OS EQUÍVOCOS CIENTÍFICOS DA LINGUÍSTICA VIGENTE, E OS PREJUIZOS PARA O DEPARTAMENTO DE...
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OS EQUÍVOCOS CIENTÍFICOS DA LINGUÍSTICA VIGENTE, E OS PREJUIZOS PARA O DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO.
RESUMO:
Existem graves problemas científicos na Filosofia da Linguagem vigente, que fundamenta e domina atualmente o Sistema de Ensino na escola e na universidade, que afetam a capacitação profissional e empresarial de todas as categorias, inclusive a dos estudantes dos cursos de Administração, Economia, Contabilidade e Secretariado Executivo, e que funcionam como fatores de atraso dos sistemas produtivos e econômicos das comunidades de Pernambuco, do Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo.
A análise dos dados a partir dos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência mostra que A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E EMPRESARIAL de todas as categorias, fica gravemente prejudicada pelo atraso das concepções da Gramática Unívoca e da Linguística Dicotômica, herdadas da tradição e do século XX, que se impõem de forma arbitrária com abuso paradigmático na cultura e na civilização, na escola e na universidade, como se fossem princípios absolutos e universais da ciência. A política reservou o ensino da Língua Portuguesa e das Línguas Estrangeiras aos profissionais de Letras. Porém, acontece que, por causa do atraso das teorias linguísticas herdadas da tradição e do século XX, e das posições científicas do Departamento de Letras, esse fato prejudica a cultura e a civilização, porque os estudantes de Letras são preparados para ensinarem a Língua como se a mesma fosse ESTÁTICA, ou como se fosse apenas um sistema de signos que expressam sentidos e significados para a comunicação, sem nenhuma capacidade produtora de Energias, Forças, Efeitos, Eficácia, Competência, Vitalidade, Competitividade, Produtividade e Poder.
Assim, pelo atraso da Linguística, a Escola e a Universidade oferecem uma EDUCAÇÃO ILUSTRAÇÃO, e não
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uma EDUCAÇÃO COM CAPACITAÇÃO, pelo não desenvolvimento das habilidades e forças linguísticas da produtividade profissional e empresarial dos estudantes, afetando, como já tratado, o sistema produtivo e econômico das comunidades de Pernambuco, do Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo. Vamos tratar sobre as questões científicas da gramática unívoca e da linguística dicotômica da Corrente do «Ergon», e sobre os prejuízos que os seus equívocos teóricos causaram ao longo de séculos e causam na atualidade à capacitação profissional e empresarial de todas as categorias, inclusive, dos estudantes das ciências administrativas, das ciências jurídicas e demais ciências sociais aplicadas:
a) Vamos desvendar os equívocos científicos da Filosofia da Linguagem da Corrente do «Ergon», herdada do passado, que afetam o modelo de ensino da escola e da universidade prejudicando a capacitação profissional e empresarial das categorias;
b) Vamos mostrar as evidências e provas de que a Filosofia da Linguagem da tradição e do século XX, montada sobre os paradigmas da Velha Filosofia da Ciência, têm graves problemas paradigmáticos e científicos em relação aos princípios e paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.
c) Colocamos em questão, pela aplicação do princípio da dúvida sistemática cartesiana as concepções científicas da Gramática unívoca, da obra póstuma saussuriana (1916), do Estruturalismo Formalista, da Pragmática Dicotômica e da Análise do Discurso, da Conversação e do Texto, herdadas da tradição e do século XX.
d) Os referidos equívocos científicos da Gramática Unívoca e da Linguística Dicotômica vigente, contribuem para a manutenção do atraso secular dos sistemas produtivos e econômicos das comunidades de Pernambuco, do Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo, atraso que aconteceu nos tempos da Colônia, do Império, da Revolução Industrial, da Revolução Francesa, e perpetua-se na atualidade, no tempo do Sistema Capitalista, do Sistema Neocolonialista e da Globalização. Por isso, a pesar da alta produtividade do
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sistema, observa-se que há milhões de brasileiros e bilhões de seres humanos no Planeta Terra, na miséria, na pobreza e na marginalização mais absurdas, porque não foi implementado nenhum Plano de Capacitação Profissional e Empresarial efetivo para a humanidade, para os setores marginalizados das comunidades: Os dados da pesquisa mostram que existem graves equívocos paradigmáticos e científicos no âmbito da Gramática Unívoca e da Linguística Dicotômica, que prejudicam a Capacitação Profissional e Empresarial dos estudantes. Por esse modelo de ensino, a escola e a universidade capacitam efetivamente a menos de 10 % dos estudantes, para a manutenção e perpetuação das elites; porém oferecem uma educação ilustração a mais de 90% dos estudantes, com prejuízo e atraso para as comunidades. Podemos dizer que, consciente ou inconscientemente, os gramáticos unívocos e os linguistas dicotômicos há muitos séculos que enganam a cultura e a civilização com sofismas, falácias, retóricas meronímicas e falsos princípios científicos, impostos por meios políticos, religiosos e acadêmicos como se fossem princípios absolutos e universais da ciência.
e) A posição teórica dos referidos setores não é o fruto da ciência e sim, de uma subserviência em relação à Política Linguística Elitista de Maquiavel. Pelo pretexto da política linguística elitista de Maquiavel e da lógica do Mercado, há muitos séculos que a escola e a universidade enganam a cultura e a civilização em relação à forma de composição da língua e ao objeto da linguística.
f) Deste modo, para contribuirmos com a superação do referido atraso, propomos a inclusão da disciplina LINGUÍSTICA DINÂMICA, como eletiva, no Fluxo Curricular do Curso de Administração, aberta aos interessados dos cursos do CCSA.
g) Sem negar os conhecimentos das Especialidades, Estáticas, Modelares, Cinéticas e Pragmáticas, a proposta consiste em completar os conhecimentos do Fluxo Curricular da formação e capacitação com a inclusão dos conhecimentos científicos, tecnológicos e aplicados da Linguística Dinâmica e Integrativa.
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O TEMA PRIMEIRO PARA PESQUISA LINGUÍSTICA FUNDAMENTAL:
A primeira pergunta a formular para o esclarecimento da
questão (para revelarmos as evidências e provas de que, por qualquer
razão ou motivo oculto, a Gramática unívoca da tradição e a
Linguística Modernista dicotômica do século XX enganaram,
consciente ou inconscientemente, com as suas teorias unívocas e
dicotômicas ao longo de muito tempo, e enganam na atualidade, pela
imposição de sofismas, falácias, retóricas meronímicas e falsos
princípios científicos, sendo que os referidos equívocos
paradigmáticos, científicos e filosóficos, provenientes da Velha
Filosofia da Ciência, causaram e causam prejuízos consideráveis à
capacitação profissional e empresarial das categorias, gerando como
consequência o atraso produtivo e econômico das comunidades de
Pernambuco, do Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo) é a
seguinte: O que é a Língua, sua noção, natureza, forma de
composição e sistema de funcionamento?
É preciso averiguar em primeiro lugar o que é realmente a
Língua, superando as concepções atrasadas das teorias do passado.
Precisamos enfrentar a questão porque há dúvidas quando às
respostas dadas pelas escolas a essa(s) pergunta(s) no passado.
Assim, constatando que as teorias gramaticais e linguísticas
herdadas do passado omitiram, desconsideraram e negaram os
Sistemas Linguísticos Energéticos, podemos entender a razão pela
qual a educação da Escola e da Universidade não realiza nenhum
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trabalho sistemático e eficaz de desenvolvimento das Habilidades e
Forças Linguísticas da Produtividade Profissional e Empresarial dos
estudantes. Porque as teorias linguísticas que fundamentam e dirigem
a educação omitem e desconsideram, a priori, os Sistemas
Energéticos da Língua.
Isso significa que, a partir dos paradigmas da Nova Filosofia da
Ciência, levantamos nos inícios do século XXI a dúvida sistemática
sobre as teorias da Gramática unívoca da tradição e da Linguística
Modernista dicotômica do século XX.
Formulando esta(s) pergunta(s), voltamos a levantar de
novo no século XXI, em nome da Nova Filosofia da Ciência, a
questão fundamental da linguística, já tratada por Aristóteles e os
Estoicos no período grego clássico1, retomada por caminhos e
procedimentos distintos por Humboldt, Saussure e o Estruturalismo
1 Confirmamos pela análise dos seus originais em grego, que Aristóteles tratou realmente sobre a «Enérgeia» e sobre a noção da Língua como «Energeia», nas seguintes obras e paginas: ARISTOTELE, Metafísica. Texto grego a cura di Giovanni Reale. Milano: Risconi (1993), pag. 225-239; 394-431; ARISTOTELE Etica Nicomachea. Texto grego a cura de Claudio Mazarelli. Milano: Rusconi Libri (1993), pag. 123-125; 455-458; ARISTOTELE De Anima. Editora 34 (1831), pag. 148-9; 207; 231, 298; 412a 11-3; 303-4; 430a 15; 429a 31 – 430a 2; 433b 5-13; Edição do texto grego de Oxford Classica, editado por W.D. Ross. (1956). Edicao que guia as referencias de pagina, coluna e linha de Immanuel Bekker para a Academia de Berlin (1983); ARISTOTELE, L’Anima (De Anima), Livro γ, capitulo 5, pag. 218-219. Testo grego a Fronte. Traducao Bompiani. Introduzione, Traduzione, Note e apparati Giancarlo Movia; ARENS, Hans. (1975) La lingüística: Sus textos y su evolución desde la antigüedad hasta nuestros días. Madrid: Gredos; Tomo 1, p. 276-277: HUMBOLDT, Wilhelm Von. (1991) Escritos sobre el lenguaje. Editor y traductor: Andres Sanchez Pascual. Prologo de Jose Maria Valverde, Ed. Peninsula, Barcelona. (1767-1835), p. 13; 35-37; 40. Estas sao provas inquestionaveis de que a concepcao da Lingua como «Energeia» e como Sistema Energético, produtor de energias e forças, tem mais de dois milenios e meio de existencia. ARISTÓTELES (384-322 A. c.). Aristotelis Ars Rhetorica: Iterum edidit Adolhus Roemer. Lipsiae: in aedibus B.G. Teubneri (1914). Texto en griego, introducción en latín). (También: Aristotelis Ars Rhetorica: Recognovit brevique adnotatione crítica introduxit. W.D. Oxonil, E. Typographeo Clarendoniano (1959). En griego con versión en español: Retórica (Edición del texto con aparato crítico; traducción, prólogo y notas por Antonio Tovar). Madrid, Instituto de Estudios Políticos (1971). Não se entende a razão científica, religiosa, ou política, pela qual as historias da Linguística do século XX criaram uma Página Oculta, ocultando, tergiversando e negando radicalmente, com Abuso Paradigmático, toda a concepção da Língua como «Enérgeia» de Aristóteles, dos Estoicos, da Wiliam von Humboldt e da Corrente da «Enérgeia».
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Formalista nos séculos XVIII, XIX e XX 2; inclusive, por Noam
Chomsky e John Lyons na segunda metade do século XX 3.
É preciso retomar de novo estas questões nos inícios do
século XXI, por várias razões:
a) Porque os dados das novas pesquisas realizadas conforme
os Paradigmas da Nova Filosofia da Ciência mostraram que
a(s) resposta(s) dada(s) a essa(s) pergunta(s) pelas distintas
escolas da tradição e do século XX estão fundamentadas em
equívocos científicos por causa de uma lógica formal
deturpada, de tal maneira que são reducionismos teóricos
que não servem mais para as sociedades atuais, imersas no
contexto da globalização: Em resumo, as noções de língua da
tradição e do século XX manifestam vários problemas
paradigmáticos, científicos e filosóficos, que é preciso
desvendar, porque afetam a capacitação profissional e
empresarial de todas as categorias;
b) As novas pesquisas empíricas do fenômeno linguístico e as
análises epistemológicas sobre as teorias linguísticas do
passado mostram que todas as respostas dadas a essa(s)
pergunta(s) sobre a Língua e a noção de Língua pelos
2 SAUSSURE, Ferdinand de.(1916) Cours de Lingüistique Générale; (1979). Ed. Crítica Tullio de Mauro, Payot, Paris; Trad. bras. Curso de Linguística Geral, trad. Antônio Chellini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein, 10 ed., Cultrix, São Paulo s.d.; Trad. esp. (1983) Curso de Lingüística General. Versión Amado Alonso, Madrid, Alianza. 3 CHOMSKY, Noam. (1970). Estruturas Sintáticas, Lisboa; (1972) Linguística Cartesiana. trad. Francisco M. Guimarães, Vozes, Petrópolis, USP, São Paulo; (1977) Linguagem e pensamento. trad. Francisco M. Guimarães, 4. ed. Vozes, Petrópolis; (1978) Aspectos da Teoria da Sintaxe. trad. José Antonio Meireles e Eduardo Paiva Raposo, 2. ed., Armênio Amado, Coimbra; (1980) Reflexões sobre a linguagem, trad. José Carlos Vogt, Cultrix, São Paulo; (1981) Regras e Representações: A Inteligência Humana e seu produto. Ttrad. Marilda Winkler Averburg, Paulo Henriques Britto y Regina Bustamante, Zahar Rio de Janeiro; LYONS, John. (1974). Semântica Estrutural. Lisboa, Presença.
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setores unívocos e dicotômicos radicais das escolas da
Corrente do «Ergon», desde o tempo de Parmênides e Zenão
de Eléia, desde o tempo das Trevas, até o final do século XX,
são reducionismos teóricos, retóricas meronímicas, sofismas
que se transformam em falácias descritivas quando são
impostas à cultura e à civilização como se fossem princípios
absolutos e universais da ciência.4
Por isso, é preciso formular de novo essa(s) pergunta(s)
no século XXI para buscar uma resposta mais adequada e
satisfatória a partir dos paradigmas da Nova Filosofia da
Ciência, a partir dos paradigmas relativistas, integrativos,
dinâmicos e energéticos, inspirados na concepção científica
da Teoria da Relatividade de Albert Einstein,5 nas Regras do
Discurso do Método de René Descartes, e na concepção de
Paradigma de Thomas Kuhn.6
c) O estudo epistemológico comparado das teorias formuladas
no passado mostra que as escolas linguísticas não se
entendem entre si sobre a noção de língua e sobre o objeto
da linguística. Além disso, as escolas linguísticas do século
XX, em vez de contribuírem para solucionarem o problema da
falta de consenso terminológico no campo linguístico,
agravaram mais ainda a confusão teórica e terminológica
4 Veja as noções de Sofisma, de Paradigma, de Retórica Metonímica e de Falsos princípios Científicos nos próximos capítulos.5 Albert Einstein: Teoria da relatividade (1905) e (1915). Fontes: Galipedia, a wikipedia en galego; gl.wikipedia.org/wiki/Teor%C3%ADa_da_Relatividade; gl.wikipedia.org/wiki/Relatividade_Xeral. Marco Aurélio da Silva, da Equipe Brasil Escola, apud www.brasilescola.com/fisica/teorias-da-relatividade. Veja a adaptação desse princípio relativista ao campo lingüístico, às páginas ............. 6 Thomas Kuhn The Structure of Scientific Revolutions, The University of Chicago Press, Chicago 1962, 1996. Veja um estudo sobre o paradigma apud Bermúdez, Manuel E. Paradigmas y Perspectivas Futuras en Computación” Universidade da Florida, http://www.cise.ufl.edu/~manuel
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desta ciência, que se transformou em um dos maiores
“labirintos de Creta” de todos os tempos.
Assim, por exemplo, se pesquisarmos a questão e
fizermos a 10 linguistas, ou a 10 grupos de linguistas de
escolas distintas, doutores e pós-doutores, as perguntas: O
que é a língua? Qual a sua natureza, sua forma de
composição e seu sistema de funcionamento?; e qual
objeto fundamental da linguística?, poderemos receber
oito ou dez respostas totalmente distintas, que os mesmos
autores irão qualificar como contraditórias e irreconciliáveis:
Assim, poderemos observar e perceber, como já constatou
Bakhtin,7 que as distintas escolas linguísticas não se
entendem sobre essas questões.
Encontramos evidências de que no final do século
XX e inícios do XXI existe na linguística a maior confusão
teórica e terminológica de todos os tempos: As escolas não
se entendem nem sequer sobre o que é a língua, sobre o que
é a palavra, a oração, a forma, a estrutura, o sintagma, o ato
de fala, o discurso e o texto. Não existe atualmente consenso
entre as distintas escolas sobre essas noções, que deviam
ser fundamentais para esta ciência. Por isso, é preciso
retomar essas questões no século XXI. Porém, não há
espírito de democracia científica na Linguística, e sim pelo
contrário, um espírito de imposição arbitrária e de censura,
com perseguição e acosso por parte das escolas da Corrente
do «Ergon» contra os trabalhos de pesquisa e conclusões
teóricas das escolas da Corrente da «Enérgeia». Existe uma
imposição arbitrária e ditatorial, por razões políticas,
7 BACKTIN ......................
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econômicas e religiosas, de uns setores sobre outros, de
umas escolas sobre outras, de uns grupos sobre outros,
possivelmente, com abuso paradigmático, desonestidade
científica e desonestidade acadêmica, em função da Política
Linguística Elitista de Maquiavel, que parece que justifica todo
tipo de trapaça e enganação para conseguir o objetivo de
lucro. Algo assim como aconteceu no tempo das Trevas e da
Inquisição nos campos da Astronomia, em que os partidários
do Geocentrismo utilizaram o poder religioso e político para
imporem a inverdade da sua visão geocêntrica: para
perseguirem, caluniarem e eliminarem os partidários do
Heliocentrismo copernicano e do Sistema Planetário de
Galileu.
4.3 Hipótese Fundamental para o campo Linguístico
A partir dos dados das pesquisas realizadas de 1989
a 2011, formulamos a seguinte Hipótese: A Língua não é um
bloco monolítico, constituído por um único tipo de matéria ou
um único tipo de sistemas homogêneos, e muito menos um
sistema estático, como defenderam a Gramática unívoca na
tradição e a Teoria Modernista dicotômica no século XX; e
sim, um Sistema de Sistemas supercomplexo,
multidimensional e multivariável, constituído pela união
integrada de três conjuntos de sistemas de natureza distinta:
a) O conjunto dos Sistemas do Plano de Superfície do
«Ergon»;
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b) O conjunto dos Sistemas do Plano Profundo do
Pensamento, da «Enérgeia» e da Central Cérebro- Mente-
Psique linguística, e
c) O conjunto dos Sistemas do Plano Coletivo Transverbal
da Nação, da Cultura e da Civilização.
Formulamos esta hipótese a partir das perspectivas
integrativas traçadas por Aristóteles e William Von Humboldt,
e pela análise epistemológica comparada das teorias
gramaticais e linguísticas do passado e a aplicação ao campo
linguístico da dúvida sistemática cartesiana e os paradigmas
da Nova Filosofia da Ciência, perspectiva que foi reforçada
por Bakhtin e nos parece mais eficaz e adequada para o atual
estado da ciência e da sociedade do que as elaboradas e
trabalhadas na tradição e no século XX. Colocamos esta
hipótese em processo de verificação ante a Comunidade
Científica Nacional e Internacional, para a sua verificação,
confirmação ou negação.
O TEMA APLICADO OU APLICÁVEL:
Junto com o tema fundamental, formulamos um Tema aplicado
ou aplicável para a pesquisa no campo da Administração de
Empresas, que pode ser formulado com os seguintes termos e
perguntas:
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1. Os atos de fala, discursos, e textos do Administrador no
exercício das suas funções na direção e controle da empresa
produzem ou não produzem FORÇAS ADMINISTRATIVAS?
2. Quais os prejuízos que a visão linguística estática vigente
(herdada da tradição e do século XX) causou ao longo de
séculos e causa na atualidade à capacitação profissional e
empresarial dos estudantes e categorias?
