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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE 1 Os europeus e a crise Relatório Trabalho de campo: Agosto – Setembro de 2010 Publicação: Novembro de 2010 Eurobaromètre spécial / Vague 74.1 – TNS Opinion & Social A presente sondagem foi encomendada pelo Parlamento Europeu e coordenada pela Direcção- Geral da Comunicação (Unidade de Acompanhamento do Opinião Pública). O presente documento não representa o ponto de vista do Parlamento Europeu As interpretações e opiniões expressas no presente documento são da exclusiva responsabilidade dos seus autores PARLAMENTO EUROPEU Special Eurobarometer/Wave 74.1 – TNS Opinion & Social

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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Os europeus e a crise Relatório

Trabalho de campo: Agosto – Setembro de 2010

Publicação: Novembro de 2010

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A presente sondagem foi encomendada pelo Parlamento Europeu e coordenada pela Direcção-Geral da Comunicação (Unidade de Acompanhamento do Opinião Pública). O presente documento não representa o ponto de vista do Parlamento Europeu As interpretações e opiniões expressas no presente documento são da exclusiva responsabilidade dos seus autores

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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Eurobarómetro 74.1

OS EUROPEUS E A CRISE

Elaborado pela TNS Opinion & Social a pedido do Parlamento Europeu

Estudo coordenado pela Direcção-Geral da

Comunicação

TNS Opinion & Social 40 Avenue Herrmann Debroux

1160 Brussels Bélgica

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ÍNDICE

INTRODUCÃO ...........................................................................................4

1. O IMPACTO DA CRISE .................................................................................. 9

1.1 Os europeus querem que o Parlamento Europeu assuma como prioridade o

combate à pobreza e à exclusão social.....................................................................................9

1.2 O impacto da crise hoje.........................................................................................................21

1.3 O impacto da crise na situação laboral dos inquiridos e dos que os rodeiam..27

2. OS ACTORES ENVOLVIDOS NA RESOLUÇÃO DA CRISE ......................................... 33

2.1 Os actores mais capazes de lutar de forma eficaz contra a crise .........................33

2.2 Na União Europeia: acção individual ou colectiva? .....................................................39

3. O PAPEL DO EURO NA CRISE FINANCEIRA ....................................................... 49

4. SAIR DA CRISE......................................................................................... 53

4.1 Reduzir a despesa pública ou investir em medidas de estímulo à economia? .53

4.2 Quem deverá fazer o maior esforço no que respeita às medidas de

austeridade ........................................................................................................................................58

4.3 Solidariedade entre os Estados-Membros em tempos de crise..............................64

4.4 Medidas para sair da crise ....................................................................................................76

4.5 É provável que a crise perdure? ........................................................................................93

CONCLUSÕES .........................................................................................98

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INTRODUCÃO

Passaram-se dois anos desde a falência da Lehman Brothers Holdings Inc. e do

início da mais grave crise financeira, económica e social que o mundo conheceu

desde a década de 1930. Estes dois anos foram marcados pelas consequências da

crise do subprime, pelas ramificações de determinados escândalos, como o caso

Madoff e, de uma forma mais anedótica mas não menos sintomática, pelo

montante dos prémios pagos a alguns corretores.

Ao longo dos últimos dois anos, os dirigentes europeus e americanos envidaram

todos os esforços para restaurar a confiança, levando a cabo planos de apoio e de

relançamento particularmente ambiciosos. Ao mesmo tempo, a maioria dos

Estados-Membros lançou políticas de redução da dívida e défices públicos. Aqui

mais próximo, a crise grega reabriu o debate sobre a solidariedade intra-europeia

e a necessidade de criação de um mecanismo europeu de estabilização

económica, bem como, possivelmente, de um sistema europeu de governação

económica. Neste contexto, a Estratégia Europa 2020 representa uma renovada

ambição económica e social a favor do crescimento sustentável1.

Como se anunciava no sítio oficial da União Europeia, em 13 de Setembro de

2010, nas suas previsões intercalares para a UE2, é provável que os números

trimestrais sejam ligeiramente melhores do que as previsões efectuadas na

Primavera passada, ainda que se espere que a actividade económica abrande no

segundo semestre do corrente ano. Essa situação fica a dever-se aos efeitos

positivos de um certo dinamismo do crescimento registado no segundo trimestre.

A economia europeia parece, pois, estar no caminho da retoma, a um ritmo

superior ao previsto na Primavera. Contudo, as incertezas subsistem, e o

relançamento continua a parecer muito frágil.

Foi neste contexto de uma recuperação real, embora tímida e frágil, que se levou

a cabo a vaga 74.1 do Eurobarómetro, entre 26 de Agosto e 16 de Setembro de

2010. “Os europeus e a crise” constitui a segunda sondagem dedicada

especificamente a este assunto conduzida em nome do Parlamento Europeu. A

primeira destas sondagens tinha sido realizada apenas escassos meses depois do

início da crise3.

Oportunamente, procederemos à comparação destas duas sondagens, e teremos

igualmente em conta determinados resultados obtidos noutros estudos do

Eurobarómetro realizados pela Comissão entre 2009 e 2010.

1 http://ec.europa.eu/eu2020/index_fr.htm 2 http://europa.eu/rapid/pressReleasesAction.do?reference=IP/10/1111&format=HTML&aged=0&language=PT&guiLanguage=en 3 Eurobarómetro Especial realizado em Janeiro-Fevereiro de 2009, “Os europeus e a crise” http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/staticDisplay.do?language=PT&refreshCache=yes&pageRank=6&id=40

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A presente sondagem do Eurobarómetro foi encomendada pela Direcção-Geral da

Comunicação do Parlamento Europeu. Foi realizada pela TNS Opinion & Social,

entre 26 de Agosto e 16 de Setembro de 2010. Foram entrevistados 26 635

europeus com idade igual ou superior a 15 anos em entrevistas realizadas frente

a frente, por parte dos técnicos da rede da TNS Opinion & Social (o questionário

foi lido aos inquiridos no seu domicílio por um técnico). A metodologia utilizada é

a das sondagens normalizadas do Eurobarómetro da Direcção-Geral da

Comunicação do Parlamento Europeu (Unidade do Acompanhamento da Opinião

Pública). Encontra-se anexa ao presente relatório uma nota técnica relativa às

entrevistas conduzidas pelos institutos da rede da TNS Opinion & Social. A

referida nota especifica a metodologia utilizada nestas entrevistas, bem como os

intervalos de confiança.

A sondagem abrange os 27 Estados-Membros e faz parte da vaga EB 74.1.

Consiste em perguntas de barómetros, por outras palavras, perguntas já

formuladas em vagas anteriores, que nos permitem, desse modo, aferir eventuais

alterações, e em novas perguntas.

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Nota

No presente relatório, os países são referidos pela sua sigla oficial. As siglas

correspondem a:

SIGLAS E ABREVIATURAS

UE27 União Europeia (27 Estados-Membros) NS Não Sabe

BE Bélgica CZ República Checa BG Bulgária DK Dinamarca DE Alemanha EE Estónia EL Grécia ES Espanha FR França IE Irlanda IT Itália CY República de Chipre LT Lituânia LV Letónia LU Luxemburgo HU Hungria MT Malta NL Países Baixos AT Áustria PL Polónia PT Portugal RO Roménia SI Eslovénia SK República Eslovaca FI Finlândia SE Suécia UK Reino Unido

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SÍNTESE

Dois anos após o início da mais grave crise que o mundo moderno conheceu, os

resultados da presente sondagem proporcionam informação considerável sobre o

sentimento dos europeus num contexto económico que permanece incerto. As

principais lições a retirar da presente sondagem são as seguintes:

• A maioria dos europeus (52%) considera que deverá ser atribuída

prioridade ao combate à pobreza e à exclusão social a nível da

UE, ou seja, um acréscimo de oito pontos percentuais relativamente ao

início de 2010.

• 52% afirmaram também que a crise afectou de forma significativa a

sua situação pessoal (-6 pontos percentuais desde o início de 2009), e

90% consideraram que a mesma teve impacto na economia mundial, na

economia europeia e na economia do seu próprio país.

• Além disso, 40% dos europeus referem conhecer alguém que não é

seu familiar nem colega e que perdeu o emprego como

consequência directa da crise, tendo 20% afirmado que um dos seus

colegas perdeu o emprego e 23% que um dos seus familiares perdeu o

emprego como consequência directa da crise. Por último, 11% dos

inquiridos, isto é, um em cada dez europeus, afirma ter pessoalmente

perdido o emprego (ou o seu parceiro) como resultado directo da crise.

• Face à actual situação, os governos nacionais e a União Europeia

são considerados como os mais capazes para tomar acções

eficazes contra as consequências da actual crise económica e

financeira (muito acima do FMI, do G20 e dos Estados Unidos). Essa é

a opinião de 25% dos europeus relativamente a estes dois níveis

decisórios, com um aumento de seis pontos percentuais no caso dos

governos nacionais e um decréscimo de um ponto percentual no que

se refere à União Europeia.

• Uma maioria relativa de europeus (44%) considera que, perante a crise,

os diferentes Estados-Membros da União agiram individualmente. Este

resultado é consentâneo com o registado no início de 2009. Mais de um

terço dos inquiridos (38%) acredita, ao invés, que agiram de forma

coordenada com os restantes Estados-Membros.

• No entanto, a maioria dos inquiridos (52%) afirmou que ficaria mais

bem protegida se o seu país adoptasse medidas e as aplicasse de

uma forma coordenada com os restantes Estados-Membros, ou seja,

uma diminuição de nove pontos percentuais em relação à Primavera de

2009.

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• A maioria dos europeus (50%) considera que, em geral, o euro não

mitigou os efeitos negativos da crise, enquanto 33% expressaram

opinião contrária.

• A fim de sair da crise, 38% dos europeus acreditam que os

Estados-Membros da União Europeia deveriam começar por investir em

medidas de estímulo à economia, enquanto 35%, ao invés,

consideram que aqueles deverão concentrar-se, antes de mais, na

redução das respectivas despesas públicas.

• Mais de um terço dos europeus (34%) acredita que, para ultrapassar

a crise, o maior esforço no que respeita às medidas de

austeridade deverá caber aos dirigentes das grandes empresas e

à indústria.

• Deverão os Estados-Membros dar mostras de solidariedade

recíproca em caso de dificuldades económicas? Sim, é a resposta

para 49% dos europeus, que se mostram dispostos a prestar ajuda

financeira a outro Estado-Membro confrontado com dificuldades

económicas e financeiras, enquanto 39% manifestam opinião

contrária, respondendo não:

o A maioria (51%) dos europeus favoráveis à solidariedade para

com outros Estados-Membros daria a sua ajuda “em nome da

solidariedade entre Estados-Membros”.

o Por outro lado, 66% dos que não prestariam ajuda financeira a

outros Estados-Membros da UE a braços com graves

dificuldades económicas e financeiras afirmaram que os

cidadãos do seu país não deveriam ter de pagar pelos

problemas económicos de outros Estados-Membros da UE.

• Mais de quatro em cada dez inquiridos (43%) acredita que, para sair

da crise, é preciso dar prioridade ao investimento na educação,

na formação e na investigação. 40% acreditam também ser necessário

apoiar as PME (pequenas e médias empresas) e as EMP (empresas

muito pequenas).

• Sete em cada dez europeus acreditam que uma forma eficaz de

prevenir e evitar possíveis futuras crises passaria por uma

regulação e supervisão mais rigorosas dos actores do mercado

financeiro (por exemplo, regulamentando os prémios dos corretores).

• Por último, uma maioria relativa de europeus (37%) considera que

uma retoma do crescimento terá início nos próximos anos, sendo

que um quarto destes (26%) pensa que a crise se prolongará por

muitos anos.

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1. O impacto da crise

1.1 Os europeus querem que o Parlamento Europeu assuma como

prioridade o combate à pobreza e à exclusão social.

- A maioria dos europeus considera que deverá ser atribuída prioridade

ao combate à pobreza e à exclusão social

Os europeus continuam a levar muito a peito a necessidade de se fazer face às

consequências da crise financeira, económica e social. Deste modo, as políticas

que pretendem que o Parlamento Europeu promova com carácter de urgência são

as que afectam o seu quotidiano. Solicitou-se que escolhessem, no máximo,

quatro políticas de uma lista de doze propostas4.

A que aparece, incontestavelmente, no topo da lista de prioridades é “o combate

à pobreza e à exclusão social”, à semelhança do que aconteceu no início de

2010, aquando da última vaga do Eurobarómetro sobre este tema. No entanto,

desta feita regista-se um aumento significativo no resultado obtido, a saber, um

acréscimo de oito pontos percentuais: mais de metade dos inquiridos (52%)

colocam esta política no primeiro lugar da sua lista.

A segunda política mais frequentemente referida, uma “protecção reforçada do

consumidor e da saúde pública”, foi referida por um terço dos inquiridos

(33%, -2 pontos percentuais).

A terceira política mencionada com mais frequência, a “luta contra o

terrorismo, respeitando as liberdades individuais” foi referida por um

número ligeiramente inferior a um terço dos inquiridos (28%, -6 pontos

percentuais).

A estas três políticas apontadas como mais prioritárias seguiu-se uma série de

questões, cada uma das quais foi referida por aproximadamente um quarto dos

inquiridos: “uma polícia agrícola que seja amiga do ambiente e que

contribua para o equilíbrio alimentar mundial” e “a coordenação das

políticas económicas, orçamentais e fiscais” (27% cada, tendo a primeira

registado um declínio de -1 ponto percentual e a segunda um aumento de +3

pontos percentuais desde o início do ano), seguida do “combate às alterações

climáticas” (26%, -8 pontos percentuais) e “uma política de segurança e

defesa que permita à UE enfrentar crises internacionais” (23%, -7 pontos

percentuais).

4 QC1 O Parlamento Europeu promove o desenvolvimento de determinadas políticas ao nível da União Europeia. Na sua opinião, quais das seguintes políticas devem ser prioritárias?

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“Uma política energética comum com o objectivo de assegurar a

independência energética da UE” e “uma política de imigração

implementada em consulta com os países de origem” foram referidas por

um em cada cinco inquiridos (20%, com um declínio de quatro pontos

percentuais no caso da primeira e um resultado inalterado no da segunda).

Em contrapartida, as seguintes políticas parecem inspirar menos entusiasmo,

uma vez que foram referidas por menos de dois em cada dez inquiridos: “uma

política externa que permita à UE falar a uma só voz a nível

internacional” (17%, -4 pontos percentuais); “uma política de investigação

e desenvolvimento (I&D) que assegure a competitividade e a inovação”

(14%, +1 ponto percentual); e “a afirmação de um modelo social europeu”

(13%, +2 pontos percentuais).

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A) Variações entre Estados-Membros

Uma análise por país põe em evidência as prioridades políticas

identificadas nos diferentes Estados-membros

A escolha política referida com maior frequência, “o combate à pobreza e à

exclusão social” (UE 52%), registou o seu resultado mais elevado na Grécia

(68%), país particularmente afectado pela crise, tendo sido igualmente referida

com frequência em Portugal (64%), na Lituânia (62%), em Espanha (61%), na

Bélgica e na Finlândia (60% em ambos os casos).

No entanto, esta política parece ser menos crucial para as pessoas inquiridas em

Malta (37%), em Itália (40%) e no Reino Unido (43%).

