Os filhos de Exu são extremamente raros e têm comportamento muito peculiar

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    Os filhos de Exu so extremamente raros e tm comportamento muito peculiar. Precisam estar sempre em

    atividade para poder liberar toda energia que possuem. So astutos e geis, insolentes, imprevisveis,

    sociveis, provocantes e briguentos. Destacam-se por sua sensualidade, inteligncia e dinamismo.

    Alegres e sorridentes, esto sempre de bem com a vida. Sabem como ningum ser sociveis e diplomticos,

    pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questo de manter o maior nmero possvel de amigos e

    permanecem fiis a todos, mas cuidado, podem se tornar inimigos implacveis ao perceber o menor sinal de

    traio, pois so severos e exigentes ao extremo.

    Rapidamente se tornam pessoas populares, amadas por uns e odiadas por outros. Extremamente dinmicos

    e corajosos, os filhos deste orix no desanimam nunca, mantm sempre a certeza de que as coisas, mais

    cedo ou mais tarde, acabam mudando a seu favor.

    Tm grande facilidade de comunicao e boa lbia usando seu charme para conseguir tudo o que querem.

    Irnicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada e sem falsos pudores. So pessoas

    extremamente rpidas, que no pensam, preferem partir para a ao.

    A Preparao de Imagens

    Publicado porAdministradorem dezembro 12, 2006

    Algumas pessoas tm, em suas casas, imagens de santos da Igreja Catlica que esto sincretizados nos Orixs

    de Umbanda. Queremos esclarecer que para que a imagem atraia realmente a vibrao que representa, ela

    dever ser preparada antes, num ritual simples que passamos a descrever.

    Lave a imagem com gua corrente e trs gotas de amnia, para retirar a vibrao que a imagem captou na

    loja comercial onde foi comprada. Em seguida, lave com gua e trs gotas da essncia correspondente vibrao que se quer atrair. Use toalha prpria para enxugar e pano branco virgem para passar a gua com

    essncia.

    Fure a imagem por baixo, na base, com um punhal virgem ou da vibrao, fazendo um orifcio de dois

    centmetros de dimetro, aproximadamente.

    Antes de iniciar o ritual de imantao das imagens, prepare-se com banho de descarrego, roupa branca

    (roupa de santo, se tiver), defumao e acenda uma vela de cera com um copo dgua ao lado. Ao terminar o

    ritual, feche o orifcio com a cera da vela e deixe queimar o restante. A vela dever estar oleada (untada)

    com a essncia utilizada e deve ser usada uma vela para cada imagem a ser preparada. As contas a serem

    utilizadas no ritual devero ter sido colocadas anteriormente, por trs dias, em gua com trs gotas da

    essncia correspondente.Coloque no interior da imagem o seguinte:

    Oxal

    p de pemba branca

    7 contas brancas

    algodo com 21 gotas de essncia de alos

    Xang Puro

    3 folhas de saio verde

    3 contas marrons, 3 contas amarelas e 1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de morango

    Xang do Oriente

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    3 galhos de trigo imantados com essncia de alfazema

    3 contas roxas, 3 contas amarelas e 1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de morango e 21 gotas de essncia de alfazema

    Ogum

    Limalha de ferro

    3 contas vermelhas e 4 contas brancas

    algodo com 21 gotas de essncia de violeta

    Oxossi

    7 gros de milho amarelo

    3 contas verdes, 3 contas vermelhas e1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de sndalo

    Omul

    7 flores de Omul (pipoca feita na areia)

    3 contas pretas, 3 contas amarelas e 1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de cravoIemanj

    ptalas de uma rosa branca

    3 contas azuis claras e 4 contas brancas

    algodo com 21 gotas de essncia de jasmim

    Oxum

    ptalas de uma rosa amarela

    3 contas amarelas, 3 contas azuis claras e1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de anglica

    Ians

    ptalas de uma rosa coral ou 7 pedaos de bambu verde3 contas corais e 4 contas brancas

    algodo com 21 gotas de essncia de benjoim

    Nan

    ptalas de uma rosa vermelho-escura

    3 contas roxas, 3 contas pretas e 1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de limo

    Exu

    limalha de ferro e 3 pedrinhas de carvo vegetal ou mineral

    3 contas vermelhas, 3 contas pretas e 1 conta branca

    algodo com marafo (aguardente) ou sumo de mastruo ou 21 gotas de essncia de canela (exu da

    encruzilhada) ou de essncia de cedro (exu do cemitrio)

    Pombagira

    anis estrelado (erva) ou 7 tentos de exu

    3 pedrinhas de sal grosso

    3 contas vermelhas, 3 contas pretas e 1 conta branca

    algodo com licor de anis ou sumo de mastruo ou 21 gotas de essncia de rosa (pombagira da encruzilhada)

    ou de essncia de patchouli (pombagira do cemitrio)

    Preto-velho

    3 galhos de arruda3 pedaos de fumo de rolo

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    3 contas pretas e 4 contas brancas

    algodo com 21 gotas de essncia de heliotrpio e 21 gotas de essncia de cravo (pretos-velhos) ou limo

    (pretas-velhas)

    Ibeijada

    3 contas rosas, 3 contas azuis e 1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de flor de ma e 21 gotas da essncia correspondente vibrao

    originria

    Caboclos

    7 folhas de eucalipto

    fumo de rolo picado

    3 contas verdes, 3 contas vermelhas e 1 conta branca

    algodo com 21 gotas de essncia de eucalipto e 21 gotas da essncia correspondente vibrao originria

    Oriente

    3 galhinhos de trigo

    3 contas amarelas e 4 contas brancasalgodo com 21 gotas de essncia de alfazema

    Dentro das imagens tambm pode ser colocado um pedao do metal correspondente vibrao. No caso

    dos exus, pombagiras, caboclos, pretos-velhos e ibeijada, o pedao de metal poder corresponder vibrao

    originria da entidade.

    A Imantao das Imagens

    Para explicar o que e como funciona a imantao, devemos inicialmente esclarecer o seguinte: toda

    vibrao tem plo positivo e plo negativo, e toda vibrao pode ser manipulada para ajudar as pessoas no

    plo positivo ou para prejudic-las no plo negativo. Assim, uma pessoa pode estar com uma vibrao

    negativa de um ou mais orixs e isso pode estar lhe causando vrios transtornos na sade, na vida material,

    na vida sentimental ou em qualquer outro setor. Para retirarmos essa vibrao negativa, teremos que

    utilizar uma vibrao positiva de mesma qualidade, ou seja, para uma vibrao negativa de Oxum teremos

    que utilizar uma vibrao positiva de Oxum, para uma vibrao negativa de exu da encruzilhada teremos que

    usar uma vibrao positiva de exu da encruzilhada, e assim sucessivamente. Isso se aplica para todos os

    orixs e falanges, e a Fsica explica, afirmando: Plos iguais se repelem, plos contrrios se atraem, desde

    que sejam da mesma qualidade (eltrica, magntica, etc.). Esse o principio bsico da imantao.

    A imantao consiste numa mesa magntica onde constam dois ou mais ms vegetais para cada vibrao,

    dispostos geometricamente. A presena de dois ou mais ims para cada vibrao justifica-se pelo fato de

    que alguns ims so utilizados para retirar a negatividade dos participantes, enquanto os outrosreabastecem os participantes de energia de caractersticas extremamente positivas. Esse campo maravilhoso

    de vibraes, que passa ento a envolver aquele que participa da imantao, dura de oito meses a um ano,

    aproximadamente, dependendo bastante do tipo de atividade que se exera. Na imantao, o participante

    ficar deitado por um perodo aproximado de duas horas, vestido de branco, e tomar conhecimento dos

    seus orixs de coroa.

    Finda a imantao, o participante levar para casa uma pedra, denominada ot, que dever ser mantida

    dentro de uma quartinha de loua branca com gua pura. O ot funciona como uma espcie de bateria,

    recarregando a pessoa sempre que isso se fizer necessrio, e retirando qualquer negatividade que ela

    porventura absorver no seu contato dirio com outras pessoas e ambientes carregados. O ot no deve ser

    tocado por ningum j que est imantado na vibrao pessoal de cada um e a gua da quartinha dever ser

    trocada, semanalmente, nas mudanas de fase da lua.

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    O ot cria uma espcie de gosma ao seu redor. Essa gosma a vibrao condensada e nunca deve ser lavada

    nem retirada. Na troca semanal da gua da quartinha, pode-se lavar a quartinha mas no se pode lavar o ot

    pois isso retiraria parte da sua vibrao.

