1 Anatomia da articulação temporomandibular

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As estruturas que compõe a anatomia da ATM são: estruturas ósseas, componente

articular, disco articular, cápsula articular, ligamentos articulares, musculatura envolvida.

2.1.1.1 Estruturas ósseas

A ATM é formada pela junção da mandíbula com o osso temporal, na qual o

côndilo mandibular é uma estrutura convexa com superfície elíptica que se articula à face

articular do osso temporal. Em posição de repouso, a mandíbula permanece na cavidade

glenóide do osso temporal (MADEIRA, 2001).

O osso maxilar abriga os dentes da arcada superior, enquanto o corpo da

mandíbula abriga os dentes da inferior (BRICOT, 2001).

2.1.1.2 Componente articular

As estruturas ósseas (face articular, fossa mandibular e côndilo) são recobertas por

cartilagem fibrosa, sendo esta mais espessa nas superfícies articulares funcionais

(NAVARRO, 1995).

A cartilagem da superfície articular, por um lado, deve permitir um deslizamento sem fricção das estruturas em articulação e, por outro lado, deve transferir forças compressivas na ATM eqüitativamente para o osso subcondral. (RODIN; PAUL, 1971; KUBOKI et al, 1997 apud BUMANN; LOTZMANN, 2002, p. 19).

Para Karaharju-Suvanto et al (1996 apud BUMANN; LOTZMANN, 2002) a carga

na cartilagem aumenta devido a uma hipermobilidade. A dimensão das alterações dependerá

da freqüência, amplitude, duração e da direção da carga.

2.1.1.3 Disco articular

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De acordo com a descrição de Ville e Rode (1995), o disco articular é bicôncavo e

localiza-se entre as superfícies articulares do côndilo mandibular e a face articular do osso

temporal. É uma estrutura fibrocartilaginosa constituída por tecido conjuntivo denso avascular

e sem a presença de nervos na porção funcional articular.

Estes autores ainda descrevem as funções do disco articular que são de proteger e

possibilitar o contato das duas superfícies ósseas convexas durante os movimentos

mandibulares, amortecer choques, regular os movimentos e auxiliar na lubrificação pela

estabilização do côndilo na cavidade. Ash e Ramfjord (1996) afirmam que o côndilo não pode

mover-se em certa extensão para cima e para trás, pois pode acarretar em disfunções

temporomandibulares, como por exemplo, o deslocamento do disco.

2.1.1.4 Cápsula articular

A cápsula articular envolve as estruturas ósseas da ATM, sendo constituída por

uma camada sinovial interna e por uma camada de fibras externas contendo fibras colágenas

frouxas, nervos e veias (ASH; RAMFJORD ,1996).

As células sinoviais formam o líquido sinovial, responsável pela nutrição da

cartilagem da superfície articular avascular e pela redução da fricção através do deslizamento

que este proporciona (BUMANN; LOTZMANN, 2002). Estes mesmos autores revelam outra

função da cápsula articular: a propriocepção; onde os receptores transmitem informações

sobre postura, movimentos e recepção sensível da dor na ATM.

2.1.1.5 Ligamentos articulares

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A ATM possui os ligamentos acessórios (esfenomandibular e estilomandibular) e

o ligamento temporomandibular. Conforme descreve Madeira (2001), o ligamento

temporomandibular se insere no processo zigomático do osso temporal e segue em direção

inferior para o colo da mandíbula. Esse mesmo ligamento, segundo relato de Bumann e

Lotzmann (2002), é composto por duas partes: uma mais profunda, que é horizontal e

bloqueia os movimentos de retrusão e laterotrusão; e uma parte superficial, que forma um

trajeto vertical bloqueando a abertura da boca.

O ligamento esfenomandibular emerge da espinha do esfenóide à lingula da

mandíbula sustentando esta na abertura total, e o ligamento estilomandibular vai do processo

estilóide até o ângulo da mandíbula que limitando a abertura excessiva (BUMANN;

LOTZMANN, 2002).

2.1.1.6 Musculatura envolvida

Bumann e Lotzmann (2002) descrevem que os músculos da mastigação podem ser

subdivididos em simples e complexos. Dentro dos músculos simples estão o músculo

pterigóideo lateral e o músculo digástrico, os quais possuem uma força favorável a ATM, não

sendo necessário esforço para executar movimentos mandibulares funcionais. Nos músculos

complexos estão os músculos masseteres, temporal, pterigóideos medial com aponeuroses e

tamanhos variáveis (BUMANN; LOTZMANN, 2002). Durante a função, as aponeuroses

segundo esses autores, podem deslocar-se e sofrer deformações. Segundo Iglarsch e Snyder-

Mackler (1994), a contração e o relaxamento dos músculos da mastigação devem estar em

sincronia, estando associados ao músculo contra lateral de forma coordenada.

Os músculos da mastigação estão descritos a seguir:

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� Músculo temporal, que conforme Bumann e Lotzmann (2002) é um músculo em

forma de leque, que tem origem na linha superior e inferior do temporal. Distingue-se em três

partes funcionais: anterior, média e posterior. Essas fibras têm ação no movimento de

fechamento da boca ou elevação da mandíbula. A porção média também possibilita o

movimento de retrusão. Madeira (2001), complementa que as fibras do músculo temporal são

paralelas e longas, sendo responsáveis pelos movimentos de falar ou de fechar a boca

rapidamente. Assim, caracterizam-se por ser um músculo de movimento e não de força.

Figura 1 – Músculo temporal. Fonte: Bumann e Lotzmann (2002, p. 34).

� Músculo masseter, que é composto de uma parte superficial e outra profunda. As duas

partes originam-se no arco zigomático, sendo que a parte superficial termina na lateral do

ângulo mandibular, e a parte profunda na superfície lateral do ramo mandibular, algumas

porções na cápsula articular e no disco (BUMANN; LOTZMANN, 2002). Este músculo tem

como função o fechamento ou elevação da mandíbula nas posições cêntricas, na qual a parte

superficial sobe e deslocam-se para frente, a fim de ocluir os dentes; já a parte profunda faz a

elevação e mantém a oclusão por longos períodos, segundo os autores já citados. Conforme

Madeira (2001), este músculo caracteriza-se por ter fibras curtas e que se dispõem de modo

traçado, dando potência ao mesmo.

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Figura 2 – Músculo masseter.

Fonte: Bumann e Lotzmann (2002, p. 35).

� Músculo pterigóideo medial, que segue da fossa pterigóidea até o lado interno do

ângulo mandibular. Tem como função principal o fechamento da boca (elevação mandibular),

mas também auxilia no movimento de protrusão da mandíbula (BUMANN; LOTZMANN,

2002).

Figura 3 – Músculo pterigóideo medial. Fonte: Bumann e Lotzmann (2002, p. 36).

� Musculatura supra-hióidea, que são considerados antagonistas da mastigação,

mesmo colaborando nesta (MADEIRA, 2001). O mesmo autor relata que são músculos pares

que se ligam ao osso hióide do crânio e a mandíbula, com exceção do estilo-hióideo. Este

conjunto de músculos possui a função de abrir a boca (depressão mandibular) e elevar o osso

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hióideo superior e posteriormente, como ocorre na deglutição (BUMANN; LOTZMANN,

2002). Esta musculatura é constituída pelos seguintes músculos.

1. Digástrico: quando este músculo contrai, a mandíbula é tracionada para trás,

auxiliando a depressão mandibular em sinergismo com o pterigóideo lateral (MADEIRA,

2001).

2. Estilo-hióideo: acompanha o ventre posterior do digástrico desde a sua origem até

dividir-se em dois feixes na inserção hióide. Este músculo “puxa” o hióide para trás e para

cima, e juntamente com os músculos infra-hióideos fixa esse osso (MADEIRA, 2001).

3. Milo-hióideo: segundo o autor já citado, este músculo forma o assoalho da boca,

elevando-o, juntamente com a língua e o osso hióide. Também auxilia o músculo digástrico

na retrusão e depressão da mandíbula.

4. Gênio-hióideo: reduz e eleva o assoalho da boca, através do osso hióide, onde o leva

para diante e para cima (MADEIRA, 2001). O mesmo autor ressalta que auxilia o músculo

digástrico na retrusão e depressão mandibular.