3. Quais os prejuízos que causaram e causam aos sistemas
produtivos e econômicos das comunidades de Pernambuco, do
Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo?
4.4 Hipótese Aplicada ao campo da Administração empresarial:
Os dados mostram que a Língua é um Sistema Produtor
de Forças Administrativas no exercício das atividades dos
Administradores, Gerentes, Diretivos e Executivos na direção,
organização, planejamento, controle e programação das
Empresas. Sendo que a eficácia dos mesmos é relativamente
proporcional ao grau de desenvolvimento das suas habilidades e
forças linguísticas. Deste modo, busca-se verificar a hipótese de
que os atos de fala, discursos e textos dos Administradores,
Diretivos, Gerentes e Executivos na direção das empresas
produzem Forças Administrativas.
Usando uma expressão popular conhecida, podemos
afirmar que negar o fato das forças administrativas no exercício
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das atividades empresariais e na direção das empresas, em
função dos pressupostos e paradigmas da Velha Filosofia da
Ciência da Gramática tradicional e da Linguística Modernista do
século XX, é querer “tampar o sol com uma peneira para provar
que o sol não existe”. Ou com outros termos, é cometer o
equívoco científico de criar e usar, nas teorias linguísticas e
administrativas, sofismas, falácias, retóricas meronímicas e
falsos princípios científicos, gerados por uma lógica formal
deturpada, como fundamento das Teorias Administrativas,
impostos arbitrariamente à cultura e à civilização, por meios
políticos, religiosos ou acadêmicos como se fossem princípios
absolutos e universais da ciência.
4.4 Procedimentos Metodológicos e Diretrizes Científicas.
4.4.1 Procedimentos
Para a verificação da(s) referida(s) hipótese(s) e a crítica dos equívocos
teóricos das teóricas vigentes da tradição e do século XX, aplicamos os seguintes
procedimentos metodológicos no contexto da Nova Filosofia da Ciência, a partir
do ponto de vista da Linguística Dinâmica e Integrativa, que é um desdobramento
das concepções linguísticas da Corrente da «Enérgeia»:
a) Procedimentos Empíricos pela observação das relações de causa e
efeito entre a língua em uso y a relação social;
b) Procedimentos Analíticos, para a identificação dos efeitos e suas
causas, os sistemas linguísticos que produzem os referidos efeitos;
c) Procedimentos Epistemológicos associados à dúvida sistemática
cartesiana, para a análise das teorias em avaliação e julgamento;
d) Procedimentos de Experimentação Linguística.8
8 Os Fundamentos e Procedimentos da Experimentação Linguística foram inicialmente descritos e explicados no ensaio MEDINA, A.T. (2003) La «Enérgeia» humboldtiana en una perspectiva pragmática, Ensaio pelo Doutorado em Linguística, Barcelona: Universidade de Barcelona, p. 2-138; 140-286 Nessa obra descrevem-
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4.4.1 Diretrizes Metodológicas
Antes de iniciar a apresentação dos resultados da pesquisa empírica dos
dados do fenômeno linguístico e das análises epistemológicas sobre as teorias da
noção de Língua, é oportuno seguir a orientação de Mikhail Bakhtin, que no início
do Capítulo 4 da sua obra Marxismo e Filosofia da Linguagem (1992) declarou:
“No início do nosso itinerário, convêm propor, ao invés de definições, diretrizes
metodológicas” (p. 69).9
Assim, seguindo a proposta de Bakhtin, no início do nosso itinerário, vamos explicitar as diretrizes metodológicas do nosso trabalho de pesquisa.
Seguimos as diretrizes metodológicas da obra Regras do Discurso do Método de René Descartes 10 e os princípios da Nova Filosofia da Ciência,11 conforme explicamos:
a) A Primeira Regra do Discurso do Método consiste em não aceitar nunca como absolutamente verdadeiro ou objetivo, aquilo que com
se os procedimentos da Experimentação Linguística. Também na obra MEDINA, A.T. & MEDINA, G.R.P.T.M. (2009) Os Poderes da Língua no âmbito Jurídico: Princípios de Linguística Jurídica. ISBN n° 978-85-60323-23-4, Recife: Néctar, p. 110; 114; 96-130. Esses fundamentos foram constituídos levando em conta a concepção científica de DESCARTES, R. Discurso del Método. Buenos Aires: Espasa-Calpe, 1943; e de DÍAZ, Esther. “Los Discursos y los Métodos: Métodos de innovación y métodos de validación” , em Revista “Pespectivas Metodológicas”, ano 2, nº 2, pp. 2-22. Publicación del Departamento de Humanidades y Artes de la Universidad Nacional de Lanús. Site: http://www.estherdiaz.com.ar/textos/metodo.htm 9 Bakhtin foi um dos autores que formulou na sua obra Marxismo e Filosofia da Linguagem (1992:69-89) críticas à concepção do positivismo linguístico do século XX. 10 DÍAZ, Esther. “Los Discursos y los Métodos: Métodos de inovación y métodos de validación”, em Revista “Pespectivas Metodológicas”, ano 2, nº 2, pp. 2-22. Publicación del Departamento de Humanidades y Artes de la Universidad Nacional de Lanús; página Web, Site: http://www.estherdiaz.com.ar/textos/metodo.htm ; DESCARTES, R. Discurso del Método. Trad. Argentina, Buenos Aires: Espasa-Calpe, 1943; tradução portuguesa (1982) Discurso do Método, Lisboa, Sá da Costa, pag. 28 ss. 11 A Nova Filosofia da Ciência foi constituída pela Comunidade Científica a partir de 1905, a partir das publicações de EINSTEIN (1905 e 1916), em conexão com as Regras do Discurso do Método de DESCARTES (1982: pp. 28 ss), a visão do Novo Espírito Científico de BACHELARD, G. (1934, 1996; 1978) e a visão paradigmática de KUHN (1962, 1996). Gerou uma grande mudança nos paradigmas científicos. Apud YAMAZAKI, Sérgio Choiti e YAMAZAKI, Regiani Magalhães de Oliveira (2009). “Gaston Bachelard e a Noção de Espírito Científico”. EmRevista P@rtes (São Paulo). Julho de 2009. ISSN 1678-8419, em <http://www.partes.com.br/educacao/olharbachelardiano.asp>, e apud: www.partes.com.br/educacao/bachelard.asp
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toda evidência não se reconhece como tal pelas novas pesquisas e observações. Por este princípio, somente se aceita das teorias do passado aquilo que se apresenta ante o pesquisador da atualidade de uma forma tão clara e distinta que não admita a mais mínima duvida, embora tenha sido considerado pelas teorias herdadas do passado como “uma verdade absoluta e universal” da ciência. Assim, por exemplo, é preciso colocar em dúvida no plano da suposta “Linguística Geral”, a hipótese saussuriana e estruturalista de que A LÍNGUA E ESTÁTICA, porque isso não se verifica pelos novos dados observados e observáveis do fenômeno linguístico. Da mesma forma, coloca-se em dúvida o princípio saussuriano pelo qual o estruturalismo defendeu que O SIGNIFICANTE LINGUÍSTICO É UMA LINHA,12 pois não se verifica: Essa concepção é a mistura de uma meia verdade no campo da Especialidade Linear e uma inverdade ou sofisma no plano da suposta “Linguística Geral” e da noção de língua. Pois o que se observa é que «uma parte» do significante é realmente uma linha, ou tem a disposição de uma linha: a cadeia fonemática. Porém, não o significante inteiro, que é complexo, multidimensional e multivariável. Deste modo, a teoria saussuriana do significante está cometendo o equívoco de tomar o «qui» pelo «quo»: O equívoco de tomar uma «parte do significante» pelo «significante inteiro».13
b) A Segunda Regra do Discurso do Método consiste em dividir cada uma das dificuldades que se encontram em tantas partes quantas sejam possíveis, e buscar a sua mais fácil solução. Naquilo que se refere aos tipos e conjuntos de sistemas que compõem a língua, os dados da pesquisa realizada pelos paradigmas e fundamentos da Nova Filosofia da Ciência e da Linguística Dinâmica e Integrativa mostram a necessidade de considerar tantos conjuntos de sistemas linguísticos quantos sejam precisos para distinguir todos os aspectos e problemas encontrados. Assim, por exemplo, é preciso fazer uma primeira distinção entre os SISTEMAS ESTÁTICOS, OS MODELARES E OS DINÂMICOS (Gráfico 1); uma segunda distinção entre os SISTEMAS SÍGNICOS (sistemas que expressam sentidos, significados e significações), os SISTEMAS PRAGMÁTICOS (sistemas responsáveis pela ação pragmática) e os SISTEMAS ENERGÉTICOS (sistemas que geram e produzem energias e forças de ação, reação e efeitos) (Gráfico 2). No conjunto dos SISTEMAS SÍGNICOS, é preciso distinguir os signos semânticos, os semióticos, os lógicos e os simbólicos; no conjunto dos SISTEMAS ENERGÉTICOS (produtores de energias e forças de ação, reação e efeitos) é preciso distinguir, pelos tipos de efeitos que produzem, os
12 Saussure define a “linearidade” do significante, na sua obra póstuma (1916): Versão Túllio de Mauro: p. 103; versão brasileira: p 84, nos seguintes termos: “O significante, sendo de natureza auditiva, desenvolve-se no tempo, unicamente, e tem as características que toma do tempo: a) representa uma extensão, e b) essa extensão é mensurável numa só dimensão: é uma linha (grifos do autor)”. 13 A crítica da linearidade do significante da concepção saussuriana é realizada por MEDINA (1998) Análise Crítica da Noção de Língua em Ferdinand de Saussure, Letras Digitais, Teses e Dissertações Linguística, PPGL UFPE: pp. 142-146.
15
sistemas imperativos, os valorativos, os persuasivos, os sedutores, os retóricos, os lúdicos, os jurídicos, os administrativos, os políticos, os religiosos, os culturais, etc. (Gráfico ). Deste modo, Ferdinand de Saussure cometeu na sua obra póstuma (1916) várias omissões, esquecimentos e reducionismos sobre a noção de Língua (ou Langue), conforme o sentido dos termos nas Regras do Discurso do Método de René Descartes.
c) A Terceira Regra do Discurso do Método propõe ordenar os conhecimentos alcançados, começando pelos mais simples e fáceis, para elevar-se pouco a pouco e como por graus e níveis até os mais complexos, estabelecendo também certa ordem naqueles elementos que pareça que não têm nenhuma ordem natural. Assim, por exemplo, em primeiro lugar, num primeiro plano da complexidade linguística, os dados mostram a necessidade de fazer a distinção entre os Sistemas Estáticos, os Modelares e os Dinâmicos (Gráfico 1). Num segundo plano de complexidade, os dados mostram a necessidade de fazer a distinção entre os Sistemas Sígnicos, os Pragmáticos e os Energéticos (Gráfico 2). Num terceiro plano de maior complexidade, no plano do conjunto dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», os dados mostram a necessidade de distinguir o conjunto integrativo dos Sistemas Estáticos, os Modelares, os Dinâmicos, os Sígnicos, os Pragmáticos, os Cinéticos, os Energéticos, os Verbais e os Não-Verbais (Gráfico 3) (MEDINA & MEDINA, 2009: 68-87)14 . Num quarto plano de maior complexidade ainda, percebe-se a necessidade de distinguir e relacionar os sistemas do Plano de Superfície do «Ergon» com os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística e com os sistemas Transverbais do Plano Coletivo da Comunidade Linguística, da Cultura, da Nação e da Civilização (Gráficos ).
d) A Quarta Regra do Discurso do Método propõe fazer sempre enumerações tão complexas e revisões tão gerais, que se alcance certeza ou segurança de não ter omitido ou esquecido nada, de não ter cometido nenhum reducionismo teórico.15 Assim, por exemplo, a Linguística Dinâmica e Integrativa observa que as teorias dos pragmáticos dicotômicos do século XX, ao pesquisarem e definirem o fenômeno linguístico da ASSIMETRIA, omitiram um dado relevante e fundamental: OMITIRAM E ESQUECERAM QUE A ASSIMETRIA É O EFEITO OU RESULTADO DE UMA DIFERENCIAL DAS ENERGIAS E FORÇAS LINGUÍSTICAS ENTRE OS FALANTES E INTERLOCUTORES, no ato de fala, na conversação, no discurso e nos TURNOS DA INTERAÇÃO. Não há nenhum ato de fala na interação, não há nenhum discurso, texto ou obra, que não gere de parte a parte um conjunto de energias e forças, por pequeno que seja, entre o falante
14 MEDINA, A. T. & MEDINA G. R. (2009) Os Poderes da Língua no Âmbito Jurídico: Princípios de Lingüística Jurídica. ISBN n° 978-85-60323-23-4, Recife: Néctar: pág. 68-87. 15 DESCARTES, R. Discurso del Método. Buenos Aires: Espasa-Calpe, 1943; DÍAZ, Esther. “Los Discursos y los Métodos: Métodos de innovación y métodos de validación”, em Revista “Pespectivas Metodológicas”, ano 2, nº 2, pp. 2-22. Publicación del Departamento de Humanidades y Artes de la Universidad Nacional de Lanús. Site: http://www.estherdiaz.com.ar/textos/metodo.htm
16
e o interlocutor, entre o autor e o leitor. Assim, por exemplo, dois amantes que se falam na interação amorosa geram de parte a parte uma energia ou força mental, psíquica, emotiva ou sentimental. Negar isso é querer tampar o sol com uma peneira para provar que o sol não existe.
e) Seguimos também as diretrizes metodológicas e procedimentos de Thomas Kuhn na questão paradigmática, 16 bem como a perspectiva científica da Teoria da Relatividade de Albert Einstein;
f) Por isso, parece-lhe à Linguística Dinâmica e Integrativa, por exemplo, que a descrição do fenômeno da ASSIMETRIA da Pragmática Dicotômica é parcial, unilateral e reducionista; de tal maneira que não existiria nenhuma ASSIMETRIA na interação entre os falantes e interlocutores, e sim uma SIMETRIA relativa entre iguais ou semelhantes, se não existisse uma diferencial entre as energias e forças linguísticas de ambos; como por exemplo, entre o presidente de uma nação e os cidadãos normais e correntes, entre o dono e diretor de uma empresa e os trabalhadores da mesma, entre o professor e os estudantes, entre o general e os soldados, entre o pai e o filho, etc. Enquanto que as relações entre os amigos, pares e iguais, são simétricas, que é a situação real e objetiva em que fundamentaram as suas observações e análises linguísticas a Gramática Tradicional e o Estruturalismo Formalista.17
A descrição da assimetria por parte da Pragmática Dicotômica é uma meia verdade, que omite e oculta a outra meia verdade e se transforma em um sofisma, em uma retórica meronímica no plano da suposta “Linguística Geral”, que toma «uma parte do objeto» pelo «objeto inteiro», pelo «conjunto dos elementos que o compõem», de tal maneira que a Pragmática Dicotômica reduz «o todo do objeto» a «uma parte do mesmo», e denomina «o todo» com o «nome da parte».
g) Como vamos perceber pelos dados, são inúmeras as omissões e esquecimentos que cometeram as teorias linguísticas modernistas herdadas do século XX, como se representa nos Gráficos 3.1; 3.2; 3.3; 3.4; 4.1; 4.2; 4.3; 4.4; 5.1; 5.2; 5.3.
4.5 PRECAUÇÕES EPISTEMOLÓGICAS, PARADIGMÁTICAS E CIENTÍFICAS
16 KUHN, Thomas (1962, 1966) The Structure of Scientific Revolutions, The University of Chicago Press, Chicago: Kuhn 1996: p. 23-42; Kuhn 1970: p. 246. “La teoría kuhniana del cambio científico ocupa un sitio estratégico en la transformación que sufrió la filosofía de la ciencia a partir de los años sesenta”. 17 DESCARTES, R. Discurso del Método. Buenos Aires: Espasa-Calpe, 1943; DÍAZ, Esther. “Los Discursos y los Métodos: Métodos de inovación y métodos de validación”, em Revista “Pespectivas Metodológicas”, ano 2, nº 2, pp. 2-22. Publicación del Departamento de Humanidades y Artes de la Universidad Nacional de Lanús; e na página Web, no Site: http://www.estherdiaz.com.ar/textos/metodo.htm.
17
Assim, conforme a Nova Filosofia da Ciência, na hora de planejar a pesquisa sobre a Língua e a noção de Língua, é preciso ter algumas precauções epistemológicas, paradigmáticas e científicas, em relação à prática da Velha Filosofia da Ciência da tradição e do século XX:
1º. Conforme as Regras do Discurso do Método de René Descartes, a Língua deve ser entendida, nas teorias linguísticas, como o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da mesma, e não como um conjunto parcial, para não omitir, desconsiderar ou esquecer algum aspecto ou função relevante do objeto. Nesse sentido, é preciso avaliar se as noções de língua da tradição e do século XX respeitam ou ferem as Regras do Discurso do Método de René Descartes;
2º. Conforme a Teoria da Relatividade de Albert Einstein, não existem sistemas absolutos e universais na natureza, na língua e na ciência, como era a suposição da Velha Filosofia da Ciência, pois todos os sistemas dos objetos e os pontos de vista das ciências são relativos ou relativistas em relação ao tempo, ao espaço e aos paradigmas;
3º. Conforme a noção de Paradigma e da visão paradigmática de Thomas Kuhn é preciso avaliar se para cada conjunto de sistemas linguísticos distintos e irredutíveis não é preciso aplicar paradigmas distintos e específicos; para não acontecer o ABUSO PARADIGMÁTICO das escolas poderosas por meios políticos e religiosos; de tal maneira que para a pesquisa e descrição dos Sistemas Energéticos da Língua é preciso aplicar Paradigmas Energéticos, distintos dos Paradigmas Estáticos (aplicáveis aos Sistemas Estáticos), distintos dos Paradigmas Modelares (aplicáveis aos Sistemas Modelares) e distintos dos Paradigmas Cinéticos (aplicáveis aos Sistemas Cinéticos).
Neste campo, os dados da nova pesquisa mostram evidências de que as teorias linguísticas da tradição e do século XX cometeram um Abuso Paradigmático, ao imporem a todos os setores e especialidades desta ciência a aplicação dos Paradigmas Estáticos e Sígnicos da Velha Filosofia da Linguagem, como se fossem princípios absolutos e universais da ciência.
5.1 O PROBLEMA FUNDAMENTAL E O PROBLEMA APLICADO
O problema científico fundamental primeiro é a noção de língua
que dirige e domina a formação dos estudantes e profissionais de
Letras, que são preparados para ensinarem aos estudantes e
18
profissionais de todas as categorias a língua como se fosse estática,
como se fosse um Sistema de Signos, que expressam sentidos e
significados e realizam a comunicação, sem nenhuma capacidade
produtora de energias, forças, efeitos, eficácia, competência, vitalidade,
competitividade, produtividade e poder.
Deste modo, vamos mostrar os indícios e evidências de que a
escola e a universidade oferecem uma EDUCAÇÃO ILUSTRAÇÃO
(teoria + teoria + teoria), e não uma EDUCAÇÃO COM CAPACITAÇÃO
PROFISSIONAL E EMPRESARIAL.
A política linguística elitista de Maquiavel deu aos profissionais de
Letras o privilégio da reserva de mercado para o ensino da Língua.
Acontece que, por causa da formação oferecida por esse modelo
montado sobre a Gramática unívoca da tradição e a Linguística
Modernista dicotômica do século XX, os profissionais de Letras deixam
uma lacuna linguística na formação e capacitação de todas as
categorias, inclusive, também dos estudantes dos cursos de
Administração, Economia, Contabilidade e Secretariado Executivo.