    A imantao protege contra trabalhos de magia negra porventura enviados contra a pessoa, uma vez que

    cria, em torno do participante, um campo vibratrio poderosssimo que a isola totalmente desse tipo de

    vibrao negativa.

    A imantao pode e deve ser feita por qualquer um, mesmo que no seja umbandista, pois ela visa e produz

    um completo isolamento contra vibraes negativas, criando, em conseqncia, melhores condies para

    enfrentarmos os inevitveis dissabores de nossas existncias no que diz respeito vida profissional, vida

    sentimental, parte espiritual e nossa sade.

    Vendo Feituras de Santo!

    Observao: As palavras que esto com essa cor + os termos databela 1 tem o seu significado no Glossrioao final do texto.

    I - Introduo

    O tema desse nosso artigo, j sabemos, causar polmica e oposies muito fortes, no entanto, se faz

    necessrio que ele seja colocado.

    No objetivo desse blog, deixamos claro, que realizaramos um trabalho independente, sem nos

    prendermos a tabus, dogmas, mistrios, mitos ou ers (segredos). Em pleno sc. XXI, no mais possvel,

    que na Umbanda existam assuntos proibidos, temas inquestionveis, mitos, lendas e certas prticas que,

    se corretamente fundamentadas na sua origem, so perpetuadas e disseminadas de forma errada

    atendendo aos interesses de poucos. Todo umbandista um livre-pensador e exatamente na prtica

    dessa liberdade, que cabe ao adepto realizar o desenvolvimento dos seus conhecimentos, o estudo

    permanente da religio, as reflexes sobre todos os assuntos espirituais, o pleno exerccio racional da sua

    f, uma auto-anlise sincera e uma crtica responsvel.

    Sim, necessrio que o filho-de-f, exera o seu direito a crtica. A Umbanda precisa, que o movimento

    umbandista, cada vez mais, dentro do plano traado por sua hierarquia superior, contribua para evoluo

    planetria e para que isso seja alcanado muita coisa precisa ser mudada. No se conquista evoluo sem

    mudana e toda mudana exige respeito ao passado, modificao no presente e que se agregue algo novo

    para o futuro.

    A Umbanda uma religio dinmica, transformadora e no esttica, parada no tempo e no espao. Isso

    significa dizer, que na Umbanda, tudo se modifica continuamente, o novo quando no substitui,

    transforma o velho ou renova o que j existe. O movimento umbandista, no um universo religioso

    acabado, pronto e perfeito, ele est em constante ebulio, como a sua prpria denominao revela, em

    pleno movimento, em constante modificao, ou seja sofrendo um processo de mudana permanente. Por

    isso, deve ser diariamente trabalhado, completamente estudado e continuamente criticado, para

    cumprirmos as metas traadas pelo mundo espiritual. E quem deve fazer esse trabalho, seno os

    umbandistas, que so os principais colaboradores e participantes dessa Obra Divina.

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    Entretanto, somente se consegue criticar algo, quando se pratica mesmo que inconsciente, o exerccio da

    dvida. Esse exerccio um mtodo, que consiste em questionar a veracidade de algo, chegando

    totalmente a sua negao e depois construir, atravs do raciocnio lgico, da pesquisa e do uso da razo, a

    certeza e a verdade novamente.

    , totalmente, consciente desse meu direito de refletir, pensar e estudar a Umbanda, que apresento esseestudo sobre o processo de iniciao (feitura de santo), dentro do movimento umbandista, mais

    particularmente na Escola ou Culto Omoloc e diretamente sobre a minha experincia como inciado. A

    necessidade de obter, por mim mesmo, a constatao de tais ensinamentos, comeou a surgir na minha

    frente, logo depois da publicao do meu livro "Umbanda Omoloc - Liturgia, Rito e Convergncia na viso

    de um adepto" publicado pela Ed. cone em 2002.

    Os estudos que realizei sobre o Culto Omoloc e o aprofundamento nas doutrinas de outras escolas do

    movimento umbandista, ampliaram a minha viso e me permitiram chegar a uma srie de dedues, que

    apresento para apreciao de todos. Em suma, coloquei em dvida os ensinamentos a mim ministrados e

    fui a busca de obter as certezas de suas veracidades, caso contrrio, de descobrir o fundamento exato.

    Posto isso, no pretendo que ningum adote o meu posicionamento, ou acredite no que ser exposto

    aqui, mas acho extremamente necessrio apresentar um novo ngulo, sobre algo que mexe e transforma

    completamente a vida espiritual de tantos adeptos.

    Quem tiver ouvidos para escutar e olhos para enxergar, que tirem suas prprias concluses.

    II - Consideraes Gerais sobre Iniciao

    Desde as Escolas de Mistrios do antigo Egito, que um processo de Iniciao significa um conjunto de

    rituais, que no tem outro objetivo, seno o de causar um impacto espiritual na alma, na mente, no

    corao e no corpo fsico do iniciante. Esse impacto visa a permitir que determinadas leis espirituais,

    deixem de existir apenas no nvel consciente do iniciante (fase do "eu acredito"), se tornando parte do seu

    nvel inconsciente (fase do "eu vivencio plenamente"). Para isso, todo ritual de iniciao trabalha os nveis

    psquicos (espirituais), psicolgicos (mentais), emocionais (intuitivos) e fsico (material) do nefito (aquele

    que est se candidatando a uma iniciao).

    No Egito antigo e em muitos processos iniciticos no decorrer do tempo, o candidato passava por provas

    dividas em trs etapas: provas fsicas, nas quais se testavam a sua resistncia e coragem; as provas morais,

    nas quais eram testados o seu carter, valores morais e integridade; e as provas espirituais, em que se

    faziam testes para verificar a sua capacidade de contato com o mundo espiritual, seus dons e poderes.

    Em um ritual de iniciao, todo nefito, sai dele transformado. Deixa-se o velho e substitui-se pelo novo,

    ou como dizem, liberta-se de uma situao profana e vive-se a partir da uma ntima ligao com o

    Sagrado. A Iniciao um processo de harmonizao com o Sagrado e o Mestre Interior que habita dentro

    ns e que outro no do que a nossa essncia divina.

    Assim, todas as ordens esotricas (Maonaria, Rosacruz entre outras), todas as religies, possuem suas

    iniciaes ricas em simbolismos, impactantes em seus rituais e repletas de liturgias representativas da sua

    concepo especfica do Sagrado.

    O processo inicitico deve permitir portanto, a experincia mstica, caso contrrio representa apenas umritual simblico. Sem gerar uma vivncia espiritual profunda e transformadora, se torna apenas um rito

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    formal e que eleva o iniciante a uma condio hierrquica superior na coletividade que ele pertence. Ao se

    passar por uma iniciao, perante os outros (no-iniciados), passamos a pertencer a um seleto grupo, e

    adquirimos uma posio superior.

    III - A Iniciao no Culto Omoloc

    Como j escrevi em meu artigo"Os Filhos da Natureza esto rfos e no sabem", o Culto Omoloc surgiu

    (dcada de 40 em diante) como uma resposta, do Tata Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto, a tentativa de

    alguns umbandistas, em realizar uma aproximao com o Espiritismo e de afastamento das origens

    africanas, dos seus cultos e religiosidade. Para isso, Tancredo radicalizou em um caminho inverso, ou seja,

    aproximao com o Candombl e os Cultos Afro-brasileiros e a origem africana da Umbanda, organizando

    o que vulgarmente se denominou de Umbandombl, e que eu denomino de processo de

    Candomblelizao da Umbanda. O Tata Tancredo defendeu, de forma veemente, que essa seria a

    Umbanda verdadeira.

    Assim, o Culto Omoloc adotou de forma semelhante, mas no idntica todos os processos e iniciao doCandombl, ou pelo menos, se baseou em seus fundamentos para tal fim. Como uma religio que

    congrega em suas diversas naes a herana legtima dos cultos africanos, o Candombl serviu de

    fundamentao para organizao de ritos e liturgias do Culto Omoloc. Isso bem visvel, na forma pelo

    qual, o Omoloc trata tudo o que se refere a Orix em seu culto. Utilizamos as mesmas comidas-de-

    santo do Candombl, as mesmas ervas, fazemos o bori frio, respeitamos o xir, temos o ronc,

    realizamos feituras-de-santo, utilizamo-nos do sacrifcio de animais, as vestimentas e armas dos Orixs so

    quase idnticas, bolamos com o santo, o fardamento dos filhos-de-santo so semelhantes, os nveis

    hierrquicos so equivalentes, os smbolos e objetos consagrados so os mesmos (ex. o ot, aquartinha, a

    loua do santo etc.), cantamos rezas em dialeto, temos sadas de santo e entregamos o dek, entre tantas

    coisas em comum.

