Os Fulni-ô: uma cultura de resistência

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIENCIAS DA NATUREZA CURSO ARQUEOLOGIA E CONSERVAÇÃO EM ARTE RUPESTRE DISCIPLINA: HISTÓRIA DOS ÍNDIOS PROFª DRª: JÓINA BORGES Adália Mara Morim Andre das Neves Dithara Campelo Francilene Xavier de Sousa Pedro Bruno Carneiro FULNI-Ô
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1. FULNI- UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU CENTRO DE CIENCIAS DA NATUREZA CURSO ARQUEOLOGIA E CONSERVAO EM ARTE RUPESTRE DISCIPLINA: HISTRIA DOS NDIOS PROF DR: JINA BORGESAdlia Mara Morim Andre das Neves Dithara Campelo Francilene Xavier de Sousa Pedro Bruno Carneiro 2. Introduo Os Fulni-, tambm conhecidos como Carij ou Carnij; Classificao aproximada ao tronco lingustico Macro-J. Cultura de resistncia o Yat/Yaateh/Iat, o ritual sagrado do Ouricuri e as danas Cafurna e Tor.; Objetivo Geral Aspectos scio-culturais da etnia Fulni-, abordando os contextos histricos, culturais e econmicos; A importncia de se manter a cultura e as tradies dessa etnia. 3. Os Fulni- habitam a rea que veio a se tornar o municpio de guas Belas, que tem sua fundao por volta de 1700; Foi um aldeamento de ndios e depois Aldeia da Alagoa da Serra do Comunati, seu primeiro nome. Depois passou a denominar-se de Ipanema, do rio que lhe banha as terras, conforme na Descrio de Pernambuco, do ano de 1746. Anteriormente, havia sido habitada pelos ndios Tupiniquins que, depois de duras lutas foram vencidos pelos Carnijs que se fixaram em definitivo na nova terra; 1749 Informao geral da Capitania de Pernambuco 1873Contexto Geogrfico: localizao e demografia 4. Situado na zona conhecida como o Polgono da Seca Nordestina (Serto), a 273 quilmetros da capital do Estado de Pernambuco. Em 1980, a populao do municpio era de 37.057 habitantes, dos quais 11.714 viviam na rea urbana, e 25.343 na rea rural. Atualmente, possui cerca de 40.235 habitantes e a rea do Municpio corresponde a 885.986 km, com um bioma classificado como Caatinga (IBGE, 2010);Contexto Geogrfico: localizao e demografia 5. Aldeias: uma prxima da rea urbana de guas Belas - 11.500 hectares, a 500 metros da sede da cidade, corresponde rea de Reserva Regularizada, classificada pela FUNAI e a como Tradicionalmente Ocupada (segundo consta no site da FUNAI, encontra-se em processo de estudo e sem demarcao). A populao atual de aproximadamente 6200 ndios. Aldeia sagrada do Ouricuri, onde eles se retiram durante trs meses (entre setembro e novembro), anualmente, para a prtica do ritual secreto do Ouricuri (est classificada 6. A origem do nome Fulni- muito antiga. Significa "povo da beira do rio; um estudo comparativo entre a lngua Karir, da lngua Karnij, mais tarde a lngua Yaathe falada pelos Fulni- fora considerada uma lngua autnoma, contudo foi classificada por aproximao lingustica ao Tronco Macro-J; Escola Bilngue Antnio Jos Moreira - professora Marilena Arajo de S - Awassury ArajoEtnia e lngua: origens e aspectos peculiares. 