Assim, por meio desse artifício supostamente científico as escolas
dominantes da Corrente do «Ergon» enganam à cultura e à civilização,
enganam, em primeiro lugar, aos estudantes e profissionais de Letras
com a falsa ideia de que “A LÍNGUA É ESTÁTICA”, e com a meia
verdade de que “A LÍNGUA É SIGNO E SOMENTE SIGNO.
Deste modo, esse modelo de ensino da escola e da universidade,
montado sobre a concepção linguística da Gramática unívoca tradicional
e da Linguística Modernista dicotômica do século XX, não desenvolve
nos estudantes as habilidades e forças linguísticas da produtividade
profissional e empresarial; e como consequência, deixam no atraso os
sistemas produtivos e econômicos das comunidades de Pernambuco, do
Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo, inclusive, de uma parte
considerável dos países do chamado “Primeiro Mundo”, que pelo fato de
receberem uma EDUCAÇÃO ILUSTRAÇÃO e não desenvolverem as
19
habilidades e forças linguísticas da produtividade profissional e
empresarial dos seus estudantes, em breve, profissionais ou
empresários, não acompanham o jogo competitivo imposto pelos países
mais desenvolvidos. Assim, atualmente, observam-se indícios e
evidências de que o problema aqui apontado também está presente em
países como a Grécia, Portugal, Espanha e outros. Este é um dos
fatores da fome, da miséria, do atraso e da marginalização de milhões
de brasileiros e bilhões de seres humanos no Planeta Terra, porque
estamos na cultura da enganação, e não existe nenhuma preocupação
efetiva dos Governos dos Países e dos Magnatas do Grupo 8 e do
Grupo 20, para oferecerem uma educação com capacitação profissional
e empresarial ao conjunto da população dos povos e da população
mundial. Oferecem uma educação com capacitação apenas a 10 % dos
estudantes para a reprodução e perpetuação das elites, deixando a 90%
dos estudantes com uma educação ilustração, de tal maneira que os
estudantes colam grau, recebem o diploma na mão, porém, quando
chegam ao Mercado de Trabalho percebem que não receberam uma
educação com capacitação efetiva e que não estão preparados para o
êxito e a produtividade que o mercado de trabalho exige.
5.1 A NOÇÃO DE LÍNGUA
1. Os dados da nova pesquisa, realizada conforme os princípios e
paradigmas da Nova Filosofia da Ciência,18 mostram que, por causa de
uma lógica formal deturpada, todas as teorias gramaticais e linguísticas
vigentes ao longo de séculos, que definiram a noção de Língua,
18 A Nova Filosofia da Ciência foi constituída pela Comunidade Cientifica a partir do ano de 1905, depois de que Albert Einstein publicou a Teoria da Relatividade, revolucionando a concepção newtoniana; e a sua culminação aconteceu em 1996, com a publicação da obra The Structure of Scientific Revolutions de Thomas Kuhn. Deste modo, a obra póstuma de Ferdinand de Saussure foi escrita conforme os paradigmas da Velha Filosofia da Ciência, e é neles que se fundamentam os equívocos científicos saussurianos e estruturalistas.
20
cometeram o equívoco científico de uma retórica meronímica, tomando
«uma parte» da Língua pela «Língua Inteira», reduzindo a «Língua» a
«uma parte» da mesma, e denominando-a com o nome «da parte». Isso
aconteceu, por exemplo, quando as teorias gramaticais e linguísticas
que definiram a língua como «sistema estático», como «signo», ou como
«sistema de signos», entendendo que a mesma era somente um
conjunto de «signos».
2. Como vamos mostrar pelas análises, esse equívoco científico foi
cometido igualmente, com certas variáveis de estilo, paradigmas e
procedimentos, pelas teorias da Gramática de inspiração Unívoca,
pela obra póstuma saussuriana (1916), pelo Estruturalismo Formalista,
pela pragmática Dicotômica e pela Análise do Discurso, da
Conversação, do Texto e da Obra, de inspiração Dicotômica, Absoluta
e Linear.
3. Todas as noções de Língua formuladas conforme a lógica formal
deturpada da retórica meronímica converteram-se em sofismas,
falácias e falsos princípios científicos nos planos da suposta
“Linguística Geral” e da noção de Língua, quando impostas a cultura e
à civilização como se fossem princípios absolutos e universais da
ciência. Isso significa que essas ideias são adequadas e úteis no plano
parcial das Especialidades; porém, são equívocos científicos no plano
da suposta “Linguística Geral”. É como se a fisiologia reduzisse os
sistemas do organismo humano aos sistemas fisiológicos. A fisiologia
estaria correta e adequada nos campos da sua Especialidade; mas,
cairia numa falácia nos campos de uma suposta “biologia geral”, se
defendesse a falsa ideia de que o organismo humano se reduz ao
conjunto dos músculos, dos tendões e dos ossos.
O equívoco formal consiste na extrapolação indevida dos
paradigmas e conclusões das Especialidades (que pesquisaram e
21
descreveram «partes da Língua») para o plano da «noção de Língua»
e da suposta «Linguística Geral».
4. Quanto à sua natureza, os dados da nova pesquisa 19 mostram que a
Língua não é somente um Signo ou Sistema de Signos, como
defendeu o Estruturalismo Formalista; pois, é um Sistema Complexo,
multidimensional e multivariável, que é ao mesmo tempo SIGNO,
AÇÃO E ENERGIA, pela sua própria natureza, como mostram os
dados empíricos e analíticos do fenômeno Linguístico. Explicamos:
A) Sem dúvida, A LÍNGUA É UM SISTEMA DE SIGNOS que
expressam sentidos e significados e realizam a comunicação;
B) É um MODO DE AÇÃO PRAGMÁTICA, conforme constataram John
Austin e a Pragmática;
C) Porém, é também UM SISTEMA ENERGÉTICO, produtor de
energias, forças, efeitos, eficácia, competência, vitalidade,
competitividade, produtividade e poder, como já tinha observado
desde o período grego clássico a Corrente da «Enérgeia», hipótese
que se verifica nos inícios do século XXI pela aplicação dos
paradigmas da Nova Filosofia da Ciência. Deste modo, não se
podem negar os Sistemas Energéticos da Língua em função da
defesa e descrição dos Sistemas Pragmáticos e dos Sistemas
Estáticos. Seria o mesmo equívoco do que negar na biologia os
sistemas neurológicos e linfáticos por defender e descrever os
sistemas ósseos e musculares da fisiologia. São sistemas de
natureza distinta, que requerem paradigmas e especialidades
distintas.
5. Quanto à sua composição, os dados mostram que a Língua não é um
bloco monolítico constituído por um único tipo de matéria ou um único
tipo de sistemas homogêneos (como representa o Gráfico 1), e muito
19 Realizada conforme os paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.
22
menos um sistema estático, como postularam os gramáticos unívocos
ao longo de tantos séculos, e os estruturalistas formalistas durante o
século XX, e sim um Sistema de Sistemas supercomplexo,
multidimensional e multivariável, como se representa no Gráfico 2.
6. Conforme os paradigmas da Nova Filosofia da Ciência, ao tratar da
noção de Língua, a teoria deve entender, por princípio, a «Língua
Inteira», o conjunto integral de todos os seus sistemas constitutivos e
operativos, e não apenas «uma parte» da mesma, como entenderam a
Gramática Unívoca, o Estruturalismo Formalista, a Pragmática
Dicotômica e a Análise do Discurso, da Conversação e do Texto.
Tomar «uma parte da Língua» pela «Língua Inteira» é uma retórica
meronímica, um equívoco científico fundamental no plano da ciência.
7. Assim, a noção de Língua deve pesquisar e descrever «a Língua
Inteira», e não «uma parte da mesma». Pesquisar e descrever «uma
parte da Língua» pela «Língua Inteira» é fazer uma retórica
meronímicas: Tomar a parte pelo todo, reduzir o todo a uma parte e
denominar o todo com o nome da parte. É um equívoco científico
insustentável para todos os efeitos.
A representação por meio de Gráficos Comparativos ajuda a
entender melhor as implicações desse fato nas teorias gramaticais e
linguísticas. Assim podemos entender:
a) As omissões, esquecimentos e reducionismos da gramática, conforme
o sentido dos termos em René Descartes, em relação à forma de
composição real da Língua; A noção de “língua” da Gramática
tradicional é uma ficção teórica atualmente insustentável;
b) As omissões, esquecimentos e reducionismos da obra póstuma
saussuriana (1916). A noção de “langue” da obra póstuma
23
saussuriana (1916) é uma ficção teórica atualmente insustentável, em
relação à forma de composição real da Língua;
c) As omissões, esquecimentos e reducionismos da visão linguísticas do
Estruturalismo Formalista, em relação à forma de composição real da
Língua;
d) As omissões, esquecimentos e reducionismos da visão linguística da
Pragmática Dicotômica, em relação ao fenômeno linguístico e ao
princípio da Assimetria;
e) As omissões, esquecimentos e reducionismos da visão linguística da
Análise da Conversação e do Texto, em relação à forma de
composição real do fenômeno linguístico e da língua.
Os dados da pesquisa mostram que as concepções linguísticas da Da
Gramática tradicional, do Modernismo e Pós-modernismo Linguístico
omitem, desconsideram ou negam o fato real, inegável, de que a
Língua possui um número potencialmente infinito de
Sistemas Energéticos, produtores de energias, forças, efeitos,
eficácia, competência, vitalidade, competitividade, produtividade e
poder, funcionando juntos e integrados com os Sistemas Estáticos, os
Modelares, os Pragmáticos e os Cinéticos, As referidas escolas
poderiam ou deveriam ensinar os conhecimentos alcançados pelas
suas Especialidades Estáticas, Modelares, Pragmáticas e Cinéticas,
sem negarem a existência dos Sistemas Energéticos na Língua.
Gráfico 1O que não é a Língua?
24
Os dados mostram evidências e provas de que a Língua não é um bloco monolítico constituído por um único tipo de material, ou um único tipo de sistemas homogêneos, e muito menos um sistema estático, como parece que entenderam os gramáticos unívocos, Ferdinand de Saussure e o Estruturalismo Formalista. Essa visão da Língua é um reducionismo teórico que não se sustenta na atualidade.
A concepção da noção da Língua realizada pela teoria da
Gramática Tradicional e do Estruturalismo Formalista comete o
equívoco desvendado pelo Gráfico 1. É uma concepção equivocada
que não se sustenta na atualidade pelos paradigmas da Nova
Filosofia da Ciência.
Pelo contrário, os dados mostram que a Língua é um Sistema de
Sistemas altamente complexo, multidimensional e multivariável,
constituído pela união integrada de três conjuntos de sistemas de
natureza distinta situados em planos diferentes, como se representa
no Gráfico 2:
a) O Conjunto dos Sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»;
b) O Conjunto dos Sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e
da Central Cérebro-Mente-Psique linguística;
c) O Conjunto dos Sistemas do Plano Transverbal da Coletividade
da Cultura, da Nação e da Civilização. Vamos ver o que isso
significa.
Gráfico 2
25
O que vamos mostrar ou provar é que a língua real é esta,
complexa, multidimensional e multivariável e integral. Enquanto a
outra, formulada conforme as teorias da gramática unívoca e da
linguística dicotômica, é uma ficção teórica criada ou forjada por uma
lógica formal deturpada.
Para mostrar o equívoco teórico da concepção de língua da
Gramática Unívoca, podemos colocar lado a lado comparativamente esses
gráficos anteriores, destacando e reforçando as diferenças entre as duas
concepções. Depois faremos o estudo comparativo dos novos dados
empíricos e analíticos com a concepção da noção de Língua de Ferdinand
de Saussure, do Estruturalismo Formalista, da Pragmática Dicotômica e da
Análise do Discurso, da Conversação e do Texto.
Cabe destacar, preliminarmente, que não todos os setores das
escolas da tradição e do século XX defenderam concepções unívocas e
26
dicotômicas. Porém, foram as concepções que prevaleceram, impedindo
por meio de abusos paradigmáticos o normal desenvolvimento das
concepções relativistas e integrativas das Especialidades Energéticas.
Para evitar um engano histórico frequentemente cometido pelas
teorias linguísticas fortes do século XX, é preciso considerar e chamar a
atenção para o fato de que existiram duas Correntes de Pensamento na
Gramática ao longo dos séculos: a) A Corrente da Gramática Unívoca,
aqueles setores que, por causa do falso princípio científico da Não
Contradição, desenvolveram um pensamento unívoco na gramática: b) A
Corrente da Gramática Eclética, que considerou a Gramática como uma
Especialidade ou conjunto de Especialidades no meio de um conjunto
maior, integrada ou relacionada com a Filologia, a Teoria e a Crítica
Literária, a Estilística e a Retórica. Deste modo, a Corrente da Gramática
Eclética entendeu que a Gramática não pesquisou e descreveu o conjunto
integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, e sim
somente um conjunto parcial, o conjunto dos sistemas verbais e sígnicos
estáticos das palavras e das orações a partir do ponto de vista do falante.
Por outro lado, os setores dicotômicos radicais do Estruturalismo
Formalista ocultaram, omitiram e desconsideraram nas suas histórias e nas
suas teorias este fato histórico e essa diferença, e trataram tudo de uma
forma indiscriminada e equivocada ao criticarem radicalmente a Gramática
da tradição.
Pela análise dos dados, declaramos que a Corrente Eclética da
Gramática estava fundamentalmente correta, porque assumiu posições
relativistas, considerando a Gramática como uma Especialidade ou
conjunto de Especialidades, que pesquisou e descreveu uma parte da
Língua. Enquanto que a Corrente Unívoca da Gramática estava
fundamentalmente equivocada, porque assumiu posições absolutas e
dicotômicas radicais, como Ferdinand de Saussure e o Estruturalismo
Formalista, considerando a Gramática como uma espécie de “Linguística
Geral”, defendendo que tinham pesquisado e descrito o conjunto integral de
27
todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, compreensão que
foi um engano, um equívoco interpretativo.
Assim, as críticas que aqui vamos formular referem-se à Corrente
Unívoca da Gramática, que no fundo da questão considera que pesquisou
e descreveu o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e
operativos da Língua.
O problema histórico é que essa corrente unívoca sustentada pelo
absolutismo da religião e da política, que se arvorou como verdade
absoluta e universal da ciência, e desprezou ou desqualificou a Corrente da
Gramática Eclética, de tal maneira que os equívocos da Gramática Unívoca
se impuseram no Ocidente como se fossem princípios absolutos e
universais da ciência.
Deste modo, as críticas que aqui vamos formular são contra as
teorias da Corrente Unívoca da Gramática, não contra as teorias da
Corrente Eclética.
A Corrente Eclética da Gramática não considerou que tenha
pesquisado e descrito o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos
e operativos da Língua, e sim, uma parte da mesma, os sistemas verbais e
sígnicos estáticos das palavras e das orações.
No Gráfico 3, destaca-se o equívoco cometido pela Corrente Unívoca da Gramática.
Gráfico 3Estudo comparativo
A Língua não é um sistema monolítico
A Língua é um Sistema Complexo, multidimensional e multivariável.
28
A compreensão da Língua como sistema monolítico e como sistema estático é um equívoco teórico, um sofisma.
Como é possível que durante tantos séculos, os gramáticos
unívocos e os linguistas dicotômicos ensinaram e impuseram à cultura e
à civilização a falsa ideia de que “a Língua é Estática” como se fosse um
princípio absoluto e universal da ciência?
Os dados mostram que essa ideia não é propriamente o
resultado de uma pesquisa científica fundamentada e consistente; não é
o fruto dos argumentos lógicos da ciência, e sim, possivelmente, a
consequência de uma Cegueira Paradigmática, conforme o sentido dos
termos em Thomas Kuhn, ou de uma subserviência das escolas em
relação à Política Linguística Elitista de Maquiavel imposta ao Ocidente
por meios religiosos e políticos. Conforme o princípio maquiavélico:
Todo o Poder Linguístico para o Príncipe e suas elites, nenhum poder
linguístico para o povo, igualmente para os escravos e plebeus do
passado, como também para os trabalhadores, classes médias e
camadas de baixa renda na atualidade. Por isso, o objetivo das escolas
unívocas e dicotômicas durante tantos séculos foi convencer à
humanidade com sofismas da falsa ideia de que “A Língua é Estática”,
29
para perpetuar a Política Linguística Elitista de Maquiavel. É uma
opinião totalmente insustentável no século XXI pelos paradigmas da
Nova Filosofia da Ciência.
Ainda existem atualmente setores que defendem essa falsa
ideia como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência,
enquanto que o sistema capitalista deixa milhões de brasileiros e bilhões
de seres humanos do Planeta Terra, na miséria mais absurda, em uma
situação geral de fome, pobreza e marginalização. Isso pode agradar
aos políticos do Planalto; porém, prejudica a capacitação profissional e
empresarial dos estudantes dos cursos de Administração, Economia e
Contabilidade.
Por trás dos bonitos discursos do marketing da política
linguística elitista de Maquiavel continua viva e palpitante a realidade
cruel em que vivem milhões ou bilhões de homens, mulheres e crianças
das comunidades de Pernambuco, do Nordeste, do Brasil e do Terceiro
Mundo.
Uma concepção dicotômica, insustentável, defende que não é lógico
relacionar essas duas observações, as observações do campo
Linguístico e as observações do campo da Administração. Porém. esses
dos aspectos estão radicalmente separados na ficção das suas teorias
dicotômicas. Porque na prática da existência humana estão fortemente
relacionadas e implicadas. De tal maneira que a separação dicotômica
radical desses dois conjuntos de elementos é política, não científica.
5.2 Identificação dos três conjuntos integrados da Língua, que constituem os objetos dos três eixos fundamentais da Linguística.20
20 Esta questão é importante, porque percebendo com objetividade a composição real da Língua, conforme os dados objetivos do fenômeno linguístico, podemos mostrar as limitações e equívocos teóricos das noções de
30
Como representamos no Gráfico 2, os novos dados da pesquisa
mostram que a Língua é um Sistema de Sistemas constituído pela
união integrada de três conjuntos de sistemas de natureza distinta,
situados em três níveis ou camadas diferentes:
a) O conjunto dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»;
b) O conjunto dos sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da
Central Cérebro-Mente-Psique linguística; e
c) O conjunto dos Sistemas coletivos Transverbais da Cultura, da
Nação e da Civilização.
Por isso, como observaram Humboldt e Backtin, é preciso
pesquisar a Língua a partir de três eixos ou Pontos de Vista.
a) A partir do eixo dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»,
como fizeram a Gramática, Ferdinand de Saussure e o Estruturalismo
Formalista nas suas Especialidades;
b) A partir do eixo dos sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e
da Central Cérebro-Mente-Psique linguística, como fizeram
Aristóteles, Humboldt e os partidários da Corrente da «Enérgeia»; e
c) A partir do eixo dos Sistemas Coletivos Transverbais da Cultura, da
Nação e da Civilização, como fizeram e propuseram Humboldt e
Backtin.
Negar e omitir os eixos do Plano Profundo e do Plano
Transverbal, é um equívoco científico e teórico, porque é ferir as
Regras do Discurso do Método de René Descartes.
Não há língua sem mente, sem psique, sem cérebro e sem o
plano coletivo transverbal da cultura, da nação e da civilização. De tal
Língua da tradição e do século XX.
31
maneira que, a língua sem mente, sem psique, sem cérebro e sem o
plano coletivo transverbal da cultura, da nação e da civilização é uma
ficção teórica, fruto da lógica formal deturpada dos sofismas e dos
falsos princípios científicos da Corrente do «Ergon».
Podemos revelar e explicar a composição dos três conjuntos,
que constituem os três eixos da Linguística:
5.2.1 1º eixo da Linguística: Os sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»
Como representamos no Gráfico 3, a Língua está constituída
pela união integrada de três conjuntos de sistemas de natureza
distinta: Por isso, a Língua precisa ser pesquisada a partir de três
eixos ou pontos de vista: a) a partir do ponto de vista dos Sistemas
do Plano de Superfície do «Ergon»; b) a partir do ponto de vista dos
Sistema do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-
Mente-Psique linguística; e c) a partir do ponto de vista dos Sistemas
Coletivos Transverbais da Cultura, da Nação e da Civilização.