    Com relao ao processo de iniciao as semelhanas continuam, embora, como j disse, a forma no seja

    idntica.Temos ento, no processo de iniciao do Omoloc ou feitura de santo em comparao com o

    Candombl e suas naes, a seguinte tabela-resumo:

    http://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/os-filhos-da-natureza-esto-rfos-e-no.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/os-filhos-da-natureza-esto-rfos-e-no.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/os-filhos-da-natureza-esto-rfos-e-no.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/os-filhos-da-natureza-esto-rfos-e-no.html
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    Nessa pequena tabela-resumo, podemos perceber, claramente, que o Culto Omoloc tem seus alicerces

    ritualsticos e litrgicos, em relao ao seu panteo (conjunto de divindades) formado pelos Orixs,

    plenamente entrelaados com o Candombl.

    Ao dividir esse seu universo de atuao, com as entidades espirituais (caboclos, pretos-velhos, crianas

    etc.), seus simbolismos e objetos de trabalho, o Omoloc passou a ser umCandombl de

    Caboclo ampliado.

    Tudo isso, tem um motivo de ser, no papel que a Escola Omoloc tem no movimento umbandista,

    completamente explicado tanto no meu livro, como no artigo j citado.

    O que eu considero de suma importncia para minha linha de raciocnio atual o significado e o objetivo

    da iniciao (feitura de santo), e a forma como ela usada no Culto Omoloc.

    IV - Significado e Objetivo da Iniciao no Culto Omoloc

    Como no Candombl e demais Cultos Afro-brasileiros a feitura de santo um ritual para que o iniciado ou

    ia, seja harmonizado ou consagrado ao Orix que ele pertence. E mais, uma via ou caminho para a

    ordenao sacerdotal do iniciado, assim ele manifeste seu desejo e/ou seja confirmado pelos orculos

    (bzios/if). Caso ele no deseje e/ou no seja confirmado o seu destino sacerdotal, torna-se um meio

    para que o iniciado venha ocupar um cargo na hierarquia do terreiro e do culto.

    Aqui comea o resultado dos estudos que realizei, as minhas reflexes e as concluses que cheguei sobre

    o sistema de iniciao por mim vivenciado.

    Cada ponto a seguir est dividido nas seguintes partes: Ensinamentos (conforme me foi passado), Estudos

    (anlise e dedues que cheguei na minha busca pelo fundamento dos Ensinamentos) e Concluso

    (resultado que se chega com as dedues e anlises dos Estudos).

    V.1 - Quantidade de rixas que devem ser feitos

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/ScreenShot014.0.jpg
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    ENSINAMENTOS:

    A Iniciao somente pode ser atravs da feitura de santo. O filho-de-santo pode fazer um Orix,

    preferencialmente dois e idealmente quatro, mas para chegar a condio sacerdotal de Pai/Me-de-Santo

    no Omoloc deve fazer nove Orixs.

    O primeiro Orix ou Santo, como se diz, a ser feito sempre o principal ou da frente (se for Orix

    masculino chamado de Pai e se feminino de Me).

    No caso de dois Orixs sero feitos o principal + um segundo. Nesse caso ser um Orix masculino, se o

    principal for Orix feminino ou feminino, se o Orix principal for masculino. Na feitura de quatro Orixs

    so feitos o principal + o segundo + outros dois.

    Nove so os Orixs cultuados pelo Omoloc (Nan, Omulu, Ogum, Oxum, Ians, Xang, Oxossi, Yemanj e

    Oxal).

    O Orix da frente ou principal o Orix correspondente ao dia da semana, da data de nascimento doiniciante, segundo o calendrio do culto, ele determina o que voc nessa reencarnao, e o Orix que

    predomina na sua existncia atual.

    O segundo Orix o correspondente direto ao Orix principal (formam um par), chamado de Orix

    ascendente, ele determina o que voc aparenta ser ou sua imagem. Esse Orix sempre visa o nosso

    equilbrio ntimo e crescimento interno permanente. por isso, que preferencialmente, o iniciante deve

    procurar fazer os dois primeiros Orixs. o par que proporciona ou busca o equilbrio do filho-de-santo.

    No caso da feitura de quatro Orixs a explicao porque esse nmero representa a estabilidade (ex: uma

    cadeira fica firme no cho porque tem quatro pernas, e assim por diante), nesta viso, por exemplo, afeitura de trs Orixs deixa o filho-de-santo sem estabilidade.

    J a necessidade de se fazer os nove Orixs, para poder ser sacerdote, parte do princpio que no se pode

    fazer o Orix de algum sem ter esse Orix feito.

    Os nove Orixs formam o crculo ou coroa do nosso Or em que cada Orix possui uma respectiva casa

    astral (posicionamento cabalstico no alto da nossa cabea).

    ESTUDO:

    A bem da verdade, todos ns possumos trs Orixs principais. Juntos eles formam um tringulo de foras

    regentes e predominantes no nosso Or (cabea).

    Por que um tringulo e no um crculo ou coroa como nos foi ensinado?

    O crculo surge no Omoloc, com base nos estudos cabalsticos desenvolvidos pelo Tata Ti Inkice Tancredo

    para alicerar a doutrina do culto.

    Nesses brilhantes estudos para a poca, o Tata Tancredo buscava atravs da numerologia, da cabala dos

    nomes e dos smbolos formatar todas as teorias do Omoloc para a origem e genealogia dos Orixs,a

    origem do universo, e a gnese e evoluo humana e espiritual.

    O crculo ou 360 graus (cuja a numerologia 3+6+0=9), foi a base geomtrica e aritmtica para construo

    dessa cabala.

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    Em termos de Teogonia (Estudo dos Orixs), Cosmogonia (Estudo do Universo) e do processo evolutivo do

    esprito essa base circular funciona perfeitamente para argumentao, j na questo da regncia dos

    Orixs no.

    O tringulo a representao correta para a principal lei que rege todo o processo evolutivo do nosso

    Universo. Essa Lei se chama Lei de Manifestao.

    Todos ns e tudo o que existe no Universo, surgiu, se mantm e sobrevive graas a essa Lei.

    A Lei de Manifestao um arcano (mistrio) divino que determina, que nesse nosso universo algo,

    somente se manifesta ou existe, se houver a ao conjunta de dois pontos (base do tringulo). Assim a

    ao de dois pontos gera a manifestao de um terceiro (ponta do tringulo).

    O filsofo, matemtico e ocultista Pitgoras (571-70 a.C.), eninava em sua Ordem inicitica que "a

    primeira manifestao de algo estruturado no Universo s ocorre quando da manifestao de trs ngulos

    - tringulo. A primeira manifestao do UM do TRS, no qual est contido o DOIS. Esta a forma como

    os pitagricos explicam a Trindade, do trs em UM. pela geometria que ns pitagricos procuramos

    entender o universo as coisas nele existentes, a relao entre as coisas e os eventos".

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/figura1.4.jpg
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    J Pietro Ubaldi (1886-1972), ltima reencarnao do apstolo Pedro na Terra e considerado por muitos

    como o Profeta do IIIo. Milnio, em umas das suas principais obras A Grande Sntese (escreveu 24

    inspirado por quem ele chamou apenas de "Sua Voz" - Jesus Cristo), que existe "uma Lei nica que dirige o

    Universo, e que o nosso Universo trifsico e as suas fases so: Matria, Energia e Esprito". Como

    consequncia desse seu estudo so gerados os seguintes tringulos de manifestao da Lei de Deus:

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura3.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura2.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura3.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura2.jpg
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    O tringulo e sua Lei de Manifestao, portanto, consequncia do que existe de mais sagrado em todas

    as religies - a Trindade. No Omoloc essa trindade Zambi Apong (Deus Supremo); Zambira (Me

    criadeira) e Alufan (o filho).

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura5.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura4.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura5.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura4.jpg
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    Na correspondncia com o sincretismo catlico, para uma melhor compreenso Deus-Pai, o Esprito

    Santo e o Filho (Cristo).