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Os Estados-Membros em que o número de respostas favoráveis ao combate à

pobreza e à exclusão social aumentou mais significativamente desde Janeiro-

Fevereiro de 2010 são sobretudo a Grécia (+27 pontos percentuais) e a Espanha

(+18 pontos percentuais), que experimentam ambos crises sociais graves, bem

como a Eslovénia (+17 pontos percentuais). No total, 12 Estados-Membros

registaram um crescimento de dois dígitos nos resultados apresentados

relativamente a esta política. Em sentido inverso, o Reino Unido e a Eslováquia

são os únicos dois países em que o apoio a esta política decresceu (- 1 ponto

percentual em ambos os países).

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EB74.1Aug.-Sept. 2010

EB73.1Jan.-Feb. 2010

Diff. EB74.1 - EB73.1

EU27 52% 44% +8

EL 68% 41% +27

ES 61% 43% +18

SI 53% 36% +17

BG 56% 40% +16

CY 54% 39% +15

LU 49% 36% +13

DE 56% 44% +12

PT 64% 52% +12

RO 50% 38% +12

CZ 51% 40% +11

FR 57% 46% +11

IE 51% 41% +10

BE 60% 52% +8

FI 60% 52% +8

PL 55% 48% +7

LT 62% 56% +6

EE 48% 43% +5

NL 48% 43% +5

IT 40% 36% +4

HU 56% 52% +4

DK 45% 42% +3

SE 50% 48% +2

LV 54% 53% +1

MT 37% 36% +1

AT 50% 49% +1

SK 47% 48% -1

UK 43% 44% -1

QC1 (3) The European Parliament promotes the development of certain policies at a European Union level. In your opinion, which of the following

policies should be given priority?- Tackling poverty and social exclusion -

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• Existe um apoio particularmente expressivo à “protecção reforçada do

consumidor e da saúde pública” (UE 33%) entre os inquiridos dos países do

Sul da União Europeia: nomeadamente em Chipre (74%) e, em menor medida,

na Grécia e na Bulgária (48% cada), em Malta (47%) e na Irlanda (43%). Por

outro lado, esta política merece um apoio muito menos significativo na Suécia

(21%), no Reino Unido (22%), no Luxemburgo (23%) e em Espanha (27%).

Cumpre notar que, enquanto a média de referência desta política pelo conjunto

dos europeus foi de 33%, ela foi citada por 40% dos entrevistados nos países

pós-2004/20075 e por 31% nos países pré-20046.

• “O combate ao terrorismo, respeitando simultaneamente as

liberdades individuais” (UE 28%) foi a terceira entre as políticas mais

frequentemente referidas. Numa altura em que os ataques terroristas e os raptos

são vistos como ameaças potenciais em todo o mundo, este resultado reflecte as

preocupações a este respeito. Os inquiridos nos Países Baixos são os que mais

provavelmente considerarão que esta política deve merecer prioridade (43%),

seguidos pelos inquiridos na Dinamarca (42%) e em Chipre (41%). É igualmente

vista como uma preocupação grave na Eslováquia e no Reino Unido (33% em

ambos os casos), na Suécia (32%), na Bélgica e na Alemanha (31% cada).

Os inquiridos na Letónia (13%), na Estónia, na Eslovénia e na Lituânia (14% nos

três casos), na Roménia (15%) e em Portugal (17%) parecem atribuir menos

importância a este problema.

• “Uma política agrícola que seja amiga do ambiente e contribua

para o equilíbrio alimentar mundial” (UE 27%) é vista como essencial

sobretudo pelos inquiridos na Letónia (42%), na Finlândia e na Suécia (41%

cada), em França (40%), na Estónia e na Bulgária (38% em ambos os casos).

Esse sentimento é muito menos verdadeiro em Malta (14%), em Espanha (16%)

e na Lituânia (18%).

• “A coordenação das políticas económicas, orçamentais e fiscais”

(UE 27%) foi sobretudo referida pelos inquiridos na Lituânia (48%), na Hungria

(43%), na Letónia (41%), na Estónia (39%) e na Eslováquia (38%); países que,

todos eles, aderiram à União Europeia em 2004.

No entanto, os inquiridos na Dinamarca (7%), em Malta e na Suécia (12% cada)

e no Luxemburgo (15%) são provavelmente aqueles que consideram menos

prioritária esta política.

5 Os países pós-2004/2007 são os 12 Estados-Membros que se tornaram novos Estados-Membros da UE em Maio de 2004 e Janeiro de 2007. Estes países são a Bulgária, a República Checa, a Estónia, a República de Chipre, a Lituânia, a Letónia, a Hungria, Malta, a Polónia, a Roménia, a Eslovénia e a Eslováquia. 6 Os países pré-2004 são os 15 Estados-Membros que eram membros da União Europeia antes de Maio de 2004. Estes países são a Bélgica, a Dinamarca, a Alemanha, a Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, o Luxemburgo, os Países Baixos, a Áustria, Portugal, a Finlândia, a Suécia e o Reino Unido.

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• “O combate às alterações climáticas” (UE 26%) continua a ser uma

preocupação particularmente disseminada no Norte da Europa: na Suécia (69%),

bem como, em menor medida, na Dinamarca (47%), na Áustria (44%) e na

Finlândia (40%) e ainda, mais a Sul, na Eslovénia (42%).

No entanto, esta política parece despertar um interesse muito menor nos países

bálticos: 6% na Letónia, 7% na Estónia e 12% na Lituânia.

Cumpre notar que, nos países pós-2004/2007 (19%), o combate às alterações

climáticas tende a ser menos referido do que nos países pré-2004 (28%).

Contudo, esta política foi citada com menos frequência a nível europeu do que no

início de 2010 (-8 pontos percentuais), como se, em período de preocupações

económicas e financeiras, as questões ambientais fossem menos fundamentais

para os europeus. Assim, a percentagem de inquiridos que referiram esta política

aumentou apenas em três dos 27 Estados-Membros da União: Áustria (+4 pontos

percentuais), Bélgica e Países Baixos (+1 ponto percentual cada).

Em contrapartida, o maior declínio no apoio a esta política registou-se em Malta e

na Roménia (-5 e -21 pontos percentuais respectivamente).

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• “Uma política de segurança e defesa que permita à UE enfrentar

crises internacionais” (UE 23%) é citada com uma frequência ligeiramente

mais elevada em Chipre (43%), na Roménia (38%) e na Suécia (34%),

comparativamente à Eslovénia (14%), a Portugal e à Lituânia (15% cada), que se

situam no extremo oposto da escala.

• “Uma política energética comum que assegure a independência

energética da UE” (UE 20%) foi referida com maior frequência na Hungria

(38%), na Áustria (32%) e na Lituânia (30%) e com menor frequência em

Espanha (8%), França (13%), Portugal e Chipre (ambos com 14%).

• “Uma política de imigração implementada em consulta com os

países de origem” (UE 20%) é sobretudo vista como uma questão prioritária na

Áustria (35%), na Bélgica (33%) e na Dinamarca (31%). No entanto, foi referida

com escassa frequência na Roménia (4%), na Hungria e na Bulgária (6% em

ambos os casos), um resultado interessante num contexto em que esta questão

teve uma considerável cobertura mediática este Verão.

Embora 20% do total dos europeus tenha mencionado esta política, ela foi citada

por apenas 8% dos inquiridos nos países pós-2004/2007, tendo sido citada por

23% nos países pré-2004.

• “Uma política externa que permita que a UE fale a uma só voz a

nível internacional” (UE 17%) foi mencionada mais particularmente pelos

inquiridos na Irlanda (33%), no Luxemburgo e em Chipre (26% cada); porém, foi

citada apenas por 8% dos inquiridos na Lituânia e por 10% em Portugal, no Reino

Unido, em Espanha e na Letónia.

“Uma política de investigação e desenvolvimento (I&D) que assegure a

competitividade e a inovação” (UE 14%) parece merecer níveis praticamente

semelhantes de apoio em toda a União Europeia (14% em média), embora tenha

sido referida por 25% na Dinamarca e por apenas 5% em Chipre.

Por último, “a afirmação do modelo social europeu” (UE 13%) é vista como

uma prioridade apenas por 13% dos europeus, em média. Os inquiridos na

Eslovénia (24%) e na Áustria (22%) são os que mais tendem a referir esta

política, que teve entre os inquiridos no Reino Unido (3%) e em Malta (4%) o

menor número de citações.

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B) Análise sociodemográfica

Olhando às três políticas mais frequentemente referidas, uma análise

sociodemográfica das respostas põe em evidência vários elementos de interesse.

• “Combate à pobreza e à exclusão social”

As mulheres, mais do que os homens, tendem a manifestar preocupação com

este problema (resultados de 55% e 49% respectivamente).

Em contrapartida, as respostas são bastante homogéneas entre os vários grupos

etários (54% das pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 54 anos),

sendo que os inquiridos mais idosos são os que menos referem esta política (49%

dos inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos).

Um tanto logicamente, esta política é de especial interesse para os inquiridos das

categorias socialmente mais vulneráveis (64% dos desempregados, 55% dos

trabalhadores manuais e 61% dos que se posicionam nos estratos inferiores da

escala social).

Note-se que os inquiridos que se posicionam à esquerda do espectro político são

os que mais tendem a referir esta política (58% contra 52% e 45% dos que se

posicionam ao centro e à direita do espectro político).

• “Uma protecção reforçada dos consumidores e da saúde pública”

Não existem verdadeiras diferenças entre homens e mulheres (32% e 33%

respectivamente) no que se refere a esta política.

Além disso, a idade não é, a este respeito, uma variável verdadeiramente

determinante: esta política foi citada por 33% dos jovens entre os 15 e os 24

anos e por 31% dos inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos.

Por conseguinte, esta política parece reunir as diferentes categorias

sociodemográficas, embora se registe entre os inquiridos socialmente mais

vulneráveis uma tendência ligeiramente maior para referir esta política (35% dos

trabalhadores manuais e 37% das pessoas que, na maioria das vezes, têm

dificuldade em pagar as suas contas).

• “A luta contra o terrorismo, respeitando as liberdades individuais”

Esta política goza claramente de um apoio transversal a todas as categorias,

embora o apoio pareça mais marcado entre os inquiridos que se posicionam à

direita do espectro político: 33% contra 31% e 23%, respectivamente, dos que

se posicionam ao centro e à direita do espectro político.

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

20

Tackling poverty and

social exclusion

Improving consumer and public health protection

Combating terrorism while respecting

individual freedoms

EU27 52% 33% 28%GenderMale 49% 32% 27%Female 55% 33% 28%Age15-24 54% 33% 26%25-39 54% 34% 26%40-54 54% 33% 28%55 + 49% 31% 29%Respondent occupation scaleSelf- employed 46% 33% 25%Managers 49% 29% 26%Other white collars 49% 34% 27%Manual workers 55% 35% 28%House persons 54% 32% 29%Unemployed 64% 34% 26%Retired 49% 31% 29%Students 52% 32% 26%Left-Right scale(1-4) Left 58% 33% 23%(5-6) Centre 52% 33% 31%(7-10) Right 45% 32% 33%Self-positioning on the social scaleLow (1-4) 61% 35% 24%Medium (5-6) 52% 33% 27%High (7-10) 48% 31% 31%

QC1 The European Parliament promotes the development of certain policies at a European Union level. In your opinion, which of the following policies should be given priority?

As três políticas referidas com maior frequência.

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

21

1.2 O impacto da crise hoje

- A maioria dos europeus sente os efeitos da crise actual a nível pessoal -

A fim de aferir até que ponto os europeus sentem o impacto da crise, perguntou-

se, então, se entendiam que a mesma tinha impacto na economia mundial, na

economia europeia, na economia do próprio país e na sua situação pessoal.

O primeiro facto digno de registo é que os resultados permaneceram

completamente inalterados desde a sondagem do Eurobarómetro levada

a cabo no início de 2009 (EB71.1) no que se refere às três primeiras

dimensões: 90% dos europeus concordam que a actual crise tem bastante

impacto ou um impacto considerável na economia mundial, na economia europeia

e na economia do seu país.

Um número reduzido de inquiridos, embora ainda assim uma maioria,

considera que a mesma tem um impacto considerável na sua situação

pessoal: 52% dos inquiridos considera ser esse o caso, o que, seja como for,

representa um decréscimo de seis pontos desde o início de 2009. Este

resultado parece sugerir que a situação financeira das famílias europeias

melhorou ligeiramente.

Além disso, os inquiridos dos países que aderiram à União Europeia desde 2004

tendem, mais do que os que residem nos Estados-Membros mais antigos, a

considerar que a crise tem um impacto significativo na sua situação pessoal (64%

nos países pós-2004/2007 contra 48% nos países pré-2004).

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

22

A) Variações entre Estados-Membros

• Existe um consenso quase absoluto entre os Estados-Membros da União

Europeia de que a actual crise tem um impacto significativo na economia

mundial (EU 90%).

Os inquiridos em Chipre (97%), na Bélgica e na Eslovénia (96% cada) são os que

mais tendem a concordar com esta afirmação. Esta opinião, embora ainda

partilhada por uma considerável maioria, está significativamente menos difundida

na Polónia e na Roménia (83% cada) e na Áustria (85%).

Cumpre notar que a percentagem de inquiridos que comunga desta opinião

aumentou em 10 dos 27 Estados-Membros desde o início de 2009. A

percentagem mantém-se inalterada em quatro Estados-Membros e decresceu em

treze outros.

• A situação é semelhante no que se refere ao impacto significativo na

economia europeia (UE 90%), convicção particularmente expressa pelos

inquiridos na Grécia (97%), na República Checa, na Eslováquia e em Chipre (96%

cada).

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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No que respeita à economia mundial, os inquiridos na Polónia (83%), na Roménia

e na Áustria (84%) e em Malta (igualmente 84%) são os que tendem a comungar

desta opinião.

O número de inquiridos que sustenta essa opinião aumentou desde o início de

2009 em 10 Estados-Membros, tendo diminuído em 13 Estados-Membros e

permanecido inalterado em quatro outros.

• O mesmo é válido no que respeita ao sentimento dos inquiridos quanto ao

impacto significativo na economia nacional (UE 90%). Entre os inquiridos na

Grécia, país que atravessa uma crise financeira sem precedentes, em particular,

desde o final de 2009, 99% são dessa opinião. São seguidos de perto pelos

inquiridos em Espanha e na Eslováquia (97% cada), na República Checa, na

Estónia e na Hungria (96% nos três casos).

Em contrapartida, o Luxemburgo (76%, -13 pontos percentuais), a Áustria (77%,

-6 pontos percentuais) e a Polónia (78%, -4 pontos percentuais) evidenciam-se

pelos seus resultados comparativamente mais baixos, bem com pelo facto de

esses resultados serem inferiores aos verificados no início de 2009.

o No Luxemburgo, os resultados são também inferiores no que respeita às

outras três dimensões: o impacto significativo na economia mundial (-7

pontos percentuais), o impacto na economia europeia (-6 pontos

percentuais) e, sobretudo, o impacto na situação pessoal dos inquiridos (-

25 pontos percentuais).

o No entanto, o oposto é verdadeiro na Dinamarca, onde a percentagem de

inquiridos que consideram que o seu país sofre actualmente as

consequências da crise aumentou 15 pontos percentuais (de 77% para

92%). O mesmo se aplica também às restantes três dimensões: o impacto

significativo na economia mundial (+6 pontos percentuais), o impacto na

economia europeia (+8 pontos percentuais) e, em menor medida, o

impacto na situação pessoal dos inquiridos (+2 pontos percentuais).