No 1º eixo da Linguística, a Língua precisa ser pesquisada a
partir do ponto de vista dos sistemas do Plano de Superfície do
«Ergon», onde se situam os pontos de vista fundamentais da
Gramática tradicional e da Linguística Modernista do século XX.
Porém, omitir, desconsiderar e negar os outros dois eixos da
Linguística, o 2º e o 3º, é um equívoco teórico hoje insustentável,
porque isso representa ferir as Regras do Discurso do Método de
René Descartes e os princípios da Nova Filosofia da Ciência.
32
Nos inícios do século XXI, é preciso contestar e reformular na
Linguística os paradigmas da Velha Filosofia da Ciência pelos
paradigmas e procedimentos da Nova Filosofia da Ciência.
O Gráfico 4 representa o conjunto dos sistemas linguísticos do
primeiro eixo da Linguística.
Gráfico 4
Como se representa no Gráfico 4, os dados das novas
pesquisas mostram que, no Plano de Superfície do «Ergon», a Língua
está constituída pela união integrada dos Sistemas Tipo E (Estáticos),
Tipo M (Modelares), Tipo D (Dinâmicos), Tipo S (Sígnicos), Tipo P
(Pragmáticos), Tipo C (Cinéticos), Tipo € (Energéticos), Tipo V
(Verbais) e Tipo N-V (Não-Verbais), que funcionam juntos e
33
integrados no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e na
obra.
Tipo E = Sistemas Estáticos; Tipo M = Sistemas Modelares;Tipo D = Sistemas Dinâmicos; Tipo S = Sistemas Sígnicos; Tipo P = Sistemas Pragmáticos; Tipo C = Sistemas Cinéticos; Tipo € = Sistemas Energéticos;Tipo V = Sistemas Verbais;Tipo N-V = Sistemas Não-Verbais
Assim, no seu Plano de Superfície do «Ergon», a Língua está
integrada por vários conjuntos de sistemas e subsistemas, entre os quais
podemos destacar:
Os SISTEMAS ESTÁTICOS (Tipo E), que constituem o conjunto
dos sistemas linguísticos que funcionam como princípios de
identificação e distinção das línguas. É um conjunto constituído pelos
sistemas verbais dos fonemas, morfemas, palavras, frases, formas,
estruturas, sintagmas e atos de fala, que contribuem para a
identificação e distinção das línguas, especialmente, pelos elementos
da fonologia, morfologia, sintaxe, estrutura semântica, léxico e
gramática.
Assim, a pesquisa e a descrição dos Sistemas Estáticos
serviram historicamente para distinguir a língua grega da latina, a
latina da espanhola, a espanhola da portuguesa, da catalã ou da
galega, a alemã da russa, etc. Por isso, tiveram tanta importância nas
primeiras etapas históricas do desenvolvimento desta ciência.
Os Sistemas Estáticos das línguas foram investigados por várias
escolas a partir de distintos pontos de vista, desde o período grego
34
clássico até o final do século XX, constituindo várias Linguísticas
Setoriais e Especialidades. Entre as escolas que investigaram os
sistemas estáticos da língua, podemos destacar: 1) A Gramática
(tradicional); 2) O Estruturalismo Formalista; 3) A Gramática
Transformacional.
Não há como negar que a língua tem sistemas estáticos; e por isso, a
Linguística como ciência precisa constituir e desenvolver várias
ESPECIALIDADES ESTÁTICAS. Porém, o equívoco teórico que
prevaleceu e dominou durante o século XX foi a opinião que defendeu a
falsa e obsoleta ideia de que “A LÍNGUA É ESTÁTICA”, pois a mesma tem
sistemas estáticos, mas tem também sistemas modelares e dinâmicos:
pragmáticos, semióticos, cinéticos, energéticos e gerativos.
Existem vários tipos de Sistemas Estáticos na Língua:
Os Sistemas Estáticos Tipo E¹ são os sistemas verbais e
sígnicos estáticos das palavras e das orações pesquisados e
descritos pela Gramática. Não se fundamenta a opinião dos
estruturalistas, dos pragmáticos e dos analistas do discurso do século
XX que negaram, desqualificaram e desconsideraram radicalmente,
por meio de sofismas e falácias, como se não existissem, os sistemas
da Gramática, ou como se fossem uma mera subjetividade dos
gramáticos, ou como se não tivessem nenhuma objetividade e
nenhum caráter científico, quando na nova pesquisa conforme os
Paradigmas da Nova Filosofia da Ciência constata-se que esses
sistemas existem realmente, e que a gramática que os pesquisou e
descreveu ao longo de muitos séculos têm um valor científico relativo
e uma objetividade proporcional ao desenvolvimento da ciência
naquele período.
Os Sistemas Estáticos Tipo E² são os sistemas verbais e
sígnicos estáticos das formas e das estruturas, pesquisados e
descritos pelos estruturalistas formalistas por meio de paradigmas
35
idealistas e formalistas saussurianos, que foram exaltados durante
décadas no século XX e extrapolados para o plano da suposta
“Linguística Geral”, impostos a todos como se fossem mitos, dogmas
ou verdades absolutas e universais da ciência, tudo medido conforme
a ideologia da escola Estruturalista;
Os Sistemas Estáticos Tipo E³ são os sistemas verbais e
sígnicos estáticos de outras escolas, como de Port Royal ou da
Gramática Transformacional, ou os sistemas verbais e sígnicos
estáticos integrativos, que os estruturalistas, os pragmáticos e os
analistas do discurso negaram durante o século XX como se não
existissem, ou como se não tivessem nenhuma objetividade e caráter
científico, porém, a sua existência verifica-se pelos paradigmas da
Nova Filosofia da Ciência.
É oportuno fazer algumas explicações sobre as escolas que
pesquisaram os Sistemas Estáticos para deixar mais clara a questão:
1ª. A GRAMÁTICA (tradicional) construiu um conjunto de teorias
setoriais que investigaram e descreveram uma parte dos sistemas da
Língua, os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das
orações, com paradigmas empíricos e racionalistas, inspirados em
Aristóteles, Platão e Sexto Empírico, a partir do ponto de vista do falante,
constituindo várias Linguísticas Setoriais e Especialidades, que se
relacionam e integram, entre as quais, podemos destacar:
A) A GRAMÁTICA DA PALAVRA, também denominada de
morfologia, inicialmente formulada e constituída por Dionísio de
Trácia;
B) A GRAMÁTICA DA ORAÇÃO ou SINTAXE, formulada por
Apolônio Díscolo;
36
C) A MORFOLOGIA é uma parte da Gramática da Palavra, de
grande relevância para as línguas Indo-germânicas, o grego, o
latim, o alemão, o espanhol, o português e outras. Desenvolve a
pesquisa e descrição dos morfemas;
D) A LEXICOLOGIA ou LEXICOGRAFIA é a matriz fundamental da
pesquisa do léxico das línguas e da composição dos dicionários,
de grande importância e utilidade para o conhecimento das
línguas, das culturas e das civilizações ao longo de muitos
séculos;
E) A SINTAXE é uma parte da Gramática da Oração que pesquisa e
descreve as funções sintáticas.
F) OS CAMPOS SEMÂNTICOS foram inicialmente um
desdobramento histórico da Sintaxe, constituindo um embrião
parcial da Linguística Setorial que no século XX seria denominada
de SEMÂNTICA.
G) Estes campos constituem Especialidades Estáticas da Linguística,
no pleno sentido do termo.
Porém, é preciso entender que o conjunto dos fonemas, morfemas,
palavras, formas, estruturas, sintagmas, sistemas sintáticos e semânticos
dos gramáticos são apenas uma parte dos Sistemas Estáticos da Língua. O
erro maior dos setores unívocos da gramática foi terem considerado que
pesquisaram e descreveram o conjunto integral de todos os sistemas
constitutivos e operativos da Língua, como se fosse uma espécie da
“Linguística Geral” válida para todas as línguas do passado, presente e
futuro. Essa conclusão teórica, implícita ou explícita, é um sofisma: foi uma
extrapolação indevida das conclusões das Especialidades Estáticas da
Gramática para o plano de uma suposta “Linguística Geral” fruto de uma
37
lógica formal deturpada; e, portanto, é um sofisma que avançou
historicamente pelos caminhos da falácia, impondo a todos os setores e
especialidades essa meia verdade ou verdade relativista das
Especialidades da Gramática para o plano de uma suposta “Linguística
Geral”, como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência. O
equívoco científico de Saussure, já estava presente na Gramática unívoca,
desde o tempo de Parmênides e Zenão de Eleia.
Isso significa entender que, conforme os paradigmas da Nova
Filosofia da Ciência, os princípios e fundamentos descobertos pela
Gramática para o grego, o latim, o espanhol, o português e outras línguas
germânicas ou neolatinas não servem, por princípio, para todas as línguas
do mundo, como certa concepção absoluta e unívoca da Gramática
equivocadamente disseminou. Os princípios da Gramática, como de todas
as Especialidades das ciências, são relativos ou relativistas e servem para
determinadas línguas ou famílias de línguas; não, para todas as línguas do
Planeta Terra, do passado, do presente e do futuro.
2ª. O ESTRUTURALISMO FORMALISTA é uma escola linguística
do século XX que, sob a inspiração da obra póstuma saussuriana Curso de
Linguística Geral (1916), realizou uma primeira revolução científica para a
modernidade no campo linguístico; ou seja, formulou uma Linguística
Setorial, distinta da Linguística Setorial da Gramática. A partir da
concepção e dos paradigmas da obra póstuma saussuriana (1916), o
Estruturalismo Formalista criou um conjunto de teorias e especialidades
distintas das tradicionais, que investigaram e descreveram outra parte da
Língua, o conjunto dos sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e
das estruturas com paradigmas idealistas e formalistas a partir do ponto de
vista do ouvinte, constituindo algumas Linguísticas Setoriais e
Especialidades. Porém, o Estruturalismo Formalista não pesquisou nem
descreveu o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e
operativos da Língua, e sim, somente de uma parte da mesma.
38
A suposição da “Linguística Geral”, de que o Estruturalismo
Formalista teria pesquisado e descrito o conjunto integral de todos os
sistemas constitutivos e operativos da Língua, não é científica; e sim,
apenas um jogo de marketing autoexaltado da escola, para tomar das
escolas da tradição os espaços institucionais e acadêmicos. É o resultado
de um Abuso Paradigmático, possivelmente, por razões da religião ou da
política linguística elitista de Maquiavel, que busca a concentração do poder
político e econômico no Príncipe e nas elites. É o jogo político da inércia do
conservadorismo retrógrado.
É importante mostrar aqui alguns aspectos relevantes da história da
linguística a partir das análises epistemológicas e empíricas, mostrando os
equívocos interpretativos do Estruturalismo Formalista:
a) Em oposição às crenças e opiniões de determinados setores do século
XX, os dados das novas pesquisas mostraram que as teorias
Estruturalistas e Formalistas não pesquisaram o conjunto integral de
todos os sistemas constitutivos e operativos da língua; e sim, apenas,
um conjunto parcial da mesma, o conjunto dos sistemas verbais e
sígnicos estáticos das formas e das estruturas. Por esta razão, as
escolas do século XX não constituíram nenhuma “Linguística Geral”. As
teorias mal denominadas de “Linguística Geral” são, na verdade, os
princípios gerais de uma Linguística Setorial de inspiração idealista e
formalista.
b) Os Estruturalistas Formalistas equivocaram-se quando pensaram que
estavam pesquisando os mesmos sistemas linguísticos dos Gramáticos
com procedimentos científicos distintos e melhores (tentando suplantar
os gramáticos). Porém, não os suplantaram, porque os sistemas dos
gramáticos são sistemas linguísticos reais distintos dos sistemas dos
estruturalistas, e vice-versa: Trata-se de Especialidades diferentes com
paradigmas e procedimentos distintos, assim como a cardiologia é
39
distinta da pneumologia, embora o coração e os pulmões se encontrem
perto um do outro na caixa torácica.
c) Os gramáticos pesquisaram e descreveram os sistemas verbais e
sígnicos estáticos das palavras e das orações a partir do ponto de vista
do falante, enquanto que os estruturalistas pesquisaram e descreveram
os sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas a
partir do ponto de vista do ouvinte. Um equívoco dos estruturalistas
consistiu em pensarem que as formas e estruturas que pesquisaram
eram os mesmos sistemas linguísticos dos gramáticos. Este equívoco foi
disseminado e imposto em toda a civilização do Ocidente durante o
século XX, mas não se sustenta: Pelo contrário, os dados mostram que
são conjuntos distintos, que correspondem a Especialidades diferentes;
e isso está de alguma forma patente na obra póstuma saussuriana
(1916) por oposição ou por contraste. Só que os estruturalistas
dicotômicos, absolutos e lineares, não souberam entender este aspecto
da obra póstuma saussuriana. De fato, para Saussure, explicitamente,
as palavras e as orações (dos gramáticos ou de qualquer outra escola)
não são unidades da “língua” (langue) no sentido do termo conforme a
sua concepção. Assim, para Saussure as palavras e as orações dos
gramáticos não são as mesmas unidades que as formas e as estruturas
dos estruturalistas, não são unidades linguísticas. 21
d) Podemos fazer algumas explicações para superar esse equívoco dos
estruturalistas: Os sistemas linguísticos dos gramáticos são os sistemas
verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações a partir do ponto
de vista do falante; enquanto que os sistemas dos estruturalistas são os
sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas a
partir do ponto de vista do ouvinte. Por isso, os rasgos distintivos dos
gramáticos situavam-se nos órgãos articulatórios e na fonação do
21 Para Saussure, as palavras e orações não são unidades da langue nem de linguística da langue. Curso de Linguística Geral: Versão brasileira: 16; 19-21; 80-81; 130-1312, Versão Túllio de Mauro: 28-30; 99; 23-28; 150-158. Este fato foi analisado e criticado detalhadamente na obra de MEDINA, Análise Crítica da Noção de Língua em Ferdinand de Saussure, Dissertação de Mestrado : 2124; 43-52; 109-142.
40
falante; enquanto que os rasgos distintivos dos estruturalistas situaram-
se na audição e no ouvinte. Eram sistemas linguísticos diferentes
situados em sujeitos distintos, com paradigmas, estruturas de
composição e sistemas de funcionamento diferentes. Porém, durante
todo o século XX os estruturalistas impuseram por meio de sofismas e
falácias esse equívoco teórico a todos os setores como se fossem
verdades absolutas e universais da ciência. São abusos paradigmáticos
de uma escola sobre o campo da outra, hoje insustentáveis. São
interferências radicais indevidas do Estruturalismo Formalista nos
campos da Gramática, declarando e disseminando equivocadamente a
falsa ideia de que a Gramática não tinha nenhum caráter científico, e
nenhuma objetividade.
e) Deste modo, as teorias do Estruturalismo Formalista do século XX não
constituíram nenhuma “Linguística Geral”, porque não trataram do
conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da
Língua; e sim, somente de um conjunto parcial. Porém, ficaram impondo
durante décadas a todos os setores e especialidades da Linguística, os
seus sofismas e falácias, como se fossem princípios absolutos e
universais da ciência, por meios religiosos, políticos, filosóficos,
ideológicos, paradigmáticos e acadêmicos.
f) Assim, os estruturalistas do século XX equivocaram-se quando
pensaram que estavam pesquisando e descrevendo o conjunto integral
de todos os sistemas constitutivos e operativos da língua. Pelo contrário.
Não pesquisaram, por exemplo, os seguintes sistemas:
i. Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS ESTÁTICOS da
Gramática (que eram distintos dos sistemas estáticos do
estruturalismo);
ii. Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS MODELARES E
CINÉTICOS da Filologia, da Teoria e Crítica Literária, da
41
Estilística, da Semiótica, da Pragmática e da Análise do
Discurso;
iii. Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS PRAGMÁTICOS
da Pragmática;
iv. Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS SEMIÓTICOS, da
Semiótica e da Semiologia;
v. Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS ENERGÉTICOS
da Corrente da «Enérgeia» e da Linguística Dinâmica;
vi. Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS GERATIVOS de
Platão, Aristóteles, Humboldt, Descartes e Chomsky.
vii. Assim, foram numerosos os conjuntos de sistemas linguísticos
que o Estruturalismo Formalista omitiu e desconsiderou,
deixando-os de pesquisar no século XX, ferindo a Segunda e a
Quarta Regras do Discurso do Método de René Descartes.
Porém, é preciso entender que a Língua não é estática;
que os Sistemas Estáticos são apenas uma parte da Língua, e
não o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e
operativos da mesma.
a) Os Sistemas Modelares são os sistemas linguísticos da variação no
estilo e nas formas de construção do ato de fala, da conversação, do
discurso, do texto e da obra; Manifestam-se vários tipos de
subconjuntos, de Tipo M¹, Tipo M², Tipo M³;
b) Os Sistemas Dinâmicos são os sistemas linguísticos que justificam e
fundamentam as funções dinâmicas da língua. Possuem vários
subconjuntos, de Tipo D¹, Tipo D², Tipo D³;
42
c) Os Sistemas Sígnicos são os sistemas linguísticos que expressam
sentidos, significados e significações para a comunicação.
Manifestam-se vários subconjuntos, de Tipo S¹, Tipo S², Tipo S³, etc.;
d) Os Sistemas Pragmáticos são os sistemas linguísticos que funcionam
como ação ou partes de uma ação. Possuem vários subconjuntos, de
Tipo P¹, Tipo P², Tipo P³;
e) Os Sistemas Cinéticos são os sistemas linguísticos da mobilidade
dos elementos. Manifestam-se vários tipos, de Tipo C¹, Tipo C², Tipo
C³;
f) Os Sistemas Energéticos são os sistemas linguísticos produtores de
energias, forças, efeitos, eficácia, competência, competitividade,
produtividade e poder. O conjunto possui vários subsistemas, Tipo €¹,
Tipo €². Tipo €³;
g) Os Sistemas Verbais são os sistemas linguísticos operados pelos
sistemas verbais, amplamente investigados e descritos pela
gramática e pela teoria estruturalista. O conjunto possui vários
subtipos, de Tipo V¹, Tipo V², Tipo V³;
h) Os Sistemas Não Verbais são os sistemas linguísticos operados
pelos níveis de significação e energização semiótica. O conjunto
possui vários subconjuntos, de Tipo N-V¹, Tipo N-V², Tipo N-V³.
Em debate. Assim, podemos observar pelos dados da nova pesquisa
que, no plano parcial das Especialidades, às vezes, o PONTO DE VISTA
DA ESCOLA pode criar ou determinar o OBJETO PARTICULAR de cada
Especialidade, conforme as múltiplas variações das Especialidades das
ciências, conforme postula o princípio idealista saussuriano. Porém, no
43
plano geral da noção de Língua e da suposta “Linguística Geral”, é A
NATUREZA DA LÍNGUA (captada pelos procedimentos empíricos,
analíticos e de experimentação) e não o ponto de vista da escola, que
determina o OBJETO DA CIÊNCIA.
Assim, equivocou-se totalmente o Estruturalismo Formalista do
século XX pela maneira absolutista como entendeu e explicou o princípio
idealista saussuriano (que postula que “é o ponto de vista da escola que
cria ou determina o objeto da ciência”).22
Invocamos a Comunidade Científica dos físicos, dos biólogos, dos
astrônomos, dos matemáticos, dos pesquisadores das ciências sociais
aplicadas, para que analisem e verifiquem esta questão científica: Se é o
ponto de vista da escola ou a natureza do Sistema que determina o Objeto
da ciência Porque o princípio científico fundamental é igual na Física que
na Biologia, na Matemática, na Astronomia, na Geologia, na Oceanografia,
nas Ciências Sociais Aplicadas e na Linguística: Assim, é a NATUREZA do
sistema pesquisado, captada pelos procedimentos empíricos, analíticos e
de experimentação, o que determina o OBJETO DA CIÊNCIA, e não o
ponto de vista da escola.