    Na correspondncia triangular a Lei se apresenta. A base do Tringulo o poder de Deus (Zambi-Apong),

    mais a sua manifestao criadora (Zambira ou Espirto Santo) gerando a Criao (Jesus Cristo/

    Alufan/(Filho).

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura7.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura6.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura7.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura6.jpg
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    Os Orixs ento, tem que corresponder a formao triangular e no circular, tendo em vista que a regncia

    dos Orixs, em nossos ors, existe para MANIFESTAO de energias em nossa presente reencarnao. A

    Lei somente uma, imutvel, pois divina, todos os planos hierrquicos do Universo obedecem a essa Lei

    nica.

    Assim temos, o Orix principal na ponta do tringulo, o segundo Orix (adjunt) e o terceiro Orix

    (ancestral ou cabalstico) formando a base do tringulo.

    O segundo Orix (junt ou adjunt) o que faz par com o Orix principal e que j explicamos a sua funo.

    O terceiro Orix (ancestral ou cabalstico) o Orix da essncia divina do filho-de-santo. Se o Orix

    principal o regente da nossa presente reencarnao, o Ancestral ou Cabalstico o Orix da origem do

    nosso ser como esprito. Eis o motivo pelo qual, ele pode vir a substituir o principal em determinados

    casos. O Orix principal e o adjunt muda de reencarnao para reencarnao, j o cabalstico sempre ser

    o mesmo.

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura9.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura8.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura9.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura8.jpg
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    Para completar a coerncia dessa verdade, basta analisarmos que esta formao triangular tambm

    representa as foras manipuladas por esses Orixs regentes, segundo a Tradio Yoruba-Nag, que serve

    de base para a gnose do Candombl e por consequncia do Omoloc.

    O Iw a fora do Orix Cabalstico, o Ax a do Adjunt e o Ab a manifestao do Orix principal.

    Geralmente simplifica-se essas foras em uma nica denominao que chamamos de Ax, mas na verdade

    necessrio esta disposio triangular de ao ou o processo trifsico para que haja essa manifestao.

    Relacionando essas foras a trindade universal temos a seguinte correlao:

    IW = (Deus/Zambi Apong/Orix Cabalstico) o ser, o elemento, a fora da existncia em geral. O Iw o gerador da possibilidade de existir.

    AX = (Esprito Santo/Zambira/Adjunt) o motor, a fora dinmica de realizao. Ax o motor do vir-a-

    ser.

    AB = (Filho/Alufan/Orix Principal) a manifestao direcionada a um objetivo.

    Essas so foras ou princpios intermediados pelos Orixs, mas originados e de posse de Olorun/Zambi

    Apong/Deus.

    Iw e Ab, pelo que vimos, so respectivamente princpios ou foras de origem e de determinaoconseqente e objetiva.

    J o Ax o agente ou intermedirio, o motor que possibilita.

    No Universo, que mais uma vez repito, regido por uma a Lei nica, temos trs tringulos dispostos

    hierarquicamente obedecendo a Lei de Manifestao.

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura10.jpg
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    Assim, a regncia dos Orixs triangular e no circular, e no envolve os nove Orixs.

    No caso do Candombl, se faz, to somente, o santo principal exatamente por ser ele a ponta do tringulo

    ou a resultante da ao da base (adjunt + cabalstico). Ou como explica a Doutrina Pitagrica, a

    manifestao do 1 (Orix principal) o 3 (tringulo de foras regentes), onde est contido o 2 (adjunt +

    cabalstico). Para o Candombl o Orix Principal, que recebe a ao conjunta dos Orixs adjunt e

    cabalstico (o 2 contido no 3), representa por si s o prprio tringulo (manifestao do 1 o 3). Ento eles

    (adjunt+cabalstico) precisam ser apenas conhecidos, cultuados e/ou louvados.

    conhecidos, cultuados e/ou louvados.

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/ScreenShot012.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura12.0.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/ScreenShot012.jpghttp://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/Figura12.0.jpg
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    Em outras palavras, a feitura do Orix principal carrega em si a feitura dos outros dois, sem que seja

    necessrio faz-los.

    Esclarecendo ainda mais, a existncia do Orix principal e sua feitura somente ocorre, por conta da ao

    direta do outros dois Orixs regentes, o adjunt e o cabalstico esto implcitos (contidos) na manifestao

    do Orix principal.

    No Omoloc, um passo a frente, j se trabalha o tringulo, pois sempre quando se faz o par (Orix

    Principal + o Adjunt), o Cabalstico se apresenta ou grita, como se diz.

    Com o tringulo dos Orixs regentes feitos, o filho-de-santo se credencia automaticamente ao cargo

    sacerdotal, sem a necessidade de se fazer os nove Orixs. O motivo simples, para se fazer o santo de

    outra pessoa necessrio entre outras coisas possuir a afirmao do seu prprio tringulo regente.

    Fazer o Santo nada mais, nada menos, do que posicionar no Or do iniciante a correspondncia dos seus

    Orixs regentes, harmonizando esse tringulo com a hierarquia superior correspondente, num crescente

    at a Trindade Universal (Figura 11).

    Ento no precisa se ter todos os Orixs no Or, para que se possa fazer o Santo de qualquer pessoa,

    precisa-se sim, ter firmado o prprio tringulo regente, para que se possa fazer esse mesmo tringulo nos

    seus futuros filhos-de-santo.

    De forma mais clara ainda, o importante no se ter todos os Orixs para se fazer o Santo de algum, e

    sim ter o posicionamento-funo desses Orixs no seu Or. Esses posicionamentos-funes so somente

    trs: Principal, Adjunt e Cabalstico. Se todos ns temos esses Orixs, nessa disposio triangular e

    funes chaves, ento quem j possui esses Orixs afirmados pode se credenciar a fazer o mesmo em

    outras pessoas, no importa quais sejam os Orixs que ocupem essas funes no iniciante.

    Outro ponto a ser considerado nesse caso, o das casas de Omoloc que cultuam 16 Orixs. Ser

    necessrio ter os 16 Orixs feitos?

    http://photos1.blogger.com/blogger/6588/3487/1600/ScreenShot013.jpg
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    Imagino na poca em que se cultuava um panteo ainda maior de Orixs e no s 9 ou 16, como caberia

    tanto Orix na cabea do iniciado.

    CONCLUSO:

    a) Se o Omoloc um culto fundamentado no Candombl, e ele , precisamos ter firmado somente umOrix, o principal;

    b) No Omoloc, trs Orixs sim, o ideal, pois formam o tringulo de foras regentes (Principal, Adjunt e

    Cabalstico);

    c) No precisa se ter os nove Orixs na cabea para, quando formos Pai/Me-de-Santo, realizarmos a

    feitura de qualquer inciante.

    V.2 - As Renovaes de Santo e os Recolhimentos (Camarinhas) anuais.

    ENSINAMENTOS:

    necessrio se fazer 7 feituras para cada Orix afirmado no Or do iniciado (A primeira feitura + seis

    renovaes).

    O motivo para realizao das 7 feituras por Orix afirmado no Or, para que o ciclo de afirmao de cada

    Orix seja completado.

    ESTUDOS:

    A iniciao no culto Omoloc tem seu seu ponto alto no tarimbamento do Orix, no Or do iniciado.

    Tarimbar o Santo, como se diz, marcar o Or do iniciado com o signo cabalstico do Orix, ou seja, riscarno Or do iniciado o ponto ou sinal do Orix.

    Isso feito com a ponta de um punhal ritualstico. No momento que isso feito, pronto, est feito. A

    marca ritualstica fica para sempre, a conjuno de foras ou energias j esto definitivamente firmadas,

    pois a sua concretizao j ocorreu no riscado do ponto, representando assim, um pacto sagrado de

    sangue (lembrar que o ponto feito com a ponta de um punhal).

    A consagrao do Or do inicado para com seu Orix, somente faz sentido ser realizado uma nica vez.

    Depois de imantando, consagrado e harmonizado uma vez, no mais necessrio se repetir isso.

    Se o tarimbamento uma tatuagem como dizem, onde j se viu ficar renovando tatuagem, pelo que eu sei

    uma tatuagem depois de feita, fica como est pelo resto da vida, tanto que s vezes, nem por cirurgia a

    laser consegue se apagar.

    No caso especfico, o tarimbamento uma concretizao de uma harmonizao astral e definitiva para

    existncia do iniciado.

    Para que, ento, em nome do bom senso, necessrio se fazer isso por mais seis vezes?

    Para que mexer sete vezes na cabea do iniciado? Tarimbar o Orix sete vezes?