7. Os dados mais antigos 1749 segundo registro da "Informao Geral da Capitania de Pernambuco" (1906), a aldeia da Ribeira do Ipanema, viviam 323 pessoas pertencentes a este grupo; 1855 738 pessoas. Epidemia de clera que atacou a aldeia em 1856, diminuram quase pela metade, chegando em 1861 restando apenas 382 pessoas; 1873 aproximadamente uma centena; Incio do sculo XX ascendncia populacional, essa tendncia se manteve at o incio do sculo XI e atualmente so contabilizados cerca de 6.200.Sntese Histrica 8. Relao entre o aldeamento e a cidade de guas Belas; Invases e demarcao o governo da provncia, demarcou essas terras por meio de carta rgias e alvars. No sculo XX com a mudana do governo e a criao de novas leis, os civilizados tentaram encontrar maneiras para tomar posse das terras. Em 1928 diviso da Terra em 400 lotes de 37 hectares cada e 27 lotes menores; Em 1929 os Fulni- receberam ttulos individuais das terras;Sntese Histrica 9. Preocupao de manter viva a tradio; Projetos sociais em escolas, museus, etc.; Projeto o ndio Vai Escola, com contou com a colaborao de Daniel dos Santos e Pablo Ravi, que anterior a deste, trabalharam por cinco anos na FUNAI;Projetos Sociais e questes polticas 10. Preocupao de manter viva a tradio; Projetos sociais em escolas, museus, etc.; Projeto o ndio Vai Escola, com contou com a colaborao de Daniel dos Santos e Pablo Ravi, que anterior a deste, trabalharam por cinco anos na FUNAI;Projetos Sociais e questes polticas 11. Projetos Sociais e questes polticas 12. Atualmente possuem fora poltica importante e tentam se manter unidos no sentido de conquistar seus direitos e ampliar a participao na sociedade como um todo; Nas ltimas eleies elegeram dois vereadores; A participao em projetos culturais tambm uma maneira de fortalecer a identidade e difundir suas lutas pela terra.A luta pela terra e insero poltica 13. Pintura corporal destacada por um beleza simblica; Musicalidade marcante; A dana como identidade: Tor e Cafurna. O sagrado e secreto Ouricuri trs meses setembro a novembro; Yat ou Yateh Macro-J; Dona Itaci ou Taci uma manifestao da sabedoria Fulni-;Cultura e resistncia 14. Apresentao Fulni- no Museu do ndio-RJ (2013) 15. So considerveis: Podem ser por parte de pai ou me fulni. Equilbrio entre os remanescentes e descendentes. Existe uma discordncia quanto posse dessa terra. Prtica de arrendamento tambm usual pelos Fulni.Relaes Inter tnicas 16. Famlia responsvel pelo cultivo. Confeco de artefatos de palma, mulheres so as responsveis. So fabricados na poca do ritual do Ouricuri. Questo econmica se da tambm fora da terra indgena.Economia 17. A etnia fulni- tem caractersticas peculiares que nos ajudam a entender melhor os aspectos de resistncia que, embora historicamente possuam um aspecto poltico de influncia, tambm passaram por momentos de grande represso e tentativa de excluso de suas terras e supresso de suas prticas culturais. Podemos ainda ressaltar o aspecto musical como uma das caractersticas mais importantes desse grupo, e dentro dessa abordagem, uma vez que no encontramos trabalhos voltados para a arqueologia, tambm temos a possibilidade de pesquisas voltados para a Arqueomusicologia, ou ainda na Arqueo-Etnomusicologia, que embora sejam abordagens mais recentes dentro da Arqueologia, podem contribuir no fortalecimento das manifestaes culturais Fulni-. Segundo o relato de Maike Watx Fulni- h presena de arte rupestre, o que tambm pode vir a possibilitar o trabalho de conservao e preservao das pinturas rupestre;Consideraes 18. Em especial ao Maike Wtx Fulni-, estudante do curso de Cincias Sociais na Universidade Federal Rural de Pernambuco, que mesmo em meio s ocupaes do