Repetimos: Equivocou-se o Estruturalismo Formalista no século XX,
que ao “reinar” e “dominar” nos campos da Linguística, impôs a todos os
setores e especialidades, o referido princípio idealista saussuriano de que é
o ponto de vista da escola que determina o objeto da ciência, como se
fosse um princípio absoluto e universal da ciência. Pelo contrário, como
postula a Teoria da Relatividade, esse princípio idealista saussuriano é
relativo ou relativista em relação ao tempo, ao espaço, ao campo e aos
paradigmas de cada Especialidade.
SISTEMAS MODELARES (Tipo M) são os sistemas linguísticos que
funcionam como princípios da variação no estilo e nas formas de
construção do ato de fala, da conversação, do discurso, do texto e da obra.
22 A Cita da Obra póstuma saussuriana
44
Equivocaram-se os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos, os
analistas do discurso e os gramáticos unívocos quando negaram nas suas
teorias os sistemas modelares da Língua, como se não existissem, quando
foram pesquisados e descritos pelos filólogos, pelos teóricos e críticos
literários e pelos estilistas. Aquela posição teórica modernista da Corrente
do «Ergon» do século XX é atualmente insustentável conforme a aplicação
dos princípios e paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.
É inegável a ideia de que a Língua possui Sistemas Modelares,
próprios da variação no estilo e nas formas de construção do ato de fala, da
conversação, do discurso, do texto e da obra, no conjunto dos seus
sistemas constitutivos e operativos; pois se não fosse assim, os falantes e
escritores não poderiam ter estilos próprios diferentes uns dos outros. É um
fato amplamente conhecido e confirmado que cada falante, grupo social,
região ou variante tem, ou pode ter, o seu próprio estilo. Isso acontece
porque a língua possui em si, no conjunto dos seus sistemas constitutivos e
operativos, Sistemas Modelares.
Os Sistemas Modelares da Língua foram pesquisados por várias
escolas e especialidades da tradição e do século XX a partir de vários
pontos de vista com distintos paradigmas e procedimentos; como, por
exemplo, pela Filologia, a Estilística, a Teoria e Crítica Literária, a
Literatura, a Análise do Discurso, da Conversação e do Texto, e várias
áreas da Pragmática e da Semiótica.
Os Sistemas Modelares são tão essenciais e fundamentais quanto os
Estáticos para o normal funcionamento da língua. Foi um sofisma ou
equívoco científico a falsa ideia de que somente os sistemas estáticos eram
essenciais, como defenderam ao longo de séculos determinadas escolas
de visão unívoca e dicotômica estreita.
Podemos distinguir vários tipos de Sistemas Modelares, como por
exemplo: Os Sistemas Modelares Tipo M¹, que são os sistemas modelares
da variação no estilo e nas formas de construção, da filologia, da teoria /
crítica literária e da Estilística, que os estruturalistas, os pragmáticos e os
analistas do discurso tentaram negar com sofismas e falácias durante o
45
século XX, como se não fossem sistemas da Língua, como se não tivessem
nenhuma objetividade e nenhum caráter científico, quando na nova
pesquisa se constata que existem e têm um valor científico relativo aos
paradigmas utilizados e ao campo pesquisado, e uma objetividade
proporcional ao desenvolvimento da ciência no tempo e na época em que
foram formulados.
Os Sistemas Modelares Tipo M² são os sistemas modelares da
pragmática e dos analistas do discurso, que foram exaltados e extrapolados
no século XX para o plano da suposta “Linguística Geral”, assumidos como
se fossem verdades absolutas e universais da ciência, tudo medido
conforme a ideologia dos pragmáticos dicotômicos.
Os Sistemas Modelares Tipo M³ são os sistemas modelares da
Linguística Dinâmica e Integrativa e da Corrente da «Enérgeia», entendidos
a partir de um ponto de vista relativista e integrativo aberto, que os
estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos e os analistas do discurso
tentaram negaram radicalmente durante o século XX como se não
existissem, como se não fossem elementos constitutivos e operativos da
língua, negação que é fruto de um sofisma, uma falácia, uma retórica
meronímica e um falso princípio científico.
Não se fundamenta a ideia do Estruturalismo Formalista de que a
Filologia, a Teoria / Crítica Literária, a Estilística e a Retórica da tradição
não têm nenhum caráter científico e nenhuma objetividade. Essas teorias
têm um valor científico relativo ao campo das suas Especialidades, e
proporcional aos paradigmas e procedimentos utilizados. Têm uma
objetividade proporcional ao campo e ao desenvolvimento da ciência no
seu tempo.
SISTEMAS SÍGNICOS (Tipo S) são os sistemas linguísticos que
expressam sentidos, significados e significações e operam a comunicação.
46
Foram amplamente pesquisados por numerosas escolas e
Especialidades, que definiram a língua como Signo ou como Sistema de
Signos; como, por exemplo, a Gramática, a Filologia, a Teoria e Crítica
Literária, o Estruturalismo Formalista, a Pragmática, a Semiótica, a Análise
do Discurso da Conversação e do Texto.
Foram várias as escolas e Especialidades que concentraram o seu
trabalho na pesquisa e descrição dos Sistemas Sígnicos ao longo da
história. Entre outras podemos destacar a Gramática (tradicional), o
Estruturalismo Formalista, o Gerativismo, e a Gramática Transformacional.
Existem vários autores importantes, que pesquisaram ao longo dos
séculos os sistemas sígnicos a partir de vários pontos de vista, com
distintos paradigmas e alta qualidade científica nos campos das suas
Especialidades; como, por exemplo, Aristóteles, Sexto Empírico, Dionísio o
Trácio, Apolônio Díscolo, Ferdinand de Saussure, Chomsky, Johns Lyons,
etc. Foram de alguma forma autores pioneiros ou mestres-guias que no
campo linguístico situam-se em um patamar de cientificidade que nos
parece proporcionalmente semelhante ao de Copérnico e Galiléu para a
astronomia. Porém, a língua não é somente um Signo ou Sistema de
Signos, pois é também Ação e Energia, um Sistema Energético produtor de
energias e forças.
Os Sistemas Sígnicos Tipo S¹ são os signos semânticos
dicotômicos, separados radicalmente dos sistemas semióticos e dos
energéticos, como acontece na frase, “a mesa é branca”, conforme o
sentido semântico e léxico normal dos termos na Gramática;
Os Sistemas Sígnicos Tipo S² são os signos semióticos
dicotômicos, quando separados radicalmente dos semânticos e dos
energéticos, como no exemplo “Casa de ferreiro espeto de pau”;
Os Sistemas Sígnicos Tipo S³ são os signos semióticos e
semânticos integrativos, conforme a compreensão da Linguística
Dinâmica e Integrativa. Neles, os sentidos semânticos se relacionam e
47
integram com os signos semióticos e os energéticos, com os lógicos e
os simbólicos no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e
na obra.
SISTEMAS DINÂMICOS (Tipo D) são os sistemas linguísticos que
funcionam e operam como princípios justificativos das funções dinâmicas
da Língua, que é complexa, multidimensional e multivariável. Os dados das
pesquisas mostram que a Língua possui vários tipos de sistemas
dinâmicos, entre os quais podemos destacar os Pragmáticos, os Cinéticos,
os Energéticos, os Gerativos, e outros, como os psíquicos, os mentais, os
neurológicos, os neurofuncionais, os genéticos, os inatos, etc. Por isso, a
ciência Linguística precisa constituir e desenvolver vários tipos de
Especialidades Dinâmicas, como a Especialidade Pragmática, a
Especialidade Energética, a Especialidade Cinética, a Especialidade
Gerativa, a Especialidade Psicolinguística, a Especialidade
Neurolinguística, a Especialidade Genética, a Especialidade Inata, etc.
Os Sistemas Dinâmicos Tipo D¹ são os sistemas dinâmicos da
pragmática dicotômica, que são Sistemas Cinéticos, próprios da mobilidade
dos elementos, sem nenhuma capacidade produtora de Energias, Forças e
Efeitos;
Os Sistemas Dinâmicos Tipo D² são os sistemas dinâmicos e
energéticos da Linguística Dinâmica e Integrativa, produtores de energias,
forças e efeitos no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e na
obra.
Os Sistemas Dinâmicos Tipo D³ são os sistemas dinâmicos e
energéticos integrativos de qualquer escola que relaciona e integra
normalmente os sistemas dinâmicos sígnicos e energéticos;
Sobre os Sistemas Dinâmicos trataremos várias vezes mais
amplamente, especialmente sobre os Sistemas Energéticos. Não tem
sentido que os Pragmáticos Dicotômicos declarem e defendam, por meio
48
de falsos princípios científicos insustentáveis, que a Língua não tem
Sistemas Energéticos, alegando que tem Sistemas Pragmáticos, ou que
eles já os pesquisaram para tentarem negar à Linguística Dinâmica o direito
de pesquisá-los e transmitir os conhecimentos alcançados.
Os Sistemas Pragmáticos são dinâmicos, porque são Cinéticos, pela
mobilidade dos elementos. Mas, a Língua possui também entre os seus
Sistemas Dinâmicos, os Sistemas Energéticos e os Sistemas Gerativos.
SISTEMAS PRAGMÁTICOS (Tipo P) são os sistemas linguísticos
dinâmicos pelos quais o uso da Língua funciona ou pode funcionam como
ação ou parte de uma ação em determinados usos e contextos, quando
falar ou escrever é agir ou realizar uma ação.
A pesquisa sobre os sistemas pragmáticos foi introduzida por John
Austin, e desenvolvida pela Pragmática. Austin observou com precisão e
objetividade este tipo de sistemas, realizando uma distinção entre três tipos
de atos de fala:
Atos Locucionários, que tem a qualidade de expressarem sentidos e
significados e descreverem algum estado de coisas;
1) Atos Ilocucionários, que produzem forças ilocutivas;
2) Atos Perlocucionários, que produzem efeitos perlocucionários.23
Austin propõe-se no seu trabalho de pesquisa corrigir ou
superar a vetusta suposição de que a língua era somente um signo
para expressar sentidos e significados ou descrever algum estado de
coisas, e defende que passar por alto as possibilidades pragmáticas
23 Austin, ob. cit., vers. bras., 1990, p. 25-26, ; Austin, ob. cit. vers. esp. 1998, p. 41, 46, 53, 66, 107, 138. Este tema foi detalhadamente pesquisado na Tese doutoral por MEDINA, A.T. (2004) La Noción de Fuerza Ilocutiva en la obra ‘Cómo hacer cosas con palabras’ de Austin. Editora Universitária da Universidade de Barcelona. http://www.tdx.cesca.es/TDX-1001104-094226/., p. 77-205
49
(que agora se percebem), tal como antes era comum, é cometer a
chamada “falácia descritiva”.24
Os Sistemas Pragmáticos são parcialmente dinâmicos, pela
introdução da pesquisa dos Sistemas Cinéticos, próprios da
mobilidade dos elementos; porém, a escola da Pragmática
Dicotômica conserva uma lacuna no campo linguístico, por omitir,
desconsiderar ou negar os Sistemas Energéticos da Língua no
sentido dos termos nas Regras do Discurso do Método de René
Descartes.
SISTEMAS CINÉTICOS (Tipo C) são os sistemas linguísticos da
mobilidade dos elementos. Assim, por exemplo, observamos que os fones,
os fonemas, as sílabas, os morfemas, as palavras, os sintagmas e os atos
de fala têm uma mobilidade potencialmente infinita nas conversações,
discursos, textos e obras.
Os sistemas Cinéticos da Língua foram pesquisados ao longo de
toda a história desta ciência, desde o período grego clássico, na tradição e
no século XX, por numerosas escolas, a partir de vários pontos de vista
com paradigmas distintos. Embora até a presente data nenhuma escola
tenha lhes dado esta denominação de Sistemas Cinéticos, são sistemas
constitutivos e operativos da Língua essências ou fundamentais.
Entre as escolas que pesquisaram este tipo de sistemas, podemos
destacar a Filologia, a Teoria e Crítica Literária, a Estilística, a Oratória, a
Retórica, a Gramática Evolutiva ou Histórica, a Pragmática, a Análise do
Discurso, da Conversação e do Texto, a Semiótica e outras. A
denominação de Sistemas Cinéticos tem a vantagem de relacionar
sistemas linguísticos pesquisados e descritos por escolas tão distintas
24 Austin, ob. cit., vers. esp. p. 43.
50
como a filologia, a estilística, a teoria e crítica literária, a pragmática e a
semiótica.
SISTEMAS ENERGÉTICOS (Tipo €) são os sistemas linguísticos
produtores de energias, forças, efeitos, eficácia, competência, vitalidade,
competitividade, produtividade e poder. Foram observados e apontados
desde o período grego clássico pela Corrente da «Enérgeia», por autores
importantes como Aristóteles, os Estoicos e Humboldt. Porém, por razões
ainda pouco esclarecidas na história desta ciência, os setores mais radicais
da inércia do conservadorismo das escolas da Corrente do «Ergon»
impediram por meios paradigmáticos, retóricos, ideológicos, religiosos,
políticos e acadêmicos, o normal desenvolvimento das ESPECIALIDADES
ENERGÉTICAS da linguística, de tal maneira que este tipo de sistemas não
foi devidamente pesquisado ao longo da história desta ciência, razão pela
qual a cultura e a civilização têm poucos conhecimentos científicos e
tecnológicos sobre eles, e com muita frequência são negados pelas teorias
unívocas ou dicotômicas como se não existissem na língua, na linguagem e
no fenômeno linguístico. Mas, a sua existência está comprovada, e é sobre
eles que tratam a Corrente da «Enérgeia» e a Linguística Dinâmica.
São os sistemas linguísticos produtores de energias, forças e efeitos,
que, como veremos, são de grande relevância nos campos da existência
humana, da sociedade, da cidadania, da profissão, da empresa, da política,
da economia, da cultura, do poder, da religião, das relações públicas,
relações humanas e relações internacionais.
A Língua possui vários tipos de Sistemas Energéticos.
Os Sistemas Energéticos Tipo €¹, são os sistemas energéticos
relativistas e integrativos, conforme a perspectiva da Linguística
51
Dinâmica e Integrativa, que funcionam normalmente juntos e
integrados com os Sistemas Estáticos, os Modelares, os Dinâmicos,
os Pragmáticos, os Cinéticos, os Gerativos, os Semióticos, os
Verbais, os Não-verbais, no ato de fala, na conversação, no discurso,
no texto e na obra.
Os Sistemas Energéticos Tipo €² são os sistemas energéticos
puros, considerados em si, nas suas Especialidades Energéticas
específicas e puras, como distintos e separados dos Sistemas
Estáticos, dos Modelares, dos Pragmáticos, dos Cinéticos, dos
Gerativos. Em determinados estudos e trabalhos a Linguística
Dinâmica concentra a sua pesquisa nos Sistemas Energéticos puros.
Porém, entende que, ao lado, a linguística precisa desenvolver a
Linguística Dinâmica e Integrativa, que pesquisa a relação entre os
sistemas energéticos, os estáticos, os modelares, os pragmáticos, os
cinéticos, os gerativos, etc.
Os Sistemas Energéticos Tipo €³ são os sistemas energéticos
quando considerados como absolutos, lineares e dicotômicos radicais
por uma operação lógica formal deturpada, posição que também pode
existir e se manifestar, como aconteceu com a visão pragmática
dicotômica.
Na prática da ação social e política, não existe nenhum discurso,
conversação, ato de fala ou obra sem a participação, em ato ou em
potência, dos Sistemas Energéticos da Língua, produzindo energias e
forças, assim, como não seria possível o funcionamento eficaz do
organismo humano sem a participação ativa do conjunto dos sistemas
cardiológicos, pneumológicos, neurológicos, linfáticos, anatômicos,
fisiológicos, mentais, psíquicos e gastrointestinais.
Assim, por exemplo, por muito distintos que sejam os sistemas
cardiológicos dos neurológicos no organismo humano, funcionam
52
normalmente juntos, integrados e mutuamente implicados. Da mesma
forma, por muito diferentes que sejam os sistemas linguísticos energéticos
dos estáticos; e por muito distintos que sejam uns dos outros, os
imperativos, os valorativos e os persuasivos no ato de comando “Por Dios y
Por la Pátria, atacar”, funcionam normalmente juntos, integrados e
mutuamente implicados.
A redução das energias e forças linguísticas às categorias do sentido
e do significado, como fez uma longa tradição unívoca e dicotômica, e
como fizeram as teorias linguísticas da Pragmática Dicotômica do século
XX, sem levarem em consideração os dados empíricos do fenômeno
linguístico, é um reducionismo teórico, um equívoco, pela deturpação da
lógica formal dos pressupostos.
Também na linguística, como na física, é preciso fazer uma distinção
clara entre os SISTEMAS CINÉTICOS e os ENERGÉTICOS. Precisamos
destacar este fato porque os pragmáticos dicotômicos, que defendem na
atualidade as teorias linguísticas herdadas do século XX, estão
confundindo esses dois conjuntos, criando um novo sofisma para justificar o
seu equívoco teórico de negar os sistemas energéticos. No seu jogo
confuso da retórica oportunista da linguística elitista de Maquiavel, os
pragmáticos dicotômicos equiparam os sistemas CINÉTICOS e os
ENERGÉTICOS, tomando os cinéticos pelos energéticos, disseminando a
falsa ideia de que eles pesquisam os SISTEMAS ENERGÉTICOS da
língua. Mas, isso é uma inverdade, uma falácia descritiva com o objetivo de
continuar enganando a cultura, a civilização e a humanidade negando os
Sistemas Energéticos em função da política linguística elitista de
Maquiavel.
Equivocaram-se os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos,
os analistas do discurso e os gramáticos quando negaram nas suas
teorias sobre a noção da língua, como se não existissem, os sistemas
dinâmicos e energéticos, pesquisados pelos partidários da Corrente
da «Enérgeia», e agora retomados pela Linguística Dinâmica. Aquela
53
posição teórica que negava a existência dos sistemas energéticos da
língua é atualmente insustentável conforme a aplicação dos princípios
e paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.
Esses dois conjuntos de sistemas da Língua, os CINÉTICOS e os
ENERGÉTICOS, são distintos, embora funcionem juntos e integrados no
fenômeno linguístico, de tal maneira que precisam ser pesquisados e
descritos por Especialidades específicas distintas com paradigmas
diferentes; porém, não são contraditórios nem irreconciliáveis, pois
funcionam normalmente juntos e integrados no ato de fala, na conversação,
no discurso e na obra.
É pela falta de pesquisa sobre os Sistemas Energéticos da língua e
da linguagem, e pelo não desenvolvimento das suas Especialidades
Energéticas, que a linguística herdada do século XX é uma ciência
atrasada, em relação à física atômica e nuclear, à neurologia, à biologia, à
matemática, à ecologia, à astronomia, à oceanografia, à geodésia e a
outras ciências que desenvolveram nos seus campos amplamente as suas
Especialidades Energéticas durante os séculos XVIII, XIX e XX. A
linguística sofreu neste ponto um atraso secular que é preciso superar no
século XXI.
SISTEMAS VERBAIS (Tipo V) são os sistemas linguísticos
constituídos pelo conjunto dos fonemas, morfemas, palavras e sintagmas
funcionando pelos mecanismos das Estruturas Semânticas e Sintáticas.
Foram investigados por várias escolas, entre as quais, podemos destacar a
Gramática tradicional, o Estruturalismo Formalista, a Gramática
Transformacional e a Semântica.