• No que se refere ao impacto significativo na situação pessoal dos

inquiridos (UE 52%), alguns países apresentam uma considerável discrepância

relativamente à média europeia. Os países em causa são a Hungria (86%), a

Roménia (85%), a Grécia (83%), a Letónia (78%) e a Bulgária (77%). Mais, em

18 dos 27 Estados-Membros, a maioria dos inquiridos considera que a actual crise

tem impacto na sua situação pessoal.

No entanto, os inquiridos noutros Estados-Membros parecem sentir-se,

pessoalmente, menos afectados pela crise. Esta é a situação, sobretudo, nos

países do Norte da União Europeia: Suécia (19%), Dinamarca (24%), Alemanha e

Áustria (27% cada), Finlândia (28%), Luxemburgo e Países Baixos (29% cada).

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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• Relativamente a este aspecto, o número de inquiridos que referem

que a crise “tem um impacto significativo” diminuiu em 19 dos 27

Estados-Membros desde o início de 2009. Em contrapartida, sete países

registaram um aumento, sendo que apenas num país (Chipre) o valor se manteve

inalterado, país em que 75% dos inquiridos refere que a actual crise tem um

impacto significativo na sua situação pessoal.

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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B) Análise sociodemográfica

• Cumpre registar que as respostas dos inquiridos para cada uma das

dimensões em causa não variam segundo o género. As respostas dadas por

homens e mulheres são praticamente idênticas.

• Pelo contrário, a idade parece ter uma ligeira influência nas respostas dos

inquiridos. Por exemplo, relativamente a cada uma das quatro perguntas,

verifica-se entre os mais jovens (grupo etário dos 15-24 anos) e os mais velhos

(com idade igual ou superior a 55 anos) uma tendência ligeiramente inferior à

registada entre os inquiridos dos grupos intermédios (dos 25 aos 39 e dos 40 aos

54 anos) para responderem afirmativamente. Por conseguinte, tendem

ligeiramente menos a pensar que a crise tem um impacto significativo na

economia mundial, na economia europeia, na economia do seu país e na sua

situação pessoal.

As categorias que, em princípio, são as mais “activas” em termos profissionais

são também, por conseguinte, as que mais tendem a considerar que a crise tem

um impacto significativo a todos os níveis.

• São poucas as diferenças por categoria profissional dos inquiridos

no que se refere à percepção do impacto da crise aos níveis mundial, europeu e

nacional. Em contrapartida, existem diferenças bastante claras no que se refere à

sua situação pessoal: assim, 42% dos gestores (por comparação com 52% da

totalidade dos europeus) consideram que a crise tem um impacto significativo na

sua situação pessoal; este valor é de 72% no que respeita aos desempregados.

• O perfil dos inquiridos que mais tendem a considerar que a crise

tem impacto na sua situação pessoal pode ser sintetizado da seguinte forma:

A probabilidade de serem mulheres e homens é idêntica (52%) e tendem a

pertencer aos grupos etários intermédios, entre os 25 e os 54 anos (57% contra

45% das pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos). São mais

vulneráveis socialmente, deixaram os estudos relativamente cedo (55% dos que

deixaram a escola com idade igual ou inferior aos 15 anos contra 46% dos que

estudaram até aos 20 anos ou mais) e, acima de tudo, tendem a ter dificuldade,

na maior parte das vezes, em pagar as suas contas (80% contra 39% dos que

raramente têm dificuldade em cumprir as suas obrigações financeiras). Por

último, 55% dos inquiridos que não são favoráveis a que os governos nacionais

prestem ajuda financeira aos países em situação de crise experimentam

pessoalmente o impacto da crise (comparativamente a 49% dos que estão a

favor dessa ajuda).

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1.3 O impacto da crise na situação laboral dos inquiridos e dos que os

rodeiam.

- A maioria dos europeus afirma não ter sido afectada directamente ou

indirectamente pelos despedimentos -

Tendo analisado a percepção que os europeus têm do impacto da crise na

economia mundial, na economia europeia e na economia dos respectivos países,

observámos que a maioria considera que esta crise tem também impacto na sua

situação pessoal. Foram formuladas quatro perguntas, a fim de aferir até que

ponto os europeus e os que lhes estão mais próximos foram afectados pela crise

na sua vida laboral.7

Os resultados mostram (algo logicamente) que quanto mais as pessoas vêem as

questões afastadas do seu círculo imediato, mais observam o impacto da crise

económica:

o Em resposta à afirmação “alguém que conhece mas que não é seu

familiar nem colega perdeu o emprego”, 40% dos inquiridos afirmam

que essa situação sobreveio como consequência da crise. Um número

semelhante de inquiridos responde que essa situação não ocorreu.

o Vinte por cento afirmam que um dos seus colegas perdeu o emprego

como consequência da crise.

o 23% confirmam também que “um dos seus familiares perdeu o

emprego” como consequência da crise.

o Por último, 11% afirmam que eles próprios ou o seu parceiro

perderam o emprego como consequência da crise.

Estes resultados revelam que, para uma minoria substancial dos europeus, a crise

teve um impacto directo e particularmente significativo.

7 QC3 Seguem-se algumas situações que poderão ter surgido recentemente na sua vida laboral ou na vida profissional dos que o rodeiam. Para cada uma, diga se aconteceu como consequência directa da crise, se aconteceu mas não como consequência directa da crise, ou se não aconteceu de todo. Perdeu o seu emprego / o seu parceiro (marido ou mulher, parceiro(a), etc.) perdeu o emprego; Um dos seus familiares perdeu o emprego; Um dos seus colegas perdeu o emprego; Alguém que conhece mas que não é seu familiar nem colega perdeu o emprego. Sim, como consequência directa da crise; Sim, mas não como consequência directa da crise; Não, não aconteceu; Não se aplica (ESPONTÂNEO).

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A) Variações entre Estados-Membros

• Se analisarmos as respostas relativamente à afirmação “alguém que

conhece mas que não é seu familiar nem colega perdeu o emprego” como

consequência da crise (UE 40%), verificamos que 80% dos inquiridos na Letónia

respondem afirmativamente, seguidos de 75% dos inquiridos em Espanha. Malta

e a Polónia são, uma vez mais, os dois Estados-Membros com os resultados mais

baixos (21% cada).

• Em resposta à afirmação “um dos seus colegas perdeu o emprego”

como consequência da crise (UE 20%), uma vez mais a Letónia regista o

resultado mais elevado (56%), seguida da Irlanda (45%) e de Espanha (44%),

registando-se os resultados mais baixos em Malta (5%), no Luxemburgo e na

Polónia (8% cada).

• As respostas afirmativas a “um dos seus familiares perdeu o

emprego” como consequência da crise (UE 23%) são novamente lideradas pela

Letónia, país em que 57% dos inquiridos expressam essa opinião. Situação

idêntica verifica-se na Irlanda e na Lituânia (50% cada), enquanto os inquiridos

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na Bélgica e na Finlândia parecem ser os menos afectados (11% em ambos os

casos).

• Por último, quanto à afirmação “perdeu o seu emprego/o seu parceiro

perdeu o emprego” como consequência da crise (UE 11%), mais de um terço

dos inquiridos na Letónia afirma ter sido esse o caso (34%). A seguir, os

resultados mais elevados registaram-se em Espanha (24%), na Lituânia (23%) e

na Estónia (22%).

No extremo oposto da escala, os inquiridos em Malta (3%), no Luxemburgo

(5%), em França, na Alemanha, na Finlândia e na Suécia (6% cada) parecem ser

os menos afectados directamente por este problema.

o A Letónia é, por conseguinte, de longe, o país europeu onde os

inquiridos mais parecem ter experimentado pessoalmente (ou no

seu círculo familiar ou de amigos) o impacto directo da crise no que se

respeita à perda do emprego. Oito em cada dez inquiridos afirma que,

ainda que não tenham sido directamente afectados, essa situação

ocorreu com alguém que conhecem, mas que não é seu familiar nem

colega. Acresce que mais de um em cada três inquiridos (34%) afirma

ter perdido o emprego, ou que isso aconteceu com o seu parceiro.

o Os inquiridos em Espanha e na Irlanda também foram fortemente

afectados pela crise: 45% e 50%, respectivamente, afirmam ter perdido

o emprego devido à crise e 75% e 74%, respectivamente, afirmam que

o mesmo aconteceu com alguém que conhecem mas que não é familiar

nem colega.

o No extremo oposto da escala, os inquiridos em Malta são os que

menos afirmam ter perdido o emprego ou ter um familiar ou colega que

tenha ficado nessa situação como resultado da crise.

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B) Análise sociodemográfica

Se nos centrarmos nos inquiridos que afirmam que, devido à actual crise,

eles próprios ou o seu parceiro perderam o emprego ou que conhecem

um familiar ou colega que também foi despedido, verificamos o seguinte:

• Existem muito poucas diferenças com base no género. No entanto, os

homens tendem a ser ligeiramente mais numerosos do que as mulheres (23% e

18% respectivamente) a afirmar que um dos seus colegas perdeu o emprego

como consequência da crise.

• No que se refere à variável da idade (e para cada uma das quatro

afirmações), os europeus com idades compreendidas entre os 25 e os 39 anos –

ou seja, jovens em idade activa – são os que mais vezes dão essa resposta,

enquanto os inquiridos mais velhos (com idade igual ou superior a 55 anos) são

os menos afectados.

• Do ponto de vista da situação laboral dos inquiridos, verificamos que os

inquiridos das categorias menos favorecidas (desempregados, pessoas

domésticas e trabalhadores manuais) são os que mais tendem a perder o

emprego ou os que conhecem alguém que perdeu o emprego em consequência

da crise.

Assim, 39% dos desempregados afirmam ter perdido recentemente, eles próprios

ou o seu parceiro, o emprego como consequência da crise, enquanto 37%

referem que isso aconteceu com um familiar, 39% com um colega de trabalho e

54% com alguém que conhecem – mas que não é seu familiar nem colega –

como consequência directa da crise.

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2. Os actores envolvidos na resolução da crise

2.1 Os actores mais capazes de lutar de forma eficaz contra a crise

- Os governos nacionais e a União Europeia são vistos como os actores

mais capazes de tomar medidas eficazes contra as consequências da

crise -

Qual a melhor forma de fazer hoje face à crise? Quais os meios mais adequados

para tentar resolvê-la?

A pergunta sobre quais os actores mais capazes de lidar de forma mais eficaz

contra os efeitos da crise já foi formulada em diversas ocasiões, em particular

aquando do Eurobarómetro Ordinário, no Outono de 2009 (EB72), mas também,

pela primeira vez, aquando do Eurobarómetro Especial dedicado à crise, realizado

em nome do Parlamento Europeu no início de 2009 (EB71.1)8.

Atentaremos aqui sobretudo na comparação dos resultados da presente

vaga com os obtidos em Janeiro-Fevereiro de 2009.

Tal como nos mais recentes inquéritos do Eurobarómetro, pediu-se aos inquiridos

que escolhessem entre não apenas as instituições supranacionais ou “globais” (a

União Europeia, o G20 e o Fundo Monetário Internacional), mas também os

órgãos nacionais (governos) e os Estados Unidos9.

Quando comparados com o resultado da sondagem realizada no início de

2009, os resultados da presente vaga revelam uma mudança na ordem

de prioridades dos primeiros dois níveis decisórios:

• “O governo nacional” e “a União Europeia” obtêm desta feita

exactamente o mesmo resultado (25%), sendo claramente preferidos às

restantes alternativas internacionais no que se refere à capacidade de lidar com

os efeitos da crise. Em Janeiro-Fevereiro de 2009, na vaga EB71.1 do

Eurobarómetro, os governos nacionais representavam 14% das respostas e a

União Europeia 17%. Estes dois actores foram-se constituindo gradualmente

como indispensáveis para a resposta eficaz à crise.

A União Europeia ganhou terreno ao lado dos governos nacionais: 17% em

Janeiro-Fevereiro de 2009 e 25% actualmente. O progresso registado por estas

duas opções ao longo do tempo parece, no entanto, ter sido conseguido em

detrimento das outras opções elencadas, em especial do G20 e dos Estados

Unidos:

8 Cumpre notar que, na sondagem EB71.1, os entrevistados foram inquiridos acerca do G8 e não do G20. 9 QC7 Na sua opinião, qual dos seguintes actores é capaz de lidar de forma mais eficaz contra os efeitos da crise?

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• “o G20” perdeu sete pontos percentuais num ano e meio, passando

de 25% das respostas em Janeiro-Fevereiro de 2009 para 13% no Outono de

2010.

• “Os Estados Unidos” parecem ser o actor que mais terreno perdeu,

perdendo 9 pontos percentuais em dezoito meses, ou seja, passando de 15% em

Janeiro-Fevereiro de 2009 para apenas 6% actualmente.

• Por último, o “Fundo Monetário Internacional”, que obteve 10% em

Janeiro-Fevereiro de 2009, merece agora o apoio de 13% dos inquiridos.

* Em Janeiro-Fevereiro de 2009, a questão dizia respeito ao G8. Em Agosto-Setembro de 2010, diz

respeito ao G20

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• Os inquiridos dos países da área do euro revelam grande apego à

União Europeia, que é vista como o actor mais capaz de fazer face aos efeitos da

crise: 28% contra apenas 20% dos inquiridos dos países de fora da área do euro.

Em contrapartida, os inquiridos nos países que adoptaram a moeda única

parecem ter menos fé nos seus governos (22%), enquanto 31% dos inquiridos de

fora da área do euro recorreriam aos respectivos governos.

A) Variações entre Estados-Membros

Uma análise por país revela certas diferenças na opinião dos europeus quanto ao

nível decisório mais apropriado para fazer face aos efeitos da crise.

• O governo nacional (UE 25%) foi referido, sobretudo, pelos inquiridos

na Roménia (49%), seguidos pelos inquiridos na Grécia (43%), no Reino Unido

(37%), na Bulgária (36%) e na Suécia (34%). É de notar que os inquiridos na

Grécia, que actualmente atravessa uma crise económica e financeira

particularmente grave, parecem confiar no seu próprio governo mais do que na

União Europeia (30%) para fazer face aos efeitos da crise.

Os inquiridos na República Checa (8%) e nos Países Baixos (14%) são os que

menos tendem a optar pelo seu próprio governo.

• Os mais acérrimos defensores da União Europeia, a este respeito (UE

25%) são os inquiridos em Malta (40%), seguidos dos residentes em Itália

(36%), na Irlanda (35%) e na Bélgica (34%). No entanto, a UE é vista como

muito menos capaz de lidar de forma eficaz com os efeitos da crise pelos

inquiridos no Reino Unido (9%), na República Checa (15%), na Dinamarca e na

Suécia (16% cada).

• O G20 (UE 13%) é visto como o actor mais capaz de fazer face à crise

pelos inquiridos na República Checa (40%), nos Países Baixos (34%) e na

Hungria (24%). Em contrapartida, os inquiridos na Irlanda (3%), na Grécia (4%),

em Espanha, em Malta e na Polónia (6% nos três casos) são os que se mostram

menos convictos da capacidade daquele para tomar medidas eficazes.

• O Fundo Monetário Internacional (UE 13%) foi referido, em particular,

pelos inquiridos na Finlândia (23%), em Chipre (21%) e em França (19%10), mas

merece escasso apoio na Roménia (4%), na Bulgária e em Portugal (5% cada).

• Por último, os Estados Unidos (UE 6%) foram referidos por muito poucos

inquiridos. Só os entrevistados em Portugal (13%), na República Checa e na

Dinamarca (12% cada) e na Eslovénia (11%) parecem ter confiança nos EUA

10 Cumpre ter presente que o Director Executivo do FMI, Dominique Strauss-Kahn, é de nacionalidade francesa e que a sua reputação pode, em parte, explicar este resultado.