� Músculatura infra-hióidea: constitui-se de quatro músculos que estão situados entre

o osso hióide e o tórax. Esses músculos possuem denominação conforme a sua origem e

inserção: esterno-hióide, omo-hióide, esterno-tireóideo e tíreo-hióideo (MADEIRA, 2001).

Figura 5 – Muculatura supra-hióidea. Fonte: Bumann e Lotzmann (2002, p. 37).

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� Músculo pterigóideo lateral: conforme descrevem Bumann e Lotzmann (2002), é

composto por duas partes: superior e inferior. A parte superior vai da asa maior do esfenóide à

fóvea pterigóidea, fazendo elevação mandibular. E a parte inferior vai da face lateral da

lâmina lateral do processo pterigóideo à fóvea pterigóidea, e a sua função é a protrusão e

depressão da mandíbula. Madeira (2001) evidencia que este é o único músculo que dispõe

horizontalmente e que se relaciona com a ATM. Assim, quando os dois lados contraem

juntos, há o movimento de protrusão; Já se um dos pterigóideos age sozinho, o mento é

deslocado para o lado oposto, ocorrendo lateralidade (MADEIRA, 2001).

Figura 4 – Músculo pterigóideo lateral.

Fonte: Bumann e Lotzmann (2002, p. 38).

2.1.2 Músculos da face

De acordo com Iglarsch e Snyder-Mackler (1994), os músculos da face, isto é, da

expressão facial, fazem com que o ser humano possa comunicar-se de uma forma não verbal.

Os mesmos autores relatam que alguns destes músculos auxiliam no fechamento anterior dos

lábios. Madeira (2001) complementa que estes músculos são os mais delicados e fracos do

corpo humano, não possuindo fáscia, e afirma que esta musculatura situa-se abaixo da pele e

está vinculada aos atos de mastigação, fonação, alimentação e o movimento de piscar de

olhos. Os nomes dos músculos sugerem a ação dos mesmos.

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Segundo Iglarsch e Snyder-Mackler (1994), a fraqueza dos músculos da expressão

facial leva à assimetria facial, face “caída” e demais alterações na expressão facial.

Madeira (1998), diz que a contração dos músculos provoca depressões em forma

de linhas; estas, por sua vez, são perpendiculares à direção das fibras.

O autor supracitado resume os músculos participantes da expressão facial da

seguinte forma:

� Orbicular da boca: tem ação de comprimir os lábios contra os dentes, fechar a boca

e protrair os lábios;

� Levantador do lábio superior: levanta o lábio superior;

� Levantador do lábio superior e da asa do nariz: levanta o lábio superior e a asa do

nariz;

� Zigomático menor: levanta o lábio superior;

� Zigomático maior: levanta e retrai o ângulo da boca;

� Levantador do ângulo da boca: levanta o ângulo da boca;

� Risório: retrai o ângulo da boca;

� Bucinador: retrai o ângulo da boca e distende as bochechas, comprimindo-as de

encontro aos dentes.

� Abaixador do ângulo da boca: abaixa o ângulo da boca;

� Abaixador do lábio inferior: deprime o lábio inferior;

� Mentual: everte o lábio inferior e enruga a pele do mento.

� Platisma: enruga a pele do pescoço;

� Orbicular do olho: fecha as pálpebras e as comprime contra o olho;

� Occiptofrontal: puxa a pele para frente e para cima;

� Prócero: puxa a pele da glabela para baixo;

� Corrugador do upercílio: puxa o upercílio medialmente;

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� Nasal: comprime e dilata as narinas.

Figura 6 – Músculos da face. Fonte: Madeira (2001, p. 67).

2.1.3 Dinâmica da articulação temporomandibular

A combinação dos movimentos de translação e rotação forma os movimentos

funcionais da ATM.

Segundo a descrição de Iglarsch e Snyder-Mackler (1994), a rotação ocorre no

espaço articular inferior, quando a cabeça da mandíbula roda anteriormente e o disco

posteriormente com o propósito de se fixar em cima da cabeça mandibular. Já o movimento

de translação ocorre no espaço articular superior quando a boca abre e a língua perde contato

com o palato duro. A cabeça mandibular deve protrair além do canto da eminência óssea para

a abertura total da boca. O músculo pterigóideo lateral e os ligamentos capsulares tornam-se

tensos quando a mandíbula roda anteriormente na abertura, estabilizando o disco no topo da

cabeça mandibular.

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Através da combinação desses dois movimentos realizados pelos côndilos

mandibulares, a ATM pode desempenhar mais três movimentos: abaixamento e elevação,

protrusão e retrusão e deslizamento lateral (desvio lateral).

2.1.3.1 Depressão e elevação

O presente parágrafo é baseado em estudos de Malone, McPoil e Nitz (2000), onde

descrevem que a abertura da boca começa com o movimento de rotação, na qual os músculos

elevadores da mandíbula estão relaxados. O côndilo gira sobre o disco e desliza para o meio

da zona intermediária deste, então o músculo pterigóideo lateral, ramo inferior, se contrai

produzindo um discreto movimento de translação do côndilo para diante. No meio do

processo da abertura o movimento de translação torna-se mais claro e o côndilo se aproxima

da porção anterior da zona intermediária do disco. À medida que o côndilo transpõe-se para

diante, o disco também se desloca para diante. Com aproximadamente 25mm de abertura da

boca, a porção oblíqua do ligamento temporomandibular fica tensa girando translação para

diante do complexo côndilo-disco, a porção inferior do músculo pterigóideo lateral continua

contraindo e o músculo digástrico, também se contrai para auxiliar na depressão da

mandíbula. Com a boca totalmente aberta, o côndilo permanece um pouco adiante do disco, o

complexo disco-côndilo fica sobre a eminência articular, a porção superior do músculo

pterigóideo lateral está frouxa e os tecidos retrodiscais estão alongados.

Estes autores ainda relatam que o movimento de elevação mandibular começa pela

contração dos elevadores da mandíbula, ao contrário do abaixamento. O deslizamento entre o

côndilo e o disco ocorre em direção posterior; graças à tensão dos ligamentos colaterais que

provocam o movimento do disco para trás, quando o côndilo desloca-se para esta direção.

Quando a mandíbula alcança a posição de repouso, o ramo superior do músculo pterigóideo

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lateral exerce discreta tração para diante sobre o disco trazendo o côndilo para a parte

posterior da zona intermediária do disco. De acordo com Bumann e Lotzmann (2002), além

do ramo superior do músculo pterigóideo lateral, os músculos temporal, masseter e

pterigóideo medial também participam deste processo de elevação mandibular.

2.1.3.2 Protrusão e retrusão

Malone, McPoil e Nitz (2000) descrevem que o movimento de protrusão

mandibular que ocorre pela contração simultânea dos ramos inferiores do músculo pterigóideo

lateral, resulta em um deslizamento simétrico do complexo côndilo-disco para frente, sobre a

eminência articular.

Os autores supracitados ainda afirmam que a retração da mandíbula acontece

devido a contração dos músculos digástricos e das fibras posteriores dos músculos temporais.

2.1.3.3 Deslizamento lateral ou desvio lateral

De acordo com Madeira (2001), os deslizamentos laterais são movimentos

assimétricos.

Malone, McPoil e Nitz (2000, p. 565) descrevem esses movimentos da seguinte

maneira:

Quando a mandíbula se desloca para fora, o côndilo ipsolateral descreve um movimento de rotação em torno de um eixo vertical, enquanto o complexo côndilo-disco do lado oposto desliza sobre a eminência articular, em direção para diante, para dentro e para baixo. Este movimento é devido principalmente à contração dos músculos pterigóideo interno e externo do lado oposto e dos músculos temporal e masseter ipsolateral.

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2.1.4 Disfunção temporomandibular

As alterações ocorridas na musculatura mastigatória e/ou na ATM que prejudicam

o sistema estomatognático, gerando sinais e sintomas que limitam ou incapacitam o indivíduo

nas suas atividades cotidianas são denominadas de disfunções craniomandibulares (DCM) ou,

conforme outros autores, de disfunções temporomandibulares (DTM) (POMPEU et al, 2001).