SISTEMAS NÃO - VERBAIS (Tipo N-V) são os sistemas linguísticos
que funcionam pelos mecanismos da significação e energização semiótica,
lógica, simbólica e pragmática. Foram pesquisados por várias escolas a
partir de vários pontos de vista distintos, pela Semiótica, pela Pragmática e
54
outras escolas. A Língua não se reduz ao conjunto dos sistemas sintáticos
e semânticos, como acreditaram as escolas da Gramática, do
Estruturalismo Formalista e da Semântica.
SISTEMAS INTEGRATIVOS
Os dados das pesquisas mostraram que os sistemas que os
gramáticos pesquisaram e descreveram ao longo da tradição funcionam
normalmente juntos e integrados com os sistemas pesquisados pelos
estruturalistas, pelos pragmáticos, pelos filólogos, pelos teóricos e críticos
literários, pelos analistas do discurso e pelos linguistas dinâmicos, no ato
de fala, na conversação, no discurso no texto e na obra. Isso significa que
os distintos tipos de sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», acima
caracterizados, não funcionam isolados ou separados por uma dicotomia
absoluta e radical; e sim, pelo contrário, juntos e integrados. Os distintos
sistemas da língua funcionam normalmente juntos e intergrados, e não
separados radicalmente.
A dicotomia ou separação radical entre a língua e a fala, entre a
sincronia e a diacronia das teorias do século XX, é um SOFISMA, fruto de
um argumento lógico deturpado, inventado pelos pressupostos das teorias
unívocas e dicotômicas das escolas da Corrente do «Ergon», uma ideia
pseudocientífica que não se sustenta porque é incongruente com os dados
empíricos e analíticos do fenômeno linguístico, e entra em contradição com
os princípios científicos da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, com
as regras do Discurso do Método de René Descartes e com a concepção
de paradigma de Thomas Kuhn.
É muito pobre, reducionista e fracionária a forma como se trata a
composição da língua nas teorias gramaticais unívocas e nas teorias
55
linguísticas dicotômicas da tradição e do século XX, prejudicando a
formação e a capacitação profissional e empresarial de todas as categorias.
Assim, por exemplo, os chamados NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO
SEMIÓTICA, de que trata a Semiótica do século XX, são fenômenos
complexos, nos quais é preciso distinguir os níveis de significação e
energização semiótica, lógica, simbólica e pragmática. Não somente são
signos que expressam sentidos, significados e significações, como
ensinaram as teorias da semiótica do século XX, pois, como vamos
analisar, são também SISTEMAS ENERGÉTICOS, produtores de energias
linguísticas que causam efeitos psíquicos, mentais e comportamentais.
Neste sentido, os chamados níveis de significação no século XX são ao
mesmo tempo níveis de significação e energização semiótica, lógica,
simbólica e pragmática.
Assim, por exemplo, a letra da canção Asa Branca de Luiz Gonzaga,
“Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João” não é somente
um SIGNO que expressa sentidos, significados e significações, pois é
também uma AÇÃO ou parte de uma ação requerendo implicitamente a
solução dos gravíssimos problemas do Sertão, e um SISTEMA
ENERGÉTICO, produtor de energias, forças e efeitos para impulsionar a
busca da solução dos mesmos.
A língua em uso manifesta normalmente várias camadas de
significação e energização que podem funcionar juntas e integradas:
a) Manifesta uma camada de significação e energização semântica,
como por exemplo, no ato de comando do General Franco na
Espanha: “Por Dios y por la Patria, atacar”.
b) Manifesta uma camada de significação e energização semiótica,
como por exemplo, na expressão da cultura “Casa de ferreiro,
espeto de pau”, na qual uma parte dos sentidos e energias são
56
processados e operados pelos níveis de significação e
energização semiótica;
c) Manifesta uma camada de significação e energização lógica,
como por exemplo, na frase “Duas baratas e duas formigas não
são quatro cidadãos de respeito e de bem”, emitida contra um
grupo de pessoas que o falante tenta desqualificar por meio de
uma ironia;
No contexto irônico essa frase, não somente expressa sentidos,
significados e significações, pois produz também energias e forças
irônicas. Assim, a ironia é ao mesmo tempo um SIGNO e um
SISTEMA ENERGÉTICO, produtor de energias, forças e efeitos.
Com frequência, a ironia energiza as mentes, as psiques, as
consciências e os comportamentos.
d) Como já tratado, a canção Asa branca de Luiz Gonzaga,
manifesta uma camada de significação e energização simbólica,
onde a fogueira de que fala não é uma fogueira material que
alguém tenha feito juntando madeiras e tocando fogo nelas: Não é
um incêndio real, e sim, uma fogueira simbólica, que representa
“O sol causticante do sertão” que queima e racha a terra, seca as
plantações, mata o gado e deixa o povo na pobreza, na miséria e
na fome.
Assim, a camada simbólica da canção Asa Branca de Luis
Gonzaga, não é somente um SIGNO que expressa sentidos,
significados e significações, pois é também uma AÇÃO pela busca da
solução do problema das secas do sertão, e um SISTEMA
ENERGÉTICO, produtor de energias, forças e efeitos para mobilizar
as pessoas e instituições em busca da solução dos problemas.
57
Luiz Gonzaga não era um jornalista que somente informava sobre
algo, pois era um artista e cidadão consciente que buscava com a sua arte
a solução dos problemas do Sertão; e por isso, a sua obra é tão importante
para o povo pernambucano e brasileiro.
Deste modo, os estudos linguísticos da tradição e do século XX são
parciais e reducionistas: Não analisam a totalidade dos sistemas
linguísticos. As distintas camadas de significação e energização da língua
funcionam juntas como um sistema complexo único e integrado.
Seguindo a linha de pensamento de Humboldt, a Linguística
Dinâmica e Integrativa busca pesquisar a totalidade dos sistemas
linguísticos que operam no uso da Língua; por isso, critica os
reducionismos teóricos da tradição e do século XX, porque são
incongruentes com os dados empíricos e analíticos do fenômeno
linguístico, ferem as Regras do Discurso do Método de René Descartes, e
não levam em conta os princípios da Nova Filosofia da Ciência.
58
5.2.2 O 2º eixo da Linguística: Os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística.
A Língua precisa ser pesquisada também a partir do ponto de vista
dos sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-
Mente-Psique linguística, como se representa no Gráfico 15: É o 2º Eixo da
Linguística, que precisa ser formulado e desenvolvido.
Gráfico 15
Como se representa no Gráfico 15, no seu Plano Profundo, a Língua
está integrada pelos Sistemas da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-
Psique linguística:
59
Conforme as concepções de Aristóteles e de Humboldt, a «Enérgeia»
é o sistema central ou maior da produção de energias e forças no ato de
fala, na conversação, no discurso, no texto e na obra. Assim, uma parte
representativa das energias e forças da língua em uso provém da mente,
do pensamento e da estratégia de ação, comunicação e interação.
A Central Cérebro-Mente-Psique linguística está constituída pela
união e integração de vários tipos de sistemas Gerativos: os
Neurolinguísticos, os Mentais e os Psíquicos, que processam os dados,
conhecimentos, informações, pensamentos, experiências e intenções junto
com as formas e as estruturas, e comandam os órgãos linguísticos para a
produção, emissão e interpretação dos atos de fala, das conversações, dos
discursos, dos textos e das obras.
Assim, no seu Plano Profundo, a Língua está constituída pela união
integrada de vários sistemas, os sistemas Tipo G (Gerativos), Tipo N
(Neuronais ou Neurolinguísticos), Tipo Me (Mentais), Tipo Ps (Psíquicos|).
Tipo G = Sistemas Gerativos;
Tipo N = Sistemas Neuronais ou Neurolinguísticos;
Tipo Me = Sistemas Linguísticos Mentais;
Tipo Ps = Sistemas Psíquicos ou Psicolinguísticos.
SISTEMAS GERATIVOS (Tipo G) é o conjunto dos sistemas
linguísticos profundos da Central Cérebro-Mente-Psique linguística,
constituída pela união integrada dos Subsistemas Tipo N, Tipo Me e Tipo
Ps., que geram e processam os dados, conhecimentos, experiências,
vivências, intenções, estratégias e funções junto com as formas e as
estruturas, e que comandam os órgãos linguísticos para a produção,
emissão e interpretação do ato de fala, da conversação, do discurso, do
texto e da obra.
60
Sem os sistemas gerativos profundos da referida Central seriam
impossíveis o discurso e a fala de forma eficaz e competente. Sobre estes
sistemas trataram vários autores e escolas a partir de vários pontos de vista
e paradigmas, entre outros, Herder, Humboldt, Descartes e Chomsky. A
Linguística Dinâmica e Integrativa verificou e confirmou com a sua pesquisa
a existência dos referidos Sistemas e Subsistemas do plano profundo.
SISTEMAS NEURONAIS OU NEUROLINGUÍSTICOS (Tipo N) é o
conjunto dos sistemas linguísticos do cérebro que articulados com os
sistemas psíquicos e mentais integram a Central Cérebro-Mente-Psique
linguística. São campos linguísticos no pleno sentido do termo que, com o
desenvolvimento desta ciência, deverão ser pesquisados mais
detalhadamente com procedimentos neuronais e neurolinguísticos.
Uma evidência de que a língua tem sistemas neurológicos no
conjunto dos seus sistemas constitutivos e operativos, é o fato amplamente
observado e constatado durante os últimos séculos de que, quando se
produz uma lesão profunda em determinados pontos localizados do
cérebro, o sistema linguístico e a fala deixam de funcionar.
A Língua é uma capacidade humana com características próprias
específicas, como a capacidade de andar, saltar y nadar. Negar este dado
em razão dos sofismas das teorias linguísticas da Corrente do «Ergon» da
tradição e do século XX é querer “tampar o sol com uma peneira para
provar que o sol não existe”, como diz o refrão popular com uma carga de
ironia.
SISTEMAS MENTAIS (Tipo Me) é o conjunto dos sistemas da mente,
que articulados com os sistemas psíquicos e neurológicos integram a
Central Cérebro-Mente-Psique linguística. São campos linguísticos que
deverão ser pesquisados por procedimentos mentais e linguísticos. Os
dados mostram que, sem o funcionamento ativo e dinâmico dos sistemas
da mente e do pensamento os atos de fala e os discursos não teriam
61
eficácia para determinadas funções complexas, como por exemplo, no
discurso jurídico do Promotor e do Advogado de Defesa, e nas atividades
da produtividade profissional e empresarial nos atos da Administração.
Como destacou Humboldt, conforme a constituição ontológica do ser
humano, a mente é uma parte integrante da língua; e vice-versa, a língua
uma parte integrante da mente. Tal é a natureza integrada do ser humano.
Os dados da pesquisa da Linguística Dinâmica e Integrativa mostram
evidências de que não podemos separar radicalmente a mente da língua,
nem a língua da mente, como se fossem dois sistemas sem nenhuma
conexão mútua, como fazem equivocadamente as teorias das escolas
linguísticas dicotômicas da Corrente do «Ergon».
Pelo contrário, os dados mostram que, como entende de forma
adequada a psicologia, a língua funciona em conexão direta e imediata com
a mente e os sistemas neuronais; e vice-versa, a mente e os sistemas
neuronais funcionam em conexão direta e imediata com a língua.
SISTEMAS PSÍQUICOS OU PSICOLINGUÍSTICOS (Tipo Ps) é o
conjunto dos sistemas da psique que, articulados com os sistemas mentais
e neurológicos, integram a Central Cérebro-Mente-Psique Linguística. São
campos linguísticos que deverão ser pesquisados por procedimentos
psíquicos e psicolinguísticos. Os dados das novas pesquisas mostram que
sem o funcionamento dinâmico e adequado dos sistemas psíquicos, não
seria eficaz o funcionamento da língua em uso, especialmente, a tomada
de decisões automática do falante na seleção e combinação das palavras
para a emissão e produção dos atos de fala, conversações, discursos e
textos nas distintas situações complexas e variáveis da nossa sociedade
altamente competitiva.
62
Assim, os dados das pesquisas mostraram evidências de que, no seu
plano profundo, a Língua está constituída e integrada pelo conjunto do
Pensamento, da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique
linguística, um Sistema de Sistemas GERATIVOS (Tipo G), constituído pela
união integrada e dialética de três conjuntos de subsistemas, de Tipo N
(neurológicos), de Tipo Me (mentais) e de Tipo Ps (psíquicos).
Assim, o Plano Profundo da língua é um Sistema de Sistemas
complexo constituído pela união de vários conjuntos de Sistemas Gerativos
(Tipo G), incluindo os Subsistemas Mentais (Tipo Me), os Subsistemas
Psíquicos (Tipo Ps), e os Subsistemas Neurológicos (Tipo N).
Como observou Humboldt, e como se confirma pela nova pesquisa,
contrariando a visão reducionista de Saussure, a língua está constituída e
integrada pelo conjunto dos sistemas gerativos do Plano Profundo da
«Enérgeia», do Pensamento e da Central CÉREBRO-MENTE-PSIQUE
linguística. Contrariando a visão reducionista saussuriana, não há língua
sem pensamento e sem energia.
Foram vários os autores e escolas que apontaram para este conjunto
de sistemas linguísticos do Plano Profundo, embora não foram tão
detalhadamente pesquisados e descritos pelas escolas como os sistemas
do Plano de Superfície do «Ergon»: Estes Sistemas foram apontados pelas
escolas da Corrente da «Enérgeia», por Aristóteles, os Estoicos, Humboldt,
inclusive pelas Escolas da Corrente Racionalista, como Descartes, Herder,
Chomsky, o gerativismo, a neurolinguística e a psicolinguística.
A Central CÉREBRO-MENTE-PSIQUE LINGUÍSTICA é no falante e
no interlocutor o sistema gerador central das operações da emissão e
produção do ato de fala, da conversação, do discurso e do texto.
Os dados da pesquisa mostraram que esta Central é um sistema
constitutivo e operativo fundamental da língua, que processa numerosas
operações relevantes da fala e da escritura, que processa os
conhecimentos, pensamentos, experiências, dados, informações,
intenções, estratégias de ação, comunicação, produtividade e poder junto
com as formas e as estruturas, e que comanda os órgãos linguísticos para
63
a emissão / produção / interpretação dos atos de fala, das conversações,
dos discursos, dos textos e das obras, nos distintos usos e contextos de
situação.
Sem a referida Central a língua não existiria e não funcionaria com
dinamismo e eficácia.
Sem dúvida, conforme o espírito da ciência, esta hipótese precisa ser
sistematicamente verificada e comprovada pelos vários setores da
Comunidade Científica. Porém, é ilegítima toda e qualquer proibição ou
censura das escolas da Corrente do «Ergon», que tentam impedirem com
abuso paradigmático a pesquisa e a livre manifestação do pensamento dos
autores e escolas da Corrente da «Enérgeia», que buscam divulgar esta
hipótese para a sua verificação e confirmação.
Assim, os dados da pesquisa da Linguística Dinâmica e Integrativa
reforçam ou verificam a Hipótese da Corrente da «Enérgeia», postulada por
Aristóteles e os Estoicos e reforçada por Humboldt, de que a língua não é
somente «Ergon», pois é também «Enérgeia».
Portanto, é preciso fazer uma reformulação da noção de Língua da
Gramática tradicional e da Linguística Modernista. Assim, como se
representa nos Gráficos, a LÍNGUA não é somente o conjunto das
palavras, orações, formas, estruturas, atos de fala, conversações,
discursos, textos e obras do Plano de Superfície do «Ergon», que o homem
utiliza normalmente como instrumentos da sua ação, comunicação e
informação na qualidade de falante, interlocutor ou escritor, como
pensaram as escolas linguísticas do positivismo pragmático e dicotômico
do século XX; pois, os dados das novas pesquisas mostraram que está
constituída pela união integrada e dialética dos sistemas do Plano de
Superfície do «Ergon» com os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia»
e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística. Sem os sistemas
neurológicos, psíquicos e mentais da referida Central não existiria língua
nem discurso, nem texto.
64
Equivocaram-se os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos, os
analistas do discurso e os gramáticos quando negaram nas suas teorias
sobre a noção da língua, como se não existissem, os sistemas do Plano
Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística,
apontados por Humboldt e os partidários da Corrente da «Enérgeia» e da
Linguística Dinâmica.
Aquela posição teórica que negava a existência da «Enérgeia» e da
Central Cérebro-Mente-Psique linguística na Língua é atualmente
insustentável pela aplicação dos princípios e paradigmas da Nova Filosofia
da Ciência.
Isso significa que uma parte dos sistemas neurológicos, uma parte
dos sistemas mentais e uma parte dos sistemas psíquicos são sistemas
linguísticos, no pleno sentido do termo, sistemas constitutivos e operativos
da Língua, sem os quais a Língua seria impossível e não funcionaria de
forma adequada, completa e eficaz.
Como entende a Psicologia, a língua é fundamentalmente uma
capacidade humana que tem um plano de superfície e um plano profundo.
No seu Plano de Superfície, a língua contém os Sistemas do
«Ergon» (as palavras, orações, formas, estruturas, atos de fala,
conversações, discursos, textos e obras). No seu plano profundo, contém
os sistemas do Pensamento, da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-
Psique linguística. De tal maneira que os dados da pesquisa mostram que
não existiria língua sem Pensamento, sem «Enérgeia», sem a Central
Cérebro-Mente-Psique linguística. De tal modo que seria impossível emitir
um discurso dinâmico com força e potência produtora de eficácia,
resultados e efeitos, sem o real funcionamento dos sistemas da «Enérgeia»
e da referida Central.
65
A opinião saussuriana da Corrente do «Ergon», que nega na língua
o Plano Profundo do Pensamento, da «Enérgeia» e da Central Cérebro-
Mente-Psique linguística é um reducionismo teórico, a mistura de uma meia
verdade do plano das Especialidades e uma inverdade da mal denominada
“Linguística Geral”, que se transforma em uma retórica meronímica,
SOFISMA e FALÁCIA, pois os dados das novas pesquisas mostram que a
língua é a união integrada do «Ergon» e da «Enérgeia».
Não se nega a verdade parcial ou relativa das Especialidades do
Plano de Superfície do «Ergon»: É evidente que as palavras, as orações,
as formas, as estruturas, os atos de fala, as conversações, os discursos, os
textos e as obras são elementos constituintes e operativos da língua. O que
se nega é que essa verdade parcial seja um princípio absoluto e universal
da ciência para todos os setores e Especialidades da linguística. O conjunto
dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon» não é o conjunto integral
de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua; e sim, apenas,
uma parte da mesma.
A INVERDADE dos setores unívocos e dicotômicos da Corrente do
«Ergon» é esse outro lado da questão: A língua não é somente o conjunto
dos sistemas do «Ergon», pois é a união integrada dos Sistemas do
«Ergon» e da «Enérgeia». O Gráfico 12 é uma representação dos sistemas
do Plano Profundo.
Para todos os efeitos, é preciso deixar clara e explícita esta ideia de
que a Língua não é somente o conjunto dos sistemas do Plano de
Superfície do «Ergon», pois está constituída pela união integrada e dialética
dos sistemas do Plano de Superfície com os Sistemas Profundos da
«Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique Linguística. Precisamos
reforçar essa hipótese, propondo a sua verificação, porque as teorias
linguísticas da Corrente do «Ergon» do século XX criaram um grande
equívoco com sofismas e falsos princípios científicos, negando o fato.
66
O Gráfico 4.1 representa um conjunto dos sistemas integrativos
parciais dos Sistemas do Plano de Superfície do «Ergon» com os
Sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-
Mente-Psique linguística.