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(pelo menos uma em cada 10 pessoas). Ao invés, os inquiridos na Grécia (1%),

em Chipre e nos Países Baixos, na Bulgária, na Estónia e na Roménia (3% nos

cinco países) parecem ser mais cépticos relativamente aos Estados Unidos.

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B) Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica revela algumas disparidades interessantes.

• Para além do facto de as mulheres parecerem ser ligeiramente mais

numerosas do que os homens a confiar no seu governo (26% e 24%

respectivamente) e de os homens serem ligeiramente mais numerosos do que as

mulheres a escolher a União Europeia (26% contra 25% de mulheres), são

poucas as diferenças com base no género.

A idade dos inquiridos é uma variável mais determinante: quanto mais velhos são

os inquiridos, mais tendem a considerar que o governo nacional é o actor mais

capaz de tomar medidas eficazes (28% das pessoas com idade igual ou superior

a 55 anos contra 22% das pessoas com idades entre os 15 e os 24 anos). Em

contrapartida, os inquiridos mais jovens tendem a confiar mais na União Europeia

do que os mais idosos: 27% dos inquiridos com idades entre os 15 e 24 anos

escolhem a União Europeia (o resultado mais elevado nesta categoria) em

comparação com 24% dos inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos.

No que se refere aos restantes actores, os jovens com idades entre os 15 e os 24

anos são os que referem com maior frequência os Estados Unidos (7%) e o G20

(15%), enquanto as pessoas com idades entre os 40 e os 54 anos tendem a

optar, mais do que a média europeia (14% e 13% respectivamente), pelo Fundo

Monetário Internacional.

• Quanto menos instrução têm, mais os inquiridos tendem a confiar

no seu próprio governo para a resolução da crise (31% dos que deixaram a

escola com idade igual ou inferior aos 15 anos contra 21% dos que estudaram até

aos 20 anos ou mais). Ao invés, os inquiridos com mais instrução consideram a

União Europeia o actor mais capaz para tomar medidas eficazes contra as

consequências da crise (26%).

• A categoria profissional e o facto de se pertencer a um subgrupo mais

vulnerável da população parecem também influenciar as respostas a esta

pergunta. Assim, quanto maiores são as suas dificuldades financeiras,

mais os inquiridos tendem a apoiar a acção a nível nacional. Deste modo,

os desempregados e os trabalhadores manuais (27% em ambos os casos),

particularmente afectados pela crise, tendem mais a optar pelo seu governo,

enquanto os inquiridos que mostram maior confiança na União Europeia são as

pessoas domésticas (29%), bem como os trabalhadores e estudantes (28%).

De igual modo, 33% das pessoas que, a maior parte das vezes, têm dificuldade

em pagar as suas contas optam pelo seu governo, em comparação com apenas

24% daqueles que quase nunca têm essas dificuldades.

• Cabe igualmente notar que, enquanto os inquiridos que se posicionam à

direita do espectro político tanto escolhem a União Europeia como o seu

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governo (25% em ambos os casos), os que se posicionam à esquerda consideram

a União Europeia o actor mais eficaz para tomar medidas eficazes contra os

efeitos da crise (27% contra 23% que optam pelo governo nacional).Os inquiridos

próximos do centro do espectro político mostram-se mais divididos, preferindo o

governo do seu país à União Europeia por apenas um ponto percentual (26%

contra 25% que optam pela União Europeia).

Por último, logicamente, 39% dos inquiridos que consideram estar mais bem

protegidos contra os efeitos da crise se o seu país actuar a nível individual, optam

por confiar no seu governo para enfrentar as consequências da crise. Em

contrapartida, 35% dos que são favoráveis a uma acção coordenada com outros

países da UE consideram que a União Europeia está em melhor posição para

tomar medidas eficazes contra as consequências da crise.

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2.2 Na União Europeia: acção individual ou colectiva?

2.2.1 Percepções

- Uma maioria relativa de europeus considera que

os Estados-Membros actuaram individualmente -

Face a uma crise económica e financeira persistente, como vêem os europeus a

actuação da União Europeia? Consideram que os vários Estados-Membros

tenderam a actuar individualmente? Ou, ao invés, terão as suas acções sido

coordenadas com outros Estados-Membros da UE? A pergunta foi colocada aos

inquiridos nestes termos, a fim de se apreender melhor o modo como vêem a

situação11.

• Os resultados mostram que os inquiridos estão bastante divididos

a este respeito: 44% consideram que os vários Estados-Membros tenderam a

actuar individualmente. Este resultado é exactamente o mesmo que o registado

em Janeiro-Fevereiro de 2009, altura em que se apresentou aos europeus a

mesma pergunta. Uma percentagem ligeiramente inferior de inquiridos,

38% (-1 ponto percentual) é da opinião contrária, a saber, que os

Estados-Membros agiram de forma coordenada com os restantes países da UE.

A elevada percentagem de respostas “NS” a esta pergunta é igualmente

surpreendente: 18% (+1 ponto percentual desde Janeiro-Fevereiro de 2009).

• É igualmente interessante verificar que os inquiridos dos países da área

do euro são os que mais tendem a considerar que os Estados-Membros

agiram de forma coordenada (41% contra 32% dos inquiridos de países de

fora da área do euro). Em contrapartida, são menos numerosos os que

consideram que os Estados-Membros tenderam a agir individualmente (42%

contra 47% dos inquiridos de países de fora da área do euro); este resultado

ilustra talvez o impacto na opinião pública das medidas tomadas na área do euro

para fazer face à crise.

11 QC5 Diria que até agora, para fazer face à crise económica e financeira, os vários Estados-Membros da UE têm…? Tido tendência para agir individualmente; Tido tendência para agir de forma coordenada com os outros Estados-Membros da UE.

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A) Variações entre Estados-Membros

• Por conseguinte, um pouco mais de quatro em cada dez europeus

têm a impressão de que os Estados-Membros da União Europeia

tenderam a agir individualmente (UE 44%) face à crise. Mais, esta opinião é

partilhada por mais de dois em cada três inquiridos na Dinamarca (66%) e por

mais de 50% dos inquiridos em seis outros países: França (58%), Reino Unido

(56%), Países Baixos (55%), Letónia, Bélgica e Eslováquia (51% nos três casos).

Os inquiridos em Malta (19%), na Finlândia (23%), na Bulgária (33%) e em Itália

(34%) são os menos convictos daquela realidade.

• A Finlândia é de longe o país em que os inquiridos se mostram mais

convictos (68%) de que os vários Estados-Membros agiram de forma coordenada

com os restantes Estados-Membros da UE. É igualmente um dos países com a

taxa de respostas “NS” mais baixa (9%).

De notar também que a percentagem de inquiridos que consideram que os

Estados-Membros agiram individualmente desceu em 16 países, embora tenha

aumentado em nove outros e se mantenha inalterada em dois países.

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A Letónia registou o maior aumento (+35 pontos percentuais), ou seja, passou de

16% de inquiridos, que em Janeiro Fevereiro de 2009 (EB71.1) acreditavam que

os Estados-Membros tinham agido individualmente, para 51% em Setembro de

2010. Por conseguinte, a opinião da maioria inverteu-se completamente na

Letónia, uma vez que a maioria dos inquiridos no país acredita, hoje, que os

países da UE agiram individualmente. Esse é igualmente o caso, embora em

menor medida, no Luxemburgo (46% consideram que os Estados-Membros

agiram individualmente, +3 pontos percentuais), e na Polónia (42%, +5 pontos

percentuais).

Noutros dois países, registou-se um movimento na direcção oposta, ou seja, a

maioria dos inquiridos pensa agora que os Estados-Membros agiram de forma

coordenada. Estes dois países são a Alemanha (41%, +1 ponto percentual) e a

Itália (45%, +5 pontos percentuais).

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Embora os inquiridos tendam a mostrar-se divididos quanto a esta pergunta,

ainda assim a maioria considera que os Estados-Membros tenderam a agir

individualmente em resposta à crise. Porém, existe uma excepção interessante: a

maioria de inquiridos que acredita que o euro mitigou os efeitos da crise

considera que os Estados-Membros tenderam a agir de forma coordenada (49%

contra 41% que têm a opinião contrária).

B) Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica dos resultados confirma esta observação, ainda

que a veemência das respostas possa, em certa medida, variar.

• Se analisarmos a resposta mais frequente, a saber, que os

“Estados-Membros agiram individualmente”, podemos verificar que são os

homens, mais do que as mulheres, que defendem essa posição (46% e

42%).

• Esta opinião é também partilhada pelas categorias etárias

intermédias (45% dos inquiridos entre os 25 e os 39 anos e 46% dos inquiridos

do grupo etário dos 40-54 anos), enquanto os mais jovens e os mais velhos se

mostram menos convictos da mesma (41% dos inquiridos do grupo etário dos

15-24 anos e 42% dos inquiridos com idade igual ou superior 55 anos).

• O grau de instrução dos inquiridos é igualmente uma variável

determinante: 38% dos inquiridos que deixaram a escola antes dos 16 anos

consideram que os Estados-Membros agiram individualmente, em comparação

com 45% dos que deixaram a escola entre os 16 e os 19 anos e com 49% dos

que estudaram até aos 20 anos ou mais.

• A categoria profissional do inquirido parece desempenhar um papel

significativo: assim, as categorias socialmente mais “favorecidas” são as que mais

tendem a considerar que os Estados-Membros agiram individualmente, o mesmo

acontecendo com 50% dos gestores, em comparação com 43% dos

desempregados e 35% das pessoas domésticas.

• Por último, 50% dos inquiridos que entendem que o euro não mitigou os

efeitos negativos da crise consideram que os países agiram individualmente, em

comparação com 41% dos que consideram que a moeda única tendeu a atenuar

os efeitos da crise.

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2.2.2 Preferência

- A maioria dos europeus considera que estaria mais protegida

se o seu país adoptasse e aplicasse medidas de forma coordenada

com os outros Estados-Membros -

Tendo analisado a percepção que os europeus têm da actuação dos Estados-

Membros (de forma individual ou colectiva), passaremos agora a analisar a opção

que consideram preferível e mais tranquilizadora. Sentem-se mais protegidos se

o seu país adoptar medidas individualmente, ou se, ao invés, actuar de forma

coordenada com os restantes países da UE?12

Ainda que 38% dos europeus considere que os Estados-Membros da UE

agiram de forma coordenada, a maioria dos inquiridos (52%) entende

que estariam mais protegidos como cidadãos se o seu país adoptasse e

aplicasse medidas de uma forma coordenada.

Embora essa permaneça a opinião maioritária, o desejo de uma acção

coordenada entre os Estados-Membros decaiu nove pontos percentuais

desde Janeiro-Fevreiro de 2009 (EB71.1), enquanto o apoio à acção individual

por parte dos Estados-Membros aumentou sete pontos percentuais. Será esse um

sinal de que a eficácia dessa abordagem carece de credibilidade, ou será que

reflecte o facto de uma minoria significativa dos cidadãos não acreditar que essa

acção coordenada seja possível? Talvez valha a pena incluir esta pergunta num

futuro inquérito.

Por último, desde o último inquérito sobre este tema, no início de 2009, o nível

de respostas “NS” a esta pergunta permaneceu relativamente elevado (15%, +2

pontos percentuais): esta questão deixa, claramente, um número não desprezível

de inquiridos perplexos.

12 QC6 Como cidadão, diria que estaria mais bem protegido face à actual crise se…? (O NOSSO PAÍS) adoptasse medidas e as aplicasse individualmente; (O NOSSO PAÍS) adoptasse medidas e as aplicasse de forma coordenada com os outros países da UE.

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O primeiro aspecto digno de registo é que os entrevistados dos países da área

do euro tendem, mais do que os dos países de fora da área do euro, a considerar

que estariam mais protegidos caso o seu país adoptasse e aplicasse medidas de

forma coordenada com os restantes Estados-Membros (58% e 43%

respectivamente).

Ao invés, os inquiridos de fora da área do euro tendem, mais do que os que

vivem na área do euro, a sentir-se mais protegidos caso o seu país adoptasse e

aplicasse medidas de forma individual (39% e 29%).

No entanto, a verdade é que ambos os grupos prefeririam uma acção coordenada

pelos Estados-Membros da UE.

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A) Variações entre Estados-Membros

• Existe uma maioria favorável à acção “individual” (UE 33%) em

apenas um dos 27 Estados-Membros, a saber, o Reino Unido, onde 51% dos

inquiridos preferem que o seu país actue de forma individual contra 30% que

optam por uma acção colectiva.

• Nos outros 26 países, a maioria dos inquiridos continua a preferir uma

acção colectiva (UE 52%), ainda que o número das respostas “NS” seja muito

elevado nalguns países (27% em Malta, 23% na Roménia e 22% na Irlanda).

A Finlândia (72%), a Estónia (71%) e a Espanha (68%) são os países onde se

regista o maior apoio à acção colectiva.

As opiniões encontram-se algo divididas na Letónia (47% a favor da “acção

coordenada” contra 44% a favor da “acção individual”), na Áustria (49% contra

41%) e na Suécia (46% contra 38%); embora a maioria dos inquiridos nestes

países seja favorável a uma “acção coordenada”, a margem entre as duas

posições é bastante estreita.

• Por último, apenas quatro Estados-Membros registaram um

aumento na percentagem de respostas a favor da acção “coordenada”

(UE 52%), a saber, a Roménia (44%, +5 pontos percentuais), a Irlanda (50%,

+4 pontos percentuais), a Espanha (68%, +3 pontos percentuais) e a Itália

(60%, +3 pontos percentuais). O resultado na Finlândia mantém-se inalterado e

continua a ser o mais elevado para esta pergunta (72%).

• Em contrapartida, os seguintes países registaram um aumento

particularmente significativo no número de respostas favoráveis à acção

“individual” (UE 33%): Grécia (38%, +18 pontos percentuais), Letónia (44%,

+13 pontos percentuais), França (35%, +13 pontos percentuais), Bulgária e

Portugal (28%, ambos +13 pontos percentuais), Polónia (33%, +12 pontos

percentuais) e Suécia (38%, +11 pontos.

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percentuais).

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B) Análise sociodemográfica

• Relativamente ao género, os homens (55%), mais do que as mulheres

(50%), tendem a considerar que estariam mais protegidos contra os efeitos da

crise se o seu país adoptasse e aplicasse medidas de forma coordenada com os

outros Estados-Membros.

• Esta posição tende também a estar mais difundida entre o grupo etário

dos 25-39 anos (55%), enquanto os inquiridos mais velhos parecem menos

convictos da mesma (50% dos inquiridos com idade igual ou superior a 55 anos).

O grau de instrução parece influenciar também as respostas. Assim, 61% dos

inquiridos que estudaram até aos 20 anos ou mais consideram que estariam mais

protegidos, como cidadãos, se o seu país adoptasse e aplicasse medidas de forma

coordenada com outros países da UE, ou seja, uma diferença de 15 pontos

percentuais em comparação com os inquiridos que deixaram a escola aos 16 anos

(46%).

• Registam-se ainda diferenças por categoria social dos inquiridos: 58% dos

gestores preferem uma acção colectiva, em comparação com 48% das pessoas

domésticas e 51% dos desempregados.

• Do ponto de vista das simpatias políticas, esta posição parece acolher maior

apoio junto das pessoas que se situam à esquerda do espectro politico (59%) do que

entre os que se situam ao centro (54%) ou à direita (53%).