dia a dia esteve presente, medida do possvel, e com muita ateno. Nosso muito obrigada, por nos enviar a letra em Yat e a traduo da msica na dana Cafurna (presente no vdeo), bem como por tirar dvidas acerca de algumas palavras bsicas e na sugesto do livro Estrutura da Lngua Yat: falada pelos ndios Fulni- em Pernambuco. Agradecemos ainda ao registro da sabedoria Fulni- presente nas falas da Dona Itaci, tambm conhecida como Dona Taci, que, para nossa surpresa, acabamos por descobrir em conversa com o Maike, tratar-se de sua av e que a mesma completou no ltimo dia 16 do presente ms, um ano de partida. Daniela La Chioma, Doutoranda em Arqueomusicologia (USP), pelos dilogos e esclarecimentos acerca da Arqueologia da Msica e Etnomusicologia.Agradecimentos 19. Ghal x! 20. Referncias Bibliogrficas LAPENDA, Geraldo. Estrutura da Lngua Iat: falada pelos ndios Fulni em Pernambuco. 2 Edio. Recife: Editora Universitria UFPE, 2005. FAUSTO, Carlos. Os ndios Antes do Brasil. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Ed., 2005. Projeto Escolas de ndio. Coord. ALMEIDA, Ins. Organizao e Reviso: MENDONA, Caroline. BECHARA, Cssica. AMORIM, Eline. ENEIDA, Helosa. ARCANJO, Jozelito. POMPIA, Rosrio. BARATA, Rogrio. Caderno do Tempo: Professoras e Professores indgenas em Pernambuco. 2a Edio Belo Horizonte, 2006. Organizao: CARNEIRO, Manuela. Histria dos ndios no Brasil. Ed. Companhia das Letras, So Paulo. Secretaria Municipal de Cultura: FAPESP, 1992. Sites Consultados: SILVA, Fbia Pereira da. Artigo: Descrio da estrutura silbica do Yaathe, uma lngua indgena brasileira. Anais do VII Congresso Internacional da Abralin Curitiba 2011. Disponvel em: Acessado em 19/02/2014. 21. Referncias Bibliogrficas FREIRE, Jos Ribamar Bessa. Dona Taci: a sabedoria fulni-[Internete]. Porantim: em defesa da causa indgena. Ano XXXV [janeiro/fevereiro 2013]; 352:13. Disponvel em: Acessado em 19/02/2014.DIAZ, H. Jorge. Arara Tribos Indigenas Brasileiras Fulni. Instituto de Investigaes Sociolgicas. Univercidade Autnoma Benito Jurez de Oaxaca.Estudos Avanados de Cultura Contempornea. Disponvel em: Acessado em 19/02/2014.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE. Disponvel em: Acessado em 26/02/2014.Universidade Federal de Alagoas. Disponvel em: Acessado em: 19/02/2014.Fundao de Ao Social Prefeitura de Curitiba. Disponvel em: Acessado em 26/02/2014.Povos Indgenas no Brasil: Fulni-. Disponvel em: Acessado em: 19/02/2014. 22. Referncias Bibliogrficas Palavra Insurgente: Uma breve histria tnica contempornea do Santurio dos Pajs. Acessado em 26/02/2014.Prefeitura Municipal de guas Belas. Disponvel em: Acessado em 26/02/2014.Fundao Joaquim Nabuco: Mapa Territrio Indgena Fulni-. Disponvel em: Acessado em 19/02/2014.Fulni-: Histria e Educao de um povo bilngue em Pernambuco. Disponvel em: Acessado em: 19/02/2014 Regional Dirio do Nordeste: cultura e mistrios mantidos pelos Fulni-. Disponvel em: . Acessado em: 19/02/2014Projeto Wal Fulni-. Disponvel em: Acessado em: 19/02/2014. XII Encontro de Culuturas Chapada dos Veadeiros. Encontro de Culturas. Disponvel em: http://www.encontrodeculturas.com.br/2013/noticia/555/festa-fulni-o-marca-encerramento-da-aldeia-multietnica Acessado em: 19/02/2014.Educao Tecnolgica. Disponvel em: Acessado em: 19/02/2014.O Corpor Pertubador. Disponvel em: Acessado em: 19/02/2014.