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    Se a resposta pela necessidade de se renovar essa energia, estamos falando de Ax e Ax

    movimentado por diversos meios sem a obrigao de ser necessariamente, atravs do tarimbamento e

    todo o complexo ritual que o envolve.

    Tarimbar o Orix, mais de uma vez, realizar uma consagrao em cima de outra, fazer o mesmo pacto,

    mais de uma vez. Isso no tem lgica. O que foi consagrado, j est consagrado, se fizemos um pacto, essepacto j est feito.

    Se voc entregou a cabea para o Orix uma vez, como dizemos, j entregou, para que entregar

    novamente? Para que repetir tudo isso de novo, por mais 6 vezes?

    O processo inicitico no Omoloc, tem sim um sentido, os recolhimentos anuais e as camarinhas, sem a

    renovao do tarimbamento do Orix, tem seu objetivo, mas por outros motivos.

    As maiores autoridades do culto, o Tata Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto e N'Ginja Delfina de Oxal, se

    manifestaram sobre esse assunto da seguinte forma:

    a) O Tata Ti Inkice, no seu livro Tecnologia Ocultista da Umbanda no Brasil, deixa claro nas pg. 66 e 67,

    que a quantidade de obrigaes para se receber o Dek so 4 anos. Que em cada ano o Iobor (iniciado)

    come uma das quatro partes doObi (que na feitura de santo cortado em quatro partes), recebe por ano 3

    guias, completando no final de 4 anos 12 guias, sendo ento essas substituda pelo Dek. Cada ano de

    obrigao, na cabala do Omoloc, que baseada nos ciclos lunares de 28 dias, correspondem a sete anos.

    Assim ao se completar os 4 anos de obrigao o Iobor completou o fechamento de 28 anos de ciclos

    lunares.

    Nas palavras do prprio Tata Ti Inkice "Confirmada a ltima obrigao (4o. ano) o iniciante receber em

    substituio as guias (total de 12), correspondente ao seu Eled e ao seu adjunt, o Dek que a

    confirmao de cargo hierrquico dentro do culto que lhe pertence: da por diante ele poder confirmar

    um Iobor". Em outras palavras poder fazer o santo de outra pessoa independente de qual seja esse

    Orix.

    b) A N'Ginja Delfina de Oxal em resposta a pergunta, "Por que devemos dar obrigaes de sete anos?"

    nos ensina o seguinte:"Para aprimorarmos os conhecimentos sacerdotais e responsabilidades,

    conhecimentos de Ers (segredos), para adquirir posies superiores dentro da hierarquia a seguir:

    1a. Obrigao - Iniciao;2a. Obrigao - Passa a ser Ia (Filho-de-Santo);3a. Obrigao - Livre-arbtrio (a escolha da vocao);4a. Obrigao - Confirmao da vocao (iniciado tem o direito a receber uma comenda que representa

    seus quatro anos de santo);5a. Obrigao - Especializao dentro do grau adquirido;6a. Obrigao - Complementos sacerdotais, preparos definitivos e ajustes necessrios mediante ao estudo

    e anlise das condies do iniciado dentro do Sant. Conhecimento do Dek;7a. Obrigao - Recebimento do Dek, ficando definida a situao do iniciado como Sacerdote do Culto.

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    OBSERVAO: Poder montar a sua prpria Casa de Santo, passando ento a Babalorix ou Ialorix,

    dependendo do caso, com direito de continuar as suas obrigaes anuais (se quiser)".

    Nas palavras do Tata Ti Inkice Tancredo, a maior autoridade no Culto Omoloc do Brasil, seu organizador e

    disseminador, vemos com claridade que ele defendia a feitura de apenas 2 Santos ou Orixs (o principal e

    o adjunt ou adjuntor como ele mesmo chamava), por outro lado pregava apenas quatro, repito, QUATROanos de obrigaes para o recebimento do Dek.

    J nos ensinamentos da N'Ginja Delfina de Oxal descobrimos os verdadeiros objetivos de cada obrigao

    anual e no renovao, ou seja, para que servem os recolhimentos e camarinhas anuais.

    Em estudos posteriores, sabemos que o Tata Ti Inkice fecha questo, juntamente com o Tata Opong

    Nilton Rocha Santos e a N'Ginja Delfina de Oxal, sobre a necessidade de se realizar sete obrigaes

    anuais. O importante, que tanto no caso do Tata Tancredo ou da N'Ginja Delfina, os recolhimentos e

    camarinhas anuais, no significavam sete feituras, com sete tarimbamentos respectivamente, mas

    cerimnias ritualsticas, em que o perodo da camarinha propiciava o aprendizado nos ensinamentos e

    ers do culto, servia de aprimoramento para o futuro sacerdote ou sacerdotisa.

    CONCLUSO:

    a) No existe a mnima necessidade de sete feituras de santo (a primeira e mais seis renovaes);

    b) Existe a necessidade de se ter apenas uma feitura de santo, em que so feitos, segundo o Tata Ti Inkice,

    o Orix principal e o adjunt.

    No item V.1, vimos que idealmente, devem ser feitos o tringulo de Orixs regentes (Principal + adjunt +

    cabalstico) e s;

    c) Os recolhimentos anuais, com suas respectivas camarinhas e cerimnias ritualsticas um perodo de

    aprendizado, em que o dirigente do terreiro ministra ensinamentos para os diversos iniciados,

    preparando-os para ocupar cargos na hierarquia da casa e para os que desejam na stima obrigao

    receber o dek.

    V.3 - As Obrigaes

    ENSINAMENTOS:

    necessrio, que seguindo o calendrio anual de Festas dos Orixs, todos os iniciados realizem uma

    matana (sacrifcio de animais), no ot do seu respectivo Orix, caso tenha feitura do mesmo.O motivo que nas festas para louvar o Orix (segundo o calendrio do culto), existem as sadas de santo,

    ou seja os filhos-de-santo (iniciados) que tenham feitura do Orix a ser comemorado, podem dar sada

    com ele (incorpor-lo todo paramentado e apresent-lo ao pblico presente). Para isso, devem antes do

    dia da festa realizar uma matana no ot do seu Orix. No caso de no querer dar a sada com o seu Orix,

    mesmo assim, bom que se faa essa matana, embora que no realizando-a, no signifique que no

    possa participar da festa. Nesse caso, ele apenas no pode dar sada com o Orix.

    Em ambas situaes essa matana ou sacrifcio de animal colocada como uma oferenda necessria ao

    Orix.

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    Outro objetivo, que para aqueles que terminaram todas as feituras dos Orixs que afirmou em seu Or

    (primeira feitura + seis renovaes), se faz necessrio realizar essa oferenda para fortalecer os ots dos

    seus Orixs.

    ESTUDOS:

    Estamos falando novamente de Ax e Ax volto a repetir pode ser movimentado de vrias formas, que

    no necessariamente envolva sacrifcio de animais. Para uma melhor compreenso desse assunto, leia o

    artigo desse blog"Sacrifcio de Animais no tudo!".

    Ora, se a questo ofertar algo para o Orix a ser comemorado, por que no pode isso ser feito atravs da

    comida do santo e outros elementos ritualsticos? Toma-se um banho com as ervas consagradas ao Orix,

    se faz um belo de um oss (limpeza) do smbolos do Orix, que esto no ronc, arreia-se (oferta-se) a

    comida do santo, acende-se a vela, enche-se a quartinha de gua e pronto a oferenda vai funcionar da

    mesma forma, sem que seja necessrio o envolvimento do Ax vermelho (sangue).

    Isso, tanto serve para quem deseja dar a sada com o Orix na festa, como para quem apenas vai participar

    da mesma e quer ofertar algo ao seu Orix nessa data festiva, bem como, para quem j encerrou suas

    feituras e deseja fortalecer os ots dos Orixs, que tem afirmado no seu Or.

    Outro ponto importante, a deitada (ou recolhimento anual - camarinha) realizado uma vez por ano pelo

    iniciado, at ele terminar todo o ciclo de feituras. Assim nessa feitura (renovao) ele j realiza a matana

    para o Orix, o qual ele est reafirmando em seu Or. Pergunta: Por que ento, ele tem que fazer

    novamente essa matana na data comemorativa do Orix, se no ano ainda em questo ou ele j se

    recolheu, ou ainda vai se recolher para esse mesmo Orix? T, podem me responder com outra pergunta:

    Qual o problema dele matar duas vezes para o santo? Nenhum problema, no entanto, essa deve ser uma

    via de duas mos. Se o iniciado pode fazer a matana, mais de uma vez, tambm deve poder decidir a

    realizar essa matana no seu recolhimento anual. Acontece, que se o iniciado no fizer a matana na

    poca da festa, isso contado como obrigao no realizada, sendo considerado como um filho-de-santo

    devedor dessa obrigao. Se ele quiser dar a sada com o santo na respectiva festividade, no poder faz-

    lo.