• Por último, os inquiridos favoráveis à ajuda financeira nacional aos

países que enfrentam graves dificuldades preferem também uma acção

coordenada no seio da União Europeia. Esta resposta foi dada por 64% desses

inquiridos contra 44% dos que não apoiam essa ajuda financeira.

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3. O papel do euro na crise financeira

- A maioria dos europeus considera que o euro não mitigou os efeitos

negativos da crise -

Embora a saída da crise esteja a levar mais tempo do que se esperava e,

aparentemente, a recuperação não venha a ser tão rápida como se previa, de que

forma mudou a imagem da moeda única? Consideram os europeus que, em geral,

o euro mitigou os efeitos negativos da actual crise?

As opiniões a este respeito permanecem divididas, mas a maioria dos europeus

(50%; +6) acredita agora que o euro não mitigou os efeitos negativos da

crise, enquanto 33% (-6) são da opinião contrária e 17% não tenham

expressado opinião13. Ao longo dos últimos dezoito meses, por

conseguinte, as percepções foram ficando mais negativas.

É importante notar que, tal como aconteceu em Janeiro-Fevreiro de 2009

(embora em menor medida), os europeus da área do euro tendem a apoiar

mais a premissa de que o euro mitigou os efeitos da crise (38%, -6 pontos

percentuais) do que os cidadãos que vivem fora da área do euro (22%, -10

pontos percentuais). No entanto, a verdade é que, mesmo na área do euro, a

maioria dos inquiridos considera hoje que a moeda única não os protegeu

contra os efeitos da crise (51%). Este valor equivale a um aumento de oito

pontos percentuais relativamente a Janeiro-Fevereiro de 2009.

13 Diga em que medida está de acordo ou em desacordo com a seguinte afirmação: De um modo geral, o envio mitigou os efeitos negativos da actual crise. Totalmente de acordo; Tendo a concordar; Tendo a discordar; Discordo totalmente.

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A) Variações entre Estados-Membros

• Em 19 dos 27 Estados-Membros, a maioria dos inquiridos não concorda

que, em geral, o euro tenha mitigado os efeitos negativos da crise.

• Só em dois países existe uma maioria absoluta de inquiridos que

“concordam” (UE 33%) com a afirmação, a saber, na Eslováquia (57%) e na

Finlândia (50%), que fazem ambos parte da área do euro. No entanto, regista-se

igualmente um apoio maioritário a esta afirmação noutros seis Estados-Membros:

Itália (49%), Grécia (47%), Áustria (46%), Luxemburgo (44%), Irlanda (38%),

que fazem parte da área do euro, e Roménia (34%), que não adoptou ainda a

moeda única.

• Por outro lado, os inquiridos na Eslovénia (66%), na República Checa

(65%), em França (62%), na Alemanha (58%) e na Suécia (56%) são os que

mais tendem a discordar desta afirmação (UE 50%).

• No entanto, em três países, as opiniões estão bastante divididas entre os

inquiridos que “concordam” e os que discordam da afirmação, ficando em,

respectivamente, 47% e 46% na Grécia, 44% e 43% no Luxemburgo e 46% e

42% na Áustria.

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• O número dos que apoiam a afirmação de que o euro mitigou os efeitos da

crise decresceu de forma espectacular na Eslovénia: a afirmação, apoiada pela

maioria dos inquiridos em Janeiro-Fevereiro de 2009, é agora defendida por um

pouco mais de um em cada quatro inquiridos (26%, -27 pontos percentuais). O

apoio a esta afirmação caiu significativamente na Polónia, (22%, -17 pontos

percentuais), em Malta (33%, -16 pontos percentuais), nos Países Baixos (35%, -

16 pontos percentuais), na Estónia (26%, -15 pontos percentuais) e na Suécia

(20%, -15 pontos percentuais). Em todos estes países – excepto na Suécia – a

opinião maioritária inverteu-se desde o início de 2009, altura em que a maioria

dos inquiridos nesses Estados-Membros entendia que o euro os tinha protegido

contra os efeitos nefastos da crise.

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B) Análise sociodemográfica

O primeiro facto digno de registo é que, em cada uma das categorias em causa,

sem excepção, a maioria dos inquiridos “discorda” da afirmação de que, em geral,

o euro mitigou os efeitos negativos da crise.

• Os homens mostram-se mais positivos do que as mulheres quanto ao

papel da moeda única, sendo que 36% e 29%, respectivamente, afirmam que,

em geral, o euro mitigou os efeitos negativos da crise. No entanto, o cepticismo

de homens e mulheres é praticamente idêntico quanto ao papel de mitigação do

euro: 50% para os primeiros e 51% para as últimas – sendo que a taxa de “NS”

faz a diferença, posto que é consideravelmente mais elevada entre as mulheres.

Para além disso, os estratos sociais menos favorecidos permanecem algo

cépticos quanto aos efeitos de mitigação do euro: 52% dos inquiridos que se

colocam na base da escala social consideram que o euro não atenuou os efeitos

negativos da crise, em comparação com 48% dos que se colocam no topo da

escala social.

• Por último, observamos que 42% dos que são favoráveis a que o seu

país conceda ajuda financeira a outro país em dificuldades como

resultado da crise consideram que o euro ajudou a mitigar os efeitos negativos

da crise, em comparação com apenas 24% dos que não apoiam essa ajuda.

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4. Sair da crise 4.1 Reduzir a despesa pública ou investir em medidas de estímulo à

economia?

- Os europeus estão divididos quanto ao melhor caminho a seguir -

A fim de sair da crise, apresentámos duas soluções aos inquiridos, perguntando

qual prefeririam14: Cortar as despesas públicas primeiro, ou investir primeiro em

medidas de estímulo à economia.

As opiniões a este respeito são muito divididas: uma maioria relativa de europeus

(38%) considera que os Estados-Membros da União Europeia deverão investir

inicialmente em medidas de incentivo à economia. No entanto, uma

percentagem praticamente idêntica (35%) entende que os Estados-Membros

deverão, primeiro, reduzir as suas despesas públicas.

19% dos europeus afirmam, espontaneamente, que ambas as medidas deveriam

merecer igual prioridade, sendo que 8% não manifestam opinião.

14 QC8 Pessoalmente, diria que para se sair rapidamente da crise, os Estados-Membros da UE deveriam primeiro reduzir as suas despesas públicas ou deveriam primeiro investir em medidas para estimular a economia? Reduzir primeiro as suas despesas públicas; Investir primeiro em medidas para estimular a economia; Ambas as medidas igualmente (ESPONTÂNEO).

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A) Variações entre Estados-Membros

Embora as opiniões estejam divididas em toda a União Europeia, regista-se um

certo número de diferenças de país para país.

• Assim, as medidas de incentivo à economia (UE 38%) merecem

preferência sobretudo da parte dos inquiridos nos países nórdicos: Dinamarca

(69%), Finlândia (52%), e Suécia (51%). É esse também o caso na Lituânia

(65%) e nos Países Baixos (51%).

• Os inquiridos na Eslováquia (50%), em França (46%) e na Estónia (42%)

são os mais convictos de que a despesa pública deverá ser reduzida em

primeiro lugar (UE 35%).

• Nalguns países, os inquiridos estão divididos de forma

praticamente idêntica a este respeito: O índice, ou seja, a diferença entre a

percentagem dos que acreditam que os países deveriam “reduzir primeiro a sua

dívida pública” e os que consideram que deveriam “primeiro investir em medidas

de incentivo à economia”, está muito próximo do zero. Os países em questão

são a República Checa (ambos 42%), o Luxemburgo (ambos 35%), o Reino

Unido (ambos 41%), a Bélgica (41% e 43% respectivamente), a Grécia (35% e

36%) e a Eslovénia (36% e 34%).

• Em dois países, a saber, Portugal (36%) e Alemanha (35%), a maioria

chega mesmo a responder, espontaneamente, que ambas as medidas

deveriam ser aplicadas (UE 19%). Convém notar que a ponderação desta

pergunta (“ambas as medidas”) é ainda mais significativa, uma vez que surgiu,

espontaneamente, por iniciativa dos entrevistados.

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B) Análise sociodemográfica

• A primeira escolha dos europeus, a saber, investir em medidas de

incentivo à economia, varia consoante as categorias sociodemográficas.

• Os homens tendem, mais do que as mulheres, a ser favoráveis às

medidas de incentivo à economia (40% contra 37%).

• As respostas são influenciadas pela idade: quanto mais jovens são os

inquiridos (entre os 15 e os 24 anos), mais tendem a favorecer as medidas de

incentivo à economia (42%); os inquiridos mais velhos (55+) são os que mais

hesitam (34%).

• O grau de instrução dos inquiridos também é determinante: aqueles que

prosseguiram os estudos até mais tarde preferem que os Estados-Membros

invistam em medidas de incentivo à economia (43% das pessoas que estudaram

até aos 20 anos ou mais). Em contrapartida, os inquiridos com mais baixa

qualificação preferem os cortes na despesa pública (34% dos inquiridos que

deixaram a escola até aos 15 anos).

• A orientação política dos inquiridos parece ser também um factor

determinante: 43% dos que se posicionam à esquerda do espectro político

tendem a preferir medidas de estímulo à economia, em comparação com 39%

dos que se posicionam ao centro e com 38% dos que se posicionam à direita,

42% dos quais preferem o corte das despesas públicas.

• A posição social tem uma influência relativamente pequena nas

respostas dos inquiridos, embora 41% dos que se colocam no topo da escala

social tendam a preferir que os países invistam em medidas de estímulo à

economia, enquanto apenas 36% dos que se colocam na base da escala social

comungam dessa opinião.

Cumpre notar que uma maioria relativa dos inquiridos,

independentemente da posição em que se colocam na escala social,

prefere, seja como for, investir em medidas de estímulo à economia.

• 44% dos inquiridos que são favoráveis a que o seu país conceda ajuda

financeira a outro país em época de crise preferem investir em medidas de

estímulo à economia, sendo 37% os que se opõem a essa ajuda.

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4.2 Quem deverá fazer o maior esforço no que respeita às medidas de

austeridade

- Uma maioria relativa dos europeus acredita que deverão ser os líderes

das grandes empresas e da indústria a fazer o maior esforço no que

respeita às medidas de austeridade -

Nalguns Estados-Membros essa é já a realidade, mas noutros essa questão

parece ser tabu. A perspectiva da introdução de medidas de austeridade como

uma das soluções apontadas para se ultrapassar a crise foi sugerida aos

inquiridos durante a presente sondagem. Mas quem deverá suportar o fardo

dessas medidas?15

Mais de um terço (34%) dos inquiridos afirma que, para ultrapassar a crise, o

maior esforço em matéria de medidas de austeridade deverá caber aos

“dirigentes das grandes empresas e da indústria”.

Em seguida, 21% dos europeus escolhem os “serviços públicos”, 7% as “PME

(pequenas e médias empresas)/EMP (empresas muito pequenas)” e, por último,

6% optam pela resposta “você/os cidadãos europeus”. Menos de um em cada dez

inquiridos (8%) não manifestam opinião.

A resposta “todos ao mesmo tempo” (ou seja, todos os membros da sociedade),

apareceu espontaneamente em segundo lugar com um resultado de 24%, sem

dúvida um sinal de consciencialização colectiva da dimensão dos esforços a

empreender.

15 QC9 Na sua opinião, no (NOSSO PAÍS), qual dos seguintes deveria fazer os maiores esforços em termos de medidas de austeridade? Os líderes das grandes empresas e da indústria; as PME (pequenas e médias empresas/EMP – Empresas muito pequenas); Os serviços públicos; Você/Cidadãos europeus; Todos ao mesmo tempo (ESPONTÂNEO)

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A) Variações entre Estados-Membros

Uma análise dos dados exclusivamente a nível da União Europeia esconderia as

diferenças significativas que existem entre os 27 Estados-Membros.

• Assim, a primeira resposta dada pelos europeus, em média, a saber, os

“líderes das grandes empresas e da indústria” (UE 34%), foi mencionada

sobretudo pela maioria dos inquiridos em França (53%), na Eslováquia (47%), no

Reino Unido (44%), na Bélgica e nos Países Baixos (43%) e, em menor medida,

na Letónia (13%), na Bulgária (16%) e em Chipre (19%)

• Deverão ser os “serviços públicos” (UE 21%) a envidar os maiores

esforços em matéria de medidas de austeridade, de acordo com a maioria dos

inquiridos na Letónia (60%), seguidos, em menor medida, pelos inquiridos na

Bulgária (39%), na Estónia (32%) e na Dinamarca (30%).

Os inquiridos em Malta (13%), na Roménia, em Espanha e em Itália (14% nos

três casos) são os que mais tendem a optar por esta resposta.

• As “PME (pequenas e médias empresas)/EMP (empresas muito

pequenas)” (UE 7%), que ficaram em quarto lugar nas respostas dadas pelo

conjunto dos europeus (7%), foram referidas em primeiro lugar com uma

frequência ligeiramente superior na Áustria (15%), em Itália (14%), na Polónia e

em Portugal (12% cada).

Em contrapartida, o número mais baixo de respostas no que se refere às

PME/EMP regista-se em Chipre (1%), no Luxemburgo (2%), em Malta, na Suécia

e no Reino Unido (3% nos três casos).

• Os europeus em geral colocam a resposta “Você/Os cidadãos

europeus” (UE 6%), em quinto e último lugar; esta resposta foi referida por um

em cada seis inquiridos nos Países Baixos (16%), por 15% dos entrevistados na

Dinamarca e por 14% em Chipre.

Os resultados mais baixos foram obtidos na Alemanha e em Portugal (2% cada).

Por último, a resposta dada em segundo lugar, “Todos ao mesmo tempo”

(UE 24%) (que, é preciso tê-lo presente, não foi sugerida explicitamente aos

inquiridos), foi referida, sobretudo, pelos inquiridos na Alemanha (38%), em

Malta (37%), em Chipre (36%), em Espanha (33%), em Itália, em Portugal e na

Eslovénia (32% nos três casos). Em contrapartida, os inquiridos em França e na

Lituânia (9% cada), nos Países Baixos e no Reino Unido (10% em ambos os

casos) são os que menos tendem a dar esta resposta.

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B) Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica revela as seguintes diferenças:

• Os líderes das grandes empresas e da indústria (vistos como os

actores que deverão envidar os maiores esforços em termos de medidas de

austeridade) são referidos por percentagens praticamente idênticas de homens e

mulheres (34% e 35%).

Em termos etários, os inquiridos mais jovens tendem, mais do que os mais

idosos, a referir os líderes das empresas (37% dos inquiridos com idades

compreendidas entre 15 e 24 anos e 32% dos com idade igual ou superior a 55

anos).

Entre as diferentes categorias profissionais, os trabalhadores manuais (37%) são

os que mais querem que sejam os líderes das grandes empresas e da indústria a

envidar os maiores esforços.

Os inquiridos que se posicionam à esquerda do espectro político (41%) tendem

também, mais do que os que se situam ao centro (35%) ou à direita (32%), a

comungar desta opinião.

• Os homens, mais do que as mulheres (22% e 19% respectivamente)

consideram que devem ser os “serviços públicos” a envidar esforços especiais.

Verifica-se também entre os inquiridos socialmente mais “favorecidos” (23% dos

gestores) uma ligeira tendência para optar por esta resposta, assim como entre

os que se situam à direita do espectro político (25% contra 21% e 20% dos que

se situam, respectivamente, ao centro ou à esquerda do espectro político).