Segundo Carlsson (1995), as disfunções craniomandibulares são um conjunto de

sinais e sintomas que podem envolver a ATM ou o sistema neuromuscular que estão

associados às funções mandibulares. Para este autor, há diversas expressões que descrevem

estas condições, sendo que a mais utilizada é disfunção temporomandibular (DTM),

considerada como sinônimo da DCM.

A disfunção temporomandibular é uma síndrome que segundo Ash e Ramfjord

(1996) possui origem multifatorial e acomete as estruturas que envolvem a ATM. Para Gray

et al (1994), a disfunção temporomandibular é um conjunto de sinais e sintomas que incluem

dor na articulação, restrição de movimentos mandibulares, estalidos, sensibilidade nos

músculos mastigatórios e cefaléias. Martins et al (2003) complementam os sinais e sintomas

desta disfunção, que podem ser dificuldade de mastigar, dor de ouvido e/ou zumbidos, dor

facial, mudança na postura da cabeça e desvio da mandíbula para um lado. Estudos de Garcia

(1997), Martins et al (2003) e Szuminski (1999), revelam que a dor orofacial é o sintoma e a

queixa mais comum dos pacientes que possuem disfunções temporomandibulares. Os

músculos se tornam sensíveis e, na palpação destes, a dor pode tornar-se evidente.

Andrucioli et al (2000) citam as mulheres como sendo as mais acometidas pelas

DTMs que os homens, tendo uma proporção de 5:1.

De acordo com Fernandes (2004), as principais alterações nas disfunções

temporomandibulares são: dor miofascial, deslocamentos do disco, luxação e anquilose.

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Devido o foco deste estudo ser a luxação da ATM, será dada mais ênfase a esta

forma de disfunção da ATM, evidenciando as manifestações clínicas, etiologia,

hipermobilidade mandibular, incidência e classificação.

2.1.5 Luxação temporomandibular

De acordo com Harrison (2000), o desequilíbrio das relações entre côndilo e disco

é uma observação comum entre indivíduos com disfunção temporomandibular. Conforme o

mesmo autor, devido à fixação do disco ao côndilo por intermédio dos ligamentos colaterais e

pela morfologia do côndilo e disco, a estabilidade passiva da relação entre disco e côndilo é

mantida. Assim, quando os ligamentos colaterais são alongados ou quando há alteração do

disco ou côndilo, essa estabilidade passiva se modifica. Podemos citar como exemplo de

perturbação das relações entre côndilo e disco, a luxação.

Conforme Rode e Rode (1995), a luxação é a perda total ou parcial do contato

entre duas superfícies articulares. No caso da ATM para estes autores, a luxação ocorre

quando o côndilo não consegue retornar sem auxílio à posição inicial funcional, devido a

ultrapassagem dos limites dos movimentos da cavidade glenóide/ eminência articular.

Os autores acima ainda relatam que a luxação pode ser uni ou bilateral. No caso da

unilateral, a linha mediana mandibular e o mento desviam-se para o lado oposto ao da

luxação. Já na bilateral, como há acometimento nas duas articulações, a linha mediana não

apresenta desvio; entretanto o indivíduo não consegue fechar a boca.

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2.1.5.1 Manifestações clínicas

Os sinais e sintomas mais comuns, de acordo com os autores já citados, são os

estalidos que acompanham a abertura e o fechamento da boca, dor na região comprometida,

fascies alongado. O indivíduo ainda pode apresentar sialorréia e conseqüentemente secura na

mucosa bucal por não conseguir fechar a boca, e imobilização mandibular.

2.1.5.2 Etiologia

Conforme Rode e Rode (1995), entre as causas predisponentes de luxação da ATM

está a cavidade mandibular rasa ou eminência articular curta, o formato divergente entre

côndilo, a cavidade glenóide e o disco articular (incongruência articular), por malformação

congênita ou adquirida e, finalmente, a lassidão ligamentar, capsular e/ou muscular, levando a

hipermobilidade mandibular. A abertura exagerada da boca e/ou o relaxamento muscular

também podem levar à luxação; como o bocejo, a gargalhada, apreensão exagerada de

alimento, grito, tratamentos odontológico prolongado e médico-cirúrgico, traumatismos

intensos na mandíbula, entre outros (RODE; RODE, 1995).

2.1.5.2.1 Hipermobilidade mandibular

A hipermobilidade mandibular é causada pela falta de tonicidade e elasticidade dos

ligamentos, músculos e cápsula, sendo que o indivíduo não consegue manter os movimentos

mandibulares dentro dos parâmetros fisiológicos (RODE; RODE, 1995). Harrison (2000) diz

que, na hipermobilidade excessiva da ATM, o côndilo transpõe-se para diante da eminência

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articular durante a abertura da boca. Isto determinará, como relatado anteriormente, a um

macrotrauma; neste caso, à luxação da ATM, a qual pode originar uma disfunção articular.

2.1.5.3 Incidência

Andrucioli et al (2000) afirmam que atualmente as DTMs ocorrem com mais

frequência em mulheres. Martins et al (2004) relatam que a proporção entre mulheres e

homens com DTM está de 5:1. Corroborando com os autores citados, Luz e Oliveira (apud

UETANABARA; MAZZETO; HOTTA, 2001) descrevem que o sexo feminino possui uma

alta frequência nas DTM, principalmente na faixa etária de 21 a 30 anos.

Estudo realizado por Di Hipólito (1997 apud Rizzati-Barbossa et al, 2000) em

Piracicaba demonstrou que a prevalência entre homens e mulheres com DTMs está de 27% no

sexo feminino e 8% no masculino.

Na literatura pesquisada, a incidência de luxação temporomandibular foi

encontrada apenas em Carvalho et al (1991 apud RODE; RODE, 1995), onde relatam que a

incidência de luxação na ATM é das mais freqüentes em nosso organismo, a qual ocorre com

predomínio no sexo feminino, pois os ligamentos e músculos neste sexo são menos potentes.

2.1.5.4 Classificação

Segundo Rode e Rode (1995), as luxações podem ser classificadas teoricamente

em:

• Anterior ou para frente: pode ser uni ou bilateral, quando o côndilo ultrapassa a

eminência articular.

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• Posterior ou para trás: geralmente é bilateral, podendo ocorrer por um traumatismo

na região do mento de frente para trás.

• Cranial ou para cima: por um traumatismo no corpo da mandíbula, ou no mento, de

baixo pra cima.

• Lateral: que é dividida em duas modalidades: lateral para fora e lateral para dentro.

1. Lateral para fora: a partir de um traumatismo onde o côndilo é fraturado e inclinado

para distal; ou pela fratura do côndilo oposto, na qual a mandíbula é deslocada para distal.

2. Lateral para dentro: ocorre pelo mesmo mecanismo anterior, mas o côndilo

fraturado ou a mandíbula devia-se para dentro (medial).

• Recidivantes: são luxações repetidas e constantes, geralmente pela lassidão dos

tecidos moles, principalmente dos ligamentos.

• Irredutíveis: são luxações graves que necessitam de um tratamento complementar

(cirúrgico, miorrelaxantes, etc.).

• Subluxações: o côndilo ultrapassa a eminência articular, na abertura da boca, e

retorna à cavidade glenóide pela ação do ligamento e dos músculos.

2.2 Tratamento das disfunções temporomandibulares (DTMs)

Conforme Lopes e Rode (1995), a odontologia possui técnicas de tratamento para

as várias causas de DTM que são parcialmente eficazes. Assim, a integração das diversas

áreas é fundamental para esses indivíduos. Madeira (2001) diz que a equipe multidisciplinar e

a globalidade são essenciais para a busca de um melhor estado emocional e da dor dos

pacientes que procuram o tratamento. Francesquini et al (1998) também afirmam que as

DTMs devem ser tratadas por uma equipe multidisciplinar, e complementa que nesta equipe

participam os fisioterapeutas, dentistas, psicólogos e fonoaudiólogos. Bumann e Lotzmann

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(2002) relatam que a fisioterapia, integrante desta equipe, tem por responsabilidade deletar os

problemas musculoesqueléticos.