    CONCLUSO:

    a) A matana ou sacrifcio de animais totalmente dispensvel para se realizar oferendas aos Orixs;

    b) O Ax pode ser movimentado de vrias formas, sem o envolvimento do ax vermelho.

    V.4 - A Via Sacerdotal ou Hierrquica. O Dek.

    ENSINAMENTOS:

    O filho-de-santo que encerra todo o ciclo de feituras dos nove Orixs, chega a condio necessria para

    receber o Dek e se desejar, realiza mais algumas obrigaes, recebe essa comenda e ento considerado

    Pai/Me-de-Santo.

    Como ensinamentos para o exerccio de sua condio sacerdotal, recebe uma apostila em que 80% do seu

    contedo consiste em ensinar com se realiza uma feitura de santo no Omoloc.

    http://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/sacrifcio-de-animais-no-tudo.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/sacrifcio-de-animais-no-tudo.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/sacrifcio-de-animais-no-tudo.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/2006/08/sacrifcio-de-animais-no-tudo.html
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    Com relao a hierarquia, no existe nenhum procedimento para determinar os diversos cargos

    hierrquicos dentro do culto (veja quais seriam esses cargos no meu livro pag. 176-182). O filho-de-santo

    pode ser escolhido para exercer um determinado cargo ou funo dentro do terreiro por indicao do

    dirigente ou porque decidiu por vontade prpria exercer essa funo e conseguiu espao para isso etc.

    J o Dek, como vimos, uma comenda, insgnia, que concedida ao iniciado, se assim ele desejar e quecorresponde a ltima e difinitiva consagrao, agora como Babalorix (Pai-de-Santo) ou Yalorix (Me-de-

    Santo).

    No caso, de ao final dessas sete feituras, se desejar receber o dek, realizado mais 1 feitura ou

    renovao dos nove Orixs.

    Essa obrigao denominada de fechamento de crculo, ou seja, mais uma feitura dos 9 orixs com o

    objetivo de se posicionar corretamente esses Orixs nas casa astrais (posies no Or do iniciado)

    correspondentes.

    Geralmente a entrega do Dek atravs da realizao de uma cerimnia festiva, em que, o agora

    Sacerdote ou Sacerdotisa apresentado a coletividade. O fato registrado em ata, assinado pelo oficiante

    da cerimnia e testemunhas. Na ocasio tambm entregue o diploma de Sacerdote ou Sacerdotisa

    dentro do Culto Omoloc do Brasil.

    ESTUDOS:

    Nos ensinamentos da N'Ginja Delfina de Oxal, compreendemos facilmente que os recolhimentos anuais,

    servem de perodos, para se aprender sobre a religio.

    Essas obrigaes, num total de sete, visam a cumprir um objetivo bsico no Culto Omoloc, semelhante aoque se realiza no Candombl e nos demais Cultos Afro-brasileiros, que seja a ordenao sacerdotal do

    iniciado, ou a descoberta e o desenvolvimento de conhecimentos dos filhos-de-santo para se constuir a

    hierarquia na casa.

    Ao final das sete obrigaes, o iniciado deve estar de posse de todos os conhecimentos necessrios, para

    que ele possa abrir o seu terreiro e gerar a sua filiao dentro dos fundamentos do culto.

    Se reunirmos os estudos realizados nos itens V.1, V.2 e V.4, podemos visualizar que o caminho para se

    alcanar o sacerdcio do Culto Omoloc passa pelos seguintes passos:

    1) A feitura de santo (Tringulo dos Orixs Regentes)

    2) As Obrigaes Anuais (Aprendizado)

    3) O Dek (Confirmao)

    A feitura de santo atravs do tringulo dos Orixs Regentes, j colocou por terra a necessidade das

    constantes renovaes e por consequncia, tambm acaba com a necessidade do fechamento de crculo.

    Mesmo que as renovaes fossem uma realidade, e vimos que no existe base slida para a sua

    existncia, para que se reposicionar os Orixs nas casas astrais com o fechamento de crculo? Ser que nas

    sete feituras, antes do fechamento de crculo, esses Orixs j no deveriam estar posicionados

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    corretamente? Caso no, por que deixar para posicion-los corretamente apenas no fechamento de

    crculo (feitura final)?

    Para o Culto Omoloc, na palavra de suas principais autoridades, aps a feitura do santo, existem sete

    obrigaes anuais, que permitem ao iniciado, o tempo necessrio para descobrir a sua vocao dentro do

    culto (sacerdcio ou hierquico). Durante esses recolhimentos anuais, so ministrados ensinamentos erealizados estudos que possibilitem tal descoberta e aprendizado completo.

    Se o Tata Ti Inkice Tancredo falava em quatro anos, e posteriormente fechou em sete anos esse perodo

    de aprendizado, juntamente com o que a N'Ginja Delfina ensinou aos seus iniciados encontramos o

    seguinte quadro de formao sacerdotal:

    1a. Obrigao - Iniciao (Feitura do Tringulo de Orixs Regentes).

    2a. Obrigao - Passa a ser Ia (Filho-de-Santo).

    3a. Obrigao - Livre-arbtrio (a escolha da vocao - Sacerdcio ou ocupar um cargo hierrquico no culto).

    4a. Obrigao - Confirmao da vocao (iniciado tem o direito a receber uma comenda que representa

    seus quatro anos de santo).

    Nesse ano especfico, o Iniciado completou as 12 guias das entidades, foi-lhe entregue 3 guias por ano,

    segundo os ensinamentos do culto. As 12 entidades a saber so: Ex, Pomba-gira, Nan, Omulu, Ogum,

    Oxum, Ians, Xang, Oxossi, Ibeiji, Iemanj e Oxal. A Comenda que lhe entregue, foi nomeada pela

    N'Ginja Delfina de Oxal de Contra-Egun, representando a estabilidade alcanada pelo iniciado no culto.

    A partir da o iniciado escolhe um dos dois caminhos possveis dentro da religio, conforme a definio de

    sua vocao (sacerdcio ou hierquico). Se a vocao para ocupar um cargo hierquico, ele ainda

    participa da quinta obrigao, quando a se especializa na funo que vai ocupar. Se a sua vocao for o

    sacerdcio, ele continua as obrigaes, realizando a duas ltimas (sexta e stima obrigao).

    5a. Obrigao - Especializao dentro do grau adquirido (Cargo hierquico e incio dos ensinamentos

    sacerdotais para quem vai continuar as obrigaes).

    6a. Obrigao - Complementos sacerdotais, preparos definitivos e ajustes necessrios, mediante ao estudo

    e a anlise das condies do iniciado dentro do Sant. Conhecimento do Dek.

    7a. Obrigao - Recebimento do Dek, ficando definida a situao do iniciado como Sacerdote do Culto.Nesse ponto, bom esclarecer que as guias (total de 12) so substitudas integralmente pelo uso do Dek,

    que no caso passa a ser a guia definitiva do Sacerdote.

    CONCLUSO:

    a) O fechamento de crculo totalmente desnecessrio;

    b) O caminho do aprendizado existe dentro do culto, atravs das obrigaes anuais;

    c) As obrigaes anuais, so sim camarinhas e recolhimentos, sem a necessidade de renovaes de santo,

    tarimbamentos etc., para os que j foram iniciados. O que se procura fazer, nessas ocasies, realizar

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    ritos apropriados e reunies de ensinamentos e orientaes, em que os fundamentos do Omoloc so

    passados para a futura hierarquia e os que exercero o sacerdcio.

    d) Nas quatro primeiras obrigaes o iniciado define a sua vocao (Cargo hierrquico ou Sacerdcio), na

    quinta, se a vocao for cargo hierrquico, o iniciado se especializa, se for sacerdcio, comea os estudos

    voltados para esse fim.

    e) Na stima obrigao recebe o seu Dek.

    f) O Dek passa a ser a nica guia do Babalorix/Yalorix. Devendo ser usado em todas as reunies,

    cerimnias e festividades do culto.