Conforme os princípios da Nova Filosofia da Ciência, não há
como compreender racionalmente a natureza da língua, sua forma de
composição e seu sistema de funcionamento, somente pela pesquisa
dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», sem a sua conexão
com os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central
67
Cérebro-Mente-Psique Linguística, que processa os pensamentos, os
conhecimentos, as informações, as experiências e as intenções junto
com as formas e as estruturas, e que comanda os órgãos linguísticos
para a emissão, produção e interpretação do ato de fala, da
conversação, do discurso, do texto e da obra.
Por várias ciências e especialidades, especialmente pela
neurolinguística, hoje se tem conhecimento e consciência de que não
existiria a língua e não poderia funcionar com eficácia sem o normal
funcionamento da mente, da psique e do cérebro. Deste modo,
funcionam juntos e integrados na língua e na linguagem pela própria
natureza do fenômeno linguístico, os sistemas do Plano de Superfície
do «Ergon» e os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da
Central Cérebro-Mente-Psique Linguística.
A língua e a fala não existiriam, seriam impossíveis, sem a
conexão entre os sistemas do Plano de Superfície do «Ergon» e os
Sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-
Mente-Psique Linguística, assim como não existira no homem a sua
capacidade de andar, correr, saltar e nadar sem o normal
funcionamento dos sistemas orgânicos, neurológicos, psíquicos e
mentais.
Porque o normal funcionamento do cérebro, da mente e da
psique é uma condição indispensável para a existência e o
funcionamento da língua e da linguagem, assim como é indispensável
para o normal funcionamento das capacidades de andar, correr, saltar
e nadar, de tal maneira que não existiria língua sem o cérebro, sem a
mente e sem a psique.
68
5.2.3 O 3º eixo da Linguística: Os sistemas do Plano Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da Civilização.
A Língua precisa ser pesquisada, finalmente, a partir do ponto
de vista dos Sistemas Coletivos Transverbais da Cultura, da Nação e
da Civilização, como se representa no Gráfico 16, porque está
integrada também por esse conjunto dos Sistemas do Plano
Transverbal.
Como observou e destacou Humboldt, por meio da pesquisa
sobre numerosas línguas de todos os continentes, toda língua
situa-se no contexto de uma cultura, de uma nação e de uma
civilização, e delas assimila parte dos seus sistemas. De tal maneira
que não existe língua sem essa conexão. Deste modo, uma noção
de língua que omite, desconsidera ou nega os Sistemas Coletivos
Transverbais da Cultura, da Nação e da Civilização é uma ficção
teórica, um falso princípio científico das escolas unívocas e
dicotômicas radicais da Corrente do «Ergon», uma meia verdade
no plano das Especialidades que funciona como um sofisma no
plano da suposta “Linguística Geral”, uma retórica meronímica que
toma «uma parte» da Língua pela «Língua inteira», que reduz «a
Língua» a «uma parte da mesma» e que denomina «o todo» com o
nome da «parte», um equívoco científico imposto pelas escolas
como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência.
69
Gráfico 16
O Plano Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da Civilização
está constituída e integrada pelos seguintes elementos:
a) Pelos sistemas linguísticos transverbais da Psicologia Coletiva dos
Povos, Nações e Civilizações;
b) Pelos sistemas linguísticos transverbais da Psicologia Coletiva da
Cultura e da Sociedade;
c) Pelos sistemas linguísticos transverbais das Leis Sociológicas;
d) Pelos sistemas linguísticos transverbais da Forma Interna, conforme
o conceito de Humboldt;
e) Pelos sistemas linguísticos transverbais do Vínculo do Código
Ideológico, conforme o conceito de Backtin.
70
Equivocaram-se os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos, os
analistas do discurso e os gramáticos quando negaram nas suas teorias
sobre a noção da língua, como se não existissem, os sistemas do Plano
Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da Civilização, apontados por
Humboldt e reforçados por Backtin.
A posição teórica que negava na Língua a existência dos sistemas do
Plano Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da Civilização, é
atualmente insustentável pela aplicação dos princípios e paradigmas da
Nova Filosofia da Ciência.
Isso significa que os sistemas do referido Plano Coletivo Transverbal
são sistemas linguísticos no pleno sentido do termo, sistemas constitutivos
e operativos da Língua, sem os quais a Língua seria impossível e não
funcionaria de forma adequada e completa.
CONCLUSÃO: Não existe nenhuma língua nos moldes do
Objetivismo Abstrato Absoluto de Ferdinand de Saussure e do
Estruturalismo Formalista, nem nos moldes do Subjetivismo Idealista da
Pragmática Dicotômica e da Análise do Discurso, da Conversação e do
Texto.
A língua está sempre implicada pelos três lados ou eixos: Pelo lado
dos Sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», pelo lado do Plano
Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística, e
pelo lado do Plano Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da
Civilização.
São três dimensões que operam juntas e integradas, dialeticamente
implicadas no fenômeno linguístico.
A observação do processo de aquisição e desenvolvimento da língua
por parte do bebê, do infante, do menino e do adolescente, mostra
evidências de que há uma reversibilidade ou relação dialética entre o Plano
de Superfície do «Ergon», o Plano Profundo da «Enérgeia», da Central
71
Cérebro-Mente-Psique Linguística, e o Plano Transverbal da Coletividade,
da Nação e da Civilização. Sem essa reversibilidade não existiria a
aquisição da língua materna, nem o seu uso eficaz e dinâmico.
Os novos dados da pesquisa mostram que a negação radical da
vinculação estrutural e operativa dos sistemas do Plano de Superfície do
«Ergon» com os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central
Cérebro-Mente-Psique Linguística, por parte das teorias linguísticas do
século XX, é um equívoco teórico como consequência de um raciocínio
lógico deturpado dos sofismas dos pressupostos das escolas.
Estas são algumas razões que justificam e contribuem, entre outras,
para a formulação e verificação da hipótese de que a Língua é um Sistema
Energético, o sistema de força maior do ser humano em todos os países e
continentes do planeta terra, no passado, presente e futuro. Estas razões
justificam também a hipótese de que a língua portuguesa é a força maior do
brasileiro, o instrumento principal da produtividade profissional e
empresarial no Brasil, o instrumento maior da ação judicante e
administrativa no país. Assim como o espanhol é na Espanha e países
hispanofalantes; o inglês, na Inglaterra e Estados Unidos da América do
Norte; o francês, na França; o japonês, no Japão e o mandarim, na China.
Questões em debate. Por causa dos pressupostos reducionistas de
Saussure, as teorias dicotômicas radicais do século XX reduziram a língua
ao conjunto dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», ou seja, às
formas, as estruturas, aos atos de fala, às conversações, aos discursos,
aos textos e às obras, negando por meio de equívocos teóricos e sofismas
os sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-
Psique Linguística, bem como os Sistemas do Plano Coletivo Transverbal
da Cultura, da Nação e da Civilização. Porém, essa negação é um
reducionismo teórico, uma retórica meronímica, um sofisma, que fere a
segunda e a quarta Regras do Discurso do Método de René Descartes.
72
Como se representa no Gráfico 4.1, a ciência linguística precisa
pesquisar em uma primeira etapa os Sistemas do Plano de Superfície do
«Ergon»; em uma segunda etapa, os Sistemas Profundos da «Enérgeia» e
da Central Cérebro-Mente-Psique Linguística; e em uma terceira etapa, a
integração dos sistemas do Plano de Superfície e do Plano Profundo com
os Sistemas Coletivos Transverbais da Cultura, da Nação e da Civilização.
Seria impossível a existência de uma língua sem a conexão dos
Sistemas do Plano de Superfície com os sistemas do Plano Profundo e os
Sistemas Coletivos Transverbais da Cultura, da Nação e da Civilização.
Deste modo, conforme a concepção da Linguística Dinâmica e
Integrativa, podemos concluir que a língua possui e manifesta vários
conjuntos de sistemas constitutivos e operativos, entre os quais precisamos
distinguir:
a) O conjunto dos Sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»;
b) O conjunto dos Sistemas do Plano Profundo da «Enérgeia» e da
Central Cérebro-Mente-Psique Linguística.
c) O conjunto dos Sistemas do Plano Coletivo Transverbal da
Cultura, da Nação e da Civilização.
Como analisaremos mais profundamente em outros momentos, a
maneira como as teorias linguísticas dicotômicas do século XX entenderam
e ensinaram a língua, como um conjunto de formas, estruturas e atos de
fala, sem nenhuma vinculação com o Plano Profundo da «Enérgeia», do
Pensamento e da Central Cérebro-Mente-Psique Linguística, e sem
nenhuma capacidade produtora de energias, forças, efeitos, eficácia,
competência, vitalidade, competitividade, produtividade e poder, é um
equívoco teórico que foi um fator de atraso para a cultura e a civilização ao
longo de muitos séculos: Um fator de atraso para as comunidades de
Pernambuco, do Nordeste, do Brasil e do Terceiro Mundo, porque prejudica
a capacitação profissional e empresarial de todas as categorias, e diminui a
capacidade produtiva e econômica das comunidades.
73
Não existiria língua em uso, nem discurso eficaz e dinâmico na
existência humana, na cidadania, na profissão, na empresa, na política, na
economia, na religião, nas relações humanas, relações públicas e relações
internacionais, sem o normal funcionamento dos Sistemas do Pla\no
Profundo do Pensamento, da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-
Psique Linguística, sem os Sistemas Linguísticos produtores de energias,
forças, efeitos, eficácia, competência, vitalidade, competitividade,
produtividade e poder.
Cada Especialidade no seu campo, a Linguística Dinâmica, a
Linguística Jurídica, a Linguística Empresarial, a Linguística Nuclear e a
Linguística Quântica estão chamadas a pesquisar e descrever vários
conjuntos de Sistemas Dinâmicos e energéticos da Língua nos campos das
suas Especialidades. A língua possui um conjunto potencialmente infinito
de Sistemas Energéticos.
A maior parte das teorias linguísticas da tradição e do século XX da
Corrente do «Ergon», quando falam da língua, somente referem-se aos
sistemas operativos do Plano de Superfície do «Ergon», ou seja, ao
conjunto das palavras, orações, formas, estruturas, atos de fala,
conversações, discursos, textos e obras como produtoras de sentidos e
significados, desconsiderando totalmente os sistemas energéticos, bem
como os sistemas neurológicos, os psíquicos e os mentais, e os sistemas
coletivos transverbais da cultura, da nação e da civilização. Porém essas
posições teóricas são equívocos teóricos, fruto de um sofisma ou falso
princípio científico herdado da Velha Filosofia da Ciência.
As referidas teorias são reducionistas, pois somente consideram uma
parte dos sistemas da língua, e não o seu conjunto integral. São equívocos
teóricos, porque criam Retóricas Meronímicas que tomam «uma parte da
língua» pela «língua inteira», reduzem «o todo» a «uma parte», equiparam
«a parte» com «o todo», e denominam «o sistema inteiro» com «o nome de
uma parte».
74
Assim, por exemplo, as teorias que denominam a Língua de signo ou
de sistema de signos, e consideram que é somente um conjunto de signos
pelo princípio da não contradição, são concepções que representam um
sofisma, ou falso princípio científico, uma retórica meronímica que toma a
parte pelo todo.
Fazendo uma comparação no campo biológico, para mostrar por
contraste o absurdo dessas concepções linguísticas que reduzem a língua
ao plano de Superfície do «Ergon», diríamos que é como se uma suposta
biologia somente considerasse no organismo humano os sistemas
fisiológicos e anatômicos, e desconsiderasse totalmente os sistemas
cardiológicos, pneumológicos, neurológicos, mentais, psíquicos, sensoriais,
genéticos, linfáticos, endócrinos e digestivos como inexistentes, com se não
fossem partes dos ser humano. Esse é o tipo de absurdo científico que
cometeram Ferdinand de Saussure e o Estruturalismo Formalista quando
afirmaram que a língua era estática, ou que era somente um sistema de
signos, ou que era uma forma, não uma substância, ou que era somente o
conjunto dos sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das
estruturas a partir do ponto de vista do ouvinte.
Podemos fazer ainda outra comparação no campo da Física, para
entendermos melhor o absurdo científico que se cometeu durante o século
XX no campo linguístico: É como se um grupo de físicos fundamentados
nos paradigmas da Velha Filosofia da Ciência, considerassem que a Física
Atômica e Nuclear e a Física Quântica não têm nenhum caráter científico,
porque não estão fundamentadas nos paradigmas da Física Estática,
conforme os paradigmas da Velha Filosofia da Ciência de Newton, de
Hegel e da Axiomática Formalista. Seria uma posição teórica insustentável
no século XXI.
Assim, em um plano de maior complexidade, percebe-se a
necessidade de que a teoria linguística relacione os sistemas dos três
eixos, os sistemas do Plano de Superfície do «Ergon» com os sistemas do
Plano Profundo da «Enérgeia», do Pensamento e da Central Cérebro-
75
Mente-Psique linguística e com o Plano Coletivo Transverbal da Cultura da
Nação e da Civilização, dos quais trata Humboldt com grande destaque.
Como observou Humboldt e se representa no Gráfico 5.2, a língua
tem uma conexão necessária com o Plano Coletivo da Comunidade
Linguística, da Cultura, da Nação e da Civilização, e ainda poderia se
ampliar o estudo para o campo da Espécie, como postulou Herder na sua
obra Sobre el Origen del Lenguaje. 25
A língua possui uma camada de sistemas constituidos pelo conjunto
dos sistemas transverbais do Plano Coletivo da Comunidade Linguística, da
25 HERDER, Johann Gottfried (1744-1803). Sobre el Origen del Lenguaje (1760, 1768, 1772).
76
Cultura, da Nação e da Civilização: São sistemas linguísticos no pleno
sentido do termo, sem os quais seria impossível compreender realmente a
língua, a sua composição e o seu sistema de funcionamento.
CONCLUSÕES:
As teorias da Gramática tradicional unívoca, do Estruturalismo
Formalista, da Pragmática Dicotômica e da Análise do Discurso da
Conversação e do Texto, reduziram a linguística à pesquisa dos
sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», desconsiderando,
77
omitindo e esquecendo totalmente, como se não existissem, os
sistemas linguísticos do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central
Cérebro-Mente-Psique Linguística, bem como os sistemas
Transverbais da Coletividade, da Cultura, da Nação e da Civilização.
Mas, isso foi um equívoco teórico fruto de uma lógica formal
deturpada.
Gráfico 2
Representamos o conjunto integral dos sistemas constitutivos e
operativos da Língua, por meio do Gráfico 2, incluindo os Sistemas do
Plano de Superfície do «Ergon», os Sistemas do Plano Profundo da
«Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística, e os
78
Sistemas do Plano Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da
Civilização.
Conforme as concepções linguísticas de Humboldt e Backtin,
não existiria Língua sem a Central Cérebro-Mente-Psique linguística,
e sem o Plano Coletivo Transverbal da Cultura, da Nação e da
Civilização.
Pelos caminhos de várias ciências e especialidades, hoje temos
consciência de que não existiria a língua, no estrito sentido do termo,
e não poderia funcionar com eficácia, sem os sistemas do Plano
Profundo do Pensamento, da «Enérgeia», e sem os sistemas do
Plano Coletivo Transverbal da Comunidade, da Cultura, da Nação e
da Civilização. Estas dimensões são fundamentais e indispensáveis
para a completa compreensão da Língua
Se por uma contingência especial da existência, um menino, “A”,
nascesse na selva no uso normal das suas faculdades humanas; e se,
por qualquer casualidade da natureza, sobrevivesse e crescesse até a
sua vida adulta (de 30 ou 40 anos de idade) isolado de qualquer
conexão com a coletividade da cultura, da nação e da civilização,
nessas condições específicas (isolado da convivência humana e
social), postula-se que desenvolveria normalmente uma linguagem
com vários sistemas de comunicação e ação para o meio; porém, não
desenvolveria uma língua, no sentido específico do termo, identificável
entre as línguas das comunidades linguísticas existentes.
Deste modo, a integração do bebê no meio coletivo de uma
cultura e de uma nação é condição indispensável para o seu
desenvolvimento linguístico. De tal maneira que, sem essa conexão,
na qualidade de ser humano, teria uma capacidade linguística
79
potencial; porém, enquanto isolado de toda convivência com a
coletividade de uma cultura e de uma nação, não realizaria alcançaria
a atualização dessa potência linguística, não tornaria real e efetiva
essa potencialidade. Isso significa que os sistemas transverbais da
coletividade da cultura, da nação e da civilização, conforme o sentido
dos termos em Humboldt, são elementos constitutivos e operativos da
Língua, da sua natureza, da sua forma de composição e do seu
sistema de funcionamento.
A partir dos dados e análises acima podemos continuar
o debate sobre a questão linguística herdada da tradição e
do século XX, acrescentando novos elementos e dados.
Existem indícios e evidências de que, consciente ou
inconscientemente, os setores unívocos e dicotômicos
radicais das escolas da Corrente do «Ergon» estão
enganando com meias verdades, sofismas, falácias, retóricas
meronímicas e falsos princípios científicos a cultura e a
civilização, possivelmente, em função da política linguística
elitista de Maquiavel, naquilo que se refere à noção de
Língua e ao objeto da Linguística.
Por meio da comparação dos gráficos, podemos
introduzir algumas análises e dados relevantes da questão
linguística.
O engana-vista da Gramática Unívoca
80
Os dados da história mostram que, na verdade, existiram duas
correntes de pensamento na Gramática ao longo da história:
a) A Corrente da Gramática Relativista, Eclética, Integrativa e
Aberta, que, considerou que a Gramática é uma Especialidade
para a pesquisa e descrição dos sistemas sígnicos e verbais
estáticos das palavras e das orações, que sempre se relacionou
abertamente, desde Aristóteles e os Estoicos, com a Filologia, a
Teoria / Crítica Literária, a Estilística e a Retórica, e permaneceu
aberta para com a concepção energética da Corrente da
«Enérgeia». Esta corrente entende que a Gramática é uma
Especialidade e não uma “Linguística Geral”, pois pesquisou e
descreveu uma parte da Língua, e não o conjunto integral de
todos os sistemas constitutivos e operativos da mesma.
b) A Corrente da Gramática Absoluta e Unívoca Fechada, que
considera a Gramática como uma espécie de “Linguística
Geral”, que teria pesquisado e descrito o conjunto integral de
todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
Deste modo, a crítica que aqui formulamos não se refere a todos
os gramáticos, e sim à corrente dos gramáticos absolutos e unívocos
fechados, que criaram implicitamente com o seu pensamento unívoco,
uma espécie de “Linguística Geral”, e impediram com a sua visão
fechada e reducionista o normal desenvolvimento das Especialidades
Energéticas da Corrente da «Enérgeia».
Analisando e comparando os elementos do lado da esquerda e
da direita do Gráfico 20, podemos observar que existe um problema
científico na forma como a Gramática Unívoca entendeu e definiu a
Língua e o objeto da Linguística, problema que foi escondido e
81
camuflado durante séculos pelos setores unívocos da Corrente do
«Ergon», afetando à cultura e à civilização.
Por esse estudo comparativo dos Gráficos, podemos perceber
as omissões, esquecimentos e reducionismos da Gramática unívoca,
no sentido dos termos em Descartes.
Gráfico 20No lado da Esquerda representamos o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No lado da Direita, os espaços em branco representam os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Gramática (os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações); enquanto que os espaços em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS em relação ao conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
.
Comparando os elementos dos dois lados do Gráfico 20
podemos perceber que há uma enganação ou engana-vista na
concepção teórica da Gramática Unívoca em relação à noção de
Língua e ao objeto da Linguística.
A Gramática pesquisou e descreveu uma parte dos sistemas da
Língua (representados pelos espaços em branco no lado direito do
Gráfico 20); porém, os setores unívocos da Gramática cometeram o
82
equívoco de ensinarem, disseminarem e imporem a todos os setores
a falsa ideia de que a Gramática pesquisou e descreveu o conjunto
integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua,
quando os dados mostram que omitiu, esqueceu e desconsiderou,
aproximadamente, 16 conjuntos de sistemas da mesma (em vermelho
no Gráfico 20).