2.2.1 Fisioterapia nas DTMs

Como já relatado, as disfunções temporomandibulares provocam sinais e sintomas

como cefaléia, dor nas articulações, ruídos articulares, dificuldade de mastigar, zumbidos e/ou

dor de ouvido, desvio mandibular, travamento na abertura da boca, dor facial e mudança na

postura da cabeça (MARTINS et al; 2004).

O diagnóstico preciso, segundo Santos Silva et al (2003), torna-se decisivo para o

sucesso do tratamento, evitando más conseqüências aos pacientes. De acordo com Iglarsch e

Snyder-Mackler (1994) deve conter na avaliação fisioterapêutica o exame subjetivo,

constando toda a história e sintomas do paciente; e o exame objetivo, tendo o relacionamento

postural, o posicionamento da língua, a palpação, a amplitude de movimento e a força

muscular da ATM. Assim, pode-se ter o diagnóstico fisioterapêutico, traçar o plano

terapêutico e iniciar o tratamento. Para Lopes e Rode (1995), é difícil determinar e

correlacionar a causa das disfunções e os sintomas. Um exemplo é o sistema estomatognático

que funciona em sincronia com a atividade muscular, basta qualquer alteração no tônus para

desarmonizar todo o sistema.

Santos Silva et al (2003, p.164) afirmam que a palpação muscular é uma das partes

mais importante para o diagnóstico das DTMs que apresentam origem muscular, pois “[...]

através do estímulo mecânico provocado pela pressão digital, estimulam-se as fibras que

conduzem a dor ao sistema nervoso central, localizadas na massa das estruturas musculares e

miofasciais.”

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Estudo realizado por Oh, Kim e Lee (2002) na Coréia do Sul registrou resultados

positivos na intervenção fisioterapêutica em pacientes submetidos à cirurgia na ATM.

2.2.1.1 Recursos fisioterapêuticos nas DTMs

A literatura cita diversos recursos fisioterapêuticos quem podem ser utilizados nas

DTMs. Segundo Barbosa et al (2003) os recursos existentes para essas disfunções são: ultra-

som, estimulação elétrica transcutânea do nervo (TENS), agentes térmicos (calor e frio),

biofeedback, massagens e cinesioterapia.

Conforme Granja e Lima (2003), nas algias orofaciais os procedimentos

fisioterapêuticos são de grande valia. Estes autores realizaram um estudo de caso, no qual a

fisioterapia trouxe bons resultados ao paciente com algias orofaciais. Os recursos adotados

foram: ultra-som, TENS, mobilização de tecidos moles, cinesioterapia cérvico-dorsal,

reeducação sensório-motora para as ATMs, orientações posturais e a conscientização sobre

hábitos parafuncionais e alimentares.

2.2..1.2 Recursos fisioterapêuticos na luxação temporomandibular

Estudo realizado por Oh, Kim e Lee (2002) na Coréia do Sul registrou resultados

positivos na intervenção fisioterapêutica em pacientes submetidos à cirurgia na ATM. Os

mesmos autores afirmam que, o tratamento de reabilitação pós-cirúrgica é essencial para o

alívio da dor e a restauração da função.

A cinesioterapia tem por finalidade acelerar o processo de recuperação dos

pacientes, que perderam ou diminuíram a função, alterando a qualidade de vida destes

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(GARDINER, 1995). Este autor ainda relata que a fraqueza muscular e a inatividade da

articulação promovem um processo de recuperação mais lento.

Os efeitos produzidos pela cinesioterapia na ATM, segundo Francesquini et al

(1998), são a melhora da conscientização corporal, da abertura da boca, da mobilidade e o

ganho de força muscular.

As pompages são utilizadas com diversos objetivos, entre eles: a melhora da

circulação, o relaxamento muscular, combate de degeneração cartilaginosa, entre outros

(BIENFAIT, 1995).

De acordo com O’Sullivan e Schimitz (2004) as técnicas de facilitação

neuromuscular são utilizadas para promover a recuperação motora e melhora funcional, além

de evitar o desuso e a compensação dos movimentos. As técnicas de facilitação podem ser

aditivas, aplicando-se vários impulsos simultaneamente; ou seja, “[...] a aplicação repetida do

mesmo estímulo também pode produzir a resposta motora desejada devido a propriedade de

adição do sistema nervoso central (SNC), ao passo que um único estímulo não possa.”

(O’SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004, p. 363)

Neste estudo, foi elaborado um plano de tratamento para a reabilitação da ATM,

em paciente com história prévia de luxação e submetido a cirurgia. Este plano/ protocolo de

tratamento segue no apêndice A.

2.2.2 Tratamento cirúrgico de luxação temporomandibular

Rode e Rode (1995) resumem o tratamento das DTMs em três passos: eliminar a

dor, restaurar a função e a anatomia e controlar os sintomas. Esses autores ainda relatam que o

tratamento deve ser o mais conservador possível.

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Existem dois tipos de cirurgia, segundo Rode e Rode (1995), para indivíduos com

luxação temporomandibular sem fratura: para as irredutíveis e para as reicidivantes. De

acordo com os autores já citados, nas luxações reicidivantes, se busca limitar os movimentos

do côndilo ou permiti-los sem restrição. Algumas técnicas citadas por esses autores são:

remoção da cápsula articular com suturação das margens; separação da porção anterior do

disco da cápsula e suturando no perióstio na altura da parede posterior da eminência articular;

remoção do disco; orifícios no processo coronóide e base do processo zigomático por onde se

passa o fio ou tendão para a restrição da abertura mandibular; colocação de um enxerto ósseo

na eminência articular; colocação de pino metálico de aço na eminência articular, ou envolvê-

la com fio metálico de aço; eminectomia ou eminoplastia (remoção total ou parcial da

eminência articular); condilectomia ou condilotomia; osteotomia, geralmente no ramo ou no

colo do côndilo; miotomia do músculo pterigóideo medial; desinserção do terço inferior do

pterigóideo lateral; ressecção cirúrgica de uma porção da muscosa julgal acima do trígono

retromolar; e cirurgia artroscópica.

Peterson (2000) complementa as técnicas cirúrgicas, que são: artrocentese,

artroscopia, cirurgia de reposicionamento do disco, reparo ou remoção do disco,

condilectomia, artroplastia para anquilose, reconstrução articular total.

A combinação da cirurgia ortognática com o tratamento ortodôntico, para Moore

(2004), foi um desenvolvimento lógico, pois as discrepâncias esqueléticas severas deixaram

de ser problema, quando se evitava conseguir a relação ideal do arco apenas com a correção

dos dentes.

O autor supracitado relata que as cirurgias ortognáticas são benéficas no caso de

luxação temporomandibular reicidivante, pois remove a eminência, por enxerto ósseo sobre a

mesma, criando-se um obstáculo, ou por capsulorrafia (inserir enxertos de fáscia ou fazer

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prega na cápsula, fazendo esta ficar menos relaxada); uma alternativa é a excisão da cabeça

do côndilo.

2.2.3 Aparelho de contenção mandibular

Dentro do tratamento conservador da luxação temporomandibular, existe como

recurso a imobilização intermaxilar (RODE; RODE, 1995). Estes autores relatam que a

mentoneira com apoio pericraniano é utilizada no caso de luxação reicidivante.

Figura 7 – Mentoneira com apoio pericraniano.

Fonte: Rode e Rode (1995, p. 318).

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

“Refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla,

envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de dados.”

(GIL, 1999, p. 64)

3.1 Caracterização do sujeito da pesquisa

A pesquisa teve como amostra um paciente (de nome R.D.M.), 24 anos, gênero

masculino, residente do município de Tubarão - SC, com indicação de pós-operatório de

luxação temporomandibular. O mesmo foi submetido à cirurgia ortognática de recuo de

mandíbula e avanço maxilar.

3.2 Caracterização da pesquisa

A pesquisa quanto ao seu procedimento se caracteriza como estudo de caso.

Conforme Gil (2002, p. 54), o estudo de caso “[...] consiste no estudo profundo e exaustivo de

um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.”

Finalizando, esta pesquisa encontra-se em nível exploratório que, segundo Gil

(2002, p. 42), tem “[...] como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,

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com vistas a torná-la mais explícito ou a construir hipóteses.” Este mesmo autor ainda relata

que neste tipo de pesquisa “[...] o planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que

possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.”