    VI - Concluso Geral

    Diante do que eu exponho aqui, acredito ter oferecido um material rico para estudo, reflexo que

    permitam as pessoas chegarem as suas prprias concluses.

    Evidentemente que no tenho a palavra final sobre o assunto, nem fiz isso no intuito de convencerningum. O que me moveu, foi a necessidade de demonstrar que tudo na vida deve e pode ser

    questionado, que devemos ter f, mas sempre exercitando ela de forma racional, analtica e crtica.

    importante, que sempre conquistemos as certezas daquilo que acreditamos, por si mesmos, no importa

    se constatamos as suas veracidades ou no. Importante salientar, nesse instante, que todo o processo

    inicitico pelo qual passei, teve a minha total aprovao e foi da minha livre e espontnea vontade

    participar.

    Cabia, to somente a mim, o direito de na poca ter refletido melhor sobre a situao apresentada e

    chegado as concluses, que somente visualizei um certo tempo depois. Nesse perodo eu no me permitia

    a ter esses tipos de questionamentos, nem me passava pela cabea, qualquer outra possibilidade, que no

    fosse da forma como me era ensinado.

    A verdade que o Omoloc, entrou na minha vida de umbandista, envolvido por uma explicao,

    fornecida na poca, que ele significaria uma evoluo espiritual para Umbanda que praticvamos.

    Passado esses anos todos, no d para perceber o que esta evoluo significou, mas com certeza, sou eu o

    culpado, em no conseguir enxergar esse salto de qualidade, que o Omoloc nos proporcionou.

    Devo estar completamente cego, para a beleza dos nossos fardamentos, que se transformaram de roupas

    simples e tecidos humildes, para roupas caras e vistosas, com tecidos de primeira qualidade; talvez eu no

    consiga perceber a maravilha que hoje, os paramentos luxuosos dos Orixs, nas sadas-de-santo; ouquem sabe, no peso devidamente a evoluo que foi para o meu bolso, o dispndio financeiro, que

    realizei nas feituras-de-santo e suas renovaes, como vimos totalmente desnecessrias; nem to pouco,

    tenho capacidade de entender o salto de qualidade que se pagar um valor razovel para receber um

    dek, que somente me d direito a uma apostila, um diploma, e a condio de ficar no meio do terreiro

    como destaque e abenoar os filhos-de-santo, no instante que louvam o meu Orix principal. Dek esse

    que somente pode ser usado, em cerimnias de outorga dessa comenda para outras pessoas e que fora

    isso serve apenas para ficar mofando dentro do guarda-roupa.

    Com certeza, eu sou culpado de nas minhas obrigaes anuais, no existirem nenhum ensinamento, ou

    transferncia de conhecimentos, como determinado pela Tradio no Omoloc, e que eu tenha, queprocurar esses conhecimentos em livros, internet e outros locais.

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    Devo com certeza, estar ficando louco, obsediado, ou quem sabe at demandado, por no me unir ao

    coro, que hoje chama de catimbozinho, a Umbanda, que antes do Omoloc reinar em nossas vidas, ns

    batiamos com tanta alegria e felicidade. De no considerar como terreirinhos, as casas espirituais que

    insistem nesse catimbozinho e que no aceitam o Omoloc como necessrio para suas evolues

    espirituais ou salto de qualidade em seus ritos, liturgias e doutrinas.

    Como no compreender, que para chegarmos a ser Sacerdotes dentro do Culto Omoloc, temos que

    permitir que mexam na nossa cabea (tarimbar o santo) 72 vezes? Sim, 72 VEZES, que depois de 63

    tarimbamentos (9 orixs X 7 feituras), se faz necessrio, mais uma feitura com nove tarimbamentos

    (fechamento de crculo), para corrigir ou colocar os Orixs no posicionamento correto (casas astrais).

    Realmente, no fui capaz de captar essa evoluo espiritual, nem o sentido da coisa, devo ser um esprito

    muito atrasado.

    Como eu j tenho 61 dos 72 tarimbamentos, faltando apenas 11 para terminar, e diante do fato, que eu s

    precisava de 3 tarimbamentos (tringulo dos Orixs regentes), concluo que tenho 58 tarimbamentos

    sobrando, logo tenho feitura de santo para dar e vender.A partir de hoje, estou vendendo as minhas feituras de santo desnecessrias. Quem quer comprar?

    Glossrio:

    Iniciao - qualquer processo religioso ou esotrico, que transforma uma pessoa leiga (semconhecimento ou experincia) nos fundamentos da religio ou ordem esotrica em adepto ou

    iniciado.

    Escola de Mistrios - era assim chamada os antigos Colgios religiosos ou esotricos em que aspessoas se inicavam nos Mistrios, ou seja, na religio e cincias ocultas.

    Experiencia Mstica - assim chamamos o xtase religioso, a transcendncia espiritual, o contatocom o mundo dos espritos de forma direta e sem intermedirios.

    Comidas-de-Santo - so pratos preparados com diversos tipos de ingredientes de origem vegetal(frutas e verduras) e animal (tipos de carnes) para se ofertar ao Orix. Cada Orix tem um

    conjunto de pratos correspondentes.

    Bori - um ritual de consagrao que quando realizado com as ervas do Orix chamado de frio equando se usa a comida-do-santo e/ou sacrifcio de animais e denominado de quente.

    Xir - a sequncia de louvao dos Orixs em qualquer casa dos cultos afro-brasileiros(Candombl, Omoloc etc.).

    Ronc - o local sagrado nos terreiros de nao (Candombl, Omoloc etc.) em que estoafirmados todos os Orixs do Pai/Me-de-Santo, bem como de todos os seus filhos-de-santo.

    Feitura-de-Santo - o processo de iniciao nos terreiros de nao. Quando o leigo passa a seriniciado ou adepto. Geralmente quando se afirma o Orix da pessoa. Esse ritual varia em forma e

    contedo de nao para nao e as vezes de terreiro para terreiro.

    Bolar com o Santo - significa incorporar o Orix.

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    Ot - a pedra sagrada do Orix. Quartinha - recipiente pequeno de barro ou loua (espcie de copo de barro com tampa). Na

    quartinha so colocados determinados elementos que fizeram parte do processo de inciao do

    adepto e que se enche de gua.

    Rezas - so as cantigas sacras do Omoloc. Sada-de-Santo - quando o adepto incorporado com Orix, devidamente vestido e paramentado

    com a roupa do santo e suas armas, se apresenta ao pblico em festas comemorativas.

    Dek - comenda (colar de palha-da-costa, com fundamentos de todos os Orixs) que entregue aoinciado que cumpriu todas as suas obrigaes. Ao receber o dek o iniciado alcana o grau de

    Babalorix/Yalorix, podendo abrir o seu terreiro e dar incio a sua filiao.

    Catulagem - (Omoloc) o mesmo que tonsura (corte redondo dos cabelos no topo da cabea) comobjetivo de retirar um pouco do cabelo do iniciado e criar um espao para que se complete o ritualde inciao.

    Raspagem - (Candombl) como o prprio nome indica raspagem completa do cabelo do inicianteno processo de iniciao.

    Bori quente - ver Bori. Bori frio - ver Bori. Tarimbar o santo - (Omoloc) imprimir no lugar aberto pela catulagem a insgnia ou sinal

    ritualstico do Orix, para afirmar suas energias. Isso feito atravs de se riscar o sinal do Orixcom a ponta de um punhal, no alto da cabea do iniciante.

    Gebr - (Candombl) corte ritualstico realizado no alto da cabea do iniciante. Camarinha - recolhimento do filho-de-santo em local especfico (ronc ou dentro do terreiro). Preceitos - so regras que devem ser cumpridas pelo inciante antes da inciao para purificar o

    corpo, a mente e o esprito, e depois pelo j iniciado at se encerrar o perodo de pureza e

    consagrao espiritual.

    Quizilas - o mesmo que tabu, determinadas coisas que o inciado deve evitar. As quizilas sediferenciam depedendo do Orix principal que o inciado tem afirmado.

    Curas - (Candombl) cortes ritualsticos, realizado geralmente com navalha no corpo do iniciante,no processo de iniciao.

    Toques - como chamado o ritual em que so reunidos os inciados e louvado os Orixs atravsdos cnticos, danas e batida dos atabaques (tambores). geralmente nos toques existem a

    manifestao dos Orixs ou seus filhos respectivos bolam.

    Candombl de Caboclo - segmento do Candombl em que j existem manifestao de entidades(ex.: Boiadeiros).