Deste modo, a Gramática de visão unívoca enganou ao longo de
séculos a cultura e a civilização, porque desconsiderou, omitiu e
esqueceu 16 conjuntos dos sistemas da Língua: Ocultou,
desconsiderou e negou, como se não existissem, 16 conjuntos
fundamentais da Língua; inclusive, impediu o normal desenvolvimento
das Especialidades Energéticas desta ciência.
Por uma comparação, podemos dizer que é como se uma
biologia, desconsiderasse, ocultasse e esquecesse 16 sistemas
orgânicos do organismo humano, como por exemplo, o sistema
cardiológico, o neurológico, o genético, o linfático, o endócrino, o
digestivo, etc., e que somente considerasse três sistemas: o sistema
anatômico; o sistema fisiológico e o sistema capilar.
Questionamos: Que avaliação mereceria tal biologia? Seria
considerada uma biologia parcial e reducionista por causa de um
equívoco científico.
Assim, a referida teoria biológica, que pesquisasse e
descrevesse três sistemas orgânicos de um organismo vivo de 19
sistemas orgânicos, omitindo, esquecendo e negando 16 sistemas
orgânicos do mesmo, não se sustentaria pelos paradigmas da Nova
Filosofia da Ciência dos biólogos, pois não suportaria o princípio da
Dúvida Sistemática. Esta é uma comparação ilustrativa para entender
o problema científico da Gramática.
83
Também ajuda a entender o problema científico da Gramática
unívoca um exemplo da Física. Qualquer teoria física que
pesquisasse e descrevesse três elementos ou engrenagens de um
motor de 19 engrenagens, omitindo, desconsiderando e negando 16
engrenagens da mesma máquina, não se sustentaria pelos
paradigmas da Nova Filosofia da Ciência da Comunidade Científica
dos físicos, pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
Porém, os linguistas e gramáticos da Corrente do «Ergon»
fecham os olhos para não perceberem este problema científico na
linguística; e impedem que algum autor ou escola da Corrente da
«Enérgeia» e da Linguística Dinâmica, pesquisem e mostrem o
problema, e desenvolvam as Especialidades Energéticas desta
ciência.
O Engana-vista de Ferdinand de Saussure
Omissões, esquecimentos e reducionismos da noção de Langue
na obra póstuma saussuriana (1916).
Analisando e comparando os elementos do lado esquerdo e do
direito do Gráfico 21, podemos observar que existe um problema
científico na forma como Ferdinand de Saussure entendeu e definiu a
Língua (Langue) na sua obra póstuma (1916).
84
Gráfico 21 No lado da Esquerda, representamos o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No lado da Direita, os espaços em branco representam os sistemas realmente pesquisados e descritos pela obra póstuma saussuriana (1916) (os sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas); enquanto que os espaços em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS da concepção saussuriana em relação ao conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
.
Assim, comparando os dois lados do Gráfico 21, podemos
perceber que há uma enganação ou engana-vista na questão
linguística da noção saussuriana de Língua (langue) e na visão
linguística da obra póstuma saussuriana (1916).
De forma brilhante, com qualidade e excelência, Saussure
pesquisou e descreveu na sua obra póstuma (1916) uma parte dos
sistemas da Língua (representados pelos espaços em branco no lado
direito do Gráfico 21); porém, o Estruturalismo Formalista cometeu o
equívoco de ensinar e disseminar a falsa ideia de que Saussure tinha
pesquisado e descrito o conjunto integral de todos os sistemas
constitutivos e operativos da Língua, quando os dados mostram que
desconsiderou, omitiu e esqueceu, pelo menos, 16 conjuntos dos
85
sistemas fundamentais (representados em vermelho no lado direito do
Gráfico 21).
Deste modo, consciente ou inconscientemente, a forma de
interpretação da obra póstuma saussuriana (1916) por parte do
Estruturalismo Formalista enganou a cultura e a civilização em relação
à noção e à composição da Língua, porque desconsiderou, omitiu e
esqueceu 16 conjuntos dos sistemas constitutivos e operativos da
mesma.
Podemos utilizar para a teoria póstuma saussuriana, os mesmos
argumentos que para a Gramática Unívoca.
Uma teoria física que pesquisasse e descrevesse três
engrenagens de um motor de 19 engrenagens, desconsiderando e
omitindo 16 engrenagens da mesma máquina, não se sustentaria
pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência da Comunidade
Científica dos físicos, pois não suportaria o princípio da Dúvida
Sistemática.
Igualmente, uma teoria biológica que pesquisasse e
descrevesse três sistemas orgânicos de um organismo com 19
sistemas orgânicos, omitindo e esquecendo 16 sistemas orgânicos do
mesmo, não se sustentaria pelos paradigmas da Nova Filosofia da
Ciência dos biólogos, pois não suportaria o princípio da Dúvida
Sistemática.
O Engana-vista do Estruturalismo Formalista Dicotômico
Omissões, esquecimentos e reducionismos da noção de Língua
do Formalismo Estruturalista do século XX.
Analisando e comparando os elementos dos lados esquerdo e
direito do Gráfico 23, podemos observar que existe um problema
86
científico na forma como o Estruturalismo Formalista Dicotômico e
Absoluto entendeu e definiu a Língua (Langue).
Gráfico 22 No lado da Esquerda representamos o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No lado da Direita, os espaços em branco representam os sistemas realmente pesquisados e descritos pelo Estruturalismo Formalista (os sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas); enquanto que os espaços em vermelho do gráfico da direita são as LACUNAS, OMISSÕES E RECUCIONISMO da concepção do Estruturalismo Formalista em relação ao conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
.
Assim, comparando os dois lados do Gráfico 22 podemos
perceber as evidências de que há uma enganação ou engana-vista na
noção de Língua (langue) e na visão linguística do Estruturalismo
Formalista Dicotômico e Absoluto.
O Estruturalismo Formalista pesquisou e descreveu nas suas teorias
uma parte dos sistemas da Língua (representados pelos espaços em
branco no lado direito do Gráfico 22); porém, os setores dicotômicos e
absolutos da Corrente do «Ergon», cometeram o equívoco de ensinarem e
87
disseminarem a falsa ideia de que essa escola tinha pesquisado e descrito
o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da
Língua, quando os dados mostram que desconsiderou, omitiu e esqueceu,
pelo menos, 16 conjuntos de sistemas (representados em vermelho no lado
direito do Gráfico 22). Deste modo, consciente ou inconscientemente, o
Estruturalismo Formalista enganou a cultura e a civilização em relação à
noção de Língua e ao objeto da Linguística, porque desconsiderou, omitiu e
esqueceu pelo menos 16 conjuntos dos sistemas constitutivos e operativos
da Língua.
Para avaliar a situação científica do Estruturalismo Formalista,
podemos aplicar os mesmos argumentos que usamos para a
Gramática e para Saussure:
Uma teoria física que pesquisasse e descrevesse três
engrenagens de um motor, desconsiderando e omitindo 16
engrenagens do mesmo motor, não se sustentaria pelos paradigmas
da Nova Filosofia da Ciência da Comunidade Científica dos físicos,
pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
Igualmente, uma teoria biológica que pesquisasse e
descrevesse três sistemas orgânicos de um organismo vivo, omitindo
e esquecendo 16 sistemas orgânicos do mesmo, não se sustentaria
pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência dos biólogos, pois não
suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
88
O Engana-vista da Pragmática Dicotômica
Omissões, esquecimentos e reducionismos da visão
Linguística da Pragmática Dicotômica.
Analisando e comparando os elementos do lado esquerdo e
direito do Gráfico 24 podemos observar que existe um problema
científico na forma como a Pragmática Dicotômica entendeu a visão
linguística nas suas obras.
Gráfico 23 No lado da Esquerda representamos o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No lado da Direita, os espaços em branco representam os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Pragmática Dicotômica (os pragmáticos, cinéticos e semióticos dos atos de fala, das conversações dos discursos e dos textos); enquanto que os espaços em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS da concepção da Pragmática Dicotômica, em relação ao conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
.
Assim, comparando os dois lados do Gráfico 23, podemos
perceber as evidências de que, consciente ou inconscientemente, há
89
uma enganação ou engana-vista na visão linguística da Pragmática
Dicotômica do século XX.
A referida escola pesquisou e descreveu nas suas teorias uma
parte dos sistemas da Língua (representados pelos espaços em
branco no lado direito do Gráfico 23), e cometeu o equívoco de
ensinar e disseminar a falsa ideia de que tinha pesquisado e descrito
o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da
Língua, quando os dados mostram que desconsiderou, omitiu e
esqueceu pelo menos 12 conjuntos de sistemas (representados em
vermelho no lado direito do Gráfico 23). Deste modo, a Pragmática
Dicotômica enganou a cultura e a civilização durante o século XX,
porque desconsiderou, omitiu e esqueceu pelo menos 12 conjuntos
dos sistemas constitutivos e operativos da Língua.
Para avaliar na atualidade a situação científica da Pragmática
Dicotômica, podemos aplicar os mesmos argumentos que usamos
para a Gramática, para Saussure e para o Estruturalismo Formalista:
Uma teoria física que pesquisasse e descrevesse 8
engrenagens de um motor, desconsiderando e omitindo 12
engrenagens do mesmo motor, não se sustentaria pelos paradigmas
da Nova Filosofia da Ciência da Comunidade Científica dos físicos,
pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
Igualmente, uma teoria biológica que pesquisasse e
descrevesse 8 sistemas orgânicos de um organismo vivo, omitindo e
esquecendo 12 sistemas orgânicos do mesmo, não se sustentaria
pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência dos biólogos, pois não
suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
O Engana-vista da Análise do Discurso, da Conversação,
do Texto e da Obra
90
Omissões, esquecimentos e reducionismos da visão Linguística
da Análise do Discurso, da Conversação e do Texto.
Analisando e comparando os elementos do lado esquerdo e do
direito do Gráfico 24, podemos observar que existe um problema
científico na forma como a escola da Análise do Discurso, da
Conversação, do Texto e da Obra, de inspiração Dicotômica e
Absoluta, entendeu a visão linguística nas suas teorias.
Gráfico 24 No lado da Esquerda representamos o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No lado da Direita, os espaços em branco representam os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Análise do Discurso, da Conversação, do Texto e da Obra (os pragmáticos, cinéticos e semióticos e analíticos dos atos de fala, das conversações dos discursos e dos textos); enquanto que os espaços em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS da concepção da escola, em relação ao conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
91
Assim, comparando os dois lados do Gráfico 24, podemos
perceber as evidências de que há uma enganação ou engana-vista
camuflada na visão linguística da Análise do Discurso, da
Conversação, do Texto e da Obra.
Esta escola pesquisou e descreveu nas suas teorias uma parte
dos sistemas da Língua (representados pelos espaços em branco no
lado direito do Gráfico 24), e cometeu o equívoco de ensinar e
disseminar a falsa ideia de que tinha pesquisado e descrito o conjunto
integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da mesma,
quando os dados mostram que desconsiderou, omitiu e esqueceu,
pelo menos, 12 conjuntos de sistemas (representados em vermelho
no lado direito do Gráfico 24). Deste modo, consciente ou
inconscientemente, a Análise do Discurso, da Conversação, do Texto
e da Obra enganou a cultura e a civilização, porque desconsiderou,
omitiu e esqueceu pelo menos 12 conjuntos dos sistemas
constitutivos e operativos da Língua.
Para avaliar a situação científica da Análise do Discurso, da
Conversação e do Texto, podemos aplicar os mesmos argumentos
que usamos para a Gramática, para Saussure, para o Estruturalismo
Formalista e para a Pragmática:
Uma teoria física que pesquisasse e descrevesse 8
engrenagens de um motor, omitindo, desconsiderando e negando 12
engrenagens do mesmo motor, não se sustentaria pelos paradigmas
da Nova Filosofia da Ciência da Comunidade Científica dos físicos,
pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
Igualmente, uma teoria biológica que pesquisasse e
descrevesse 8 sistemas orgânicos de um organismo vivo, omitindo,
desconsiderando e negando 12 sistemas orgânicos do mesmo, não se
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sustentaria pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência dos
biólogos, pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
Podemos fazer o estudo ou análise da questão por meio
de outros gráficos.
NOVO GRÁFICO COMPARATIVO DA GRAMÁTICA
Gráfico 25
No Gráfico da Esquerda, está representado o conjunto integral dos sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No Gráfico da Direita, os sistemas que estão de branco, são os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Gramática; enquanto que os sistemas em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS DA GRAMÁTICA UNÍVOCA.
O Gráfico 25 manifesta as mesmas evidências de que a
Gramática unívoca tem um equívoco científico, como formulado e
descrito pelo Gráfico 20 às páginas 80-83.
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NOVO GRÁFICO COMPARATIVO DE FERDINAND DE SAUSSURE
Gráfico 26
No Gráfico da Esquerda, está representado o conjunto integral dos sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No Gráfico da Direita, os sistemas que estão de branco, são os sistemas realmente pesquisados e descritos pela obra póstuma saussuriana (1916), enquanto que os sistemas em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS DA NOÇÃO DE LÍNGUA DE FERDINAND DE SAUSSURE.
O Gráfico 26 manifesta as mesmas evidências sobre o equívoco
científico formulado e descrito em relação à obra póstuma
saussuriana (1916) pelo Gráfico 21 às páginas 83-85. A noção de
Langue da referida obra não pesquisa e descreve o conjunto integral
de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, e sim
apenas três conjuntos: os sistemas verbais, os sistemas sígnicos e os
sistemas estáticos a partir do ponto de vista do ouvinte, omitindo,
desconsiderando e negando aproximadamente 16 conjuntos da
Língua.
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NOVO GRÁFICO COMPARATIVO DO ESTRUTURALISMO FORMALISTA
Gráfico 27
No Gráfico da Esquerda, está representado o conjunto integral dos sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No Gráfico da Direita, os sistemas que estão de branco, são os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Gramática; enquanto que os sistemas em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS DO ESTRUTURALISMO FORMALISTA.
O Gráfico 27 manifesta as mesmas evidências sobre o equívoco
científico que o Estruturalismo Formalista cometeu, como se verifica
no Gráfico 22, às páginas 85-87. A noção de Langue da referida obra
não pesquisa e descreve o conjunto integral de todos os sistemas
constitutivos e operativos da Língua, e sim apenas três conjuntos: os
sistemas verbais, os sistemas sígnicos e os sistemas estáticos a partir
do ponto de vista do ouvinte, omitindo, desconsiderando e negando
aproximadamente 16 conjuntos da Língua.
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NOVO GRÁFICO COMPARATIVO DA PRAGMÁTICA DICOTÔMICA
Gráfico 28
No Gráfico da Esquerda, está representado o conjunto integral dos sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No Gráfico da Direita, os sistemas que estão de branco, são os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Gramática; enquanto que os sistemas em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS DA PRAGMÁTICA DICOTÔMICA.
O Gráfico 27 manifesta evidências do equívoco científico que o a
Pragmática Dicotômica cometeu no século XX, como se verifica no
Gráfico 23, às páginas 87-89. A referida teoria não pesquisa e
descreve o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e
operativos da Língua, e sim apenas uma parte da mesma, omitindo,
desconsiderando e negando aproximadamente 16 conjuntos da
Língua.
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NOVO GRÁFICO COMPARATIVO DA ANÁLISE DO DISCURSO, DA CONVERSAÇÃO E DO TEXTO.
Gráfico 28
No Gráfico da Esquerda, está representado o conjunto integral dos sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No Gráfico da Direita, os sistemas que estão de branco, são os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Gramática; enquanto que os sistemas em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS DA ANÁLISE DO DISCURSO DA CONVERSAÇÃO E DO TEXTO..
O Gráfico 28 manifesta evidências do equívoco científico que a
Análise do Discurso, da Conversação e do Texto do século XX, como
se verifica no Gráfico 24, às páginas 89-91. A referida teoria não
pesquisa e descreve o conjunto integral de todos os sistemas
constitutivos e operativos da Língua, e sim apenas uma parte da
mesma, omitindo, desconsiderando e negando aproximadamente 16
conjuntos da mesma.
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CONCLUSÕES:
Desta forma, os dados das novas pesquisas da Linguística
Dinâmica mostram indícios e evidências de que as concepções da
Gramática unívoca da tradição e da Linguística Modernista dicotômica
do século XX, escolas pertencentes à Corrente do «Ergon», são
reducionismos teóricos insustentáveis ante os fundamentos e
paradigmas da Nova Filosofia da Ciência, ferindo as Regras do
Discurso do Método de René Descartes, os princípios da Teoria da
Relatividade de Albert Einstein e a concepção de Paradigma de
Thomas Kuhn, incongruentes com os dados empíricos e analíticos do
fenômeno linguístico. Essa hipótese, formulada inicialmente pelos
procedimentos da Linguística Dinâmica, verifica-se e confirma-se
pelos dados da Linguística Jurídica, da Linguística Nuclear e da
Linguística Quântica.
Pelos dados históricos e empíricos, percebemos que a forma de
evolução da Linguística Modernista no século XX não foi pacífica
como se existisse consenso entre todos os setores dessa ciência; e
sim, pelo contrário, problemática e polêmica, de tal maneira que
manifesta um problema científico em relação aos paradigmas da Nova
Filosofia da Ciência, e uma contradição em relação aos paradigmas
das ciências avançadas, naturais, exatas e sociais aplicadas.
Assim, os dados da pesquisa mostram evidências de que existe
um desvio científico na Gramática unívoca da tradição e na Linguística
dicotômica do século XX, por três razões:
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a) Porque é uma ciência que continua dominada pelo falso
princípio idealista saussuriano, pelo qual a obra póstuma
saussuriana (1916) postulou que:
“Bem longe de dizer que o objeto precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o objeto”. 26
Em razão desse princípio, foi disseminada na Linguística
Modernista do século XX uma concepção científica equivocada,
postulando que é o ponto de vista de cada escola, ou das escolas,
que cria o objeto da ciência, e não a natureza do objeto. Como
consequência, cada escola criou o seu próprio ponto de vista e
forjou o seu objeto da ciência, à imagem e semelhança dos seus
pressupostos, distinto em relação às outras escolas. Assim, gerou-
se nesta ciência, no final do século XX a maior confusão teórica e
terminológica de toda a história. Não há consenso entre as distintas
escolas quanto à noção de Língua, e quanto ao objeto da ciência.
b) Porque a Linguística continuou marcando o passo, amarrada
aos paradigmas da Velha Filosofia da Ciência durante os últimos
três séculos, e não acompanhou a evolução do desenvolvimento
que tiveram as ciências avançadas aplicando os princípios e
paradigmas da Nova Filosofia da Ciência, nos séculos XVIII, XIX
e XX;
c) Porque é uma ciência atrasada em relação às ciências naturais,
exatas e sociais aplicadas; ou seja, em relação à física atômica 26 SAUSSURE, Versão brasileira, p. 15; Versão crítica de Tullio de Mauro, p. 23. Essa posição teórica idealista saussuriana foi analisada e criticada na Dissertação de Mestrado MEDINA, A. T. M., (1989) Análise critica da noção de língua em Ferdinand de Saussure. Recife, Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística, pp. 1-10; 11-24; 25-42; 43-52; 65-87; 97-146.
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e nuclear, à física quântica, à biologia, à ecologia, à astronomia,
à geologia, à oceanografia e à matemática, porque não
acompanhou nos séculos XVIII, XIX e XX o desenvolvimento
que tiveram tais ciências pela aplicação do Paradigma
Energético. Como consequência, o atraso da Linguística é uma
fonte de atraso para a cultura e a civilização, uma fonte de
atraso para as comunidades de Pernambuco, do Nordeste, do
Brasil e do Terceiro Mundo.