• No que se refere às duas últimas respostas, “PME e EMP” e “Você/Os

cidadãos europeus”, não é propriamente possível estabelecer distinções

sociodemográficas entre os inquiridos que optam por estas respostas.

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4.3 Solidariedade entre os Estados-Membros em tempos de crise

- A maioria dos europeus é favorável a que se preste ajuda financeira a

outros Estados-Membros que enfrentam dificuldades -

Fazer face à crise significa igualmente demonstrar solidariedade entre os

diferentes Estados-Membros quando alguns destes enfrentam dificuldades

económicas e financeiras graves. Mas até que ponto estão os europeus dispostos

a levar esta solidariedade? Foi esse o cerne da pergunta formulada16.

Uma maioria dos europeus (49%) está disposta a prestar ajuda

financeira a outro Estado-Membro que enfrente dificuldades económicas

e financeiras. Praticamente 10% “concordam totalmente” com esta afirmação.

No entanto, mais de um terço (39%) dos inquiridos é da opinião

contrária. Doze por cento não manifestam opinião.

16 QC10 Em que medida concorda ou discorda da seguinte afirmação. Em tempos de crise, é desejável para (O NOSSO PAÍS) fornecer ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE que esteja a enfrentar graves dificuldades económicas e financeiras. Concorda totalmente; Tende a concordar; Tende a discordar; Discorda totalmente.

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Cumpre notar que a maioria dos inquiridos nos países pré-2004 concorda que

deverá ser concedida ajuda financeira a outro Estado-Membro que enfrente

dificuldades económicas e financeiras (50% contra 39% que discordam).

Nos países pós-2004/2007, no entanto, uma maioria relativa dos inquiridos tende

a manifestar-se contra a ideia (44%), enquanto 41% concorda com a afirmação.

A) Variações entre Estados-Membros

A média europeia de 49% dos inquiridos que se mostra favorável à concessão de

ajuda financeira a outro Estado-Membro que enfrente dificuldades esconde

diferenças significativas entre os 27 Estados-Membros.

• Em primeiro lugar, em mais de metade dos Estados-Membros (14

dos 27), uma maioria absoluta de inquiridos “concorda” (EU 49%) com

esta afirmação.

Alguns países evidenciam-se por registarem um número muito superior à média

de respostas “Concorda” (total das respostas “Concorda totalmente” e “Tende a

concordar”), em particular Chipre (70%), Dinamarca (69%), Suécia (67%),

Bélgica (61%) e Luxemburgo (59%).

Em contrapartida, apenas 24% dos inquiridos na Bulgária, 29% na Eslovénia,

32% na Roménia e 35% na República Checa, na Hungria e na Eslováquia optam

por esta resposta.

• Tendo em conta a situação grega e as decisões tomadas pelos Estados-

Membros na Primavera passada relativamente a este país, as quais suscitaram

uma certa controvérsia na Alemanha, é particularmente interessante registar

que as opiniões a este respeito estão distribuídas de forma equitativa

entre estes dois países. Quarenta e oito por cento dos inquiridos na Grécia são

favoráveis a que se preste ajuda financeira a outro Estado-Membro que enfrente

dificuldades enquanto 46% discordam. Na Alemanha, os números são de 46% e

45% respectivamente.

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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B) Análise sociodemográfica

• As respostas a esta questão revelam poucas diferenças em função do

género e da idade dos inquiridos. No entanto, os homens tendem, ligeiramente

mais do que as mulheres, a ser favoráveis à concessão de ajuda financeira a um

Estado-Membro que enfrente dificuldades (50% e 47% respectivamente

“Concorda”).

• Os inquiridos mais jovens são também os que tendem a concordar mais

com a afirmação (50% dos inquiridos com idades entre os 15 e os 39 anos contra

48% dos que se situam no grupo etário dos 40-54 anos e 47% dos que têm idade

igual ou superior a 55 anos).

• No entanto, é sobretudo notório que as categorias sociais mais

“favorecidas” sejam as que mais tendem apoiar a ajuda a outro

Estado-Membro. Assim, 59% dos inquiridos que estudaram até a uma idade igual

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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ou superior a 20 anos concorda com aquela ideia, o mesmo acontecendo com

58% dos gestores e com 53% daqueles que quase nunca têm dificuldades em

pagar as suas contas, em comparação com apenas 36% dos que, a maior parte

das vezes, têm dificuldade em pagar as suas contas. A maioria destes últimos

(49%) não considera que essa ajuda seja desejável.

• Por último, no que se refere às simpatias políticas, 56% dos que se

posicionam à esquerda do espectro político apoiam essa ajuda, em comparação

com 49% dos que se posicionam à direita e ao centro.

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4.3.1 Razões para a solidariedade dos cidadãos

- A solidariedade como uma questão de princípio mas que pode também

provar ser benéfica para todos -

Como referido acima, 49% dos europeus concorda que o seu país preste ajuda

financeira a outro Estado-Membro que enfrente dificuldades económicas e

financeiras graves. Mas qual a verdadeira razão desse apoio? Foi esta a essência

da pergunta que subsequentemente foi formulada.17 Será por acreditarem que

essa ajuda a outro Estado-Membro é do interesse económico do seu próprio país?

Ou deverá a ajuda ser prestada em nome da solidariedade entre

Estados-Membros?

Uma vez mais as opiniões encontram-se bastante divididas. Embora a maioria

dos que são favoráveis à solidariedade entre Estados-Membros (51%) ofereça

ajuda “em nome da solidariedade europeia entre Estados-Membros”,

quatro em cada dez (44%) orientam-se mais pela crença de que é do “interesse

económico do seu país ajudar outro Estado-Membro”. Apenas 2%

apresentam outra razão e 3% não manifestam opinião.

17 QC11 Qual é a principal razão por que pensa ser desejável que (O NOSSO PAÍS) forneça ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE que está a enfrentar graves dificuldades económicas e financeiras? É do interesse económico (DO NOSSO PAIS) ajudar outro Estado-Membro da UE; Em nome da solidariedade europeia entre Estados-Membros; Outras (ESPONTÂNEO).

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*Base: Os que respondem ser desejável prestar ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE que

enfrente dificuldades económicas e financeiras graves (49% do conjunto da amostra).

A) Variações entre Estados-Membros

• A maioria dos inquiridos em 22 dos 27 Estados-Membros (incluindo

21 com uma maioria absoluta) apoia essa ajuda “em nome da solidariedade

europeia entre Estados-Membros” (UE 51%).

O apoio ao princípio da solidariedade é particularmente expressivo na Grécia (país

bem colocado para apreciar a necessidade dessa ajuda, tendo dela beneficiado

recentemente), em Chipre e no Luxemburgo (74% cada), bem como na Bulgária

(68%).

• Em contrapartida, os interesses económicos (UE 44%) assumem

preponderância no Reino Unido (68%), na Alemanha (53%), na Irlanda (52%),

nos Países Baixos (50%) e na República Checa (49%).

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It is in the economic interests of (OUR COUNTRY) to help another EU Member

State

In the name of European solidarity between Member

States

Other (SPONTANEOUS)

Don't know

EU27 44% 51% 2% 3%

BE 37% 62% 0% 1%

BG 31% 68% 0% 1%

CZ 49% 48% 0% 3%

DK 41% 57% 1% 1%

DE 53% 43% 2% 2%

EE 38% 59% 2% 1%

EL 24% 74% 0% 2%

ES 37% 51% 7% 5%

FR 36% 60% 2% 2%

IE 52% 43% 2% 3%

IT 38% 57% 2% 3%

CY 25% 74% 1% 0%

LT 30% 62% 2% 6%

LV 34% 63% 0% 3%

LU 20% 74% 3% 3%

HU 47% 49% 1% 3%

MT 37% 59% 1% 3%

NL 50% 48% 2% 0%

AT 39% 55% 4% 2%

PL 37% 60% 0% 3%

PT 33% 60% 1% 6%

RO 42% 55% 0% 3%

SI 24% 66% 7% 3%

SK 44% 55% 0% 1%

FI 36% 61% 2% 1%

SE 31% 64% 2% 3%

UK 68% 27% 1% 4%

QC11 What is the main reason why you think it is desirable that (OUR COUNTRY) gives financial help to another EU Member State facing severe economic and financial difficulties?

Highest percentage by item Lowest percentage by item *Base: Os que respondem ser desejável prestar ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE que

enfrente dificuldades económicas e financeiras graves (49% do conjunto da amostra).

B) Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica dos resultados desta pergunta revela alguns

elementos interessantes, ainda que, praticamente na maioria dos casos, a

solidariedade entre os Estados-Membros seja a principal razão dada pelos

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inquiridos para justificar o apoio à concessão de ajuda a outro Estado-Membro

que enfrente graves dificuldades financeiras.

• Verificamos, antes de mais, que os resultados não parecem

efectivamente estar correlacionados com o género ou com a idade dos

inquiridos.

• Em contrapartida, a categoria profissional dos inquiridos é um tanto

mais eloquente. Por exemplo, os trabalhadores por conta própria (55%), as

pessoas domésticas (54%) e os reformados (53%), em comparação com 47%

dos gestores, são os que mais tendem a referir a solidariedade europeia como

principal razão para ajudar outro Estado-Membro.

Além disso, 54% dos inquiridos que acreditam que estariam mais protegidos se o

seu país adoptasse medidas de combate à crise de uma forma coordenada com

outros Estados-Membros são favoráveis a essa ajuda “em nome da solidariedade

europeia”. Este resultado é mais elevado em oito pontos percentuais do que o

registado no caso dos inquiridos que defendem que os Estados-Membros tomem

medidas com base numa abordagem individual. Cinquenta por cento dos

inquiridos deste último grupo afirmam que a ajuda em questão deveria ser

primordialmente orientada pelos interesses económicos do seu próprio país.

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4.3.2 Razões para não manifestar solidariedade

- Um sentimento generalizado de que os cidadãos de um país não

deveriam ter de pagar pelos problemas de outros -

Como supramencionado, 39% dos europeus não estariam disponíveis para

ajudar um outro Estado-Membro que enfrente dificuldades económicas e

financeiras graves (ver QC10). A fim de perceber as suas motivações, solicitámos

que explicassem as razões da sua decisão18: Será por considerarem não ser do

interesse económico do seu país ajudar um outro Estado-Membro? Ou

consideram que os cidadãos do seu Estado-Membro não têm de pagar pelos

problemas económicos dos outros Estados-Membros da UE?

66% afirmam que os cidadãos do seu país não deveriam ter de pagar

pelos problemas de outros.

Um quarto (exactamente 25%) refere não ser do interesse económico do

seu país ajudar outro Estado-Membro. Apenas 6% apresentam outra razão e 3%

não manifestam opinião.

18 QC11 Qual é a principal razão por que pensa ser desejável que (O NOSSO PAÍS) forneça ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE que está a enfrentar graves dificuldades económicas e financeiras? Não é do interesse económico do (NOSSO PAIS) ajudar outro Estado-Membro da UE; (NACIONALIDADE) os cidadãos não deverão pagar pelos problemas económicos de outros Estados-Membros da UE; Outras (ESPONTÂNEO)

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*Base: Os que respondem não ser desejável prestar ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE

que enfrente dificuldades económicas e financeiras graves (39% do conjunto da amostra).

A) Variações entre Estados-Membros

• Antes de mais, cumpre notar que, em 24 dos 27 Estados-Membros,

uma maioria absoluta dos inquiridos que respondem não ser desejável ajudar

outro Estado-Membro que enfrente dificuldades financeiras graves afirma que o

seu país não deveria ter de pagar pelos outros Estados-Membros (UE 66%).

Alguns países expressam esta opinião com particular veemência, especialmente a

Eslovénia (88%), a Alemanha (85%), a Eslováquia (81%), a Finlândia (79%) e a

Áustria (78%).

• Os três restantes países são a Roménia (47%), a Espanha (49%) e a

Grécia (38%). Só uma maioria de inquiridos na Grécia responde não ser do

interesse económico do seu país ajudar outro Estado-Membro da UE (50%). Há

que notar que estes três países viveram todos uma situação económica

particularmente difícil.

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*Base: Os que respondem não ser desejável prestar ajuda financeira a outro Estado-Membro da UE

que enfrente dificuldades económicas e financeiras graves (39% do conjunto da amostra).

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B) Análise sociodemográfica

Primeira observação: a indisponibilidade para pagar pelos outros é amplamente

preponderante em todas as categorias de inquiridos. No entanto, existem

algumas diferenças na veemência dessa opinião.

• Não existem diferenças significativas entre os inquiridos em função das

variáveis do género e da idade.

• Contudo, a categoria profissional dos inquiridos parece ter influência

nas suas respostas. Os inquiridos socialmente mais favorecidos são os que mais

tendem a considerar que o seu país não deverá ter de pagar pelos restantes

Estados-Membros: 67% dos gestores e dos trabalhadores por conta própria em

comparação com 59% dos desempregados e com 62% das pessoas domésticas.

• De igual modo, os inquiridos que quase nunca têm dificuldade para

pagar as suas contas (68%) tendem a comungar mais desta opinião do que os

que, na maior parte das vezes, têm dificuldades em pagar as suas contas (62%).

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4.4 Medidas para sair da crise

- Investir na educação, formação e investigação mas

apoiando igualmente as pequenas e médias empresas -

A União Europeia está empenhada num processo que visa a saída da crise até ao

ano de 2020, bem como nas políticas comunitárias a privilegiar de molde a

assegurar que a União Europeia regresse ao crescimento.

Tendo isso presente, o Parlamento Europeu adoptou algumas posições, em

diversas ocasiões, quanto às medidas que considera deverem merecer prioridade

com vista a ajudar a União Europeia a emergir da crise, assegurando um regresso

ao emprego e ao crescimento sustentável.

Solicitou-se aos entrevistados que participaram na presente sondagem do

Eurobarómetro que escolhessem um máximo de quatro medidas (de entre

onze propostas) que, no seu entender, deveriam merecer prioridade a fim de se

sair da crise19.

Os resultados obtidos mostram que, para os europeus, é preciso que a promoção

do emprego e o regresso ao crescimento assentem, acima de tudo, na educação

e no apoio às PME.

• A afirmação “Investir na educação, formação e investigação” obtém

a pontuação máxima: constitui uma prioridade para mais de quatro em cada dez

inquiridos (43%). Segue-se de perto o “apoio às PME e às EMP”, que foi

referido por 40% dos entrevistados.

• A “redução da burocracia” obtém a terceira pontuação mais elevada,

com mais de um terço (34%) das respostas, à frente da “promoção do

empreendedorismo” (30%), mas, sobretudo, de medidas de investimento mais

concretas, como o “investimento em fontes de energia renováveis e o

fomento da poupança energética” (23%), “o investimento em inovação e

I&D” (22%) ou o investimento “no ambiente” (17%).

• Como parte desta necessidade de promover as nossas capacidades de

inovação e investigação, um quinto dos europeus afirma ser importante “reduzir

a fuga de cérebros entre os europeus altamente instruídos e o número de

trabalhadores qualificados que deixam a Europa” (20%), mas também

“lutar contra o abandono escolar” (19%).

• Nesta lista de opções, o “apoio às grandes empregas e à indústria” e

o “desenvolvimento da governação económica europeia, para coordenar

19 QC13 O Parlamento Europeu promove determinadas medidas para ajudar a UE a sair da crise, assegurando um retorno do emprego e do crescimento sustentável. Na sua opinião, quais das seguintes políticas devem ser prioritárias?

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as políticas económicas dos Estados-Membros da UE” são referidos por

16% dos inquiridos.