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Para coletar os dados, foi utilizada uma ficha de avaliação do Projeto de Extensão

(TEODOROSKI, 2002): Fisioterapia nas disfunções craniomandibulares, que ocorre na

Clínica-Escola de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Campus

Tubarão – SC. Tal ficha segue no anexo C. Para efetuar a mesma, foram utilizados:

goniômetro, luvas de procedimento, estetoscópio e máquina fotográfica com câmera digital

(SONY, Cyber - shot 3.2 mega pixels) para fotos e filmagens da avaliação e tratamento.

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

• Para a conscientização sobre a pesquisa e voluntariedade do paciente, o mesmo

preencheu o termo de consentimento livre e esclarecido (anexo A) e o consentimento

para fotografias, vídeos e gravações (anexo B).

• O número total de atendimentos foram 17 dias. Sendo que em 02 dias foi realizada a

avaliação, 14 dias o tratamento proposto (apêndice A) e 01 dia feita a reavaliação.

Cada atendimento teve duração de 45 minutos.

• Para a avaliação foi utilizada uma ficha (ver anexo C). Com o paciente sentado e em

decúbito dorsal foram filmados e fotografados os procedimentos da avaliação e do

tratamento proposto.

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Figura 8 – Goniometria (abertura da boca). Figura 9 – Goniometria (lateralidade).

Figura 10 – Palpação muscular extra-oral. Figura 11 – Palpação muscular

intra-oral.

• No tratamento proposto foram utilizadas as técnicas fisioterapêuticas que seguem em

apêndice A.

• Após as 14 sessões foi realizada a reavaliação do paciente para comparar com a

avaliação inicial e assim, visualizar os efeitos do tratamento proposto.

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41

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados o sujeito estudado e os dados obtidos na

avaliação e reavaliação do mesmo. Bem como a comparação desses dados e a intervenção

fisioterapêutica com a literatura pesquisada.

4.1 Caracterização do sujeito

Paciente R.D.M, 24 anos (data nascimento: 16/10/80), gênero masculino,

residente do município de Tubarão, estado de Santa Catarina, país Brasil. Tem como

ocupação operador de áudio. Não realiza atividade física.

O paciente na avaliação realizada no dia 15/08/05 apresentou como queixa

principal “não conseguir mexer a boca para o lado direito” (segundo informação colhida). No

aspecto geral, pôde-se observar assimetria facial (lábios desviados para hemiface esquerda).

Figura 12 – Aspecto geral (avaliação).

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Foi relatado que há um ano, ocorreu a primeira luxação temporomandibular

bilateral, sem causa aparente. Após esse dia, a luxação ocorria com freqüência de uma a cada

mês nos atos de mastigar alimentos duros e ao abrir excessivamente a boca. Com o passar do

tempo a luxação tornou-se freqüente com episódios semanais, associada a dificuldade na fala

e a dor na ATM.

Para reverter o quadro, R.D.M. era atendido no Hospital Nossa Senhora da

Conceição (HNSC), localizado no município de Tubarão – SC, até ser submetido à cirurgia

ortognática de recuo mandibular e avanço maxilar, realizada no dia 02/06/05 no município de

Florianópolis - SC.

Francesquini et al (1998) relatam que as disfunções temporomandibulares

passaram a ganhar maior atenção a partir da década de 80 e atualmente vêm se buscando

melhores técnicas para o tratamento dessas disfunções. A luxação na articulação

temporomandibular é um tipo de disfunção na ATM, que gera instabilidade nesta referida

articulação. Para Dahlstron (1992) e Laskin et al (1983 apud VENANCIO; CAMPARI;

LIZARELLI, 2002), o tratamento conservador é o primeiro cuidado a ser adotado, porém nos

casos mais graves a cirurgia está indicada. De acordo com Rode e Rode (1995) nas cirurgias

para luxação de ATM é necessário limitar os movimentos do côndilo ou permiti-los sem

restrição.

O sujeito estudado participava de um tratamento multidisciplinar, na qual constava

de tratamento odontológico para correção da oclusão (há sete anos) e fonoaudiológico (há

cinco meses). Para a eficácia do tratamento nas DTMs, a equipe multidisciplinar torna-se

indispensável aos indivíduos que sofrem desse conjunto de sinais e sintomas. Barbosa et al

(2003) descrevem que devido a esse caráter multifatorial das DTM´s, o tratamento

multidisciplinar envolvendo as diversas áreas da saúde deve ser proposto.

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43

O sujeito deste estudo relatou, também, fazer uso de aparelho de contenção

mandibular, ou seja, mentoneira durante três meses. Esta, por sua vez, causava desconfortos e

constrangimento perante a sociedade.

4.2 Avaliação cinética funcional

Neste estudo em questão foi utilizada uma avaliação fisioterapêutica específica

para DTMs (anexo C), onde consta anamnese apresentando dados de identificação e história

clínica. Já o exame físico apresenta os seguintes itens: inspeção, palpação, hábitos funcionais

e parafuncionais, dinâmica mandibular e força muscular.

Magee (2002); Gross, Fetto e Rosen (2000) descrevem que na avaliação deve

conter a parte subjetiva com a história clínica do paciente e outra parte objetiva, constando o

exame físico específico para cada articulação.

Magee (2002, p. 1) ainda afirma que “[...] a finalidade da avaliação deve ser

compreender completa e claramente os problemas do paciente.”

4.2.1 Hábitos funcionais

No que diz respeito ao tipo de deglutição, dicção, mastigação e respiração, os

dados referidos ao sujeito estão demonstrados no quadro a seguir, comparando os dados antes

e após a cirurgia.

Funções pré-operatório pós-operatório deglutição com dificuldade deglutição normal

dicção com dificuldade normal mastigação unilateral à esquerda bilateral respiração oral nasal e oral aos esforços

Quadro 1: Função do sistema estomatognático pré e pós cirurgia.

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Como demonstrado no quadro 1, o sujeito em estudo possuía respiração oral, fato

este que poderia ter causado a disfunção temporomandibular, ou, a luxação

temporomandibular pode ter acarretado na respiração oral, alterando a oclusão dentária do

mesmo. De acordo com Mocellin (1994, p. 131), “é comum a suposição de que a função naso-

respiratória está diretamente ligada ao desenvolvimento dentofacial”, sendo assim, o

indivíduo com respiração oral obtém uma má-oclusão dentária e, conseqüentemente,

alterações na articulação temporomandibular (ATM).

Ash e Ramfjord (1996) descrevem que a mastigação bilateral, alternada e

multidirecional proporcionam estabilidade para a oclusão, devido à estimulação das estruturas

que dão o suporte a ATM; já na mastigação unilateral ocorre a desarmonia do movimento

mandibular e dos dentes em contato. Esses autores ainda referem que a mastigação unilateral

pode surgir devido a ação protetora dos músculos da mastigação em pacientes com DTMs.

Para Tenório-Cabezas (1997 apud SUZIMINSKI, 1999) a desordem do sistema

estomatognático pode gerar comprometimentos musculares e ósseos na ATM, devido ao

trabalho desarmonioso dos músculos da mastigação.

4.2.2 Hábitos parafuncionais

Segundo relatos do paciente, este possui hábitos parafuncionais (apertar o dentes),

dorme em decúbito lateral com travesseiro alto. O mesmo relatou que ao acordar apresenta

travamento mandibular.

De acordo com Suziminski (1999) o briquitismo (apertamento dental) é um hábito

parafuncional que gera transtornos na ATM, assim como chupar dedo, chupeta, língua,

morder lábios, onicofagia (roer unhas) entre outros. Sendo assim, como já relatado, o paciente

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tanto na avaliação como na reavaliação apresentou briquitismo, contribuindo a disfunção que

o mesmo possuía.

4.2.3 Inspeção

No que diz respeito ao aspecto geral do paciente em estudo, o mesmo apresentou

assimetria facial, onde os lábios encontravam-se desviados a hemiface esquerda. Na

reavaliação, a assimetria facial permaneceu, no entanto menos aparente.

Figura 13 a – Aspecto geral (avaliação). Figura 13 b – Aspecto geral (reavaliação).

4.2.4 Palpação

A palpação articular do paciente em estudo apresentou-se normal, sem crepitações.