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    Obi - angiospermas, noz-de-cola, o Obi no processo de iniciao cortado em quatro partes, pararealizao do jogo oracular. Uma das partes dada para o iniciante comer.

    Eled - Orix Principal, tambm chamado de Anjo da Guarda. Sant - o mesmo que terreiro.

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    PUBLICADO POR:PAI CAIO DE OMULU S01:4214 COMENTRIOS

    SBADO, 2 DE SETEMBRO DE 2006

    Nem sempre so chifres que colocam na sua cabea!

    Existe um ditado popular que diz o seguinte: "Chifre uma coisa que colocam na sua cabea", essa frase

    tem um sentido dbio, ou seja, por um lado deseja acalmar o possvel corno, indicando que as suas

    desconfianas so infundadas, por outro lado, pretende lembrar que se algum o , foi porque a pessoa

    amada lhe traiu.

    Piada a parte, em qualquer religio encontramos diversas coisas que so colocadas nas cabeas dos

    adeptos e que aceito por eles sem ao menos se questionar a sua validade, se certo ou errado etc.

    No movimento umbandista, no diferente, encontramos um grande nmero de chifres, travestidos de

    ensinamentos, orientaes, doutrinas, ritos, liturgias etc., que so colocados nas nossas cabeas e ns

    aceitamos passivamente sem pensar ou refletir sobre o assunto.

    Dogmas(1) de F, assim como no Catolicismo (ex.: a virgindade de N. Senhora), facilmente encontramosno movimento umbandista diversos assuntos que so tratados de forma dogmtica(2) e passado para os

    filhos-de-santo como verdades inquestionveis(3).

    Muitas vezes esses dogmas ou assuntos inquestionveis, so histrias oriundas(4) em um passado distante

    e perpetuadas pela tradio oral(5). Outras vezes so assuntos nascidos por conta de supersties(6) que

    de tanto serem repetidos acabam se transformando em verdades e aceitos por muitos filhos-de-f.

    Por outro lado, existem as coisas impostas atravs da autoridade de quem as transmitem, geralmente os

    dirigentes de terreiros (Pais/Mes de Santo), estejam ou no incorporadas com suas entidades espirituais.

    Podemos, claro, aceitar determinadas coisas por um certo tempo, at que tenhamos as condies dequestion-las, ou seja at reunirmos conhecimento e/ou experincia suficiente para realizarmos uma

    anlise, uma crtica pessoal, avaliarmos e decidirmos se devemos ou no aceitar e adotar o que esto nos

    orientando, aconselhando, ensinando ou impondo.

    A F cega aceita tudo sem pensar. A F racional aquela que possibilita aceitarmos aquilo que ns

    conseguimos entender, pesar e definir a real importncia para nossas vidas materiais e espirituais. Isso

    no significa dizer que devemos agir como Tom, ver para crer, mas sim que analisemos tudo e somente

    aceitemos o que a nossa evoluo espiritual, nesse momento permite adotarmos como verdades. Eu digo

    nesse momento, pois se falamos em evoluo, estamos falando de algo que no esttico (parado), mas

    de um processo dinmico, que se modifica, quando alteramos ou sofremos uma alterao na nossarealidade, quando aprendemos coisas novas, adquirimos novas experincias etc., logo temos uma opinio

    http://umbandasemmisterio.blogspot.com/search/label/Omolokohttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/search/label/Omolokohttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/search/label/Omolokohttp://umbandasemmisterio.blogspot.com.br/2006/09/vendo-feituras-de-santo.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com.br/2006/09/vendo-feituras-de-santo.htmlhttp://www.blogger.com/comment.g?blogID=31985912&postID=115786509621645709&isPopup=truehttp://www.blogger.com/comment.g?blogID=31985912&postID=115786509621645709&isPopup=truehttp://www.blogger.com/comment.g?blogID=31985912&postID=115786509621645709&isPopup=truehttp://www.blogger.com/email-post.g?blogID=31985912&postID=115786509621645709http://www.blogger.com/comment.g?blogID=31985912&postID=115786509621645709&isPopup=truehttp://umbandasemmisterio.blogspot.com.br/2006/09/vendo-feituras-de-santo.htmlhttp://umbandasemmisterio.blogspot.com/search/label/Omoloko
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    sobre algum assunto hoje, e podemos em seguida, diante de uma nova viso ou devido a determinadas

    circunstncias alheias a nossa vontade, mudarmos totalmente de idia a respeito.

    A Umbanda deseja que todos os filhos-de-f, se equilibrem no cho com os seus prprios ps, andem com

    suas pernas, pensem e raciocinem por si mesmos e sejam todos senhores de suas evolues espirituais.

    Pais/Mes-de-Santos, so apenas facilitadores para que alcanemos esta condio. Acontece que

    deixamos ser confundidos e permitimos que eles nos faam totalmente dependentes deles. Quando eles

    no so srios, ntegros e conscientes dos seus papis de facilitadores e das suas funes de dirigentes, se

    aproveitam da situao e perpetuam essa dependncia indefinidamente, no nos libertando nunca.

    Somos ento aprisionados psquica, emocional e psicologicamente. Aceitamos todas as "verdades" que

    nos impem, deixamos de viver nossas vidas para incorporarmos a vida dos outros, respondemos as

    necessidades alheias antes das nossas e do nossos ente queridos, passamos espiritualmente e at

    materialmente a comer, a beber e a respirar das migalhas que nos ofertam, migalhas, pois nunca ser uma

    poro suficiente que permita o nosso desenvolvimento para alcanarmos a nossa independnciaespiritual, que j tinhamos e que acreditamos no ter mais a no ser por via deles (Pais/Mes-de-Santo).

    Muitos filhos-de-f se tornam fanticos, muitos se obsidiam, muitos se perdem, outros tantos se viciam e

    finalmente poucos conseguem manter a sua integridade para na decepo conseguirem se levantar

    novamente. Isso o ponto mximo que chegamos quando realizamos o caminho de deixarem ser

    colocados chifres em nossas cabeas e nos abrimos para uma total depedncia em nossas vidas.

    Descobrimos tarde de mais, que nem sempre so chifres que colocam em nossas cabeas.

    Comearei a postar no blog, uma sequncia de artigos ou de pequenos textos intitulados "Tirem esse

    chifre que colocaram na sua cabea" e que trataro de temas que muitos aceitam como "verdades" e quena verdade preciso olhar de outra forma para concluir se realmente isso mesmo.

    Listaremos algumas dessas preciosidades que muitos irmos aceitam como verdades inquestionveis:

    - Orix energia e/ou fora da natureza.

    - As histrias dos Orixs so verdadeiras.

    - Mdium bom inconsciente.

    - Quando a entidade bebe incorporada, o efeito do lcool levado por ela ao despertar o seu mdium.

    - possvel se "cortar" ou "afastar" a mediunidade de algum.

    - Orix castiga e abandona (vira as costas) para os seus filhos.

    - Os Orixs brigam entre si ou tem desavenas uns com os outros.

    - Se voc pode dar ouro ao seu Orix, no d prata ou cobre.

    - possvel se "prender" ou "amarrar" o anjo de guarda de algum.

    - Todo caboclo foi ndio, todo preto-velho foi escravo, toda pomba-gira foi prostituta ou teve vida similaretc.

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    - Ex um demnio e seu chefe o Maioral.

    - Orix come e bebe.

    - Quanto mais o mdium estrebuchar para incorporar, melhor ser a sua incorporao.

    Sugestes de temas ou dvidas? Enviem um email para:[email protected].

    Deseja contar alguma histria relacionado a esses temas? Faa um comentrio no artigo correspondente.

    Ou envie a sua histria para o e-mail.

    Glossrio:

    (1) Dogmas - ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutvel, cuja

    verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar.

    (2) dogmtica - exposio intelectual e sistemtica dos dogmas e/ou doutrinas religiosas de modo a

    formar um conjunto coerente.

    (3) inquestionveis - que no se pode questionar, duvidar e criticar.

    (4) oriundas - originadas, que teve origem de algum lugar.

    (5) tradio oral - comunicao oral de fatos, lendas, ritos, usos, costumes etc. de gerao para gerao.

    (6) supersties - crenas ou noes sem base na razo ou no conhecimento, que leva a criar falsas

    obrigaes, a temer coisas inofensivas, a depositar confiana em coisas absurdas, sem nenhuma relao

    racional entre os fatos e as supostas causas a eles associadas; crendice, misticismo.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]