• Por último, são referidas com muito menor frequência outras medidas pós-

crise, nomeadamente o investimento na “solidariedade e o contributo para a

integração das pessoas excluídas da sociedade” (15%), bem como a

eliminação das “barreiras à livre circulação de pessoas, bens e serviços na

UE” (10%). Esta última questão prende-se, indubitavelmente, na mente de

muitos europeus, com algo que já foi conseguido através da conclusão do

mercado interno.

• Existem algumas diferenças bastante marcadas quanto a algumas

medidas entre os europeus que pertencem a países da área do euro e os

que provêm de países de fora da área do euro. Assim, quatro das catorze

propostas para ajudar a União Europeia a sair da crise são mencionadas com uma

frequência muito maior pelos primeiros do que pelos últimos:

o “Reduzir a fuga de cérebros entre os europeus altamente

instruídos e o número de trabalhadores qualificados que deixam a

Europa”: respectivamente 24% e 14%;

o “Investir na solidariedade e contribuir para a integração de

pessoas excluídas da sociedade”: 19% e 9%.

o “Desenvolvimento da governação económica europeia, para

coordenar as política económicas dos Estados-Membros da UE”:

19% e 12%.

o “Investimento no ambiente”: 19% e 14%.

• Em contrapartida, a “Redução da burocracia” foi referida com muito

maior frequência pelos inquiridos de países não pertencentes à área do euro

(40% contra 30% na área do euro).

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A) Variações entre Estados-Membros

Como se pode verificar pela tabela abaixo, a ordem de prioridades estabelecida

pelos europeus para as medidas propostas varia consideravelmente de país para

país. Salientamos as medidas referidas com maior frequência.

• Investimento na educação, formação e investigação (UE 43%) é a

medida escolhida como prioritária pela maioria dos inquiridos na Irlanda (66%),

em Chipre (59%), na Dinamarca e na Alemanha (58% cada), em Malta (57%),

na Suécia (53%), no Luxemburgo (51%), na Roménia e em França (50% em

ambos os casos).

No entanto, os inquiridos na Lituânia (24%), na Polónia (30%), em Itália (31%),

na Letónia, em Espanha e na Eslovénia (todos 32%) são os que menos tendem a

favorecer esta medida.

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• O apoio às PME e EMP (UE 40%) é visto com uma medida

particularmente importante pelos inquiridos em Chipre (62%), na Grécia (54%),

na Bulgária e em França (53% cada), na Irlanda (51%) e na República Checa

(50%). No entanto, regista-se um apoio muito inferior a esta medida em Malta e

na Dinamarca (28% cada).

• A redução da burocracia (UE 34%) é citada como uma prioridade na

Eslovénia (54%), nos Países Baixos (53%), na Finlândia (50%) e na Lituânia

(48%), mas apenas por 15% dos inquiridos em Portugal e por 16% em Espanha.

• A promoção do empreendedorismo (UE 30%), como forma de ajudar a

UE a emergir da crise, é referida com maior frequência na Grécia, em Espanha e

na Letónia (todos com 53%), bem como na República Checa (50%). Os números

mais baixos de respostas relativamente a esta medida foram obtidos em Malta

(10%), na Roménia (12%) e na Alemanha (15%).

• O investimento em fontes de energia renováveis e o fomento da

poupança energética (UE 23%) são considerados prioritários pelos inquiridos

na Dinamarca (41%), em Chipre, na Hungria e na Áustria (todos com 35%), mas

merece muito pouco apoio na Roménia (8%) e em Espanha (10%).

• O investimento na inovação e na I&D (UE 22%) constitui uma

prioridade para os inquiridos na Suécia (47%), na Dinamarca (38%) e nos Países

Baixos (34%), estando os entrevistados em Espanha e na Hungria (13% cada)

muito menos convencidos da sua importância.

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B) Análise sociodemográfica

Uma análise sociodemográfica dos resultados desta pergunta revela diferenças

significativas nas respostas, consoante os subgrupos de entrevistados. Para o

ilustrar, salientaremos as principais medidas apoiadas pelos europeus:

• O “Investimento na educação, formação e investigação” é

naturalmente um tema favorito para os inquiridos mais jovens (50% do grupo

etário dos 15-24 anos contra 40% dos inquiridos com idade igual ou superior a 55

anos). No entanto, esta política merece igualmente um forte apoio da parte dos

gestores (54% contra 43% dos trabalhadores manuais) e entre as pessoas que se

posicionam à esquerda do espectro político (48% contra 46% dos que se situam

ao centro e 40% dos que se dizem de direita).

Os inquiridos com maior grau de instrução são também os que mais tendem a

referir o investimento na educação, formação e investigação (48% dos que

estudaram até aos 20 anos de idade ou mais contra 36% dos que deixaram os

estudos com idade igual ou inferior aos 15 anos).

Esta medida é igualmente apoiada por 48% dos inquiridos que consideram que a

crise não teve consequências na sua situação pessoal (em comparação com 41%

dos que pensam que a crise teve um impacto significativo na sua situação

pessoal).

• O “apoio às PME e às EMP” é, um tanto logicamente, uma medida a que

os trabalhadores por conta própria (47% contra 38% das pessoas domésticas)

acreditam que deverá ser conferida prioridade. É igualmente uma medida

advogada pelos inquiridos dos grupos etários intermédios (43% das pessoas do

grupo etário dos 25 aos 39 anos e 42% das do grupo etário dos 40 aos 54 anos),

bem como pelos inquiridos que não são favoráveis a que o seu país conceda

ajuda financeira a outro Estado-Membro que enfrente dificuldades (45%), em

comparação com 38% dos que são a favor da concessão dessa ajuda.

• A “redução da burocracia” parece ser mais prioritária para os homens

do que para as mulheres (36% e 32%). Os inquiridos mais idosos parecem

também mais dispostos a apoiar esta medida (38% dos inquiridos com idade

igual ou superior a 55 anos contra 24% dos inquiridos do grupo etário dos 15-24

anos). O facto de se pertencer a uma categoria social mais “favorecida” parece

também condicionar as respostas: esta medida é referida por 37% dos gestores e

por 38% dos trabalhadores por conta própria.

Cumpre também notar que 39% das pessoas à direita do espectro político

referem esta medida, em comparação com 36% dos que se situam ao centro e

com 32% dos que se situam à esquerda.

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• A “Promoção do empreendedorismo” é naturalmente cara sobretudo

aos trabalhadores por contra própria (38%), mas tende a ser referida com uma

frequência ligeiramente inferior pelos gestores e pelos desempregados (29% em

ambos os casos).

Os inquiridos que se posicionam à esquerda do espectro político (41%) tendem

também, mais do que os que se posicionam ao centro (35%) ou à direita (28%),

a partilhar desta opinião.

• O “Investimento nas fontes de energia renováveis e a promoção da

poupança energética” são referidos mais frequentemente pelos inquiridos com

maior grau de instrução (27% dos que estudaram mais tempo contra 19% dos

que deixaram os estudos antes dos 16 anos). As categorias sociais mais

“favorecidas” atribuem igualmente mais importância às preocupações ambientais:

29% dos gestores (contra 18% dos desempregados e 17% dos que, na maior

parte das vezes, tem dificuldades em pagar as suas contas).

• O “Investimento na inovação e na I&D” é uma medida advogada

sobretudo pelos homens (25% contra 19% de mulheres), pelos mais instruídos

(29% contra 16% dos que deixaram a escola com idade igual ou inferior aos 15

anos), e pelos gestores (30% contra 15% dos desempregados).

Trata-se de uma medida igualmente escolhida por 27% dos inquiridos que se

situam à direita do espectro político, em comparação com 24% dos que se situam

ao centro e à esquerda. Mais, foi referida também com maior frequência pelos

que se colocam no topo da escala social do que pelos que se colocam na base da

mesma (28% e 16% respectivamente).

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Seis medidas referidas com maior frequência.

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- Um apelo a uma regulação mais estrita dos operadores dos mercados

financeiros -

Uma série de medidas destinadas a prevenir e evitar futuras crises estão

actualmente a ser debatidas no seio das Instituições europeias. Solicitou-se aos

europeus que manifestassem a sua opinião quanto à eficácia de algumas dessas

medidas. Para esse fim, pediu-se aos inquiridos que manifestassem a sua opinião

sobre um conjunto de sete medidas fundamentais, indicando se as consideram

“eficazes” ou “ineficazes” para prevenir e evitar futuras crises.20

• A lição essencial a retirar quanto a esta questão é que uma ampla

maioria de inquiridos considera que todas estas medidas seriam

efectivamente eficazes para prevenir e evitar futuras crises. Cinco das sete

medidas são apoiadas por mais de 60% dos inquiridos.

• A medida que obtém o maior número de respostas positivas (70%) é a

“regulação e supervisão mais rigorosas dos actores dos mercados

financeiros (por exemplo, regulamentando os prémios dos corretores)”.

• “A criação de um Fundo Monetário Europeu que possa intervir caso

um dos Estados-Membros enfrente dificuldades económicas e financeiras

graves” obtém o segundo maior número de respostas (67%), seguida de perto

pelas medidas que visam assegurar “o cumprimento das regras definidas em

conjunto na UE em matéria de dívida e défices públicos” (65%).

• A melhoria da “consulta entre os Estados-Membros da UE aquando

da elaboração dos respectivos orçamentos” faz sentido para 64% dos

europeus.

• Em seguida, 63% dos inquiridos considera que “estabelecer uma

governação económica europeia, que assegure a coordenação das

políticas económicas, orçamentais e financeiras de todos os Estados-

Membros” pode ser uma forma eficaz de prevenir e evitar futuras crises.

• Mais de metade dos inquiridos (58%) considera que “A apresentação

dos orçamentos nacionais dos Estados-Membros à Comissão Europeia”

seria uma medida eficaz.

Por último, uma maioria relativa das pessoas inquiridas (exactamente 47%)

considera que “A introdução de um imposto bancário e de um imposto

sobre as transacções financeiras” seria uma medida eficaz para prevenir e

evitar crises futuras na UE. Regista-se, a este respeito, um nível particularmente

20 QC14 Certas medidas com o objectivo de prevenir e evitar futuras crises estão actualmente a ser debatidas nas Instituições europeias. Para cada medida, diga-me se pensa que vai ser eficaz ou não para prevenir e evitar futuras crises. Escala das respostas: Muito eficaz; Bastante eficaz; Não muito eficaz; Ineficaz.

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elevado de respostas “NS” (21%), reflectindo, presumivelmente, um certo grau

de perplexidade entre os inquiridos no que se refere a esta opção, que é

actualmente objecto de uma série de interpretações e que poderá ser

relativamente complicada de compreender. Acresce que alguns inquiridos

consideram, talvez, que caso esta medida seja introduzida, os bancos venham a

fazer reflectir qualquer imposto sobre as transacções financeiras nos seus

clientes, ou seja, nos próprios cidadãos europeus.

• Um número considerável de europeus não manifesta qualquer

opinião a este respeito, independentemente da medida em causa (as respostas

“NS” variam entre os 16 e os 21%). Uma parte não negligenciável da população

prefere não emitir qualquer opinião sobre estas questões relativamente técnicas e

complexas.

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• Além disso, como se verá, para cada uma das medidas propostas, os

inquiridos de países da área do euro tendem, mais do que os

provenientes de países de fora da área do euro, a considerar que as

várias medidas propostas seriam uma forma eficaz de prevenir e evitar

futuras crises. Este resultado fica, em parte, a dever-se ao facto de a

percentagem de respostas “NS” ser, em todos os casos, superior fora da área do

euro.

A diferença mais significativa na veemência das repostas, em ambas as zonas,

prende-se com os incentivos ou sanções destinadas a encorajar os

Estados-Membros a cumprirem as regras definidas em conjunto na UE no

que respeita à dívida e aos défices públicos. A diferença é de 13 pontos

percentuais (70% e 57% respectivamente).

A) Variações entre Estados-Membros

Existem diferenças bastante significativas entre os 27 Estados-Membros

no que se refere às medidas propostas: alguns países evidenciam-se pela sua

percepção mais positiva da eficácia de cada uma das medidas propostas. É

sobretudo o caso dos inquiridos em Chipre, na Bélgica, na Grécia, em Itália, na

Eslováquia, nos Países Baixos, na Áustria e na Alemanha. Em contrapartida, os

inquiridos no Reino Unido e na Estónia são os menos convictos da eficácia dessas

medidas.

• No caso da medida que obteve o maior número de preferências, a saber, a

regulação e supervisão mais rigorosas dos operadores dos mercados

financeiros (por exemplo, a regulamentação dos prémios dos corretores)

(UE 70%), existem algumas diferenças na veemência das respostas. Os inquiridos

na Eslováquia e em Chipre (85% cada), bem como na Alemanha (81%), são os

que se mostram mais convictos da eficácia desta medida.

• Os inquiridos em Chipre (88%), na Eslováquia (85%) e na Bélgica (80%)

são os que mais tendem a pensar que a criação de um Fundo Monetário

Europeu que possa intervir caso um Estado-Membro enfrente

dificuldades económicas e financeiras graves (UE 67%) seria uma medida

eficaz. O mesmo é válido para os incentivos ou sanções financeiras destinados a

encorajar os Estados-Membros da UE a cumprirem as regras definidas em

conjunto na UE em matéria de dívida e défices públicos (UE 65%) (87% em

Chipre, 82% na Eslováquia e 81% na Bélgica).

• Uma vez mais, os inquiridos em Chipre (87%), na Eslováquia (83%), na

Bélgica (79%) e na Bulgária (75%) são os que mais tendem a acreditar que uma

consulta acrescida entre os Estados-Membros da UE aquando da

elaboração dos respectivos orçamentos nacionais (UE 64%) seria uma

forma eficaz de prevenir e evitar futuras crises.

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• Os inquiridos na Eslováquia (85%), em Chipre (83%) e na Bélgica (79%)

são, uma vez mais, os que mais tendem a acreditar que o estabelecimento de

uma governação económica europeia, que assegure a coordenação das

políticas económicas, orçamentais e financeiras de todos os Estados-

Membros (UE 63%) seria uma medida eficaz.

• A apresentação dos orçamentos nacionais dos Estados-Membros da

UE à Comissão Europeia (UE 58%) é vista como uma medida potencialmente

eficaz para prevenir e evitar futuras crises sobretudo pelos inquiridos em Chipre

(84%), na Eslováquia (78%) e na Bélgica (76%).

• Por último, os inquiridos na Áustria (67%), na Alemanha (62%) e na

Eslovénia (61%) são os que se mostram mais convictos de que a introdução de

um imposto bancário e de um imposto sobre as transacções financeiras

(EU 47%) seria uma medida eficaz.

As percentagens mais elevadas de respostas “NS” a estas questões,

independentemente da medida em causa, registam-se sobretudo em Malta, na

Lituânia, na Roménia, na Estónia, na Bulgária, na Polónia e no Reino Unido.

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B) Análise sociodemográfica

• Em primeiro lugar, em termos de género, existem algumas diferenças

muito significativas nas respostas relativas à eficácia das medidas propostas.

Assim, os homens tendem, mais do que as mulheres, a considerar que

qualquer das medidas propostas, ou todas elas, poderiam prevenir ou

evitar futuras crises:

o O estabelecimento de uma governação económica europeia:

respectivamente 65% e 59%;

o A criação de um Fundo Monetário Europeu: 70% e 65%.

o A introdução de um imposto bancário e de um imposto sobre as

transacções financeiras: 50% e 45%.

o A apresentação dos orçamentos nacionais dos Estados-Membros da UE à

Comissão Europeia: 61% e 56%.

o Uma regulação e supervisão mais rigorosas dos operadores dos mercados

financeiros: 73% e 68%.

o Encorajar ou sancionar financeiramente os Estados-Membros da UE: 67%

e 63%.

o Melhorar a consulta entre Estados-Membros da União Europeia: 66% e

62%.