Entretanto, na palpação muscular houve alterações nos músculos intra-orais dos dois lados,

onde o paciente referiu dor ao exame de avaliação, sendo que na reavaliação não houve

queixas. Conforme Santos Silva et al (2003), a palpação muscular é extremamente importante

no exame da ATM para diagnosticar as possíveis causas musculares.

Estudo de Molin et al (1976 apud UETANABARA; MAZZETO; HOTTA, 2001)

avaliando a freqüência de sintomas em uma população masculina jovem com DTMs, revelou

que 16% obtiveram sensibilidade a palpação muscular em uma ou mais áreas da ATM e nos

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músculos da mastigação. Já em um estudo de Graham et al (1982 apud UETANABARA;

MAZZETO; HOTTA, 2001) revelou que 42% dos pacientes apresentaram sensibilidade a

palpação, quando avaliando a relação entre incidência de dor miofacial e condições oclusais.

A palpação do músculo pterigóideo lateral pode ser considerada a mais sensível

em pacientes com DTMs (SANTOS SILVA et al, 2003). Entretanto, este autor, relata que a

dor nessa área pode ser devido à compressão da mucosa oral ou do músculo bucinador, a

palpação da inserção do tendão do músculo temporal ou por pressão das fibras do pterigóideo

medial.

4.2.5 Dinâmica Mandibular

No gráfico 1 estão demonstrados o grau de amplitude de movimento, mensurados

com o goniômetro, que o paciente obteve na avaliação e reavaliação.

0,00,51,01,52,02,53,03,54,04,5

Abertura lateralidadedireita

lateralidadeesquerda

movimentos

cm

Avaliação

Reavaliação

Gráfico 1: Dinâmica mandibular

No gráfico 1, é possível observar que o indivíduo estudado ganhou 0,5 cm (de 3,5

para 4,0) na ADM total no movimento de abertura mandibular. Para Pompeu et al (2001), a

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amplitude do movimento (ADM) da abertura bucal é um dos principais meios de verificar a

situação dos músculos e da ATM.

Ainda no gráfico 1 , pode-se observar o ganho de ADM no movimento de

lateralidade direita, na qual o paciente de 0,5 cm passou a adquirir 1,3 cm. A lateralidade

esquerda permaneceu com 1,5 cm. Devido ao baixo grau de lateralidade a direita, os

exercícios propostos (apêndice A) obtiveram maior número de repetições para o lado mais

comprometido (lado direito).

Procópio (1992 apud UETANABARA; MAZZETO; HOTTA, 2001) revela que

32,6% da amostra de pacientes com DTMs possuíam abertura máxima de 39mm, 20%

lateralidade direita máxima > ou igual a 4mm e 14,5% de lateralidade a esquerda > ou igual a

4 mm. Uetanabara, Mazzeto e Hotta (2001) realizaram um estudo, tendo como amostra 60

pacientes com DTMs, destes 41,66% apresentaram entre 31-40 mm de abertura máxima e 5%

apresentaram este movimento entre 10-20 mm; já nos movimentos de lateralidade, em ambos

os lados obteve-se um índice de 6-10 mm.

Conforme Magge (2002), a abertura mandibular deve estar aproximadamente entre

35 a 50 mm e os desvios laterais normal da mandíbula é de 1 a 1,5 mm.

Como já relatado anteriormente, o paciente possuía um desvio mandibular à

esquerda quando o mesmo realizava a abertura da boca. Na reavaliação, o sujeito apresentado

permanecia com esse desvio, no entanto menos significativo. Malone, McPoil, Nitz (2000, p.

573) relatam que o desvio mandibular é “a assimetria entre a função das ATMs direita e

esquerda durante a abertura da boca.” Estas, por sua vez, podem provocar um desvio ou

deflexão da mandíbula na abertura da boca. “[...] entendemos por deflexão o deslocamento

lateral da mandíbula durante a abertura extrema, sugerindo a presença unilateral de alguma

das restrições mecânicas ou dolorosas [...].” (MALONE; McPOIL; NITZ, 2000, p. 573)

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4.2.6 Força muscular

De acordo com Kendall, McCreary e Provance (1995) o teste de força muscular se

torna necessário, devido à utilidade que o mesmo apresenta em diagnósticos diferenciais e no

tratamento das disfunções musculoesqueléticas e neuromusculares.

O autor supracitado (1995) gradua a força muscular da seguinte forma:

• Grau 5 (normal): o músculo pode suportar um forte grau de resistência contra a gravidade.

• Grau 4 (bom): o músculo pode suportar um grau moderado de resistência contra a

gravidade).

• Grau 3 (regular): o músculo é capaz de manter a posição do teste contra a gravidade.

• Grau 2 (pobre): o músculo é capaz de completar a amplitude de movimento em um plano

que é paralelo a gravidade (gravidade eliminada).

• Grau 1 (traço): o músculo pode executar uma contração palpável, mas sem qualquer

movimento visível.

• Grau 0 (zero): nenhuma contração está presente.

No gráfico 2 estão ilustrados os graus de força muscular que o sujeito estudado

atingiu na avaliação e reavaliação.

012345

depr

essã

o

elev

ação

late

ralid

ade

dire

ita

late

ralid

ade

esqu

erda

prot

rusã

o

movimentos

gra

u d

e f

orç

a m

uscu

lar

Avaliação

Reavaliação

Gráfico 2: Força muscular da musculatura mastigatória.

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49

Como observado no gráfico 2, a força muscular aumentou em todos os

movimentos mandibulares, com exceção do movimento de protrusão que o paciente já obtinha

grau máximo de força muscular.

O fato do paciente já possuir força muscular maior na hemiface esquerda, pode

dever-se ao fato da mastigação unilateral que o mesmo possuía anteriormente a cirurgia.

4.3 Tratamento proposto

Venâncio, Camparis e Lizarelli (2002) falam que a fisioterapia ajuda no alívio da

dor musculoesquelética, restaura a função normal, reduz a inflamação, coordena e fortalece a

atividade muscular e promove a regeneração e reparação dos tecidos. Para Oh, Kim e Lee

(2002) dentre as complicações pós-cirúrgicas da ATM estão a hipotrofia da musculatura, a

aderência cartilaginosa e a falta de líquido sinovial, devido a imobilidade pós-operatória. Com

isso se faz necessário a intervenção fisioterapêutica para restabelecer a função perdida ou

diminuída após o tratamento cirúrgico.

Na busca de melhorar o aspecto geral do paciente e corrigir a assimetria facial que

o mesmo possuía, realizou-se a ativação da musculatura mastigatória, na qual teve como

prioridade os músculos que envolvem a boca. O terapeuta dava estímulos nos músculos da

hemiface direita, enquanto continha o lado esquerdo da boca e o paciente realizava expressões

faciais do tipo risada com os lábios cerrados e, posteriormente com os lábios entreabertos. Na

tentativa de restaurar a função da expressão facial, o qual o sujeito pesquisado relatou não

conseguir realizar a expressão de “bico”, foi implementada a partir do 7º atendimento a

ativação da musculatura com o mesmo realizando esse movimento.

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O´Sullivan e Schimitz (2004, p. 363)) descrevem que a “aplicação repetida do

mesmo estímulo também pode produzir a reposta motora desejada devido a prioridade de

adição temporal dentro do SNC, ao passo que um único estímulo não possa”.

O autor supracitado relata que dentro das técnicas de facilitação proprioceptiva,

pode-se realizar um estiramento rápido na musculatura e complementar com o tapping no

ventre muscular ou tendão. De acordo com esse autor, o tapping seria a estimulação do fuso

muscular por meio do estiramento rápido sobre o ventre muscular e está indicado em casos de

fraqueza e hipotonia muscular.

Como já descrito, para a correção do desvio mandibular, eram realizados

movimentos de depressão mandibular em frente ao espelho e por repetidas vezes.

Corroborando com a literatura, na qual Maciel (1998) relata que se deve treinar o paciente por

repetidas vezes em frente ao espelho, no movimento de abrir a boca verticalmente e sem

desvios.

