os filhos

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Os filhos Reparai naquele berço, Afofado, pequenino, Onde jaz no sono imerso Aquele róseo bambino. Junto do filho querido Sente-se orgulhosa a mãe, A pensar, atento o ouvido, Não venha acordá-lo alguém! Quem nem o mais leve insecto Perpasse pela cabeça Deste tenro amor dilecto, Com medo que ele estremeça! Acorda? Já ela aflita Não sabe o que há-de fazer! Se o pequeno chora e grita, Já pensa que vai morrer! Mas voltou ao lindo rosto A rósea cor? Que alegria! Faz até sorrir de gosto Contemplá-lo nesse dia. Chega o marido; nos braços Ela tem o filho agora; Oh! Que famintos abraços! De tanta alegria chora! É que só ela é que sabe Apreciar quanto vale Um afecto que só cabe No coração maternal! Que imenso amor, que doidice! Ó filhos, vós não pagais,

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Quem nem o mais leve insecto Perpasse pela cabeça Deste tenro amor dilecto, Com medo que ele estremeça! Acorda? Já ela aflita Não sabe o que há-de fazer! Se o pequeno chora e grita, Já pensa que vai morrer! Chega o marido; nos braços Ela tem o filho agora; Oh! Que famintos abraços! De tanta alegria chora! Mas voltou ao lindo rosto A rósea cor? Que alegria! Faz até sorrir de gosto Contemplá-lo nesse dia. Os filhos

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Os filhos

Reparai naquele berço,Afofado, pequenino, Onde jaz no sono imersoAquele róseo bambino.Junto do filho queridoSente-se orgulhosa a mãe,A pensar, atento o ouvido, Não venha acordá-lo alguém!

Quem nem o mais leve insectoPerpasse pela cabeçaDeste tenro amor dilecto,Com medo que ele estremeça!Acorda? Já ela aflitaNão sabe o que há-de fazer!Se o pequeno chora e grita,Já pensa que vai morrer!

Mas voltou ao lindo rostoA rósea cor? Que alegria!Faz até sorrir de gostoContemplá-lo nesse dia.

Chega o marido; nos braçosEla tem o filho agora;Oh! Que famintos abraços!De tanta alegria chora!

É que só ela é que sabeApreciar quanto valeUm afecto que só cabeNo coração maternal!

Que imenso amor, que doidice!Ó filhos, vós não pagais,Nem que de rastos vos visse,Um beijo dos vossos pais!

Simões Dias