Cabe, no entanto, notar que os homens tendem também, numa percentagem

ligeiramente superior à das mulheres, a acreditar que estas medidas seriam

eficazes. As mulheres evidenciam-se, sobretudo, pelo número significativamente

superior de respostas “NS”.

• Em geral, os inquiridos que pertencem aos grupos etários

intermédios (em particular os com idades compreendidas entre os 25 e os 39

anos) são os que mais tendem a considerar que estas medidas seriam

eficazes para prevenir e evitar futuras crises. As únicas excepções dizem

respeito à “introdução de um imposto bancário e de um imposto sobre as

transacções financeiras”, medida que obteve o número mais elevado de respostas

entre os inquiridos do grupo etário mais idoso (49% dos com idade igual ou

superior a 55 anos).

• Por último, os inquiridos das categorias sociais mais “favorecidas”

são os que mais tendem a dar respostas muito positivas, para cada uma das

sete medidas propostas. Isso é sobretudo válido para os inquiridos com maior

nível de instrução, que actualmente são gestores e que quase nunca têm

dificuldades financeiras. As categorias mais instruídas apresentam também

percentagens mais baixas de respostas “NS” do que as restantes.

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4.5 É provável que a crise perdure?

- A maioria dos europeus considera que a recuperação económica levará,

com toda a probabilidade, diversos anos -

Alguns indicadores macroeconómicos publicados recentemente levaram alguns

analistas a afirmar que o pior já passou21 e que a recuperação económica é

sustentável. Em contrapartida, alguns analistas consideram que ainda não é

possível “ver a luz ao fundo do túnel” e que os primeiros sinais tímidos de retoma

ainda não são suficientemente significativos para se falar de uma verdadeira

recuperação. Que pensa o público em geral?22 Diante destas opiniões

contraditórias, os europeus não se mostram muito optimistas. A maioria

(37%) considera que a recuperação terá início nos próximos anos, e um quarto

(26%) pensa mesmo que a crise se prolongará por muitos anos.

Só 30% se revelam mais optimistas. Assim, 17% consideram que um regresso ao

crescimento terá início nos próximos meses e 13% acreditam mesmo que já

estamos a regressar ao crescimento.

Cabe notar que 7% dos inquiridos não manifesta opinião a este respeito.

21 Ver a este respeito o Relatório do FMI “Regional Outlook Report: EUROPE”, Outubro de 2010, http://www.imf.org/external/french/pubs/ft/reo/2010/eur/ereo1010exf.pdf 22 QC15 No que respeita ao retorno do crescimento no (NOSSO PAÍS), qual das seguintes opiniões é mais próxima da sua? Já estamos a regressar ao crescimento; O regresso ao crescimento terá lugar nos próximos meses; O regresso ao crescimento terá lugar nos próximos anos; A crise prolongar-se-á por muitos anos.

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A) Variações entre Estados-Membros

• Os europeus mais optimistas (UE 13%) encontram-se sobretudo na

Suécia (53% consideram que já é possível falar de um verdadeiro regresso

ao crescimento). A seguir, os mais optimistas, embora muito distanciados dos

primeiros, encontram-se na Finlândia (38%), na Alemanha (31%) e no

Luxemburgo (29%). Os inquiridos na Grécia (1%), país que atravessa uma crise

económica e financeira extremamente grave, são os que menos tendem a

considerar que estamos já a regressar ao crescimento. O seu pessimismo é

partilhado pelos inquiridos na Roménia (também 1%).

• A opinião de que o regresso ao crescimento terá início nos

próximos meses (UE 17%) está bastante generalizada na Áustria (26%), na

Finlândia e na Bélgica (25%). Os inquiridos na Lituânia (5%) são os que se

mostram menos convictos disso.

• A opinião maioritária para o conjunto dos 27 Estados-Membros de

que a recuperação será uma questão de longo prazo, ou seja, que

começará nos próximos anos (UE 37%), é mais pronunciada da Dinamarca

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(61%), em Espanha e na Letónia (52% cada). Um pouco mais de duas em cada

dez pessoas comunga dessa opinião na Áustria (22%), na Suécia e em Malta

(23% em ambos os países).

• Os europeus mais pessimistas, que consideram que a crise se

prolongará por muitos anos, (UE 26%) encontram-se sobretudo na Grécia

(47%), o país da União Europeia que actualmente mais sente os efeitos da crise.

Os inquiridos na Letónia (45%) e em Portugal (40%) parecem também bastante

pessimistas, o que não acontece tanto na Suécia (4%) e na Finlândia (6%).

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B) Análise sociodemográfica

• As mulheres tendem, com uma frequência ligeiramente maior do

que os homens, a acreditar que o regresso ao crescimento terá início nos

próximos anos (37% contra 36% dos homens), mesmo que a crise se prolongue

por muitos anos (28% contra 24% dos homens).

• Os jovens, como acontece frequentemente em sondagens, são menos

pessimistas do que as pessoas mais idosas: assim, enquanto 30% dos inquiridos

com idade igual ou superior a 55 anos afirmam que a crise se prolongará por

muitos anos, só 21% dos jovens como idades entre os 15 e os 24 anos partilham

dessa opinião.

• As categorias mais “favorecidas” são também as mais “optimistas”

(afirmando que estamos já a regressar ao crescimento). É o caso dos inquiridos

que estudaram durante mais anos (18% contra 9% dos que deixaram os estudos

antes dos 16 anos), dos gestores (24% contra 9% dos desempregados) e das

pessoas que não têm dificuldades em pagar as respectivas contas (17% contra

apenas 4% dos que, na maioria das vezes, têm dificuldades em pagar as contas).

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CONCLUSÕES

A presente sondagem do Eurobarómetro, conduzida entre 26 de Agosto e 16 de

Setembro de 2010, foi levada a cabo no contexto de uma recuperação económica

ainda frágil.

A primeira lição que é possível retirar dos resultados desta sondagem é

que a crise continua a ter, ainda hoje, consequências significativas para

os europeus. Estes estão convencidos de que a crise tem efeitos significativos

nas economias mundial, europeia e nacionais. Para além disso, os europeus

consideram (embora em menor medida) que aquela tem igualmente efeitos

nefastos na sua situação pessoal.

Gostariam que o Parlamento Europeu atribuísse prioridade ao combate à

pobreza e à exclusão social (52%, +8 pontos percentuais), prioridade seguida,

a uma certa distância, da “protecção reforçada dos consumidores e da saúde

pública” (33%) e da “luta contra o terrorismo, respeitando as liberdades

individuais” (28%).

Na actual situação, consideram que os governos nacionais e a União

Europeia são os actores mais capazes de tomar medidas eficazes contra

os efeitos da actual crise económica e financeira. Os europeus acreditam

que, por enquanto, os vários Estados-Membros da União Europeia tendem a agir

individualmente, sendo que consideram que estariam mais bem protegidos se os

respectivos países adoptassem e aplicassem medidas de forma coordenada com

os restantes Estados-Membros.

Além disso, a maioria dos europeus é favorável à solidariedade financeira

entre Estados-Membros em tempos de crise, quer em nome da “solidariedade”,

quer no interesse económico dos respectivos países.

No que se refere ao euro, 50% consideram que, em geral, a moeda única não

mitigou os efeitos negativos da crise, enquanto 33% manifestam a opinião

contrária.

As opiniões encontram-se claramente divididas quanto aos meios mais

eficazes para se sair da crise. Cerca de 38% dos europeus consideram que os

Estados-Membros da UE deveriam, em primeiro lugar, investir em medidas para

estimular a economia, enquanto 35% consideram que deveriam começar por

reduzir as despesas públicas e 19% entendem que deveriam aplicar ambas as

medidas ao mesmo tempo. Os inquiridos dos países de fora da área do euro,

especificamente, tendem (45%), mais do que os que reside na área do euro

(35%), a optar pelas medidas de incentivo à economia.

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O investimento na educação, na formação e na investigação, mas

também o apoio às PME e às EMP, são as duas principais medidas defendidas

pelos europeus para sair da crise.

Mais de um terço dos europeus acredita que o maior esforço, no que respeita às

medidas de austeridade, deverá caber aos líderes das grandes empresas e da

indústria.

Por último, com vista a prevenir e evitar futuras crises, sete em cada dez

europeus considera ser sobretudo necessária uma regulação e

supervisão mais rigorosas dos intervenientes nos mercados financeiros

(tais como uma regulamentação dos bónus dos corretores). Esta questão

mereceu uma cobertura mediática considerável desde o início da crise. A maioria

dos europeus acredita igualmente que as restantes medidas propostas seriam

eficazes.

Ainda que alguns indicadores macroeconómicos sugiram um futuro mais risonho,

uma maioria relativa de europeus considera que um regresso ao crescimento

só terá início nos próximos anos.

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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

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EUROBARÓMETRO ESPECIAL Os europeus e a Crise

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS Entre 26 de Agosto e 16 de Setembro de 2010, a TNS Opinion & Social, um consórcio criado entre a TNS plc e a TNS opinion, levou a cabo a vaga 74.1 do EUROBARÓMETRO a pedido do PARLAMENTO EUROPEU, Direcção-Geral da Comunicação, Unidade “Acompanhamento da Opinião Pública”. O EUROBARÓMETO ESPECIAL “Os europeus e a crise” faz parte da vaga 74.1 e abrange a população com idade igual ou superior a 15 anos com nacionalidade de um dos Estados-Membros da União Europeia e residente num dos Estados-Membros da UE. A concepção da amostra de base aplicada em todos os Estados é uma amostra aleatória (probabilística) com fases múltiplas. Em cada país, foi previsto um certo número de pontos de recolha de amostras com uma probabilidade proporcional à dimensão da população (para uma cobertura total do país) e à densidade da população. Para isso, os pontos de recolha de amostras foram retirados sistematicamente de cada uma das "unidades administrativas regionais", após estratificação por unidade individual e por tipo de área. Representam portanto a totalidade do território dos países abrangidos pelo inquérito com base nas EUROSTAT-NUTS II (ou equivalente) e de acordo com a distribuição da população residente das respectivas nacionalidades pelas zonas metropolitanas, urbanas e rurais. Em cada um dos pontos de recolha de amostras seleccionados, foi determinada aleatoriamente uma morada de início. Foram seleccionadas outras moradas (cada x moradas) por procedimentos de “random route” padrão, a partir da morada inicial. O inquirido foi seleccionado de forma aleatória em cada um dos agregados familiares (de acordo com a regra do "aniversário mais próximo"). Todas as entrevistas foram conduzidas frente a frente no domicílio dos entrevistados e na respectiva língua nacional. No que se refere à recolha de dados, foi utilizada a CAPI (Computer Assisted Personal Interview) nos países em que esta técnica está disponível.

PARLEMENT EUROPÉEN

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ABREVIATURAS PAÍSES INSTITUTOS n.º ENTREVISTAS

DATAS DO TRABALHO DE CAMPO

POPULAÇÃO 15+

BE Bélgica TNS Dimarso 1.013 26/08/2010 16/09/2010 8,866,411 BG Bulgária TNS BBSS 1.000 27/08/2010 07/09/2010 6,584,957 CZ República Checa TNS Aisa 1.001 27/08/2010 12/09/2010 8,987,535 DK Dinamarca TNS Gallup DK 1.012 27/08/2010 13/09/2010 4,533,420 DE Alemanha TNS Infratest 1.577 27/08/2010 12/09/2010 64,545,601 EE Estónia Emor 1.000 27/08/2010 12/09/2010 916,000 IE Irlanda MRBI 1.011 27/08/2010 10/09/2010 3,375,399 EL Grécia TNS ICAP 1.000 27/08/2010 10/09/2010 8,693,566 ES Espanha TNS Demoscopia 1.005 27/08/2010 12/09/2010 39,035,867 FR França TNS Sofres 1,043 27/08/2010 12/09/2010 47,620,942 IT Itália TNS Infratest 1,029 27/08/2010 12/09/2010 51,252,247 CY República de Chipre Synovate 504 27/08/2010 12/09/2010 651,400 LV Letónia TNS Latvia 1,009 27/08/2010 13/09/2010 1,448,719 LT Lituânia TNS Gallup Lithuania 1.017 27/08/2010 08/09/2010 2,849,359 LU Luxemburgo TNS ILReS 476 27/08/2010 22/09/2010 404,907 HU Hungria TNS Hungary 1.022 27/08/2010 12/09/2010 8,320,614 MT Malta MISCO 500 26/08/2010 13/09/2010 335,476 NL Países Baixos TNS NIPO 1,011 27/08/2010 14/09/2010 13,288,200 AT Áustria Österreichisches Gallup-Institut 1.013 26/08/2010 12/09/2010 6,973,277 PL Polónia TNS OBOP 1.000 28/08/2010 13/09/2010 32,306,436 PT Portugal TNS EUROTESTE 1.011 28/08/2010 12/09/2010 8,080,915 RO Roménia TNS CSOP 1.034 27/08/2010 09/09/2010 18,246,731 SI Eslovénia RM PLUS 1.008 27/08/2010 12/09/2010 1,748,308 SK República Eslovaca TNS AISA SK 1.016 28/08/2010 12/09/2010 4,549,954 FI Finlândia TNS Gallup Oy 1.002 27/08/2010 14/09/2010 4,412,321 SE Suécia TNS GALLUP 1.012 27/08/2010 13/09/2010 7,723,931 UK Reino Unido TNS UK 1.309 27/08/2010 13/09/2010 51,081,866

TOTAL UE27 26.635 26/08/2010 16/09/2010 406,834,359

PARLEMENT EUROPÉEN

Page 103: Os europeus e a crise - europarl.europa.eu · perdido o emprego (ou o seu parceiro) como resultado directo da crise. • Face à actual situação, os governos nacionais e a União

EUROBARÓMETRO ESPECIAL OS EUROPEUS E A CRISE

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Foi realizada, para cada um dos países, uma comparação entre a amostra e o universo. A descrição do universo foi obtida a partir dos dados da população do EUROSTAT ou junto dos institutos nacionais de estatística. Foi realizada, para todos os países abrangidos pela sondagem, um procedimento de ponderação a nível nacional, utilizando ponderações marginais e cruzadas, com base na descrição do universo. Foram introduzidos no processo de iteração em todos os países o género, a idade, a região e a dimensão da localidade. No que se refere à ponderação internacional (ou seja, médias da UE), a TNS Opinion & Social aplica os números oficiais tal como fornecidos pelo EUROSTAT ou pelos institutos nacionais de estatística. Os números da população total para introdução neste procedimento de pós-ponderação encontram-se enumerados acima. Recorda-se aos leitores que os resultados da sondagem são estimativas, cuja precisão, caso não se alterem as restantes condições, assenta na dimensão da amostra e da percentagem observada. Com amostras de cerca de 1.000 entrevistas, a percentagem real varia entre os seguintes limites de confiança:

Percentagens observadas 10% ou 90% 20% ou 80% 30% ou 70% 40% ou 60% 50%

Margem de erro ± 1,9 pontos percentuais

± 2,5 pontos percentuais

± 2,7 pontos percentuais

± 3,0 pontos percentuais

± 3,1 pontos

percentuais

PARLEMENT EUROPÉEN