Conforme o protocolo em apêndice A, o exercício de abertura bucal era realizado

em frente ao espelho, para a conscientização do paciente, e assim, não ocorrer o desvio

mandibular à esquerda que o mesmo possuía. Segundo Maciel (1998), esse movimento de

abertura tem início com o relaxamento dos músculos elevadores (masseter, pterigóideo

medial, e fibras anteriores e médias do temporal) e retratores (fibras posteriores dos

temporais), concomitantemente ocorre a contração dos músculos pterigóideos laterais, seguida

da ação dos supra-hióideos e digástrico.

No movimento de lateralidade, ou conforme Maciel (1998) movimento de

lateroprotrusão, inicia com o relaxamento das fibras posteriores do músculo temporal e a

contração do músculo pterigóideo lateral inferior. Madeira (2001, p. 107) complementa que

“se o mento se traslada para a esquerda é o músculo pterigóideo lateral do lado direito que

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traciona o côndilo direito para diante. O côndilo esquerdo move-se com muito menor percurso

para fora (movimento de Bennett).”

Hall e Brody (2001) relatam que o programa de fortalecimento muscular deve ser

iniciado após ou concomitantemente com os exercícios de controle dos movimentos da ATM.

Os autores ainda referem que o fortalecimento dos músculos maxilares equilibra a força e a

função das ATM direita e esquerda, além de contribuir no controle da translação e da posição

normal desta articulação.

Segundo a descrição de Hall e Brody (2001), o fortalecimento dos músculos da

ATM podem ser realizados no pós-operatório e nas diversas disfunções existentes nesta

articulação. Kendall, McCreary e Provance (1995) descrevem que a fraqueza muscular pode

ocorrer de maneira assimétrica.

Conforme descrito no protocolo de atendimento (apêndice A), o aumento da

resistência manual ocorreu progressivamente, de acordo com a resposta do paciente. O

número de séries e repetições no movimento de protrusão e lateralidade esquerda eram

menores se comparados com dos outros movimentos, devido a força que o mesmo já possuía

e os objetivos do tratamento que eram aumentar a força muscular do lado direito, diminuir o

desvio mandibular e a assimetria facial.

As pompages da musculatura cervical foram realizadas em apenas um dia de

atendimento (4º dia), pois o paciente queixou-se de dor forte na cervical. As técnicas

utilizadas estão descritas no apêndice A. Para Bienfait (1995) as pompages podem ser

utilizadas para promover relaxamento muscular no tratamento de contraturas, encurtamentos e

retrações musculares que surgem diariamente.

Os exercícios domiciliares foram encorajados para restabelecer a função da ATM e

dos músculos mais rapidamente. Venâncio, Camparis e Lizarelli (2002) descrevem sobre os

exercícios domiciliares que devem estar presentes no tratamento fisioterapêutico, permitindo a

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cura dos pacientes, relata ainda sobre a educação e os autocuidados que a fisioterapia deve

ensinar aos indivíduos com DTMs.

De acordo com o tempo de tratamento fisioterapêutico, um estudo realizado por

DeLaat, Stappaerts e Papy (2003) relatam que não houve diferenças significativas entre os

pacientes que receberam 4 semanas ou 6 semanas de tratamento fisioterapêutico, entretanto

eles dizem que a fisioterapia é indispensável para a reabilitação da função da ATM e redução

da dor pós-operatória. No estudo de Oh, Kim e Lee (2002) o grupo que recebeu tratamento

fisioterapêutico obteve redução da dor analisando após 6 semanas da cirurgia do que aquele

que não recebeu este tipo de intervenção terapêutica. Neste mesmo estudo, os autores

analisaram as condições da musculatura através da palpação muscular após 7 meses de

cirurgia, onde constataram que os indivíduos que receberam tratamento de reabilitação

apresentaram melhores condições e mostraram-se sem complicações pós-cirúrgicas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As disfunções temporomandibulares são um conjunto de sinais e sintomas que

afetam grande parte da população. Dentre esses sinais e sintomas estão a dor, as

crepitações/estalidos, desvio mandibular entre outros. Essa sintomatologia faz com que os

indivíduos procurem serviços especializados para o tratamento da mesma. Assim, a equipe

multiprofissional e interdisciplinar se fazem imprescindível nas patologias que envolvem a

ATM e os tecidos adjacentes, dando um caráter holístico no tratamento do indivíduo com

DTM.

A equipe multiprofissional e interdisciplinar pode ser composta de cirurgiões

bucomaxilo facial, fonoaudiólogos,dentistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, dentre

outras especialidades. A fisioterapia pode atuar tanto no tratamento conservador como no

período pós-cirúrgico. No caso do tratamento pós-cirúrgico, essa profissão atua na

reabilitação da função perdida da articulação e da musculatura mastigatória, na prevenção de

complicações pós-operatórias e no retorno mais rápido do indivíduo as suas atividades

cotidianas e sociais.

Neste estudo apresentado, pode-se observar a eficácia da fisioterapia no paciente

pós-operatório de luxação temporomandibular. O mesmo apresentou ganho de força muscular

na musculatura mastigatória, aumento da amplitude de movimento da boca, diminuição da

assimetria facial e redução da dor na palpação intra-oral. O indivíduo atendido recuperou não

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só seu aspecto físico, mas aumentou sua auto-estima, retornando com maior confiança as suas

atividades cotidianas e sociais.

Apesar do efeito significativo do tratamento proposto, o número de atendimentos

não foi suficiente para alcançar o objetivo proposto, visto que o tratamento teve início no

segundo semestre do ano de 2005, não possibilitando aos autores proporcionar maior número

de sessões para esse indivíduo. Sabendo que o paciente precisa de maior número de

intervenções, o mesmo foi encorajado a continuar o tratamento fisioterapêutico para ter uma

melhora global, devido as alterações posturais que o mesmo possuía.

Sugerem-se, com este estudo, pesquisas que utilizem um número maior de

indivíduos na amostra, com maior tempo de tratamento e dando uma visão global ao

atendimento proposto.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Protocolo de atendimento fisioterapêutico

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O tratamento fisioterapêutico foi composto, basicamente, de cinesioterapia ativa e

ativa-resistida para o ganho da amplitude de movimento e força muscular, além da ativação da

musculatura mastigatória para melhorar a expressão facial e a assimetria facial que o paciente

do estudo descrito possuía. As pompages foram realizadas em apenas uma sessão, a qual o

paciente relatou dor na musculatura cervical. Com o passar dos atendimentos, a resistência

manual nos exercícios resistidos foi aumentada progressivamente. Todos os exercícios ativos

foram realizados com o paciente sentado em frente ao espelho. A seguir estão descritos os

exercícios realizados:

1. Cinesioterapia ativa (HEARTLING; DUSSAULT, 2001): com o paciente sentado, este

realizava, em frente ao espelho, movimentos de lateralidade à direita, lateralidade à esquerda,

protrusão, elevação e depressão mandibular. Com o passar dos atendimentos, visto que o

paciente possuía ADM praticamente normal nos movimentos de protrusão e lateralidade à

esquerda, o número de repetições e séries foram diminuídos. No movimento de elevação e

depressão mandibular o paciente tinha que tentar realizá-los simetricamente, isto é, sem a

ocorrência dos desvios mandibulares.

Figura 14 – Movimento de lateralidade Figura 15 – Movimento de lateralidade esquerda. direita.

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Figura 16 – Movimento de depressão mandibular. Figura17 - Movimento de protrusão.

2. Cinesioterapia ativa-resistida (HEARTLING; DUSSAULT, 2001): com o paciente

sentado e em frente ao espelho, este realizava todos os movimentos descritos acima, porém

com a resistência manual do terapeuta em todos os movimentos. A resistência manual e o

número de séries e repetições foram aumentados progressivamente, visto que o paciente foi

adquirindo maior força muscular. No movimento de lateralidade à esquerda o número de

séries e repetições era menor se comparado com os outros movimentos, pois o mesmo possuía

maior força nos músculos da hemiface esquerda, apresentando desvio mandibular e assimetria

facial para esse lado.

Figura 18 – Exercício resistido de depressão. Figura 19 – Exercício resistido de

mandibular lateralidade.

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Figura 20 – Exercício resistido de elevação mandibular.

Figura 21 – Exercício resistido de protrusão.

3. Ativação da musculatura mastigatória (O’SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004): com o

paciente deitado na posição supina era realizado, durante dez ou doze minutos, a ativação da

musculatura mastigatória. Primeiramente o paciente permanecia com expressão facial de riso

(com os lábios cerrados), na qual o terapeuta continha a musculatura do lado esquerdo e

estimulava a do lado direito, em movimentos rápidos e coordenados. Após, o paciente

realizava a expressão de sorriso (com a boca entreaberta), onde o terapeuta obtinha a mesma

conduta. Por fim, com a expressão facial de “bico”, a qual o paciente relatou, no 7º

atendimento, não conseguir realizar tal movimento.

4. Pompages (BIENFAIT, 1995): foram realizadas pompages, apenas no 4º atendimento,

onde se priorizaram os músculos escalenos, trapézio superior e do esternocleidomastóideo.

� Pompage dos escalenos: com o paciente em decúbito dorsal, a mão oposta dos

escalenos a serem tratados, realiza preensão do occipital. O polegar da outra mão apóia-se

sobre a face posterior da primeira costela. A tensão é obtida pela tração da mão que

permanece no occipital (BIENFAIT, 1995).

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� Pompage do trapézio superior: com o paciente em decúbito dorsal. Uma mão

do terapeuta estabiliza o occipital e a outra, apóia-se obre o ombro do lado a ser tratado,

fazendo com que os antebraços se cruzem. A tensão é obtida pelo afastamento das duas mãos

(BIENFAIT, 1995).

� Pompage do esternocleidomastóideo: com o paciente em decúbito dorsal e a

cabeça em rotação do lado oposto ao ser tratado. A mão do terapeuta estabiliza a base do

crânio e a outra repousa sobre o esterno. A tensão é obtida pela pressão para baixo da mão que

está sobre o esterno, acompanhando a expiração do paciente.

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ANEXOS

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ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Observações: 1. Preencha na linguagem coloquial do sujeito e/ou paciente a ser pesquisado. 2. Em caso de pessoas legalmente não autônomas ou com capacidade de decisão diminuída, este termo de consentimento deve ser assinado pelo seu responsável legal.

Título do Projeto: __________________________________________________________

Gostaria de obter todas as informações sobre este estudo:

a- tempo que terei de ficar disponível;

b- quantas sessões serão necessárias (com dia e horário previamente marcados);

c- detalhes sobre todos os procedimentos (testes, tratamentos, exercícios, etc.);

d- local onde será realizado;

e- equipamentos ou instrumentos que serão utilizados;

f- se preciso vestir alguma roupa ou sapato apropriado;

e quaisquer outras informações sobre o procedimento do estudo a ser realizado em mim.

_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

Quais as medidas a serem obtidas?

_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

Quais os riscos e desconfortos que podem ocorrer?

_______________________________________ _______________________________________

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_______________________________________

Quais os meus benefícios e vantagens em fazer parte deste estudo?

_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

Quais as pessoas que estarão me acompanhando durante os procedimentos práticos deste estudo?

_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

Existe algum questionário que preciso preencher? Sou obrigado a responder a todas as perguntas?

_______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

PESSOA PARA CONTATO: ________________________________ (pesquisador responsável)

NÚMERO DO TELEFONE: _______________________________________ ENDEREÇO: _______________________________________ _______________________________________

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TERMO DE CONSENTIMENTO Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________ RG : _______________________________________________ Local e Data: _______________________________________________ Assinatura: _______________________________________________

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ANEXO B – Termo de Consentimento para Fotografias, Vídeos e Gravações

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E

GRAVAÇÕES

Eu _________________________________________________________________ permito que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional.

Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas à minha pessoa possam ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve ser identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma.

As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e sob sua guarda.

Nome do sujeito da pesquisa e/ou paciente:_____________________________________________

RG:_________________________________________________

Endereço:_____________________________________________

Assinatura: ____________________________________________

Equipe de pesquisadores: Nomes:

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Data e Local onde será realizado o projeto:_______________________________________________

Adaptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS

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ANEXO C – Ficha de Avaliação

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AVALIAÇÃO - ATM

NOME: ___________________________________________________________ DATA DE NASCIMENTO: _________________ IDADE: ________________ PROFISSÃO: ______________________ OCUPAÇÃO: ___________________ ATIVIDADE FÍSICA: _________________________________________________ FREQUÊNCIA: _____________________________________________________ DIAGNÓSTICO: ____________________________________________________ INDICAÇÃO: _______________________________________________________ QUEIXA PRINCIPAL: ________________________________________________ __________________________________________________________________ ASPECTO GERAL: __________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ HDA: _____________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ MEDICAMENTO: ___________________________________________________ __________________________________________________________________ HPP: _____________________________________________________________ __________________________________________________________________ CIRURGIAS: ADENÓIDE ( ) AMÍGDALAS ( ) TEMPO: ____________________ TRATAMENTO ODONTOLÓGICO: _________ QUAL (IS): __________________ __________________________________________________________________ SINTOMAS OTOLÓGICOS: _____________ QUAL (IS): ____________________ __________________________________________________________________ PADRÃO RESPIRATÓRIO: ___________________________________________ TIPO DE RESPIRAÇÃO: _____________________________________________ ALERGIA: _________________________________________________________ DEGLUTIÇÃO: _____________________________________________________ DICÇÃO: __________________________________________________________ TRATAMENTO FONOAUDIOLOGIA: ___________________________________ MASTIGAÇÃO: ( ) UNILATERAL D ( ) UNILATERAL E ( ) BILATERAL ( ) NÃO OBSERVOU DOR À MASTIGAÇÃO: _______ TIPO DE ALIMENTO: _____________________ ALIMENTAÇÃO CONSUMIDA: ________________________________________ HÁBITOS PARAFUNCIONAIS: _____________ QUAL (IS): __________________ __________________________________________________________________ POSIÇÃO DE DORMIR: ______________________________________________ BRUXISMO NOTURNO: ______________________________________________ SINTOMAS AO ACORDAR: ___________________________________________ __________________________________________________________________ TRISMO: ______ SITUAÇÃO: _________________________________________ FREQUÊNCIA: _____________________________________________________ USO DE PLACA INTEROCLUSAL: ______ TEMPO DE USO: ________________

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REDUÇÃO DOS SINTOMAS APÓS USO DA PLACA: ______________________ LÍNGUA: __________________________________________________________ LUXAÇÃO DA MANDÍBULA: ______ FREQUÊNCIA: _______________________ TRAVAMENTO: __________ FREQUÊNCIA: _____________________________ TIPO DE MORDIDA: ( ) PROFUNDA ( ) ABERTA ( ) CRUZADA � TIPO: ____________________________

ANÁLISE DA DINÂMICA MANDIBULAR

ABERTURA: _____________ mm DESVIO MANDIBULAR: ____________ DOR: ________ RUÍDO: ____________ LATERALIDADE: DIREITA ___________ mm ESQUERDA: ______________ mm

PALPAÇÃO MUSCULAR

MASSETER: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________ ESTERNOCLEIDOMASTÓIDE: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________ ESCALENOS: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________ TRAPÉZIOS: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________ PALPAÇÃO INTRA-ORAL: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________

PALPAÇÃO ARTICULAR:

ATM: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________ PROCESSO MASTÓIDE: DIREITO __________________________________________________________ ESQUERDO: ______________________________________________________ OSSO HIÓIDE: DIREITO __________________________________________________________

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ESQUERDO: ______________________________________________________ OBS: _____________________________________________________________ __________________________________________________________________

DESCRIÇÃO DA DOR

LOCAL: ___________________________________________________________ INÍCIO: ___________________________________________________________ AGRAVADA: _______________________________________________________ EVOLUÇÃO: _______________________________________________________ TIPO: _____________________________________________________________ INTENSIDADE: _____________________________________________________ FREQUÊNCIA: _____________________________________________________ ACORDAR: _________ MASTIGAR: ____________ DEGLUTIR: _____________ FRIO: _____ CALOR: _______ TENSÃO: ______ DIURNA: _______ NOTURNA: ________ OBS: _____________________________________________________________ __________________________________________________________________

DINÂMICA DA REGIÃO CERVICAL

FLEXÃO

FLEXÃO D FLEXÃO E

ROTAÇÃO D ROTAÇÃO E EXTENSÃO

__________________________________ Acadêmico (a)

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